Poema épico-lírico: a primeira estrofe apresenta a realidade épica através da
enumeração de todos os que participaram nas descobertas e dos sacrifícios que essa aventura implicou. A segunda estrofe desenvolve uma reflexão sobre o sofrimento implicado na gesta dos Descobrimentos.
Ao nível do discurso, os exemplos mais relevantes do discurso épico encontram.se na
segunda estrofe e do discurso lírico na primeira estrofe, o que ilustra bem a simbiose entre ambos.
Discurso épico:
Mitificação de um herói; Importância atribuída a acontecimentos marcantes da História; Uso da narrativa da 3ª pessoa.
Discurso lírico:
Expressão de emoções e de subjetividade;
Uso da 1ª pessoa. “O Quinto Império”
Poema de conteúdo vincadamente messiânica e sebastianista, característica marcante
de toda a Terceira Parte de Mensagem. As duas estrofes iniciais fazem a apologia do sonho por oposição à aceitação da mediocridade e da mortalidade (vv. 1-2 e 6-7): seguir o sonho é o modo de ultrapassar a comum dimensão humana; viver sem sonho é “Ter por vida a sepultura.”. Este tema estava já presente no poema “O das Quinas” e no “D. Sebastião, Rei de Portugal”, cujos versos interrogativos finais concluem que “sem a loucura”, “o homem” não é mais do que “Cadáver adiado que procria?”.
Na terceira estrofe, o sujeito poético reflete sobre o curso temporal e a insatisfação
humana que pode instaurar a ordem no caos. Finalmente, nas duas últimas estrofes são referidos os quatro impérios antigos que “se vão / Para onde vai toda idade” e anunciado o “dia claro” gerado na noite, ou seja, profeticamente, a chegada do Quinto Império. Nos dois versos finais é feito um apelo que inicia também a chegada do “dia claro”, do Quinto Império, da “verdade” que só se tornará realidade quando houver “Quem” viva essa verdade.