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2021
RECREDIT
Índice
Índice de Figuras
Figura 1 – Organigrama da RECREDIT .................................................................................................................................. 14
Figura 2 – Logomarca da RECREDIT ..................................................................................................................................... 23
Figura 3 – Estrutura de governação de riscos ...................................................................................................................... 32
Figura 4 – Categorias de risco .............................................................................................................................................. 33
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – N.º de colaboradores por grupos funcionais ..................................................................................................... 17
Gráfico 2 – Distribuição por género ..................................................................................................................................... 18
Gráfico 3 – Distribuição por género dos cargos de gestão.................................................................................................. 18
Gráfico 4 – Distribuição por idade ....................................................................................................................................... 18
Gráfico 5 – Antiguidade dos colaboradores ......................................................................................................................... 19
Gráfico 6 – Nível académico................................................................................................................................................. 19
Gráfico 7 – Distribuição do quadro de pessoal por áreas .................................................................................................... 19
Gráfico 8 – Distribuição por horas de formação .................................................................................................................. 21
Gráfico 9 – Projecções do crescimento económico ............................................................................................................. 27
Gráfico 10 – Revisão das projecções do crescimento económico para 2022 e 2023 .......................................................... 27
Gráfico 11 – Mudança na inflação, Dezembro de 2020 ....................................................................................................... 28
Gráfico 12 – Evolução do %. PIB ........................................................................................................................................... 29
Gráfico 13 – Dívida titulada %. PIB ....................................................................................................................................... 30
Gráfico 13 – Exposição Cambial ........................................................................................................................................... 35
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Estrutura funcional ............................................................................................................................................. 20
Tabela 2 – Exposição do risco por tipo de instrução financeiro em 31 de Dezembro de 2021 ........................................... 34
Tabela 3 – Exposição do risco por estágio em 31 de Dezembro de 2021 ............................................................................ 35
Tabela 4 – Metodologia de classificação de eventos de risco operacional ......................................................................... 36
Tabela 5 – Balanço ............................................................................................................................................................... 40
Tabela 6 – Demonstração de resultados .............................................................................................................................. 41
Tabela 7 – Demonstração de resultados e outro rendimento integral ................................................................................ 41
Tabela 8 – Demonstrações dos fluxos de caixa para o período findo em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ....................... 42
Tabela 9 – Demonstração das alterações nos capitais próprios para o período findo em 31 de Dezembro de 2021 e 2020
............................................................................................................................................................................................. 43
Tabela 10 – Estrutura accionista .......................................................................................................................................... 45
Tabela 11 – Taxa de câmbio em 31 de Dezembro de 2019 e 2020 ...................................................................................... 46
Tabela 12 – Mapa do período de vida útil do imobilizado corpóreo ................................................................................... 60
Tabela 13 – Caixa e equivalentes de caixa em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ................................................................ 68
Tabela 14 – Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral em 31 de Dezembro de 2021 e 2020
............................................................................................................................................................................................. 69
Tabela 15 – Detalhes dos Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral em 31 de Dezembro de
2021 ..................................................................................................................................................................................... 70
Tabela 16 – Detalhes dos Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral em 31 de Dezembro de
2020 ..................................................................................................................................................................................... 70
Tabela 17 – Activos financeiros ao custo amortizado a 31 de Dezembro de 2021 e 2020 .................................................. 71
Tabela 18 – Crédito a clientes em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ................................................................................... 71
Tabela 19 – Distribuição do Crédito a Clientes por sector de actividade a data de 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ....... 72
Tabela 20 – Distribuição do Crédito a Clientes por tipo de processo a data de 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ............. 72
Tabela 21 – Variações ocorridas nos meios do activo imobilizado corpóreo a data de 31 de Dezembro de 2021 e 2020 . 73
Tabela 22 – Variações ocorridas nos meios do activo imobilizado corpóreo a data de 31 de Dezembro de 2020 e 2019 . 73
Tabela 23 – Mapa dos activos intangíveis em 31 de Dezembro de 2021 e 2020................................................................. 74
Tabela 24 – Mapa dos activos intangíveis em 31 de Dezembro de 2020 e 2019................................................................. 74
Tabela 25 – Outros activos correntes em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ....................................................................... 74
Tabela 26 – Mapa resumo de outros passivos em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 .......................................................... 75
Tabela 27 – Mapa de passivos por impostos correntes em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ............................................ 76
Tabela 28 – Mapa de Provisões em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ................................................................................ 76
Tabela 29 – Mapa de outros passivos correntes em 31 de Dezembro de 2021 e 2020 ...................................................... 76
Siglas e Acrónimos
ADM Administrador
AQA Avaliação da Qualidade dos Activos
BNA Banco Nacional de Angola
BNI Banco de Negócios Internacional
BPC Banco de Poupança e Crédito
CA Conselho de Administração
CE Comissão Executiva
CF Conselho Fiscal
CSM Contractual Service Margin
DAP Departamento de Administração e Património
DCF Departamento de Contabilidade e Finanças
DGA Departamento de Gestão de Activos
DRC Departamento de Recuperação de Créditos
ECL Expected Credit Loss
FMI Fundo Monetário Internacional
FVTOCI Fair Value Through Other Comprehensive Income
FVTPL Fair Value Through Profit and Loss
IAS International Accounting Standards
IASB International Accounting Standards Board
IFRIC International Financial Reporting Interpretations Committee
IFRS International Financial Reporting Standards
ISIN International Securities Identification Number
Kz Kwanzas
LIBOR London Interbank Offered Rate
mKz Milhares de Kwanzas
mM Mil milhões
OGE Orçamento Geral do Estado
OIC Organismo de Investimento Colectivo
OT Obrigações do Tesouro
OTC Over-the-counter (Mercado fora da bolsa)
PCA Presidente do Conselho de Administração
PCF Presidente do Conselho Fiscal
PD Past Due
SFA Sistema Financeiro Angolano
USD Dólar Norte Americano
Órgãos Sociais
Conselho de Administração
Conselho Fiscal
Auditores Externos
MENSAGEM DO PCA
O ano de 2021 continuou marcado pelo impacto da pandemia do COVID -19 no mundo de uma maneira
geral e em Angola, tendo se reflectido na vida das empresas e das famílias. Alinhado à um quadro de
maior controlo da situação pandémica, o governo começou a introduzir medidas para aliviar as restrições
impostas pela pandemia que começaram a ter reflexo na economia.
