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CONTABILIDADE

INTRODUTÓRIA

Professor Me. José Manoel da Costa


Professor Me. Augusto Cesar Oliveira Camelo

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Qualidade Editorial e Textual
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação Daniel F. Hey, Hellyery Agda
a Distância; COSTA, José Manoel da; CAMELO, Augusto Cesar
Oliveira. Design Educacional
Ana Claudia Salvadego
Contabilidade Introdutória. José Manoel da Costa; Augusto Iconografia
Cesar Oliveira Camelo.
Isabela Soares
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018
Reimpresso em 2021 Projeto Gráfico
208 p. Jaime de Marchi Junior
“Graduação - EaD”. José Jhonny Coelho

1. Contabilidade. 2. Introdutória. 3. Contábeis. 4. EaD. I. Título. Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
ISBN 978-85-459-0591-2
CDD - 22 ed. 657 Editoração
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Fernando Henrique Mendes
Revisão Textual
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Érica Fernanda Ortega
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: Ilustração
Marta Kakitani
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
profissional, nos transformamos e, consequentemente,
Diretoria de
transformamos também a sociedade na qual estamos
Planejamento de Ensino
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desafios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
Diretoria Operacional
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
de Ensino
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores
e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES

Professor Me. José Manoel da Costa


Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias
(UNOPAR, 2014/2016). Especialização em Contabilidade Geral e Auditoria
(UEL, 1994/1995). Graduação em Ciências Contábeis (UEL, 1987/1993).
Atuou como coordenador do Curso Bacharelado em Ciências Contábeis na
modalidade EAD pela UNOPAR de 2007 a 2014. Atua como coordenador
dos cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira da Unicesumar EAD.
Professor de disciplinas nas áreas contábil e financeira.

Link: http://lattes.cnpq.br/8720424420446751

Professor Esp. Augusto Cesar Oliveira Camelo


Mestre em Ciências Contábeis, área de concentração Controladoria e linha
de pesquisa Contabilidade para Usuários Externos (2017). Especialização em
Auditoria e Perícia Contábil (UEM, 2004). Especialização em Controladoria e
Gerência Financeira (FCV, 2013). Graduação em Ciências Contábeis (UEVA,
2001). Mestrado em andamento em Ciências Contábeis (UEM, a concluir).
Atua como Professor de Graduação em Ciências Contábeis (Unicesumar),
Pós-Graduação Lato Sensu (FCV, PUC e Unicesumar) e Instrutor de
Cursos Empresariais. Tem experiência nas seguintes áreas: Administração
Financeira, Análise das Demonstrações Contábeis, Auditoria, Contabilidade
Agropecuária, Contabilidade Geral, Contabilidade Gerencial, Controladoria,
Perícia, Sistemas de Informações e Trabalho de Conclusão de Curso.

Link: http://lattes.cnpq.br/1755838524473556
APRESENTAÇÃO

CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA

SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) aluno(a)!
Seja bem-vindo(a) ao livro de Contabilidade Introdutória. Este material foi organizado
para contribuir com seus estudos, especialmente, sobre o aprendizado inicial da con-
tabilidade. Desse modo, os conteúdos estão organizados e divididos para facilitar a
sua compreensão em relação à hierarquia das contas (patrimoniais e de resultados) e à
realização dos lançamentos contábeis básicos de rotinas trabalhistas e operações com
mercadorias sem impostos.
Somos profissionais e professores de contabilidade: Augusto César Oliveira Camelo, Ba-
charel em Ciências Contábeis, Especialista em Auditoria, Perícia Contábil, Controladoria
e Gerência Financeira e Mestrando em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual
de Maringá, atuo há 15 anos como Contador e consultor de empresas, e há 12 anos
como docente dos cursos de graduação e pós-graduação em Administração e Ciências
Contábeis; José Manoel da Costa, contador e Mestre em Metodologias para o Ensino de
Linguagens e suas Tecnologias, profissional da contabilidade há mais de 30 anos, tem
experiência como contador em empresas de várias atividades econômicas, tais como:
cooperativas agrícolas, indústrias cervejeira, indústrias de açúcar e álcool, diversas ati-
vidades comerciais, foi proprietário de empresa de serviços contábeis e nos últimos 10
anos se dedica exclusivamente à educação superior nas áreas contábeis e finanças. Para
nós, é uma grande honra desenvolver este livro e poder contribuir com os vossos estu-
dos e com a pesquisa de temas relacionados à Contabilidade. Este livro está organizado
em cinco unidades.
A Unidade I abordará a hierarquia das contas contábeis em patrimoniais e de resultado,
as formas de apresentação dos lançamentos contábeis (débito e crédito) e a orientação
para realizar os lançamentos no razão contábil e utilização do balancete de verificação.
Cada tópico da Unidade será conceituado, ilustrado e exemplificado para facilitar o en-
tendimento de como funciona uma escrituração contábil e de quais livros auxiliares são
necessários para organizar esse conjunto de informações.
Na Unidade II, você conhecerá as verbas necessárias para calcular o salário, os descon-
tos e o 13º salário, com base nos preceitos legais da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), identificando, ainda, a diferença entre recibo de pagamento, resumo da folha de
pagamento, 13º salário, férias e rescisão do contrato de trabalho.
APRESENTAÇÃO

Na Unidade III, trabalharemos a contabilização dos fatos contábeis gerados pelos


cálculos da folha de pagamento (salário, 13º salário, férias e rescisão). Na ocasião,
utilizaremos o balancete de verificação como referência para identificar as contas de
débito, crédito e seus respectivos valores. Informações já estudadas nas Unidades I
e II também serão necessárias para melhor compreensão dos conceitos das verbas
salariais e da classificação das contas empregados nesta seção.
Na Unidade IV, serão abordados os conceitos dos inventários periódico e perma-
nente para controle do estoque de mercadorias. Em seguida, o capítulo apresen-
ta as formas de apuração do custo pelo inventário permanente e os métodos de
controle de estoque: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), Último que Entra,
Primeiro que Sai (UEPS) e Média Ponderada Móvel (MPM), de modo que você possa
compreender o funcionamento e a valoração das mercadorias pelos dois tipos de
inventários.
Finalmente, na Unidade V, daremos continuidade aos assuntos abordados na Uni-
dade anterior, discutindo e apresentando situações práticas que abrangem a movi-
mentação de mercadorias e a identificação do seu custo pelo inventário permanen-
te. Os exemplos utilizados contemplam as compras, as vendas e as devoluções de
mercadorias pelo método das partidas dobradas. Assim, esperamos que você possa
compreender aspectos básicos, porém importantes, dos lançamentos contábeis en-
volvendo verbas salariais e movimentação de mercadorias sem impostos, que servi-
rão de referência para a prática profissional, continuidade dos seus estudos.
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL

15 Introdução

16 Plano de Contas

23 Livro Diário

29 Livro Razão

34 Balancete de Verificação

38 Considerações Finais

47 Gabarito

UNIDADE II

ROTINAS TRABALHISTAS

51 Introdução

52 Recibo de Pagamento

82 Resumo da Folha

84 13º Salário

90 Férias

98 Rescisão do Contrato de Trabalho

109 Considerações Finais

117 Gabarito
10
SUMÁRIO

UNIDADE III

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL

121 Introdução

122 Contabilização do Resumo da Folha

129 Contabilização do 13º Salário

132 Contabilização das Férias

137 Contabilização da Rescisão do Contrato de Trabalho

142 Considerações Finais

149 Gabarito

UNIDADE IV

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS

153 Introdução

154 Inventário Periódico

160 Inventário Permanente

170 Considerações Finais

177 Gabarito
11
SUMÁRIO

UNIDADE V

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS

181 Introdução

182 Compra de Mercadorias Para Revenda

186 Venda de Mercadorias

189 Devolução de Compras de Mercadorias

191 Devolução de Vendas de Mercadorias

193 Inventário do Estoque de Mercadorias

196 Considerações Finais

204 Gabarito

205 CONCLUSÃO
Professor Esp. Augusto Cesar Oliveira Camelo

AS CONTAS E O PROCESSO

I
UNIDADE
CONTÁBIL

Objetivos de Aprendizagem
■ Entender a hierarquia das contas.
■ Aprender as formas de apresentação dos lançamentos.
■ Saber realizar os lançamentos no razão.
■ Compreender a finalidade do balancete e saber elaborar.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Plano de Contas
■ Livro Diário
■ Livro Razão
■ Balancete de Verificação
15

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a), a contabilidade é a ciência aplicada à apuração, mensu-


ração e evidenciação das alterações patrimoniais de uma entidade para fins de
acompanhamento e decisão dos gestores e demais usuários da informação con-
tábil. O modo como essas informações é gerado e divulgado passa, inicialmente,
pela organização e padronização do seu plano de contas para conduzir todo o
processo de registro e apuração do resultado contábil.
É nesse contexto que a Unidade I foi desenvolvida, abrangendo conceitos,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ilustrações e exemplos sobre os lançamentos contábeis; tendo o seu ponto de


partida na definição e padronização do plano de contas.
O plano de contas constitui a estrutura básica das contas patrimoniais e
de resultado, norteia os lançamentos de débito e crédito, é formado por contas
analíticas e sintéticas e organizado por diferentes níveis e grupos de contas para
tornar o processo de registro contábil uniformizado e funcional em relação à
composição, movimentação e natureza dos saldos.
Para que o aprendizado sobre os conhecimentos básicos da contabilidade
possam acontecer positivamente, essa Unidade propicia, ainda, uma abordagem
sobre os requisitos legais para a escrituração nos livros contábeis (Diário e Razão)
e um elenco dos elementos essenciais para o registro dos fatos administrativos.
Essa abordagem inclui informações sobre o método das partidas dobradas
no livro Diário e os lançamentos de primeira, segunda, terceira e quarta fórmula.
Na sequência, o livro Razão tem destaque por reproduzir os lançamentos
contábeis em forma de colunas com saldos devedores e credores.
Por fim, o Balancete de Verificação encerra este ciclo de lançamentos retra-
tando a apuração contábil em forma de tabela com colunas para evidenciar os
saldos anteriores, atuais e finais.
Assim, deseja-se que esta Unidade possa cumprir o seu papel de ensinar e
habilitar satisfatoriamente a você no entendimento e na prática dos conceitos
básicos da escrituração contábil.
Bons estudos!

Introdução
16 UNIDADE I

©shutterstock

PLANO DE CONTAS

Neste tópico, você estudará o conceito e a importância da contabilidade como gera-


dora de informação aos seus usuários e a estrutura do plano de contas contábil.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO E IMPORTÂNCIA

A contabilidade é muito antiga e sempre existiu para auxiliar seus usuários, pois
fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora
da empresa (MARION, 2009); e o seu desenvolvimento acompanha as necessi-
dades de informação da sociedade (FAVERO, 2009).
Contudo, para que essa informação chegue aos seus usuários com qualidade,
integridade, precisão e tempestividade, torna-se necessária uma organização dos
dados que produzirão os diversos relatórios contábeis.
Esses dados constituem a estrutura básica informacional das contas patri-
moniais e de resultado que conduzirão os lançamentos contábeis de pagamentos,
recebimentos, devoluções, investimentos, etc. Portanto, deve-se agrupar, orga-
nizar ou ordenar as contas em um plano contábil.
Segundo Padoveze (2012), o plano de contas visa atender às necessidades
de registro dos fatos contábeis administrativos, possibilitando a construção dos
relatórios contábeis e o atendimento a todos os usuários da informação.
Para Marion (2012), o plano de contas é indispensável para o registro de
todos os fatos contábeis, pois é ele que de forma ordenada agrupa todas as con-
tas que serão utilizadas pela contabilidade.
De modo abrangente, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2009)

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


17

define o plano de contas como o conjunto de títulos, apresentados de forma


coordenada e previamente definidos, traduzindo a estrutura das contas a serem
utilizadas de maneira uniforme para representar o estado patrimonial da enti-
dade e de suas variações, em determinado período.
Em outras palavras, o plano de contas representa uma estrutura de con-
tas contábeis com a finalidade de padronizar o processo de escrituração para
produzir os inúmeros relatórios e demonstrativos contábeis, como o Balanço
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido, entre outros.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

De acordo com Crepaldi (2013), o plano de contas é o elo de comunica-


ção da empresa com os diversos usuários da informação contábil, entre eles
destacam-se: os administradores, investidores, clientes, fornecedores, agentes
financeiros, fisco etc.
Vale ressaltar que o plano de contas é utilizado para contabilizar os fatos
administrativos e alterações do patrimônio das empresas privadas (empresa
com ou sem fins lucrativos) e das empresas públicas (esfera federal, estadual e
municipal). Em ambos os casos, há normas e leis específicas como sugestão de
estrutura, nomenclatura, códigos e distribuição das contas contábeis para dar
conformidade aos fins empresariais.
Para Bächtold (2011), o plano de contas é um instrumento de trabalho que
permite identificar todas as contas que poderão ser utilizadas pela empresa e
está ordenado segundo as diretrizes legais que orientam os registros contábeis.
Lembra, ainda, que não há um número mínimo ou máximo de contas, e que no
estabelecimento do plano é preciso que haja flexibilidade permitindo a inclusão de
contas – até mesmo daquelas em que a previsão de utilização seja em longo prazo.
Cordeiro (2006) salienta que a elaboração do plano de contas não é uma tarefa
simples, pois deve-se levar em consideração diversos aspectos, como o tamanho
da empresa e os interesses dos usuários da informação contábil.
Iudícibus e Marion (1991) exemplificam, conforme a figura a seguir, alguns
requisitos fundamentais a serem observados no desenvolvimento de um plano
de contas:

Plano de Contas
18 UNIDADE I

TAMANHO DA RAMO DE SISTEMA


USUÁRIOS
EMPRESA ATIVIDADE CONTÁBIL

O sistema contábil
Amplitude do desdo- O plano de contas Na definição do
usado pela empresa
bramento das contas deve ser elaborado plano de contas o
deve permitir as adap-
de uma empresa levando-se em interesse do
tações necessárias no
diferencia-se das consideração os usuário (interno
plano de contas
contas de uma objetivos, as ou externo)
conforme suas especifi-
pequena empresa, características e o também deve ser
cidades e da estrutura
em virtude da ênfase setor de atividade ponderado e
básica que norteia o
aos centros de custos de cada empresa respeitado
processo contábil

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - Requisitos fundamentais para delineamento do plano de contas
Fonte: adaptado de - Iudícibus e Marion (1991).

Assim, observa-se que a configuração do plano de contas respeita as caracterís-


ticas legais, operacionais e gerenciais de uma empresa para garantir a geração
de informações compreensíveis e seguras aos diversos usuários.
Para maior entendimento do assunto, o próximo tópico apresentará uma
estrutura básica para elaboração de um plano de contas contábil.

ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS

Após conhecer a definição e a importância do plano de contas como diretriz


e orientação dos lançamentos contábeis de uma empresa, torna-se oportuno
entender como este instrumento de trabalho permite, de forma sistematizada,
identificar todas as contas que serão utilizadas para o registro dos fatos que alte-
ram o estado patrimonial de uma entidade em determinado período.
Inicialmente, destaca-se a importância da codificação no plano de contas para
identificar cada conta, grupo de contas, classes, subgrupos e demais requisitos.
Em seguida, o desenvolvimento de um Manual descritivo e informativo da fun-
ção de cada conta, das suas contrapartidas e toda sua utilização (GRECO, 2006).

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


19

Em relação à codificação das contas, Cordeiro (2006) lembra que a sua elabo-
ração deve contemplar diversos níveis, permitindo o atendimento de informação
aos usuários da contabilidade dentro de uma lógica de classificação das opera-
ções realizadas pela empresa.
No entanto, a atribuição desses códigos dependerá do ambiente que será
aplicado o plano de contas, pois o uso excessivo de dígitos dificultará o enten-
dimento das informações geradas (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2007).
Utilizando os exemplos de Bächtold (2011), nos quais o autor faz uma relação
desses códigos com a matemática, fica simples compreender a relação numérica
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

com as contas contábeis. Assim, são utilizadas figuras de conjuntos e subconjun-


tos para representar essa relação alfanumérica apresentada a seguir:

1
1. 1
1. 1. 1

Figura 2 - Representação gráfica dos níveis de um plano de contas


Fonte: adaptado de Bächtold (2011).

Nesse formato, as contas e seus subgrupos caracterizam-se pelos diferentes


níveis numéricos. De tal modo que os grandes grupos de contas recebem ape-
nas um número, representando o 1º nível. As demais contas mostram-se como
subconjuntos e são numeradas pelos níveis seguintes (2º, 3º, 4º ou mais níveis),
confirmando que pertencem ao grupo maior. A quantidade de níveis será deter-
minada conforme a necessidade da empresa.
De modo simples, é possível ilustrar os níveis por grupos de contas contá-
beis conforme figura a seguir:

Plano de Contas
20 UNIDADE I

1º NÍVEL 2º NÍVEL 3º NÍVEL


(Grande grupos) (Grupos de contas) (Subdivisão do grupo de contas)

• 1 Ativo • 1.1 Ativo circulante • 1.1.1 Disponibilidade


• 2 Passivo • 1.2 Ativo não circulante • 1.1.2 Contas a receber
• 3 Receitas • 2.1 Passivo circulante • 1.1.3 Estoques
• 4 Despesas • 2.2 Passivo não circulante • 2.1.1 Obrigações com fornecedores
• 2.1.2 Obrigações fiscais

Figura 3 - Estrutura do plano de contas contábil por níveis de grupos e subgrupos


Fonte: adaptado de Bäcthold (2011).

Com base nesse exemplo, o plano de contas segue, normalmente, até o 5º nível, no

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
qual são utilizadas as contas analíticas para utilização nos lançamentos contábeis:

1º Nível 1 Ativo

2º Nível 1.1 Ativo Circulante


Contas Sintéticas

3º Nível 1.1.1 Disponibilidade

4º Nível 1.1.1.01 Caixa e fundo fixo

5º Nível 1.01.01.01.001 Caixa Conta Analítica

Figura 4 - Níveis do plano por contas sintéticas e analíticas


Fonte: os autores.

Assim, a cada lançamento contábil ou movimentação nessas contas analíticas,


haverá um efeito direto e imediato nas contas de nível superior (ou sintéticas),
aumentando ou diminuindo o saldo dessas contas.
Nessa lógica, Crepaldi (2013) ensina que as contas podem ser classificadas
conforme sua funcionalidade:

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


21

A. Quanto à composição, dividem-se em sintéticas e analíticas (contas que


exigem desdobramentos).
B. Quanto à natureza dos saldos, podem ser unilaterais ou bilaterais (con-
tas que sofrem variações aumentativas ou diminutivas).
C. Quanto à movimentação, manifestam-se como dinâmicas (eventos roti-
neiros: caixa) ou estáticas (eventos específicos: capital social).
D. Conforme legislação societária, em patrimoniais (ativo, passivo e patri-
mônio líquido) ou de resultado (receitas e despesas).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

E. E ainda, podem ser divididas em permanentes (contas criadas para aten-


dimento de fatos contínuos da empresa) ou transitórias (para situações
especiais).

A Lei das Sociedades por Ações (nº 6.404), em seu artigo nº 177, prevê que a
escrituração da companhia seja mantida em registros permanentes e observe
os métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo para registrar as muta-
ções patrimoniais segundo o regime de competência (BRASIL, 1976, on-line).
A legislação relaciona, ainda, grupos e contas contábeis. Como exemplo de
algumas contas patrimoniais observe o descrito nos artigos nº 179 e 180:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no


curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em
despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o


término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas,
adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas
(artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da compa-
nhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da
companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras so-


ciedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo
circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da com-
panhia ou da empresa;

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens cor-


póreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de

Plano de Contas
22 UNIDADE I

operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle


desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007);

V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009);

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos


destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finali-
dade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007);

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa


tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante
ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Passivo Exigível

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para


aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no pas-
sivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo
não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o
disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 11.941, de 2009).

Para maior entendimento sobre o assunto, analise o modelo de plano de contas,


abrangendo contas patrimoniais e de resultado, disponível no Anexo I deste livro.

O plano de contas deve ser capaz de satisfazer as necessidades de informa-


ção das diversas áreas envolvidas e cobrir cada segmento das atividades.
(Antonio Jorge Bastos Aresta; Sérgio Martins de Souza)

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


23

©shutterstock

LIVRO DIÁRIO

Neste tópico, você conhecerá o processo de escrituração contábil, a previsão legal


e técnica e os elementos essenciais para formalizar os lançamentos de débito e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

crédito.

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

A escrituração contábil é o registro dos fatos operacionais e administrativos de


uma empresa com ou sem fins lucrativos, pública ou privada, sobre as muta-
ções patrimoniais.
Conforme o artigo 177, da Lei 6.404, a escrituração deve ser mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos legais e aos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, observando-se os métodos ou critérios contá-
beis para registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência
(BRASIL, 1976, on-line).
Além de manter em registros permanentes, a escrituração contábil deverá
ser lançada em idioma e moeda correntes nacionais e critérios contábeis unifor-
mes no tempo em obediência às disposições legais pertinentes (GRECO, 2006).
O Regulamento do Imposto de Renda (RIR), por meio do Decreto nº 9.580,
de 22/11/2018, na seção sobre os livros comerciais, artigo 272, também prevê que
“a pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme de escrituração, meca-
nizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados, cujo número e espécie
ficam a seu critério”.
Segundo Favero (2009, p. 127), a escrituração contábil “é o ato de se registrar
nos livros da empresa as movimentações ocorridas em seu patrimônio”, represen-
tando, desta forma, uma variedade de lançamentos das operações empresariais

Livro Diário
24 UNIDADE I

seguindo uma sequência lógica para o registro da data, das contas e valores
correspondentes.
Assim, o lançamento ou escrituração contábil precisa conter elementos
essenciais como:
A. Local e data da ocorrência do fato contábil.
B. Conta debitada/devedora.
C. Conta creditada/credora.
D. Histórico com informações do documento suporte.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
E. Valor da operação ou transação.

Atualmente, a maior parte das empresas utiliza sistema eletrônico para efetuar sua
escrituração contábil. Embasada nos fatos contábeis e documentos de suporte, o
profissional digita o lançamento a débito e a crédito das contas envolvidas e o sis-
tema escritura automaticamente o Diário e Razão (VICECONTI; NEVES, 2013).
“Todavia, se não houver uma organização e controle por parte dos respon-
sáveis pela Contabilidade da empresa, as informações geradas não atingirão os
objetivos esperados” (FAVERO, 2009, p. 127). Sendo, portanto, fundamental um
plano de contas adequado às necessidades de informação dos gestores e demais
usuários da Contabilidade e maior atenção do Contador em relação à autentici-
dade da documentação que deu origem às variações patrimoniais.
Viceconti e Neves (2013) salientam, ainda, que o lançamento contábil é o
registro dos fatos (que provocam alterações na composição do patrimônio ou do
resultado empresarial) nos livros de escrituração comercial da empresa: Livros
Diário e Razão.
Nesse sentido, o Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406, de 2002, tam-
bém faz referência aos livros contábeis quando determina que o empresário
(com exceção do empresário rural e pequeno empresário) e a sociedade empre-
sária são obrigados a seguir um sistema contábil, mecanizado ou não, com base
na escrituração uniforme dos seus livros em consonância com a respectiva

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


25

documentação suporte. Para fins de levantamento, anual, do balanço patrimo-


nial e do resultado econômico.
É possível que alguns equívocos possam ocorrer no momento da escritu-
ração contábil, Grego (2006) lembra que diante dessas eventualidades os erros
deverão ser corrigidos mediante lançamento complementar ou estorno (parcial
ou total), efetuando-se um novo lançamento, caso seja necessário.
Com base nas orientações da Resolução nº 1.330/111 emitida pelo Conselho
Federal de Contabilidade sobre a retificação de lançamento contábil, é oportuno
destacar que esse procedimento técnico pode ser realizado por meio de estorno,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

transferência e complementação. Em qualquer das formas, o histórico indicará o


motivo da retificação, a data e o local do lançamento original (CFC, 2011, on-line).
A Resolução acima mencionada diferencia, ainda, o conceito de estorno,
transferência e complementação, conforme figura a seguir:

ESTORNO
ESTORNO TRANSFERÊNCIA
TRANSFERÊNCIA COMPLEMENTAÇÃO
COMPLEMENTAÇÃO
•• Consiste
Consiste em
em ••Lançamento
Lançamento de
de transferência
transferência éé ••ÉÉ aquele
aquele que
que vem
vem
lançamento
lançamento inverso
inverso aquele
aquele que
que promove
promove aa regu-
regu- posteriormente
posteriormente complementar,
complementar,
àquele
àquele feito
feito larização
larização de
deconta
conta aumentando
aumentando ou ou reduzindo
reduzindo oo
erroneamente,
erroneamente, indevidamente
indevidamente debitada
debitada ouou valor
valor anteriormente
anteriormente registrado.
registrado.
anulando-o
anulando-o totalmente
totalmente .. creditada,
creditada, por
por meio
meio da
da
transposição
transposição dodo registro
registro
para
para aa conta
conta adequada.
adequada.

Figura 5- Conceito de estorno, transferência e complementação


Fonte: Adaptado de: CFC (2011)

Desse modo, infere-se que os lançamentos contábeis não estão isentos de erros
ou falhas durante o processo de escrituração. Ocorrendo esse lapso, o profissio-
nal tem condições e o dever de retificá-lo através do estorno, da transferência ou
da complementação para que os fatos registrados na contabilidade sejam fiéis
àqueles ocorridos na empresa.

Para ter acesso ao conteúdo completo da Resolução 1.330/11, acesso o link no final desta Unidade e baixe
1

o arquivo Resolução no fim da página on-line.

Livro Diário
26 UNIDADE I

O LIVRO DIÁRIO

O Livro Diário registrará os fatos contábeis ocorridos na empresa em determi-


nado período para fins de atendimento à legislação e princípios contábeis.
Dentre tantos livros existentes na contabilidade, o Livro Diário é utilizado
para registrar todas as operações de uma entidade, em ordem cronológica, apli-
cando o método das partidas dobradas; onde a expressão ‘partidas dobradas’
não indica duplicidade ou repetição de um mesmo registro (IUDÍCIBUS et al.,
2010), mas uma operação, na qual cada valor debitado será igual ao valor cre-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ditado (GRECO, 2006).
Segundo Greco (2006), outras fórmulas ou métodos podem ser utilizados
para executar os registros contábeis no Diário:

Lançamento
Lançamento de
de 1ª
1ª Fórmula
Fórmula •• Quando
Quando há
há registro
registro de
de um
um débito
débito ee um
um crédito
crédito

Lançamento
Lançamento de
de 2ª
2ª Fórmula
Fórmula •• Registro
Registro de
de um
um débito
débitovários
várioscréditos
créditos

Lançamento
Lançamento de
de 3ª
3ª Fórmula
Fórmula ••Várias
Várias contas
contas são
são debitadas
debitadas ee apenas
apenas uma
uma creditada
creditada

Lançamento
Lançamento de
de 4ª
4ª Fórmula
Fórmula •• Diversas
Diversas contas
contas são
são debitadas
debitadas ee creditadas
creditadas simultaneamente
simultaneamente

Figura 6 - Lançamentos contábeis de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª fórmula


Fonte: Adaptado de: Greco (2006)

O Livro Diário, de escrituração obrigatória, deve contemplar as operações da


atividade mercantil que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patri-
monial da entidade (FAVERO, 2009). Essas operações devem ser registradas
contemplando os seguintes campos do Livro Diário:

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


27

Quadro 1 - Modelo da estrutura básica do livro diário


Fonte: os autores (2016)

NOME DA
DATA CONTA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO
CONTA
Saldo de 0,00 0,00
Transporte
01/06/20xx 2.01.01.01.001 Fornecedo- Pagamento 1.200,00
res nacionais da NF 123 –
Empresa ABC
Ltda.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

01/06/20xx 1.01.01.01.001 Caixa Pagamento 1.200,00


da NF 123 –
Empresa ABC
Ltda.
02/06/20xx 1.01.01.01.001 Caixa Recebimento 580,00
da NF 100106
– XYZ Acessó-
rios
02/06/20xx 1.01.03.01.001 Duplicatas a Recebimento 580,00
receber da NF 100106
– XYZ Acessó-
rios

Total do 1.780,00 1.780,00


período

Livro Diário
28 UNIDADE I

De modo mais abrangente, o RIR/99, artigo 258, determina que:


Sem prejuízo de exigências especiais da lei, é obrigatório o uso de Li-
vro Diário, encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que
serão lançados, dia a dia, diretamente ou por reprodução, os atos ou
operações da atividade, ou que modifiquem ou possam vir a modificar
a situação patrimonial da pessoa jurídica.

