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GERAL
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Design Educacional
Ana Salvadego, Giovana Vieira Cardoso
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Iconografia
Distância; COSTA, José Manoel da; LIMA, Evelyn Barrozo Caetano. Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Contabilidade Geral. José Manoel da Costa; Evelyn Barrozo
Jaime de Marchi Junior
Caetano Lima.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. José Jhonny Coelho
Reimpresso em 2021. Arte Capa
184 p. Arthur Cantareli Silva
“Graduação - EaD”.
Editoração
1. Contabilidade. 2. Geral. 3.EaD. I. Título. Robson Yuiti Saito
Matheus Felipe Davi
ISBN 978-85-459-0716-9
CDD - 22 ed. 650 Qualidade Textual
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Hellyery Agda
Pedro Afonso Barth, Alessandra Sardeto
Ilustração
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Robson Yuiti Saito
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
profissional, nos transformamos e, consequentemente,
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desafios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores
e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES
CONTABILIDADE GERAL
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) aos conteúdos de Contabilidade Geral. Este livro
didático foi escrito com muito cuidado para que você possa começar os seus estudos
na área contábil, sendo estudante de Ciências Contábeis ou outras áreas empresariais.
Muitos conteúdos que aqui serão estudados poderão ser aprofundados em outras dis-
ciplinas.
Neste livro você terá a oportunidade de conhecer a área de Contabilidade em uma
abordagem geral: vamos iniciar pelos conceitos fundamentais da contabilidade e do
patrimônio, depois vamos tratar da avaliação de bens comercializáveis e não comercia-
lizáveis, vindo depois o processo contábil, para ao final, estudarmos as demonstrações
contábeis, tão importantes para a gestão empresarial.
Na Unidade I estudaremos os fundamentos para o estudo da Contabilidade, e, assim,
você verá as diferenças na apuração do resultado empresarial pelo regime de caixa e
regime de competência. Para que a teoria acerca da Contabilidade tenha uma funda-
mentação sólida e completa, estudaremos o conceito ou definição da contabilidade, co-
nheceremos também o seu objeto e objetivo, os atos e fatos administrativos, o método
das partidas dobradas e a teoria das contas.
Na Unidade II teremos a oportunidade de estudar o patrimônio das entidades e com-
preender a sua formação - o que envolve itens positivos e negativos em sua estrutura.
Para aprendermos mais sobre a estrutura patrimonial, discorreremos sobre os itens do
Balanço patrimonial, descrevendo os bens e direitos no ativo e as obrigações no passivo,
resultando na equação: Ativos menos Passivos igual ao Patrimônio Líquido ou situação
líquida. Dessa forma, estaremos aptos a desenvolver o processo contábil.
Para continuar o aprendizado sobre o patrimônio, na Unidade III, vamos estudar os bens
de uma empresa sob dois enfoques: os comercializáveis e os não comercializáveis. Pelo
enfoque dos bens comercializáveis, vamos aprender sobre a avaliação e controle dos es-
toques. Quanto à avaliação, vamos estudar os principais métodos, que são as formas de
atribuirmos os custos dos itens baixados por venda ou utilização e, consequentemente,
a avaliação dos itens que permanecerem em estoque no final do período, por meio das
fichas de controle de estoque. Pelo enfoque dos bens não comercializáveis, o ativo imo-
bilizado, veremos os métodos de depreciação para realização parcial periódica do valor
dos bens que a empresa utiliza nas atividades operacionais.
Na Unidade IV, a partir da simulação de fatos contábeis, faremos a contabilização dos fa-
tos mais comuns que ocorrem em uma empresa comercial. Para isso, utilizaremos, como
base, fatos de uma empresa pequena com poucas negociações e poucos funcionários,
pois o objetivo é didático e a repetição de fatos semelhantes não contribui diretamente
para o aprendizado. A contabilização simulada será feita em dois formatos: livro diário
e livro razão.
APRESENTAÇÃO
UNIDADE I
15 Introdução
31 Considerações Finais
UNIDADE II
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
43 Introdução
44 Patrimônio
48 Estrutura Patrimonial
53 Patrimônio Líquido
55 Considerações Finais
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
65 Introdução
66 Estoques
79 Imobilizado
81 Depreciação
89 Considerações Finais
UNIDADE IV
PROCESSO CONTÁBIL
101 Introdução
141 Balancete
UNIDADE V
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
155 Introdução
181 CONCLUSÃO
Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
I
CONSIDERAÇÕES
UNIDADE
FUNDAMENTAIS PARA O
ESTUDO DA CONTABILIDADE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Diferenciar a apuração do resultado pelo regime de caixa e
competência.
■■ Aprender o conceito, definição, objeto e objetivo da contabilidade.
■■ Diferenciar os atos dos fatos administrativos.
■■ Conhecer o método das partidas dobradas.
■■ Entender a contabilidade por meio das teorias das contas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Apuração do resultado: caixa e competência
■■ Conceito, definição, objeto e objetivo da contabilidade
■■ Atos e fatos administrativos
■■ Método das partidas dobradas
■■ Teoria das contas
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
REGIME DE CAIXA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos bens e serviços, forem pagas dentro do período de apuração do resultado.
De igual forma, as despesas são consideradas no momento do pagamento,
independente das compras serem efetuadas, dos materiais ou serviços serem
utilizados na atividade empresarial. Tal procedimento é mais ou menos como
fazemos em nossas finanças pessoais, compramos um sapato hoje para pagamento
em três parcelas mensais, normalmente consideramos que teremos despesas nos
três meses, independente desse sapato nos trazer benefícios por muito mais que
três meses.
Na sua totalidade, dificilmente se utiliza o regime de caixa, às vezes os ges-
tores utilizam parcialmente. A gestão empresarial pode ser feita com base nos
fluxos de caixa, utilizando assim o que aqui chamamos de regime de caixa, no
entanto o resultado contábil da empresa, por obrigatoriedade das normas con-
tábeis, somente pode ser apurado com base no regime de competência.
REGIME DE COMPETÊNCIA
REGIME DE REGIME DE
FATO
CAIXA COMPETÊNCIA
Pagamento do consumo de energia elétri-
-500,00
ca do mês anterior
Compra a prazo de estoques
Venda à vista de mercadorias 5.000,00 5.000,00
Custo das vendas -3.000,00
Compra à vista de estoques -4.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vendas a prazo 3.000,00
Custo das vendas -1.500,00
Consumo de água do mês -200,00
Resultado 500,00 3.300,00
Fonte: os autores.
A contabilidade é uma ciência social, para D’Áuria (apud Padoveze, 2000), pois além
de estudar o patrimônio das entidades, a contabilidade orienta, controla e regis-
tra os atos e fatos da administração econômica. Temos que lembrar que Francisco
D’Áuria é da escola patrimonialista, cujo auge foi na primeira metade do século
XX, que destaca o patrimônio como protagonista para atuação da contabilidade.
A contabilidade no Brasil teve duas influências fundamentais: escola patrimonia-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
período, em seguida comunica as informações aos usuários interno e externo,
no tempo oportuno, contribuindo para a tomada de decisões empresariais.
A contabilidade deve verificar, a qualquer momento, se a atividade da empresa está
produzindo lucros ou prejuízos e de que forma esses resultados estão sendo gerados.
A finalidade da contabilidade é fazer o registro e controle do patrimônio e
fornecer informações acerca da composição deste e as variações patrimoniais,
bem como apurar os resultados das atividades econômicas desenvolvidas para
alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou sociais.
O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, pois todo o traba-
lho do contador tem como foco tal patrimônio.
Todos os elementos patrimoniais são considerados, lembrando que o patri-
mônio é formado por bens, direitos e obrigações. Esse patrimônio não é estático,
pois se modifica de acordo com as operações diárias da empresa, então pode-
mos dizer que o patrimônio de uma entidade é dinâmico, pois se modifica de
acordo com as atividades empresariais.
Agora que você sabe qual é o objeto da contabilidade, podemos discutir
sobre o seu objetivo. Já que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio
das entidades, podemos afirmar que o objetivo principal da contabilidade é o
controle desse patrimônio.
As informações relacionadas a situação econômica, financeira e patrimonial
da empresa devem ser comunicadas em função da necessidade de cada usuá-
rio. Enquanto o administrador utiliza informações para a gestão empresarial, os
fornecedores e os bancos as utilizam para concessão de crédito, os concorrentes,
para analisar o mercado, e o governo, para tributação e estatística.
ATOS ADMINISTRATIVOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nas atividades empresariais, tanto as financeiras quanto as patrimoniais e
econômicas, com frequência ocorrem fatos que provocam modificações qualita-
tivas e/ou quantitativas na estrutura patrimonial, modificando ou não a situação
líquida. Podemos resumir que, para a contabilidade, os fatos contábeis devem
ser registrados, fazendo parte do processo contábil refletindo na elaboração das
demonstrações contábeis.
São os fatos contábeis que fazem a situação líquida da empresa aumentar ou dimi-
nuir. Ocorrem nos fatos que movimentam recursos do ativo e passivo em virtude
de receitas, custos e despesas. Promovem variações quantitativas no patrimônio,
pois alteram o valor do Patrimônio Líquido da entidade.
Podemos classificar os fatos contábeis modificativos em aumentativos e
diminutivos. Os fatos contábeis modificativos aumentativos representam iso-
ladamente aumento do Patrimônio Líquido, pois um aumento de receitas nas
contas de resultado, no momento da apuração do resultado, estará contribuindo
com o aumento do Patrimônio Líquido.
Uma venda à vista pode ser utilizada como exemplo, pois a origem do lançamento
está na conta de receitas com vendas e a aplicação dos recursos na conta caixa, por-
tanto, aumento de um ativo (entrada de recursos no caixa) e aumento de uma receita.
Exemplo: Venda à vista da metade dos nossos estoques de mercadorias por
R$400,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$400,00 vai represen-
tar uma entrada de recursos, vai aumentar o ativo da empresa, pois será uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
entrada de dinheiro no caixa, por outro lado, representa uma receita, visto que
é o registro de uma venda.
Com o registro dessa venda, temos um aumento na conta caixa de R$400,00,
sendo, agora, um saldo de R$1.400,00 e a situação líquida sobe para R$1.400,00,
aumentando, então, R$400,00. É bom lembrar que o lançamento contábil é feito
na conta caixa e na conta receita com vendas ou receita operacional bruta, mas
se somente existisse esse fato contábil no período, teríamos então um aumento
no Patrimônio Líquido na apuração do resultado de R$400,00.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS
DÉBITOS E CRÉDITOS
Antes de estudar contabilidade, talvez você considere o débito uma coisa nega-
tiva e o crédito uma coisa positiva. Em contabilidade, é preciso entender esses
termos de forma mais completa, pois nem sempre débito será algo negativo e
crédito positivo.
Os débitos em uma conta representam a situação de responsabilidade desta,
como se a conta fosse uma pessoa devedora em relação à empresa. As contas do
ativo, que são os bens e direitos, e as contas de resultado − despesas e custos −
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
Quando utilizamos uma conta para registrar o valor a débito e uma conta para
registrar o valor a crédito. Exemplo: Compra à vista de materiais de escritório
para utilização imediata, no valor de R$100,00:
D − Despesas com Material de Expediente, R$100,00.
C – Caixa, R$100,00.
Quando utilizamos uma conta para registrar o valor a débito e duas ou mais
contas para registrar o valor a crédito. Exemplo: Compra à vista de materiais de
escritório para utilização imediata, no valor de R$100,00, sendo R$50,00 pagos
em dinheiro e R$50,00 pagos em cheque:
D − Despesas com Material de Expediente, R$100,00.
C – Caixa, R$50,00.
C – Bancos conta Movimento, R$50,00.
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Terceira fórmula (composta)
Quando utilizamos duas ou mais contas para registrar o valor a débito e uma
conta para registrar o valor a crédito.
Exemplo: Pagamento de uma compra a prazo feita no mês anterior, no valor
de R$200,00, com juros de R$10,00 em dinheiro.
D – Juros Passivos, R$10,00.
D – Fornecedores, R$200,00;
C – Caixa, R$210,00.
Quando utilizamos duas ou mais contas para registrar o valor a débito e duas
ou mais contas para registrar o valor a crédito. Exemplo: Recebimento de uma
venda feita no mês anterior, no valor de R$200,00, com juros de R$10,00, sendo
R$100,00 em dinheiro e R$110,00 em cheque para ser depositado em 20 dias:
D − Caixa, R$100,00.
D – Cheques a Receber, R$110,00.
C – Duplicatas a Receber, R$200,00.
C – Juros Ativos, R$10,00.
