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revendido sem nossa autorização prévia.
Mas, por favor, coloque bastante coisa em
prática para seu negócio ser super
otimizado e incrível!

OS DIREITOS AUTORAIS DO MATERIAL PERTENCEM À MEG & MEG LTDA. OBRIGADA :)


Índice
Sobre nós: conheça suas professoras 4

Introdução 5

1. Montando o site 7
1.1 Plataformas: o que são e sua importância 7
1.2 O que observar ao escolher sua plataforma 8
1.3 Integrações: os sistemas que conversam com seu site 9
1.4 Na prática: exemplos e interface 11
1.5 Detalhes que fazem a diferença 11

2. Design & Conteúdo 14


2.1 Sua identidade 14
2.2 Páginas essenciais 14
2.3 Dicas para seus textos 16
2.4 Dicas para suas fotos 17
2.5 Extras: para ir além do básico 18
2.6 Apps e ferramentas que auxiliam no nosso cotidiano 19

3. Operações & Logística 20


3.1 Automatizando processos de embalagem 21
3.2 Armazenagem e estoque 23
3.3 A emissão da Nota Fiscal 25
3.4 Como economizar tempo com os Correios 28
3.5 Lidando com trocas e devoluções 29

4. Organização & Gerenciamento 33


4.1 Documentação de entradas e saídas 33
4.2 Como calcular o preço dos seus produtos 34
4.3 A importância dos relatórios 36
4.4 Calendários anuais 37
4.5 Organize tarefas em equipe 38

5. Divulgue seu negócio 40


5.1 A importância de criar uma comunidade 40
5.2 Dicas e ideias para divulgar sua marca 41

6. Nossa sociedade 42
6.1 Responsabilidades e combinados 42
6.2 Avaliando o valor da empresa 42
6.3 Contrato social e memorando 43

2
CONSIDERAÇÕES FINAIS 44

Dicas de Leitura 44

Ferramentas Úteis 45

Glossário 46

3
Sobre nós: conheça suas
professoras
Estamos muito contentes em saber que você está começando esse curso. Esperamos que a
experiência compartilhada aqui possa ser útil para você iniciar ou alavancar os seus negócios!
Quem está por trás das aulas somos nós, Jessica e Daniela, amigas que se tornaram sócias. Se
você conhece a Meg & Meg deve ter notado que o ano de 2020 marcou um novo momento na
nossa jornada: mudamos de escritório, lançamos coleções em novos segmentos, contratamos
duas novas integrantes na equipe e o faturamento triplicou. Todo crescimento traz aprendizados
e exige aperfeiçoamento, com isso nossas operações evoluíram, muitos processos foram
aprimorados e passamos pela experiência de montar uma sociedade.

Criamos a nova versão desse curso para compartilhar ainda mais conhecimento, abordando
desde princípios básicos até planilhas mais elaboradas. Nosso objetivo é simples: te mostrar
técnicas para que você consiga gerenciar seu negócio com eficiência, gastando menos tempo
com tarefas repetitivas e conseguindo expandir as operações de forma saudável.

Vamos começar? Você sabe por que é importante ter um site para suas vendas online?

4
Introdução
Nos dias de hoje, para ter uma loja virtual você não precisa encarar o processo de
desenvolvimento de um site do zero com uma equipe de programadores. Muito pelo contrário!
Existem ótimos serviços no mercado que entregam segurança, praticidade e credibilidade para
uma das frentes mais importantes do seu negócio. Se você está aqui com certeza entende a
importância disso, mas gostaria de começar listando alguns motivos para você se aprimorar no
assunto:

PROFISSIONALISMO
Ano após ano o comércio eletrônico tem ganhado mais relevância no cenário nacional do varejo.
Da mesma forma que um espaço físico precisa estar sempre bem organizado, limpo e com uma
equipe bem treinada, um e-commerce também precisa estar preparado para receber seus
visitantes. Pensar em assuntos como velocidade de carregamento, fluxo de navegação, boa
qualidade de imagens e textos didáticos é fundamental para dar credibilidade a quem está
visitando sua loja. Quanto mais profissional for seu site, mais confiança o cliente terá de colocar
os dados do cartão de crédito nele.

AGILIDADE
Um site bem feito trabalha 24 horas por dia, ou seja, você conseguirá receber vendas, tirar
dúvidas dos seus clientes, exibir todo seu catálogo de produtos e calcular fretes mesmo quando
estiver dormindo. Isso te dará agilidade para gerar vendas e não perder um cliente potencial só
porque demorou para responder um e-mail ou mensagem no Instagram.

ESCALA
Em um único minuto, um site é capaz de processar centenas de pedidos. Isso significa que você
pode lançar produtos sem medo de ter que receber dezenas de pedidos ao mesmo tempo e
acabar perdendo uma venda.
Além disso, você não precisa estar fisicamente perto do seu cliente como numa loja física. A
possibilidade de enviar produtos por transportadoras expande os horizontes e faz com que você
consiga captar clientes de vários estados (e se for bem ousada, até fora do país!).

CONTROLE DE ESTOQUE
Entre tantas coisas que um sistema de e-commerce pode fornecer, o controle de estoque é uma
das melhores. Você pode ficar despreocupada, pois o site simplesmente vai parar de vender
quando identificar que todos os produtos esgotaram e vai retornar os produtos
automaticamente caso alguém desista da compra. Com isso podemos vender uma diversidade
de produtos sem ter que ficar manualmente contabilizando.

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MÉTRICAS E RELATÓRIOS
Em uma pequena empresa é normal sabermos de cor tudo que acontece. Mas com o
crescimento da movimentação vai ficando difícil de guardar tudo na memória e muitas vezes o
que você pensou que sabia não bate com a realidade. Quantas pessoas clicaram para ver mais
detalhes da camiseta amarela? Qual horário do dia os visitantes costumam estar online? Qual
cidade gera mais vendas? Todas essas respostas são fáceis de conseguir com uma loja virtual
estruturada, e tomar decisões a partir delas.
Por aqui usamos relatórios mensalmente para mapear: quais produtos tiveram o melhor
desempenho, qual foi o valor de investimento em frete, margem de lucro total, etc. Tudo isso é
gerado com poucos cliques dentro dos nossos sistemas.

HISTÓRICO
Com uma plataforma você armazena automaticamente o histórico de compras dos seus clientes,
dados de entrega, recorrência e monta automaticamente a base de contato de pessoas
interessadas no seu produto.
É muito prático ter as informações guardadas para agilizar uma futura compra, auxiliar em um
atendimento de pós-vendas ou até para mimar um cliente assíduo e fã da marca.
Bom, com esses motivos já vimos que ter um site é uma boa ideia, certo? Então vamos te
mostrar o que é importante na hora de montar o seu : )

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1. Montando o site
1.1 Plataformas: o que são e sua importância
Plataformas de e-commerce são serviços que te permitirão criar e gerenciar uma loja virtual.
Você faz um cadastro e começa a customizar com as informações da sua marca como incluir
produtos, fazer upload de fotos, cadastrar preços, volume de estoque entre outras informações.
Use uma plataforma conhecida e evite ao máximo contratar um programador ou estúdio que
faça uma solução personalizada. Na maioria dos casos seu problema será resolvido com as
soluções existentes e caso faça do zero precisará se preocupar com manutenção
constantemente - e disso queremos distância. Queremos liberdade e agilidade.

A escolha da plataforma onde seu site será hospedado é um momento muito importante para o
começo da sua aventura em vendas online. Atualmente existem centenas de soluções muito
boas e práticas para você hospedar seu site, onde normalmente se paga uma mensalidade para
usufruir do serviço e você conta com uma gama enorme de funcionalidades existentes. No
começo de uma marca, quando ainda fazemos poucas vendas por mês, basicamente qualquer
plataforma será capaz de te atender. Mas temos sempre que lembrar de que isso pode mudar
rapidamente e que suas vendas podem exigir soluções mais especializadas em poucos meses.
Primeiro você precisa entender qual é o seu tipo de produto/venda e qual seu objetivo dentro de
um ano. Se você vende uma média de 50 pacotes por mês hoje, mas pretende fazer a marca
crescer e chegar em 500, você precisa que o sistema seja ágil para ajudar nas suas operações.

Se você vende arquivos digitais para download, por exemplo, precisa saber se a plataforma está
capacitada para essa finalidade. Quanto mais automatizado o processo, menos trabalho
repetitivo pra você. Isso é muito importante! E ser automatizado não significa que o cliente vai
ter uma experiência impessoal com a sua marca. Automatizar processos significa se organizar da
melhor forma com a parte burocrática para que sobre tempo para seu lado criativo continuar em
atividade.
Exemplo: imagina que você quer enviar um arquivo em PDF com o primeiro capítulo do seu livro
para todas as pessoas que se interessaram em receber essa novidade. Você pode seguir por
dois caminhos:

A. Pedir para que os interessados te mandem um e-mail no oi@meulivronovo.com.br e depois


responder cada pessoa com o link para download (ou com o arquivo anexo). Essa opção funciona
bem se você receber 10 mensagens, mas e se você receber 500? Se cada e-mail demorar 1
minuto você vai ficar um dia inteiro só anexando PDFs.

B. Você pode criar um formulário usando o Google Formulários com os campos de nome e e-mail
dos interessados. Nesse formato você pode até aproveitar a oportunidade de contato e fazer
uma mini pesquisa de mercado, como por exemplo perguntar a idade da pessoa, a cidade em
que mora, etc. se estes dados forem úteis para vocês e os participantes tiverem ciência e
concordarem em ceder para as finalidades.

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Esse formulário vai te gerar uma planilha com todos os e-mails. Em seguida, com um cadastro
grátis no MailChimp, ou qualquer plataforma do tipo, você consegue fazer o disparo de e-mail
para toda a sua lista de inscritos com uma mensagem bem legal e o link do arquivo. Muito mais
rápido e profissional, além de funcionar para 10 ou 1.000 contatos!

Sem essa lógica, as rodadas de Bingo que fazemos ao vivo no Instagram da Meg & Meg seriam
quase inviáveis e perderíamos uma ótima oportunidade de criar um conteúdo legal para as
nossas seguidoras.

1.2 O que observar ao escolher sua plataforma

Existem centenas de plataformas diferentes onde você pode hospedar sua loja. Para escolher a
melhor para você, analise os fatores abaixo de acordo com suas prioridades:

PREÇO
Estude qual é valor fixo da mensalidade e se existe algum valor variável (como por exemplo
porcentagem nas vendas). Nesse momento também é importante avaliar se existem
funcionalidades extras que são pagas de forma adicional ao pacote de assinatura.

INTEGRAÇÕES
Analise se ela tem integração fácil com transportadoras, intermediadores de pagamento,
programas de e-mail marketing e sistemas de gestão financeira. Copiar e colar informações de
um sistema para outro é um trabalho oneroso, suscetível a erros, e que pode gerar ineficiência a
longo prazo.

FORMATOS DE VENDA
Veja se atende a modalidade de venda do seu produto (controle de tamanhos por peça, compra
de cursos digitais, produtos personalizados…). Cada um tem uma característica e ao escolher a
plataforma você precisa se certificar de que sua necessidade será atendida.

VISUAL
Confira se existem temas/layouts que te agradam e o quanto isso pode ser personalizado. Para a
Meg & Meg, por exemplo, era muito importante ter a integração com as fotos do Instagram na
página inicial do site e isso foi determinante para escolhermos o tema que usamos hoje.