§ 1º Admite-se a escrituração resumida no Diário, por totais que não


excedam ao período de um mês, relativamente a contas cujas operações
sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde
que utilizados livros auxiliares para registro individualizado e conser-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vados os documentos que permitam sua perfeita verificação.

§ 2º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, no transporte dos


totais mensais dos livros auxiliares, para o Diário, deve ser feita refe-
rência às páginas em que as operações se encontram lançadas nos livros
auxiliares devidamente registrados.

§ 3º A pessoa jurídica que empregar escrituração mecanizada poderá


substituir o Diário e os livros facultativos ou auxiliares por fichas segui-
damente numeradas, mecânica ou tipograficamente.

§ 4º Os livros ou fichas do Diário, bem como os livros auxiliares refe-


ridos no § 1º, deverão conter termos de abertura e de encerramento,
e ser submetidos à autenticação no órgão competente do Registro do
Comércio, e, quando se tratar de sociedade civil, no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de Títulos e Documentos.

§ 5º Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-Correntes, que tam-


bém poderão ser escriturados em fichas, terão dispensada sua autenti-
cação quando as operações a que se reportarem tiverem sido lançadas,
pormenorizadamente, em livros devidamente registrados.

§ 6º No caso de substituição do Livro Diário por fichas, a pessoa jurí-


dica adotará livro próprio para inscrição do balanço e demais demons-
trações financeiras, o qual será autenticado no órgão de registro com-
petente (BRASIL, 1999, on-line).

Assim, observa-se que a legislação admite a escrituração mecanizada; justifi-


cando, portanto, a utilização expressiva pelas empresas e escritórios contábeis
de processos mecânicos e eletrônicos para registrar os lançamentos em folhas
que são encadernadas, numeradas e anexadas aos termos de abertura e encer-
ramento para registro e autenticação nos órgãos competentes.

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


29

©shutterstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

LIVRO RAZÃO

Neste tópico, você conhecerá os conceitos sobre o livro razão e as contas sintéti-
cas e analíticas, identificando o reflexo de cada lançamento contábil em colunas
de débito e crédito.

CONCEITO

O Livro Razão é mais um dos importantes livros exigidos pela legislação comer-
cial e que auxilia nos registros das movimentações patrimoniais de uma empresa
em determinado período.
Conforme Favero (2009, p. 131), o livro razão “representa um dos mais
importantes instrumentos de registro das operações da empresa, permitindo a
classificação dos fatos de acordo com sua natureza, envolvendo elementos patri-
moniais e de resultado”.
Iudícibus et al. (2010) orientam que neste livro utilizam-se as contas sepa-
radamente para representar cada tipo de elemento que compõe o Ativo, Passivo,
Patrimônio Líquido, Despesas ou Receitas. Cada uma dessas contas será distin-
guida das demais por sua denominação. Ou seja, neste livro o registro das contas
é feito de forma individualizada, viabilizando um controle por cada tipo de conta.
Segundo Greco (2006), essas contas registram todas as variações do patri-
mônio, possibilitando, desse modo, a elaboração das demonstrações contábeis.
Marion (2009) ressalta que o Razão é um livro obrigatório e em virtude de

Livro Razão
30 UNIDADE I

sua eficiência é indispensável em qualquer tipo de empresa, pois consiste no


agrupamento de valores em contas da mesma natureza e de forma racional. Na
linguagem contábil, os termos Razão e Razonete significam a mesma coisa, sendo
este último uma forma simplificada e derivada do Livro Razão.
O RIR/99, em seu artigo 259, estabelece que a pessoa jurídica deverá manter
o Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar as contas ou subcon-
tas em boa ordem e que a escrituração deverá ser individualizada, seguindo a
ordem cronológica das operações.
Exemplificando o funcionamento das contas no Razão, tem-se a conta de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Duplicatas a Receber como sintética e totalizadora dos saldos que a empresa tem
a receber das vendas efetuadas em determinado período. Assim, dentro da conta
Clientes existem contas (ou subcontas) analíticas que mostram, individualmente,
quanto a empresa tem a receber do Cliente A, Cliente B e assim por diante.
Marion (2009) apresenta um modelo didático e diferencia as contas analí-
ticas e sintéticas:
Quadro 2 - Diferença entre contas sintéticas e analíticas

RAZÃO SINTÉTICO (GERAL) RAZÃO ANALÍTICO (AUXILIAR)

CONTA SINTÉTICA CONTA ANALÍTICA


ESTOQUES Estoque de Mercadorias
Estoque de Produtos Acabados
Estoque de Produtos em Elaboração
Estoque de Matérias-primas
BANCOS CONTA MOVIMENTO Banco Alfa S/A
Banco Beta S/A
Banco da Praça S/A
FORNECEDORES Fornecedor ABC Ltda.
Fornecedor XYZ Ltda.
Fonte: adaptado de Marion (2009, p. 189).

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


31

Além da necessidade de compreender a diferença entre as contas sintéticas e analí-


ticas, é preciso aprender quais informações compreendem a ficha do Livro Razão.
Segundo Favero (2009, p. 132):
Não existe um modelo-padrão obrigatório para o razão. No entanto,
algumas informações são obrigatórias em sua apresentação, tais como:

a) Identificação da conta;

b) Data da operação;

c) Histórico;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) Coluna para lançamentos a débito;

e) Coluna para lançamentos a crédito; e

f) Coluna para o saldo (identificando se “devedor” ou “credor”).

Desse modo, apresenta-se um modelo simplificado e utilizado do Razão para


escriturar o saldo das contas utilizadas na escrituração contábil:
Quadro 3 - Modelo simplificado do livro razão

CONTA CONTÁBIL:
Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C

Fonte: adaptado de Favero (2009, p. 132).

Após conhecer a importância e o conceito do Razão, bem como do seu relacio-


namento com o termo Razonete (ou Razonete em T), a seguir apresenta-se um
esquema gráfico do funcionamento de uma ficha contábil do Razão a partir do
Razonete:

Livro Razão
32 UNIDADE I

Considere que determinada empresa, no dia 10/06/X1, tenha adquirido, à vista,


mercadorias para revenda no valor total de R$ 5.000,00:
Graficamente no Razonete tem-se a seguinte distribuição das contas e dos
valores:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na ficha do Razão o reflexo dessas equações está assim apresentado:
Quadro 4 - Conta Contábil: Caixa e Mercadorias

CONTA CONTÁBIL: CAIXA


DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C
31-05 Saldo anterior 80.000,00 - 80.000,00 D
10-06 Compra de mercadorias - 5.000,00 75.000,00 D

CONTA CONTÁBIL: MERCADORIAS


DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C
31-05 Saldo anterior - - 0,00 -
10-06 Compra de mercadorias 5.000,00 - 5.000,00 D
Fonte: os autores.

Por meio dos exemplos acima, é possível compreender como a dinâmica das
contas (saldo anterior, aquisição e saldo final) acontecem e como são represen-
tadas no Razão e Razonete.

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


33

Essa movimentação deve considerar o tipo de conta para lançar a débito (lado
esquerdo) ou a crédito (lado direito) conforme o aumento ou redução dos sal-
dos. Nesse sentido, tem-se o seguinte esquema para contribuir no entendimento
do que será debitado ou creditado:
Quadro 5 - Sistema de débito e crédito nos razonetes

CONTAS DO ATIVO
DÉBITO CRÉDITO SALDO
Aumentos Reduções DEVEDOR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CONTAS DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


DÉBITO CRÉDITO SALDO
Reduções Aumentos CREDOR
CONTAS DE RECEITAS
DÉBITO CRÉDITO SALDO
Reduções Aumentos CREDOR
CONTAS DE DESPESAS
DÉBITO CRÉDITO SALDO
Aumentos Reduções DEVEDOR
Fonte: os autores (2016).

Após a alocação dos saldos devedores ou credores, conforme movimentação


das contas Patrimoniais (Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido) ou contas de
Resultado (Receitas ou Despesas), o Razão apresentará um saldo final; é esse
saldo que aparecerá nas demonstrações contábeis.
Observe, portanto, que o ciclo de lançamentos contábeis é iniciado no Livro
Diário, depois essa informação é apresentada no Livro Razão e, por conseguinte, o
valor final é evidenciado no Balancete de Verificação e nos demonstrativos contábeis.

Livro Razão
34 UNIDADE I

©shutterstock

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Neste tópico, você estudará sobre o balancete de verificação de 2, 4 e 6 colunas e


entenderá o seu funcionamento em relação aos saldos anteriores, movimenta-
ção do mês e saldos finais das contas patrimoniais e de resultado.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO E ESTRUTURA

Seguindo a lógica de estruturação das informações contábeis aos seus diversos


usuários, iniciando pelo estabelecimento de um plano de contas e, posteriormente,
pela execução dos lançamentos contábeis nos livros Diário e Razão, têm-se um
ciclo de propagação informacional até alcançar o Balancete de Verificação e os
demonstrativos contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado
do Exercício etc.).
Viceconti e Neves (2013) ilustram perfeitamente como essas etapas ocorrem:








AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


35

Processo Contábil

Documentos Diversos

Livro Diário

Livro Razão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Balancete de Verificação

Balanço Patrimonial DRE Outras Demonstrações

Figura 7 - Processo de escrituração contábil completa


Fonte: adaptado de Viceconti e Neves (2013).

Segundo Greco (2006, p. 169):


O Balancete de Verificação compreende uma listagem de contas com
sua titulação prevista no Plano de Contas e que tenham registro inicial
e posterior de valores monetários correspondentes ao movimento do
mês, ou acumulado dos meses, total de débito e de crédito, e respectivo
saldo, devedor ou credor.

Conforme Favero (2009), o Balancete de Verificação pode ser elaborado com


duas ou mais colunas, de acordo com o interesse e a necessidade dos usuários
da informação contábil:
Quadro 6 - Balancete de verificação de 2 colunas

CONTAS SALDOS
DEVEDOR CREDOR

TOTAIS
Fonte: Favero (2009, p. 173).

Balancete de Verificação
36 UNIDADE I

Ao comparar a estrutura entre os Balancetes de 2 e 4 colunas, observa-se que


no primeiro é apresentado apenas o saldo final das contas (devedoras e credo-
ras) decorrentes da apuração contábil feita nos razonetes. Diferentemente do
segundo modelo, no qual são consideradas as colunas de movimentação do mês,
conforme quadro a seguir:
Quadro 7 - Balancete de verificação de 4 colunas

CONTAS MOVIMENTO DO MÊS SALDOS


DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TOTAIS
Fonte: Favero (2009, p. 173).

No modelo de 6 colunas, apresentado a seguir, percebe-se uma estrutura mais


completa da evolução das contas patrimoniais e de resultado; favorecendo opor-
tunidades de análise aos profissionais e usuários sobre a movimentação dos saldos
anteriores, atuais e finais. Nessas condições, outras análises podem surgir para
identificar variações aumentativas e diminutivas e o seu relacionamento com o
patrimônio empresarial.
Quadro 8 - Balancete de verificação de 6 colunas

MOVIMEN-
SALDOS
CONTAS TO SALDOS
ANTERIORES
DO MÊS
DEVEDOR CREDOR DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR

TOTAIS
Fonte: Favero (2009, p. 174).

Independente da quantidade de colunas, o Balancete pode ser extraído a qual-


quer tempo. Entretanto, o método mais usual é o de preparar relatórios mensais
para ciência e decisões da administração sobre a posição financeira e patrimo-
nial da empresa (GRECO, 2006).

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


37

Viceconti e Neves (2013) informam também que se o Balancete destinar-se


a fins externos, o relatório deverá conter o nome e assinatura do contabilista, sua
categoria profissional e número de registro no Conselho Regional de Contabilidade
(CRC) do seu Estado.
Dessa forma, conclui-se que o Balancete de Verificação poderá ser utilizado
de diversos formatos e atender demandas informacionais tanto internas quanto
externas. Adicionalmente, esse relatório fornecerá o saldo final das contas que
alimentará os demonstrativos contábeis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O livro diário e razão são essenciais para a evidenciação e manutenção das


informações contábeis, pois traduzem a movimentação patrimonial por
meio dos lançamentos de débito e crédito.
Leia mais sobre a escrituração contábil (livro diário, razão, documentação
contábil, contas de compensação, escrituração contábil de filial e retificação
de lançamento contábil) por meio da Resolução CFC nº 1.330/11, disponível
em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1330.pdf>.
A interpretação técnica estabelece critérios e procedimentos a serem ado-
tados pela entidade para a escrituração contábil e seus fatos patrimoniais e
orienta a sua adoção por todas as entidades, independente da natureza e do
porte, observadas as exigências da legislação e de outras normas aplicáveis.
Fonte: os autores.

Balancete de Verificação
38 UNIDADE I

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a)! Nesta primeira unidade, foram apresentados conceitos sobre


o plano de contas, sua hierarquia, codificação e funcionamento. Constituindo-se
como a estrutura básica de condução dos lançamentos contábeis e de informa-
ção à administração.
Conforme demonstrado, o plano de contas, constituído por contas sintéti-
cas e analíticas, tem como objetivo atender aos registros dos fatos contábeis e
possibilitar a produção dos relatórios e demonstrativos contábeis. Tornando-se,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dessa forma, indispensável ao ordenamento das contas para retratar a situação
patrimonial de uma entidade.
Na sequência, abordou-se sobre o registro dos fatos por meio da escritu-
ração contábil nos livros Diário e Razão e seus requisitos legais para mantê-lo
uniforme e pertinente aos princípios contábeis; bem como sobre os elementos
essenciais: local, data da ocorrência, conta devedora, conta credora, histórico e
valor da transação.
Após a definição do plano de contas, os lançamentos contábeis são regis-
trados no livro Diário aplicando o método das partidas dobradas por meio de
lançamentos de primeira, segunda, terceira e quarta fórmula.
Em uma sequência natural, o livro Razão auxilia os registros, utilizando as
contas separadamente para representar cada tipo de elemento patrimonial (ativo,
passivo e patrimônio líquido) ou de resultado (receitas e despesas), viabilizando
o controle individualizado e a continuidade do ciclo de lançamentos para evi-
denciação no Balancete de Verificação.
Por último, foi apresentado o conceito e alguns exemplos da estrutura do
Balancete para ilustrar a movimentação dos saldos anteriores, correntes e valores
finais. Acreditamos, assim, que esse início de estudo favorecerá o aprendizado
da contabilidade básica no que diz respeito à compreensão dos conceitos do
plano de contas, livro diário, razão e balancete, e permitirá aplicar esses concei-
tos praticando lançamentos de compra de mercadorias, pagamento de salários,
recebimento de duplicatas entre outros propostos neste livro.

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


39

1. Para definir um plano de contas, deve-se levar em consideração alguns requisi-


tos fundamentais, entre eles o texto destaca:
Assinale a alternativa correta.
a) O tamanho da empresa e a quantidade de usuários, uma vez que o ramo de
atividade não é importante para a definição de algumas contas.
b) O sistema contábil e o ramo de atividade empresarial.
c) O ramo de atividade empresarial, os usuários e os sistemas de informação,
com exceção do sistema contábil.
d) O tamanho da empresa, os usuários, o ramo de atividade e o sistema contábil.
e) O sistema contábil, o tamanho da empresa, o ramo de atividade e somente os
usuários internos (administradores, gestores etc.).

2. Considerando os níveis das contas sintéticas e analíticas do plano de contas, leia


as alternativas e assinale a correta:
I. A conta Caixa e equivalentes de caixa pode ser considerada de 3º nível e analítica.
II. A conta do 4º nível é considerada sintética.
III. A conta de ativo representa o 1º nível.
IV. A conta do 2º nível é analítica e utiliza-se nos lançamentos de partida dobrada.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. Em relação aos lançamentos de débito e crédito (partidas dobradas) feitos no


livro Diário, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O lançamento de 3ª fórmula registra um débito e apenas um crédito.
( ) O lançamento que representa várias contas debitadas e apenas uma cre-
ditada crédito é 4ª fórmula.
( ) O lançamento de 1ª fórmula registra uma conta devedora e outra credora.
40

a) F; F; V.
b) V; V; F.
c) V; F; V.
d) F; V; F.
e) F; V; V.

4. A retificação dos lançamentos contábeis é possível e pode ser realizada por:


a) Estorno, transferência (lançamento inverso) e complementação.
b) Complementação (valor aumentado ou reduzido), transferência (lançamento
inverso) e estorno.
c) Transferência, estorno (lançamento inverso) e complementação.
d) Complementação, estorno (transposição do registro para a conta adequada)
e transferência.
e) Estorno (valor aumentado ou reduzido), transferência e complementação
(transposição de registro para a conta adequada).

5. Com base no conceito e funcionamento dos razonetes para lançamento das


contas de débito e crédito, considere as seguintes afirmativas:
I. As contas de PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO são lançadas a CRÉDITO quan-
do há aumento.
II. As contas do ATIVO são lançadas a DÉBITO quando ocorrem aumentos.
III. As contas do ATIVO são lançadas a DÉBITO quando há reduções e as do PASSI-
VO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO quando há aumento.
IV. As contas de RECEITAS são CREDITADAS quando há reduções.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
41

A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA CONTABILIDADE


Muitas são as formas em que as empresas, seus sócios e administradores podem ser
condenados por leis comerciais, civis e penais pelo fato de não manter em ordem sua
Contabilidade.
Seja pelo motivo de não levar a sério a documentação relativa à transação operacional,
fazer negócios fora do objeto social, misturar ou confundir bens particulares do sócio
e da empresa, cometer desvios ou até mesmo efetuar contratação de um profissional
despreparado.
A Contabilidade é a alma da empresa, nela ficam registrados todos os atos e fatos. Se
os atos do administrador são corretos: documentação adequada, transações negociais
dentro do objeto da empresa, o reflexo é imediato - a Contabilidade é transparente.
Caso contrário pode ser utilizada para incriminar a empresa, sócios, administradores e
contador que foram relapsos e desleixados.
No Brasil, principalmente nas médias e pequenas empresas, há o vício dos administra-
dores não se preocuparem com a Contabilidade: “a Contabilidade é que se vire”. Essa
atitude custa caro: crime fiscal, indisponibilidade dos bens dos sócios e administradores,
pesadas multas, tributos, ingerência, concordata, falência etc.
É mister aos empresários e contadores conhecerem a definição de crimes, fraudes, dolos,
erros, simulações, arbitramentos fiscais, distribuição de lucros, responsabilidade; meios
e privilégios de manter a escrita contábil saudável, como prova a favor da empresa nos
mais variados embates em que estão sujeitos.
Não basta que o Contador apenas evite os procedimentos viciosos para não se configu-
rar fraude. Deverá, também, manter em ordem a Contabilidade da empresa e para isso
deverá conciliar a Contabilidade com os documentos e os diversos relatórios dos demais
setores que dão suporte aos lançamentos contábeis, bem assim elaborar planilhas, re-
latórios e composição dos saldos das contas contábeis, isto é, planilhas auxiliares que
comprovem a correção dos saldos existentes na contabilidade.
Exemplo: Planilha de empréstimos bancários com os respectivos juros e atualizações, os
quais estão em conformidade com a Contabilidade. O objetivo é que as Demonstrações
Contábeis espelhem a realidade da empresa dentro dos Princípios, Convenções e Pos-
tulados Contábeis.
O Contabilista, por sua vez, deve ter ciência dos saldos existentes no Balancete ou no
Balanço Patrimonial.
42

Como vimos, a certeza de que os saldos contábeis estão corretos está na empresa e
quanto mais houver o confronto dos relatórios de cada setor com a Contabilidade, maior
será a precisão das informações contidas no Balanço Contábil da empresa.
Dessa forma, podemos dizer que a Contabilidade espelha realidade da empresa deso-
brigando os sócios, os administradores e o próprio contador de responderem com seus
bens pessoais em questionamentos tributários, civis, comerciais, penais e criminais, pro-
vando que os mesmos não agiram de forma enganosa, lesiva ou com abuso de poderes
perante terceiros.
Fonte: Teixeira (2016, on-line)¹.
MATERIAL COMPLEMENTAR

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com o objetivo de uniformizar as práticas contábeis, elaborou o
Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), adequado às Normas Brasileiras de Contabilidade,
aos padrões internacionais de Contabilidade e aos demais dispositivos legais vigentes, permitindo
a padronização das contas conforme determina a Lei de Responsabilidade.
Leia mais!
Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/pcasp.>.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou um Manual de Contabilidade para o Sistema


CFC e Conselhos Regionais de Contabilidade como um guia de orientação para registro e
divulgação das demonstrações contábeis aplicadas ao setor público. Considerando uma valiosa
ferramenta de referência ao profissional contábil, é possível conhecer no Capítulo IV a estrutura,
função e funcionamento do plano de contas aplicado ao setor público. No referido capítulo, você
aprenderá sobre os conceitos, a estrutura e a codificação sintética do plano de contas.
Leia mais!
Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/manual_cont.
pdf.>.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

ARESTAS, A. J. B.; SOUZA, S. M. Plano de contas: um novo enfoque de definição.


RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 19, n. 4, p. 73-77. Rio de Janeiro:
FGV, 1979. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/article/
view/39696/38432>. Acesso em: 01 jul. 2016.
BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Instituto Federal do Paraná - Educação a dis-
tância. Curitiba: IFPR, 2011. Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/
stories/pdf/proeja/contabil_basica.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2016.
BRASIL, Presidência da República. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, dispõe
sobre as sociedades por ações. Casa Civil. Brasília. Disponível em: <http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 26 jun. 2016.
______, Presidência da República. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, institui
o código civil. Casa Civil. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 03 jul. 2016.
______, Presidência da República. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018.
Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Impos-
to sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Casa Civil. Brasília. Dispo-
nível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/
content/id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-
de-2018-51525026>. Acesso em: 25 jan. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Manual de contabilidade do sis-
tema CFC/CRCs. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wor-
dpress/wp-content/uploads/2013/01/manual_cont.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2016.
_____, Escrituração contábil. Resolução nº 1.330/11, aprova a ITG 2000. Brasília:
CFC, 2011. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?-
codigo=2011/001330>. Acesso em: 29 jun. 2016.
CORDEIRO, L. Elaboração do plano de contas: um estudo em escritórios de con-
tabilidade de Florianópolis. Florianópolis: UFSC, 2006. Disponível em: <http://tcc.
bu.ufsc.br/Contabeis294170>. Acesso em 28 jun. 2016.
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
FAVERO, H. L. Contabilidade: teoria e prática, v. 1,5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
GRECO, A. L. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2006.
IUDÍCIBUS, S. de. MARION, J. C. Contabilidade comercial. 3. ed. 3. triagem. São Pau-
lo: Atlas, 1991.
______, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades
por ações: aplicável também às demais sociedades. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
______, S.; et al. Contabilidade introdutória. Equipe de professores da FEA-USP. 11.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
45
REFERÊNCIAS

MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.


______, J. C. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: uma introdução à prática contá-
bil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Contabilidade básica. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

REFERÊNCIA ON-LINE

Em <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/contabilidadesaudavel.
¹

htm>. Acesso em: 31 out. 2016.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL


GABARITO
I
UNIDADE

1) D.

3) A.

5) A.
4) C.
2) B.
46
Professor Me. José Manoel da Costa

II
UNIDADE
ROTINAS TRABALHISTAS

Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer as verbas necessárias para calcular o salário líquido.
■ Aprender a elaborar o Resumo da Folha com Proventos, Descontos e
Encargos.
■ Entender os cálculos do 13º salário.
■ Saber realizar os cálculos das verbas referente a férias.
■ Calcular a rescisão de contrato de trabalho.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Recibo de Pagamento
■ Resumo da Folha
■ 13º Salário
■ Férias
■ Rescisão do contrato de trabalho
49

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a)! As rotinas trabalhistas devem ser tratadas com muito cui-
dado nas empresas, independente de ser realizadas diretamente pelo departamento
contábil ou não, pois envolvem a relação de trabalho com os seus colaboradores.
A vida profissional de um colaborador começa no processo de recrutamento e
seleção e encerra depois da rescisão do contrato, com o cumprimento de algu-
mas obrigações acessórias. No entanto, o que consideramos rotinas trabalhistas
diz respeito ao atendimento aos empregados da admissão até a quitação dos seus
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

haveres calculados na rescisão do contrato de trabalho.


Nesta unidade de estudo, vamos estudar os cálculos das verbas trabalhistas,
sejam elas crédito ou débito dos empregados, para isso precisamos nos apoiar
na legislação, pois cada uma delas tem dispositivos legais que determinam como
devem ser calculadas. A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (Lei 5452 de
1 de maio de 1943) será nossa principal, porém não única referência.
As atividades consideradas como rotinas trabalhistas refletem diretamente
no salário líquido do trabalhador, no entanto, o recibo de recebimento de salário
é uma das menores partes da atividade, pois além do demonstrativo de verbas
aos empregados, é necessário elaborar a folha de pagamento ou resumo da folha
de pagamento, que conterá todos os empregados, sócios que recebem pró-la-
bore, autônomos que prestaram serviços durante o período, também deverá
conter os encargos que são gastos da empresa, que não são demonstrados no
recibo de pagamento.
Também são consideradas rotinas trabalhistas os cálculos referentes a: décimo
terceiro salário, que deverá ser pago em novembro e dezembro de cada ano; férias,
que deverão ser gozadas a partir de doze meses de trabalho na mesma empresa;
e a rescisão de contrato de trabalho, pagamento final ao trabalhador. Cada uma
destas rotinas serão calculadas e demonstradas passo a passo para que o apren-
dizado aconteça por meio de exemplos detalhados.
Temos muitos conteúdos importantes que nos levarão ao conhecimento.
Ótima leitura!

Introdução
50 UNIDADE II

©shutterstock

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RECIBO DE PAGAMENTO

Olá, aluno(a), no recibo de pagamento entregue ao empregado no momento


do pagamento de seu salário líquido devem ser demonstradas todas as verbas,
tanto as positivas (caso do salário, horas extras, adicionais, salário família etc.)
quanto as negativas (caso dos descontos de INSS, FGTS, Vale Transporte etc.).
Utilizaremos neste material de estudo um Recibo de Pagamento simplificado
para demonstrar as verbas calculadas. No recibo fornecido pelo empregador,
normalmente tem diversas outras informações cadastrais. Vamos calcular passo
a passo as verbas de dois empregados para abarcar a maior quantidade de ver-
bas possíveis, tanto de proventos quanto de descontos. No mês de março/20XX
que tem 26 dias úteis e 5 não úteis, a situação dos dois empregados é a seguinte:
■ Fernanda Lima da Silva
■ Função: assistente administrativo;
■ Salário mensal contratual: R$1.100,00;
■ Filhos: 3 filhos menores de 14 anos;
■ Transporte público para ir ao trabalho: R$160,00 por mês (40 viagens x R$4,00);
■ Carga horária semanal: 44 horas semanais cumprindo a seguinte jornada diá-
ria de segunda a sexta-feira: 14h00 às 18h00 e 19h12 às 23h45;
■ Faltas não justificadas: 2 em uma semana e 1 em outra semana;
■ Horas extras em março/20XX: 02 horas de segunda a sábado e 05 horas em
domingos.