A actividade económica iniciou em 2021 uma trajectória de recuperação, com perspectivas para os
próximos anos, muito mais animadoras. Segundo dados do INE, depois de vários anos de recessão, o PIB
voltou a crescer em 2021, tendo registado um crescimento de 0,7% em relação ao ano de 2020.
Com o abrandar da pandemia, perspectiva-se uma trajectória de recuperação da economia mundial que
poderá, contudo, ser condicionada pelos efeitos do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, principalmente
devido ao aumento da incerteza e da instabilidade nos mercados financeiros internacionais e das
restrições nas cadeias de produção, com um impacto significativo na economia angolana devido a ainda
elevada dependência das importações.
A RECREDIT terminou o ano de 2021 com uma recuperação de mKz 21 836 681, resultado de um
extraordinário desempenho das equipas de recuperação em particular e dos colaboradores em geral.
Demonstrando a resiliência do modelo de actuação da empresa e dos seus processos operacionais,
71,54% desta recuperação foi em activos imobiliários, dados em cumprimento, o que coloca um outro
desafio às equipas da RECREDIT em 2022, nomeadamente, a rentabilização, a manutenção e a alienação
destes activos.
Apesar da pandemia se encontrar mais controlada, a RECREDIT continua preocupada com a proteção
dos colaboradores e das suas famílias, tendo melhorado a cobertura do seguro de saúde dos mesmos.
Destacamos também, o reforço de algumas áreas da empresa com novos colaboradores, nomeadamente,
as áreas de controlo de gestão, de maneira a incrementar os níveis de controlo interno dentro da empresa.
Em 2022, o Conselho de Administração continuará a ter os colaboradores no centro das suas atenções,
promovendo políticas de capacitação e desenvolvimento pessoal dos mesmos, condição fundamental para
continuar a vê-los crescer com competências técnicas e comportamentais para enfrentarem novos
desafios considerando o limite de vigência da RECREDIT.
Os desafios com que a RECREDIT se depara no presente ano são imensos, mas está ciente que com
uma gestão rigorosa e prudente, a RECREDIT continuará a sua trajectória de crescimento e rendibilidade,
com o objectivo de maximizar a devolução ao tesouro nacional dos recursos recuperados no âmbito da
sua actividade.
O Conselho de Administração está confiante que continuará a merecer o indispensável suporte dos nossos
accionistas, clientes, colaboradores e de outros stakeholders e agradece a todos pelo apoio e confiança
dedicado a este Conselho de Administração e a toda família RECREDIT no ano de 2021.
PREÂMBULO
A RECREDIT – Gestão de Activos, S.A. foi constituída aos 04 de Agosto de 2016,
pelo Governo de Angola, com o propósito especial de sanear o crédito malparado do Banco
de Poupança e Crédito. A RECREDIT é uma sociedade anónima de direito privado e de
capitais públicos que prossegue o objectivo de recuperar, reestruturar e revitalizar activos,
nomeadamente, creditícios.
Missão
A RECREDIT tem como principal missão a
aquisição e recuperação, de modo exclusivo e
com propósito específico, de crédito malparado
pertencente ao Banco de Poupança e Crédito,
pelo seu justo valor de mercado, num período
determinado de 10 anos e, acessoriamente, a
gestão dos activos advenientes da sua
recuperação.
Visão
A RECREDIT pretende ser uma
sociedade de referência, ao nível
nacional e internacional, na recuperação
de créditos malparados, contribuindo
para a estabilidade do sistema
financeiro e desenvolvimento da
economia nacional.
Valores
“Compromisso Ético; Transparência;
Excelência; Eficácia; Orientação para
Resultados”.
Sumário Executivo
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
No exercício de 2021 assistiu-se a um clima económico-financeiro de retoma, demonstrando
por um lado, a confiança dos agentes económicos e por outro reflectindo a evolução do preço
do barril de petróleo. O desagravar das medidas restritivas de contenção da pandemia
proporcionaram uma melhor prestação dos sectores público e privado.
O Conselho de Administração da RECREDIT indicou, como meta para 2021, a recuperação
de mKz 19 853 486, implementando uma estratégia cuidada e focada. Nesse quesito, foi
recuperado o montante de mKz 21 836 681 de crédito adquirido, superando assim a
expectativa da meta anual em cerca de 9,99%.