USABILIDADE
Veja se o site é simples de usar, se ao clicar em um botão você tem uma resposta de
carregamento, como são as mensagens de erro, e principalmente, se é responsivo. O site e a
experiência como um todo são adaptadas para funcionar em celular?

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SEGURANÇA
A plataforma que você escolher precisa ter certificação de hospedagem em ambiente seguro.
Isso é crucial pois vamos lidar com dados bancários dos clientes e também é nossa
responsabilidade zelar pela confidencialidade desses dados.

APPS
Veja se além das funcionalidades básicas do plano existem complementos que podem me ajudar
no futuro. Vale a pena investigar bem o que é básico do plano e o que é vendido à parte para
colocar na sua conta de gastos fixos e não ter surpresas no fim do mês.

SEO
A forma como seu site será entendido pelos sistemas de busca. A plataforma tem campos
dedicados e está otimizada para garantir que sua loja tenha um bom posicionamento no
resultado do Google?

ESTABILIDADE
Ela aguenta um pico de acessos? Costuma ficar fora do ar? Como é o contato com a equipe de
atendimento em casos de suporte? A estabilidade do servidor é algo que pode ser crucial em
picos de acessos, que podem ser previstos (como no caso de lançamentos) ou imprevistos (se
algum influenciador falar sobre sua loja, por exemplo).

1.3 Integrações: os sistemas que conversam com seu


site

Como falamos anteriormente, seu site vai precisar estar conectado com alguns serviços
externos para te entregar uma solução completa e funcional. Vamos falar um pouquinho mais
em detalhes sobre cada integração importante:

INTERMEDIADORES DE PAGAMENTO
São as soluções que te permitem receber o pagamento dos clientes. Existem várias no mercado
e cada uma tem suas taxas e condições. Recomendamos que você entre no site de cada
empresa para analisar os valores, quanto cobram por cada parcela, veja se é possível repassar os
juros do parcelamento para o cliente, se aceitam boleto e em quantos dias o dinheiro é liberado
para a sua conta bancária. Exemplos de meios de pagamento mais comuns no Brasil são
PagSeguro, Paypal, Mercado Pago, entre outros.

TRANSPORTADORAS
São as empresas que farão o transporte da sua mercadoria até o cliente final. A mais conhecida
é o Correios, mas também existem outras como Total Express, JadLog, Jamef. Sobre essa

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questão é importante observar se a plataforma do site oferece integração nativa com alguma
transportadora (e quais), se o cálculo do frete é feito automaticamente no momento da
finalização da compra, e se o cliente pode simular o frete antes de fechar o pedido.
Para escolher a melhor transportadora leve em conta os preços e prazos de entrega para seu
produto, se ela transporta o seu tipo de mercadoria, quantas tentativas de entrega ela realiza por
encomenda, e como funciona a logística reversa caso um cliente queira devolver algo.

E-MAIL MARKETING
Criar uma base de e-mails é um fator muito importante para quem quer divulgar os produtos.
Sabe aquela caixinha onde você marca "Quero receber novidades da marca"? Então, se você
tiver um sistema de e-mail marketing integrado com seu site, a lista é atualizada no momento em
que o cliente autoriza o envio de mensagens. Você também pode colocar um formulário de
cadastro no rodapé para que qualquer visitante se torne um potencial seguidor da sua marca!
Não se esqueça de cuidar da estratégia de marketing dos e-mails também, pois a tendência é
que os clientes se afastem de lojas que enviam spam, um volume muito grande de e-mails ou
mensagens sem um conteúdo relevante.

ANALYTICS
Para conseguir mais dados sobre os acessos ao seu site você precisará acompanhar o painel de
métricas. Algumas plataformas já possuem um painel próprio, mas as ferramentas específicas
de análise de dados vão ser capazes de gerar relatórios potentes e traçar comportamentos do
consumidor de forma bastante precisa. Qual origem do acesso? Quantas pessoas acessaram
pela primeira vez? Quantos visitantes retornaram? Quanto tempo o usuário ficou no seu site?
Qual a taxa de conversão? Qual página retém ou afasta mais usuários? Essas e outras respostas
você conseguirá com um Analytics integrado. O mais conhecido é o Google Analytics, que
costuma ser bem simples de implementar nas principais plataformas de e-commerce.

SISTEMAS DE GESTÃO DE RECURSOS


Os chamados ERP (Enterprise Resources Planning) são ferramentas que centralizam a gestão de
diversas frentes da empresa: estoque, fluxo de caixa, pagamentos, etc. Para uma empresa
pequena pode ser simples de controlar as entradas e gastos ou a quantidade de itens no
estoque, mas esse processo se torna complexo e suscetível a erros quanto o volume de vendas
aumenta. Procurar um ERP que tenha integração com a sua plataforma de e-commerce é
essencial para emitir notas fiscais, controlar o estoque com eficiência e conseguir ter relatórios
elaborados sobre suas finanças.

1.4 Na prática: exemplos e interface


Nada melhor do que entender o significado de todos esses termos vendo um vídeo prático, né?
Encontre no vídeo dessa aula um pouco mais sobre a interface do Shopify e da Nuvemshop
(plataformas que testamos e podemos compartilhar mais detalhes).

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1.5 Detalhes que fazem a diferença

Existem alguns truques e diferenciais que podem agregar um valor muito grande ao seu negócio
online. Veja abaixo alguns exemplos de estratégias que vão deixar o site algo muito além do que
um catálogo de produtos virtual.

BLOG
Se engana quem pensa que é uma ferramenta defasada e sem muito uso atualmente, na
verdade é um canal incrível para espalhar ideias e comunicar mensagens da sua loja. Além disso,
pode ser uma estratégia muito boa para gerar acessos através de buscas orgânicas no Google e
consequentemente direcionar tráfego para o seu canal de vendas. Quanto mais presença online
você tiver, maior a chance de alguém te encontrar!
Exemplo da vida real: a Amanda Mol é uma ilustradora que mora em Varginha - MG e vende
cafés especiais. Ela fez um post no blog dela "Como preparar um café coado dos sonhos", que
além de ser um conteúdo legal para quem já conhece a marca e está pensando em dicas de
preparo, é ótimo para conseguir um resultado na busca por "Como preparar café coado" nos
mecanismos de busca.

BLOG AMANDA MOL - https://amandamol.com.br/cafe-e-afeto/como-preparar-um-cafe-coado-dos-sonhos/

Nesse exemplo abaixo nós digitamos "Como usar um Planner não datado"

BLOG MEG & MEG - Resultado trazido por busca orgânica no Google em 25/4/2021

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FREEBIES
Ou "cortesias", são usados na internet para oferecer algum arquivo ou conteúdo para download
de forma gratuita. Os freebies normalmente são uma amostra de um produto ou um mimo
exclusivo relacionado ao criador. Para quem consome é ótimo, pois estará recebendo um
benefício sem nenhum custo e pode ter um gostinho do produto completo. Para quem oferece
também é legal, pois você pode começar a montar sua base de e-mails para enviar novidades no
futuro. A famosa relação ganha-ganha.

ARQUIVOS PARA DOWNLOADS NICKY LAATZ - Consulta realizada em 25/04/2021

REDES SOCIAIS INTEGRADAS


Se você cria conteúdo e posta fotos nas redes sociais pode ser uma boa ideia trazer esse
material para algum cantinho do site. Além de criar uma relação entre o e-commerce e o
ambiente onde você interage com os clientes, você vai conseguir deixar a home page sempre
com novidades. Isso dá a sensação de que tem gente cuidando e que nada está abandonado.
Também é uma ótima oportunidade de mostrar um pouco mais o lado humano do negócio de
forma descontraída e cativar visitantes que acessaram seu site através de um mecanismo de
busca (sem te conhecer através de uma rede social).

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SITE ORNA FORMULA - https://ornaformula.com/

DOMÍNIO E E-MAIL
Comprar um domínio para sua loja é simples pode ser um diferencial muito grande para a
coerência e credibilidade da sua marca. Quando o cliente está no ambiente da loja, enviar um
e-mail para “oi@nomedaloja.com.br” parece muito mais seguro do que para
“nome.dealguemX12@hotmail.com”. Sites como GoDaddy e RegistroBR mostram de forma
rápida se um domínio está disponível para compra ou não.

Depois de analisar esses pontos e ponderar a importância de cada item, como descobrir a que
mais se encaixa para você? Testando, fazendo contas e conversando com quem usa a
plataforma. Normalmente todas oferecem um período grátis para testes e você pode usar para
fazer simulações. Entre e veja como cadastrar fotos, textos, quais são os atalhos oferecidos, e se
existem muitas ou poucas opções de personalização. Decida o que é prioridade pra você (preço x
visual ou outros) e faça uma escolha. Outra dica: navegue por lojas que você gosta e veja qual a
plataforma usada, provavelmente você encontrará essa informação no rodapé do site. Também
é possível entrar em grupos de e-commerce no Facebook para pedir dicas ou até enviar um
e-mail para outros empreendedores perguntando se eles recomendam a plataforma que usam.

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2. Design & Conteúdo
Com a estrutura do site pronta e plataforma decidida, é hora de começar a cuidar do design e do
conteúdo do ambiente de vendas.

2.1 Sua identidade


Ao construir os pontos de contato com o cliente é muito importante lembrar de que tudo precisa
refletir a sua identidade como empresa, passar a essência de forma clara, mostrar uma
linguagem única e reforçar seu diferencial. Ter unidade nas cores, no logo e na forma como você
se comunica passa credibilidade e legitima a empresa como confiável, além de ser uma
experiência bem mais agradável para o cliente. Seja através do Whatsapp, no Inbox do Instagram
ou no site próprio, você pode usar todos os espaços de cada plataforma a seu favor! Veja a
seguir como potencializar cada espaço.

2.2 Páginas essenciais

Antes de mais nada, ao vender pela internet você precisa se atentar à legislação vigente,
especialmente no Código de Defesa do consumidor. É importante saber quais são os seus
deveres e responsabilidades e com isso construir as suas políticas. Tendo isso em mente,
elabore as páginas essenciais para o seu site ficar completo.

PAGAMENTO E ENTREGA
Aqui você vai descrever quais métodos de pagamento são aceitos no seu site, se existe opção
de parcelamento, qual o prazo de postagem após um pagamento aprovado, qual transportadora
você usa, métodos de envio, se existe frete grátis, regras de tentativa de entrega, etc. Tudo que
possa ser útil para o seu cliente e que deixe claro as regras do seu negócio.

TROCAS E DEVOLUÇÕES
É normal que o cliente queira trocar um produto; produtos que venham com pequenos defeitos
ou porque ele não gostou mesmo, ou prefere outro. Nessa página você descreve qual é o
processo de troca da sua empresa, quais condições para devolução de um item, como entrar em
contato com você, quais informações enviar para solicitar troca, qual seu prazo de resposta, etc.
Tendo isso documentado você se protege e deixa o cliente tranquilo de que estará preparado
para uma situação adversa. Seguindo o Código de Defesa do Consumidor, em compras online o
cliente tem direito a desistência e devolução no período de 7 dias úteis a contar da data de
entrega.

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PERGUNTAS FREQUENTES
Essa página pode evoluir conforme seu site cresce e se modifica e você recebe mais interações
dos clientes, mas é um ótimo espaço para centralizar as dúvidas que você normalmente recebe
por e-mail ou mensagem nas redes sociais. Crie algumas perguntas antes do lançamento e vá
dando manutenção ao longo dos meses. Isso vai te poupar de responder a mesma coisa várias
vezes e ajudar muitos clientes que buscam informações adicionais.