■ Bruno Gonçalves dos Santos


■ Função: gerente administrativo;

ROTINAS TRABALHISTAS
51

■ Salário mensal contratual: R$4.000,00;


■ Filhos: 1 filho com 14 anos e 2 com 19 anos de idade;
■ Carga horária semanal: 36 horas semanais cumprindo a seguinte jornada diá-
ria de segunda a sexta-feira: 08h00 às 12h00 e 14h48 às 18h00;
■ Horas extras em março/20XX: 16 horas de segunda a sábado e 16 horas em
domingos.

PROVENTOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O principal provento é o salário, pois para que haja a relação de emprego é neces-
sário que seja combinado um salário entre empregador e empregado. Além do
salário, podemos ter diversas outras verbas positivas em decorrência da prestação
de seus serviços do empregado ao empregador, verbas estas que serão concei-
tuadas e calculadas individualmente para que você possa aprender a partir de
aspectos teóricos e práticos. A soma do salário com as outras verbas positivas
é denominada remuneração. O art. 457 da CLT (BRASIL, 1943) dispõe que a
remuneração é a soma do salário e outras vantagens e adicionais, concedidos ao
empregado em função das suas atividades, como: horas extras; adicional de insa-
lubridade; adicional de periculosidade; adicional noturno; comissões; gorjetas;
gratificações contratuais; prêmios; ajudas de custo; e quaisquer outras parcelas
pagas habitualmente, ainda que em utilidades, previstas em acordo ou conven-
ção coletiva ou mesmo que concedidas por liberalidade do empregador.

Salários

A CLT (BRASIL, 1943, on-line) diz no Art. 3º: “Considera-se empregado toda
pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob
a dependência deste e mediante salário”, os dois trabalhadores que vamos uti-
lizar para calcular o recibo de pagamento estão enquadrados nestas condições.
Vamos começar a elaboração do Recibo de Pagamento de Salário conside-
rando somente o salário contratual dos dois empregados.

Recibo de Pagamento
52 UNIDADE II

Quadro 1: Recibo de Pagamento de Salário

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores

Temos então um recibo parcial, pois com certeza teremos outras verbas; caso
houvesse a possibilidade de termos somente esta verba, teríamos então o salá-
rio líquido de Fernanda de R$1.100,00 e de Bruno de R$4.000,00.

ROTINAS TRABALHISTAS
53

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO?


Salário é a contraprestação devida ao empregado pela prestação de servi-
ços, em decorrência do contrato de trabalho.
Já a remuneração é a soma do salário contratualmente estipulado (mensal,
por hora, por tarefa, etc.) com outras vantagens percebidas na vigência do
contrato de trabalho como horas extras, adicional noturno, adicional de pe-
riculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações, diárias
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

para viagem, entre outras.


A remuneração é gênero e salário é a espécie desse gênero. A palavra re-
muneração passou a indicar a totalidade dos ganhos do empregado, pa-
gos diretamente ou não pelo empregador e a palavra salário, para indicar
os ganhos recebidos diretamente pelo empregador pela contraprestação
do trabalho.
Fonte: Guia Trabalhista ([2016], online)1.

Horas Extras e Repouso Semanal Remunerado

A CF (BRASIL, 1988, on-line) diz no Art. 7º, inciso XVI, que são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais a “remuneração do serviço extraordinário supe-
rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal”; e a CLT (BRASIL, 1943,
on-line) no Art. 59 pontua que “a duração normal do trabalho poderá ser acres-
cida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo
de trabalho”.
As horas suplementares podem ser compensadas desde que não ultrapasse
a carga horária de trabalho semanal, como é o caso da Fernanda, que cumpre
44 horas semanais de segunda a sexta-feira, trabalhando então 48 minutos diá-
rios a mais. As horas excedentes devem ser remuneradas, considerando a CF
(Constituição Federal), a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e a Convenção
Coletiva ou Dissídio Coletivo, sempre o que for mais benéfico para o empre-
gado. Neste material, vamos considerar 50% de acréscimos para horas extras de

Recibo de Pagamento
54 UNIDADE II

segunda a sábado e 100% para domingos e feriados, mas se a convenção estipu-


lar percentual maior deverá ser considerado o estipulado na convenção.
Sobre o RSR, vamos ver no quadro a seguir, o que dizem os dispositivos legais:
Quadro 2: – Repouso Semanal Remunerado (RSR)

CF ART 7º INCISO XV CLT ART. 67 (BRASIL, 1943, LEI 605/49 ART. 1º (BRASIL,
(BRASIL, 1988, ON-LINE) ON-LINE) 1949, ON-LINE)
São direitos dos trabalha- Será assegurado a todo Todo empregado tem di-
dores urbanos e rurais, empregado um descanso reito ao repouso semanal
além de outros que semanal de 24 (vinte e remunerado de vinte e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
visem à melhoria de sua quatro) horas consecuti- quatro horas consecuti-
condição social: vas, o qual, salvo motivo vas, preferentemente aos
XV - repouso semanal de conveniência pública domingos e, nos limites
remunerado, preferen- ou necessidade impe- das exigências técni-
cialmente aos domingos. riosa do serviço, deverá cas das empresas, nos
coincidir com o domingo, feriados civis e religiosos,
no todo ou em parte. de acordo com a tradição
local.
Fonte: os autores.

Os empregados que tem o seu salário contratual mensal não tem destacado no
seu recibo de pagamento o valor do RSR, porque o valor combinado é mensal,
independente de quantos domingos ou feriados tenham durante o mês, neste
caso existe o repouso sem prejuízo do salário.
Para as verbas que são pagas além do salário, como é o caso das horas extras,
comissões, produtividade entre outras, deverá ser pago o RSR à parte, pois são
horas e valores cumpridos além da carga horária contratada. Para calcular o RSR
sobre as verbas variáveis, devemos primeiramente levantar quantos dias úteis tem
o mês, pois o cálculo é feito a partir do valor da verba base, dividindo-se pelos
dias úteis e multiplicando pelos dias não úteis. Exemplificando: se o mês de apu-
ração tem 26 dias úteis e 5 dias não úteis e o valor de horas extras é de R$409,20,
o valor de RSR sobre horas extras será calculado assim: 409,20 dividido pelos
26 dias úteis e multiplicado pelos 5 dias não úteis, assim o RSR será de R$78,69.
Veja a seguir os cálculos realizados para encontrar os valores das horas extras
e RSR sobre as horas extras, que serão lançados no recibo de pagamento:

ROTINAS TRABALHISTAS
55

Quadro 3 - Cálculo de horas extras e RSR sobre horas extras


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores

Vamos continuar o preenchimento dos Recibos de Pagamento de Salário:


Quadro 4 - Recibo de Pagamento de Salário

Recibo de Pagamento
56 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores

Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras e RSR,
caso houvesse a possiblidade de termos somente estas verbas, teríamos então o
salário líquido de Fernanda de R$1.070,54 e de Bruno de R$5.483,61.








ROTINAS TRABALHISTAS
57

SUPRESSÃO DE HORAS EXTRAS


Quando o empregado realiza um trabalho extraordinário com habitualida-
de por mais de um ano, terá direito a indenização no valor de um mês de
horas extras para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses, o cálcu-
lo deverá considerar a média das horas extras feitas nos últimos 12 meses.
A Súmula 291 do TST, alterada pela Resolução Administrativa nº 174/2011
de 27.05.2011, estabelece que:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar


prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegu-
ra ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1
(um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou
fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da
jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares
nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo
valor da hora extra do dia da supressão (BRASIL, 2011).
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho ([2016], on-line).

Adicionais de Insalubridade e Periculosidade

Algumas atividades laborais são consideradas insalubres (prejudiciais à saúde


do trabalhador) e outras consideradas perigosas. Os trabalhadores expostos a
situações de insalubridade ou periculosidade têm o direito de receber um valor
adicional aos seus salários.
O Adicional de Insalubridade é calculado sobre o valor do salário mínimo
nacional, de acordo com o grau de insalubridade, a tabela a seguir considera os
graus de acordo com a legislação e o valor tomando como base o salário mínimo
vigente em 2021 de R$ 1.100,00.

Recibo de Pagamento
58 UNIDADE II

Quadro 5 - Adicional de Insalubridade

GRAU PERCENTUAL VALOR


Mínimo 10% R$110,00
Médio 20% R$220,00
Máximo 40% R$440,00
Fonte: os autores.

O Adicional de Periculosidade é de 30% sobre o salário contratual do empregado.


Os artigos 189 a 194 da CLT (BRASIL, 1943) com redação dada pelas Leis
6.514/1977 (BRASIL, 1977, on-line), 12.740/2012 (BRASIL, 2012, on-line) e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
12.997/2014 (BRASIL, 2014, on-line) dizem o seguinte:
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aque-
las que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expo-
nham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do
tempo de exposição aos seus efeitos. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
de 22.12.1977)

Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades


e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracteri-
zação da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos,
meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a
esses agentes. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas


de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem
aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos. (Redação
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:


(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho den-


tro dos limites de tolerância; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao traba-


lhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de
tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, com-


provada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para
sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

ROTINAS TRABALHISTAS
59

Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos


limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, asse-
gura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por
cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo
da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e míni-
mo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

Art. 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na for-


ma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Empre-
go, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem
risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
(Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº


12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades pro-


fissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº
12.740, de 2012)

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empre-


gado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que


porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma


natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo
coletivo. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador


em motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014)

Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de


periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou inte-
gridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Mi-
nistério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

Visando o aspecto prático do nosso estudo, vamos considerar que a Fernanda Lima
da Silva tem direito ao Adicional de Insalubridade grau 1 e o Bruno Gonçalves
dos Santos tem direito ao Adicional de Periculosidade.

Recibo de Pagamento
60 UNIDADE II

Quadro 6 - Recibo de Pagamento de Salário

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores

ROTINAS TRABALHISTAS
61

Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras, RSR e
os Adicionais de Insalubridade e Periculosidade; caso houvesse a possibilidade
de termos somente estas verbas, teríamos então o salário líquido de Fernanda
de R$ 1.287,50 e de Bruno de R$6.683,61.

Adicional Noturno

Considera-se período noturno as horas trabalhadas no seguinte intervalo: tra-


balho urbano das 22h00 até as 5h00, trabalho agrícola das 21h00 até as 5h00 e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

trabalho na pecuária das 20h00 até as 4h00, sendo que o adicional será de 20%
para o trabalho urbano e de 25% para atividade agrícola e pecuária.
As horas noturnas têm a duração de 52 minutos e 30 segundos, portanto,
a cada 7 horas considera-se 8 horas trabalhadas, como a assistente administra-
tivo trabalha das 22h00 até 23h45, como em março/20XX são 26 dias, temos
que considerar 2 horas de adicional noturno por dia que são 52 horas no mês.
O Art. 73 da CLT (BRASIL, 1943, on-line) diz sobre o trabalho noturno urbano:
Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho no-
turno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo me-
nos, sobre a hora diurna. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666,
28.8.1946)

§ 1º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 (cin-


quenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos; (Redação dada pelo De-
creto-lei nº 9.666, 28.8.1946)

§ 2º - Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho exe-


cutado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas
do dia seguinte. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)
(BRASIL, 1943).

A Lei 5889 de 08 de junho de 1973, que estatui normas reguladoras do traba-


lho rural diz no Art. 7º:
Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o exe-
cutado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia
seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas
do dia seguinte, na atividade pecuária.

Recibo de Pagamento
62 UNIDADE II

Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco
por cento) sobre a remuneração normal. (BRASIL, 1973, on-line)
Vamos calcular o adicional noturno da Fernanda Lima da Silva no quadro
a seguir:
Quadro 7 - Adicional Noturno

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores

A seguir, vamos demonstrar os recibos de pagamento dos dois empregados, mas


somente o da Fernanda terá alterações, pois o Bruno não teve trabalho noturno.








ROTINAS TRABALHISTAS
63

Quadro 8 - Recibo de Pagamento de Salário

1.100,00
15,00
50,00
2,88
9,62
110,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

52,00
10,00

1.349,50

1.349,50

Fonte: os autores

Recibo de Pagamento
64 UNIDADE II

Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras, RSR,
os Adicionais de Insalubridade e Periculosidade e Adicional Noturno, caso hou-
vesse a possibilidade de termos somente estas verbas, teríamos então o salário
líquido de Fernanda de R$ 1.349,50 e de Bruno de R$6.683,61.

Salário Família

O Salário-Família não é uma despesa da empresa, pois a empresa paga aos


empregados, mas deduz do valor a pagar ao INSS, portanto é uma despesa da

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
previdência em benefício ao trabalhador que tenha filhos menores de 14 anos e
esteja enquadrado nas regras para concessão do benefício.
Em 2021, as regras para o salario familia foram definidas pelaPortaria SEPRT/
ME No 477 (2021, on-line), de 12 de janeiro de 2021, que em seu Art. 4º diz:
Art. 4º O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de
qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade, ou inválido de
qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2021, é de R$ 51,27 (cin-
quenta e um reais e vinte e sete centavos) para o segurado com remu-
neração mensal não superior a R$ 1.503,25 (um mil quinhentos e três
reais e vinte e cinco centavos).

§ 1º Para fins do disposto neste artigo, considera-se remuneração men-


sal do segurado o valor total do respectivo salário de contribuição, ain-
da que resultante da soma dos salários de contribuição

correspondentes a atividades simultâneas.

§ 2º O direito à cota do salário-família é definido em razão da

remuneração que seria devida ao empregado no mês, independente-


mente do número de dias efetivamente trabalhados.

§ 3º Todas as importâncias que integram o salário de contribuição se-


rão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, ex-

ROTINAS TRABALHISTAS
65

ceto o décimo terceiro salário e o adicional de férias previsto no inciso


XVII do art. 7º da Constituição, para efeito de definição do direito à
cota do salário-família.

§ 4º A cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias tra-


balhados nos meses de admissão e demissão do empregado.

Com base na referida portaria, segue tabela de valores:


Quadro 9 - Tabela Salário Família 2021

TABELA SALÁRIO FAMÍLIA A PARTIR DE 01/01/2021


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Remuneração Quota
Até R$ 1.503,25 R$ 51,27
Fonte: Art. 4o - Portaria SEPRT/ME No 477, de 12 de janeiro de 2021.

Novamente, vamos ter alteração de valores somente no Recibo de Fernanda Lima


da Silva, pois Bruno não se enquadra na tabela. Fernanda tem 3 filhos meno-
res de 14 anos e e sua remuneração mensal é até R$ 1.503,25, portanto a cota
do Salario Família para cada um dos filhos será de R$ 51,27, e o total do Salário
Família será de R$ 153,81.
Vamos refletir isso no Recibo de Pagamento:

Recibo de Pagamento
66 UNIDADE II

Quadro 10 - Recibo de Pagamento de Salário

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores

ROTINAS TRABALHISTAS
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Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras, RSR,
os Adicionais de Insalubridade e Periculosidade, Adicional Noturno e Salário
Família, caso houvesse a possibilidade de termos somente estas verbas, teríamos
então o salário líquido de Fernanda de R$1.503,31 e de Bruno de R$6.683,61.

DESCONTOS

Os valores descontados dos empregados não são receitas do empregador, pois


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

representam valores descontados por obrigatoriedade legal para repasses a um


ou mais órgãos, representam despesas do empregado que a legislação obriga
que o empregador recolha em nome do empregado. Algumas verbas ficam com
a empresa, como é o caso de desconto de Vale Transporte ou Adiantamento de
Salário, mas mesmo nestes casos não serão receitas do empregador, pois são
reembolsos de desembolsos feitos anteriormente. No caso das faltas que por-
ventura acontecerem, também deverão ser consideradas como descontos, pois,
neste caso, o empregado não terá direito ao salário contratual integral.
Os principais descontos são: INSS; IRRF; adiantamento salarial; vale trans-
porte, contribuição sindical; faltas; pensão alimentícia judicial; entre outros.

Faltas

Neste desenvolvimento prático, temos somente a Fernanda com 3 faltas durante


o mês, sendo que 2 foram em uma semana e 1 em outra. Essas informações são
importantes porque na semana que o empregado tiver uma ou mais faltas terá o
desconto do RSR também, assim teremos 3 dias de faltas e 2 dias de RSR a des-
contar, pois as faltas foram somente em 2 semanas.

Recibo de Pagamento
68 UNIDADE II

Quadro 11 - Recibo de Pagamento de Salário

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores

ROTINAS TRABALHISTAS
69

Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras, RSR,
os Adicionais de Insalubridade e Periculosidade, Adicional Noturno, Salário
Família e desconto das faltas e RSR sobre faltas, caso houvesse a possibilidade
de termos somente estas verbas, teríamos então o salário líquido de Fernanda
de R$ 1.319,98 e de Bruno de R$6.683,61.

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

De acordo com Regime Geral da Previdência Social – RGPS, o financiamento da


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

seguridade social brasileira será feita por toda a sociedade, de forma direta pelas
empresas e a entidade a ela equiparada, o empregador doméstico e o trabalha-
dor empregado. São contribuintes segurados obrigatórios, além das empresas, as
seguintes pessoas físicas: empregado, empregado doméstico, contribuinte indi-
vidual, trabalhador avulso e segurado especial.
A Lei 8212/91 (BRASIL, 1991, on-line) dispõe sobre a organização da Seguridade
Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências em seu Art. 10 e 11 diz:
Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal
e desta Lei, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais.
Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é com-
posto das seguintes receitas:
I - receitas da União;
II - receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes.
Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada
aos segurados a seu serviço; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005)
b) as dos empregadores domésticos;
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição;
(Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005)
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.

Recibo de Pagamento
70 UNIDADE II

Neste desenvolvimento prático, vamos estudar pagamento ao INSS em dois


momentos: no cálculo do desconto dos empregados, que são descontados dos
empregados, e no cálculo dos encargos por parte da empresa, ambos são reco-
lhidos à previdência pela empresa em guia apropriada.
Porém, para calcular o valor do INSS a descontar dos empregados, é neces-
sário utilizar a tabela vigente. Desse modo, em 1/3/2020, começou a valer a nova
tabela de contribuição do trabalhador para Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). Essa atualização das faixas de contribuição foi determinada de acordo
com a reforma da Previdência, em 2019. Neste contexto, a forma de cálculo passa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a ser progressiva. Dessa forma, não será mais aplicada uma alíquota única sobre
o valor do salário bruto. Contudo, quem ganha mais, vai pagar mais, e aqueles
que ganham menos, vão pagar menos. Sendo assim, as alíquotas da nova tabela
de contribuição serão aplicadas em cada faixa de salário, até o teto, que é o valor
máximo que pode ser recebido pelo trabalhador. Atualmente, essa quantia é
de R$ 6.433,57. O novo cálculo da contribuição vale para os trabalhadores da
iniciativa privada empregados, inclusive domésticos e avulsos. Portanto, cada
percentual vai se aplicar apenas sobre a parcela do salário que se enquadrar em
cada faixa, sendo assim, o que pode fazer com que o percentual de fato descon-
tado do total dos ganhos seja diferente. Para calcular o valor do INSS a descontar
dos empregados, é necessário utilizar a tabela vigente, segue a tabela para 2021:

Quadro 12 - Tabela do INSS

SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO ALÍQUITA(%)


Até R$ 1.100,00 7,5%
De R$ 1.100,01até R$ 2.203,48 9%
De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12%
De R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57 14%
Teto Máximo de Recolhimento: R$ 751,97

Sendo assim, para um melhor entendimento sobre o cálculo do INSS, seguem


alguns exemplos de cálculos conforme a tabela progressiva:

ROTINAS TRABALHISTAS
71

Exemplo nº 01:
Funcionário: Marcos
Salário Bruto: R$ 1.320,00
Cálculo:
1º Passo: Salário Bruto maior que o salário mínimo, assim o primeiro cálculo é
sempre com o valor do salário mínimo (R$ 1.100,00 - Ano Base 2021):
R$ 1.100,00 x 7,5% = R$ 82,50
2º Passo: Encontrar o valor que excedeu do salário bruto para atribuir a pró-
xima alíquota:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Cálculo:
R$ 1.320,00 - R$ 1.100,00 = R$ 220,00 valor excedente
Utilizando o valor excedente, calculamos:
R$ 220,00 x 9% = R$ 19,80
Após o cálculo de cada uma das faixas conforme a Tabela do INSS, realizamos o
somatório dos valores encontrados para achar o valor de contribuição do INSS:
R$ 82,50 + R$ 19,80 = R$ 102,30 Valor do INSS

Exemplo nº 02:
Funcionário: Alessandro
Salário Bruto: R$ 3.800,00
Cálculo:
1º Passo: Salário Bruto maior que o salário mínimo, assim o primeiro cálculo é
sempre com o valor do salário mínimo (R$ 1.100,00 - Ano Base 2021):
R$ 1.100,00 x 7,5% = R$ 82,50
2º Passo: Encontrar o valor que excedeu do salário bruto para atribuir a pró-
xima alíquota:
Cálculo:
R$ 2.203,48 (2ª faixa da tabela do INSS) - R$ 1.100,00 = R$ 1.103,48 valor excedente
Utilizando o valor excedente, calculamos:
R$ 1.103,48 x 9% = R$ 99,31
3º Passo: Encontrar o valor que excedeu do salário bruto para atribuir a pró-
xima alíquota:

Recibo de Pagamento
72 UNIDADE II

Cálculo:
R$ 3.305,22 )3º faixa da tabela do INSS) - R$ 1.100,00 - 1.103,48 = R$ 1.101,74
valor excedente
Utilizando o valor excedente, calculamos:
R$ 1.101,74 x 12% = R$ 132,20
4º Passo: Encontrar o valor que excedeu do salário bruto para atribuir a pró-
xima alíquota:
Cálculo:
R$ 3.800,00 (valor do salário bruto) - R$ 1.100,00 - 1.103,48 - 1.101,74 = R$

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
494,78 valor excedente
Utilizando o valor excedente, calculamos:
R$ 494,78 x 14% = R$ 69,27
Após o cálculo de cada uma das faixas conforme a Tabela do INSS, realizamos o
somatório dos valores encontrados para achar o valor de contribuição do INSS:
R$ 82,50 + R$ 99,31 + R$ 132,20 + R$ 69,27 = R$ 383,28 Valor do INSS

O Salário de Contribuição que consta na tabela é a remuneração total que será


utilizada como base de cálculo. Caso haja faltas descontadas, o valor das mes-
mas devem ser deduzidos para encontrar a base de cálculo do INSS, também
não consideramos o Salário Família como salário de contribuição, assim temos:
■ Da colaboradora Fernanda Lima da Silva vamos somar os proventos, exceto
o salário família e vamos deduzir as faltas e RSR sobre faltas, encontra-
mos assim o valor de R$ 1.166,17, pela tabela progressiva o valor do INSS
a ser descontado dela será de R$ 88,46.
■ Do colaborador Bruno Gonçalves dos Santos vamos somar os proventos,
encontramos assim o valor de R$6.683,61, na tabela progressiva o teto
de salário de contribuição é R$ 6.433,57, portanto mesmo que a remu-
neração seja maior que este teto, como é caso do Bruno, a contribuição
máxima do empregado será de R$ 751,97.

ROTINAS TRABALHISTAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores
Quadro 13 - Recibo de Pagamento de Salário

Recibo de Pagamento
73
74 UNIDADE II

Temos agora um recibo, quase final, caso não houvesse mais descontos, teríamos
então o salário líquido de Fernanda de R$1.051,91 e de Bruno de R$6.112,73,
mas ainda faltam três coisas: o vale transporte, o IRRF e a contribuição sindical.

IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte

As pessoas físicas fazem a declaração de imposto de renda até o mês de abril refe-
rente aos recebimentos do ano anterior, no entanto, o pagamento do imposto de
renda é feito mensalmente por meio do desconto nos salários.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para calcular o Imposto de Renda a ser retido dos empregados e recolhido
ao governo, devemos utilizar a Tabela Progressiva Mensal:

Tabela IRRF - Ano Base - Janeiro/2021


Base de cálculo Alíquota (%) Valor a deduzir
de 0,00 até 1.903,98 isento 0,00
de 1.903,99 até 2.826,65 7,5% 142,80
de 2.826,66 até 3.751,05 15% 354,80
de 3.751,06 até 4.664,68 22,5% 636,13
acima de 4.664,68 27,5% 869,36
Valor de dependentes: R$ 179,71

Além do valor por dependente, também poderá ser deduzido da base de cál-
culo do IRRF conforme a letra “c” do parágrafo 1º do Art. 25 da Lei nº 7.713 de
22 de dezembro de 1988 com a redação dada pela Lei nº 8.269 de 16 de dezem-
bro de 1991, “o valor da contribuição paga, no mês para a Previdência Social da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Pela tabela, vemos que os empregados que têm ganhos de até R$1.903,98
estão isentos de IRRF, portanto, a colaboradora Fernanda não terá desconto de
IRRF, quanto ao colaborador Bruno, precisamos calcular. Vamos utilizar a Tabela
Progressiva Mensal e calcular o valor a ser descontado:

ROTINAS TRABALHISTAS
75

Quadro 15 - Cálculo IRRF Bruno Gonçalves dos Santos

IRRF BRUNO GONÇALVES DOS SANTOS


Soma dos proventos 6.683,61
(-) INSS descontado 751,97
Dependentes (3 x 179,71) 539,13
Base de cálculo 5.392,51
Alíquota de acordo com a tabela 27,50%
Cálculo preliminar do IRRF 1.482,94
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Valor a deduzir de acordo com a tabela 869,36


IRRF a descontar do empregado 613,58
Fonte: os autores

Quadro 16 - Recibo de Pagamento de Salário

Recibo de Pagamento
76 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores.

Estamos quase no final da elaboração dos recibos de pagamentos dos dois colabo-
radores, falta somente o desconto de vale-transporte e a contribuição social, por
enquanto o salário líquido de Fernanda é de R$ 1.231,52 e de Bruno de 5.318,06.

Vale Transporte

A Lei 7.418/1985 que instituiu o vale-transporte com alterações inseridas pela Lei
7.619/1987, diz que o desconto de vale-transporte corresponde a 6% do salário
base caso o gasto da empresa com a compra dos passes seja maior ou o efetivo
custo, se for menor que 6% do salário. Exemplificando: se o empregado utilizar
50 vezes o transporte por mês ao custo de R$ 3,00 cada, a empresa desembolsará
R$150,00 para adquirir o cartão ou vale-transporte, se o salário for R$2.000,00

ROTINAS TRABALHISTAS
77

multiplicamos por 6% encontramos o valor R$120,00. Neste caso, o custo da


empresa foi de R$150,00, então o desconto poderá ser de R$120,00. Se o custo
de R$150,00 fosse menor que o valor obtido no cálculo dos 6%, poderia ser des-
contado o custo efetivo.
Vamos ver alguns artigos da Lei 7.418/85 com alterações inseridas pela Lei
7.619/1987 (on-line):
Art. 1º Fica instituído o vale-transporte, que o empregador, pessoa fí-
sica ou jurídica, antecipará ao empregado para utilização efetiva em
despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou


interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos di-
retamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e
com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços
seletivos e os especiais. (Redação dada pela Lei nº 7.619, de 30.9.1987)

Art. 2º - O Vale-Transporte, concedido nas condições e limites defini-


dos, nesta Lei, no que se refere à contribuição do empregador: (Renu-
merado do art . 3º, pela Lei 7.619, de 30.9.1987)

a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para


quaisquer efeitos;

b) não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou


de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

c) não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

Art. 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição


pelo empregador dos Vales-Transportes necessários aos deslocamentos
do trabalhador no percurso residência-trabalho e vice-versa, no servi-
ço de transporte que melhor se adequar. (Renumerado do art . 5º, pela
Lei 7.619, de 30.9.1987

Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamen-


to do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exce-
der a 6% (seis por cento) de seu salário básico.