Importa destacar a constituição formal do Comité de Estratégia e Monitorização da
RECREDIT em Maio, presidido por Sua Excelência, Ministra das Finanças, Dra. Vera Daves
de Sousa, coadjuvada pela Presidente do Conselho de Administração da Comissão do
Mercado de Capitais e um órgão independente. O CEM tem entre as suas atribuições a
supervisão da actuação da RECREDIT e, de igual modo, a definição das directrizes de
negociação dos créditos, impostos ao Conselho de Administração da RECREDIT.
O início de funções daquele órgão permitiu a aprovação dos critérios de negociação, dotando
o Conselho de Administração de ferramentas de parametrização da sua actuação, bem como
a aprovação dos Planos Estratégico e de Negócios da instituição.
A RECREDIT gerou um resultado líquido de mKz 11 631 940, tendo assim alcançado uma
recuperação considerável face ao período homólogo.
Os Proveitos da Recuperação do Crédito tiveram um incremento de 1119% em relação a
2020. Os mesmos tiveram um impacto sobre a Margem Financeira na ordem de 20% e
consequentemente contribuíram para o aumento do Activo.
Considerando a redução do stock do crédito em incumprimento, resultante da negociação e
celebração de acordos com os devedores da nossa carteira, foram reconhecidas imparidades
da primeira carteira em 100% e, da segunda carteira na ordem dos 88% tendo em conta as
garantias prestadas e os pagamentos efectuados pelos mutuários. Para o fecho do exercício
em 2021 e 2020, o valor líquido da carteira cifrou-se em Kz 5 736 509 e mKz 10 741 511,
respectivamente.
Quanto aos custos com o pessoal, houve um incremento em 24,68% resultante das novas
nomeações, contratação de novos colaboradores e alteração dos membros do Conselho de
Administração.
Assembleia Geral
A Assembleia Geral da RECREDIT é o órgão constitutivo e deliberativo da sociedade com
poderes previstos pelo estatuto e na lei.
Integrantes:
Um Presidente; e
Uma Secretária de Mesa.
Conselho de Administração
O Conselho de Administração da RECREDIT é o órgão responsável pela gestão estratégica
e governance da Empresa.
Integrantes:
Um Presidente; e
Dois Administradores Executivos.
Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal da RECREDIT é o órgão responsável pelo controlo da legalidade,
regularidade e boa gestão financeira e patrimonial da instituição.
Integrantes:
Um Presidente; e
Dois Vogais.
Na sequência, foi ajustada e actualizada a distribuição dos pelouros, para o normal exercício
das funções do CA, da seguinte forma:
Presidente do Conselho de Administração, Dr. Valter Barros:
Gabinete de Apoio ao Conselho de Administração (GACA);
Direcção de Desenvolvimento e Negócios (DDN);
Gabinete de Recursos Humanos (GHR); e
Gabinete de Risco (GR).
Administradora Executiva, Dr.ª Edna Caposso:
Gabinete de Auditoria Interna (GAI);
Gabinete de Compliance (GC);
Direcção de Assessoria Jurídica e Contencioso (DAJC).
Capital Humano
3. CAPITAL HUMANO
3.1. Caracterização do Efectivo em 2021
Identidade Corporativa
4. IDENTIDADE CORPORATIVA
O ano de 2021 foi marcado por uma presença consolidada da marca RECREDIT,
nomeadamente, nos atributos (Confiança, Solidez, Governance, Ética e Transparência)
considerados essenciais à sustentabilidade da instituição.
Sendo a RECREDIT pioneira como empresa de recuperação de crédito malparado, o ano de
2021 marcou a existência da instituição, visto que foi pela primeira vez desde a sua criação,
que foram recuperados mKz 21 836 681, montante que correspondeu a 110% (cento e dez
por cento) do objectivo anual estabelecido.
Num mercado extremamente exigente, com elevada incorporação de tecnologia, a
RECREDIT desde a sua criação, iniciou uma clara aposta na formação dos seus quadros,
como factor de diferenciação das demais instituições do mercado financeiro nacional.
Consciente da sua responsabilidade corporativa, a RECREDIT, assente no lema da sua
Missão, definiu como acções os projectos que beneficiem gerações futuras, permitindo
solidificar a credibilidade da Instituição, assim como, transmitir aos demais que, juntos somos
mais fortes, e juntos recuperamos mais.
Estes desafios traduzem a razão social da criação da RECREDIT, em que se assume como
uma marca institucional umbrella, determinada, de valor para os seus clientes/mutuários, e
que é garantida a qualidade nos serviços, eficácia, transparência e sigilo profissional.
A RECREDIT representa um activo importante para o Estado Angolano, cuja actuação
assenta em pilares como o compromisso ético, a eficiência e a orientação para os resultados.
Hoje, a RECREDIT orgulha-se em fazer parte das instituições que, por via de instituições
internacionais como o FMI, promovem o reconhecimento do nosso país e melhoram a
imagem do sistema financeiro nacional.
pela instituição.
Deste modo, a RECREDIT norteia a sua actividade com base nos seguintes princípios:
i. Maximizar a recuperação dos créditos malparados adquiridos;
ii. Promover o reconhecimento da Instituição no mercado financeiro nacional; e
iii. Melhorar a eficiência processual e organizacional da empresa.
Enquadramento Macroeconómico
5. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
5.1. Contexto Internacional
5.1.1. Evolução do PIB Global & das Economias
Apesar do surgimento de novas variantes e consequentes constrangimentos originados pela
COVID-19, relativamente à economia global, verificou-se uma recuperação de 0,9 pp em
2021 face ao período homólogo, conforme dados do gráfico abaixo:
Gráfico 9 – Projecções do crescimento económico
Prevê-se uma dissipação dos factores de desaceleração do crescimento para 2022 e como
resultado, um crescimento mais acelerado da produção global em 2023. No entanto, o
crescimento global de 2023 não será suficiente para compensar as perdas devido à
depreciação em 2022. O gráfico seguinte ilustra a revisão das projecções do crescimento
económico para 2022 e 2023, feita pelo FMI em Janeiro de 2022.