FALE CONOSCO
Quanto mais simples de entrar em contato com você, maior sua chance de conseguir conquistar
um potencial cliente. Mantenha um espaço no seu site com um formulário de contato, deixando
claro quais são seus prazos de resposta. Mas atenção, se o espaço existe ele precisa ser
respondido. Se você tem um espaço físico também, aproveite para colocar um mapa e dicas de
como chegar na loja!

QUEM SOMOS
Uma das páginas mais importantes para agregar valor ao seus produtos. Toda loja tem um
diferencial, uma equipe única e pessoas trabalhando por trás desse sistema. Você deve explorar
esse espaço para passar confiança para o consumidor e também explicar sobre seu propósito,
sua história e sua missão. Vale usar a criatividade e não apenas listar "Missão, Visão, Valores".
Coloque fotos dos bastidores, conte como a empresa surgiu, explique seu diferencial e o porquê
de você fazer o que faz. Se puder ter um vídeo legal melhor ainda! Os potenciais consumidores
vão se sentir parte daquele universo e essa conexão pode gerar ainda mais vendas.

QUEM SOMOS: LOJA NÓ & NÓ - https://www.noeno.com.br/p/sobre

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2.3 Dicas para seus textos

Seus textos dizem muito sobre sua identidade de marca. Mesmo que você seja uma loja
multimarcas e esteja vendendo um produto criado por outra pessoa, a forma como você explica
a funcionalidade e os detalhes do item pode te destacar das demais lojas. Algumas dicas para
criar seus textos:

Use uma linguagem condizente com seu público e marca


Não tenha medo de enaltecer a utilidade e qualidade do seu produto quando estiver listando
suas características técnicas.

Faça o consumidor se imaginar usando


Como você pode passar a mensagem com menos palavras? O texto não precisa ser
necessariamente curto, mas precisa ser bem escrito e não criar repetições desnecessárias e
nem ser cansativo.
Lembre-se de que esse texto será interpretado pelo Google e ele penaliza textos não originais.
Mantenha o estilo de comunicação condizente em todo o ambiente do site e nas comunicações
com seu cliente. A linguagem do site, e-mail marketing e redes sociais deve ser a mesma,
criando uma unidade de comunicação.

Um exemplo legal: a Aff The Hype é uma loja que vende artigos de papelaria. Poderia ser uma
marca super genérica ou parecida com a Meg & Meg, certo? Mas não, o diferencial deles é
justamente o senso de humor debochado e isso está presente em cada cantinho da
comunicação. Reparem como no título do site eles se intitulam como "Papelaria Grossa" e logo
ao entrar no site o texto de "Aceite de Cookies" é uma piada com blogueiras. Isso cria sintonia
com o público e reforça a identidade da marca.

LOJA VIRTUAL AFF THE HYPE - https://affthehype.com/

16
2.4 Dicas para suas fotos

Essa talvez seja a etapa mais importante para cativar seu cliente. É aqui que ele vai ver detalhes,
ângulos e cores do que você está vendendo. Tenha como objetivo explorar duas formas distintas
de fotografias:
A. as fotos em fundo neutro que mostram especificações e detalhes.
B. fotos de estilo de vida, onde você pode mostrar a funcionalidade do produto e gerar desejo.

Se você acha que consegue se arriscar a fazer suas próprias fotos, legal! Hoje em dia os celulares
são bem avançados e conseguimos bons resultados com fotos feitas por conta própria. Cuide
dos detalhes e procure ambientes com uma boa iluminação natural. Ambientes internos com
uma janela grande são ótimos. Para criar a sensação de fundo infinito você pode usar cartolinas
e comprar um tripé simples para celular.

Se você achar muito


complicado e preferir
contratar um profissional
para fotografar, tudo bem
também. Só lembre-se de
acompanhar a sessão de
fotos e observar se as
características que você
quer enaltecer estão sendo
registradas.

Uma sugestão:
Antes do dia das fotos faça
uma planilha com tudo que
precisa ser fotografado,
assim você pode acompanhar item por item e ter certeza de que nada ficou faltando.

Para as fotos ambientadas, pense no contexto e estilo de vida dos consumidores e veja como
pode produzir essa cena para criar uma inspiração para o seu cliente. Lembre-se de que esse é o
momento onde ele precisa se imaginar usando aquilo. Nós costumamos criar um documento de
guia para as sessões de fotos de campanha. Nele listamos: a equipe envolvida, qual papel de
cada um, o local das fotos, qual horário onde todos devem se reunir, a lista de objetos de apoio
para as cenas, todos os produtos que precisam ser fotografados e fotos de referência para cada
"cena".

Dica final: outro cuidado importante para ter com suas fotos é a padronização dos filtros e
tratamento de imagem. Aqui na Meg & Meg costumamos usar filtros em tons quentes (que
puxam para o rosado) e isso também é um ponto de identificação. O objetivo é criar uma unidade
visual, assim quando o seguidor bater o olho numa imagem ele já vai associar à sua loja.

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2.5 Extras: para ir além do básico

Aproveitando, por que não complementar um pouquinho o site e usar algumas estratégias que
vão além do básico? Aqui vão ideias de conteúdos e funcionalidades extras para incluir no seu
e-commerce.

VÍDEOS
Com pequenos vídeos você tem uma chance extra de mostrar acabamentos e detalhes que
podem não ser muito perceptíveis na foto. Tutoriais animados também são uma ótima forma de
fazer com que o cliente se imagine usando o produto e dê ainda mais valor para os diferenciais.

AVALIAÇÕES
As avaliações de quem já consumiu o produto ou serviço geram confiança para quem está
indeciso. Com estas, os futuros clientes podem entender a visão de quem consumiu, quais
pontos fortes e talvez descobrir se existe algum lado negativo que seja um fator impeditivo para
compra. Para quem vende, os feedbacks são muito importantes para evoluir, descobrir eventuais
falhas na fabricação e solucionar o problema para que o cliente fique satisfeito no final.

Olha que legal esse exemplo da Sallve: eles são uma marca de cosméticos e as avaliações dos
produtos de skincare são catalogadas até pelo perfil de pele dos consumidores:

LOJA VIRTUAL SALLVE - https://www.sallve.com.br/

POP-UPS PARA CADASTRO DE E-MAIL


Você pode oferecer um cupom de desconto na primeira compra do cliente em troca do e-mail
dele na lista de novidades. Dessa forma você incentiva um primeiro pedido e também aumenta
sua base de contatos!

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POP-UPS PARA CONTATO
Se você tiver disponibilidade, que tal deixar uma janela para que os visitantes do site entrem em
contato com você através de um chat? Lembre-se de só ativar essa funcionalidade se realmente
tiver tempo ou alguém dedicado a esse atendimento, caso contrário pode gerar frustração nos
clientes.

2.6 Apps e ferramentas que auxiliam no nosso


cotidiano

ATALHOS DE TEXTO
Sempre que for possível, otimize mensagens. Sabe aquela pergunta que todo mundo faz no
inbox? O Instagram já tem uma ferramenta para criar atalhos de texto, dessa forma você
cadastra uma palavra-chave e ela libera um texto padrão. Funciona também no Whatsapp
Business e nas configurações de teclado do celular. No Zendesk, ferramenta de
atendimento/CRM, isso é um salvador da pátria! Usamos muito.

TINY PNG
Um app que tem como objetivo comprimir o peso das imagens. Todas as fotos e banners que
você for subir na plataforma, é interessante passarem por aqui antes. Ele consegue reduzir até
90% do peso das imagens e isso fará com que seu site carregue em menos tempo. Site
carregando rápido = Google feliz = você melhor posicionado nas buscas = cliente recebendo o
conteúdo em menos tempo e gostando mais do seu site.

UNUM
Usamos para programar e prever postagens no Instagram. Essa é uma ótima forma de manter
frequência na hora de gerar conteúdo, prever a harmonia do feed e não ficar com preguiça na
hora de postar.

MILKSHAKE APP / LINK TREE


Eles te ajudam a criar vários links em uma única URL de forma amigável. Como o Instagram só
oferece a possibilidade de colocar uma URL na bio do perfil, eles são ótimos para centralizar
canais de contato da sua marca.

FIVERR
Um site onde você pode contratar profissionais para serviços rápidos a partir de U$5. São
oferecidos diversos tipos de atividade como redação, desenvolvimento de logotipo, animações.
Vale usar quando você precisar de algo pontual na empresa (nós usamos poucas vezes mas
sempre foi bem útil).

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3. Operações & Logística
Aqui você encontrará alguns fatores importantes relacionados à Operações e Logística. Muitas
pessoas não têm ideia do processo de empacotamento, gestão de estoque e aguardam a sua
compra online chegar sem imaginar o que acontece nos bastidores. São detalhes simples que
fazem muita diferença, então fique atento, pois vamos te ajudar a evitar alguns erros e desgastes
no seu processo. Vamos começar?

Listamos 5 tópicos para você refletir:

Embalagem
Ela comporta todos os produtos que você oferece?
Os detalhes do seu pacote são essenciais para gerar uma boa experiência?

Integração de sistemas
O que você pode sistematizar no seu processo para trazer agilidade e reduzir erros?

Estoque
Os produtos estão organizados com fácil identificação e acesso?

Rotina de Empacotamento
Você definiu o horário do dia que você vai empacotar?
Tudo o que você precisa está à mão?
Quais são as etapas que garantem padronização e otimizam tempo?

Tempo
Calcule cada etapa do seu processo e defina o que é essencial, e sempre observe onde você
pode ser mais rápido.

Ter um fluxo e rotina para suas operações vai, mais uma vez, te fazer ganhar tempo para
trabalhar no seu diferencial, na parte criativa do seu negócio. Só com um fluxo logístico bem
organizado você vai ter tranquilidade para expandir suas vendas e saber que vai honrar o
compromisso com seu cliente.

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3.1 Automatizando processos de embalagem

O processo de empacotamento exige sequência e concentração, pois um detalhe errado pode


gerar trocas, clientes insatisfeitos e gastos desnecessários. O esforço de começar uma rotina
para 1 pacote é o mesmo que começar para 100 pacotes, então você precisa criar uma linha de
montagem para que essa rotina seja feita em horários determinados e sem interrupções. Vamos
mostrar na prática como fazemos aqui na Meg & Meg:

1. Importamos todos os pedidos pagos do Shopify (e-commerce) para o Tiny (ERP).


2. É sempre bom conferir os dados importados, checar se os clientes completaram o
endereço corretamente e também olhar as observações e recados que eles incluem no
momento da compra.
3. Emitimos as notas fiscais e nela já é gerado automaticamente o código de rastreio dos
Correios de acordo com o método de envio que o cliente pagou.
4. Criamos uma "Separação" no Tiny, onde selecionamos a lista de todos os produtos
vendidos que estão vinculados às notas fiscais emitidas, os separamos do estoque e
deixamos organizados no local de empacotamento. Esse processo é bastante
importante, pois caso sobre algum produto ao terminar de montar os pacotes, você pode
ter certeza que existe algum pacote errado e tem tempo de corrigir antes de chegar ao
cliente evitando uma experiência ruim e gastos extras com frete.
5. A mesa de empacotamento está sempre pronta com todos os itens necessários por
perto: papel de seda, tesoura, fitas, cartões, etc.
6. Com base na quantidade de pedidos do dia, montamos todas as caixas, separamos as
etiquetas adesivas e papel de suporte para a embalagem.
7. Começamos a montar cada pedido, pegando os produtos da separação e escaneando o
código de barras antes de incluir o item no pacote.
8. Ao concluir o pacote, colocando o último item, o sistema automaticamente imprime a
nota fiscal e etiqueta dos Correios. Utilizamos etiquetas adesivas impressas por
impressora térmica, e colamos diretamente nas caixas.
9. Os pedidos passam do status de "separadas" para "embaladas" no sistema.
10. Criamos uma "Expedição" no Tiny, onde selecionamos a transportadora da coleta e o tipo
de embalagem dos pacotes. Informações como peso e endereço já são preenchidas
automaticamente, pois configuramos anteriormente.
11. Os Correios passam e realizam a coleta no nosso escritório.
12. Após a coleta, clicamos no botão "Enviar código de rastreio", e o sistema dispara e-mails
para as clientes informando o status da entrega e já marca os pedidos nos sistemas
como "finalizados", zerando a lista de pendências.