Vamos calcular o desconto do Vale-Transporte da colaboradora Fernanda:

Recibo de Pagamento
78 UNIDADE II

Quadro 17 - Cálculo Vale Transporte Fernanda Lima da Silva

VALE TRANSPORTE FERNANDA LIMA DA SILVA


Gasto com a compra (40 x R$4,00) 160,00
Salário Base 1.100,00
Alíquota de desconto 6%
Valor a descontar (salário x 6%) 66,00
Valor efetivo a descontar (o menor dos dois) 66,00
Custo da empresa 94,00
Fonte: os autores.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 18 - Recibo de Pagamento de Salário

ROTINAS TRABALHISTAS
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

Agora só falta a contribuição social, por enquanto o salário líquido de Fernanda


é de R$ 1.165,52 e de Bruno de 5.318,06.

Contribuição sindical

A Lei 13.467/201, que representa a Reforma Trabalhista instituiu várias mudan-


ças para a obrigatoriedade da contribuição sindical. Dessa forma, a Contribuição
Sindical tem como objetivo custear as atividades essenciais das entidades sindicais,
assim, tem como finalidade defender os interesses das categorias através da repre-
sentatividade perante autoridades, órgãos governamentais e entre outras. Neste
contexto, os artigos 578 e 579 da CLT, pela Lei 13.467/17, passa a Contribuição
Sindical facultativa, sendo assim, retira-se sua natureza tributária e seu enqua-
dramento visto pelo art. 149 da Constituição Federal. Porém, independentemente
de realização de assembleia ou previsão estatutária, a cobrança da Contribuição

Recibo de Pagamento
80 UNIDADE II

Sindical ocorre anualmente sempre no mês de janeiro, que tem como base de cál-
culo o capital social das organizações. Contudo, conforme o art. 589 da CLT, os
valores arrecadados serão distribuídos da seguinte forma: 60% será para o sin-
dicato que representa a categoria, 20% para a Conta Especial Emprego e Salário
(CEES) do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), 15% à federação estadual
e 5% à Confederação.
Contudo, em relação a contribuição por parte dos empregados, a contribui-
ção sindical torna-se opcional, ou seja, o trabalhador só paga essa taxa se quiser
realizar a contribuição. Portanto, o funcionário deve autorizar a organização em

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que trabalhar a fazer o desconto e repassar ao sindicato.
Quadro 19 - Recibo de Pagamento de Salário

ROTINAS TRABALHISTAS
81
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é depositado pela em-


presa, mensalmente, na conta do empregado. São 8% sobre o valor da sua
remuneração. Você considera o FGTS como uma poupança?
Fonte: os autores.

Recibo de Pagamento
82 UNIDADE II

RESUMO DA FOLHA

Para atender à legislação, as empresas devem fazer diversas declarações e trans-

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missão de informações aos órgãos governamentais referentes à movimentação
de empregados e aos valores do Resumo da Folha de Pagamento, a todas estas
atividades denominamos obrigação acessória, considerando que a obrigação
principal está na relação de trabalho com os empregados. A elaboração da folha
de pagamento, tanto individualmente (recibo de pagamento) ou o resumo que
lista todos os empregados, diretores, sócios-administradores e inclusive os autô-
nomos que prestaram serviços à empresa durante o período, é obrigatória pela
legislação, mas mesmo que não houvesse esta obrigatoriedade seria impossível
manter o controle sobre todas as verbas e detalhes que envolvem as rotinas tra-
balhistas sem elaborar o recibo de pagamento e o resumo da folha.
O inciso I do Art. 225 do Decreto nº. 3.048/1999 (on-line) trata dessa
obrigatoriedade:
Art. 225. A empresa é também obrigada a:
I - preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou cre-
ditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada
estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos;

APURAÇÃO DO SALÁRIO LÍQUIDO - RESUMO

Considerando nesta aplicação prática que a empresa tem dois colaboradores,


aqueles que foram utilizados para elaborar os Recibos de Pagamento de Salário,
o resumo da folha é o seguinte:

ROTINAS TRABALHISTAS
83

Quadro 20: Resumo da Folha de Pagamento


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

ENCARGOS PARTE DA EMPRESA

Além de fazer o cálculo das verbas trabalhistas demonstradas nos recibos de


pagamento e no resumo, onde consta a contribuição do empregado ao INSS, a
empresa tem como despesa própria a sua contribuição ao INSS e também o depó-
sito na conta vinculada do FGTS do empregado. Segue tabela com estes valores:
Quadro 21 - Encargos Trabalhistas

Fonte: os autores

Resumo da Folha
84 UNIDADE II

Os custos mensais de uma empresa com os seus colaboradores é composto pela


remuneração direta e encargos.

13º SALÁRIO
O 13º Salário ou Gratificação de Natal foi instituído em 1962 pela Lei 4.090. Em
1965, a Lei 4.749 trouxe alterações à Lei 4.090 e o Decreto 57.155 fez a regula-
mentação da lei.
O 13º salário, como ficou conhecido, é devido pelo empregador ao empregado,
urbano, rural, doméstico, avulso e temporário, que trabalhar em pelo menos um

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mês (considerando como mês a fração igual ou superior a quinze dias) do ano, à
razão de 1/12 ou 8,3333% do salário de dezembro por mês trabalhado, portanto
mesmo o empregado que for admitido no dia 16 de dezembro, terá direito a 1/12
do salário como 13º salário. O 13º salário será pago em duas parcelas, sendo a
primeira de fevereiro a 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro.
O valor a ser pago como 13º salário tem como base o valor do salário con-
tratual de dezembro, quando há remuneração variável, como é o caso de horas
extras, comissões e outros, deverá ser feita uma média para somar ao salário
fixo de dezembro.
É facultado aos empregados solicitar, no mês de janeiro de cada ano, o rece-
bimento da primeira parcela do 13º Salário, juntamente com as verbas das férias
em qualquer mês entre fevereiro e novembro desde que tenha requerido.

1ª PARCELA DO 13º SALÁRIO

Vamos calcular a primeira e a segunda parcela do 13º salário que deverão ser
pagas aos nossos dois colaboradores, para isso simulamos os valores médios
pagos das verbas variáveis, de acordo com as seguintes condições:

ROTINAS TRABALHISTAS
85

©shutterstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 22 - Base para cálculo do 13º salário

Fonte: os autores

Resumo da Folha
86 UNIDADE II

Quadro 23 - Recibo de Pagamento de 13º Salário 1ª parcela

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Fonte: os autores.

A 1ª parcela do 13º salário é bem simples calcular, somente no caso de salário


variável que tem que tomar cuidado com as médias, inclusive devemos consultar
a Convenção Coletiva ou Dissídio Coletivo para verificar se há algum benefí-
cio adicional no cálculo das médias, fora isso basta considerar 50% do valor do

ROTINAS TRABALHISTAS
87

salário fixo de dezembro e calcular o FGTS desta parcela. Fica para a segunda
parcela os descontos dos empregados.

2ª parcela do 13º salário

Utilizando a mesma base de cálculo já elaborada, vamos agora demonstrar a


segunda parcela do 13º salário, que deverá ser paga aos nossos dois colaborado-
res até 20 de dezembro.
O valor positivo (proventos) da 2ª parcela é o valor total do 13º salário calcu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

lado menos o valor da 1ª parcela já paga em novembro. Como descontos temos,


INSS a descontar dos dois colaboradores e ainda o IRRF de Bruno Gonçalves
dos Santos.
Você percebeu que na 1ª parcela não é feito desconto do INSS e IRRF dos
empregados? Na 2ª parcela, porém, a base de cálculo, tanto do INSS quanto do
IRRF, é o valor total do 13º salário, não somente a 2ª parcela, portanto o que
ocorre é uma postergação do desconto.
Quadro 24 - Cálculo IRRF sobre 13º salário de Bruno Gonçalves dos Santos

IRRF SOBRE 13º SALÁRIO

BRUNO GONÇALVES DOS SANTOS


Valor do 13º salário 6.104,29
(-) INSS descontado 570,88
(-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77
Base de cálculo 4.964,64
Alíquota de acordo com a tabela 27,50%
Cálculo preliminar do IRRF 1.365,28
Valor a deduzir de acordo com a tabela 869,36
IRRF a descontar do empregado 495,92
Fonte: os autores

Quadro 25 - Recibo de Pagamento de 13º Salário 2ª parcela

Resumo da Folha
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ROTINAS TRABALHISTAS
II

Fonte: os autores
UNIDADE
88
89

ENCARGOS SOBRE A 2ª PARCELA DO 13º SALÁRIO

Agora vamos calcular os encargos sobre a 2ª parcela do 13º salário, lembrando


que o INSS será sobre o valor total do 13º salário, haja vista que não é calculado
na 1ª parcela e o FGTS é somente sobre o valor da 2ª parcela, pois já foi calcu-
lado e pago sobre a 1ª parcela.
Quadro 26 - Encargos sobre 13º Salário 2ª parcela
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

O 13º salário deve propiciar aos empregados condições financeiras para as


festas de final de ano, daí vem o nome de Gratificação Natalina. Você o utiliza
para as festas e presentes ou compromete antes?

Resumo da Folha
90 UNIDADE II

©shutterstock

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FÉRIAS

Quando se fala em férias, normalmente, lembramos de descanso, isso está cor-


reto, pois as férias é um período que o empregado fica sem trabalhar recebendo
normalmente seu salário. Vamos ver aspectos teóricos e práticos sobre este tema,
pois para as empresas representa muito mais do que o descanso do colaborador.

PERÍODO AQUISITIVO

É o período de 12 meses que começa no dia da contratação e encerra exatamente


um ano depois, quando começa o próximo período e assim a cada ano. O Art.
130 da CLT diz que “após cada período de doze meses de vigência do contrato
de trabalho, o empregado tem direito a férias[...]” (BRASIL, 1943, on-line).

PERÍODO CONCESSIVO

É o período de 12 meses no qual o empregador deve conceder as férias ao empre-


gado referente ao período aquisitivo imediatamente anterior, este período inicia
no dia seguinte ao final do período aquisitivo e termina 12 meses após, importante

ROTINAS TRABALHISTAS
91

ressaltar que o empregado deverá encerrar o gozo de férias dentro do período


concessivo. O Art. 134 da CLT diz que “as férias serão concedidas por ato do
empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em
que o empregado tiver adquirido o direito” (BRASIL, 1943, on-line). Dentro
do período concessivo, o empregador é quem determina o período de gozo de
férias, da forma que melhor convier às atividades da empresa, é o que determina
o art. 136 da CLT. No entanto, os membros da mesma família que trabalharem
na mesma empresa terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o
desejarem e se isso não resultar em prejuízo para o serviço. Do mesmo modo, o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias
com as férias escolares.
01/03/20XX

01/03/20X1

01/03/20X2

01/03/20X3
Admissão

1º Período 2º Período 3º Período


Aquisitivo Aquisitivo Aquisitivo

1º Período 2º Período
Concessivo Concessivo

Figura 1 - Período aquisitivo e concessivo


Fonte: os autores.

PERÍODO DE GOZO

É o período de 30 dias que o empregado fica fora das suas atividades laborais.
A partir da Reforma trabalhista realizada em 2017, as férias de 30 dias passam
a ser fracionadas em até três períodos, porém, deve o empregador e o funcioná-
rio fazer um acordo estabelecendo essa situação. Assim, um dos períodos não
deve ser menor do que 14 dias e o restante não pode ser inferior a 5 dias. Sendo
assim, seguem alguns exemplos de períodos de férias:

Férias
92 UNIDADE II

14 dias + 11 dias + 5 dias;


20 dias + 5 dias + 5 dias;
15 dias + 15 dias;
14 dias + 7 dias + 9 dias.

Caso o empregado tenha faltas injustificadas durante o período aquisitivo, os


dias de férias poderão ser reduzidos, de acordo com o Art. 130 da CLT, resumi-
dos no quadro a seguir:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 27 - Dias de férias

Nº DE FALTAS INJUSTIFICADAS DURANTE O PERÍODO DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS


AQUISITIVO
0 a 5 faltas 30 dias
6 a 14 faltas 24 dias
15 a 23 faltas 18 dias
24 a 32 faltas 12 dias
Acima de 32 faltas 0 dias
Fonte: os autores.

O aviso do período de gozo de férias deve ser comunicado por escrito pelo empre-
gador ao empregado com antecedência mínima de 30 dias, o empregado deverá
assinar o aviso, é o que determina Art. 135 da CLT.

ADICIONAL DE FÉRIAS

Em 1988, a Constituição Federal, no Inciso XVII do Art. 7º, estabeleceu que o


gozo de férias deve ser remunerado em 1/3 a mais do que o salário normal, sem-
pre considerando que o salário a considerar é o salário fixo mais as médias das
remunerações variáveis, assim como no 13º salário.
O pagamento do valor total das férias deverá ser mediante recibo que dis-
crimine os proventos e descontos no prazo de no mínimo dois dias antes do
início do período de gozo.

ROTINAS TRABALHISTAS
93

FÉRIAS EM DOBRO

O empregado terá direito ao valor das férias em dobro caso o empregador não
conceda o período de gozo de férias dentro do período concessivo, sabendo que
o final do período de gozo deve ocorrer dentro do período concessivo (Art. 137
da CLT).

FÉRIAS COLETIVAS
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Os empregadores poderão também conceder férias coletivas, seja para a empresa


toda ou para um departamento todo, a legislação não prevê a possibilidade de
férias coletivas apenas para alguns empregados.
O grande objetivo das férias coletivas na gestão das empresas está na admi-
nistração de pessoas em períodos sazonais de produção ou atividade empresarial.
Assim, a empresa pode escolher um ou dois períodos no ano para conceder férias
a todos os seus empregados em conjunto.

Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os emprega-


dos de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores
da empresa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde


que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao


órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de
15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os
estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comuni-


cação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissio-
nal, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho. (Incluído
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) (BRASIL, 1943, on-line).

Férias
94 UNIDADE II

CÁLCULO DE FÉRIAS MÊS INTEGRAL (DE 01 A 30 DE ABRIL)

Vamos fazer o cálculo de férias da colaboradora Fernanda Lima da Silva. Como


ela tem remuneração variável, primeiramente, temos que fazer a média para
encontrarmos o salário base para as férias:
Quadro 28 - Base para cálculo de Férias

BASE PARA CÁLCULO DE FÉRIAS EM ABRIL/20XX

FERNANDA LIMA DA SILVA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Descrição Valor
Salário de Abril 1.000,00
Adicional de Insalubridade 88,00
Média Adicional Noturno 34,10
Média RSR Adicional Noturno 6,75
Média HE 50% 28,30
Média HE 100% 34,69
Média RSR HE 50% 5,66
Média RSR HE 100% 6,90
SALÁRIO BASE PARA FÉRIAS 1.204,40
Fonte: os autores.

Encontramos, então, o salário base para férias de R$1.204,40. Agora vamos cal-
cular o valor a ser pago dois dias antes do início do gozo de férias:

ROTINAS TRABALHISTAS
95

Quadro 29 - Recibo de Férias Fernanda Lima da Silva


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

Neste exemplo, as férias são pagas com base no salário calculado anteriormente, onde
as verbas variáveis são calculadas pela média. Nesse caso, aqui foi arbitrado um valor
como média, como já vimos, temos que o empregador deverá pagar um adicional de
1/3 sobre o salário base. De acordo com a legislação, o valor das férias deve ser somado
com o adicional para utilizar como base de cálculo do INSS e IRRF e, sendo assim,
calculamos somente o INSS (1.605,87 X 9%), pois para o IRRF este valor é isento.
É importante considerar que o período de gozo de férias abrangeu o mês de abril
inteiro, nesse caso, não houve trabalho em abril, portanto, não haverá salário, uma
vez que o empregado recebe as férias antecipadamente, somente será pago em 05 de
maio o valor do salário família que a colaboradora tem direito.

Férias
96 UNIDADE II

CÁLCULO DE FÉRIAS 20 DIAS COM ABONO (DE 21 DE MAIO A 09


DE JUNHO)

Vamos fazer o cálculo de férias do colaborador Bruno Gonçalves dos Santos,


como ele tem remuneração variável, primeiramente, temos que fazer a média
para encontrarmos o salário base para as férias. Nesse caso, além desta prepara-
ção para calcular as férias, vamos ver na prática duas situações mais complexas
no cálculo de férias: o abono pecuniário e o início e fim das férias durante o mês.
Antes de tudo, vamos encontrar o salário base de férias:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 30: Base para cálculo de Férias

BASE PARA CÁLCULO DE FÉRIAS EM MAIO/20XX

BRUNO GONÇALVES DOS SANTOS


Descrição Valor
Salário de Maio 4.000,00
Adicional de Periculosidade 1.200,00
Média HE 50% 243,39
Média HE 100% 324,90
Média RSR HE 50% 48,70
Média RSR HE 100% 65,00
SALÁRIO BASE PARA FÉRIAS 5.881,99
Fonte: os autores.

Como serão somente 20 dias de férias e os outros 10 dias serão pagos como
abono pecuniário, tanto o INSS quanto o IRRF incidem somente sobre o valor
referente aos 20 dias, incluindo o adicional de 1/3, mas o abono e o seu adicio-
nal são isentos. Vamos calcular o IRRF:
Quadro 31 - Cálculo IRRF sobre 13º salário de Bruno Gonçalves dos Santos

IRRF SOBRE FÉRIAS

BRUNO GONÇALVES DOS SANTOS


Valor das férias (20 dias) 3.921,33
Valor do adicional de 1/3 sobre os 20 dias de férias 1.307,11

ROTINAS TRABALHISTAS
97

(-) INSS descontado 570,88


(-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77
Base de cálculo 4.088,79
Alíquota de acordo com a tabela 22,50%
Cálculo preliminar do IRRF 919,98
Valor a deduzir de acordo com a tabela 636,13
IRRF a descontar do empregado 283,85
Fonte: os autores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 32 - Recibo de Férias Bruno Gonçalves dos Santos

Fonte: os autores

No caso de concessão de férias com essas características, temos que destacar


algumas características que refletirão no recibo de pagamento de salário dos
meses de maio e junho:
Como o início do período das férias foi em 21/05, o empregado tem a rece-
ber em 05/06 como salários do mês de maio, 20 dias de trabalho;

Férias
98 UNIDADE II

Como o final do período das férias foi em 09/06, o empregado terá a receber em
05/07 como salários do mês de junho, 21 dias de trabalho.

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O processo da rescisão do contrato de trabalho pode ser considerada a última
parte das rotinas trabalhistas em relação a um determinado empregado. É um
processo, porque não acontece de uma vez, normalmente começa com o aviso
prévio, passa pelos cálculos dos direitos do empregado e pelo recolhimento do
FGTS sobre a rescisão e chega até o cumprimento de algumas obrigações acessó-
rias, como o envio de informações ao órgão de controle do Ministério do Trabalho.

AVISO PRÉVIO

Tanto o empregado quanto o empregador podem manifestar o desejo de encerrar


a relação de emprego essa manifestação de vontade denomina-se Aviso Prévio.
O Art. 487 da CLT diz:
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo,
quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com
a antecedência mínima de:

I - oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo infe-


rior;

II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que te-
nham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa (BRASIL, 1943,
on-line).

A CF 1988 no Art. 7º, inc. XXI, diz:


Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

ROTINAS TRABALHISTAS
99

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo


de trinta dias, nos termos da lei; (BRASIL, 1988, on-line)

A Lei nº 12.506/2011 em seu Art. 1º diz:


Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Con-
solidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trin-
ta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mes-
ma empresa.

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acresci-


dos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa)


dias (BRASIL, 2011, on-line).

Segue tabela exemplificativa dos novos prazos para o aviso prévio a partir desta lei:
Quadro 33 - Tempo de aviso prévio

Fonte: os autores

O Aviso Prévio, independente da parte que o motive, pode ser de duas formas:
trabalhado ou indenizado.

Aviso Prévio Trabalhado

Se a iniciativa da dispensa for do empregador, o mesmo deverá reduzir a jornada


de trabalho do empregado em 2 horas diárias sem prejuízo do salário integral,

Rescisão do Contrato de Trabalho


100 UNIDADE II

conforme Art. 488 da CLT. O empregado mensalista poderá optar por não redu-
zir a jornada diária e reduzir 7 dias no período de 30 dias, trabalhando somente
23 dias. Se a iniciativa da dispensa for do empregado, a legislação não prevê a
redução de jornada.

Aviso Prévio Indenizado

Quando o empregador promove o desligamento do empregado sem ter avisado


com antecedência deve indenizar o empregado considerando como se o contrato

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de trabalho se estendesse por mais, no mínimo 30 dias, indo até a 90 dias caso o
tempo de trabalho na mesma empresa seja maior que 20 anos. Quando isso ocor-
rer, todas as verbas rescisórias devem levar em conta o período de aviso prévio,
terá reflexo inclusive no valor do 13º salário e férias a serem pagos na rescisão.
Da mesma forma, o empregado pode promover o desligamento sem o devido
aviso com antecedência, quando isso ocorrer o empregador poderá deduzir dos
haveres do empregado o valor de 30 dias como indenização à empresa pelo des-
ligamento imediato. Na prática não tem sido considerado o tempo adicional do
aviso prévio preconizado pela lei 12.506/2011, quando o desligamento é pro-
movido pelo empregado.

VERBAS RESCISÓRIAS

Para cálculo das verbas referentes à rescisão do contrato de trabalho, temos que
observar a legislação. Seguem nos quadros a seguir um resumo do que deve cons-
tar nas rescisões para cada tipo de desligamento:

ROTINAS TRABALHISTAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 34 - Verbas Rescisórias

Rescisão do Contrato de Trabalho


101
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ROTINAS TRABALHISTAS
II

Fonte: os autores.
UNIDADE
102
103

BASE DE CÁLCULO DA RESCISÃO

A base para cálculo das verbas da rescisão de contrato será a maior remunera-
ção a que o empregado fizer jus no mês da demissão. Como maior remuneração,
devemos considerar: o salário contratual, os adicionais (noturno, periculosidade,
insalubridade e outros), média de horas extras, média de comissões e outras
remunerações variáveis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PRAZO DE PAGAMENTO DA RESCISÃO

Nos casos de contrato por prazo determinado e aviso prévio trabalhado, a qui-
tação das verbas rescisórias deverá ser feito no primeiro dia útil seguinte ao
último dia trabalhado.
Quando o contrato for por prazo indeterminado e não houver aviso prévio,
ou seja, se o aviso prévio for indenizado, a quitação das verbas rescisórias deverá
ser feita até o décimo dia corrido após o último dia trabalhado.

FGTS DEPÓSITOS RESCISÓRIOS

Mensalmente o empregador deposita na conta vinculada do FGTS do empregado


8% da sua remuneração, (este depósito deverá ser feito sobre as verbas rescisórias
também) ao final de cada ano esta conta apresenta aproximadamente o equi-
valente a remuneração de um mês, na ocasião do desligamento, nas causas de
afastamento: rescisão por dispensa sem justa causa; rescisão antecipada do con-
trato de experiência por iniciativa da empresa; rescisão por dispensa indireta; e
rescisão por culpa recíproca, a empresa, além de fazer a liberação do valor depo-
sitado na conta do empregado, que inclui o valor calculado na rescisão, deverá
depositar ao empregado a multa equivalente a 40% do saldo acumulado na conta
do empregado. Os prazos para recolhimento do FGTS da rescisão são os mes-
mos para pagamento da rescisão ao empregado.

Rescisão do Contrato de Trabalho


104 UNIDADE II

MODELO DO TERMO DE RESCISÃO DO CONTRATO DE


TRABALHO

O Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho foi padronizado a partir de 2002


pela Portaria nº 302 de 26 de junho de 2002 que aprovou o modelo de Termo de
Rescisão de Contrato de Trabalho a ser utilizado como recibo de quitação das
verbas rescisórias e para o saque de FGTS. Essa portaria foi revogada em 2010
pela Portaria nº 1.621 de 14 de julho de 2010, que também sofreu alterações em
2011 pela Portaria nº 2.685 de 26 de dezembro de 2011 e em 2012 pela Portaria

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nº 1.057 de 6 de julho de 2012, para adequações de transmissão pelo Sistema
HomologNet. Veja o modelo do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho e
seus reflexos acessando o site do Tribunal Regional do Trabalho da 2º Região SP1.








<Em: http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P1621_10_Anexo.pdf>.
1

ROTINAS TRABALHISTAS
105

CÁLCULO PRÁTICO DO TERMO DE RESCISÃO DO CONTRATO DE


TRABALHO

Para elaborar uma simulação de cálculo de rescisão, vamos considerar as seguin-


tes informações:
Quadro 35 - Base para Cálculo da Rescisão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

Na rescisão, devemos calcular em separado o INSS e o IRRF sobre a remunera-


ção do mês da rescisão e sobre o valor do 13º salário, sobre as férias não incidem
INSS e nem o IRRF.
Vamos demonstrar o cálculo do IRRF sobre o 13º Salário, pois sobre a remu-
neração do mês não incide porque ficou dentro da faixa de isento do IRRF, veja

Rescisão do Contrato de Trabalho


106 UNIDADE II

o cálculo:

Quadro 36 - Cálculo IRRF sobre Rescisão – 13º Salário

IRRF SOBRE RESCISÃO – 13º SALÁRIO

BRUNO GONÇALVES DOS SANTOS


Valor do 13º Salário Proporcional 3.451,86
(-) INSS descontado sobre 13º Salário 379,70
(-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77
Base de cálculo 2.503,39

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Alíquota de acordo com a tabela 7,50%
Cálculo preliminar do IRRF 187,75
Valor a deduzir de acordo com a tabela 142,80
IRRF a descontar do empregado 44,95
Fonte: os autores

Quadro 37 - Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho

Fonte: os autores.

Vamos demonstrar, a seguir, as verbas referentes ao FGTS, decorrentes dessa


rescisão, considerando as condições já demonstradas:

ROTINAS TRABALHISTAS
107

Quadro 38 - FGTS sobre Rescisão


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

O gasto financeiro da empresa por esta rescisão simulada é de R$15.806,82 refe-


rente aos proventos (não deduzimos os descontos deste valor, considerando que
os descontos do empregado são retenções que a empresa deve fazer mas recolhe
aos referidos órgãos públicos). Soma-se a este valor o FGTS depositado neste
mês de R$787,25 e a multa de 50% sobre o saldo do FGTS de R$9.598,40, temos
um total de gasto de R$26.192,47.
Por outro lado, o recebimento total pelo empregado desligado por conta
desta rescisão é de R$26.875,52, para chegar a este valor somamos: o saldo do
FGTS acumulado antes da rescisão (R$18.409,55), o FGTS do mês anterior que
ainda não tinha sido depositado (R$469,50), o FGTS sobre salários e 13º salá-
rio calculados na rescisão (R$317,75), e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS
(R$7.678,72).