Para explicar melhor essa questão dos débitos e créditos, podemos utilizar a teo-
ria personalista das contas. Nessa teoria, cada conta é uma pessoa que mantém
um relacionamento financeiro com a empresa ou entidade. Tal teoria classifica
as contas em três grupos de pessoas ou agentes:
AGENTES CONSIGNATÁRIOS
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AGENTES CORRESPONDENTES
PROPRIETÁRIO
Então a conta caixa terá um débito em relação à empresa, pois foi confiada
a essa “pessoa” a guarda de um valor de R$10.000,00, já a conta Capital Social,
por ser uma conta proprietário, é credora desse valor.
Exemplo 2: Quando a empresa compra, à vista, móveis para uso nas ativi-
dades da empresa, no valor de R$2.000,00.
Podemos dizer que, nesse caso, estão envolvidos dois agentes consignatá-
rios, pois a movimentação dos recursos é entre bens ou entre pessoas que, pela
teoria personalista das contas, representam bens. Nesse caso, a origem, causa ou
crédito, está na pessoa/conta Caixa e a aplicação, efeito ou débito, está na pes-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
soa/conta Móveis.
Então a conta caixa, que tinha um débito de R$10.000,00 em relação à
empresa, repassou R$2.000,00 para a conta móveis, agora deve somente o valor
de R$8.000,00 e a conta móveis, a qual não devia nada, passou a dever R$2.000,00.
Nesse momento, temos dois agentes consignatários:
■■ Caixa devendo R$8.000,00.
■■ Móveis devendo R$2.000,00.
E um agente proprietário:
■■ Capital Social com R$10.000,00 a receber.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
32
4. Vimos nesta unidade que “os atos administrativos são as decisões que a gestão
da empresa toma para a condução dos negócios; os fatos administrativos cor-
respondem a toda movimentação de recursos que ocorre decorrente dessas de-
cisões”. Sobre o tema atos e fatos administrativos, assinale a alternativa correta:
a. Atos correspondem a uma ação administrativa que provoca alteração nos ele-
mentos patrimoniais.
b. São exemplos de atos administrativos: a contratação de um empregado, a de-
cisão em comprar de um determinado fornecedor.
c. Os fatos permutativos trocam os componentes patrimoniais (contas) do Ativo
e/ou do Passivo, ou somente no Patrimônio Líquido, ocasionando aumento
ou diminuição no Patrimônio Líquido.
d. Os fatos contábeis modificativos aumentativos representam isoladamente di-
minuição do Patrimônio Líquido.
e. Os fatos contábeis modificativos diminutivos representam isoladamente au-
mento do patrimônio líquido.
5. Nesta unidade vimos que a essência do Método das Partidas Dobradas é de-
terminar que o registro de um fato contábil ocorrido em uma entidade sempre
envolverá duas ou mais contas contábeis. Com base nessa informação, assinale
a alternativa correta:
a. Por esse método a soma dos créditos nem sempre será igual à soma dos dé-
bitos.
b. Por esse método o total dos ativos sempre será igual às contas a receber.
c. Por esse método o total dos créditos sempre será igual ao total dos débitos.
d. Por esse método o total do passivo sempre terá o mesmo valor do patrimônio
líquido.
e. Por esse método a soma das origens de recursos às vezes é a mesma que da
aplicação de recursos.
36
a. Lançamento composto.
b. Lançamento de primeira fórmula.
c. Lançamento misto.
d. Lançamento de terceira fórmula.
e. Lançamento de complexo.
7. Na teoria personalista das contas, cada conta é uma pessoa que mantém um re-
lacionamento financeiro com a empresa ou entidade. Tal teoria classifica as con-
tas em três grupos de pessoas ou agentes. Sobre esses três grupos de agentes,
assinale a alternativa correta:
a. Agentes correspondentes são as pessoas que representam os bens da socie-
dade.
b. Agentes consignatários são as pessoas que representam os valores a receber
(direitos) e os valores a pagar (obrigações).
c. O proprietário representam os sócios da empresa, portanto, são as contas de
interesse da sociedade.
d. As contas caixa e duplicatas a receber são exemplos de proprietário.
e. As contas patrimônio líquido e imobilizado são exemplos de agentes corres-
pondentes.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade Básica
José Carlos Marion
Editora: Atlas
Sinopse: A matéria exposta neste livro procura ir além
da existente em livros destinados ao ensino de iniciação
à Contabilidade. Apresenta uma metodologia moderna,
testada em algumas escolas e com resultados considerados
satisfatórios, através de uma linguagem simples e acessível
ao iniciante em contabilidade. Desenvolvido com base em
autores da moderna escola de Contabilidade, apresenta
a mecânica de escrituração dos lançamentos contábeis
a partir de uma visão conjunta dos relatórios Contábeis,
com especial ênfase no Balanço Final e na demonstração
de resultado do Exercício. A matéria é apresentada em uma
sequência de exploração gradativa do assunto para despertar o interesse do estudante
na aprendizagem da disciplina. Procurou-se também dar um embasamento legal e
tributário, possibilitando ao leitor situar-se na realidade em que a empresa atua. No final
de cada capítulo são sugeridas tarefas práticas a serem desenvolvidas, proporcionando
uma aprendizagem fora da sala de aula. Esta nova edição apresenta algumas atualizações
necessárias conforme o Novo Código Civil (NCC).
Material Complementar
REFERÊNCIAS
A ESTRUTURA
II
UNIDADE
PATRIMONIAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a composição do patrimônio.
■■ Conhecer a estrutura patrimonial.
■■ Entender o patrimônio líquido ou situação líquida.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Patrimônio
■■ Estrutura Patrimonial
■■ Patrimônio Líquido
43
INTRODUÇÃO
Introdução
44 UNIDADE II
PATRIMÔNIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Padoveze (2000, p. 36) considerando de maneira mais técnica diz que o patrimô-
nio “é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém [...]”. Contabilmente o
patrimônio tem dois aspectos: o qualitativo e o quantitativo. O Conselho Federal
de Contabilidade descreve esses dois aspectos da seguinte forma:
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos ele-
mentos que o compõem como dinheiro, valores a receber ou a pagar
expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de merca-
dorias etc. A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de
particularização que permita a perfeita compreensão do componente
patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a
empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de mui-
ta utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando
aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas”
como categoria, mas, dependendo das necessidades de controle poderá
descer a cada máquina em particular e, mais ainda, aos seus porme-
nores de forma que sua caracterização evite a confusão com quaisquer
outras máquinas, mesmo de tipo idêntico. O atributo quantitativo re-
fere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que
demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”,
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008, p. 18)
BENS
Toda coisa material existente não é nada se não for útil para alguém, quando algo
é útil para alguém, passa a ser cabível a mensuração econômica, então, passa a
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
45
ser um bem. Tendo utilidade, podemos dizer que é um bem e sendo um bem,
podemos precificar e realizar transações comerciais.
Portanto, bens são as coisas que são úteis para satisfazer as necessidades das pes-
soas, e por isso são suscetíveis de avaliação econômica. Para exemplificar vamos
pensar em uma loja de roupas e calçados, quando você entra percebe que naquele
ambiente comercial temos: gôndolas, balcões, araras, cabides, armários, prova-
dores, prateleiras, mesas, caixa, dinheiro na gaveta, sacolas, frigobar, telefone,
máquina de cartão, roupas para venda, calçados para venda, acessórios para
venda, além do prédio no qual a loja está instalada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos estes itens mencionados são bens, alguns deles são bens para utiliza-
ção na atividade da loja (denominamos imobilizado), outros são bens para venda
(denominamos estoques). Dentre estes bens podemos ter alguns que não são de
propriedade da empresa, como a sala comercial, que para utilizar precisamos
pagar aluguel, nesta situação continua sendo um bem, mas de propriedade de
outra pessoa física ou jurídica.
Temos várias maneiras de classificar os bens, depende do enfoque da classi-
ficação. Para o estudo contábil a principal classificação é quanto à materialidade:
bens materiais e bens imateriais.
Os bens materiais são aqueles que possuem corpo, matéria. Os bens mate-
riais podem ser divididos em:
■■ Bens móveis: que podem ser deslocados, que tenham mobilidade, levados
de um lugar para outro sem avarias. Exemplo: estoques (roupas, calçados
etc.), telefones, balcões, mesas etc.
■■ Bens imóveis: que não podem ser removidos do lugar. Exemplo: prédio,
sala comercial, terrenos, etc.
Os bens imateriais são aqueles que não possuem corpo, matéria. A empresa
adquire os bens imateriais e os integra ao seu patrimônio, mas não tem corpo,
não são materiais.
Os exemplos são quase sempre os mesmos, pois não tem muita variedade:
■■ Fundo de comércio ou ponto ocorre quando uma empresa adquire o
direito de se instalar em um determinado endereço. Para isso, precisa que
a empresa anterior desocupe o imóvel e pague um valor.
Patrimônio
46 UNIDADE II
■■ Marcas e patentes são todos os gastos que a empresa tem para registrar e
manter o registro da sua marca e/ou dos produtos desenvolvidos.
DIREITOS
Direitos são os valores que a empresa tem a receber de outra empresa e de pes-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
soas físicas. É o poder jurídico que uma empresa tem de exigir valores de outra
empresa, pessoas físicas ou órgãos públicos. Os direitos ocorrem por diversos
atos empresariais, dentre eles, podemos citar alguns exemplos:
■■ Valores a receber de clientes - são decorrentes de vendas realizadas a prazo,
como os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no
ato da compra a empresa tem o direito de receber no prazo combinado.
■■ Valores a receber do poder público - são decorrentes de créditos por
impostos não cumulativos que legalmente serão utilizados para reduzir
o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes.
■■ Valores a receber de empregados – são decorrentes de adiantamentos de
salários ou empréstimos feitos a alguns empregados, enquanto estes valo-
res não forem descontados dos rendimentos, a empresa tem o direito de
recebê-los.
OBRIGAÇÕES
As obrigações são valores que a empresa tem a pagar para outras empresas, pes-
soas físicas, instituições financeiras, poder público, empregados etc., é o inverso
dos direitos. As obrigações são dívidas contraídas por diversos motivos, dentre
eles, as compras a prazo, a obtenção de empréstimos e financiamentos. Podemos
classificar as obrigações, para fins didáticos, da seguinte forma:
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
47
feito até o quinto dia útil e dos encargos nos vencimentos definidos em
lei, durante o período que decorre do último dia do mês até o pagamento
a empresa está devendo a empregados e governo.
■■ Obrigações fiscais – são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal,
estadual ou municipal, como a apuração dos impostos e contribuições
sociais é feita em um mês e o pagamento em períodos seguintes, durante
este período a empresa tem uma dívida referente aos impostos e contri-
buições sociais ainda não pagos.
■■ Provisões – são as dívidas decorrentes da operação da empresa que não
tem claramente data correta de pagamento ou valor correto da dívida. Os
principais exemplos são as provisões trabalhistas com décimo terceiro
salário e férias, que devem ser reconhecidas como despesas mensalmente,
mas a sua exigibilidade será em data futura.
Patrimônio
48 UNIDADE II
ESTRUTURA PATRIMONIAL
Aqui você terá contato com o conteúdo que te levará ao aprendizado da estrutura
patrimonial de uma forma diferente, teórica. Cada um dos grupos de contas que
compõem a estrutura patrimonial e também as contas de resultado será expli-
cado detalhadamente, para que você aprenda a estrutura patrimonial por um
enfoque conceitual e exemplificativo.
Podemos representar a estrutura do patrimônio da seguinte forma:
Figura 1: Estrutura Patrimonial
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ESTRUTURA PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO+PL
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido
Fonte: o autor.
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
49
Estrutura Patrimonial
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
são estratégicos, e como são de propriedade da empresa, poderão ser vendidos,
mas não existe expectativa para isso, pois a atividade da empresa depende deles.
Compõem o Ativo Não Circulante:
■■ Ativo Realizável a Longo Prazo: são bens e direitos de propriedade da
empresa que irão se realizar, mas a expectativa de prazo para essa realização
(transformação em dinheiro) é após o final do exercício social seguinte.
Valores a receber com data prevista para o longo prazo.
■■ Investimentos: são participações permanentes que a empresa realiza
em outras companhias, valores desembolsados na compra de parte de
empresas e que não possui a intenção de vender. Também são considerados
investimentos nesse grupo quaisquer valores que a empresa destina como
forma de “especulação financeira” e que possuem caráter permanente.
■■ Imobilizado: são os bens destinados a manutenção de todas as ativi-
dades da empresa, aqueles que irão contribuir para a empresa atingir a
conclusão de suas atividades principais. Esses bens NÃO serão destina-
dos à venda e permanecerão por período indeterminado como ativos da
empresa, sua realização é parcial em forma de depreciação.
■■ Intangível: Marion (2009, p. 360) relata que “a legislação diz que devem
ser classificados no grupo Intangível os direitos que tenham por objeto
bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercido
com esta finalidade”.