No começo da empresa era bem diferente, a Jessica montava uma caixa por vez, escrevia o
endereço manualmente, levava os produtos a pé para os Correios e pegava fila, escrevia na caixa
a modalidade de envio e tinha que digitar os códigos de rastreio na mão. O tempo que era gasto
inviabilizaria o volume que nós atendemos hoje. Em resumo, o que você precisa ter em mente na
hora de pensar na sua linha de montagem:

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● Automatizar o maior número de processos para evitar trabalho manual: gerar etiqueta de
envio automaticamente e sistemas que disparam códigos de rastreio são alguns
exemplos.
● Montar um ambiente propício para fazer suas embalagens. O ideal é que você tenha por
perto todos os materiais necessários para fechar pacotes disponíveis de forma rápida e
sequencial.
● Faça um estoque adequado de materiais de embalagem: fitas, caixas, tinta da impressora,
folhas. Parar o trabalho para repor estoque de insumos é custoso e pode gerar atrasos.
● Pensar em quais embalagens acomodam de forma ideal o seu produto. Crie um
padrão/modelo e evite excesso de etapas na embalagem e lixo desnecessário.
Lembre-se de que o cliente pode comprar mais de um produto, então esteja preparado
para pedidos grandes e pequenos.
● Quanto menos passos você der para alcançar os objetos no estoque, mais rápido será
para montar as caixas. Exemplo: organizar as prateleiras do estoque de acordo com os
produtos mais vendidos é uma forma de agilizar sua rotina de empacotamento.
● Sistemas de gestão foram feitos para nos ajudar, então veja como ele pode trabalhar para
você. Tente cadastrar situações pré-definidas sempre que possível, lembrando de que
quanto menor a quantidade de cliques que você der mais rápido terá conseguido finalizar
o processo. A emissão automática de nota fiscal nos trouxe um excelente ganho de
tempo.
● Calcular quanto tempo você demora com o processo de embalagens, identificar fatores
que geram atraso e gerar uma média de minutos/pacote te ajudarão a otimizar o
processo.
● Defina um horário padrão para sua rotina de pacotes e se concentre para fazer o
processo acontecer nos horários definidos. Durante a montagem, evite parar para fazer
outras atividades da empresa.

Dica: os sistemas
estão sempre se
aperfeiçoando, então
acompanhe as redes
sociais e blogs das
plataformas que você
utiliza, pois sempre
pode ter novidades e
dicas que te ajudarão.
Seja curioso!

A emissão automática
da nota fiscal é algo
que aplicamos há
pouco tempo e descobrimos pelo Instagram do Tiny.
Foi um ganho tremendo para nós, trouxe muita agilidade. Utilizamos o app PrintNode, que
conecta o Tiny à impressora térmica, e configuramos para assim que o último item do pacote for
escaneado pelo sensor de código de barras, a impressão aconteça automaticamente.

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Sobre código de barras: com o crescimento da Meg & Meg passamos a oferecer uma maior
variedade de produtos, além de embalarmos uma quantidade maior de pacotes diariamente.
Com isso notamos um aumento nos erros de envio de produto (e consequentemente, suportes).

O que fizemos para reduzir os erros, ter mais organização e agilidade?


Incluímos códigos de barras em nossos produtos.

Como isso nos ajuda no processo?


O leitor de código de barras identifica o produto correto, o que realmente foi comprado pelo
cliente e deve conter naquele pacote; a partir do momento que o leitor identificou o último
produto que você empacotou, automaticamente o sistema libera a impressão da nota fiscal e
etiqueta dos Correios, concluindo o pacote.

O que você precisa saber para gerar códigos de barras


O código de barras é como se fosse o RG/CPF do produto, uma maneira única de identificá-lo.
Todo produto/versão precisa ter um código de barras próprio, pois é através deste código que o
sensor identifica se estamos embalando o produto correto que o cliente comprou.
Nós optamos por imprimir os códigos diretamente nas etiquetas de embalagem do produto,
assim fica fácil de passar o leitor e não atrasa o empacotamento.

O órgão responsável pela geração de códigos de barras é o GS1 (Associação brasileira de


automação), ele garante que os códigos são legítimos e únicos. No site deles você cadastra
todas as especificações do produto a ser lançado e com eles criam os códigos referentes à cada
item. A Meg & Meg é cadastrada na plataforma do GS1, pagamos uma anuidade que varia de
acordo com o faturamento da empresa. O código de barras gerado fica armazenado em nosso
perfil no GS1, e também cadastramos no Tiny e Shopify. Basicamente uma catalogação perfeita.

3.2 Armazenagem e estoque

Armazenagem e estoque são fatores bastante importantes para uma loja: o tempo investido em
empacotamento reflete o tempo em que o produto chegará para o seu cliente sendo parte da
experiência que ele terá com a sua marca, além do estoque ser grande parte do investimento
que você fez na empresa.
Muitos empreendedores começam o seu negócio em casa, já que isso permite iniciar as
operações com baixo custo fixo e ir evoluindo conforme a demanda, a Jessica começou assim. A
partir do crescimento, uma hora o espaço da casa não vai mais comportar sua empresa, então
nesta aula vamos te contar sobre algumas alternativas de armazenamento que você pode
considerar.

ESPAÇOS COMPARTILHADOS
Que tal procurar outro colega com loja para montar um estúdio compartilhado? Vocês podem
dividir alguns custos como internet, limpeza e o aluguel. Além da economia financeira, pode ser
muito legal ter um colega da área para dividir experiências e conversar ao longo do dia. É

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importante que tenham um contrato firmado para que ninguém fique na mão se houver alguma
mudança de planos no meio do caminho.

SELF STORAGE
Usamos na Meg & Meg por mais de dois anos. Alugamos apenas um box para guardar o estoque
enquanto o escritório era na casa da Jessica. Essa solução gera uma economia de custos e a
possibilidade de aumentar com facilidade o espaço para armazenagem de produtos em épocas
sazonais (sem ter que mover o escritório como um todo). Normalmente, esses espaços também
são preparados para receber grandes carregamentos e possuem estacionamento adequado
para carretas, o que faz muita diferença em São Paulo, por exemplo. O lado ruim é que
precisamos fazer viagens entre "depósitos" com frequência e isso tomava um tempo
considerável, além de que não era confortável trabalhar lá, pois não é apropriado e nem
preparado para isso.

TERCEIRIZAÇÃO DA LOGÍSTICA
Uma opção para quem não quer ficar responsável pela função de pacotes e estoque é contratar
uma empresa responsável pela logística. Essas empresas armazenam, embalam e enviam os
pacotes para as transportadoras. O lado bom: você pode escalar as vendas sem grandes
impactos na sua rotina, podendo ter um escritório enxuto e não ser responsável pelo espaço
físico em que os produtos ficarão guardados. O lado ruim: além de ser um serviço relativamente
caro, talvez você perca um pouco a humanização dos envios (um bilhete feito a mão, um mimo
para um cliente) e o contato com os produtos. E é sempre importante entender as condições de
seguro da mercadoria.
Exemplos de empresas que prestam esse serviço: Pier8, Correios Log+, Kangu, Stralog, entre
outras.

ESCRITÓRIO OU GALPÃO
Se você já estiver com demanda
suficiente, busque um espaço
próprio para sua empresa.
Fizemos essa mudança na Meg &
Meg e foi muito emocionante ter
um espaço próprio além de super
produtivo! É importante ter bem
documentado quais são os
custos envolvidos para que ele se
mantenha ao longo do ano, uma
vez que para desfazer um
contrato de aluguel normalmente
paga-se uma multa alta.
Uma vantagem muito boa é que você poderá receber clientes e deixar o ambiente com a cara da
sua marca, o que pode trazer oportunidades muito legais de conexão entre o universo online e
físico.

Independente da opção que fizer mais sentido para você, organização é um fator muito
importante para a manutenção do estoque. Localizar fácil os produtos, ter a contagem correta e

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alinhada com os sistemas de vendas, além de um estoque reserva para suprir eventuais defeitos
e/ou perdas. Qual o tipo de organização funciona melhor para o seu negócio? Na Meg criamos
setores e temos as fotos dos produtos na prateleira para identificar fácil, já a Flávia da
@mundobriller que trabalha com mais de 400 berloques que são bem pequenos, criou uma
nomenclatura que já está classificada em sistema e a ajuda a localizar rapidamente os produtos.

3.3 A emissão da Nota Fiscal

Geralmente empresas maiores sempre tem um departamento financeiro responsável por


emissão de notas fiscais, pagamentos e tributos. A partir do momento que você tem a sua
empresa, sendo um pequeno negócio, tudo é responsabilidade sua. Um dos assuntos mais
temidos costuma ser a emissão de nota fiscal. Como saber se você está pagando a quantidade
certa de impostos? Qual sistema usar? Como configurar aquelas variações de PIS, ICMS, NCM,
SIMPLES? O que essas siglas significam?

ENCONTRE O MELHOR SISTEMA PARA VOCÊ


A Meg & Meg começou como MEI (Micro Empreendedor Individual) e nessa categoria o
empresário é dispensado de emitir nota fiscal em vendas para pessoa física. Como não seria
necessário emitir muitas notas, neste começo foi usado um sistema grátis do Sebrae. Assim que
a Meg atingiu o faturamento máximo do MEI, que felizmente foi antes do primeiro ano, foi
preciso adaptar e enviar notas para todos os pedidos feitos no site. O primeiro pensamento foi:
será inviável copiar e colar os dados de cada cliente para o sistema grátis, será necessário algo
que puxe os dados direto da plataforma de vendas online e faça a emissão automaticamente.
Pesquisando no Google e em grupos de usuários do Shopify no Facebook chegamos até o Tiny.
Poucos cliques depois e já tínhamos o site integrado com o sistema e todos os dados do pedido
eram registrados automaticamente nos campos da nota fiscal.

Você deve estar pensando: preciso do mesmo sistema! Mas pedimos atenção, pois o melhor
sistema pra você será o que te traz mais praticidade e segurança, aquele que conversa com sua
plataforma de vendas (e-commerce) e armazena os dados em ambiente seguro. Se você quer
buscar um sistema, veja qual pluga no seu e-commerce e leia as avaliações de quem usa o
serviço antes de tomar uma decisão, os reviews na internet estão aí para nos assessorar. Alguns
exemplos de sistemas ERP: Conta Azul, Omie ERP, Bling, entre outros.

CERTIFICADO DIGITAL
O certificado digital funciona como uma assinatura eletrônica que verifica a identidade da
empresa. É utilizado pela empresa principalmente para emitir notas fiscais e a contabilidade
utiliza para diversos assuntos relacionados à Receita Federal. Existem vários modelos de
certificados e certificadoras, para e-commerce indicamos o modelo A1 – token eletrônico. O
processo de gerar o certificado é simples e pode ser realizado em uma agência certificadora
como a Certisign, Serasa, Correios, entre outros.