Rescisão do Contrato de Trabalho


108 UNIDADE II

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a)! Nesta unidade, tratamos as rotinas trabalhistas com muito


cuidado, assim como deve ser feito nas empresas, pois envolvem a relação de tra-
balho entre o empregador e os seus colaboradores e deve ser tratada com clareza
e transparência. As rotinas trabalhistas mais comuns foram estudadas nessa uni-
dade. Para você, estudante, isso deve ser o início do conteúdo, tomando como
base o que aqui foi estudado, você pode aprofundar muito.
Quanto aos cálculos das verbas que comporão o Recibo de Pagamento (hol-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lerith) e o Resumo da Folha, foi abordado somente contrato de salário mensal,
por ser a forma mais comum de contratação, mas você pode aprofundar fazendo
uma simulação de trabalhador horista ou por tarefa. Quanto à rescisão, estuda-
mos a rescisão por iniciativa do empregador sem justa causa, mas temos tantas
outras que você pode desenvolver.
Para calcular o 13º salário é importante ter bem claro as suas característi-
cas, principalmente o que dá o direito ao empregado de recebê-lo, pois ao valor
integral de uma remuneração mensal somente terá direito o empregado que tra-
balhar os doze meses do ano, os demais terão um valor proporcional a 1/12 avos
por mês trabalhado.
Além do cálculo dos valores a pagar como férias, é muito importante saber
os conceitos de período aquisitivo e concessivo e também os reflexos nos recibos
de pagamento dos empregados, pois muitas vezes reflete em mais de um mês,
e o colaborador precisa saber exatamente o que irá receber como remuneração
dos dias trabalhado ao retornar do gozo das férias.
A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT – (Lei 5452 de 1 de maio de
1943) foi e será nossa principal referência legal quando falamos em rotinas traba-
lhistas, mas não podemos desconsiderar a Constituição Federal e as Convenções
Coletivas de Trabalho ou Dissídios Coletivos de Trabalho, pois sempre prevale-
cerá o que trouxer maior benefício ao empregado.
A partir do que tratamos aqui, você tem muito a estudar ainda. Vamos em
frente. Sucesso na sua busca pelo conhecimento.

ROTINAS TRABALHISTAS
109

1. Um empregado mensalista, que trabalha 44 horas semanais, com salário de


R$2.200,00 por mês, em um determinado mês com total de 30 dias, sendo 25 úteis, 1
feriado e 4 domingos, trabalhou 20 horas extras, que de acordo com a CLT e CCT de-
vem ser pagas com acréscimo de 50%. Escolha a alternativa que representa ade-
quadamente o valor das horas extras e do RSR que deverão ser considerados
para apuração do salário líquido.
a) Horas extras R$200,00 e RSR sobre Horas Extras R$40,00.
b) Horas extras R$300,00 e RSR sobre Horas Extras R$60,00.
c) Horas extras R$300,00 e RSR sobre Horas Extras R$50,00.
d) Horas extras R$250,00 e RSR sobre Horas Extras R$50,00.
e) Horas extras R$300,00 e RSR sobre Horas Extras R$46,15.

2. Para apurarmos o salário líquido mensal de cada empregado devemos considerar os


proventos, que é a parte positiva do cálculo, e os descontos, que é a parte negativa.
Escolha a alternativa que contenha somente verbas que compõem o total dos des-
contos.
a) Adicional de Insalubridade e Adicional Noturno.
b) INSS e Horas Extras.
c) FGTS e INSS.
d) INSS e IRRF.
e) Vale transporte e RSR sobre Comissões

3. Férias é um período de descanso das atividades referentes ao contrato de trabalho,


que além de não ter prejuízo da remuneração mensal ainda a remuneração deverá
ter um valor adicional de 1/3. Descreva o período necessário de trabalho para que o
empregado tenha direito a férias, e descreva também o período que o empregador
tem para conceder as férias.

4. Para rescindir o contrato de trabalho, tanto o empregado quanto o empregador po-


dem manifestar o desejo de encerrar a relação de emprego. Esta manifestação de
vontade denomina-se Aviso Prévio. O aviso prévio pode ser feito de duas formas,
identifique e descreva-as.

5. Para calcular as verbas do 13º salário, das férias e da Rescisão do contrato de trabalho
precisamos de uma remuneração para base para cálculo. Qual é esta remuneração e
como ela deve ser formada?
110

DOS DIREITOS SOCIAIS


Para contribuir com o aprendizado sobre rotinas trabalhistas, faz-se necessária a leitura
dos artigos 6º e 7º da Constituição Federal, pelo fato de que muitos direitos dos traba-
lhadores são deveres dos empregadores e sendo dever dos empregadores se torna uma
rotina trabalhista.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, den-
tre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin-
culação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remu-
neração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
111

nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452,
de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta
por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específi-
cos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou peri-
gosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir
a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
112

prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite


de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na con-
dição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabele-
cidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 72, de 2013)
É importante ressaltar que a CF diz no artigo 7º que os 34 itens que relaciona
os direitos dos trabalhadores podem ser acrescentados por “outros que visem
à melhoria“ da condição social dos trabalhadores. Por isso que afirmamos que,
sendo em benefício ao trabalhador qualquer lei ou decreto, até a Convenção
Coletiva de Trabalho – CCT, deverá ser considerada superior à CF.
Fonte: adaptado pelo autor de Brasil (1988, on-line).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Manual de rotinas trabalhistas: problemas práticos na


atuação diária
Roni Genicolo Garcia
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro aborda os aspectos relevantes do Direito do Trabalho, destacando as questões
de ocorrência mais frequente nas rotinas trabalhistas. O autor organiza a legislação trabalhista, de
modo a apresentá-la sistematizadamente, sinalizando os problemas que devem ser evitados, com
propostas de soluções ancoradas em jurisprudência atual e profusa.

MULTA DO FGTS
O FGTS é um fundo formado com contribuições mensais de empregadores, que pode ser sacado
em caso de demissão sem justa causa e em outras condições específicas. Leia mais!
Disponível em: <http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/artigos-especiais/
multa-de-10-do-fgts-podera-ser-extinta>.

TABELA DE INCIDÊNCIA INSS-FGTS-IRRF


Recomendo a leitura da tabela e sua utilização prática para elaboração de cálculos trabalhistas.
Veja a tabela de incidência no site, disponível, Disponível em: <http://www.sitecontabil.com.br/
tabelas/tabela_incidencia_inss_fgts_irrf.html>.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto-Lei nº. 5.452, 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Brasília, 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
Del5452.htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Lei nº 605/1949. Repouso semanal remunerado e o pagamento de salário
nos dias feriados civis e religiosos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/L0605.htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Lei nº 6.514/1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis
do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências.
Brasília, 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.
htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Lei nº 7.418/1985. Institui o Vale-Transporte e dá outras providências. Bra-
sília, 1985. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7418.htm>
Acesso em: 03 nov. 2016.
BRASIL. Lei nº 7.619/1987. Altera dispositivos da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro
de 1985, que instituiu o vale-transporte. Brasília, 1987. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7619.htm> Acesso em: 03 nov. 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Lei nº 8.212/1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, insti-
tui Plano de Custeio, e dá outras providências. Brasília, 1991. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Decreto Lei nº 3.048/1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e
dá outras providências. Brasília, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/d3048.htm> Acesso em: 03 nov. 2016.
BRASIL. Lei nº 11.482/2007. Efetua alterações na tabela do imposto de renda da
pessoa física [...]. Brasília, 2007. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11482.htm> Acesso em: 03 nov. 2016.
BRASIL. Súmula 291/2011. Supressão de Horas Extras. Brasília, 2011. Disponí-
vel em: <http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_
Ind_251_300.html#SUS-291>. Acesso em: 02 ago. 2016.
BRASIL. Lei nº 12.740/2012. Altera o art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12740.htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Lei nº 12.997/2014. Acrescenta o § 4º ao art. 193 da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT. Brasília, 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12997.htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
BRASIL. Portaria Interministerial 1/2016. Dispõe sobre o reajuste dos benefícios
115

pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e dos demais valores cons-
tantes do Regulamento da Previdência Social - RPS. Brasília, 2016. Disponível em:
<http://www.normaslegais.com.br/legislacao/Portaria-interm-mtps-mf-1-2016.
htm> Acesso em: 03 nov. 2016.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho.
Disponível em: http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumu-
las_Ind_251_300.html#SUM-291. Acesso: 26 out. 2016.

REFERÊNCIAS ON-LINE

¹Em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/diferenca-salario-remunera-
cao.htm>. Acesso em: 26 out. 2016.
REFERÊNCIAS

1. B. Horas extras R$300,00 e RSR sobre Horas Extras R$60,00. O contrato de 44


horas semanais é equivalente a 220 horas mensais. Para calcular, dividimos o sa-
lário de R$2.200,00 por 220 horas e encontramos o salário por hora de R$10,00.
Para encontrar o valor das Horas Extras, primeiramente acrescentamos 50%
ao valor da hora normal e encontramos o valor de 1 hora extra de R$15,00. 20
horas extras multiplicado por R$15,00 é igual ao valor total das horas extras:
R$300,00. Para encontrar o valor do RSR, precisamos descobrir o percentual
que deverá ser calculado, para isso dividimos os dias não úteis (5) pelos dias
úteis (25) e encontramos 0,2 ou 20%, então 1 hora de RSR é igual a R$3,00 (15 x
20%), então o total do RSR sobre horas extras será de R$60,00 (20 horas extras
x R$3,00).
2. D. INSS e IRRF.
3. Período Aquisitivo: é o período de 12 meses que começa no dia da contratação
e encerra um ano depois, quando começa o próximo período e assim a cada
ano. Período Concessivo: é o período de 12 meses no qual o empregador deve
conceder as férias ao empregado referente ao período aquisitivo imediatamen-
te anterior, este período inicia no dia seguinte ao final do período aquisitivo e
termina 12 meses após, sendo importante ressaltar que o empregado deverá
encerrar o gozo de férias dentro do período concessivo.
4. O Aviso Prévio, independente da parte que o motive, pode ser trabalhado ou
indenizado. O aviso prévio trabalhado, no caso de contrato mensal, é quando
ocorre 30 dias ou mais antes do último dia previsto para ser trabalhado. O aviso
prévio indenizado é um aviso para desligamento imediato, quando não haverá
trabalho a partir do dia do aviso; nesse caso, a parte que promover o desliga-
mento deverá indenizar a outra pelo período de no mínimo 30 dias.
5. Para calcular o 13º salário, as férias e a rescisão, devemos sempre considerar a
maior remuneração a que o empregado fizer jus no mês do evento. Esta remu-
neração é formada pelo salário fixo contratual, os adicionais (noturno, pericu-
losidade, insalubridade e outros), média de horas extras, média de comissões e
outras remunerações variáveis.
Prof. Me. José Manoel da Costa

CONTABILIZAÇÃO DOS

III
UNIDADE
GASTOS COM PESSOAL

Objetivos de Aprendizagem
■ Aprender a contabilizar os gastos mensais com pessoal.
■ Entender a contabilização do 13º salário.
■ Compreender os lançamentos dos fatos contábeis das férias.
■ Saber contabilizar a Rescisão do Contrato de Trabalho.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Contabilização do Resumo da Folha
■ Contabilização do 13º Salário
■ Contabilização das Férias
■ Contabilização da Rescisão do Contrato de Trabalho
119

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a)! Chegou a hora de fazermos os lançamentos dos fatos con-
tábeis gerados pelos cálculos da Folha de Pagamento do mês, 13º Salário, Férias e
Rescisão do Contrato de Trabalho. Os cálculos destas verbas foram estudados e
desenvolvidos na unidade II e para entender a contabilização é necessário recor-
rermos àquela unidade. O processo contábil envolve o lançamento no diário e
no razão e o levantamento do Balancete de Verificação. Nesse caso, vamos nos
restringir ao lançamento no diário, pois teremos lançamento em meses diferen-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tes para abordarmos os fatos contábeis dos salários do mês, do 13º salário em
novembro e dezembro e das férias em diferentes meses. Quando o registro do
fato contábil tiver que ser precedido de registros anteriores, faremos a explica-
ção para que você tenha o entendimento completo.
Os fatos contábeis gerados pelos cálculos trabalhistas têm características
diferenciadas, por exemplo: os reflexos nas contas de obrigações trabalhistas no
passivo circulante; entender que nem todas as verbas que são demonstradas no
Recibo de Pagamento do empregado é uma despesa da empresa. Não podemos
deixar de considerar neste estudo, que para contabilizar todos os fatos contábeis,
inclusive os estudados nesta unidade, precisamos levar em conta os princípios
contábeis, as normas brasileiras de contabilidade e a estrutura das demonstrações,
pois os registros de todos os fatos contábeis devem ser entendidos sem fragmen-
tação, para que o aprendizado realmente aconteça de forma plena.
Assim, vamos focar aqui na contabilização desses fatos contábeis, mas não
vamos nos esquecer do que já estudamos sobre processo contábil, pois a ideia é
agregarmos conhecimento de forma contextualizada.
Para aprender, é necessário dedicação; o foco agora é a folha de pagamento.
Vamos em frente. Ótimo estudo!

Introdução
120 UNIDADE III

CONTABILIZAÇÃO DO RESUMO DA FOLHA

O nosso resumo da folha mostra uma empresa com apenas dois


empregados, mas com verbas positivas (proventos) e negativas
(descontos) bem extensa, assim podemos demonstrar a conta-
bilização de forma bem completa. Depois de desenvolvermos
os cálculos de cada uma das verbas, elaboramos o Resumo da
Folha, pois os lançamentos não precisam ser feitos por
empregado, mas de forma global ou por departamento,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
quando for o caso.
Os nossos dois empregados são do departamento
©shutterstock
administrativo, portanto, a contabilização da folha não
precisa ser departamentalizada, todas as contas de despe-
sas serão em despesas administrativas. Vamos utilizar para esta contabilização o
plano de contas disponível no Anexo I deste livro.
Quadro 1 - Resumo da Folha de Pagamento

Fonte: os autores.

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


121

Para melhor efeito didático, vamos fazer lançamentos de primeira fórmula (um
débito e um crédito), pois desta forma os saldos das contas vão sendo formados
com o registro dos fatos individualizados.
Os salários representam despesas para a empresa e ao mesmo tempo uma
dívida para com o empregado (caso o pagamento não seja feito dentro do mês
trabalhado, situação mais comum). Essa dívida será paga até o quinto dia útil do
mês seguinte, mas nas demonstrações de cada mês, inclusive as de dezembro, é
uma obrigação trabalhista no passivo. O lançamento é o seguinte:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 2 - Lançamento dos salários no diário

DATA CONTA CONTA HISTÓRICO VALOR


DEVEDORA CREDORA

31/03/XX 3.04.01.01.001 2.01.02.01.001 Valor referente a Folha 5.100,00


Salários e Salários a de Pagamento 03/20XX -
Ordenados Pagar Salários
Fonte: os autores.

No nosso plano de contas, não temos contas específicas para adicionais de peri-
culosidade, insalubridade e noturno e o respectivo repouso semanal remunerado
de cada um, por isso vamos utilizar as mesmas contas, mas vamos fazer lança-
mentos separados para evidenciar o registro de cada verba.
Quadro 3 - Lançamento dos adicionais, RSR e horas extras no diário

DATA CONTA CONTA HISTÓRICO VALOR


DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 3.04.01.01.002 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 548,28
Horas Salários a mento 03/20XX - Horas extras
Extras Pagar 50%

31/03/XX 3.04.01.01.002 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 761,04


Horas Salários a mento 03/20XX - Horas extras
Extras Pagar 100%

31/03/XX 3.04.01.01.002 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de 105,43


Horas Salários a Pagamento 03/20XX - RSR sobre
Extras Pagar Horas extras 50%

31/03/XX 3.04.01.01.002 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de 146,36


Horas Salários a Pagamento 03/20XX - RSR sobre
Extras Pagar Horas extras 100%

Contabilização do Resumo da Folha


122 UNIDADE III

DATA CONTA CONTA HISTÓRICO VALOR


DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 3.04.01.01.001 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 110,00
Salários e Salários a mento 03/20XX - Adicional de
Ordenados Pagar Insalubridade
31/03/XX 3.04.01.01.001 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 1.200,00
Salários e Salários a mento 03/20XX - Adicional de
Ordenados Pagar Periculosidade
31/03/XX 3.04.01.01.001 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de 52,00
Salários e Salários a Pagamento 03/20XX - Adicional

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ordenados Pagar Noturno
31/03/XX 3.04.01.01.001 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de 10,00
Salários e Salários a Pagamento 03/20XX - RSR sobre
Ordenados Pagar Adicional noturno
Fonte: os autores.

O último valor de proventos que está no nosso resumo da folha de pagamento é


referente ao Salário Família. De acordo com a legislação, esta verba é creditada ao
empregado pela empresa, mas quem paga é a previdência social, então, muito embora
seja paga ao empregado pelo empregador, não representa uma despesa própria. Na
guia de pagamento da previdência, o empregador desconta o valor do salário família
do valor a pagar à previdência. Assim sendo, o lançamento contábil representa uma
diminuição do valor da conta de INSS a pagar e um aumento na conta Salários a Pagar.
Quadro 4 - Lançamento salário família no diário

DATA CONTA CONTA HISTÓRICO VALOR


DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 2.01.02.01.007 2.01.02.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 153,81
INSS a Salários a mento 03/20XX - Salário Família
Recolher Pagar
Fonte: os autores

As duas primeiras verbas de desconto se referem a faltas injustificadas ocorridas


durante o mês. Tanto o valor específico do dia da falta quanto o respectivo RSR
tem o mesmo tratamento, é o lançamento inverso ao valor do salário, portanto,
é um dos poucos lançamentos irregulares que fazemos: crédito em uma conta
de despesa. Essa exceção só ocorre porque estamos fazendo um lançamento de
reversão ou recuperação da despesa anteriormente lançada.

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


123

Quadro 5 - Lançamento das faltas no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 2.01.02.01.001 3.04.01.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 110,00
Salários a Salários e mento 03/20XX - Faltas
Pagar Ordenados
31/03/XX 2.01.02.01.001 3.04.01.01.001 Valor referente à Folha de Paga- 73,33
Salários a Salários e mento 03/20XX - RSR sobre Faltas
Pagar Ordenados
Fonte: os autores.

O INSS aparece em diversas situações nas rotinas trabalhistas. Nesse momento,


estamos falando da contribuição ao INSS que é despesa do empregado, é o valor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

que a empresa desconta do empregado para recolher à previdência.


Quadro 6 - Lançamento do INSS descontado no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 2.01.02.01.001 2.01.02.01.007 Valor referente à Folha de Paga- 840,43
Salários a INSS a mento 03/20XX - INSS descon-
Pagar Recolher tado
Fonte: os autores.

O IRRF também é despesa do empregado, é o valor que a empresa desconta do


empregado para recolher à Receita Federal. Portanto, a origem do fato está na
conta do Imposto de renda a recolher e a aplicação também está na conta Salários
a pagar, reduzindo o seu valor.
Quadro 7 - Lançamento do IRRF no diário

DATA CONTA CONTA HISTÓRICO VALOR


DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 2.01.02.01.001 2.01.02.01.007 Valor referente à Folha de Paga- 613,58
Salários a IRRF a mento 03/20XX - IRRF
Pagar recolher
Fonte: os autores.

O valor do Vale Transporte que a legislação permite que seja descontado do


empregado pode ser registrado de várias formas. Estamos considerando aqui
que o valor total dos vales transportes comprados pela empresa foi lançado dire-
tamente na Despesa Vale Transporte, por isso estamos creditando essa conta,
pois o valor descontado do empregado representa uma recuperação de despesa.

Contabilização do Resumo da Folha


124 UNIDADE III

Quadro 8 - Lançamento do desconto de Vale Transporte no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 2.01.02.01.001 3.04.01.01.010 Valor referente à Folha de 66,00
Salários a Vale Trans- Pagamento 03/20XX - Vale
Pagar porte transporte
Fonte: os autores.

O último desconto que conta no nosso resumo da folha é a contribuição sin-


dical, que é uma despesa do empregado para com o sindicato, então a empresa
desconta do empregado para recolher ao sindicato. O lançamento tem as mes-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mas características do INSS e IRRF.
Com esse lançamento, registramos todos os fatos gerados no Resumo da
Folha de Pagamento. Vamos agora lançar os valores dos encargos sociais: INSS
parte da empresa e FGTS.
Ao contrário do INSS descontado dos empregados, que consta no Recibo
de Pagamento e no Resumo da Folha, este INSS é despesa própria da empresa,
portanto, é uma despesa. Vamos utilizar a mesma conta a crédito, mas a conta a
débito será no grupo Despesas Operacionais, Despesas Administrativas.
Considerando os lançamentos feitos até aqui na Conta 2.01.02.01.001 -
Salários a Pagar, temos o seguinte Razão desta conta:

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


125

Quadro 10 - Razão conta Salários a Pagar


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

Contabilização do Resumo da Folha


126 UNIDADE III

Quadro 11 - Lançamento dos Encargos Sociais no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
31/03/XX 3.04.01.01.006 2.01.02.01.007 Valor referente aos encargos 2.184,57
INSS INSS a Reco- trabalhistas 03/20XX - INSS
lher
31/03/XX 3.04.01.01.007 2.01.02.01.008 Valor referente aos encargos 627,98
FGTS FGTS a trabalhistas 03/20XX - FGTS
Recolher
Fonte: os autores.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lembrando que devemos fazer a contabilização de todos os fatos contábeis por
conta contábil no Razão Analítico, mas aqui faremos somente da conta Salários
a Pagar, por ser a conta com mais lançamentos.

FATOS CONTÁBEIS
O resumo da folha é também uma série de fatos contábeis. Eles podem ser
permutativos, como é o caso do salário família, mas a grande maioria deles
são modificativos diminutivos, pois representam despesas, diminuindo, as-
sim, a situação líquida. Para contabilizar, é necessário utilizar o método das
partidas dobradas, que em sua essência diz que todo fato contábil deve ser
registrado contabilmente em duas ou mais contas e obrigatoriamente o va-
lor da origem deverá ser igual ao valor a crédito. Os fatos contábeis da folha
de pagamento podem ser feitos seguindo a primeira fórmula de lançamen-
tos (um débito e um crédito), mas muitas vezes utiliza-se a quarta fórmula
(diversos débitos e diversos créditos).
Fonte: os autores.

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


127

©shutterstock
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CONTABILIZAÇÃO DO 13º SALÁRIO

Mensalmente a contabilidade, obedecendo ao princípio da competência, deve


fazer os registros contábeis das apropriações do 13º salário. Os lançamentos refe-
rentes ao dia 30/11 e 20/12, que serão aqui desenvolvidos, levam em conta que
essa apropriação mensal tenha sido realizadas todos os meses.

CONTABILIZAÇÃO DA 1ª PARCELA DO 13º SALÁRIO

Na primeira parcela do 13º salário, temos o pagamento aos empregados sem des-
contos mas com o recolhimento do FGTS. Como se trata de uma antecipação
de parte do direito adquirido pelos empregados, vamos lançar este pagamento
como adiantamento do 13º salário no ativo e no dia 20/12 serão feitos os lança-
mentos utilizando as apropriações realizadas (provisionamentos). Como o valor
o 13º Salário e do FGTS foi devidamente provisionado mensalmente, a contabi-
lização na data do pagamento, 30/11 poderá ficar assim:
Quadro 12 - Lançamento do pagamento da 1ª parcela do 13º salário no diário

CONTA
DATA CONTA CREDORA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA
30/11/XX 1.01.03.02.004 1.01.01.01.001 Valor referente ao paga- 3.673,26
Adianta- Caixa Geral mento da 1ª parcela do
mento de 13º salário (50% do 13º
13º Salário salário do empregado)
Fonte: os autores.

Contabilização do 13º Salário


128 UNIDADE III

Quadro 13 - Lançamento do pagamento do FGTS sobre a 1ª parcela do 13º salário no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
30/11/XX 2.01.02.01.008 1.01.01.01.001 Valor referente ao FGTS da 1ª 293,86
FGTS a Caixa parcela do 13º salário
Recolher
Fonte: os autores.

CONTABILIZAÇÃO DA 2ª PARCELA DO 13º SALÁRIO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No dia 20/12, os cálculos são mais complexos, pois os descontos que deixaram de
ser feitos em 30/11, agora são feitos sobre o total do 13º salário. Para esta conta-
bilização, vamos considerar que as apropriações (provisionamento) foram feitas
mensalmente, temos então diversos lançamentos, acompanhe:
Quadro 14 - Lançamento do 13º salário no diário (parcelas realizadas mensalmente)

CONTA
DATA CONTA CREDORA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA
20/12/XX 3.04.01.01.005 2.01.02.01.006 Valor do 13º salário 7.346,54
13º Salário 13º Salário a Pagar
Fonte: os autores.

Quadro 15 - Lançamento do desconto da 1ª parcela (adiantamento) do 13º salário no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
20/12/XX 2.01.02.01.006 1.01.03.02.004 Valor da 1ª parcela do 3.673,26
13º Salário a Adiantamen- 13º salário descon-
Pagar to 13º Salário tado
Fonte: os autores.

Quadro 16 - Lançamento do desconto do INSS do 13º salário no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
20/12/XX 2.01.02.01.006 2.01.02.01.007 Valor do INSS descontado 670,26
13º Salário a INSS a Reco- sobre 13º salário
Pagar lher
Fonte: os autores.

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


129

Quadro 17 - Lançamento do desconto IRRF do 13º salário no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
20/12/XX 2.01.02.01.006 2.01.03.01.007 Valor do IRRF desconta- 495,92
13º Salário a IRRF sobre 13º Sa- do sobre 13º salário
Pagar lário a Recolher
Fonte: os autores.

Quadro 18 - Lançamento do pagamento do 13º salário no diário

CONTA
DATA CONTA CREDORA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

20/12/XX 2.01.02.01.006 1.01.01.01.001 Pagamento do 13º 2.507,10


13º Salário a Caixa Geral salário
Pagar
Fonte: os autores.

CONTABILIZAÇÃO DOS ENCARGOS DO 13º SALÁRIO

Os encargos sobre o 13º salário quanto ao FGTS será sobre o valor total do 13º
salário, haja vista que não é calculado na 1ª parcela, mas o FGTS é somente sobre
o valor da 2ª parcela, pois já foi calculado e pago sobre a 1ª parcela.
Quadro 19 - Lançamento dos encargos sobre o 13º salário no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
20/12/XX 3.04.01.01.006 2.01.02.01.007 INSS parte da empre- 2.042,34
INSS INSS a Recolher sa sobre 13º salário
20/12/XX 3.04.01.01.007 2.01.02.01.008 FGTS sobre a 2ª parce- 293,86
FGTS FGTS a Reco- la do 13º salário
lher
Fonte: os autores.

Contabilização do 13º Salário


130 UNIDADE III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
©shutterstock

CONTABILIZAÇÃO DAS FÉRIAS

Vimos que o período de gozo das férias representa um descanso para o trabalha-
dor, no entanto, na empresa representa um período improdutivo, mas remunerado,
e o desembolso da empresa ao colaborador ainda será com acréscimo de ⅓ do
valor da remuneração mensal média. Contabilmente, de acordo com o regime
de competência, o valor pago por ocasião das férias não pode ser considerado
como despesas do mês das férias, pois não há trabalho, e as despesas são gastos
necessários para geração de receitas; como o colaborador que está de férias não
trabalhou, também não contribuiu para geração das receitas do período.
Por isso, mensalmente devemos constituir uma apropriação (provisiona-
mento) para as férias.

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


131

Quadro 20 - Recibo de Férias - Fernanda Lima da Silva


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

No caso das férias da colaboradora Fernanda Lima da Silva, temos a seguinte


linha do tempo para os fatos contábeis e lançamentos:
■ 28/03/XX, 2 dias antes do início do período de férias, pagamento do valor
líquido de férias.
■ 30/04/XX, lançamento das férias.
■ 30/04/XX, lançamento dos encargos sobre férias.

Quadro 21 - Lançamento do Pagamento das Férias no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
28/03/XX 1.01.03.02.003 1.01.01.01.001 Valor referente ao pa- 1.461,34
Adiantamento Caixa Geral gamento das férias de
de Férias Fernanda Lima da Silva
Fonte: os autores.

Contabilização das Férias


132 UNIDADE III

Quadro 22 - Lançamento do Pagamento das Férias no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
30/04/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.005 Valor das férias de Fernanda
Férias Férias a Pagar Lima da Silva 1.204,40
30/04/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.005 Valor do adicional de férias
Férias Férias a Pagar de Fernanda Lima da Silva 401,47
30/04/XX 2.01.02.01.005 2.01.02.01.007 Valor do INSS descontado 144,53
Férias a INSS a Reco- das férias de Fernanda Lima
Pagar lher da Silva

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
30/04/XX 2.01.02.01.005 1.01.03.02.003 Valor das férias de Fernanda 1.461,34
Férias a Adiantamento Lima da Silva
Pagar de Férias
Fonte: os autores.