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
51
PASSIVO (DÍVIDAS)
Estrutura Patrimonial
52 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
regime de competência, devem ser lançadas no mês que aconteceram, mas
serão pagas no mês seguinte, por isso aparecem no balanço como dívidas.
■■ Obrigações fiscais: as obrigações fiscais ocorrem em decorrência de impos-
tos apurados dentro do período com exigibilidade em períodos seguintes.
■■ Outras contas a pagar: nesse grupo, podemos considerar as contas que
representam dívidas e não têm gênero específico nos subgrupos anteriores.
■■ Provisões: provisões representam obrigações diferentes das demais por
serem determinadas com base em estimativas, não tendo o valor exato
a ser pago, ou por não ter uma data certa de exigibilidade. As provisões
mais comuns são as trabalhistas: 13º salário e férias.
Nesse grupo de contas são registradas as obrigações que serão exigidas a partir
do final do exercício social seguinte, assim sendo, o subgrupo que normalmente
tem uma participação maior nesse grupo é o dos empréstimos e financiamen-
tos, por ser a principal fonte de recurso em longo prazo.
A cada período, uma parte da dívida em longo prazo vai sendo transferida
para o Passivo Circulante, por passar a ser de curto prazo, portanto, os pagamen-
tos são feitos no circulante, salvo se houver uma liquidação antecipada.
Da mesma forma que ocorre com o Ativo Realizável em longo prazo (sub-
grupo do Ativo Não Circulante), como exceção a data de pagamento, sempre serão
considerados como exigível a longo prazo as dívidas que a empresa têm a pagar.
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
53
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Patrimônio Líquido
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Prejuízos acumulados: após todas as deduções do lucro líquido apurado,
seja para a constituição das Reservas, seja para a distribuição dos
Dividendos (parte do lucro destinado aos sócios), o saldo remanescente
será transferido para uma conta específica chamada Lucros Acumulados
ou Prejuízos Acumulados.
Qual é o seu patrimônio hoje? O que tem valor pra você é mensurável em di-
nheiro? Contabilmente falando, o patrimônio é o conjunto de bens, direitos
e obrigações, qual é o valor de cada item?
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
55
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
56
ATIVO INTANGÍVEL
Você sabia que existe uma norma que trata especificamente sobre Ativo Intangível?
NBC TG 04 (R3) – ATIVO INTANGÍVEL
Objetivo
1. O objetivo da presente Norma é definir o tratamento contábil dos ativos intangí-
veis que não são abrangidos especificamente em outra norma. Esta Norma estabele-
ce que uma entidade deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados
critérios especificados nesta Norma forem atendidos. A Norma também especifica
como mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações especí-
ficas sobre esses ativos.
Alcance
2. A presente Norma aplica-se à contabilização de ativos intangíveis, exceto:
1. Ativos intangíveis dentro do alcance de outra norma.
2. Ativos financeiros, conforme definidos na NBC TG 39 – Instrumentos Financeiros:
Apresentação.
3. No reconhecimento e mensuração de ativos advindos da exploração e avaliação
de recursos minerais (ver norma sobre Exploração e Avaliação de Recursos Mine-
rais, quando emitida).
4. Gastos com desenvolvimento e extração de minerais, óleo, gás natural e recursos
naturais não renováveis similares. [...]
4. Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que possuem substân-
cia física, como um disco (como no caso de software), documentação jurídica (no caso
de licença ou patente) ou em um filme. Para saber se um ativo que contém elementos
intangíveis e tangíveis deve ser tratado como ativo imobilizado de acordo com a NBC
TG 27 – Ativo Imobilizado ou como ativo intangível, nos termos da presente Norma, a
entidade avalia qual elemento é mais significativo. Por exemplo, um software de uma
máquina-ferramenta controlada por computador que não funciona sem esse software
específico é parte integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como ativo
imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema operacional de um computador. Quando o
software não é parte integrante do respectivo hardware, ele deve ser tratado como ativo
intangível.
57
5. Entre outros, a presente Norma aplica-se a gastos com propaganda, marcas, patentes,
treinamento, início das operações (também denominados pré-operacionais) e ativida-
des de pesquisa e desenvolvimento. As atividades de pesquisa e desenvolvimento des-
tinam-se ao desenvolvimento de conhecimento. Por conseguinte, apesar de poderem
gerar um ativo com substância física (por exemplo, um protótipo), o elemento físico do
ativo é secundário em relação ao seu componente intangível, isto é, o conhecimento
incorporado ao mesmo. [...]
Identificação
11. A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciá-lo do
ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill). O ágio derivado da ex-
pectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negó-
cios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos
adquiridos em uma combinação de negócios, que não são identificados individualmen-
te e reconhecidos separadamente. Tais benefícios econômicos futuros podem advir da
sinergia entre os ativos identificáveis adquiridos ou de ativos que, individualmente, não
se qualificam para reconhecimento em separado nas demonstrações contábeis.
12. Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo
intangível, quando:
A. For separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, li-
cenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo
ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela entidade.
B. Resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de
tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações. [...]
Outras informações
128. É recomendável, mas não obrigatório, que a entidade divulgue as seguintes infor-
mações:
A. Descrição de qualquer ativo intangível totalmente amortizado que ainda esteja
em operação.
B. Breve descrição de ativos intangíveis significativos, controlados pela entidade,
mas que não são reconhecidos como ativos porque não atendem aos critérios
de reconhecimento da presente Norma, ou porque foram adquiridos ou gerados
antes de sua entrada em vigor.
Fonte: BRASIL, (Resolução CFC, on-line).
58
2. A respeito dos bens, quanto a sua forma física analise as afirmações abaixo:
I. Tangíveis: são os bens que têm forma física, são palpáveis.
II. Intangíveis: são os bens que não são materiais, mas são mensuráveis.
III. Veículos, máquinas, equipamentos industriais, móveis, imóveis são exemplos
de bens intangíveis.
IV. Ponto comercial, carteira de clientes são exemplos de bens tangíveis.
É correto o que se afirma em:
a. I e II apenas.
b. I e III apenas.
c. III e IV apenas.
d. I, II e III apenas.
e. I, II, III e IV.
59
3. Podemos dizer que ativos são os bens e direitos de uma empresa, ao passo que
o passivo seriam as dívidas que uma empresa possui. Do rol de contas abaixo,
assinale a única alternativa que contem exemplos apenas de contas do ativo:
a. Ações em tesouraria, contas a pagar, contas a receber, estoques.
b. Ações em tesouraria, fornecedores, contas a receber, estoques.
c. Ações em tesouraria, imobilizado, contas a receber, estoques.
d. Investimentos, fornecedores, contas a receber, estoques.
e. Investimentos, imobilizado, contas a receber, estoques.
Resolução:
Bens e direitos: 15.000,00+45.000,00+13.500,00+87.790,00=161.290,00
Obrigações: 35.000,00+56.450,00=91.450,00
Equação patrimonial é expressa por:
(bens+direitos) - obrigações= patrimônio líquido
161.290,00-91.450,00= 69.840,00
Professor Me. José Manoel da Costa
III
BENS COMERCIALIZÁVEIS
UNIDADE
(ESTOQUES) E BENS NÃO
COMERCIALIZÁVEIS
(IMOBILIZADO)
Objetivos de Aprendizagem
■■ Aprender sobre as classificações dos estoques.
■■ Avaliar e controlar os estoques.
■■ Compreender as características dos bens classificados como Ativo
Imobilizado.
■■ Entender os métodos de depreciação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Estoques
■■ Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques
■■ Imobilizado
■■ Depreciação
65
INTRODUÇÃO
Introdução
66 UNIDADE III
ESTOQUES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tecnicamente os denominamos mercadorias. Na empresa industrial os estoques
são os bens produzidos e colocados à venda, esses são denominados produtos.
Os estoques que representam materiais que serão consumidos ou transformados
no processo produtivo das empresas industriais ou para a prestação de servi-
ços nas empresas prestadoras de serviços, ou, ainda, mantidos para consumo de
qualquer empresa são chamados tecnicamente materiais.
Quadro 1 - Balanço Patrimonial - Estoques
ATIVO
Ativo Circulante
ESTOQUES
Materiais
Produtos Prontos
Produtos em Processo
Mercadorias
Fonte: os autores.
Como o pano de fundo deste estudo é uma empresa comercial, vamos exempli-
ficar o controle de estoques de mercadorias, mas o que aqui for estudado, em
grande parte, poderá ser utilizado também para estoques de materiais e produtos.
Os custos dos estoques que devem ser contabilizados no ativo circulante devem
ser a soma de todos os custos de aquisição ou de fabricação, deve incluir também
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
outros custos incorridos para fazer com que os bens sejam colocados à disposi-
ção para venda (mercadorias) ou utilização na produção ou consumo (materiais).
Podemos afirmar que o custo de aquisição é o preço de compra, acrescido
dos impostos de importação e outros tributos não recuperáveis, acrescido tam-
bém dos custos de transporte, seguro e movimentação de carga, desta soma
devemos deduzir os impostos e contribuições recuperáveis como ICMS, PIS e
COFINS e os descontos comerciais incondicionais e abatimentos na aquisição.
Para a apuração dos custos de fabricação nas empresa industriais, que não
é o foco deste estudo, devemos considerar todos os custos necessários para a
transformação dos materiais em novos produtos, o que envolve todos os cus-
tos diretos: materiais e uma parte da mão de obra, e todos os custos indiretos: a
outra parte da mão de obra e todos os outros custos incorridos para transformar
os materiais em produtos, o que abarca os custos com manutenção e deprecia-
ção de edifícios, instalações, máquinas e equipamentos e os custos inerentes à
gestão da indústria.
Normalmente dizemos que os estoques são ativos circulantes, mas será que
estoques também podem ser classificados no grupo ativo não circulante,
subgrupo realizável em longo prazo? Em que situações podemos ver essa
classificação?
Estoques
68 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INVENTÁRIO PERIÓDICO OU PERMANENTE
No inventário periódico as entradas e saídas dos itens de estoques não são con-
trolados, somente no final de um período, mensal ou anual, é realizado uma
contagem física das quantidades em estoques, para então fazer a avaliação do
estoque final. Dessa forma, o custo dos itens vendidos ou utilizados na fabri-
cação ou consumo são conhecidos somente no final do período. Nas empresas
comerciais aplicamos a seguinte fórmula:
CMV = EI + C - EF
em que:
CMV = Custo das mercadorias vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras líquidas (com dedução dos impostos recuperáveis e acréscimos de fretes e
seguros)
EF = Estoque Final
O inventário periódico não é recomendável, pois seu controle é precário, quase
inexistente e, com isso, não teremos acompanhamento diário das entradas e saí-
das do estoque, o que facilita fraude e descaminho de bens.
Já o inventário permanente se caracteriza pelo registro e controle das mer-
cadorias fato a fato e dessa forma as entradas e saídas de estoque são lançadas
no dia em que ocorrem. Dessa forma, possibilita, além da apuração correta dos
custos das saídas, o acompanhamento permanente das quantidades e dos valo-
res dos saldos de estoques. Isso é uma grande vantagem competitiva, pois se o
gestor acompanhar de perto as mudanças ocorridas no mercado, poderá tomar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
devem ser ativadas, isto é, retirar os impostos recuperáveis que não fazem parte
do custo das mercadorias, já que serão utilizados na apuração dos impostos a
pagar oportunamente.
Quadro 2 - Cálculo do Custo das Compras - Radar Conquest
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
PEPS
1ª 2ª
Entrada Saída
4ª 3ª
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - PEPS
Fonte: os autores.
É bom você aprender com muita clareza que por este método, as baixas são fei-
tas com base no custo das compras mais antigas, consequentemente, as unidades
que ficam em estoques e que faz parte do ativo no Balanço Patrimonial são ava-
liadas pelas compras mais recentes.
Quadro 4 - Fichas de Controle de Estoque - PEPS.
Fonte: os autores.
É bom lembrar que as compras mais antigas nem sempre são as compras feitas
por menor preço. Nessa simulação, as compras de 03/x1 foram feitas pelo mesmo
preço, mas o valor das compras de 04/x1 foi por preço maior.
Pelo método de avaliação PEPS temos os seguintes saldos de estoques em 03/
x1: Radar Conquest 140 unidades com custo total de R$5.512,50 e Glifo Galop
80 com custo total de R$1.890,00, totalizando o valor de R$7.402,50.
No final do mês 04/x1 os saldos são: Radar Conquest 30 unidades com custo
total de R$1.417,50 e Glifo Galop 10 com custo total de R$354,38, totalizando
o valor de R$1.771,88.