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CONTABILIDADE: UM PARCEIRO NECESSÁRIO
A não ser que você tenha conhecimentos contábeis bem avançados, recomendamos que você
tenha um contador de confiança para começar a emitir suas notas fiscais. Especialmente para
quem vende produtos, as configurações podem variar bastante de acordo com o tipo de
material, Estado de origem e destino e finalidade da operação.
Você não precisa se tornar um especialista em contabilidade, se não quiser, mas até para
contratar um fornecedor parceiro é importante que você saiba o que está contratando. No
Sebrae você encontra materiais para leitura, cursos, apostilas sobre o tema. Vale a leitura.

Pensando em suas vendas, o que você precisa se atentar quando for conversar com um
contador:

● Obrigatoriedade
● Tipo de Nota Fiscal
● XML e DANFE
● Natureza da Operação X CFOP
● Bonificações e Brindes
● NCM
● O que eu preciso saber de ICMS ST?

OBRIGATORIEDADES
Emitir nota fiscal se tornou algo obrigatório, sendo exigido por lei (Lei Federal n. 8.846/1994). De
acordo com essa norma, o vendedor, independentemente do preço da mercadoria, terá que
enviar uma nota comprovando que tal mercadoria foi adquirida pelo valor combinado.

TIPO DE NOTA FISCAL


A nota fiscal eletrônica utilizada no e-commerce é o modelo 55 - nota fiscal eletrônica para
venda de produtos que registra a operação e o faturamento de mercadorias do seu negócio. Por
isso, a emissão da nota fiscal está ligada à cobrança de todos os impostos federais, estaduais e
municipais da sua empresa. A emissão desse tipo de nota fiscal está vinculada à SEFAZ
(Secretaria da Fazenda) de cada Estado.

XML e DANFE
Ao emitir a nota fiscal serão disponibilizados dois arquivos o XML (nota fiscal oficial, arquivo
usado pela contabilidade) e a DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) que se trata
de um documento gráfico usado para circulação, devendo conter a chave de acesso ao
documento, permitindo, então, ao consumidor a consulta das informações na web e o
acompanhamento do produto em trânsito.

NATUREZA DA OPERAÇÃO X CFOP


A natureza da operação é o campo que você deve descrever o que está fazendo com os
produtos da nota fiscal. Por exemplo, se você vendeu um produto, a natureza da operação será
“venda”. Agora se o caso for uma devolução, a natureza será “devolução de mercadoria”. O
Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) é o registro de circulação de uma mercadoria
que descreve se a venda é dentro ou fora do Estado para controle de impostos estaduais.

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OPERAÇÃO DE BONIFICAÇÃO E BRINDES
Para cada item de NF-e é possível ter um CFOP próprio, desde que os CFOPs sejam de natureza
semelhantes. Se você fosse emitir uma nota fiscal para venda, a natureza da operação seria
“venda”. E se fosse emitir para brinde, a natureza da operação seria “bonificação”. É possível
você fazer uma nota fiscal com a natureza da operação de venda e alguns itens serem
bonificados.

NCM
Nomenclatura Comum do Mercosul é um código de oito dígitos proveniente da convenção de
categorização de mercadorias adotada desde 1995 pelo Uruguai, Paraguai, Brasil e Argentina
para identificar a natureza das mercadorias. Precisa estar presente em todas as notas fiscais de
venda de produtos.

O QUE É LEGAL SABER SOBRE ICMS ST


Quando uma empresa está iniciando a circulação de determinadas mercadorias no mercado, ela
é obrigada a realizar o recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) antecipando todas as demais operações comerciais, então o importador ou indústria
realiza o recolhimento da ST, sendo as próximas operações dispensadas do ICMS, pois já foi
recolhido.
No caso da Meg & Meg, já houveram casos onde o ICMS foi todo pago antecipadamente no
momento de fabricação do produto. Sendo assim, é preciso descrever na emissão da nota que
aquele item já teve o imposto recolhido para que não ocorra dupla tributação. Toda a
configuração de vendas, emissão de notas fiscais, classificação contábil e financeira que
fazemos no Tiny, nós alinhamos e fazemos em conjunto com a contabilidade, sempre buscando
estar de acordo com as leis e para não pagar mais imposto do que o necessário. Após a primeira
configuração, o processo se torna mais simples e ultimamente só precisamos ajustar pequenas
coisas quando chega um produto novo que não vendíamos antes.

Link útil: para acessar detalhes da nota fiscal (veracidade) pela chave da DANFE (impresso):
http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/consultaRecaptcha.aspx?tipoConsulta=resumo&tipoConte
udo=d09fwabTnLk=

Mesmo tendo um contador de confiança recomendamos que você esteja sempre atento às
principais notícias do universo das finanças e contabilidade para empresas e (por mais que seja
meio chato para quem não é da área) leia sobre esses assuntos até que eles façam um pouco de
sentido. Se você não entender o básico você pode deixar escapar algum detalhe que te fará
pagar mais impostos sem necessidade.

3.4 Como economizar tempo com os Correios

Antes de começar essa aula, é importante dizer que os Correios funcionam bem para a Meg e
por isso foi a nossa escolha de parceiro de entrega, então vamos falar sobre otimizar tempo com
eles. Mas eles não são a única opção e você pode exercitar o que funciona melhor para o seu
negócio. Por exemplo, tem o Melhor Envio - que cota simultaneamente diversas transportadoras

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e gera envios com rastreio inteligente em uma plataforma integrada- o Click Entrega, diversos
aplicativos de entrega que você pode ter uma conta corporativa. Veja o que faz sentido para
você e o que traz mais segurança para o seu cliente. As questões mais importantes para você se
atentar são: sistematizar o seu e-commerce com a transportadora utilizada para ter o histórico
de envios, automatizar o disparo de código de rastreio, entender sobre a logística reversa (no
caso de devoluções ou trocas) e ações que otimizem o seu tempo.

No começo da empresa a Jessica ia aos Correios todos os dias postar as vendas, pegava fila de
uma hora, passava o cartão de crédito todas as vezes e saia de lá com uma tira impressa de
códigos de rastreio. Um certo dia a atendente iluminada perguntou "Jessica, você não quer fazer
um contrato com os Correios e pagar só um boleto por mês de acordo com o que você postar?"
Claro que ela quis. Mas como faz?
Em conversa com a gerente, ela soube que seria preciso fazer um Cartão Correios Fácil, e foi
bem simples. Alguns documentos, escolha da modalidade com menor cota mínima mensal e
depois de algumas semanas a Meg já tinha um cartão para postagens! Esse foi o pontapé inicial
e desde lá evoluímos para o que hoje consideramos um fluxo perfeito para o nosso momento.
Para chegar nesse fluxo as dicas são:

Faça um contrato de postagens


Além de ter o faturamento unificado uma vez por mês, quanto maior for sua cota de postagens
maior será o desconto nos serviços oferecidos.
Use um sistema para gerar as etiquetas de postagens e a PLP (pré lista de postagem). O próprio
Correio oferece o SIGEP WEB, mas se você quiser que o processo fique ainda mais
automatizado recomendamos que use algum sistema que seja integrado com seu e-commerce
(no nosso caso, o Tiny é o responsável por essa integração).
Quando sua loja já tiver uma rotina de pedidos e um volume estável, ligue em agências da sua
região para negociar coletas na empresa. Normalmente as agências franqueadas possuem
metas de postagens, então pode ser interessante para elas que você faça suas postagens por lá.
Diferente do serviço de Disque Coleta, eles não cobram pelo serviço. Não ter que levar caixas
para os Correios todos os dias foi um divisor de águas na nossa produtividade.

Com essas dicas simples você terá o histórico de postagens em sistema, o controle de status de
entregas (que poderá estar integrado com os seus sistemas), entre outras vantagens.

3.5 Lidando com trocas e devoluções

Se você vende algo pela internet cedo ou tarde vai precisar enfrentar uma troca ou devolução.
Dependendo do seu tipo de negócio elas podem ser mais ou menos frequentes, mas irão
acontecer. Temos que considerar que se um cliente pede por troca ou devolução, alguma
situação não lhe agradou muito: o produto veio com defeito, era diferente do que ele esperava,
não serviu muito bem… alguma insatisfação existiu para que ele entrasse em contato, e é
importante entender para melhorar e evoluir.
Vamos lembrar que para compras online nos primeiros sete dias úteis a partir da data de entrega,
o cliente pode optar pelo direito de arrependimento, previsto no Código de Defesa do
Consumidor, devolver o produto e ter o seu dinheiro de volta. Quando a mercadoria tem algum

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defeito, o e-commerce é obrigado a fazer a troca, o reparo do produto ou a devolução parcial ou
total do dinheiro perante a devolução do produto.

A primeira ação para uma boa resolução é dar atenção e realmente entender qual é a
necessidade daquela pessoa. Pode ser que você consiga ajudá-la e com isso evitará a devolução
do produto, por exemplo. É muito frustrante quando tentamos explicar nossa situação para
alguém e recebemos uma resposta automática.

Se não tiver como evitar o trânsito de produtos, tente sempre realizar o processo da forma mais
confortável possível para o seu cliente. Se você seguiu o passo da aula anterior e tem um
contrato com os Correios poderá usar a Logística Reversa, que nada mais é do que uma
autorização de postagem que vai ser faturada diretamente no seu contrato. Com isso, o cliente
só precisa ir até uma agência mais próxima levando o produto e um código que você terá gerado.
Simples e evita muitas trocas de e-mail com reembolsos e comprovantes.

Em todos os casos, documente em uma planilha e tenha controle do que está sendo trocado ou
devolvido com defeitos. Só com dados você poderá saber: qual a quantidade de itens do produto
X que veio com problema; quanto gastou com frete de trocas e devoluções; qual
fornecedor/fabricante apresenta o maior número de problemas na produção. Guarde essas
informações inclusive para negociar reposições e melhorias em futuros projetos.

Quando um produto é devolvido (por qualquer motivo), essa venda que aconteceu será
"cancelada", ou seja, aquele valor não fará parte do seu faturamento, taxas não deverão ser
pagas e o produto voltará para o seu estoque. Para que tudo seja feito corretamente você
precisará gerar uma nota fiscal de entrada, documentado a entrada daquele produto na
empresa novamente. Na Meg & Meg emitimos a NF de entrada no próprio Tiny e nesse sistema
já vinculamos à NF de compra daquele cliente.

Para finalizar, se seu negócio estiver com um bom volume de vendas você também deve se
preparar para os pedidos de suporte. Dúvidas, sugestões, reclamações começam a ficar
frequentes com o crescimento. Com o aumento das interações, e também com o crescimento
da equipe, contratamos a ferramenta de CRM (Customer Relationship Management) ZenDesk,
que nos ajuda muito a centralizar os pedidos de ajuda e a criar automações para situações
frequentes.