Gráfico 10 – Revisão das projecções do crescimento económico para 2022 e 2023
5.1.2. Inflação
O exercício económico de 2021 continuou marcado pelas dificuldades advindas da
pandemia. De acordo com o relatório do FMI e o World Economic Outlook (WEO) de Janeiro
de 2022, a inflação continuou a subir, ao longo do segundo semestre do período em análise,
impulsionada por vários factores de importância variável entre as regiões. Interrupções
contínuas na cadeia de suprimentos em portos, no ar e em terra, precipitaram uma alta
demanda por mercadorias e levaram a pressões de preços dos alimentos e de outros
produtos importados, contribuindo desse modo para uma inflação mais alta pelo mundo, com
particular realce para regiões como África Subsaariana, Estados Unidos, América Latina e
Caribe.
Gráfico 11 – Mudança na inflação, Dezembro de 2020
5.2.2. Inflação
De acordo com dados do Relatório de Fundamentação do Orçamento Geral do Estado de
2022, denota-se que a economia angolana tem registado uma forte pressão nos preços,
essencialmente, explicada por factores do lado da oferta, em consequência das disrupções
sobre as cadeias de fornecimento de bens mundiais, causadas pela evolução da pandemia.
Por outro lado, as recentes perturbações climáticas têm provocado escassez de insumos
essenciais e a redução da actividade de manufactura em vários países, levando a que os
mercados internacionais assistam a um aumento continuado nos preços dos produtos
alimentares, produtos esses com elevado peso na estrutura do Índice de Preços no
Consumidor Nacional. Agrega-se a isto a subida dos preços das commodities agrícolas nos
mercados internacionais
A inflação anual foi de 27,03% contra os 25,10% apurados em 2020, impulsionada,
maioritariamente, pela contribuição da classe de Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas, que
no acumulado de doze meses representou, em termos médios, cerca de 70% da inflação
total.
Gestão de Risco
6. GESTÃO DE RISCO
6.1. Principais Desenvolvimentos em 2021
Com referência a 2021, no âmbito da Gestão de Risco, foram desenvolvidas as seguintes
actividades:
Participação na realização do simulacro e evacuação das instalações, promovida pela
área de segurança da empresa;
Supervisão do Plano de Contingência; e
Realização de sessões de conscientização de riscos.
Linhas de Defesa
Figura 3 – Estrutura de governação de riscos
Operacional
Crédito
Compliance
Cambial
Tecnológico
Liquidez
Reputação
Taxa de juro
Estratégico
Exposição cambial
11%
89%
KZ USD
Identificação;
Avaliação;
Mitigação;
Monitoramento; e
Comunicação (reporte).
Demonstrações Financeiras
Notas às Contas
2. NOTAS ÀS CONTAS
1. Nota Introdutória
A RECREDIT é uma sociedade anonima criada através do Despacho Presidencial n.º 192/16,
de 24 de Junho, em que autorizou o Ministro das Finanças a criar, ao abrigo da Lei das
Sociedades Comerciais e da Lei n.º 19/12, de 11 de Junho, a sociedade RECREDIT – Gestão
de Activos (Sociedade Unipessoal), S.A. (doravante Sociedade ou RECREDIT).
Neste contexto, a Sociedade foi formalmente constituída, por escritura pública, a 4 de Agosto
de 2016, tendo como objecto social “a aquisição e recuperação de créditos concedidos e,
acessoriamente, a gestão, com vista à sua alienação, de participações financeiras e de
patrimónios, cuja titularidade lhe advenha por virtude daquele seu objecto principal”.
A estrutura de acionistas é composta pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do
Estado (IGAPE), com uma participação de 5% do capital social, conferindo-lhe maior
flexibilidade na prossecução do seu objecto social. Assim, apresenta-se abaixo a estrutura
Accionista da RECREDIT:
Tabela 10 – Estrutura accionista
Accionista % Participação Representação
Estado Angolano 95% MINFIN
IGAPE 5% IGAPE
2. Políticas Contabilísticas
2.1. Bases de Preparação
As demonstrações financeiras da RECREDIT são preparadas de acordo com as Normas
International Financial Reporting Standards (IFRS), incluindo os requisitos determinados pela
Norma IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.
As Normas IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting
Interpretation Committee (IFRIC), assim como pelos respectivos órgãos antecessores.
As Demonstrações Financeiras da RECREDIT, actualmente apresentadas, reportam-se ao
exercício findo em 31 Dezembro de 2021. As mesmas estão expressas em milhares de
Kwanzas e foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção
dos activos e passivos registados ao justo valor, nomeadamente instrumentos financeiros
derivados, activos e passivos financeiros através de resultados e activos financeiros
disponíveis para venda, quando aplicável.
As taxas de câmbio de referência face ao Kwanza, a 31 de Dezembro de 2021 e 2020, são
as seguintes:
A preparação das Demonstrações Financeiras, de acordo com as Normas IFRS, requer que
a RECREDIT efectue e utilize pressupostos que afectem a aplicação das políticas
contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. As alterações em tais
pressupostos ou diferenças, destes, face à realidade, poderão ter impactos sobre as actuais
estimativas e julgamentos.