Chamado em inglês de LIFO Method - Last In First Out, este método consiste no
fato de que as baixas dos itens de estoques que são vendidos, serão feitos sempre
pelo custo das compras mais recentes, ou seja, primeiro se baixa o que entrou
por último. Dessa forma, o ativo remanescente (itens que permanecem em esto-
ques), fica avaliado pelo valor das compras mais antigas.
UEPS
1ª 2ª
Entrada Saída
4ª
3ª
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - UEPS
Fonte: os autores.
Precisamos ressaltar os dois aspectos principais deste método: as baixas são fei-
tas com base no custo das últimas compras, consequentemente, as unidades que
ficam em estoques e que faz parte do ativo no Balanço Patrimonial são avalia-
das pelas compras mais antigas.
Quadro 5 - Fichas de Controle de Estoque - UEPS
Fonte: os autores.
CMPM
Entrada 1ª 2ª Saída
4ª 3ª
Figura 3 - CMPM
Fonte: os autores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Classificação do Estoque Mercadorias Identificação Radar Conquest
Fonte: os autores.
No final do mês 04/x1 os saldos são: Radar Conquest 30 unidades com custo
total de R$1.233,75 e Glifo Galop 10 com custo total de R$268,47, totalizando
o valor de R$1.502,22.
CE – Custo Específico
O Specific Cost Method, nome dado em inglês, tem como premissa que o item
vendido é exatamente o item comprado, portanto este método é aplicado somente
para estoques em que seja possível identificar e controlar item a item. Para exem-
plificar, podemos utilizar uma revenda de veículos novos, essa revenda pode ter
em estoque 10 veículos do modelo BR10, dificilmente todos terão a mesma moto-
rização, a mesma cor e os mesmos opcionais, mas mesmo que os tenha, cada
veículo terá o seu número de chassis específico. Portanto, é necessário controlar
para dar baixa no veículo específico do estoque e o método do custo especí-
fico é aplicável a essa situação, as baixas dos itens de estoques que são vendidos
serão lançadas, considerando o custo específico do item vendido. Esse método
de custo, não é possível demonstrar na nossa simulação.
Nessa simulação não houve diferença referente ao mês 03/x1, porque as com-
pras foram feitas pelo mesmo valor, por isso não é necessário demonstrar, mas
no mês 04/x1 as novas compras foram feitas por um valor maior, por isso o valor
dos estoques no final do mês são diferentes em função do método de avaliação
utilizado. Veja o resumo a seguir:
Quadro 7 - Comparativo dos métodos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Radar Conquest Glifo Galop
Método Saldo 04/x1 Saldo 04/x1
Quant. Valor Unitário Quant Valor Unitário
PEPS 1.417,50 47,2500 354,38 35,4377
UEPS 30 1.181,25 39,3750 10 236,25 23,6250
CMPM 1.233,75 41,1250 268,47 26,8466
Fonte: os autores.
Como houve aumento nos preços de compra, os estoques avaliados pelo PEPS
ficaram com saldo maior, pois neste método o saldo remanescente em estoques é
avaliado pelas compras mais recentes. Pelo mesmo motivo, os estoques avaliados
pelo UEPS ficaram com saldo menor, pois nesse método o saldo remanescente
em estoques é avaliado pelas compras mais antigas, e pelo CMPM os estoques
ficaram com saldo intermediário entre o PEPS e UEPS, pois o saldo remanes-
cente em estoques é avaliado pela média das compras.
IMOBILIZADO
Imobilizado
80 UNIDADE III
Para que o estudo do Ativo Imobilizado seja mais proveitoso, vamos utili-
zar outras nomenclaturas e suas definições de acordo com a NBC TG 27 (R3)
– ATIVO IMOBILIZADO (2015):
[...] valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a
dedução da depreciação [...]. Custo é o montante de caixa ou equiva-
lente de caixa pago [...]. Valor depreciável é o custo de um ativo ou ou-
tro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual. Deprecia-
ção é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo
da sua vida útil. Valor residual de um ativo é o valor estimado que a
entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas esti-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
madas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas
para o fim de sua vida útil. Vida útil é: a) o período de tempo durante
o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou (b) o número de unidades
de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter
pela utilização do ativo.
DEPRECIAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Depreciação
82 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
é verdade, a empresa que não reconhece a depreciação vai pagar mais im-
posto de renda sobre o lucro, o que pode agradar ao fisco, mas precisamos
considerar que a falta de reconhecimento da depreciação, além de fazer
com que a empresa pague mais tributos, ainda fará com que as demons-
trações contábeis não retratem fielmente a situação patrimonial e econô-
mica da empresa. Assim, fica irregular perante a sociedade empresarial, e
o profissional contábil estará deixando de atender as normas brasileiras de
contabilidade. De acordo com a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL (2011),
no item QC12,
para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que
representar um fenômeno relevante, mas tem também que
representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe
representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna,
a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser
completa, neutra e livre de erro.
Portanto, as demonstrações contábeis de uma empresa que não reconhecer
adequadamente os valores da depreciação periodicamente não será com-
pleta, neutra e nem livre de erro.
Fonte: os autores.
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
Depreciação
84 UNIDADE III
DISCRIMINAÇÃO ALÍQUOTAS
Máquinas e Equipamentos 10% a. a.
Edifícios e Construções 4% a.a.
Móveis e Utensílios 10% a. a.
Veículos em Geral 20% a. a.
Ferramentas 20% a. a.
Máquina e Instalações Industriais 10% a.a.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Computadores e Periféricos 20% a. a.
Fonte: BRASIL (1998).
Método Linear
MÉTODO LINEAR
Valor depreciável 20.000,00
Vida útil em anos 10
Percentual Deprec Anual 10%
Valor contábil
Períodos Deprec. anual Deprec. Acum.
líquido
Ano 1 2.000,00 2.000,00 18.000,00
Ano 2 2.000,00 4.000,00 16.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esse método linear é o habitualmente utilizado pela legislação fiscal que deter-
mina um percentual igual de depreciação para todos os anos.
Outro método que poderá ser utilizado é o método da soma dos dígitos, nesse
caso, a depreciação nos primeiros anos será maior e nos últimos anos, menor.
Esse método auxilia a contabilidade a equalizar as despesas com manutenção do
imobilizado, ou seja, nos primeiros anos teremos um alto gasto de depreciação,
mas um baixo custo com manutenção (pois o bem é novo). Já nos últimos anos
da vida útil do bem, teremos um alto custo de manutenção e um baixo custo de
depreciação, o que acabará por equilibrar esses gastos durante a vida útil do bem.
Depreciação
86 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS
Valor Depreciável 20.000,00
Depreciação Valor Contábil
Tempo de Depreciação
Períodos Cálculo Acumulada Líquido no
Vida Útil Anual
Final do Ano Final do Ano
Ano 1 10 (20.000/55) x 10 3.636,36 3.636,36 16.363,64
Ano 2 9 (20.000/55) x 9 3.272,73 6.909,09 13.090,91
Ano 3 8 (20.000/55) x 8 2.909,09 9.818,18 10.181,82
Ano 4 7 (20.000/55) x 7 2.545,45 12.363,63 7.636,37
Ano 5 6 (20.000/55) x 6 2.181,82 14.545,45 5.454,55
Ano 6 5 (20.000/55) x 5 1.818,18 16.363,63 3.636,37
Ano 7 4 (20.000/55) x 4 1.454,55 17.818,18 2.181,82
Ano 8 3 (20.000/55) x 3 1.090,91 18.909,09 1.090,91
Ano 9 2 (20.000/55) x 2 727,27 19.636,36 363,64
Ano 10 1 (20.000/55) x 1 363,64 20.000,00 0
Fonte: os autores.
Por este método, as despesas com depreciação do primeiro ano será dez vezes
maior que as do último ano, e o valor contábil líquido será menor no final de cada
ano, se comparado com o mesmo bem depreciado pelo método linear. No final
do último ano de vida útil do bem, o valor contábil líquido será sempre igual.
Este método se aplica à depreciação de máquinas cuja vida útil possa ser esti-
mada em unidades produzidas ou horas máquinas trabalhadas. Nesse caso, a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Depreciação
88 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ano 5 150.000 10,0000% 2.000,00 14.000,00 6.000,00
Ano 6 150.000 10,0000% 2.000,00 16.000,00 4.000,00
Ano 7 150.000 10,0000% 2.000,00 18.000,00 2.000,00
Ano 8 150.000 10,0000% 2.000,00 20.000,00 0,00
Ano 9
Ano 10
Total 1.500.000 100,00000% 20.000,00
Fonte: os autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final desta unidade de estudos. Você pode encerrar seus estudos
após fazer as atividades das páginas seguintes ou pode ter sido impactado com
estes conteúdos e ter interesse em continuar o estudo. Quero acreditar que você
não vai parar. A contabilização e controle dos bens, sejam eles comercializáveis
ou mantidos para operação da atividade empresarial, foram aqui tratados, mas
precisam ser aprofundados.
Além disso, principalmente para quem fará da contabilidade ou da adminis-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
90
Contabilidade Societária
Ely Célia Corbari, Marinei Abreu Matos, Viviane da Costa Freitag
Editora: Intersaberes
Autor: 2012
Sinopse: as alterações provocadas pelas Leis nº 11.638/2007
e nº 11.941/2009 ocasionaram mudanças significativas na
Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações), na busca
pela harmonização das normas contábeis brasileiras aos
padrões internacionais de contabilidade. Considerando essa
convergência, este livro é atual e contextualizado com a prática
contábil, sendo útil a acadêmicos e profissionais já inseridos
no mercado de trabalho, uma vez que apresenta exercícios
e explicações claras e objetivas sobre temas que influenciam
diretamente o cotidiano dos operadores da contabilidade.
Comparando os dois métodos vemos que o valor das compras não se alteram, pois
não dependem do método, em uma economia inflacionária, os custos do período
pelo PEPS serão menores do que pelo CMPM, nesse caso, a diferença foi de R$24,24,
R$3.900,00 pelo PEPS e R$3.924,24 pelo CMPM. Já os estoques no ativo, terão o efei-
to contrário, serão maiores pelo PEPS (R$600,00) e menores pelo CMPM (R$575,76)
exatamente a mesma diferença (R$24,24).
3. A resposta correta é a alternativa “D”, pois de acordo com o ítem 6 da NBCTG27(R3)
Ativo Imobilizado, o “valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade
obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso
o ativo já tivesse a idade e a condição esperada para o fim de sua vida útil”.
4. O valor depreciável é a base de cálculo da depreciação e, é formado pelo valor
de aquisição menos o valor residual estimado; enquanto isso, o valor contábil é
o valor de aquisição menos o valor da depreciação acumulada.
5. A alternativa correta é a letra “C”. Pelo método linear: R$6.250,00; pelo método da
soma dos dígitos R$4.150,00. Confira os cálculos:
MÉTODO LINEAR
Valor de Aquisição 11.500,00
Valor Residual 1.000,00
Valor Depreciável 10.500,00
Vida Útil em Anos 4
Percentual Deprec. Anual 25%
Períodos Deprec. Anual Deprec. Acum. Valor Contábil Líquido
Ano 1 2.625,00 2.625,00 8.875,00
Ano 2 2.625,00 5.250,00 6.250,00
Ano 3 2.625,00 7.875,00 3.625,00
Ano 4 2.625,00 10.500,00 1.000,00
GABARITO
IV
UNIDADE
PROCESSO CONTÁBIL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Aprender o processo contábil por meio de desenvolvimento de um
caso prático simulado utilizando fatos simulados.
■■ Entender quais são as formalidades para a escrituração contábil.
■■ Compreender o processo de lançamento no livro diário.
■■ Conhecer o processo de lançamento nos razonetes.
■■ Saber elaborar o Balancete.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Fatos simulados a contabilizar
■■ Formalidade e preparação para a escrituração contábil
■■ Registro no Livro Diário
■■ Razão simplificado (razonetes)
■■ Balancete
101
INTRODUÇÃO
Nesta unidade faremos a contabilização simulada dos fatos mais comuns que
ocorrem em uma empresa comercial. Consideramos, nessa simulação, uma
empresa com somente dois itens de mercadorias e poucos funcionários, pois o
objetivo é didático e repetições de fatos semelhantes não contribuem de forma
relevante para o aprendizado.
Para que você consiga acompanhar a contabilização com aproveitamento
total, esta unidade traz mais alguns conteúdos para fundamentar os lançamentos,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
além disso, você poderá ver diversos cálculos necessários para a contabilização.
Na prática o processo contábil inicia na verificação do documento a conta-
bilizar e encerra no balancete conciliado e ajustado. Nesta unidade, o processo
tem como início a verificação da descrição do fato contábil, assim identificamos
no plano de contas quais contas contábeis deverão ser utilizadas, depois disso
fazemos o registro contábil nos dois formatos, livro diário e livro razão (razo-
netes) para ao final elaborar o balancete.