COMO UTILIZAMOS O ZENDESK


No passado nós utilizávamos um board no Trello para documentar os pedidos de suporte, e com
isso a Jessica e a Raquel conseguiam ver tudo que estava pendente de ajuda. Também criamos
algumas respostas padrão para usar em situações frequentes (como atraso na entrega dos
Correios), mas dependíamos do e-mail, copiar e colar as respostas e corria o risco das duas
responderem a um mesmo chamado.
As interações dos clientes aumentaram bastante em sintonia com o aumento de vendas, e a
nossa equipe duplicou, agora somos 4 pessoas. Diante deste cenário entendemos que
precisávamos ter um controle maior destes atendimentos, sistematizá-los, ter histórico dos
clientes e garantir que ninguém ficasse sem resposta. Analisamos ferramentas no mercado e
decidimos contratar o Zendesk.
Hoje sempre que um cliente precisar de ajuda (problema na entrega, pagamento, etc…) e entrar
em contato seja por direct, comentário em rede social ou WhatsApp nós pedimos para ele enviar

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um e-mail para ajuda@megemeg.com.br. Esse e-mail já está configurado e vai virar um Ticket no
Zendesk. É ideal resolver apenas dúvidas pontuais pelos outros meios - perguntas sobre preço,
tempo de entrega - os demais assuntos concentramos no Zendesk para termos uma melhor
documentação dos problemas principais e mais eficácia na resposta.

Na aula mostramos na prática para vocês como é a interface do Zendesk:

● Clicando em "Visualizações" você pode ver os tickets que são divididos em categorias, as
principais são:
- Seus tickets sem resolução: aqui ficam os que tem você como responsável e que
não foram respondidos.
- Tickets não atribuídos: aqueles que ninguém é responsável no momento (tickets
novos ficam ali até alguém tomar para si).
- Todos os tickets sem resolução.
- Tickets atualizados recentemente: Tickets que foram respondidos e que
receberam uma nova resposta do cliente ou que alguém do grupo alterou.
- Tickets pendentes: os que você já respondeu mas que o caso ainda não foi
solucionado (seja porque estamos esperando uma resposta dos Correios ou
porque ainda não finalizamos o suporte).

● Para solucionar um ticket clicamos em "Tickets não atribuídos" vemos as mensagens


pendentes, e clicamos no ticket para atribuí-lo a alguém. Já temos combinado que a
Karina é a responsável pelo controle e organização dos atendimentos no Zendesk, então
ela atribui os tickets de acordo com o assunto. Exemplo: todos os pedidos de parceria são
atribuídos a mim; questões de suporte, ela mesma resolve de acordo com as premissas e
respostas que já alinhamentos internamente com a equipe. Sempre que tenho uma
atribuição, sou avisada no meu e-mail e tenho um link para ir direto ao atendimento no
Zendesk.
● A visão geral do ticket é esta: no meio a mensagem da cliente e do lado esquerdo os
campos de informações sobre o ticket. Em "atribuído" você pode escolher quem vai ser
responsável pelo ticket, colocar o tipo de ticket e qual a prioridade (essas coisas são
legais para dias de lançamento ou promoção, quando o volume de pedidos de ajuda
aumenta).

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Um botão importante é o "Aplicar macro". Ele tem
várias mensagens de suporte que nós deixamos pré
cadastradas que agilizam muito o nosso atendimento.
Sempre checamos se o texto faz sentido com a
interação do cliente e, se necessário, completamos
ou trocamos algum dado importante na resposta.
Para aplicar a macro, clicamos no "aplicar macro" e
depois escolhemos a mensagem que se adequa ao
atendimento. Desta maneira não precisamos digitar
muitas vezes o mesmo texto e ganhamos tempo.
Assuntos que ajudam a ser resolvidos com uma
demonstração (exemplo: como incluir uma folha no
Planner), gostamos sempre de enviar um vídeo junto
mostrando; desta maneira humaniza, além de ser
muito mais fácil para o cliente entender como faz.

Ao concluir uma resposta clicamos no botão "Enviar como" e escolhemos a opção que melhor se
adequa para termos o histórico correto no sistema. O ticket poderá continuar aberto, pendente
ou resolvido, depende do status do atendimento.
Se precisar, podemos deixar uma mensagem interna para ter o histórico ou ajudar quem for
responder aquele ticket. Para isso, tem que clicar em "Observação interna" ao invés de
"Resposta pública" e deixar o recado.

Por último, outro detalhe muito interessante é a aba de relatórios. Você conseguirá ter acesso a
dados que qualificam o seu atendimento como quantidade de tickets, status (quantos estão
resolvidos, pendentes, etc.), o tempo médio de atendimento, o canal de origem do suporte, entre
outros que te ajudarão a ter uma visão gerencial para otimizar tempo e melhorar os seus
processos.

COMO UTILIZAMOS O WHATSAPP


No Brasil o WhatsApp é uma das redes sociais mais utilizadas, então é natural o cliente esperar
um atendimento por esse canal. Humaniza e ajuda a trazer legitimidade, já que ele sente que está
conversando com alguém da empresa do outro lado e sente confiança. Um cuidado que
tomamos aqui: sempre direcionamos o cliente para o atendimento por email no caso de
problemas e situações complicadas (usamos o e-mail ajuda@megemeg.com.br que controlamos
pelo Zendesk). Com isso conseguimos ter organização, padronização, histórico e também para
não investir 100% do nosso tempo no WhatsApp, pois é uma plataforma que demanda muito
tempo de "bate-papo".

Se o WhatsApp não é a sua plataforma de vendas, você deve sempre direcionar o cliente para
onde faz mais sentido e onde a experiência dele será melhor. As perguntas que nós fizemos para
ter estar presente neste canal foram:
● Quais os tipos de perguntas e questões que mais chegam no WhatsApp?
● Como posso deixá-lo mais pronto para que o cliente já encontre essas respostas?
● No caso de ter interação com um atendimento, como deixo mais rápido para atender
mais gente?

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As respostas foram:
● Para chamados de suporte, ou seja, ligados à trocas, devoluções, defeitos, pedidos de
parceria entre outros, pedimos para enviar um e-mail para ajuda@megemeg.com.br e
controlamos o chamado pelo Zendesk como já citamos.
● Para conhecer os nossos produtos, montamos no WhatsApp o nosso catálogo eletrônico
e na biografia já temos todas as informações que o cliente precisa sobre a empresa e
atalhos para o nosso site.
● Também criamos atalhos para as mensagens prontas que cadastramos no WhatsApp,
elas trazem padronização e muita agilidade para as questões mais procuradas.

Seja sempre transparente com seu cliente e o mantenha informado sobre prazos e próximos
passos. Se colocar no lugar do outro é a melhor forma de realizar um bom atendimento e deixar
todos satisfeitos no final. Trate o seu cliente como você gostaria de ser tratado.

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4. Organização & Gerenciamento
Todas as suas decisões enquanto dono ou gestor de uma empresa precisam ser pensadas para
que você esteja preparado para crescer. Então não importa se você ainda é o único que trabalha
nela, organize a estrutura para que um dia você tenha uma equipe e possa delegar tarefas. Talvez
isso demore, mas se estiver preparado isso poderá acontecer a qualquer momento sem que sua
empresa se perca e fique sem controle. Organização é fundamental para lidar com o fluxo
financeiro e operacional do seu negócio, então vamos compartilhar algumas práticas para que
você possa se manter motivado a deixar tudo em ordem. Veja o que faz sentido para você,
adapte o que for necessário e crie os seus próprios controles.

4.1 Documentação de Entradas e Saídas


Desde o primeiro dia da empresa a Jessica já tinha uma planilha de gastos. Feita no Google Docs
mesmo, algo simples mas que permitiu ter visão de quanto tinha entrado e saído da empresa ao
longo dos meses. Isso foi bem importante para termos noção de quais eram os custos fixos
(aqueles que pagamos todo mês), quanto eu tinha vendido e quanto dinheiro tinha no caixa da
empresa. Nessa época as movimentações financeiras ainda aconteciam na conta bancária de
pessoa física dela, então a planilha servia também para saber quanto daquele dinheiro era da
empresa.
Ela foi muito útil e quebrou um galho por cerca de um ano, mas em um período onde não
administrou direito as datas de entradas e saídas veio o desespero: estava com apenas R$100
na conta e sem muita clareza que quando iria receber pagamentos pendentes. Nesse dia soube
que precisava melhorar o controle do fluxo de caixa e passou a usar o Tiny para fazer todo o
controle financeiro do caixa da Meg (até então não tinha explorado todo o potencial desse
sistema).

Dominar esse controle é essencial para saber quando e onde você pode investir seu dinheiro,
especialmente se você lida com recebimentos parcelados.
Pode parecer exagero, mas crie o hábito de documentar todos os gastos que foram gerados pela
empresa: um estacionamento quando visitou um fornecedor, compra de acessórios para sessão
de fotos, um almoço com um cliente. Essa boa divisão entre gastos pessoais e corporativos vai
te ajudar a entender se a empresa é rentável ou não.

MODELO DE PLANILHA DE ORÇAMENTO ANUAL


BAIXAR O MODELO BÁSICO DE PLANILHA DE ENTRADAS SAÍDAS RESUMO ANUAL

Agora que temos tudo sistematizado e utilizamos o Tiny como ERP, as nossas entradas já são
computadas a partir do momento que emitimos as notas fiscais de vendas ou de entrada. Para
as saídas nós também lançamos no Tiny, porém como Contas a Pagar. Criamos e alinhamos com
a nossa contabilidade a classificação destas contas, desta maneira sabemos exatamente se
estamos gastando o que havíamos previsto e provisionado por categoria, ou se existe alguma
diferença. As nossas classificações de gastos são as seguintes:

33
● Ativos: bens que adquirimos na Meg e fazem parte do patrimônio da empresa. A
contabilidade calcula anualmente a depreciação.
● Custas Administrativas: todos os custos fixos para mantermos a empresa (conta de luz,
aluguel, etc.).
● Devolução e Desconto: custos que temos com suporte e desconto cedido aos clientes.
● Folha de Pagamento: custos com colaboradores (salário e benefícios).
● Impostos e Taxas
● Marketing: ações de comunicação, produção de fotos e campanhas de endoMKT.
● Produção: despesas de produção de produtos e embalagens.
● Serviços e Ferramental: desde o escritório jurídico até software de edição.
● Transportes e Fretes

Ainda assim não abrimos mão das planilhas, criamos uma que chamamos de controle de
BUDGET 2021 (orçamento anual). Nela projetamos o faturamento estimado para o ano e o
controle mensal, as despesas operacionais (mensais e anual) e em quais categorias elas estão
distribuídas. Durante o cálculo de precificação de produtos, entendemos quanto um item precisa
colaborar para pagar os meus custos e despesas e separamos percentualmente.

Exemplo: 10% da receita líquida do produto será para custas administrativas, 5% folha de
pagamento, e assim por diante. Nos dá uma visão de onde estamos gastando e investindo na
empresa, e se esta proporção está saudável.

4.2 Como calcular o preço dos seus produtos

Precificar produtos de forma adequada é essencial para a sobrevivência do seu negócio. É muito
importante entender todos os custos e despesas envolvidos para o produto chegar até o cliente
final. No começo a Jessica fez uma uma planilha onde dividia o custo em duas bases: custo de
produção e custo operacional. Esse modelo a atendeu durante um bom tempo, porém uma das
partes que mais necessitava evolução era o quanto cada produto colaborava para os custos
fixos da empresa, a proporção não era exata o que acabava onerando produtos mais baratos.
Este ano nós aproveitamos esse histórico dela, porém sofisticamos um pouco a planilha para
separarmos custos de despesas e investimento. Agora nós temos uma planilha de precificação
base, com as colaborações em percentual, assim a cada novo produto utilizamos o mesmo
parâmetro e não precisamos ficar valorando caso a caso.
O primeiro passo para montarmos a nossa planilha foi listar todos os custos, que ficaram
divididos dessa forma:
● Custos de produção: os valores que pagamos aos fornecedores. Pensar se na produção
daquele produto existe mais de um fornecedor (exemplo roupas: tem o fornecedor têxtil
e o de etiquetas ).
● Frete de entrega: o fornecedor cobrou para entregar o produto para a sua empresa?
● Custo de pacote e embalagem: o que envolve o seu produto? Você utiliza caixa, sacola,
papel de seda, envelope, barbante, adesivo, flores secas? Aqui você precisa listar tudo o
que faz parte do seu pacote e embalagem que vai despachar para a transportadora.