A Norma IFRS 9, emitida em Julho de 2014 pelo International Accounting Standards Board
(“IASB”), substituiu a Norma Internacional de Contabilidade 32 – Instrumentos Financeiros:
Apresentação (“IAS 32”) e a Norma Internacional de Contabilidade 39 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (“IAS 39”), estabelecendo novas regras de
tratamento de instrumentos financeiros, nomeadamente:
Classificação e mensuração: Estabelece novos requisitos de classificação e
mensuração de instrumentos financeiros e de certos tipos de contratos de compra ou
venda de itens não financeiros;
Metodologia de imparidade: Define uma nova metodologia de reconhecimento das
perdas por imparidade de activos financeiros com base em perdas esperadas
(“expected loss model ou ECL”), contrariamente à IAS 39 cujo modelo se baseava em
perdas incorridas;
Contabilidade de cobertura: apresenta novas possibilidades de aplicação das regras
contabilísticas de cobertura através de um maior número de relações de cobertura
entre os itens objecto de cobertura e os instrumentos cobertos.
A IFRS 9 define que o risco de uma carteira de crédito deve ser analisado e avaliado através
da realização de análises individuais (para exposições individualmente significativas) ou de
análises colectivas. No entanto, tendo em consideração as limitações de informação
existentes ao nível das carteiras de crédito adquiridas pela RECREDIT e que a mesma
desenvolve a sua actividade há pouco tempo, não existe ainda informação disponível que
permita criar um modelo de análise colectiva para apuramento da imparidade da carteira de
crédito.
Importa também salientar que a carteira de crédito da Gestora é composta por activos
financeiros adquiridos ou originados em imparidade de crédito (“POCI”). Em relação a esta
situação, a IFRS 9 define que os POCI são activos que apresentam evidências objectivas de
imparidade de crédito no momento do seu reconhecimento inicial, isto é, no momento da sua
aquisição e que têm por isso um enquadramento específico. Adicionalmente, segundo a
referida IFRS, um activo está em imparidade de crédito se um ou mais eventos tiverem
ocorrido com um impacto negativo nos fluxos de caixa futuros estimados do activo. Os dois
eventos que levam à origem de uma exposição POCI são os seguintes:
Activos financeiros originados na sequência de um processo de recuperação, em que
se tenham verificado modificações nos termos e condições do contrato original, o qual
apresentava evidências objectivas de imparidade, que tenham resultado no seu
desreconhecimento e no reconhecimento de um novo contrato que reflecte as perdas
de crédito incorridas; ou
Activos financeiros adquiridos com um desconto significativo, na medida em que a
existência de um desconto significativo reflecte perdas de crédito incorridas no
momento do seu reconhecimento inicial.
O modelo de análise individual de imparidade da RECREDIT foi concebido tendo por base o
enquadramento regulamentar relativo às IFRS, a tipologia de carteira e a informação
disponível e as necessárias adaptações ao enquadramento regulamentar em Angola,
pagamento de capital e juros (SPPI - Solely Payments of Principal and Interest). Quanto ao
modelo de negócio associado, a norma identifica dois com relevância para a actividade
desenvolvida pela RECREDIT:
Modelo de negócio cujos objectivos são atingidos através da obtenção dos fluxos de
caixa contratuais do activo (Hold to collect); e,
Modelo de negócio cujos objectivos são alcançados tanto através da obtenção dos
fluxos contratuais do activo como através da sua venda (Hold to collect and sell).
Cobrança/Reestruturação:
O cenário de cobrança/reestruturação é aplicável às situações em que o cliente negoceie a
regularização do montante em divida (parcial ou total), sendo definido posteriormente um
novo plano de pagamentos. Este novo plano de pagamentos pode compreender: uma
alteração de prazo de pagamento, um perdão parcial de dívida ou a concessão de um novo
prazo de carência de capital.
Neste cenário assume-se geralmente que a recuperabilidade da dívida depende da
capacidade de reembolso do devedor, considerando por isso os fluxos de caixa a gerar pelo
negócio (ver os “Principais aspectos a considerar na análise da situação económica e
financeira do cliente/grupo económico”). Desta forma, neste cenário de recuperação é
fundamental considerar a forma do acordo celebrado, a existência de outras entidades
envolvidas no acordo, a natureza dos fundos utilizados para liquidação do acordo e a
informação histórica sobre o cumprimento de acordos anteriores, assim como a informação
financeira sobre o desempenho da empresa ou o padrão de rendimentos do cliente particular
que permitirá concluir sobre a capacidade de retomar os planos de pagamentos acordados
inicialmente.
No entanto, e por questões de prudência, para os clientes com os quais foram celebrados
acordos de pagamento e enquanto os clientes não cumpriram uma parte significativa do
acordo, não deve ser considerada qualquer perspectiva de recuperação (i.e., imparidade de
100%), uma vez que o registo histórico no BPC não lhes é favorável.
Assim, estes clientes devem estar provisionados a 100%, e deverá ocorrer uma revisão da
imparidade à medida que vão ocorrendo os pagamentos ou se verificarem outros indícios
que permitam aferir pela capacidade de liquidar a dívida.
Dação:
Caso o devedor não gere fluxos de caixa futuros suficientes para assegurar o cumprimento
do serviço da dívida, a recuperabilidade da mesma dependerá dos fluxos de caixa que
determinação do valor recuperável deve ter em conta o preço de venda do activo, deduzido
de eventuais custos de venda ou manutenção e descontado pelo período remanescente até
à data prevista para o recebimento dos correspondentes fluxos de caixa.