Para que os lançamentos sejam realizados, além de necessitarmos do apoio do
plano de contas, também precisamos observar as formalidades da interpretação
técnica que determina as formalidades e a preparação necessárias e obrigatórias
para a escrituração dos fatos contábeis.
Os registros contábeis no livro diário são feitos em ordem cronológica rigo-
rosa, sempre observando o método das partidas dobradas, já no livro razão (ou
razonete) os registros são feitos por conta contábil, e cada conta terá o saldo
decorrente dos registros realizados. Estes saldos serão utilizados para elaborar
o balancete, que conterá no mínimo três colunas: nome da conta, saldo deve-
dor e saldo credor.
Na execução do processo contábil, no diário, todos os lançamentos estão pre-
cedidos de explicação do fato contábil para que você possa entender os motivos
de utilização das contas contábeis.
O balancete elaborado neste processo contábil é o ponto de partida para
elaboração das demonstrações contábeis que estudaremos juntos na unidade V.
Introdução
102 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para fazer os lançamentos contábeis, é necessário um Plano de Contas. Nesta
unidade, vamos utilizar o Plano de Contas, que pode ser acessado no link encon-
trado ao final dela, no elemento “Material Complementar”.
Você verá, a seguir, uma relação de fatos contábeis de uma empresa comer-
cial que compra e vende dois itens de mercadorias com tributação de normal de
impostos estaduais e federais, portanto, teremos lançamentos de impostos a recu-
perar e impostos sobre venda, motivando assim a apuração de impostos no final
do mês. Essa empresa utiliza controle permanente de estoques dos seus dois itens
de mercadorias, quanto ao custo, faremos o lançamento no dia da venda, visando
um melhor efeito didático. Para melhor entendimento, analisaremos e contabi-
lizaremos os fatos contábeis desde a criação da empresa, passando por folha de
pagamento, compras de bens para uso na atividade, realização de empréstimos,
dentre outros fatos contábeis possíveis.
Dados da empresa e sociedade:
Nome: KCMC Comércio de Insumos Agrícolas Ltda.
Sócios: Katia Campelo (50%) e Mário Castro (50%).
Itens comercializados: Radar Conquest e Glifo Galop, ambos são vendidos
em galões de 20 litros.
PROCESSO CONTÁBIL
103
Fato 1:
Data Descrição do fato Valor
01/03/x1 Assinatura do contrato social. 100.000,00
Fato 2:
Data Descrição do fato Valor
04/03/x1 Integralização de 50% do capital social em dinheiro. 50.000,00
Fato 3:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fato 4:
Data Descrição do fato Valor
Aplicação financeira com disponibilidade para resgate imediato
05/03/x1 25.000,00
com juros de 0,9% a.m.
Fato 5:
Data Descrição do fato Valor
05/03/x1 Compra à vista de móveis para uso. 2.000,00
Fato 6:
Data Descrição do fato Valor
Compra a prazo, de Fast Golden Equipamentos Ltda., de prateleiras e
06/03/x1 30.000,00
gôndolas para exposição das mercadorias na empresa.
Fato 7:
Data Descrição do fato Valor
Compra a prazo, de Infortotal Soluções Ltda., de equipamentos de
06/03/x1 8.000,00
informática para utilização na empresa.
Fato 8:
Data Descrição do fato Valor
Compra à vista (cheque) de 150 galões de Radar Conquest (preço
unitário atacado R$50,00) e 100 galões de Glifo Galop (preço unitá-
06/03/x1 10.500,00
rio atacado R$30,00), impostos recuperáveis na compra: ICMS (12%,
R$1.260,00), PIS (1,65%, R$173,25) e Cofins (7,60%, R$798,00).
Fato 9:
Data Descrição do fato Valor
Venda à vista de 30 galões de Radar Conquest (preço unitário varejo
07/03/x1 R$80,00), impostos sobre venda: ICMS (18%, R$432,00), PIS (1,65%, 2.400,00
R$39,60) e Cofins (7,60%, R$182,40).
Fato 10:
Data Descrição do fato Valor
07/03/x1 Depósito bancário de recursos do caixa. 9.000,00
Fato 11:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Data Descrição do fato Valor
10/03/x1 Pagamento das despesas e taxas com o registro do contrato social. 550,00
Fato 12:
Data Descrição do fato Valor
Venda a prazo (30 dias) de 20 galões de Glifo Galop para Cliente Bom
10/03/x1 (preço unitário varejo R$45,00), impostos sobre venda: ICMS (18%, 900,00
R$162,00), PIS (1,65%, R$14,85) e Cofins (7,60%, R$68,40).
Fato 13:
Data Descrição do fato Valor
Compra a prazo (15 dias) de 20 galões de Radar Conquest (preço
unitário atacado R$50,00) da empresa Agrícola Defensa Ltda., impostos
12/03/x1 1.000,00
recuperáveis na compra: ICMS (12%, R$120,00), PIS (1,65%, R$16,50) e
Cofins (7,60%, R$76,00).
Fato 14:
Data Descrição do fato Valor
Recebimento da venda a prazo de R$900,00, realizada em 10/03/x1 a Eder L.
15/03/x1 Calcular
Garcia, Cliente Bom com desc. de 5% por antecipação.
Fato 15:
Data Descrição do fato Valor
Reconhecimento do aluguel do prédio referente à ocupação do mês 03/
31/03/x1 x1: 15% do espaço utilizado para a administração e 85% para vendas, 8.000,00
que será pago em 10/04/x1 conforme contrato.
Fato 16:
Data Descrição do fato Valor
Compra a vista (com cheque) de 1 veículo Fiat/Strada usado, ano 2006,
31/03/x1 10.000,00
para utilização na empresa, por R$10.000,00.
Fonte: O autor.
PROCESSO CONTÁBIL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fato 17:
Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Proventos
Proventos
Empregado
Kátia Gerente
PROCESSO CONTÁBIL
1 330,00 114,97 444,97 2.555,03 600,00 600,00
Campelo Adm.
César Assist.
2 86,50 86,50 1.044,11 300,60 86,50 387,10
Silva Adm.
Soma administrativo 416,50 114,97 531,47 3.599,14 900,60 86,50 987,10
Mário Gerente
3 330,00 114,97 444,97 2.555,03 600,00 600,00
Castro Vendas
Maurício Vende-
4 377,65 179,95 557,60 2.875,59 954,43 274,66 1.229,09
Santos dor
Soma de vendas 707,65 294,92 1.002,57 5.430,62 1.554,43 274,66 1.829,09
Totalização 1.124,15 409,89 1.534,04 9.029,76 2.455,03 361,16 2.816,19
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
107
Fato 18:
Data Descrição do fato Valor
Juros da aplicação financeira efetuada em 05/03, referente
31/03/x1 Calcular
aos 25 dias de 03/x1.
Fonte: o autor.
Para calcular, precisamos utilizar o valor da aplicação do fato 4, R$ 25.000,00, a
taxa de 0,9% ao mês e utilizar a matemática financeira.
Encontrando a taxa de juros equivalente diária:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
obrigatórias para a escrituração dos fatos contábeis (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2011). O item 3 apresenta que “A escrituração contábil deve
ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade”. Os princípios con-
tábeis estão na Resolução CFC, nº 750/93, com atualização feita pela Resolução
CFC, nº 1282/10 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010a).
É bom considerar que a ITG 2000 não estabelece o nível de detalhe e nem
sugere um plano de contas padrão, mas diz que “o nível de detalhamento da
escrituração contábil deve estar alinhado às necessidades de informação de seus
usuários”, isso quer dizer que a estrutura de contas para os lançamentos devem
ter tantos níveis quantos forem necessários para atender os usuários da contabili-
dade, e o detalhamento dos registros contábeis deve ser diretamente proporcional
à complexidade das operações, do volume de fatos contábeis a registrar e dos
requisitos de informação aplicáveis.
No quadro 4 elencamos as formalidades da escrituração contábil, quanto à
sua execução, sobre o que deve conter em cada registro ou lançamento contábil.
PROCESSO CONTÁBIL
109
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contábil.
Quadro 5 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 1
PROCESSO CONTÁBIL
111
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Criação da sociedade KCMC Comér-
01/03/x1 2.3.1.02.001 2.3.1.01.001 cio de Insumos Agrícolas Ltda. capital 50.000,00
subscrito pela sócia Kátia Campelo
Criação da sociedade KCMC Comér-
01/03/x1 2.3.1.02.002 2.3.1.01.002 cio de Insumos Agrícolas Ltda. capital 50.000,00
subscrito pelo sócio Mário Castro
Fonte: O autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesta data, os sócios entregaram o dinheiro para o caixa da empresa, esses recur-
sos deixam de ser das pessoas físicas dos sócios e passam a ser da pessoa jurídica
ou sociedade empresária constituída. No Fato 1, registramos o total do capital
social em uma conta “Proprietário” que representa a “dívida” dos sócios com a
empresa, agora vamos fazer o lançamento na mesma conta, reduzindo assim essa
“dívida”, a outra conta é uma conta “Agentes Consignatários”, a qual será respon-
sável pelo dinheiro da empresa, portanto, a conta Caixa.
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Recebimento de capital da sócia Kátia
04/03/x1 1.1.1.01.001 2.3.1.02.001 25.000,00
Campelo
Recebimento de capital do sócio
04/03/x1 1.1.1.01.001 2.3.1.02.002 25.000,00
Mário Castro
Fonte: o autor.
Quadro 9 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Data Descrição do fato Valor
05/03/x1 Depósito bancário de recursos do caixa 40.000,00
Fonte: o autor.
Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa, tomando uma decisão visando
a segurança, vai repassar parte dos recursos para uma conta corrente bancária,
vamos usar então duas contas “Agentes Consignatários”, pois é o registro de um
fato contábil permutativo, esse valor, então, deixa de ser um débito da conta Caixa
e passa a ser um débito da conta Bancos conta Movimento - Banco Bom S/A.
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Depósito de recursos transferidos do
05/03/x1 1.1.1.02.001 1.1.1.01.001 40.000,00
caixa da empresa para a conta bancária
Fonte: o autor.
PROCESSO CONTÁBIL
113
Fonte: o autor.
Nesta data, o responsável pelas finanças da empresa, com base no fluxo de caixa
previsto, tomou a decisão de aplicar os recursos financeiros que estão sobrando,
como a empresa ainda está em fase inicial, por prudência, a aplicação foi feita
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com possibilidade de resgate a qualquer momento, por isso deve ser registrada
contabilmente em uma conta do subgrupo disponível no grupo Ativo Circulante,
mesmo subgrupo e grupo em que os recursos estavam na conta bancária antes
da aplicação. Caso essa aplicação fosse feita com data futura para resgate, deve-
ria ser lançada em uma conta do subgrupo Valores a Receber (Créditos). Vamos
usar, então, duas contas “Agentes Consignatários”, pois é o registro de um fato
contábil permutativo, este valor então deixa de ser um débito da conta (pessoa)
Bancos conta Movimento - Banco Bom S/A e passa a ser um débito da conta
(pessoa) Aplicação de Liquidez Imediata - Banco Bom S/A.
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Aplicação de recursos transfe-
05/03/x1 1.1.1.03.001 1.1.1.02.001 ridos da conta corrente para a 25.000,00
conta aplicação
Fonte: o autor.
Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa faz o pagamento de móveis que
foram comprados à vista para utilização nas atividades da empresa, novamente
há um fato contábil permutativo entre duas contas “Agentes Consignatários”, pois
esse valor deixa de ser um débito da conta Caixa para com a empresa e passa a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ser um débito da conta Móveis. Esse desencaixe de recursos não reflete no resul-
tado, pois é um recurso que gerará resultados futuros, como é um bem que está
em uso, ao final de cada mês, será lançado o valor da depreciação.
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Compra à vista de armários para
05/03/x1 1.2.3.03 1.1.1.01.001 2.000,00
uso nas atividades da empresa
Fonte: o autor.
PROCESSO CONTÁBIL
115
Nesta data, ocorreu um fato diferente dos anteriores, foram compradas prateleiras
e gôndolas, as quais vamos classificar como instalações, porém estas não foram
pagas no ato da compra, a aplicação dos recursos será no subgrupo Imobilizado
do grupo Ativo Não circulante. Esse é um fato contábil permutativo entre duas
contas patrimoniais: “Agentes Consignatários” – Instalações e origem dos recur-
sos é externa − e “Agentes Correspondentes” – Fornecedores.
Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra a prazo, de Fast
1.2.3.05 Golden Equipamentos Ltda, 30.000,00
06/03/x1 de prateleiras e gôndolas.
Compra a prazo, de Fast
2.1.1.01.003 30.000,00
Golden Equipamentos Ltda.