Quadro 23 - Lançamento dos Encargos das Férias no diário

CONTA
DATA CONTA CREDORA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA
30/04/XX 3.04.01.01.006 2.01.02.01.007 INSS parte da empresa 446,43
INSS INSS a Recolher sobre Férias
30/04/XX 3.04.01.01.007 2.01.02.01.008 FGTS sobre férias 128,47
FGTS FGTS a Recolher
Fonte: os autores.

Com estes lançamentos, a conta 1.01.03.02.003 Adiantamento de Férias tem que


ficar com saldo ZERO, o mesmo deverá ocorrer com as contas 2.01.02.01.005
Férias a Pagar
No mês de maio, temos as férias do colaborador Bruno Gonçalves dos Santos:

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


133

Quadro 24 - Recibo de Férias - Bruno Gonçalves dos Santos


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores.

Para lançarmos, vamos também estabelecer a seguinte linha do tempo para os


fatos contábeis e lançamentos:
■ 19/05/XX, 2 dias antes do início do período de férias, pagamento do valor
líquido de férias.
■ 31/05/XX, lançamento das férias.
■ 31/05/XX, lançamento dos encargos sobre férias.

Quadro 25 - Lançamento do Pagamento das Férias no diário

CONTA
DATA CONTA CREDORA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA
19/05/XX 1.01.03.02.003 1.01.01.01.001 Valor referente ao pa- 6.987,92
Adiantamen- Caixa gamento das férias de
to de Férias Gonçalves do Santos
Fonte: os autores.

Contabilização das Férias


134 UNIDADE III

Quadro 26 - Lançamento do Pagamento das Férias no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
31/05/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.005 Valor das férias de Gonçalves
Férias Férias a pagar do Santos 3.921,33
31/05/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.005 Valor do adicional de férias
Férias Férias a pagar de Gonçalves do Santos 1.307,11
31/05/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.005 Valor do Abono Pecuniário de 1.960,66
Férias Férias a pagar Gonçalves do Santos
31/05/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.005 Valor do adicional de 1/3 653,55

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Férias Férias a pagar sobre o Abono Pecuniário de
Gonçalves do Santos
31/05/XX 2.01.02.01.005 2.01.02.01.007 Valor do INSS descontado das 570,88
Férias a pagar INSS a recolher férias de Gonçalves do Santos
31/05/XX 2.01.02.01.005 2.01.03.01.007 Valor do IRRF descontado das 283,85
Férias a pagar IRRF a recolher férias de Gonçalves do Santos
31/05/XX 2.01.02.01.005 1.01.03.02.003 Valor das férias de Gonçalves 6.987,92
Férias a pagar Adiantamen- do Santos
to de Férias
Fonte: os autores

Quadro 27 - Lançamento dos Encargos das Férias no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
31/05/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.007 INSS parte da empresa 2.180,26
Férias INSS a recolher sobre Férias
31/05/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.008 FGTS sobre férias 627,41
Férias FGTS a recolher
Fonte: os autores.

Com estes lançamentos, a conta 1.01.03.02.003 Adiantamento de Férias tem que


ficar com saldo ZERO, o mesmo deverá ocorrer com as contas 2.01.02.01.005
Férias a Pagar, mas a conta 3.04.01.01.004 Férias deverá ficar com saldo, pois o
período de férias refere-se ao período aquisitivo que encerrou em meses anteriores.

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


135

Tanto as férias quanto o 13º salário são pagas sem a contraprestação de tra-
balho, portanto, os empregados trabalham 11 meses por ano e ganham 13
salários. Como a empresa deve fazer para planejar isso?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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CONTABILIZAÇÃO DA RESCISÃO DO CONTRATO DE


TRABALHO

Vamos contabilizar as verbas referentes à Rescisão do Contrato de Trabalho cal-


culada na unidade II e demonstrada também a seguir:

Contabilização da Rescisão do Contrato de Trabalho


136 UNIDADE III

Quadro 28 - Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores.

Nesta rescisão, temos diversas verbas a contabilizar. Precisamos entender as carate-


rísticas de cada uma delas para identificarmos quais contas deverão ser utilizadas.
Vamos analisar as verbas:
■ As verbas positivas Saldo de Salários e Adicional de Periculosidade são
referentes ao trabalho do mês da rescisão, portanto estes valores serão lan-
çados pelo resumo da folha de pagamento a débito de despesas e a crédito
de 2.01.02.01.001 Salários a Pagar, portanto o débito no momento da
rescisão não deverá ser nas despesas, mas nessa conta.
■ As verbas positivas referentes a Férias, tantos as vencidas quanto propor-
cionais, não serão lançadas em despesas porque mensalmente é constituída
(veja o tópico Contabilização das Férias).
■ As verbas referentes ao 13º salário, do mesmo modo das férias, foram
lançadas mensalmente.

Vamos então aos lançamentos da rescisão no diário:

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


137

Quadro 29 - Lançamento da Rescisão no diário

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
03/08/XX 2.01.02.01.001 2.01.02.01.002 Saldo de Salário na resci- 400,00
Salários a Recisões a são de Bruno Gonçalves
pagar pagar dos Santos
03/08/XX 2.01.02.01.001 2.01.02.01.002 Adicional de Periculosida- 120,00
Salários a Recisões a de na rescisão de Bruno
pagar pagar Gonçalves dos Santos
03/08/XX 3.04.01.01.004 2.01.02.01.002 Férias vencidas e propor- 11.834,96
Férias Recisões a cionais mais adicional de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

pagar férias na rescisão de Bru-


no Gonçalves dos Santos
03/08/XX 3.04.01.01.005 2.01.02.01.002 13º Salário na rescisão 3.451,86
13º Salários Recisões a de Bruno Gonçalves dos
pagar Santos
03/08/XX 2.01.02.01.002 2.01.02.01.001 INSS descontado sobre 421,30
Recisões a Salários a salários e 13º salário na
pagar pagar rescisão de Bruno Gonçal-
ves dos Santos
03/08/XX 2.01.02.01.002 2.01.03.01.007 IRRF descontado sobre 44,95
Recisões a IRRF a recolher 13º salário na rescisão
pagar de Bruno Gonçalves dos
Santos
03/08/XX 2.01.02.01.002 1.01.01.01.001 Pagamento da rescisão 15.340,57
Salários a Caixa de Bruno Gonçalves dos
pagar Santos
Fonte: os autores.

Quanto aos encargos: INSS parte da empresa e FGTS serão lançados pelo total
do mês, envolvendo as demais verbas da folha além da rescisão.

Contabilização da Rescisão do Contrato de Trabalho


138 UNIDADE III

Vamos demonstrar a seguir as verbas referentes ao FGTS decorrentes desta


rescisão, considerando as condições já demonstradas:
Quadro 30 - FGTS sobre Rescisão

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores.

Para contabilização destes fatos contábeis referentes ao FGTS da Rescisão, vamos


considerar que:
■ O valor do FGTS da folha de pagamento do mês anterior e do mês da res-
cisão já foram lançados nas despesas a crédito de 2.01.02.01.008 FGTS
a Recolher.
■ A multa sobre o saldo do FGTS não foi provisionado, pois a empresa não

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


139

sabe quais empregados serão desligados por iniciativa da empresa, então


vamos lançar estes valores nas contas de despesas, veja o lançamento a seguir:

Quadro 31 - Multa do FGTS sobre Rescisão

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
04/08/XX 3.04.02.01.003 2.01.02.01.008 Multa do FGTS da resci- 9.598,40
Indenização e FGTS a reco- são de Bruno Gonçalves
Aviso prévio lher dos Santos
Fonte: os autores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Considerando os valores de FGTS anteriormente lançados mais o valor da


multa contabilizado agora, podemos lançar o pagamento total utilizando a conta
2.01.02.01.008 FGTS a Recolher, segue o lançamento:
Quadro 32: Recolhimento do FGTS total sobre Rescisão

CONTA CONTA
DATA HISTÓRICO VALOR
DEVEDORA CREDORA
04/08/XX 2.01.02.01.008 1.01.01.01.001 Pagamento do FGTS da 10.385,65
FGTS a reco- Caixa rescisão de Bruno Gon-
lher çalves dos Santos
Fonte: os autores.

Assim, finalizamos os lançamentos no formato do Livro Diário para a folha de


pagamento, encargos, 13º Salário, Férias e Rescisão do Contrato de Trabalho.

Contabilização da Rescisão do Contrato de Trabalho


140 UNIDADE III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a)! Nesta unidade, contabilizamos as verbas trabalhistas refe-


rentes aos fatos contábeis gerados pelos cálculos da Folha de Pagamento do mês,
13º Salário, Férias e Rescisão do Contrato de Trabalho. Tomamos o cuidado de
explicar detalhadamente os fatos, pois para contabilizarmos determinados fatos
podemos percorrer caminhos diferentes e chegarmos ao mesmo resultado. O
processo contábil envolve o lançamento no diário e no razão e o levantamento
do Balancete de Verificação, mas como o razão e o balancete fazem sentido com

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a consideração dos demais lançamentos do período, fizemos os registros contá-
beis somente no formato do Livro Diário, mas em alguns casos demonstramos
a situação das contas por meio do razão delas.
Consideramos, na elaboração dos registros contábeis, que os fatos contá-
beis gerados pelos cálculos trabalhistas têm características diferenciadas, por
isso as contas que utilizamos para registrar os fatos contábeis do resumo da
folha de pagamento devem identificar corretamente os fatos, tanto nas con-
tas de despesas quanto nas obrigações e provisões. Consideramos cada detalhe
que envolve os cálculos e pagamento do 13º salário e das férias, pois o regis-
tro no momento do pagamento depende dos lançamentos que precederam este
momento. Consideramos nesta unidade que para contabilizar todos os fatos
contábeis, inclusive os estudados nesta unidade, precisamos levar em conta os
princípios contábeis, as normas brasileiras de contabilidade e a estrutura das
demonstrações, pois os registros de todos os fatos contábeis devem ser entendi-
dos sem fragmentação, para que o aprendizado seja completo.
A contabilização foi feita para completar o aprendizado sobre as rotinas tra-
balhistas, pois todos os cálculos estudados na unidade II geram fatos contábeis
que foram contabilizados nesta unidade contextualizando o aprendizado.
Vamos em frente. Sucesso no seu aprendizado!

CONTABILIZAÇÃO DOS GASTOS COM PESSOAL


141

1. De acordo com a legislação trabalhista brasileira, as empresas devem pagar o


salário líquido do empregado até o quinto dia útil subsequente ao mês trabalha-
do, contabilmente, entre o último dia do mês trabalhado e o dia do pagamento.
O salário líquido a pagar representa uma obrigação (dívida) da empresa com os
empregados, portanto passivo com obrigações trabalhistas. Considerando que
no mês 04/x1 foram calculados os seguintes valores referente a folha de
pagamento dos empregados:
• Salários: R$5.520,00
• Adicional noturno: R$120,00
• INSS descontado: R$451,20
• Salário Família: R$58,32
• FGTS: R$451,20
• INSS parte da empresa: 1.567,92

Assinale a alternativa que representa o saldo da conta Salários a Pagar no


Balanço Patrimonial elaborado no dia 30/04/X1.
a) R$5.640,00.
b) R$5.188,80.
c) R$5.130,48.
d) R$5.581,68
e) R$5.247,12

2. A contribuição para a Previdência Social deve ser feita pelos empregados e em-
pregadores, sendo que o recolhimento dos empregados é feito pelo emprega-
dor. Considerando que no mês 04/x1 foram calculados os seguintes valores
referente a folha de pagamento dos empregados:
• Salários: R$5.520,00
• Adicional noturno: R$120,00
• INSS descontado: R$451,20
• Salário Família: R$58,32
• FGTS: R$451,20
• INSS parte da empresa: 1.567,92
Assinale a alternativa que representa o saldo que será demonstrado no ra-
zão analítico da conta INSS a Recolher no dia 30/04/X1.
142

a) R$2.019,12.
b) R$1.960,80.
c) R$1.567,92.
d) R$451,20.
e) R$392,88.

3. Quais contas contábeis, a débito e a crédito, deverão ser utilizadas para fazer o
lançamento contábil do valor do Salário Família que será pago aos empregados?
Assinale a alternativa correta.
a. D - Salários a Pagar e C - INSS a Recolher
b. D - INSS a Recolher e C - Salários a Pagar
c. D - Despesas com Salários e C - INSS a Recolher
d. D - Despesas com encargos sociais e C - Salários a Pagar
e. D - Despesas com Encargos Sociais e C - INSS a Recolher

4. Para carregar os créditos no cartão do vale transporte de um empregado, a em-


presa gasta R$180,00. Considerando que o empregado tem o salário bruto de
R$2.100,00, calcule e demonstre o valor que poderá ser descontado do em-
pregado referente a Vale Transporte.
5. Sabendo que os saldos das contas no razão analítico serão utilizados para elabo-
rar o balancete, qual será a soma das colunas saldo devedor e saldo credor
do balancete que for elaborado após os lançamentos a seguir?
• Salários, R$5.520,00
• Adicional noturno, R$120,00
• INSS descontado, R$451,20
• Salário Família, R$58,32
• FGTS, R$451,20
• INSS parte da empresa, 1.567,92
6. Estruture o Balancete para demonstrar como você encontrou a soma das colu-
nas saldo devedor e saldo credor.
143

RELAÇÃO DE EMPREGO
O Princípio da Norma Favorável ao Empregado é utilizado nos casos em que há pluralidade
de normas aplicáveis a uma relação de trabalho, devendo-se optar pela que será mais favo-
rável ao trabalhador. Quando se trata da relação de emprego, pouco importa a hierarquia
das normas jurídicas, pois sempre será aplicado o que for mais benéfico para o empregado,
assim, por mais superior que a Constituição Federal seja, se uma simples Convenção Coleti-
va de Trabalho trouxer mais benefícios aos empregados, esta será obedecida e não aquela.
Por sua vez, o terceiro princípio a ser destacado, da condição mais benéfica ao traba-
lhador, consiste em assegurar ao trabalhador a permanência da condição mais bené-
fica objetivamente reconhecida. Ademais, o empregado contratado sob a vigência
de determinadas condições a ele asseguradas não pode ser rebaixado à condição
inferior. Por isso, a condição pode resultar de lei, de contrato individual, de instru-
mento coletivo ou de regulamento de empresa. Francisco Meton Lima (1997) enfati-
za dois fundamentos que suportam essa regra: o primeiro seria o fato de que a mo-
dificação das normas trabalhistas não pode operar in pejus (piorar); e o segundo
seria que o rebaixamento fere o direito adquirido, constitucionalmente protegido.
O princípio da irrenunciabilidade de direitos diz respeito ao verbo “renunciar”. Renun-
ciar significa deixar, abdicar, desistir. No sentido jurídico, designa o abandono ou a
desistência do direito que se tem sobre alguma coisa. A aplicação deste princípio de-
corre da imperatividade das normas trabalhistas, o que ocasiona a indisponibilidade
dos direitos. Por imperatividade, entenda-se jus cogens, em oposição ao jus dispositi-
vum. Isso significa que o trabalhador não pode renunciar aos seus direitos trabalhis-
tas, porque eles decorrem de normas imperativas, das quais não se pode dispor: “Em
síntese, esse princípio consiste em que o trabalhador não pode renunciar aos direitos
a ele assegurados pela legislação do trabalho” (LIMA, 1997, p. 88). Assim, o trabalhador
não tem possibilidade de se privar dos direitos concedidos pela legislação trabalhista.
O princípio da continuidade da relação de emprego se refere ao direito do emprega-
do em permanecer com o seu vínculo empregatício. Este princípio estabelece que a
permanência do trabalhador no emprego é fazer cumprir satisfatoriamente o obje-
tivo teleológico do Direito do Trabalho. Afinal, aquele que vive apenas de seu traba-
lho precisa manter o seu emprego como um instrumento de afirmação na sociedade.
Os doutrinadores apontam que a nova lei do aviso prévio; as estabilidades provisórias,
como as do dirigente sindical (art. 8°, VIII, CF/1988), da gestante e do cipeiro (art. 10,
ADCT, CF/1988); e o disposto nos artigos 10 e 448 da CLT (BRASIL,1943) contribuem para
a efetivação do princípio da continuidade da relação de emprego.
Segundo o princípio da primazia da realidade sobre a forma, a verdade real deverá sem-
pre prevalecer sobre a verdade formal. Você deve estar se perguntando, mas qual a dife-
rença entre a verdade real e a verdade formal?
144

A verdade formal é a propagada pelos documentos, ou seja, pelo contrato de trabalho


assinado pelo empregado, pelas anotações em CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência
Social) e outros documentos que buscam revelar as condições de trabalho exercidas. A
verdade real, por sua vez, busca revelar a realidade dos fatos, isto é, as condições reais de
trabalho exercidas pelo empregado.
Por isso, a primazia deve ser da realidade sobre o documento (forma). Em um proces-
so trabalhista, a função exercida de fato deve prevalecer sobre a função constante no
contrato. Esse princípio é muito aplicado no âmbito laboral com o intuito de impedir
que fraudes sejam praticadas pelo empregador no sentido de mascarar ou camuflar o
contrato de trabalho existente.
Godinho Delgado (2010) enfatiza que o princípio da primazia da realidade sobre a forma
constitui-se em poderoso instrumento para a pesquisa e encontro da verdade real em
uma situação de litígio trabalhista.
O que você precisa entender é que, muitas vezes, a prática habitual altera o contrato de
trabalho pactuado entre as partes, gerando novos direitos e obrigações. Assim, faz-se
necessário que o contrato (documento) acompanhe essas mudanças.
O nome do princípio da inalterabilidade contratual lesiva já revela, por si só, a sua essên-
cia. Você não concorda? Veja que a palavra “inalterabilidade” significa algo que não pode
ser alterado, a palavra contratual diz respeito ao contrato, e a palavra lesiva relaciona-se
com lesão, dano. Traduzindo: este princípio propõe que não se pode alterar o contrato
com o intuito de causar lesão ao empregado.
O princípio da inalterabilidade contratual lesiva tem respaldo na cláusula pacta sunt
servanda, do Direito Civil, segundo a qual os contratos devem ser cumpridos.
Referido princípio tem respaldo também no art. 468 da CLT (BRASIL, 1943) que somente
permite a alteração das cláusulas e condições fixadas no contrato de trabalho em caso
de mútuo consentimento, por meio de alteração bilateral. Isso significa que as duas par-
tes – empregado e empregador – devem concordar com a alteração, e desde que dela
não resulte prejuízos ao empregado. Ora, se assim não fosse, o empregador poderia, por
meio de seu poder diretivo, alterar o contrato de trabalho como melhor lhe aprouver.
Vamos agora conhecer o princípio da intangibilidade salarial. Você conhece a palavra
“intangível”? Intangível é sinônimo de intocável, impalpável. Assim, é possível concluir
que o princípio da intangibilidade salarial protege o salário/remuneração do trabalha-
dor, no sentido de “não tocar” em seu salário, realizando descontos indevidos.
Fonte: O autores
MATERIAL COMPLEMENTAR

Contabilidade Introdutória
Equipe de professores FEA/USP
Editora: Atlas
Sinopse: O livro parte de uma visão de conjunto dos relatórios emanados pela Contabilidade,
descendo então em nível de detalhes sobre os lançamentos originários. Expõe os significados
da função controladora da Contabilidade e das peças contábeis. Traz em apêndices explicações
sobre a correção monetária do balanço e análise de demonstrações contábeis.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto-Lei nº. 5.452/1943. de 1º de Maio de 1943. Aprova a Consolidação


das Leis do Trabalho (CLT). Brasília, 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 20 jul. 2016.
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2010.
LIMA, F. M. M. de. Os princípios de direito do trabalho na lei e na jurisprudência.
2. ed. São Paulo: LTr, 1997.
147
GABARITO

1. Alternativa E - R$5.247,12 (Salários 5.520 + Adicional noturno 120 - INSS des-


contado 451,20 + Salário Família 58,32)
2. Alternativa B - R$1.960,80 (INSS descontado 451,20 - Salário Família 58,32 +
INSS parte da empresa 1.567,92)
3. Alternativa B - D - INSS a Recolher e C - Salários a Pagar
4. Calcula 6% do Salário (2.100 x 6% = 126,00) e compara com o gasto que a em-
presa teve com o transporte daquele empregado (180,00) e desconta o valor
menor, portanto, neste caso, deverá ser descontado R$126,00.
5. Balancete que demonstra a soma das colunas saldo devedor e saldo credor
igual a R$7.659,12.
CONTAS SALDO DEVEDOR SALDO CREDOR
Passivo Circulante
Salários a Pagar 5.247,12
INSS a Recolher 1.960,80
FGTS a Recolher 451,20
Despesas
Salários 5.520,00
Adicional Noturno 120,00
Encargos INSS 1.567,92
Encargos FGTS 451,20

Totais 7.659,12 7.659,12


Professor Esp. Augusto Cesar Oliveira Camelo

ESTOQUE E CONTROLE DE

IV
UNIDADE
MERCADORIAS

Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender o sistema de controle periódico de mercadorias.
■ Compreender o sistema de controle permanente de mercadorias.
■ Aprender como as mercadorias são controladas e avaliadas pelo
sistema PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai).
■ Aprender como as mercadorias são controladas e avaliadas pelo
sistema UEPS (último que entra, primeiro que sai).
■ Aprender como as mercadorias são controladas e avaliadas pelo
sistema MPM (média ponderada móvel).

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Inventário Periódico
■ Inventário Permanente
151

INTRODUÇÃO

Olá, aluno(a)! Na atividade empresarial, o processo de compra e venda de mer-


cadorias é muito comum, e essa prática motiva um estudo mais pontual sobre
o controle de entradas e saídas, apuração de saldo e de custo dos produtos
comercializados.
Na contabilidade, esse controle pode ser realizado por meio de um inven-
tário periódico ou permanente com o objetivo de apurar informações sobre a
quantidade, o custo unitário e total das mercadorias.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nesse sentido, a presente unidade aborda os conceitos sobre os dois tipos


de inventários e ilustra didaticamente a funcionalidade dos métodos de valora-
ção dos estoques por meio de quadros, figuras e planilhas.
A abordagem feita ao inventário periódico resgata os conceitos de inventário
– conforme previsão legal do Regulamento do Imposto de Renda, os itens que
devem constar no livro de escrituração dos produtos e a metodologia de apura-
ção do custo das mercadorias vendidas.
Em seguida, o capítulo apresenta as formas de apuração do custo pelo inven-
tário permanente e os métodos de controle de estoque: Primeiro que Entra,
Primeiro que Sai (PEPS), Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS) e Média
Ponderada Móvel (MPM).
Para o aprendizado desses métodos, o livro apresenta conceitos e tabelas ilus-
trativas exemplificando a sequência de movimentação do estoque (saldo inicial,
compra e venda de mercadorias e estoque final) para fins de apuração do custo
das mercadorias vendidas.
Por fim, faz-se uma comparação dos métodos apresentados, demonstrando
as principais diferenças entre ambos e como esse diferencial pode impactar no
resultado da empresa.
Dessa forma, acredita-se que essa unidade possa contribuir para o entendi-
mento teórico sobre os tipos de inventários na contabilidade e habilitar os alunos
para uma prática segura dos diferentes métodos de controle e avaliação de mer-
cadorias. Bons estudos!

Introdução
152 UNIDADE IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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INVENTÁRIO PERIÓDICO

Neste tópico, serão apresentados e discutidos os conceitos do inventário peri-


ódico, os itens que deverão compor o livro de inventário e a metodologia de
apuração do custo das mercadorias vendidas (CMV).

CONTEXTUALIZAÇÃO

As mercadorias adquiridas por uma empresa e destinadas à comercialização


passam por um processo de controle, periódico ou permanente, com o objetivo
de apurar em determinada época o inventário desses produtos relacionando a
descrição da mercadoria, o saldo inicial, a quantidade, o preço unitário, o preço
total e outras informações necessárias à adequada administração do estoque.

As Os produtos As matérias- Os produtos Os bens em


mercadorias manufaturados primas em fabricação almoxarifado

Figura 1 - Itens que deverão constar no livro de inventário


Fonte: adaptado de Regulamento do Imposto de Renda – RIR (1999).

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


153

Dependendo do volume comercializado, a empresa necessitará adotar um con-


trole mais ágil, seguro e efetivo para proteger esses bens e gerar informações
tempestivas e atualizadas sobre a movimentação dos produtos negociados.
Ao vender um produto, a empresa precisa contabilizar o valor da receita de
vendas, os impostos referentes à operação e identificar se a transação ocorreu
à vista ou a prazo. Tão importante quanto contabilizar a venda é registrar tam-
bém o custo das mercadorias que saíram do estoque.
Segundo Favero (2009), o custo das mercadorias vendidas (CMV) refere-se
aos gastos efetuados para colocá-las em condições de venda.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Por sua vez, Viceconti e Neves (2013, p. 85) lembram que na venda de mer-
cadoria, o preço de venda é conhecido e certo, “mas e quanto ao preço de custo?
Como a empresa pode determinar que a mercadoria vendida (que está no estoque)
veio deste ou daquele fornecedor já que os preços de compra foram diferentes?”
Esse questionamento é importante para demonstrar que as mercadorias
destinadas à revenda precisam de algum tipo de controle para que o seu custo
seja identificado e lançado adequadamente no período em que ocorreu a venda.
Em relação às pequenas empresas, esse controle tende a ser mais simples em
virtude das características empresariais, limitações de sistemas de informações
ou quantidade insuficiente de funcionários. Essa dificuldade pode ser facilitada
pelo método de controle de estoque denominado inventário periódico.
O regulamento do Imposto de Renda (RIR), por meio do Decreto nº 9.580,
ao tratar dos livros fiscais, em seu art. 275, determina que a pessoa jurídica deverá
possuir, além dos livros de contabilidade, o de registro de inventário. No art. 276,
o RIR preconiza que o livro inventário, os itens abaixo nomeados, deverão ser
arrolados com especificações que facilitem sua identificação:

CONCEITO E METODOLOGIA DE APURAÇÃO DO CMV

Adotando o sistema de inventário periódico, o registro contábil do estoque de


mercadorias ocorrerá apenas no final de um determinado período com a con-
tagem física das quantidades existentes (GRECO, 2006).

Inventário Periódico
154 UNIDADE IV

Favero (2009) certifica que mediante a ocorrência da compra e venda de mer-


cadorias sem um controle permanente torna-se inviável conhecer o CMV no
momento em que a venda é realizada. No inventário periódico, esse custo só será
identificado por meio de um levantamento ou contagem física e sua respectiva
valoração utilizando a seguinte fórmula como identificação do CMV:

CMV = Estoque Inicial (EI) + Compras (C) - Estoque Final (EF)

Em outras palavras, Viceconti e Neves (2013) fortalecem o conceito, informando

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que o inventário periódico ocorre quando os estoques existentes na empresa são
avaliados na data de encerramento do Balanço Patrimonial por meio de contagem
física. O estoque das mercadorias, dessa forma, é denominado de estoque final.
Em relação à valoração ou preço utilizado para avaliação dos estoques, o
Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por intermédio do Pronunciamento
Técnico nº 16 (R1), item 9, prevê que os estoques devem ser mensurados pelo valor
de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor (CPC, 2016, on-line).
Em consonância com o pronunciamento técnico, a Lei das Sociedades por
Ações nº 6.404, ao tratar do critério de avaliação dos elementos do ativo, esta-
belece em seu art. 183, inciso II, que as mercadorias e produtos do comércio da
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em
almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de
provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior (BRASIL,
2016, on-line).
Iudícibus et al (2010) reforçam que quando necessita-se apurar o resultado
obtido com a venda de mercadorias (RCM), e na ocasião quando essas vendas
são efetuadas sem um controle paralelo e concomitante do estoque, é preciso
fazer um levantamento físico para avaliar as mercadorias existentes naquela
data, e pela diferença entre o total dos produtos disponíveis para venda, durante
o período, esse estoque final (apurado extracontabilmente), obtém-se o CMV.
Tem-se o seguinte exemplo:
A. Considere que determinada empresa tenha iniciado o ano com um esto-
que inicial avaliado e escriturado no valor de R$ 100.000,00, referente a
100 unidades (R$ 1.000,00 cada uma).