Recuperação judicial
No cenário de recuperação judicial, são incluídas três situações:
A RECREDIT já deu a vários processos judiciais de execução de colaterais associados
a determinadas operações de clientes e/ou grupos económicos;
Não existindo colaterais, ou sendo estes insuficientes para garantir a recuperação do
crédito, a RECREDIT toma a decisão de avançar com um processo de acção
executiva de forma a penhorar outro património do cliente ou de outros intervenientes
nas operações em causa. O património a penhorar pode incluir activos imobiliários,
activos financeiros ou rendimentos obtidos pelos intervenientes nas operações de
crédito; e
O cliente encontra-se num processo de insolvência ou a existência de um processo
de insolvência é muito provável. O processo de insolvência pode ser interposto pela
RECREDIT, por outro credor (incluindo Segurança Social ou Finanças), pelo Ministério
Público ou pelo próprio cliente.
No âmbito deste cenário de recuperação foram considerados os seguintes aspectos:
A fase do processo de acção executiva ou penhora;
Os factores associados ao processo de execução e que poderão ter algum impacto
no seu andamento;
A informação existente sobre património detectado do cliente / avalistas;
A informação sobre ónus existentes sobre o património identificado;
A fase do processo de insolvência;
A perspectiva de celebração de um plano de recuperação ou liquidação ou o valor da
massa insolvente e dos créditos reconhecidos, incluindo crédito com privilégio
creditório.
Os fluxos de caixa são estimados com base no valor de avaliação dos activos no caso de se
tratar de uma execução de uma garantia real ou nos montantes que possam resultar de
acordo ou do próprio processo judicial.
O prazo de recuperação considerado pela RECREDIT nos cenários de execução judicial é o
estabelecido no Anexo III do Instrutivo n.º 08/2019, de 27 de Agosto, sobre Perdas por
Imparidade para a Carteira de Crédito e depende do grau de acabamento do activo imobiliário
e do método de avaliação utilizado pelo avaliador no relatório de avaliação que está a ser
considerado na análise individual de imparidade.
Nas situações em que a avaliação do projecto tenha por base o método comparativo ou o
método do custo, deverão ser considerados factores de desconto temporal no apuramento
do valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados, de forma a reflectir o tempo expectável
até à venda dos activos, de acordo com os seguintes cenários de referência, excepto nos
casos em que as Instituições possuam dados devidamente verificáveis que justifiquem a
aplicação de outros prazos:
passivo numa transacção corrente entre participantes de mercado à data da valorização ou,
na sua ausência, o mercado mais vantajoso a que a sociedade tem acesso para efectuar a
transacção àquela data. O justo valor de um passivo também reflecte o risco de crédito da
própria sociedade.
Quando disponível, o justo valor de um investimento é mensurado utilizando a sua cotação
de mercado num mercado activo para aquele instrumento. Um mercado é considerado activo
se houver frequência e volume de transacções suficientes de forma a que exista uma cotação
de preços numa base constante.
O justo valor é determinado de acordo com a possibilidade de observar no mercado o seu
justo valor, nomeadamente:
a) Nível 1 – o justo valor é determinado com base em preços formados em mercados
activos;
b) Nível 2 – o justo valor é determinado com base em técnicas de avaliação, sendo que
os principais pressupostos dos modelos de avaliação são observáveis no mercado; e
c) Nível 3 – o justo valor é determinado com base em modelos de avaliação, mas os
principais pressupostos não são observáveis no mercado.
2.6.1. Desreconhecimento
A RECREDIT desreconhece os seus activos financeiros quando vencem todos os direitos
dos fluxos de caixa futuros. Numa transferência de activos, o desreconhecimento apenas
pode ocorrer quando, substancialmente, todos os riscos e benefícios dos activos financeiros
forem transferidos ou na qual a RECREDIT, nem transfere e nem retém, substancialmente,
todos os riscos e benefícios e não mantém controlo dos activos financeiros.
A RECREDIT procede ao desreconhecimento de passivos financeiros quando estes são
cancelados ou extintos.
2.7.3. Amortizações
As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, de acordo com os
seguintes períodos de vida útil esperada:
Tabela 12 – Mapa do período de vida útil do imobilizado corpóreo
Descrição Vida útil (anos)
Imóveis de uso próprio 25
Equipamento de carga e transporte 4
Equipamento administrativo 3-8
Equipamento básico 3
Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, a Norma IAS 36 —
Imparidade de Activos — exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser
reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o
seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração de
resultados.
O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido
e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa
estimados e que esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim
da sua vida útil.
2.8. Activos intangíveis
2.8.1. Software
Os custos incorridos com a aquisição de Software a terceiras entidades são capitalizados,
assim como as despesas adicionais suportadas pela RECREDIT e necessárias à sua
implementação. Estes custos são amortizados pelo método das quotas constantes durante
o período de vida útil estimado de 3 anos.
sobre as quais seja expectável que venham a gerar benefícios económicos futuros para além
de um exercício, são reconhecidos e registados como activos intangíveis.
Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos são reconhecidos
como custos, quando incorridos.
Até à presente data, por não terem ocorrido factos patrimoniais que o permitissem, a
RECREDIT não registou qualquer activo intangível gerado internamente.