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● Dividimos o valor total pago pela quantidade produzida e chegamos ao custo individual de
produção por produto. Em relação ao pacote de envio, avalie quantos produtos em média
você vende por pacote para trazer o custo proporcional.

Esse foi só o começo.

Muito importante e essencial para esta planilha e para a de orçamento foi listar todos as
despesas e investimentos que teríamos na empresa, fixas e variáveis, mensalmente, pelo
período de um ano. Desta maneira conseguimos provisionar as verbas e também saber quantos
lançamentos serão necessários, quanto vamos produzir de cada produto e quantas vendas
precisarão ser feitas para pagarmos tudo e lucrar. Por último, calculamos qual o percentual da
nossa receita líquida deverá ser destinada ao pagamento destas despesas no custo de cada
produto.

Um fator que utilizamos na precificação é o markup, ou seja, a diferença entre o custo de um


bem ou serviço e seu preço de venda. Qual o percentual de markup que teremos naquele
produto? Vamos dar um exemplo prático: se o custo do produto foi R$ 10,00 e eu vendo a R$
20,00, significa que o meu markup foi de 100%.

Quer dizer que se eu tiver um markup de 100%, eu pago o quanto o produto custou e o restante
é tudo lucro pra mim? Ainda não.

Entramos em mais uma parte da nossa base de precificação: despesas de venda. Nesta parte
incluímos todas as taxas envolvidas para vendermos o produto. Na Meg, por exemplo, nós temos
a taxa do meio de pagamento que utilizamos (são exemplos Mercado Pago, PayPal, Pagseguro,
etc.); temos a taxa que o e-commerce nos cobra a cada venda e os impostos envolvidos na
transação.

Com estes dados iniciais nós chegamos na nossa receita líquida. Como?
● Eu tenho o custo do produto.
● Eu tenho o meu preço de venda (calculado a partir do percentual do markup).
● Eu tenho minhas despesas de venda.

Chegaremos nessa conta linda:

PREÇO DE VENDA - CUSTOS DO PRODUTO - DESPESAS DE VENDA = RECEITA LÍQUIDA

Agora você pensou: maravilhoso, finalmente lucrei. A receita líquida é o que sobrou pra mim.
Sinto dizer, mas ainda não. Temos que considerar tudo na formação de preço. Então com a
receita líquida em mãos cabe a você dividir quanto dela será usada para suprir as despesas fixas
(entre outras despesas) e investimentos que você terá. Aqui chamamos essa parte da valoração
de participações, e quando estamos projetando o orçamento anual, nós entendemos quantas
unidades de produtos teremos que produzir e vender para suprir nossas despesas e garantir
algum lucro.

A partir da receita líquida calculamos a finalidade daquele montante. Exemplo: 60% da receita
líquida é destinado a despesas fixas, 5% cobertura de imprevistos, 15% para reinvestir na
empresa (continuar crescendo e desenvolver novos produtos), e 20% de fato será o lucro.

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Atenção: esses percentuais são baseados na receita líquida e não no valor de venda do produto,
e são apenas exemplos. A proporção e tipo de participação deverá ser decidida de acordo com
cada negócio.

Com isso conseguimos projetar qual o mix de produtos e quantidades que precisamos produzir
para suprir os nossos custos, despesas e alcançar os objetivos.

BAIXAR PLANILHA DE FORMAÇÃO DE PREÇO BÁSICA

BAIXAR UM MODELO DE PLANILHA DE FORMAÇÃO DE PREÇO BASEADA EM


PARTICIPAÇÕES

4.3 A importância dos relatórios

Ter o hábito de fazer relatórios ao menos uma vez por mês é muito importante para que você
possa tomar decisões estratégicas. Sabemos que quando o negócio é pequeno é possível
"sentir" o que funciona ou não, mas com dados reais é possível fazer comparativos entre
períodos e conhecer a realidade de cada situação. Durante algum tempo nós éramos 100%
dependentes dos nosso produtos "carro chefe" que vendiam em maior quantidade em uma
determinada época do ano e tinham maior valor agregado. A partir deste ano começamos a
dividir os lançamentos e metas de faturamento por trimestres, desta maneira temos tempo de
qualquer correção de rota antes do ano acabar. Para planejar, mudar e melhorar qualquer
decisão na empresa, os dados e análise são essenciais .

Situações que você pode começar a mensurar e acompanhar:

- Qual produto está tendo uma boa performance e qual não está
- Qual foi o total de vendas x lucro no período
- Analisar quais foram os resultados de esforços em marketing (cupom de desconto, mídia
paga…)
- Entender qual a origem dos acessos do site
- Visualizar mapa de gastos e entender se é possível otimizar algo na operação
- Qual a taxa de clientes que retornaram à sua loja x novos clientes

Crie relatórios mensais e anuais e use esses dados para tomar decisões inteligentes, veja o que
faz sentido para você, quantidade não é qualidade. Invista o seu tempo no que vai te ajudar a
tomar melhores decisões.
Como implementamos a planilha de orçamento anual na empresa, mensalmente analisamos se
atingimos o nosso objetivo de faturamento e se extrapolamos algum custo ou despesa
projetados. E com o Zendesk, analisamos o volume e qualidade do nosso atendimento. Todas as
análises de anos anteriores nos ajudam a projetar os objetivos do ano seguinte.

36
4.4 Calendários anuais
Você já se perguntou qual o objetivo do seu negócio para aquele ano ou o ano seguinte? Se você
não tem um ponto de partida, quais serão os critérios para avaliar se foi um ano bom ou ruim?
Aqui não precisamos de super planejamentos corporativos, mil planilhas e apresentações, mas
sugerimos alinhar o que você deseja no formato que fizer sentido para você.
Para que as operações fluam e você possa realizar projetos cada vez maiores e melhores,
recomendamos que crie o hábito de fazer um planejamento anual para seus lançamentos,
conteúdo de redes sociais e ações de marketing. Com isso conseguirá se organizar melhor e
prever investimentos.
No planejamento de produção detalhe: o que deseja criar e lançar, quais são as etapas de
desenvolvimento dos produtos ou serviços, datas de lançamento, fotos e campanhas. Quais são
as peculiaridades do seu negócio que precisam ser consideradas nesse planejamento?
Aqui, nos reunimos no final do ano passado para refletir sobre os objetivos para este ano,
analisamos quais produtos foram sucesso e manteríamos, quais seriam repaginados, quais
criaríamos e para quais linhas expandir. Pensando em divisões trimestrais que adotamos, quais
seriam os meses ideais para cada lançamento? Levando em conta sazonalidade, tempo de
produção, etc.
Reunimos tudo em documento no Google Drive para termos a visão geral, imprimimos e
deixamos bem aqui na parede de frente à mesa de trabalho. Mas para quebrar essas tarefas em
formato cronograma, dividir para os responsáveis e ter controle de prazo precisamos de uma
ferramenta específica (que falaremos melhor na próxima aula).
Para o planejamento de conteúdo de forma geral detalhe: ações de marketing, conteúdo
originais, datas comemorativas, datas de varejo, disparos de e-mail marketing, posts no blog.
Tanto em Operações quanto em Criação fazemos reuniões semanais para alinhar essas tarefas,
se tivemos alguma mudança ou se existe alguma ação de oportunidade discutimos nesses
encontros. E mensalmente a empresa inteira se alinha em um status para que todas as áreas
estejam cientes dos próximos 6 meses.

Abaixo você encontra um modelo básico para você preencher.

MODELO DE CALENDÁRIOS PARA PRODUÇÃO

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4.5 Organize tarefas em equipe

A cabeça do empreendedor ferve com mil ideias por dia. Mas sua equipe não consegue adivinhar
quais são seus planos e você precisa organizar tarefas internas de forma com que todos estejam
alinhados com o que precisa ser feito, e trabalhar a centralização (tendência para quem começa
um negócio sozinho). Os calendários acima servirão de norte para as principais datas, mas as
tarefas rotineiras também precisam ser organizadas. Existem várias ferramentas de gestão de
projetos e você precisará entender qual se adequa melhor com o perfil do que você faz. O
importante é que o time possa ver em um mesmo painel as atividades dos projetos em que
estão envolvidos, assim nada fica parado, as atividades são divididas e a comunicação flui.
No passado usamos o Trello que é simples, intuitivo e permite organizar as demandas de forma
bem dinâmica, criar checklists dentro de uma tarefa, manter histórico de conversas e anexar
arquivos. Com o crescimento da empresa, precisamos de uma ferramenta com mais
funcionalidades e visão calendário que nos ajuda muito a entender o volume de trabalho dos
colaboradores, se está bem dividido, se estamos dentro do prazo para os lançamentos previstos,
entre outros, e para isso escolhemos o Asana.
Independente do método e ferramenta que você vai escolher para o seu negócio, é legal quando
estiver trabalhando com equipe criar o hábito de:

- Deixar claro os próximos prazos ou lançamentos.


- Definir quais são os objetivos daquela semana, mês, ou o período que quiser.
- Fazer um breve relatório semanal com o status de cada área.
- Acompanhar o desempenho de cada um, orientar pelo melhor caminho, mas dar
liberdade para que eles possam tomar decisões pela empresa aos poucos e colaborar
com visões e sugestões.
- Gerenciar a comunicação, muitas vezes os processos falham por falta de alinhamento e
comunicação.
- Não centralize a partir do momento que você tiver alguém trabalhando com você.

De forma organizada, e a comunicação fluindo e bem documentada, mesmo na sua ausência as


coisas não vão parar.

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Se o time não conseguir visualizar projetos a longo prazo vai ter o costume de trabalhar apenas
por demanda e acreditamos que isso é limitante para o potencial de cada um. Quando temos
organização para pensar a longo prazo, permitimos que cada integrante se programe para fazer
tarefas maiores e traga ideias que possam contribuir para inovações da empresa.
Também é muito importante que vocês tenham organizado em um espaço na nuvem os arquivos
da empresa usando Dropbox ou Google Drive, por exemplo. Assim o risco de perder os arquivos
fica muito pequeno, além de ser simples de adaptar a rotina para trabalhar fora do escritório se
for necessário, e todo mundo acessa o que precisa. Ter um padrão de nomenclatura das pastas
ajudará as pessoas a encontrarem o que precisam sem ficar te acionando toda hora, além de
criarem o hábito de salvar tudo o que for necessário lá também.