Fonte: o autor.
Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra a prazo, de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Infortotal soluções
1.2.3.06 8.000,00
Ltda., de equipamen-
tos de informática
06/03/x1
Compra a prazo, de
Infortotal Soluções
2.1.1.01.004 8.000,00
Ltda., de equipamen-
tos de informática
Fonte: o autor.
Quadro 19 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 8
Nesse fato contábil, temos a compra de mercadorias para revenda, tal compra foi
feita à vista, mas com pagamento em cheque, é importante lembrar, nesse momento,
do Regime de Competência, porque as saídas de recursos do caixa ou do banco
para a compra de bens que serão revendidos posteriormente não representam des-
pesas ou custos, isso somente acontecerá no momento da venda.
Nesse fato, os recursos que estão com a conta Bancos e conta Movimento serão
repassados para a conta Estoques de mercadorias e para as contas de Impostos a
Recuperar. Novamente, há um fato contábil permutativo entre contas patrimo-
niais envolvendo “Agentes Consignatários” – Bancos conta Movimento e Estoques
de Mercadorias − e “Agentes Correspondentes” – Impostos a Recuperar. Como
PROCESSO CONTÁBIL
117
os impostos recuperáveis também são ativos, o custo do estoque que será lan-
çado na conta Estoques de Mercadorias e controlado na Ficha de Controle de
Estoques para calcular o custo por ocasião da venda é o valor da nota fiscal de
compra com a dedução dos impostos recuperáveis. Vamos utilizar aqui um lan-
çamento de 3ª fórmula: diversos débitos e um crédito.
Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra à vista (cheque) de 150 galões
de Radar Conquest (preço unitário ataca-
1.1.3.04 8.268,75
do R$50,00) e 100 galões de Glifo Galop
(preço unitário atacado R$30,00)
ICMS recuperável da compra de merca-
1.1.2.02.001 1.260,00
dorias para revenda
06/03/x1
PIS recuperável da compra de mercado-
1.1.2.02.002 173,25
rias para revenda
COFINS recuperável da compra de mer-
1.1.2.02.003 798,00
cadorias para revenda
Compra à vista (cheque) de mercadorias
1.1.1.02.001 10.500,00
para revenda
Fonte: o autor.
Neste dia, a empresa vendeu parte das mercadorias que estavam em estoque,
esse fato contábil precisa ser visto por três enfoques: o da venda, o do custo e o
dos impostos. Temos então o lançamento da receita das vendas cuja origem está
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em uma conta “Proprietário”, pois é uma conta de resultado chamada Receita de
Venda de Mercadorias e a aplicação na conta Caixa que já usamos anteriormente.
Quanto aos impostos sobre venda, temos que utilizar como origem as contas de
impostos a pagar no passivo, uma conta “Agentes Correspondentes” e a aplica-
ção está nos impostos sobre venda, que são deduções da receita bruta (contas
“proprietário”). Como os itens vendidos fazem parte dos ativos da empresa, ao
vendê-los, deixamos de tê-los, por isso precisamos dar baixa no estoque, nesse
caso serão utilizadas uma conta do ativo (agentes consignatários), Estoques –
Mercadorias e uma conta de Resultado (proprietário), Custos das Mercadorias
Vendidas, o valor do custo é obtido na Ficha de Controle de Estoque.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
PROCESSO CONTÁBIL
119
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Venda à vista de 30 galões de
07/03/x1 1.1.1.01.001 7.1.1.02 Radar Conquest (preço unitário 2.400,00
varejo R$80,00)
ICMS sobre venda de 30 galões
07/03/x1 8.4.1 2.1.3.01 432,00
de Radar Conquest
PIS sobre venda de 30 galões
07/03/x1 8.4.2 2.1.3.02 39,60
de Radar Conquest
COFINS sobre venda de 30
07/03/x1 8.4.3 2.1.3.03 182,40
galões de Radar Conquest
Custo de 30 galões de Radar
07/03/x1 8.1.2 1.1.3.04 1.181,25
Conquest vendidos nesta data
Fonte: o autor.
Quadro 23 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 10
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Depósito de recursos trans-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
07/03/x1 1.1.1.02.001 1.1.1.01.001 feridos do caixa da empresa 9.000,00
para a conta bancária
Fonte: o autor.
Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa, por fazer o pagamento de des-
pesas, taxas para abertura da empresa, ficará devendo menos para a empresa,
nesse caso temos um fato contábil modificativo entre uma conta do ativo (caixa),
conta “Agentes Consignatários” e uma conta de resultado (despesas com regis-
tros da sociedade), conta “Proprietário”.
PROCESSO CONTÁBIL
121
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Pagamento das despesas e taxas
10/03/x1 9.1.1.12 1.1.1.01.001 550,00
com o registro do contrato social
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Neste dia, assim como no dia 07/03/x1, a empresa vendeu parte das mercado-
rias que estavam em estoque, quanto ao lançamento da receita e do custo é a
mesma coisa já vista naquele fato contábil, mas essa venda tem uma diferença:
foi a prazo, por isso o valor da venda terá o seu débito na conta Duplicatas a
Receber (Agentes Correspondentes) e não no caixa (Agentes Consignatários). O
custo unitário dessas mercadorias que saíram do estoque é encontrado na Ficha
de Controle de Estoques.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Crédito: Mercadorias (1.1.3.05) R$ 472,50
Quadro 28 - Lançamento no Livro Diário do Fato 12
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Venda a prazo (30 dias) de 20 galões
10/03/x1 1.1.2.01.001 7.1.1.02 de Glifo Galop para Cliente Bom (pre- 900,00
ço unitário varejo R$45,00)
ICMS sobre venda de 20 galões de
10/03/x1 8.4.1 2.1.3.01 162,00
Glifo Galop
PIS sobre venda de 20 galões de Glifo
10/03/x1 8.4.2 2.1.3.02 14,85
Galop
COFINS sobre venda de 20 galões de
10/03/x1 8.4.3 2.1.3.03 68,40
Glifo Galop
Custo de 20 galões de Glifo Galop
10/03/x1 8.1. 2 1.1.3.04 472,50
vendidos nesta data
Fonte: o autor.
PROCESSO CONTÁBIL
123
Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra a prazo de 20 galões
de Radar Conquest (preço
1.1.3.04 unitário atacado R$50,00) da 787,50
empresa Agrícola Defensa
Ltda.
ICMS recuperável da compra
1.1.2.02.001 120,00
de mercadorias para revenda
12/03/x1
PIS recuperável da compra
1.1.2.02.002 16,50
de mercadorias para revenda
COFINS recuperável da
1.1.2.02.003 compra de mercadorias para 76,00
revenda
Compra a prazo de mercado-
2.1.1.01.001 1.000,00
rias para revenda
Fonte: o autor.
Temos então um Fato Misto, pois temos que fazer uma baixa da conta do cliente
de R$900,00, mas recebemos somente R$855,00, então vamos baixar, primeira-
mente, a parte recebida do cliente e depois o valor do desconto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lançamento pelo recebimento de venda realizada a prazo com desconto:
15/03/x1
Débito: Caixa (1.1.1.01.001) R$ 855,00
Débito: Descontos Concedidos (9.1.3.03) R$ 45,00
Crédito: Eder Luiz Garcia (1.1.2.01.001) R$ 900,00
Quadro 32 - Lançamento no Livro Diário do Fato 14
PROCESSO CONTÁBIL
125
Nesta data, estamos reconhecendo despesas com aluguéis do prédio, por ter sido
utilizado em 03/x1, muito embora o pagamento será feito no mês seguinte, con-
siderando o Regime de Competência anteriormente visto. Vamos reconhecer
essas despesas nas contas de resultado que melhor identificam o fato Aluguéis
nas Despesas Administrativas e nas Despesas com Vendas e vamos registrar uma
dívida em Contas a Pagar no Passivo Circulante.
Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Reconhecimento do aluguel
do prédio referente à ocupação
9.1.1.08 1.200,00
do mês 03/x1: 15% do espaço
utilizado pela administração
Reconhecimento do aluguel do
31/03/x1 9.1.2.08 prédio referente à ocupação do 6.800,00
mês 03/x1: 85% para vendas
Aluguel do prédio referente a
ocupação do mês 03/x1, que
2.1.1.02 8.000,00
será pago em 10/04/x1 confor-
me contrato
Fonte: o autor.
Esse fato contábil representa a compra de um bem para uso na empresa, por isso
ele faz parte do Ativo Imobilizado, o qual está no grupo do Ativo Não Circulante,
pois, de acordo com o CPC 27, “correspondem aos direitos que tenham por objeto
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da entidade ou exerci-
dos com essa finalidade” (COMITÊ, 2014).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Crédito: Banco Bom S/A (1.1.1.02.001) R$ 10.000,0
Quadro 36 - Lançamento no Livro Diário do Fato 16
Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra de 1 veículo Fiat/
1.2.3.04 Strada usado, ano 2006, para 10.000,00
utilização na empresa
31/03/x1
Pagamento com cheque da
1.1.1.02.001 compra de 1 veículo fiat/Strada 10.000,00
usado, ano 2006.
Fonte: o autor.
PROCESSO CONTÁBIL
127
Mário Gerente
3 3.000,00 3.000,00
Castro Vendas
Maurício
4 Vendedor 1.200,00 1.873,00 360,19 3.433,19
Santos
Soma de vendas 4.200,00 - - 1.873,00 360,19 - 6.433,19
Totalização 8.200,00 68,18 13,11 1.873,00 360,19 49,32 10.563,80
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Débito: Honorários da Diretoria – Administrativo (9.1.1.01) R$ 3.000,00
Crédito: Pró Labore a Pagar (2.1.2.04) R$ 3.000,00
PROCESSO CONTÁBIL
129
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Crédito: INSS a Recolher (2.1.2.02) R$ 900,60
PROCESSO CONTÁBIL
131
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e o valor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Ainda como gastos da
empresa, devemos calcular as provisões de 13º salário e férias, pois o paga-
mento é feito em uma data futura, mas, pelo regime de competência, deve-
mos reconhecer o gasto no período em que ocorrem.
Fonte: os autores.
Importante saber que não estamos aqui tratando do pagamento aos empregados,
estamos analisando os fatos da folha de pagamento do mês 03/x1, mas os paga-
mentos, tanto dos salários quanto dos encargos, serão feitos em 04/x1.
Vamos fazer os lançamentos de forma departamentalizada, separando as des-
pesas com vendas das despesas administrativas. Quanto aos honorários dos sócios,
vamos utilizar uma conta específica no Passivo Circulante, Pro labore a pagar.
Quadro 38 - Lançamento no Livro Diário do Fato 17
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
31/03/x1 9.1.1.01 2.1.2.04 Honorários 03/x1 - administrativo 3.000,00
31/03/x1 9.1.2.01 2.1.2.04 Honorários 03/x1 - vendas 3.000,00
31/03/x1 9.1.1.02 2.1.2.01 Salários 03/x1 - administrativo 1.000,00
Horas Extras/DSR 03/x1 - adminis-
31/03/x1 9.1.1.02 2.1.2.01 81,29
trativo
31/03/x1 2.1.2.02 2.1.2.01 Salário Família 03/x1 49,32
31/03/x1 9.1.2.02 2.1.2.01 Salários 03/x1 - vendas 1.200,00
31/03/x1 9.1.2.12 2.1.2.01 Comissão sobre vendas/DSR 03/x1 2.233,19
PROCESSO CONTÁBIL
133
Foi realizada uma aplicação financeira, no dia 05/03, com possibilidade de res-
gate imediato, não houve resgate, mas, de acordo com o regime de competência,
temos que reconhecer a receita com os juros dos 25 dias dessa aplicação. O cál-
culo está junto ao Fato 18, no tópico Fatos a Contabilizar.
Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Juros de aplicação financeira referen-
31/03/x1 1.1.1.03.001 7.1.2.02 187,36
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
te a 25 dias do mês 03/x1
Fonte: o autor.
A etimologia da palavra razão vem do latim rationis, que significa cálculo, conta,
registro. Segundo o dicionário Houaiss o significado da palavra razão para desig-
nar o controle em conta contábil vem de que razão é “informação a respeito de
algo ou do estado em que se encontra algo”.
O livro razão é a contabilização dos mesmos fatos contábeis já contabiliza-
dos no livro diário, mas agora a contabilização é feita por conta contábil. O livro
razão no formato T, também denominado razonete é um livro razão simplificado,
pois não apresenta as informações: data do lançamento e histórico. O razonete
é utilizado para efeitos didáticos, mas por ser simplificado não tem validade
legal, as empresas devem escriturar o livro razão, onde os lançamentos dentro
da conta contábil contêm: data do lançamento, contra partida, histórico e valor.