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


155

B. No decorrer do ano, algumas compras e vendas foram realizadas, conforme


comprovadas pelas notas fiscais. As compras totalizaram R$ 120.000,00
e as vendas R$ 480.000,00.
C. Ao final do ano, a empresa realizou uma contagem física dos produtos
existentes no estoque e, com base nos últimos preços de compras (já exclu-
ídos os impostos recuperáveis), identificou um saldo de 50 unidades, ao
valor unitário de R$ 1.100,00 (R$ 55.000,00 no total).

Com base nessas informações e de acordo com a fórmula apresentada do custo


das mercadorias vendidas, a empresa apresentará um CMV de R$ 165.000,00,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

conforme dados apresentados a seguir:

Estoque Compras Estoque CMV


inicial final

R$ 100.00,00 (+) R$ 120.00,00 (-) R$ 55.00,00 (=) R$ 165.00,00

Figura 2 - Fórmula esquematizada do CMV


Fonte: os autores (2016).

Percebe-se, assim, que o CMV de R$ 165.000,00 representa um saldo residual


das mercadorias que existiam em estoque, adicionadas com as compras e sub-
traídas do estoque final. Ou seja, esse valor demonstra quanto foi o custo de X
produtos vendidos em determinado período.
Apurando o resultado contábil, apenas com estas informações, a empresa
apresentaria um saldo final no seu Balanço Patrimonial, na conta de estoque
de mercadorias, de R$ 55.000,00 (representando os bens físicos destinados às
vendas), e na Demonstração do Resultado do Exercício, um lucro bruto de R$
315.000,00, resultado do valor das vendas (R$ 480.000,00) subtraído do CMV
(R$ 165.000,00).
Neste exemplo, é importante observar dois aspectos em relação ao resul-
tado apresentado:
A. Vendas: na apuração do lucro, são consideradas todas as vendas realiza-
das no período, não importando se as mesmas foram à vista ou a prazo.

Inventário Periódico
156 UNIDADE IV

O que diferencia, nesse caso, é o destino ou a contrapartida das vendas.


Por exemplo, se a venda foi à vista o destino dos recursos recebidos será
o caixa da empresa; se a venda foi realizada a prazo, terá como contra-
partida uma conta de direito (conta de clientes ou duplicatas a receber).
B. Lucro bruto: conforme o resultado apresentado de R$ 315.000,00, em
uma situação real, a empresa precisaria considerar o acréscimo de outras
receitas (financeiras, descontos obtidos, bonificações, etc.) e outras despe-
sas (vendas, administrativas, etc.) para apurar o lucro ou prejuízo líquido
do exercício.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Além das contas de estoque inicial, compras e estoque final, outras contas são
consideradas para apuração do custo das mercadorias vendidas na metodologia
do inventário periódico. Conforme destaca Favero (2009), as contas mais usu-
ais para identificar o CMV são:
Quadro 1 - Composição da conta CMV

3211 - CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS


321101 - Estoque Inicial (+)
321102 - Compras de Mercadorias (+)
321103 - Estoque Final ( )
321104 - ICMS sobre Compras (-)
321105 - ICMS sobre Fretes ( )
321106 - ICMS sobre Devolução de Compras (+)
321107 - PIS Faturamento sobre Fretes (-)
321108 - PIS Faturamento sobre Devolução de Compras (+)
321109 - PIS Faturamento sobre Fretes (-)
321109 - PIS Faturamento sobre Devolução de Compras (+)
321110 - COFINS sobre Compras (-)
321111 - COFINS sobre Fretes (-)
321112 - COFINS sobre Devolução de Compras (+)
321113 - Fretes sobre Compras (+)
321114 - Seguros sobre Compras (+)
321115 - Devolução de Compras (-)
321116 - Abatimento sobre Compras (-)
Fonte: adaptado de Favero (2009, p. 226-227).

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


157

Assim, observa-se que há inúmeras contas contribuindo para o aumento ou a


redução do valor do custo das mercadorias vendidas. Entre essas contas, desta-
cam-se os impostos pela relevância dos seus valores na aquisição de estoques.
No momento da compra de mercadorias para revenda, caso a empresa possa
aproveitar ou recuperar o valor de ICMS, PIS ou COFINS, os respectivos valores
não comporão o custo da mercadoria, uma vez que a empresa está se benefi-
ciando dos valores para abater possíveis obrigações tributárias relacionadas com
os mesmos impostos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

INVENTÁRIO PERMANENTE

O inventário permanente tem como objetivo controlar os estoques de uma


empresa de forma constante para as situações de compra, venda e devoluções
de mercadorias. Nesse sentido, você aprenderá sobre a metodologia do controle
e da avaliação dos estoques permanentes.

CONCEITO

O inventário permanente, ao contrário do periódico, controla os estoques cons-


tantemente a cada compra ou venda realizada. Sendo desnecessária a realização
de qualquer contagem física para apurar o saldo de estoques e determinar o CMV.
Para Greco (2006), esse sistema consiste em contabilizar o custo das mercado-
rias vendidas no ato da venda. Permitindo que a empresa controle, continuamente,
as quantidades e os valores das entradas, saídas e devoluções dos produtos.
Iudícibus et al. (2010) destacam que nas médias e grandes empresas, principal-
mente, há a necessidade de um controle sucessivo e ininterrupto do estoque
das mercadorias, o que justifica a utilização do inventário permanente. Sendo,

Inventário Permanente
158 UNIDADE IV

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
portanto, fundamental a utilização de sistemas de informações modernos que
gerem dados e relatórios pontuais e compatíveis com o fluxo de movimentação
do estoque de produtos.
Sobre a geração de informações, Favero (2009, p. 236) declara, ainda, que:
O inventário permanente refere-se a um controle de estoque que per-
mite aos usuários da informação contábil obter a qualquer momen-
to informações precisas sobre a quantidade e valor de cada item do
estoque da empresa. Com a utilização do inventário permanente não
há necessidade de se fazer um desdobramento das contas, similar ao
ocorrido no caso do inventário periódico. No inventário permanente,
todos os lançamentos relativos às operações com a compra de merca-
dorias poderão ser efetuados utilizando-se a conta MERCADORIAS,
classificada no subgrupo de Estoque no Ativo Circulante.

Nessa metodologia do inventário permanente, o controle do estoque de mer-


cadorias é controlado por meio de fichas de controle de entradas e saídas de
mercadorias. Essas fichas podem ser físicas (material gráfico) ou eletrônicas (sis-
temas de informações contábeis e gerenciais).

O contador precisa conhecer as metodologias de registro e controle de es-


toque para contribuir com informações seguras e tempestivas a essa ativi-
dade.
(Marco Aurélio P. Dias)

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


159

Nos últimos anos, a tecnologia da informação vem contribuindo, substan-


cialmente, para o processo de escrituração, controle e geração de informações
contábeis. Em relação ao controle de estoques, é possível destacar o uso de apli-
cativos e multimídias tecnológicas como o código de barras e a leitura ótica que
favorece um controle mais ágil e seguro.
A seguir, apresenta-se um modelo de ficha de controle de estoques:
Quadro 2: Modelo Ficha Controle de Estoque
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte adaptado de Iudícibus et al. (2010, p. 107).

Com base no modelo apresentado, a ficha é composta basicamente por quatro


colunas:
1. Data: especificação do período referente à transação realizada.
2. Entrada: classificação das compras realizadas e da devolução das respec-
tivas compras com sinal negativo.
3. Saída: descrição das vendas ocorridas e da devolução das respectivas
vendas com sinal negativo, compondo no final o custo das mercadorias
vendidas.

Inventário Permanente
160 UNIDADE IV

4. Saldo: a última coluna funciona como um termômetro, indicando a varia-


ção final das entradas e saídas de mercadorias. É importante destacar
que o saldo final identificado na ficha de controle é o mesmo apresen-
tado no Balanço Patrimonial da empresa na conta de mercadorias no
ativo circulante.

Comparativamente ao inventário periódico, no qual o CMV é identificado com


base na contagem física e atribuição de valor com base nas últimas compras, no
inventário permanente esse custo é identificado diretamente na coluna SAÍDA.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3 - Esquema com identificação dos saldos na ficha de controle de estoque
Fonte: os autores (2016).

Favero (2009) lembra que essa ficha é utilizada com o objetivo de fornecer infor-
mações da quantidade de itens estocados e seus respectivos valores, servindo,
ainda, como referência para confrontação entre a contagem física e a quanti-
dade registrada na ficha.
De modo conclusivo, o inventário permanente pode ser avaliado pelos métodos
PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai; UEPS – Último que Entra, Primeiro
que Sai; e MPM – Média Ponderada Móvel. Itens a serem estudados na sequência.

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


161

AVALIAÇÃO DO ESTOQUE (PEPS, UEPS E MPM)

O estoque é avaliado por seu custo de aquisição e esse controle é feito conforme a
baixa ou saída da mercadoria pelo método PEPS (primeiro que entra, primeiro que
sai), UEPS (último que entra, primeiro que sai) e MPM (média ponderada móvel).

PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai

Esse método, traduzido do termo inglês First in, first out (FIFO), consiste em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

utilizar o custo das compras efetuadas em primeiro lugar para obter o valor do
custo das mercadorias vendidas. Desse modo, toda vez que ocorre uma venda,
baixa-se as primeiras compras efetuadas (GRECO, 2006).
Em outras palavras, Viceconti e Neves (2013) ensinam que o objetivo do
método PEPS é avaliar o estoque final pelas aquisições mais recentes e o custo
das mercadorias vendidas pelas aquisições mais antigas. Ou seja, o estoque final
é reflexo das últimas compras realizadas – é o que ficou no estoque. O custo
das mercadorias vendidas, porém, é avaliado pelas primeiras compras – pois
as primeiras mercadorias compradas devem ser as primeiras a serem baixadas:
Primeiro que Entra, Primeiro que Sai.
Esse raciocínio, segundo Favero (2009), é para demonstrar que primeira-
mente são vendidas as mercadorias mais antigas.
Exemplificando, considere as seguintes informações:
■ Dia 01/07/X1, a empresa identifica um saldo de 110 unidades. com valor
unitário de R$ 5,00. Quando há estoque inicial, será necessário conside-
rar essa informação como a “primeira entrada”.
■ Dia 05/07/X1, são adquiridas 100 unidades pelo valor unitário de R$ 6,00.
■ Dia 08/07/X1, realiza-se uma venda de 80 unidades pelo valor de R$ 10,00
cada mercadoria (veja que, neste caso, na ficha de controle de estoque o
valor da “venda” não é considerado, mas tão somente o valor do “custo
de aquisição” do produto).

Inventário Permanente
162 UNIDADE IV

Quadro 3 - Controle de estoque pelo método PEPS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores (2016).

Com base na ficha apresentada, depreendem-se as seguintes informações:


Ø Estoque inicial (EI): R$ 550,00
Ø CMV: R$ 400,00
Ø Estoque final (EF): R$ 750,00
Ø Aplicando a fórmula para identificação do CMV, tem-se: R$ 550,00
(EI) + R$ 600,00 (C) – R$ 750,00 (EF) = R$ 400,00 (CMV)

A próxima metodologia a ser estudada (UEPS) abordará a baixa de mercadorias


opostamente ao método PEPS.

UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai

O método UEPS ou Last in, first out (LIFO) refere-se ao critério de considerar o
CMV pelo custo das últimas mercadorias adquiridas. Contudo, proporciona um
maior custo das mercadorias vendidas e, consequentemente, um menor resul-
tado. Esse critério de valoração do estoque não é aceito pela legislação brasileira
do Imposto de Renda (FAVERO, 2009).
Viceconti e Neves (2013) informam que o método UEPS tem como objetivo
avaliar o estoque final pelas aquisições mais antigas e o CMV pelas aquisições

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


163

mais recentes. Em um contexto de alta inflação, o UEPS subavalia o valor do


estoque final (aquisições mais antigas) e preserva o valor do CMV (aquisições
mais recentes). O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) nº 16 também
não admite a utilização desse método para valoração do estoque.
Utilizando os mesmos dados (quantidades e valores) da metodologia PEPS,
tem-se o seguinte cenário para o critério do método UEPS.

Quadro 4 - Controle de estoque pelo método UEPS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores (2016).

Conforme ficha apresentada depreendem-se as seguintes informações:


Ø Estoque inicial (EI): R$ 550,00
Ø CMV: R$ 480,00
Ø Estoque final (EF): R$ 670,00
Ø Aplicando a fórmula para identificação do CMV, tem-se: R$ 550,00
(EI) + R$ 600,00 (C) – R$ 670,00 (EF) = R$ 480,00 (CMV)

Conclui-se que o UEPS (R$ 480,00) apresentou um CMV superior ao método


PEPS (R$ 400,00), o que justifica a reprovação da legislação brasileira do imposto
de renda, pois com um custo maior, dispõe-se de um lucro menor e, consequen-
temente, um imposto menor a recolher aos cofres públicos.

Inventário Permanente
164 UNIDADE IV

MPM – Média Ponderada Móvel

A média ponderada móvel (MPM) considera o CMV pelo valor médio das mer-
cadorias compradas, fugindo do controle de preços por lotes como nos métodos
anteriores, sendo o mais utilizado e mais lógico, pois o valor médio de cada uni-
dade em estoque altera-se à medida que são compradas outras unidades. Assim,
o custo é calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades exis-
tentes (IUDÍCIBUS et al. 2010).
Favero (2009) adverte que na média ponderada móvel, normalmente, o CMV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
apurado fica abaixo do valor apurado pelo método UEPS e acima do valor encon-
trado por meio do PEPS, ou seja, um valor médio.
Utilizando as mesmas informações anteriores, tem-se a seguinte situação:
Quadro 5 - Controle de estoque pela MPM

Fonte: os autores (2016).

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


165

Pela MPM, os saldos de estoque e CMV são:


Ø Estoque inicial (EI): R$ 550,00
Ø CMV: R$ 438,10
Ø Estoque final (EF): R$ 711,90
Ø Aplicando a fórmula para identificação do CMV, tem-se: R$ 550,00
(EI) + R$ 600,00 (C) – R$ 711,90 (EF) = R$ 438,10 (CMV)

Assim, constatou-se que o custo das mercadorias vendidas pela MPM (R$ 438,10)
ficou abaixo do valor apurado pelo método UEPS (R$ 480,00) e acima do valor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

encontrado por meio do PEPS (R$ 400,00), conforme ensinamentos de Favero


(2009).
Por meio da ilustração, é possível identificar as principais diferenças entre
os métodos PEPS, UEPS e MPM:
Quadro 6 - Comparação entre os métodos PEPS, UEPS e MPM

Fonte: os autores (2016).

Com base no quadro anterior, observa-se que os saldos de estoque inicial e


compras não sofrem alterações, somente as contas de estoque final e custo das
mercadorias vendidas pela interferência dos custos diferenciados e relaciona-
dos com compras e baixas de mercadorias.
Além dos métodos apresentados, Greco (2006) apresenta outro sistema de
valoração e controle: o custo específico ou identificado, que é o controle de mer-
cadoria específica, sendo adequado apenas para produtos com preço elevado e
com pouca rotação nos estoques, como tratores e automóveis, que permitem

Inventário Permanente
166 UNIDADE IV

uma identificação por cada unidade.


Favero (2009, p. 250), nomeia esse método como Preço Específico e escla-
rece que “cada unidade de mercadoria terá seu preço específico e, por este valor,
será dada a baixa no momento de sua venda”.
Para Iudícibus et al. (2010, p. 115), “o preço específico pode resultar em uma
contabilização mais perfeita, com apuração de um resultado contábil mais cor-
reto, quando o determinamos pela diferença entre o valor de venda e o de custo
exato daquela unidade”.
Com base nesses conceitos e ensinamentos, observa-se que dependendo do

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
método aplicado o estoque poderá ser avaliado pelas primeiras ou últimas com-
pras, mais próximo ou distante do valor atual. O custo das mercadorias vendidas
maior ou menor também interferem no resultado do exercício. Reforçando, por-
tanto, a necessidade de leituras complementares e exercício prático para melhor
compreender o assunto.

Nesse sentido, ressalta-se que o estoque de mercadorias, sendo um item tão


importante para qualquer empresa, necessita de avaliações periódicas, bem
como de informações consistentes sobre a entrada, a saída e o impacto no
resultado (lucro ou prejuízo) da organização.
Com o objetivo de demonstrar uma nova realidade profissional aos conta-
dores sobre a importância do controle de estoques, o artigo científico de
Mühlen et al (2015) aborda uma pesquisa bibliográfica para apurar a relação
do profissional no gerenciamento de estoque das organizações.
Assim, sugerimos a leitura do referido artigo para complementar os concei-
tos estudados e proporcionar uma reflexão mais realista da profissão contá-
bil e seus reflexos no gerenciamento dos estoques de mercadorias.
Fonte: Mühlen et al. (2015, on-line).

ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS


167

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a)! Nesta unidade, foram apresentados os conceitos sobre inven-


tário periódico e permanente e as diferentes metodologias para valoração dos
estoques e identificação do custo das mercadorias vendidas.
Conforme demonstrado, no livro de inventário de mercadorias deverão
constar informações como: identificação do estoque, os produtos manufatura-
dos, as matérias-primas, os produtos em fabricação e os bens em almoxarifado.
Já na ficha de controle de estoques, os itens são mais direcionados para demons-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

trar a movimentação das mercadorias (período, estoque inicial, entrada, saída


e estoque final).
O inventário periódico tem como característica o registro do estoque apenas
no final de determinado período, utilizando-se da contagem física das merca-
dorias para identificar as quantias existentes. Somente após esse procedimento,
e levantando os valores de compras e de vendas, é que será possível determinar
ou valorar o custo das mercadorias vendidas.
Seguidamente, foram apresentadas as formas de identificação do custo das
mercadorias vendidas, por meio de fórmulas e tabelas, no inventário periódico
e no permanente. No periódico, a abordagem foi realizada por meio da fórmula
do CMV e no inventário permanente utilizou-se de ilustrações e exemplos prá-
ticos sobre a diferença entre os métodos PEPS (primeiro que entra, primeiro
que sai), UEPS (último que entra, primeiro que sai) e MPM (média ponderada
móvel) e o impacto destes no resultado da empresa.
Portanto, o inventário permanente contribui para um controle constante das
compras, vendas, devoluções de compras e devoluções de vendas das mercado-
rias, sem a necessidade de contar fisicamente os produtos para obter-se o custo
das mercadorias vendidas. De modo complementar, os métodos PEPS, UEPS e
MPM contribuem para valorar o estoque e demonstrar o impacto desse custo
no resultado do período.

Considerações Finais
168

1. Adotando-se o sistema de inventário periódico, o registro contábil do esto-


que de mercadorias ocorrerá:
a) Apenas no início de um determinado período com a contagem das notas fis-
cais lançadas no ano anterior ao ocorrido.
b) No final de um determinado período, por meio do critério PEPS.
c) No início de um período, utilizando a metodologia UEPS.
d) Apenas no final de um determinado período com a contagem física das quan-
tidades existentes.
e) Somente no final de um período, com a contagem física e a utilização da me-
todologia MPM.

2. Sobre o inventário permanente, leia as alternativas e assinale a correta.


I. Além de contabilizar o CMV no ato da venda, o inventário permanente neces-
sita de uma contagem física dos produtos para apurar o saldo final de esto-
ques.
II. Esse sistema consiste em contabilizar o CMV no ato da venda.
III. No inventário permanente, é desnecessária a realização de qualquer conta-
gem física para apurar o saldo de estoques e determinar o CMV.
IV. Opostamente ao inventário periódico, no permanente não se controla os es-
toques constantemente, seja a cada compra ou venda realizada.
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas I está correta.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
3. Em relação à avaliação dos estoques pelos métodos PEPS, UEPS e MPM, assinale
Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) A MPM considera o CMV pelo valor da primeira entrada, fugindo do controle
de preços por lotes.
( ) No critério PEPS, avalia-se o estoque final pelas aquisições mais recentes e o
CMV pelas aquisições mais antigas.
( ) O CMV apurado na MPM é mais alto do que o valor encontrado no método
UEPS – aceito pela legislação brasileira do Imposto de Renda.
a) V; F; F;
169

b) V; F; V;
c) F; V; F;
d) F; F; V;
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

4. No inventário periódico, o CMV é composto por diversas contas, entre elas des-
tacam-se:
a) Estoque final (+), compras de mercadorias (+) e devolução de compras (-).
b) Estoque inicial (+), COFINS sobre compras (+) e abatimento sobre compras (-).
c) Estoque final (-), compras de mercadorias (+) e devolução de compras (+).
d) COFINS sobre compras (-), fretes sobre compras (-) e abatimento sobre com-
pras (+).
e) Abatimento sobre compras (-), estoque final (+) e estoque inicial (-).
5. Com base na ficha de controle do estoque abaixo e utilizando o método PEPS,
considere as seguintes afirmativas:
170

I. O estoque inicial será de R$ 360,00 e o CMV de R$ 90,00.


II. O estoque final será de R$ 510,00.
III. O CMV será de R$ 100,00 e o estoque inicial de R$ 240,00.
IV. O estoque final será de R$ 540,00 e o CMV de R$ 90,00.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
171

Para melhor fixação do conteúdo abordado na Unidade, sugerimos a leitura do trecho


extraído do Pronunciamento Técnico nº 16 (R1), Estoques, sobre os critérios de valoração
do estoque.
Segundo o CPC, o custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiá-
veis e de bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser
atribuído pelo uso da identificação específica dos seus custos individuais.
A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a itens
identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para itens que sejam segrega-
dos para um projeto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou
produzidos.
Porém, quando há grandes quantidades de itens de estoque que sejam geralmente in-
tercambiáveis, a identificação específica de custos não é apropriada. Em tais circunstân-
cias, um critério de valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser usado.
O custo dos estoques, que não sejam os tratados nos itens 23 e 24, do referido pronun-
ciamento, deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS)
ou pelo critério do custo médio ponderado. A entidade deve usar o mesmo critério de
custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entida-
de. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes
critérios de valoração.
172

Por exemplo, os estoques usados em um segmento de negócio podem ter um uso para
a entidade diferente do mesmo tipo de estoques usados em outro segmento de negó-
cio. Porém, uma diferença na localização geográfica dos estoques (ou nas respectivas
normas fiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes critérios de
valoração do estoque.
O critério PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) pressupõe que os itens de estoque que
foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, conse-
quentemente, os itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais
recentemente comprados ou produzidos. Pelo critério do custo médio ponderado, o
custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens seme-
lhantes no começo de um período e do custo dos mesmos itens comprados ou produzi-
dos durante o período. A média pode ser determinada em base periódica ou à medida
que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade.
Fonte: CPC (2016, on-line).
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Contabilidade Básica
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Editora: Saraiva
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se transformou em sucesso editorial chega à sua 16ª edição. A obra apresenta uma abordagem
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e de ensino superior em Ciências Contábeis, e para cursos preparatórios para o Exame de
Suficiência em Contabilidade e concursos públicos.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018.


Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Impos-
to sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Casa Civil. Brasília. Dispo-
nível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/
content/id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-
de-2018-51525026>. Acesso em: 25 jan. 2021.
______, Presidência da República. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, dispõe
sobre as sociedades por ações. Casa Civil. Brasília. Disponível em: <http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 26 jun. 2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento técnico nº 16
(R1): estoques, 2009. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emi-
tidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47>. Acesso em: 01 nov. 2016.
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2005.
FAVERO, H. L. Contabilidade: teoria e prática, v. 1. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
GRECO, A. L. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2006.
IUDÍCIBUS, S. MARION, J. C. Contabilidade comercial. 3. ed. 3. triagem. São Paulo:
Atlas, 1991.
______, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das socieda-
des por ações: aplicável também às demais sociedades. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
______, S et al. Contabilidade introdutória. Equipe de professores da FEA-USP. 11.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
______, J. C. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MÜHLEN, C. V; ENGEL, H.; PASINI, L. H.; PINCETA, A.; O papel do contador frente à
gestão de estoques. (2015) Disponível em: <http://revista.faculdadeprojecao.edu.
br/index.php/Projecao1/article/view/466/424>. Acesso: 27 out. 2016
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: uma introdução à prática contá-
bil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. Contabilidade básica. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
175
GABARITO

1. D.
2. B.
3. C.
4. A.
5. A.
Professor Esp. Augusto Cesar Oliveira Camelo

V
OPERAÇÕES COM

UNIDADE
MERCADORIAS SEM
IMPOSTOS

Objetivos de Aprendizagem
■ Contabilizar a compra de mercadorias nos livros contábeis.
■ Contabilizar a operação de venda de mercadorias.
■ Registrar nos livros contábeis a devolução de compra e venda de
mercadorias.
■ Realizar o levantamento do inventário para compreender toda a
movimentação de mercadorias.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Compra de Mercadorias para Revenda
■ Venda de Mercadorias
■ Devolução de Compra de Mercadorias
■ Devolução de Venda de Mercadorias
■ Inventário do Estoque de Mercadorias
179

INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a)! Sendo a contabilidade uma ciência aplicada à mensuração,


evidenciação e administração das mutações patrimoniais, gerando informações
aos seus usuários, a mesma também cumpre sua finalidade ao registrar e con-
trolar a movimentação de mercadorias.
Essa movimentação pode originar-se das compras destinadas à comercia-
lização, das vendas aos seus clientes ou consumidores finais, das devoluções de
compras (repasse dos produtos aos fornecedores) ou das devoluções de vendas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(recebimento do produto dos clientes ou consumidores).


Independente do tipo de fluxo de mercadorias, a contabilidade – baseada
em princípios, normas e previsões legais – oferece a instrumentalização técnica
suficiente para registrar e evidenciar toda essa movimentação.
Nessa lógica, a Unidade V foi desenvolvida para discutir e apresentar algu-
mas situações práticas que abrangem a movimentação de mercadorias em uma
empresa comercial, utilizando-se do inventário permanente como referência
de controle.
Para fins didáticos e melhor fixação dos conceitos e das técnicas contábeis,
a proposta desta seção não contempla os impostos incidentes na comercializa-
ção de mercadorias.
Sendo assim, são apresentados exemplos de lançamentos contábeis, por meio
das partidas dobradas, das compras, vendas e devoluções de mercadorias bem
como o reflexo desses registros nos razonetes e na ficha de controle do estoque.
Finalizando as explicações, o último tópico abrevia os conceitos e as técnicas
contábeis indicando como detectar os valores finais do custo das mercadorias
vendidas e do estoque final.
Assim, deseja-se que esta Unidade possa contribuir satisfatoriamente no
entendimento sobre a movimentação das mercadorias, sobre como esse fluxo
deve ser controlado contabilmente e os possíveis reflexos desses registros nas
fichas, livros e contas contábeis.
Ótima leitura!