O IASB emitiu em Agosto de 2020 alterações às IAS 39, IFRS 4, IFRS 7, IFRS 9 e IFRS 16,
que decorrem da segunda fase do trabalho desenvolvido para responder aos efeitos no
reporte financeiro da reforma dos índices de referência das taxas de juro (IBOR - Interbank
Offered Rates). As alterações introduzidas ao normativo incidem sobre modificações em
activos e passivos financeiros e passivos associados a contratos de locação, requisitos de
A aplicação retrospectiva é obrigatória apenas para os activos elegíveis que tenham sido
instalados na sua localização pretendida após a data do primeiro período comparativo
apresentado.
O IASB decidiu propor a alteração da data de entrada em vigor da norma para exercícios
anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2023.
A 9 de Dezembro de 2021, o IASB emitiu ainda a uma alteração da IFRS 17 que vem agora
permitir que as entidades que preparam as demonstrações financeiras possam reduzir as
divergências contabilísticas na transição e os utilizadores dessas demonstrações financeiras
também possam beneficiar de informação mais útil, comparável e de melhor compreensão
na passagem da IFRS 4 e IAS 39 para a IFRS 17 e IFRS 9. A alteração vem assim alinhar
os requisitos relativos à aplicação inicial e respectiva informação comparativa da IFRS 17 e
IFRS 9 (mencionada de classification overlay).
Esta rubrica é composta pelos valores em caixa, valores em depósitos a ordem bem como
as respectivas imparidades.
Variação Reserva de
Prémio Reserva de JV
Descrição Justo Valor Juros corridos Cambial Imparidade reavaliação
Acumulado Total
Acumulada Líquida
Obrigações do Tesouro Indexados ao USD 52 470 521 116 2 876 472 742 0 -8 945 583 023 3 061 603 956 -700 116 601 -2 361 487 355
Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis 54 838 983 158 1 772 326 340 2 243 062 655 0 -5 042 998 666 -783 363 328 15 992 978 335
Total do Registo 107 309 504 274 4 648 799 082 2 243 062 655 -8 945 583 023 -1 981 394 710 -1 483 479 929 13 631 490 980
Tabela 16 – Detalhes dos Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral em 31 de Dezembro de 2020
(Em milhares de Kwanzas)
Variação Reserva de
Juros Prémio
Descrição Justo Valor Cambial Reserva de JV Imparidade reavaliação
Corridos Acumulado
Acumulada Líquida
Obrigações do Tesouro Indexados ao USD 77 641 897 751 374 0 27 914 205 2 060 869 -5 049 523 -2 988 654
Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis 41 107 012 1 676 334 1 463 552 0 -5 967 995 -3 105 402 -9 073 397
Total do Registo 118 748 909 2 427 708 1 463 552 27 914 205 -3 907 126 -8 154 925 -12 062 051
8. Crédito a Clientes
A 31 de Dezembro de 2021 e 2020, a rubrica de crédito a clientes, em conformidade com o
objecto principal da RECREDIT, apresenta os recebimentos efectuados na compra quer da
primeira quer da segunda carteira feita ao BPC em forma de títulos. De informar que a
primeira foi adquirida em cerca de mKz 231 127 400 tendo sido recuperado o montante de
mKz 3 800 000 por compensação de dívidas com o tesouro Nacional. O remanescente foi
reconhecido imparidades na ordem de 100% do justo valor da carteira.
A segunda carteira, tendo em conta as negociações efectuadas, foi adquirida pelo valor de
mKz 57 058 029, tendo o saldo bruto em carteira em 2021 e 2020 na ordem de mKz 51 394
927 e mKz 56 399 927, respectivamente.
Mantendo-se as imparidades nos dois exercícios na ordem de mKz 45 658 417. Em 31 de
Dezembro de 2021 e 2020 o valor líquido da segunda carteira fixou-se em mKz 5 736 509 e
mKz 10 741 511, respectivamente. No quadro abaixo é apresentado o resumo desta rubrica:
Imparidades:
Imparidade Primeira Carteira 0 227 327 400 227 327 400
Imparidade Segunda Carteira 0 45 658 417 45 658 417
Total de Imparidades 0 272 985 817 272 985 817
Total Líquido 288 185 429 5 736 509 10 741 511
O modelo definido para o cálculo das imparidades, correspondente justo valor, bem como a
reexpressão efectuada em 2020, estão descritos na nota 2.5.4.
Tabela 20 – Distribuição do Crédito a Clientes por tipo de processo a data de 31 de Dezembro de 2021 e 2020
(Em milhares de Kwanzas)
Tipo de processo N.º Processos Exposição total Justo Valor (6%) Imparidade
Cobrança 156 306 693 477 18 401 609 -18 284 756
Recuperação Judicial 92 327 617 948 19 657 077 -19 218 470
Reestruturação 27 257 244 627 15 434 678 -4 590 163
Outros 173 59 417 133 3 565 028 -3 565 028
Total Geral 448 950 973 185 57 058 391 -45 658 417
Tabela 22 – Variações ocorridas nos meios do activo imobilizado corpóreo a data de 31 de Dezembro de 2020 e 2019
A rubrica processos em dação em pagamento estão incluídos imóveis dados pelos mutuários
para liquidação de dívidas, nomeadamente:
14 fracções localizadas no edifício Baía em Luanda, avaliados em mKz 10 916 598 e
justo valor na ordem de mKz 1 366 256;
Prédio rústico (50 hectares) localizado em Luanda, avaliados em mKz 4 481 322 e
A rubrica “Outros valores a receber - Estado - saldo devedor” está relacionada com o
adiantamento de imposto industrial provisório referente ao exercício 2021 nos termos do n.º
2 do art.º 66.º da Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro.