No desenvolvimento prático deste processo contábil simulado utilizaremos
os razonetes, mas tomamos o cuidado de identificar cada lançamento com o
número do fato contábil para que você possa acompanhar melhor a contabilização.
Figura 1 - Razão simplificado (razonetes)
PROCESSO CONTÁBIL
135
BANCO C/ MOVIMENTO
CAIXA
BANCO BOM S/A
- 50.000,00 - 50.000,00
- 50.000,00 - 50.000,00
25.187,36 - 2.000,00 -
25.187,36 - 2.000,00 -
FORNECEDORES - FAST
IMOBILIZADO INSTALAÇÕES
GOLDEN EQUIP LTDA
fato D C fato fato D C fato
6 30.000,00 30.000,00 6
30.000,00 - - 30.000,00
30.000,00 - - 30.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IMPOSTOS A RECUPERAR
ESTOQUES MERCADORIAS
ICMS
8.000,00 - - 8.000,00
8.000,00 - - 8.000,00
189,75 - 874,00 -
189,75 - 874,00 -
PROCESSO CONTÁBIL
137
- 3.300,00 594,00 -
- 3.300,00 594,00 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
- 594,00 - 54,45
- 594,00 - 54,45
54,45 - 250,80 -
54,45 - 250,80 -
- 250,80 1.653,75 -
- 250,80 1.653,75 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESPESAS COM
DESPESAS ADM. ALUGUÉIS
VENDAS ALUGUÉIS
1.200,00 - 6.800,00 -
1.200,00 - 6.800,00 -
FORNECEDORES - DESPESAS FINANCEIRAS
AGRÍCOLA DEFENSA LTDA DESCONTOS CONCEDIDOS
fato D C fato fato D C fato
1.000,00 13 14 45,00
- 1.000,00 45,00 -
- 1.000,00 45,00 -
- 8.000,00 10.000,00 -
- 8.000,00 10.000,00 -
PROCESSO CONTÁBIL
139
DESPESAS ADM.
PRO LABORE A PAGAR
HONOR. DIRETORIA
fato D C fato fato D C fato
17 660,00 3.000,00 17 17 3.000,00
17 229,94 3.000,00 17
3.000,00 - 1.081,29 -
3.000,00 - 1.081,29 -
1.200,00 - 2.233,19 -
1.200,00 - 2.233,19 -
DESPESAS ADM.
IRRF A RECOLHER
ENCARGOS SOCIAIS
fato D C fato fato D C fato
229,94 17 17 900,60
179,95 17 17 86,50
- 409,89 987,10 -
- 409,89 987,10 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESPESAS ADM. DESPESAS COM VENDAS
13º SALÁRIO 13º SALÁRIO
fato D C fato fato D C fato
17 115,16 17 147,62
115,16 - 147,62 -
115,16 - 147,62 -
1.829,09 - - 361,16
1.829,09 - - 361,16
- 262,78 - 350,37
- 262,78 - 350,37
PROCESSO CONTÁBIL
141
153,55 - 196,82 -
153,55 - 196,82 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RECEITAS FINANCEIRAS -
JUROS APLIC. FINANC.
fato D C fato
187,36 18
- 187,36
- 187,36
Fonte: o autor
BALANCETE
Balancete
142 UNIDADE IV
SALDO SALDO
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Disponível
Caixa
Caixa 1.705,00
Banco c/Movimento
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Banco Bom S/A 3.500,00
Aplicação de Líquidez Imediata
Banco Bom S/A 25.187,36
Valores a Receber
Duplicatas a Receber
Cliente Bom
Impostos a Recuperar
ICMS a Recuperar 1.380,00
PIS a Recuperar 189,75
Confins a Recuperar 874,00
Estoques
Mercadorias 7.402,50
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Imobilizado
Móveis 2.000,00
Veículos 10.000,00
Instalações 30.000,00
Máquinas e Equipamentos 8.000,00
SALDO SALDO
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações por Funcionamento
PROCESSO CONTÁBIL
143
Fornecedores
Agrícola Defensa Ltda. 1.000,00
Fast Folden Equipamentos Ltda. 30.000,00
Infortotal Soluções Ltda. 8.000,00
Contas a Pagar 8.000,00
Obrigações Trabalhistas e sociais
Salários a Pagar 3.919,70
INSS a Recolher 3.529,86
FGTS a Recolher 361,16
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Balancete
144 UNIDADE IV
SALDO SALDO
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
RECEITAS
Receitas Operacionais
Vendas 3.300,00
Receita de Vendas de Mercadorias
Financeiras
Juros de Aplicações Financeiras 187,36
Custos das Vendas / Deduções da Receitas Bruta
Custos das vendas
Custos das Mercadorias Vendidas 1.653,75
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Impostos sobre Vendas
ICMS sobre Vendas 594,00
PIS sobre Vendas 54,45
Cofins sobre Vendas 250,80
DESPESAS
Despesas Operacionais
Despesas Administrativas
Honórarios da Diretoria 3.000,00
Salários e Ordenados 1.081,29
Encargos Sociais 987,10
Aluguéis 1200,00
Registros da sociedade 550,00
13º Salário 115,16
Férias 153,55
Despesas com Vendas
Honorários da Diretoria 3.000,00
Salários e Ordenados 1.200,00
Encargos Sociais 1.829,09
Aluguéis 6.800,00
Comissão sobre venda 2.233,19
13º Salário 147,62
Férias 196,82
Despesas Financeiras
Descontos Concedidos 45,00
TOTAIS 165.330,43 165.330,43
Fonte: o autor.
PROCESSO CONTÁBIL
145
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma unidade deste livro. Após a fundamentação con-
ceitual sobre temas importantes da contabilidade e do patrimônio das unidades
II e III, tivemos condições de realizar um processo contábil simulado, onde ana-
lisamos e explicamos cada um dos fatos contábeis, identificamos quais contas
deveriam ser utilizadas para o registro contábil de cada fato descrito e realiza-
mos o lançamento no formato do livro diário e do razão (razonetes).
Muito embora nesta simulação fizemos a contabilização simulada dos fatos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mais comuns que ocorrem em uma pequena empresa comercial, com somente
dois itens de mercadorias e poucos funcionários, atingimos o objetivo didático
do aprendizado, que foi demonstrar o que ocorre na prática, aprendemos então
como contabilizar os fatos iniciais de uma empresa (capital social e compras de
itens necessários para a estrutura física) e algumas movimentações de merca-
dorias, gerando receitas, custos e despesas, para que você possa ter as primeiras
noções sobre a apuração de resultado e da estrutura patrimonial.
É importante que você tenha segurança quanto ao aprendizado do processo
contábil, sabendo que o seu início é na análise do fato contábil, depois na identi-
ficação das contas contábeis que deverão ser utilizadas, vindo depois o registro
contábil no livro diário e livro razão (razonetes), para ao final elaborar o balancete.
Vimos que o Balancete é um relatório preliminar que apresenta somente
as contas que foram movimentadas e apresentaram saldo. Às vezes, é denomi-
nado Balancete de Verificação, pois tem como objetivo fornecer informações
para verificação dos saldos das contas e do total das colunas “Saldo Devedor” e
“Saldo Credor ” para que as correções possam ser feitas antes da elaboração das
demonstrações contábeis. O balancete é muito útil para fins didáticos, na prá-
tica, às vezes, sua utilização é imperceptível.
Parabéns pelo aprendizado de mais uma etapa essencial no estudo da con-
tabilidade. Seguiremos na próxima unidade. Vamos em frente!
Considerações Finais
146
com todo o zelo e sob condições ideais. Para que terceiros independentes possam
chegar a resultados similares ou aproximados daqueles produzidos pelo prestador
da informação, condição essencial para o atributo confiabilidade, torna-se imperativo
que o processo na origem seja conduzido com total neutralidade.
Alcance
4. Esta Norma trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com
detalhes questões de reconhecimento. É importante esclarecer que a dimensão con-
tábil do “reconhecimento” envolve a decisão de “quando registrar” ao passo que a di-
mensão contábil da “mensuração” envolve a decisão de “por quanto registrar”. A NBC
TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresenta-
ção das Demonstrações Contábeis, em seu item 82, assim define reconhecimento:
“Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou
à demonstração do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento
e que satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 83. Envolve a
descrição do item, a atribuição do seu valor e a sua inclusão no balanço patrimonial
ou na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconheci-
mento devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado. A falta de
reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis
adotadas nem pelas notas ou material explicativo.”
5. Nesse sentido, na presente Norma determina-se que a mensuração contábil a valor
presente seja aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. Apenas em
certas situações excepcionais, como a que é adotada numa renegociação de dívida
em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente deve ser aplicado
como se fosse nova medição de ativos e passivos. É de se ressaltar que essas situações
de nova medição de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento daque-
les que preparam e auditam demonstrações contábeis, vis-à-vis normas específicas.
[...]
Efeitos fiscais
29. Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não
deve ser líquida de efeitos fiscais e, sim, antes dos impostos.
30. No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ati-
vos e passivos ajustados a valor presente, essas diferenças temporárias devem receber o
tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensura-
ção de imposto de renda e contribuição social diferidos.
Fonte: Resolução CFC: Ajuste a Valor Presente de 23 de janeiro de 2009.
148
4. O que importa para a gestão empresarial são as informações contidas nas de-
monstrações contábeis, nesta unidade vimos uma etapa anterior a elaboração
das demonstrações, o processo contábil. Descreva as etapas do processo con-
tábil.
Contabilidade geral
Antônio Eustaquio Baptista e Eugênio Celso Gonçalves
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro apresenta uma visão geral da
contabilidade abordando os principais conteúdos iniciais
da contabilidade: conceitos fundamentais de contabilidade,
operações com mercadorias, demonstrações financeiras e
princípios de contabilidade.
Plano de Contas
Link: <http://www.manoel.pro.br/planodecontas.pdf>
Material Complementar
REFERÊNCIAS
DEMONSTRAÇÕES
V
UNIDADE
CONTÁBEIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as características qualitativas para a elaboração das
demonstrações contábeis.
■■ Entender as etapas para elaboração da Demostração de Resultado.
■■ Compreender a estrutura do Balanço Patrimonial.
■■ Saber a finalidade de cada uma das demais demonstrações.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Características qualitativas das demonstrações
■■ Demonstração do resultado
■■ Balanço Patrimonial
■■ Outras Demonstrações
155
INTRODUÇÃO
compreensibilidade.
Se a contabilidade é um processo que comunica informações contábil-fi-
nanceiras que sejam úteis aos seus usuários, sejam eles internos ou externos,
podemos ter como primícias que essas informações sejam relevantes e represen-
tem com fidedignidade a situação da empresa. Para que realmente a informação
tenha utilidade, é desejável que seja, além de relevante e fidedigna, comparável,
verificável, tempestiva e compreensível.
Nesta unidade, vamos estudar, além das características qualitativas das
demonstrações, a finalidade e a estrutura de cada demonstração, fazendo com
que você relembre e tenha condições de ampliar os seus conhecimentos sobre
esse assunto essencial para a formação do bacharel em contabilidade.
Vamos começar pela Demonstração de Resultado, depois partiremos para
o Balanço Patrimonial e estudaremos também a Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração do
Fluxo de Caixa e também vamos aprender sobre as Notas Explicativas.
Além do aspecto teórico e conceitual de cada demonstração, você verá tam-
bém o aspecto prático de cada demonstração, elaborado a partir do processo
contábil em que com base no Balancete de Verificação, assim você verá o reflexo
do processo contábil nas demonstrações.
Importante lembrar que todos os gestores precisam entender as demonstra-
ções contábeis, para fazer uso delas para tomada de decisões.
Introdução
156 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os usuários têm interesses distintos nas informações contábeis, enquanto o
interesse dos usuários internos está diretamente ligado à gestão da empresa, os
usuários externos têm interesses bem diversificados, por isso devemos preparar
as demonstrações de acordo com os princípios e normas contábeis, pois assim
estaremos atendendo às necessidades comuns da maioria deles.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) − aprovou pela Resolução, nº
1.374/11, a NBC TG Estrutura Conceitual que “estabelece os conceitos que fun-
damentam a elaboração e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas
a usuários externos”.
Quadro 1 - Finalidade da Estrutura Conceitual
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
157
Comparabilidade
Relevância
Verificabilidade
Tempestividade
Representação Fidedigna
Compreensibilidade
Restrição de custo na elaboração e divulgação das informações
Fonte: o autor.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS
Relevância
Representação fidedigna
Segundo CFC 2011, “para ser útil, a informação contábil-financeira não tem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que ser somente relevante, tem também que representar com fidedignidade o
fenômeno que se propõe representar”. Para que a representação da realidade
seja perfeitamente fidedigna, precisa ter três atributos: ser completa (ter toda
a informação necessária para a compreensão do usuário), neutra (sem viés na
apresentação, sem distorções) e livre de erro (a informação não tem erros ou
omissões, o processo utilizado na produção da informação foi livre de erros).