Introdução
180 UNIDADE V

©shutterstock

COMPRA DE MERCADORIAS PARA REVENDA

A contabilização das operações com mercadorias apresentada neste tópico seguirá

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o método do inventário permanente estudado na Unidade IV, de modo a per-
mitir um controle constante das movimentações de compra, venda, devoluções
e identificação do custo das mercadorias vendidas no ato da venda, diferente-
mente do método do inventário periódico, no qual o controle gerencial não ocorre
simultaneamente às operações, mas por meio da concentração dos lançamen-
tos na conta de CMV e da contagem física das mercadorias para confirmação e
ajustes dos saldos em estoque.
O estoque de mercadorias representa um dos principais elementos do
patrimônio de uma empresa e está presente na maioria delas, necessitando ser
avaliado, contabilizado e demonstrado de modo a permitir um controle eficiente
(NASCIMENTO; COSTA, 2015).
As mercadorias quando ingressam na empresa têm o seu valor registrado
no grupo Ativo Circulante do Balanço Patrimonial, causando um aumento dos
bens patrimoniais. No momento da sua venda, o estoque tem como contrapar-
tida uma conta de resultado denominada de CMV, constante na Demonstração
do Resultado do Exercício.
Sendo assim, é necessário conhecer a metodologia de cálculo para identi-
ficar os itens que farão parte do custo da mercadoria adquirida. Greco (2006)
ensina que o custo unitário da mercadoria é obtido pelo valor total das respec-
tivas compras, incluindo seguros e fretes, dividido pela quantidade adquirida.
De modo ilustrativo, o custo das compras de mercadorias é calculado com base
no esquema a seguir:

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


181

Valor dos produtos adquiridos

(+) Fretes

(+) Seguros

(+) Outros gastos

(=) Custo total de aquisição

(/) Quantidade comprada


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(=) Custo unitário de aquisição

Figura 1 - Composição do custo de aquisição de mercadoria


Fonte: adaptado de - Nascimento e Costa (2015).

Cabe ressaltar que, dentre os valores que compõem o custo das mercadorias
adquiridas, é possível, ainda, incluir os tributos não recuperáveis e excluir os
tributos recuperáveis (impostos que dão o direito da empresa abater ou recupe-
rar determinado valor sobre o montante final a pagar). Contudo, por objetivos
didáticos, e para facilitar o aprendizado do conteúdo proposto, esta Unidade não
tratará dos impostos envolvidos na aquisição, venda e devolução de mercadorias.
De modo prático, considere que a Empresa Exemplo Ltda. comprou 50 unida-
des de um determinado produto para revenda. O valor dos produtos totalizou R$
500,00. A empresa também pagou R$ 80,00 de frete e R$ 20,00 de seguro. Assim,
o valor unitário do produto adquirido é de R$ 12,00, conforme quadro a seguir:
Quadro 1 - Exemplo da composição e identificação do custo unitário de mercadoria

Fonte: os autores (2016)

Compra de Mercadorias Para Revenda


182 UNIDADE V

Com base no exemplo acima, as próximas informações referem-se às compras


de mercadorias utilizando a metodologia do Livro Diário e Razão para conta-
bilizar os fatos ocorridos.
A primeira abordagem trata-se da compra de mercadorias para revenda,
realizada no dia 02/01/X1, com pagamento de frete e seguro. Podendo ocorrer
à vista ou a prazo:
a) Compra de mercadorias para revenda no valor total de R$ 8.0000,00.
a. 1) Compras à vista:
D (Débito) – Estoque de Mercadorias

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
C (Crédito) – Caixa ou Bancos........ R$ 8.000,00
b. 2) Compras a prazo:
D – Estoque de Mercadorias
C – Fornecedores ou Duplicatas a Pagar........ R$ 8.000,00

Observe, que neste formato de lançamento contábil (independente de ser uma


compra à vista ou a prazo), todo débito corresponde a um crédito de igual valor.
Cumprindo, assim, o que determina o método das partidas dobradas.
b) Pagamento de frete referente ao transporte das mercadorias adquiridas
no valor de R$ 1.000,00.
D – Estoque de Mercadorias
C – Caixa, Bancos ou Fretes a Pagar........ R$ 1.000,00

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


183

c) Pagamento de seguro das mercadorias adquiridas no valor de R$ 500,00.


D – Estoque de Mercadorias
C – Caixa, Bancos ou Seguros a Pagar........ R$ 500,00

Utilizando a ficha de controle do estoque de mercadorias e a média ponderada


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

móvel (MPM) os valores de compra, frete e seguro ficam assim apresentados:


Quadro 2 - Ficha de controle de estoque (compra de mercadorias)

Fonte: os autores (2016)

Observa-se que os preços do frete e do seguro pagos pela empresa na aquisição


das mercadorias contribuíram para aumentar o valor do estoque. Assim, o custo
final das mercadorias adquiridas apresenta um valor total de R$ 9.500,00. Nesse
caso, a empresa consegue identificar o custo unitário dos seus produtos, dividindo
o valor total pelas quantidades, que servirão de referência para apurar o CMV.

Compra de Mercadorias Para Revenda


184 UNIDADE V

©shutterstock

VENDA DE MERCADORIAS

A venda de mercadorias representa o objetivo principal das empresas comer-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ciais e industriais e o valor do seu faturamento deve ser superior ao custo das
mercadorias adquiridas para suprir as diversas necessidades operacionais e
administrativas.
No momento da venda e, com base no enquadramento tributário e a ativi-
dade econômica empresarial, os valores dos impostos sobre a receita de vendas
devem ser apurados, contabilizados e provisionados para pagamento. Porém,
em virtude do objetivo de aprendizagem, esta Unidade não tratará dos impos-
tos sobre a movimentação de mercadorias.

A atividade principal nas empresas comerciais é a compra e venda de mer-


cadorias. Assim, é importante um controle efetivo dessa movimentação
para gerar informações à correta decisão.
(Hamilton Luiz Favero)

A contabilização da receita de vendas de mercadorias pode apresentar um


desdobramento em vendas à vista ou a prazo conforme o tipo de negociação
estabelecido. No primeiro caso, a empresa recebe os valores por meio do caixa
ou via crédito bancário. Enquanto, nas vendas a prazo, esse valor só é recebido
posteriormente, embora haja de imediato um reconhecimento do direito a rece-
ber por meio do registro contábil na conta de Clientes ou Duplicatas a Receber.

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


185

Greco (2006) ensina que as vendas de produtos ou serviços via cartões de


crédito também são caracterizadas como vendas a prazo, pois as empresas admi-
nistradoras de cartões de crédito somente efetuam o pagamento, normalmente,
após 20 dias da data de venda.
É importante ressaltar, ainda, que no registro da venda de mercadorias, inde-
pendente de ser à vista ou a prazo, a empresa precisa fazer o lançamento contábil
dessa venda e a baixa do seu estoque reconhecendo o CMV.
Considere, portanto, que no dia 10/01/X1, ocorreu uma venda de 10 unida-
des ao valor unitário de R$ 200,00 cada uma:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Venda de mercadorias no valor total de R$ 2.000,00 (10 x R$ 200,00):


a. 1) Vendas à vista:
D – Caixa ou Bancos
C – Receita com Vendas à Vista........ R$ 2.000,00

a. 2) Vendas a prazo:
D – Clientes ou Duplicatas a Receber
C – Receita com Vendas a Prazo........ R$ 2.000,00

a. 3) Independente do tipo de venda, a seguir tem-se o exemplo da baixa do esto-


que e o reconhecimento do CMV (custo das mercadorias vendidas):
D – CMV
C – Estoque de Mercadorias........ R$ 950,00 (10 unid. x R$ 95,00)

Com base na letra (a. 3), observe que o registro do CMV e da baixa da merca-
doria do estoque refere-se ao custo de aquisição da mercadoria (constante na

Venda de Mercadorias
186 UNIDADE V

ficha de controle de estoque) e não ao valor de venda.


Nos razonetes, essas movimentações são registradas da seguinte forma:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Após o lançamento contábil do CMV, identifica-se o saldo final da conta de
Estoque de Mercadorias em R$ 8.550,00, referente às 90 unidades restantes com
valor unitário de R$ 95,00.
Desse modo, a ficha de controle de mercadorias sofre alterações, reduzindo
a quantidade de produtos estocados e o saldo total, conforme quadro a seguir:
Quadro 3 - Ficha de controle de estoque (venda de mercadorias)

Fonte: os autores (2016).

Nos próximos itens, serão estudados os lançamentos contábeis referentes às devo-


luções de compra e de vendas de mercadorias, e como essas situações podem
alterar a ficha de controle de estoque.

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


187

©shutterstock

DEVOLUÇÃO DE COMPRAS DE MERCADORIAS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A devolução, total ou parcial, das mercadorias adquiridas pode ocorrer por diver-
sos fatores: entrega inadequada do pedido, nota fiscal com erros, produto com
avaria ou defeito, entre outras situações.
Essa devolução também precisa ser registrada nos livros contábeis para refletir
os efeitos do fato gerador no inventário de mercadorias e na apuração tributária.
Considere, por exemplo, que no dia 15/01/X1 a Empresa Exemplo Ltda.
devolveu 05 unidades do produto comprado no dia 02/01/X1. A seguir, dois
exemplos, considerando devolução de compra à vista e a prazo:
a) Devolução de compra à vista:
D – Caixa ou Bancos
C – Estoque de Mercadorias........ R$ 475,00 (05 x R$95,00)
b) Devolução de compra a prazo:
D – Fornecedores ou Duplicatas a Pagar
C – Estoque de Mercadorias........ R$ 475,00 (05 x R$95,00)

Devolução de Compras de Mercadorias


188 UNIDADE V

Desse modo, a conta de estoque de mercadorias tem o seu saldo reduzido em R$


475,00, referente às 05 unidades devolvidas. Na tabela de controle de estoque, é
possível visualizar o controle da baixa de devolução e a quantia final, conforme
saldo demonstrado no razonete:
Quadro 4 - Ficha de controle de estoque (devolução das compras)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: os autores (2016).

Na próxima seção, será estudada a devolução de vendas de mercadorias.


Igualmente, serão demonstrados os lançamentos contábeis, o reflexo nos razo-
netes e na ficha de controle do estoque.

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


189

©shutterstock

DEVOLUÇÃO DE VENDAS DE MERCADORIAS

A devolução de mercadorias pode ser realizada tanto pelo cliente (empresa)


quanto pelo cliente (consumidor final).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A empresa que realizou a venda pode receber uma mercadoria devolvida do


consumidor final por várias razões: problemas de qualidade, especificação téc-
nica, demora na entrega, divergência no pedido etc. (GRECO, 2006).
Para ilustrar a devolução de uma venda, considere que a Empresa Exemplo
Ltda. recebeu 02 produtos devolvidos no dia 20/01/X1. Nesse caso, como o cliente
pagou no dia 10/01/X1, a quantia de R$ 200,00 por cada unidade, a empresa
precisa devolver a esse consumidor o valor total de R$ 400,00 (02 x R$ 200,00),
registrar no estoque o ingresso das mercadorias e estornar o CMV no valor de
R$ 190,00 (02 x R$ 95,00).
a) Devolução da venda:
a. 1) Devolução da venda à vista:
D – Devolução de Vendas
C – Caixa ou Bancos........ R$ 400,00 (02 x R$ 200,00)

a. 2) Devolução da venda a prazo:


D – Devolução de Vendas
C – Clientes ou Duplicatas a Receber........ R$ 400,00 (02 x R$ 200,00)

Devolução de Vendas de Mercadorias


190 UNIDADE V

Observe que no lançamento de Devolução de Vendas é feito um débito na própria


conta de devolução, que representa uma redução da conta de Receita de Vendas,
no demonstrativo contábil (DRE – Demonstração do Resultado do Exercício).
Essa classificação apresenta-se da seguinte forma:

RECEITA BRUTA DE VENDAS R$800.000,00


(-)DEDUÇÕES R$50.000,00
()Devoluções de Vendas R$50.000,00
(=)RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS R$750.000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Exemplo da classificação da devolução de vendas na DRE
Fonte: os autores (2016).

Após o lançamento da devolução de vendas ao cliente, é necessário fazer o estorno


do CMV e o ingresso da referida mercadoria ao estoque de produtos da empresa
por meio do seguinte registro:
a. 3) Estorno do CMV e ingresso da mercadoria ao estoque:
D – Estoque de Mercadorias
C – CMV.................................... R$ 190,00 (02 x R$ 95,00)

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


191

Na ficha de controle de estoque, o resultado final das mercadorias disponíveis


para venda será de R$ 8.265,00, conforme a seguir:
Quadro 5 - Ficha de controle de estoque (devolução das vendas)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: os autores (2016).

Desse modo, a empresa consegue evidenciar a sua movimentação de compras,


vendas, devolução de compra e de venda utilizando o registro contábil pelo
método das partidas dobradas (débito e crédito), com reflexo nos razonetes, e
controlando as mercadorias monetariamente e fisicamente pela ficha de con-
trole de estoque.

INVENTÁRIO DO ESTOQUE DE MERCADORIAS

O inventário do estoque de mercadorias representa um sistema de controle con-


tábil (monetário e físico) das mercadorias necessário ao acompanhamento e à
tomada de decisão por parte dos proprietários, gerentes e sócios da empresa.
Conforme a metodologia utilizada nesta Unidade, foi possível identificar
por meio da ficha de controle do estoque, inventário permanente, informações
importantes sobre o saldo de estoques disponível para venda, o total do custo
das mercadorias vendidas no período e o saldo final de estoque.

Inventário do Estoque de Mercadorias


192 UNIDADE V

Essas informações podem ser extraídas facilmente da ficha de controle, con-


forme a seguir:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Empresa Exemplo Ltda.
Fica de Controle de Estoque
DESCRIÇÃO ENTRADA SAÍDA SALDO
DATA DAS
OPERAÇÕES Quant. Vr. Unit. Vr. Total Quant. Vr. Unit. Vr. Total Quant. Vr. Unit. Vr. Total
01/01/X1 Estoque inicial - - - - - - - - -
Compra+frete+
01/01/X1 seguro 100 95,00 9.500,00 - - - 100 95,00 950,00

01/01/X1 Venda - - - 10 95,00 950,00 90 95,00 8.550,00


Devolução de
01/01/X1 compras -5 -95,00 -475,00 - - - 85 95,00 8.075,00
Devolução de
01/01/X1 vendas - - - -2 -95,00 -190,00 87 95,00 8.265,00
TOTAL 95 95,00 9.025,00 8 95,00 760,00 87 95,00 8.265,00

Estoque
CMV Final
Figura 3 - Ficha de controle de estoque (saldos inicial, final e cmv)
Fonte: os autores (2016).

a) Estoque inicial: 0,00. A empresa quando iniciou o mês de Janeiro de X1,


não tinha nada em seu estoque. Só a partir do dia 02/01/X1 que iniciou
a movimentação por meio da compra de 100 unidades de determinado
produto.
b) CMV: R$ 760,00. Esse custo representa as mercadorias que saíram do
estoque por motivo de venda. A quantia registrada representa o custo de
aquisição e não do preço de venda. Esse valor deverá ser idêntico ao apre-
sentado na Demonstração do Resultado do Exercício.

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


193

c) Estoque final: R$ 8.265,000. Após a realização de compra, vendas e devo-


luções, a Empresa Exemplo Ltda. finalizou no dia 20/01/X1 seu estoque
com 87 unidades. Esse valor deverá ser o mesmo apresentado na conta
de Estoques do Balanço Patrimonial.

Em 2013, o Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP),


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

através de uma Oficina Técnica ministrada pelo Prof. Frederico Otavio S. Ca-
valcante, abordou os métodos de avaliação pelas Normas Contábeis versus
Normas Fiscais, com base na seção 13 da NBC TG 1000, no CPC 16 (R1), Reso-
lução CFC 1.418/12 e Regulamentação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica
(art. 289 até 298).
Com base na apostila disponível no sítio do referido Conselho, o material
abordou o conceito de estoque, o tratamento contábil, o método e os crité-
rios para atribuir custo aos estoques, diferenciando: custo a ser reconhecido
como um ativo, custo como despesa em resultado e redução ao valor recu-
perável de estoques.
Nesse sentido, é importante saber que os estoques são ativos mantidos para
venda no curso normal dos negócios, no processo de produção para venda
ou na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos no processo
de produção ou na prestação de serviços.
Fonte: adaptado de CRC SP (2013).

Assim, o inventário cumpre o seu papel de informar sobre toda a movimentação


de mercadorias ocorrida em determinado período, indicando valores e quanti-
dades que servirão de parâmetros para conciliação com outras contas e grupos
contábeis do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.

Inventário do Estoque de Mercadorias


194 UNIDADE V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a)! Esta Unidade encerra nossas discussões sobre a contabili-


dade introdutória e alguns assuntos considerados importantes para compreender
o processo de contabilização das compras, vendas e devoluções de mercadorias,
bem como o efeito dessas transações nos saldos de estoques e no custo das mer-
cadorias vendidas, apurado no final de determinado período - com base nas
fichas de controles de estoque.
No primeiro tópico, foram apresentados os conceitos e os exemplos da movi-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mentação de mercadorias por meio da compra para revenda. Utilizando-se do
método das partidas dobradas (débito e crédito) para demonstrar como seria
o registro em caso de compra de mercadorias pelo inventário permanente, e o
reflexo desses lançamentos no razonete e na ficha de controle de estoque.
Como informação complementar, destacou-se que o custo das mercadorias
é calculado e composto com base no valor dos produtos adquiridos, acrescen-
tando o valor de fretes, seguros e outros gastos necessários à comercialização
do produto.
Seguiu-se o mesmo padrão didático e na sequência abordou-se a venda de
mercadorias, exemplificando a compra por meio do lançamento contábil das
partidas dobradas, dos razonetes e da ficha de controle de estoque.
Por fim, outros exemplos foram demonstrados para ampliar o entendimento
da movimentação de mercadorias por meio das devoluções de compras e de ven-
das. O primeiro tratou de uma situação no qual a empresa devolve a mercadoria
ao fornecedor. No segundo, o cliente (consumidor final) devolve a mercadoria
para a empresa que realizou a venda. Em ambas as situações, a Unidade demons-
trou como seriam os lançamentos contábeis, por meio do débito e do crédito, o
reflexo destes nos razonetes e nas fichas de controle de estoques. Acreditando,
assim, na contribuição do material para o aperfeiçoamento do conhecimento
e da prática contábil em relação às operações com mercadorias sem impostos.

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS


195

1. Com base nos conceitos estudados sobre o inventário periódico e perma-


nente, está correto o que se afirma em:
a) Pelo inventário permanente, as mercadorias quando ingressam na empresa
têm o seu valor registrado no Ativo Circulante, subgrupo do Estoque.
b) No momento de sua aquisição, as mercadorias são registradas no Ativo Circu-
lante, subgrupo CMV.
c) O estoque de mercadorias é um item pouco estudado na contabilidade por
não representar um elemento importante no patrimônio empresarial.
d) Pelo inventário periódico, as mercadorias quando ingressam na empresa têm
o seu valor registrado no Ativo Circulante, subgrupo do Estoque.
e) A empresa, ao adquirir mercadorias para revenda, deve registrar essa aquisi-
ção na conta contábil CMV e no momento da sua venda contabilizar na conta
Devolução de Vendas.

2. Na aquisição das mercadorias para revenda, a empresa deve considerar os se-


guintes valores para compor o custo de aquisição:
I. O valor dos produtos (+) fretes.
II. O valor dos produtos (+) seguros e (+) outros gastos.
III. O valor dos produtos (+) fretes e (-) seguros.
IV. O valor dos produtos (-) fretes (+) seguros e (+) outros gastos.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
196

3. Em relação à venda de mercadorias, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):


( ) A conta de débito corresponde à contrapartida do tipo de venda (à vista ou
a prazo), podendo ser um recebimento (Caixa ou Bancos) ou o reconhecimento
de um direito (Clientes ou Duplicatas a Receber).
( ) A conta de crédito corresponde à receita de venda, efetivamente. Podendo
ser registrada à vista ou a prazo.
( ) A conta de crédito corresponde à contrapartida do tipo de venda (à vista ou
a prazo), podendo ser um recebimento (Caixa ou Bancos) ou o reconhecimento
de um direito (Clientes ou Duplicatas a Receber).
a) V; F; F;
b) V; V; F;
c) F; V; F;
d) F; F; V;
e) Todas as afirmativas são verdadeiras

4. Quando a empresa registra uma devolução de vendas é correto afirmar que:


a) Há 1 lançamento debitando a conta de DEVOLUÇÃO DE VENDAS e creditando
ESTOQUE DE MERCADORIAS.
b) Há 1 lançamento debitando a conta de ESTOQUE DE MERCADORIAS e credi-
tando DEVOLUÇÃO DE VENDAS.
c) Há 2 lançamentos, um para registrar a DEVOLUÇÃO DE VENDAS, utilizando
CAIXA, BANCOS ou CLIENTES para baixar os saldos, e outro lançamento para
registrar o retorno do ESTOQUE DE MERCADORIAS e o estorno do CMV.
d) Há 2 lançamentos, um para registrar o CMV utilizando CAIXA, BANCOS ou
CLIENTES para baixar os saldos, e outro lançamento para registrar o retorno do
ESTOQUE DE MERCADORIAS e o estorno da DEVOLUÇÃO DE VENDAS.
e) Há 3 lançamentos, um para registrar o CMV, o segundo para a DEVOLUÇÃO DE
VENDAS e um terceiro para o retorno do ESTOQUE DAS MERCADORIAS.
197

5. Com base na ficha de controle de estoque, pelo inventário permanente, conside-


re as seguintes afirmativas:
I. O saldo do CMV é indicado na coluna de saída.
II. Os saldos do CMV e do ESTOQUE FINAL são indicados nas colunas de entrada
e saída, respectivamente.
III. Os saldos de ESTOQUE FINAL e INICIAL são indicados nas colunas de entrada
e saída, respectivamente.
IV. Os saldos do CMV e do ESTOQUE FINAL são indicados nas colunas de saída e
entrada, respectivamente.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
198

Além da contabilização das mercadorias e do controle de estoques, o desafio também


imposto às empresas e aos profissionais que gerenciam essa área é saber quando e
quanto ressuprir de cada material e quanto deve manter em estoque de segurança. Com
o crescente número de itens com diferentes padrões de demanda e características es-
pecíficas, a complexidade na administração de materiais aumenta devido à necessidade
de controle diferenciado (SANTOS; RODRIGUES, 2006).
Os referidos autores realizaram um estudo de caso em uma empresa química e pro-
põem um método de classificação dos materiais em famílias afins com a adoção de po-
líticas distintas de ressuprimento e estoques de segurança, com o objetivo de garantir
o balanceamento dos estoques e atender aos níveis de serviço requeridos à produção.
A justificativa para esse trabalho deu-se em virtude da quantidade de matérias-primas
utilizadas pela empresa, um total de 508 itens com as mais diversas características. Se-
gundo os autores, a grande parte dos custos da empresa está ligada à manutenção dos
estoques para o atendimento da demanda, ressaltando a importância de uma pesquisa
intervencionista nessa área.
O histórico da empresa é de alto índice de avarias e grandes divergências nos inventá-
rios, causados pelo descontrole e grandes estoques, gerando falta de espaço para or-
ganização e movimentação. Ainda, há a perturbação da produção por falta de material,
enquanto há materiais se deteriorando pelo tempo de estocagem.
Para solucionar esses problemas, os itens foram classificados em famílias por similarida-
de, definindo as políticas de ressuprimento e estoques de segurança de acordo com os
níveis de serviço requeridos. Esse procedimento busca otimizar os estoques, eliminando
os excessos e garantindo os níveis de serviços. Assim, os materiais foram classificados
em COMUNS e ESPECIAIS, e estes foram subclassificados em outros níveis para facilitar o
gerenciamento dos materiais, proporcionar eficiência operacional, evitar desperdícios e
garantir maior qualidade da informação em relação ao controle dos estoques.
Nesse sentido, sugerimos a leitura do referido artigo para maior conhecimento da litera-
tura sobre o assunto; da aplicação prática na tentativa de resolver problemas gerenciais,
de controle e segurança do estoque; identificar a influência dos diferentes padrões de
demanda dos produtos na definição das políticas de estocagem e sobretudo, compre-
ender sobre o estoque de segurança e o ponto de ressuprimento.
O método proposto pelos autores foi eficaz no balanceamento e redução dos níveis de
estoques médios, na manutenção dos níveis de serviço à produção, na redução das ava-
rias dos materiais e na disponibilização de capital para outros investimentos.
Fonte: adaptado de Santos e Rodrigues (2006)
MATERIAL COMPLEMENTAR

Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC


Marcelo Cavalcanti Almeida
Editora: Atlas
Sinopse: esta obra foi escrita de acordo com as normas
contábeis emanadas das IFRS/CPC, em linha com as
modificações introduzidas na Lei Societária Brasileira (Lei nº 6.404/76), pelas Leis nº 11.638/07
e nº 11.941/09, no processo de harmonização com as normas internacionais de contabilidade
produzidas pelo IASB. A metodologia do livro contempla exposição teórica, exemplos práticos,
casos programados para estudo e suas resoluções. O texto, além de apresentar temas que
contribuem para conhecimento da teoria contábil, tem a finalidade de permitir a elaboração das
demonstrações contábeis, ainda em forma introdutória, incluindo o balanço patrimonial e as
demonstrações do resultado, do resultado abrangente e das mutações do patrimônio líquido.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Instituto Federal do Paraná - Educação a dis-


tância. Curitiba: IFPR, 2011. Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/
stories/pdf/proeja/contabil_basica.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2016.
BRASIL, Presidência da República. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, dispõe
sobre as sociedades por ações. Casa Civil. Brasília. Disponível em: <http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 26 jun. 2016.
______, Presidência da República. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, institui
o código civil. Casa Civil. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 03 jul. 2016.
______, Escrituração contábil. Resolução nº 1.330/11, aprova a ITG 2000. Brasília:
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CORDEIRO, L. Elaboração do plano de contas: um estudo em escritórios de con-
tabilidade de Florianópolis. Florianópolis: UFSC, 2006. Disponível em: <http://tcc.
bu.ufsc.br/Contabeis294170>. Acesso em 28 jun. 2016.
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FAVERO, H. L. Contabilidade: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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201
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GABARITO

1) A.
2) A
3) B.
4) C
5) C
203
CONCLUSÃO

Caro(a) aluno(a)! Neste livro didático, mostramos informações de forma estruturada


para contribuir no entendimento do processo de escrituração dos fatos contábeis
empresariais referentes às rotinas trabalhistas e operações com mercadorias sem
impostos, começando com o desenvolvimento prático e os lançamentos contábeis
até o preenchimento dos livros e relatórios contábeis.
Os conteúdos aqui estudados contribuíram para entender a hierarquia e estrutura-
ção das contas contábeis, separando em contas patrimoniais e contas de resultado,
propiciando uma abordagem sobre os requisitos legais para a escrituração nos li-
vros contábeis (Diário e Razão) e sobre o método das partidas dobradas.
Estudamos também os cálculos das verbas trabalhistas referentes ao salário mensal,
13º salário, férias e rescisão do contrato, por meio de desenvolvimento prático. Ain-
da sobre as rotinas trabalhistas, estudamos de forma prática, a contabilização dos
gastos com pessoal referente à contabilização do resumo da folha, do 13º salário,
das férias e da rescisão do contrato de trabalho, evidenciando os reflexos das rotinas
trabalhistas nos lançamentos e relatórios contábeis.
Estudamos sobre os critérios de avaliação de estoques por meio do inventário pe-
riódico e permanente, e para melhor fixação do conteúdo demonstramos de forma
prática os principais critérios de avaliação (PEPS, UEPS e MPM) utilizando mercado-
rias sem impostos, assim evidenciamos na prática as diferenças entre os critérios de
avaliação no saldo de estoque e no valor do Custo das Mercadorias Vendidas que faz
parte do resultado da empresa.
Desse modo, esperamos ter contribuído de forma eficiente e eficaz para seu apren-
dizado nessa etapa de construção de um conhecimento técnico que envolve a
contabilização das mutações do patrimônio empresarial. Desejamos que estes con-
ceitos sejam úteis na sua carreira profissional e que você possa aproveitá-los para
avançar em outros conceitos da Contabilidade.
Abraços e votos de muito sucesso!













































































































































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