Nos quadros abaixo encontram-se os detalhes das rubricas que compõem o registo em
“Outros Passivos”:
Nesta rubrica constam os impostos e taxas retidos na fonte cujo pagamento deverão ocorrer
até 31 de Janeiro de 2022 nos termos dos respectivos códigos tributários.
Nesta rubrica estão incluídas as dívidas a fornecedores correntes no valor de mKz 74 587 e
subsídios de férias a pagar aos funcionários no valor de mKz 77 150.
Capital social:
Em 31 de Dezembro de 2021 e 2020, o capital social da RECREDIT, subscrito e
integralmente realizado no valor de mKz 3 000 e encontra-se representado por 300
acções nominais, detidas por dois accionistas, nomeadamente:
Ministério das Finanças com 95%
IGAPE com 5%.
Reservas Legais:
Esta rubrica é constituída integralmente pela reserva criada nos termos do Estatuto da
RECREDIT, em linha com o art.º 27.º da Lei n.º 11/13, de 3 de Setembro que aprova
a Lei de Bases do sector Empresarial Público.
A RECREDIT utiliza a hierarquia de justo valor, com três níveis (descritos na nota 2.5.7.1.)
na valorização de instrumentos financeiros (activos ou passivos), a qual reflecte o nível de
julgamento, a observabilidade dos dados utilizados e a importância dos parâmetros aplicados
na determinação da avaliação do justo valor dos instrumentos financeiros, de acordo com o
disposto na Norma IFRS 13.
A RECREDIT considera um mercado activo para um dado instrumento financeiro, na data de
valorização, dependendo do volume de negócios e da liquidez das operações realizadas, da
volatilidade relativa dos preços cotados e da prontidão e disponibilidade da informação,
devendo, para o efeito verificar as seguintes condições mínimas:
a) Existência de cotações diárias frequentes de negociação no último ano;
b) As cotações acima mencionadas alteram-se com regularidade; e
c) Existem cotações executáveis de mais do que uma entidade.
Um parâmetro utilizado numa técnica de valorização é considerado como um dado
observável no mercado se estiverem reunidas as condições seguintes:
a) O seu valor é determinado num mercado activo;
b) Existe um mercado OTC e é razoável assumir-se que se verificam as condições de
mercado activo, com a excepção da condição de volumes de negociação; e
c) O valor do parâmetro pode ser obtido pelo cálculo inverso dos preços dos instrumentos
financeiros e ou derivados, onde os restantes parâmetros necessários à avaliação
inicial são observáveis num mercado líquido, ou num mercado OTC, que cumpram
com os parágrafos anteriores.
As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos activos
e passivos financeiros registados no balanço ao custo amortizado são analisados como se
segue:
i) Caixa e Equivalentes de Caixa
Estes activos são de muito curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa
razoável do seu respectivo justo valor.
ii) Activos Financeiros pelo Justo Valor através do Outro Rendimento Integral
Estes instrumentos financeiros estão contabilizados ao justo valor. O justo valor tem como
base as cotações de mercado do preço de compra (Bid-price), sempre que estas se
encontrem disponíveis. Caso estas não existam, o cálculo do justo valor assenta na
utilização de modelos numéricos baseados em técnicas de desconto de fluxos de caixa
que, para estimar o justo valor, utilizam as curvas de taxa de juro de mercado.
Os valores respeitantes às taxas de muito curto prazo são obtidos de fonte semelhante,
mas referentes ao mercado monetário interbancário. As taxas de juro para os prazos
específicos dos fluxos de caixa são determinadas por métodos de interpolação
adequados, quando possível.
As taxas de juro de mercado, para o Kwanza, são apuradas com base nas taxas de juro
dos bilhetes do tesouro para as várias maturidades.
iii) Outros Activos e Passivos
O justo valor de outros activos e passivos é estimado com base na actualização dos fluxos
de caixa esperados de capital e juros, considerando que, os pagamentos das prestações
ocorrem nas datas contratualmente definidas. Estes activos e passivos são de muito curto
prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa razoável do seu respectivo justo valor.
A “Comissão de rentabilidade” foi paga pelo BNI no âmbito do “processo 146” (nota 11)
equivalente a USD 780 000 (referente a 4.ª prestação anual) nos termos do acordo de dação
em pagamento celebrado com aquele Banco.
A variação cambial desfavorável, não realizada no montante de mKz 9 044 516 registada em
2021, foi motivada pela valorização do Kwanza dos títulos indexados ao dólar norte
americanos registados ao justo valor e sofreram alterações após a sua actualização,
conforme descrito na nota.
Abate de viaturas
Custo de aquisição 32 591 32 591
Amortizações Acumuladas -32 591 -21 722
Preço de venda 9 510 16 935
Mais/Menos Valias 9 510 6 066
Foram alienadas viaturas de acordo com a politica da empresa. Destes abates, após dedução
das amortizações acumuladas e valores contabilísticos, resultaram no apuramento de mais-
valias nos montantes de mKz 9 510 e mKz 6 066, nos exercícios 2021 e 2020,
respectivamente.
Os custos com o pessoal tiveram um aumento em cerca de 24,68% face ao ano anterior
motivado pelas novas nomeações, contratação de novos colaboradores e alteração dos
membros do Conselho de Administração.
Nas rubricas acima encontram-se descritos os detalhes das alterações verificadas nas
rubricas de imparidades durantes os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2021 e 2020.