CARACTERÍSTICAS DE MELHORIA
Comparabilidade
De acordo com CFC 2011, a informação será mais útil se houver a possibili-
dade de comparação com outras entidades ou com outros períodos da mesma
entidade. As informações contábil-financeiras devem permitir que os usuários
identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.
Verificabilidade
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
159
Tempestividade
Compreensibilidade
Essa característica não quer dizer que todos irão compreender as informações
contábil-financeiras, uma vez que será necessário um conhecimento razoável
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Não podemos justificar que uma determinada informação não foi gerada
pelo fato de o custo ser muito alto, pois muitas informações dependem da
mesma estrutura física e pessoal para sua geral, além disso, a restrição de
custo aqui estudada trata de custo-benefício. Para saber se o custo é maior
do que o benefício gerado, é necessário evidenciar por meio de tabelas
comparativas, mas isso não é tão simples, por isso é sempre recomendável
gerar todas as informações necessárias aos usuários, somente não gerar as
desnecessárias ou não obrigadas por lei.
Fonte: os autores.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 3 - Demonstração do Resultado da empresa KCMC
Fonte: o autor.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
161
Alguns valores são cobrados dos clientes nas vendas de produtos, mercadorias
ou serviços, mas na realidade não contribuem de forma positiva para apuração
do resultado e por isso são deduzidos da receita bruta, chamamos estes valores
de Deduções da receita operacional bruta:
■■ Descontos e abatimentos – são valores que compõem a receita bruta, mas
não serão recebidos do cliente por liberalidade da empresa, tais como
promoções.
■■ Devoluções de venda – ocorre quando o cliente devolve os produtos ou
mercadorias por quaisquer motivos, como o valor da venda frustrada foi
considerado no valor da receita bruta, precisamos deduzir, para calcular-
mos a receita líquida da empresa.
■■ Impostos Incidentes sobre as Vendas: são valores que a empresa está obri-
gada a recolher ao fisco sobre as suas vendas brutas, reduzindo assim o
seu valor, como ICMS, PIS, COFINS, IPI e ISS.
Custos operacionais
Demonstração do Resultado
162 UNIDADE V
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): cada empresa apura o seu CMV –
Custo das Mercadorias Vendidas − mediante a utilização das Fichas de Controles
de Estoques e em obediência ao critério de estoques adotado.
Custo dos Serviços Prestados (CSP): são todos os valores desembolsados
pela empresa para a execução do serviço, os quais são necessários para a obten-
ção das receitas oriundas desses serviços.
Custo dos Produtos Vendidos (CPV): representa o Custo do produto que
foi industrializado na empresa e vendido.
Importante destacar que da Receita Operacional Líquida, se deduz os Custos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Operacionais para obter o Resultado Operacional Bruto ou Lucro Operacional
Bruto, o qual sofrerá as deduções das Despesas Operacionais.
Despesas operacionais
O art. 187, da Lei n.º 6.404/76, estabelece que, para se chegar ao lucro operacional, serão
deduzidas as “despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais” (BRASIL, 1976).
Ø Despesas com Vendas
Ø Despesas Administrativas
Ø Despesas Financeiras
Ø ( - ) Receitas Financeiras
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
163
Para finalizar, não podemos esquecer que o resultado final obtido com a
Demonstração do Resultado do Exercício, seja Lucro ou Prejuízo, será transferido
para o Balanço Patrimonial no grupo do Patrimônio Líquido como “Lucros ou
Prejuízos Acumulados”. No entanto, deve-se reforçar que, segundo a lei 6.404/76
(BRASIL, 1976), com suas posteriores atualizações, não se deve ter mais saldo na
conta Lucros Acumulados (patrimônio líquido), portanto deve-se distribuir o
lucro para as reservas ou como dividendos para os acionistas, contudo, durante
o ano, é possível que essa conta tenha saldo e vá acumulando o lucro durante o
ano, mas no final do ano (31/12) não deve ter saldo.
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BALANÇO PATRIMONIAL
Balanço Patrimonial
164
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Valores a Receber 2.443,75 Obrigações Trabalhistas e Sociais 12.920,78
Impostos a Recuperar 2.443,75 Obrigações Fiscais 1.309,14
Estoques 7.402,50 Obrigações por Financiamento
Mercadorias 7.402,50 Provisões Trabalhistas 613,15
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
165
ATIVO
máquinas etc.
Poderão ocorrer casos em que a empresa possua em seu imobilizado uma
máquina sem vida útil, sem capacidade instalada, não podendo gerar qualquer
benefício presente ou futuro para essa entidade, nesse caso, não será conside-
rado esse bem um Ativo, devendo, portanto, ser retirado do Ativo.
Circulante
Não Circulante
Balanço Patrimonial
166 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Muitas contas que constam no Ativo Circulante também constam no sub-
grupo Realizável a Longo Prazo (RLP). Pense comigo: quais contas jamais
constarão no RLP?
PASSIVO
Circulante
No passivo circulante são classificadas as dívidas a pagar a curto prazo, isso quer
dizer, vencíveis ou exigíveis até o final do exercício social seguinte. Como visto
na constituição da sociedade, é determinado qual será o dia de encerramento
do exercício social, que normalmente é 31/12, para que seja possível a compati-
bilidade com o encerramento do exercício fiscal.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
167
Não Circulante
Neste grupo de contas são registradas as obrigações que serão exigidas a partir
do final do exercício social seguinte, assim sendo, o subgrupo que normalmente
tem uma participação maior nesse grupo é o dos empréstimos e financiamen-
tos, por ser a principal fonte de recurso a longo prazo.
A cada período, uma parte da dívida a longo prazo vai sendo transferida para
o Passivo Circulante, por passar a ser de curto prazo, portanto, os pagamentos
são feitos no circulante, salvo se houver uma liquidação antecipada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Balanço Patrimonial
168 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, inves-
timentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).”
Essa nova subdivisão do ativo teve como objetivo compatibilizar a apresen-
tação do balanço Patrimonial no Brasil com as normas internacionais e, desta
forma, torna-lo compreensível pela comunidade internacional de negócios.
Fonte: Montoto (2015).
OUTRAS DEMONSTRAÇÕES
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
169
Saldo Ajustado
Lucro/Prejuízo do Período -21.604,46 -21.604,46
Destinações
Dividendos
Juros sobre Capital
Próprio
Outras Destinações
Aumento/Redução do
50.000,00 50.000,00
Capital Social
Saldo Final 50.000,00 -21.604,46 28.395,54
Fonte: o autor.
Outras Demonstrações
170 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A DFC tem suas operações classificadas em três grupos: Atividades
Operacionais, Atividades de Investimento e Atividades de Financiamento. A
seguir, veremos quais as definições de atividades operacionais, de investimento
e de financiamento expostas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
em seu Pronunciamento 03, que fala sobre as Demonstrações dos Fluxos de Caixa.
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de re-
ceita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e
de financiamento. Atividades de investimento são as referentes à aqui-
sição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não
incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento são
aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do
capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como
atividade operacional (CPC, 2008, p. 4).
A DFC pode ser elaborada de duas maneiras: pelo Método Direto ou Método
Indireto.
O Método Indireto “faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado
pelas operações, por isso é também chamado de método da reconciliação”
(IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2007, p. 445).
O Método Direto “explica as entradas e saídas brutas de dinheiro dos prin-
cipais componentes das atividades operacionais, como os recebimentos pelas
vendas de produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores e empregados”
(IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2007, p. 445).
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
171
NOTAS EXPLICATIVAS
Outras Demonstrações
172 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sendo assim, a empresa deve divulgar em notas explicativas outras informações
que sejam pertinentes e possam agregar mais informações ou detalhes sobre os
valores demonstrados no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado
do Exercício.
Por exemplo, normalmente as empresas demonstram no Balanço Patrimonial
o valor total dos estoques, no entanto é necessário que, para uma maior presta-
ção de informação ao usuário, a empresa evidencie em notas explicativas como
está composto essa conta de estoque, qual a quantidade de mercadorias (comér-
cio) que está sob a posse de terceiros e a parte que está com a empresa. No caso
da indústria, evidenciando-se quanto do estoque é de matéria-prima, quanto é
de produtos em processo e qual a quantidade de produtos acabados.
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
173
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
174
Recursos Empresariais
Os recursos utilizados pela gestão empresarial têm duas fontes possíveis: sócios e tercei-
ros. Temos algumas formas de analisar esses recursos: quanto à remuneração e quanto
à responsabilidade. Os terceiros têm interesse na remuneração dos recursos e no recebi-
mento deles, enquanto os sócios da empresa são responsáveis pela sociedade no valor
do montante de recursos investidos nela.
O capital próprio é composto pelos elementos que fazem parte do patrimônio líquido
e abrange o capital inicial (capital social) investido pelos proprietários bem como suas
variações, que são compostas pelos lucros, quando positivas, ou pelos prejuízos, quan-
do negativas.
O capital de terceiros corresponde a todas as dívidas ou obrigações exigíveis que a em-
presa possui e, portanto, possui também a obrigação de quitá-las em um determinado
momento, quando do seu vencimento.
Costumamos ouvir que não é bom ter dívidas, porém em determinados momentos se
faz necessário e o uso eficiente dos capitais de terceiros pode trazer inúmeros benefícios
à empresa. Os recursos de terceiros (dívidas ou obrigações) permitem que a rentabilida-
de do negócio seja maior do que seria somente com a utilização de recursos próprios,
então podemos afirmar que dívida é coisa boa, mas isso acontece desde que o retorno
do investimento feito na empresa com os recursos de terceiros seja maior do que o cus-
to dos recursos.
O capital de terceiros representa os investimentos feitos na empresa, com recursos pro-
venientes de terceiros. Nesse contexto, terceiros significa o conjunto de pessoas físicas
ou jurídicas com que a empresa tem dívidas: funcionários (salários), bancos (emprésti-
mos bancários), governo (impostos), fornecedores de mercadorias (fornecedores) etc.
O passivo exigível representa o endividamento da empresa e seu crescimento descon-
trolado pode levar a empresa a ter sérios problemas em honrar seus compromissos, le-
vando-a à falência.
O Capital total à disposição da empresa corresponde aos capitais próprios mais os capi-
tais de terceiros, os quais estão à disposição (disponíveis no ativo) ou investidos no ativo
em forma de bens e direitos. Sendo assim, podemos dizer que o capital é o conjunto de
valores disponíveis pela empresa em um determinado momento.
Todos os recursos que entram em uma empresa, passando pelo passivo (capitais de ter-
ceiros) e pelo patrimônio líquido (capital próprio), representam as origens de recursos
que, por sua vez, são investidos no ativo, que representam as aplicações.
Fonte: os autores.
175
Chegamos ao final deste livro, no qual propomos levar a você conteúdos gerais so-
bre o estudo da Contabilidade. Assim, os conteúdos aqui tratados não foram apro-
fundados, pois isto será objeto de outros materiais e também de suas pesquisas.
Este material foi preparado para o estudo de todos os estudantes das áreas empre-
sariais e não se restringe aos matriculados no curso de Ciências Contábeis. Temos
certeza que os conteúdos deste livro lhe ajudarão muito a compreender a contabi-
lidade e a contribuição da mesma para o ambiente empresarial.
Após a Unidade I, na qual estudamos os conceitos fundamentais mais relevantes,
você aprendeu sobre o conceito, finalidade, objeto e objetivo da contabilidade.
Também, sobre o método das partidas dobradas e as formas de fazer o lançamento
contábil. Na Unidade II discutimos os conceitos fundamentais do patrimônio, sua
composição e apuração do patrimônio líquido. Nesta unidade vimos que o patrimô-
nio é composto por Bens, Direitos e Obrigações e que o Patrimônio Líquido pode ser
obtido pela equação Bens + Direitos - Obrigações.
Continuando o estudo do patrimônio, na Unidade III estudamos os bens comercia-
lizáveis e aprendemos que a avaliação dos estoques deve ser feita de acordo com
o método escolhido e que é necessário fazer o controle permanente do inventário.
Junto disso, foi possível apreender que os bens não comercializáveis são adquiridos
para utilização nas atividades da empresa e que é necessário considerar a deprecia-
ção sobre eles.
Para que você tenha uma visão prática, utilizamos dados de uma empresa simulada
para desenvolver didaticamente o processo contábil, em que fizemos os lançamen-
tos no diário e razão, levantamento de balancete e finalmente tratamos sobre as
demonstrações contábeis (desde as características qualitativas necessárias para a
elaboração das demonstrações quanto o aspecto prático de cada uma delas).
Vamos em frente, sucesso sempre!
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