ASANA
Com o aumento das tarefas, etapas de produção e lançamentos somado ao crescimento da
equipe, precisamos evoluir com a nossa ferramenta de gestão de projetos. Existem várias
opções de ferramentas no mercado, e a boa notícia é: muitas delas oferecem o básico como
"freemium", isso significa que você consegue ter uma conta com limitações de funções sem
pagar mensalidade. É o caso da Meg com o Asana. A versão freemium já nos atende com as
funcionalidades que precisamos.
Mostramos em aula prática a maneira que utilizamos o sistema e como nos organizamos. Cada
colaborador da Meg tem um perfil no Asana, e na Home cadastramos os projetos que vamos
trabalhar ao longo do ano e as áreas que são atemporais como Operações, Meg Corp, Gerencial,
etc.
Dentro de cada projeto criamos as tarefas, um breve descritivo do que deve ser feito, qual o
prazo previsto para a conclusão dela e quem é o responsável por executá-la, também
conseguimos incluir todos os usuários que precisam estar cientes da tarefa. Se for uma tarefa
recorrente, você também consegue programar para ela se repetir no período que escolher
(diária, semanal, mensal…).
Outros colaboradores podem interagir com a tarefa incluindo perguntas, observações, etc, e ao
concluir você marca completo que ela sai da suas pendências e vai para o histórico de ações
concluídas.
Aqui na Meg nós já abrimos todas as tarefas de um projeto, nos mínimos detalhes e atribuímos
aos responsáveis, assim nada fica esquecido e evitamos atrasos e retrabalho.

SLACK
Essa é a ferramenta que utilizamos para comunicação com a equipe, o que ajuda muito ainda
mais com o trabalho remoto. Já criamos canais de assuntos específicos como Avisos,
Operações, Socorro… e também podemos conversar individualmente com cada usuário ou criar
grupos.

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5. Divulgue seu negócio
Aqui vamos falar de forma breve sobre a importância da divulgação do seu negócio. É algo que
acontece em paralelo a todos os outros esforços anteriores e estar atenta nisso desde o começo
é fundamental para atrair potenciais clientes.

5.1 A importância de criar uma comunidade

Vou citar uma frase de um livro que eu gosto muito chamado Empreendedorismo para
Subversivos, do Facundo Guerra:

"De que adianta ter centenas de milhares de seguidores se ninguém te lê?"

Antes de pensar em como conquistar mil seguidores do dia para a noite é importante pensarmos
em criar comunidade. Como estratégia para o marketing da Meg sempre optamos por um
caminho orgânico, buscando fazer com que as pessoas fossem atraídas pela essência da marca
e pelo conteúdo que temos a oferecer. Essa estratégia exige um esforço criativo bem grande,
mas também gera um engajamento genuíno que seria difícil alcançar apenas com mídia paga.
Seja uma fonte de inspiração sobre como usar seus produtos, faça o cliente se imaginar naquele
universo e crie conteúdos que o ajudem a alcançar esse objetivo.

INSPIRAÇÃO + CONTEÚDO = COMUNIDADE

Nas redes sociais estamos dividindo espaço com família e amigos, então acreditamos que para
formar uma comunidade engajada é importante mostrar o lado humano do negócio. Isso não
significa que você precisará expor sua vida pessoal nem fazer vídeos narrando sua rotina todos
os dias. Mas para criar vínculos é importante valorizar sua equipe, as etapas do trabalho e deixar
claro que não é um robô que está do outro lado da tela (mesmo que você tenha automatizado
várias coisas na sua operação, o lado humano ainda será o mais importante). A comunidade
sente que ganha ao receber esse conteúdo e se torna fã da sua marca.

5.2 Dicas e ideias para divulgar sua marca


Existem muitas maneiras de divulgar o seu negócio e você pode usar estratégias diferentes ao
longo do ano. Vou listar aqui algumas das que costumamos usar como parte da estratégia da
Meg & Meg:

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● Oferecer uma experiência de compra
incrível com embalagens memoráveis para
que as clientes queiram compartilhar esse
momento (o famoso boca a boca funciona
mesmo).
● Fazer arquivos grátis para download para
fomentar a base de e-mail marketing.
● Participar de feirinhas de pequenos
produtores.
● Enviar presentes para influenciadores e
profissionais que admira.
● Divulgar nas redes sociais pessoais e enviar
os lançamentos em primeira mão para
amigos (quase todas as primeiras vendas
foram para conhecidos e familiares e ainda
hoje eles costumam ser clientes).
● Criar muito conteúdo mostrando a utilidade
e funcionalidade dos produtos.
● Criar conteúdos que sirvam de inspiração
dentro do nosso universo.
● Fazer parcerias com outros profissionais
para criar um produto ou conteúdo que seja
interessante para ambos.
● Distribuir brindes e fazer sorteios para seus
próprios seguidores (de forma honesta e
transparente).

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6. Nossa sociedade
Muitas pessoas se tornam sócias por acaso: têm uma ideia juntas, começam a executar e a coisa
vai dando certo e aquilo vira uma empresa. No nosso caso, transformar a amizade em sociedade
foi uma experiência planejada, extensa e interessante. Apesar de tudo ser super recente, já
temos alguns aprendizados para compartilhar do começo dessa nova jornada.

6.1 Responsabilidades e combinados


O convite para a Dani entrar na equipe Meg foi claro: precisamos de duas Jessicas para dar conta
do crescimento e evolução da Meg & Meg. O que isso significa? Que a sociedade, na prática,
funcionaria como uma dupla mesmo. As duas com poderes, deveres e responsabilidades
equivalentes. O importante é que as tarefas fossem complementares, então combinamos que a
Jessica ficaria mais responsável pela parte criativa e a Daniela pela parte operacional. No papel
esboçamos quais seriam as atividades de cada uma e ao longo das primeiras semanas fomos
equilibrando as tarefas para evitar que uma de nós ficasse sobrecarregada. Mas ser sócia traz
outras questões como compra de parte da empresa, atualização de contrato social, dentre
outras questões que falamos na próxima aula.

6.2 Avaliando o valor da empresa


Logo no início do processo entendemos que a Dani precisaria comprar uma porcentagem da
empresa para fazer parte do contrato social oficialmente. Como nenhuma das duas tinha o
conhecimento técnico para fazer um Valuation (avaliar quanto a empresa vale) decidimos
contratar um consultor financeiro para fazer esse serviço por nós. Como estávamos fazendo
uma negociação sem intenção de lucro na venda, o Valuation levou mais em consideração os
dados de vendas, considerando menos o valor intangível de marca. Para esse processo
levantamos:
● Categorias de produtos e quanto cada uma delas vendeu nos últimos 18 meses.
● Projeções de crescimento de linha de produtos e de equipe para o próximo ano.
● Histórico de vendas desde o início da empresa.
● Histórico de gastos anuais da empresa.
● Lista de ativos comprados pela empresa (computadores, móveis, equipamentos…).
O processo foi interessante e nos trouxe uma estimativa de quanto seria o faturamento da Meg
& Meg para os próximos 4 anos. Usamos esse estudo como base para definir o valor estimado
da empresa e com isso a Dani pôde definir quantos % da empresa ela seria dona, pagando por
isso.
Ao longo do processo fizemos algumas consultas com a nossa advogada e contabilidade para
saber qual era o meio correto de fazer essa mudança na classificação da empresa (agora LTDA),
atualização de CNPJ e outros registros pertinentes. Tudo isso foi organizado com meses de
antecedência antes do início oficial da Dani no dia a dia do trabalho.

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6.3 Contrato social e memorando

Com valores em mãos, partimos para a elaboração do Contrato Social. Como antes a Meg & Meg
era uma empresa de única sócia esse documento não existia, então foi preciso criar um do zero
(passamos de uma EI para LTDA). O Contrato Social é o documento que oficializa nossa
sociedade e foi registrado na Junta Comercial do Estado. Nele descrevemos os dados do
negócio como: quem são as sócias, o endereço da empresa, qual papel e participação de cada
uma na sociedade, o ramo de atividade e responsabilidades legais.

Coisas interessantes que aprendemos ao elaborar o contrato:

● Um corpo societário só pode ser dono de 1 empresa se esta for enquadrada no Simples
Nacional. Ou seja, se a Jessica e a Daniela quiserem ter outro CNPJ juntas e o faturamento
dessas duas empresas juntas ultrapassar 3.6 MM, nenhuma das duas empresas pode ser
enquadrada no Simples Nacional.
● Pró-labore, participação na empresa e divisão de lucros não precisam seguir a mesma
divisão. Pode ser definido uma porcentagem/valor para cada item.
● Cada sócia responde judicialmente de acordo com as cotas (%) que detém da empresa.

Além deste contrato optamos por criar um Memorando de Entendimentos, que é um acordo
feito entre as duas partes com questões mais "subjetivas". Nele detalhamos: princípios éticos
que guiam nossa conduta e tomada de decisões, condições para entrada e saída de uma
integrante na sociedade, metas para faturamento, entre outros detalhes.
Aqui ressaltamos a importância de ter como sócio alguém que você confia e que tem os
mesmos valores éticos que o seu: a negociação fluiu bem, tudo foi combinado com
antecedência, a confiança foi mútua e as duas estão interessadas em prosperar juntas.

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Considerações Finais
● Navegue por sites de marcas que você gosta e veja se eles são feitos em alguma
plataforma (normalmente no rodapé você consegue ver qual é a plataforma usada).
● Comece pequeno, cresça de acordo com a necessidade mas sempre seja profissional.
Siga as leis e esteja estruturado para atender a demanda de pedidos que podem entrar.
● Seja único, siga seu estilo e faça algo que você acredita para se destacar na multidão.
● Faça parte de grupos de discussão e esteja atento às novidades do mercado.
● Estude, leia, se atualize. Quem fica parado em uma era onde as novidades surgem tão
rápido fica pra trás.
● Otimize: tenha uma estrutura enxuta com grandes resultados.

Dicas de Leitura
Livro "Empreendedorismo para Subversivos" do Facundo Guerra
Livro "Girl Boss" da Sophia Amoruso
Livro "Startup Enxuta" do Eric Ries
Livro "Essencialismo" do Greg McKeown
Newsletter “Bits to Brands”
Post “Como tirar fotos com celular “
https://pt.shopify.com/blog/dicas-de-fotografia-de-produtos-diy-como-tirar-fotos-de-produtos-
boas-bonitas-e-baratas
Post “5 dicas para otimizar o fluxo do pedido de venda”
https://blog.tiny.com.br/e-commerce/pedido-de-venda/?fbclid=IwAR1WRKippsw1Uqo53iW1kyx
sAFOTObDDM_PNscW2I1aWNYkIyamztw-QVOc

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Ferramentas Úteis
MONTAGEM DO SITE
Shopify
Loja Integrada
Nuvem Shop

EMISSÃO DE NFS / ERP


Tiny
Bling
E-notas

INTERMEDIADORES
DE PAGAMENTO
PagSeguro
Paypal
Moip
LOGÍSTICA
Melhor Envio
Mandae
PrintNode

CRIATIVAS
Fiverr
Pacote Adobe
UNUM
Vue Editor
A Color Story
Mailchimp
Canva
Mojo
Gif Maker

OPERACIONAIS
Asana
Calendly
Whereby

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Glossário
PLATAFORMA DE E-COMMERCE
São serviços que te permitirão criar e gerenciar uma loja virtual. Você faz um cadastro e começa a
customizar com as informações da sua marca como incluir produtos, fazer upload de fotos, cadastrar
preços, volume de estoque entre outras informações.

SEO
Significa Search Engine Optimization, que em português quer dizer “Otimização para Mecanismos de
Busca”. É o conjunto de técnicas para otimizar o conteúdo de sites visando melhorar o
posicionamento de um conteúdo no ranking de buscas orgânico, o que gera mais tráfego e
autoridade.

NOTA FISCAL
A Nota Fiscal é um recibo obrigatório que deve ser emitido após a realização de qualquer transação
de venda ou serviços.

ERP
Enterprise Resources Planning são ferramentas que centralizam a gestão de diversas frentes da
empresa: estoque, fluxo de caixa, pagamentos, etc.

CHECKOUT TRANSPARENTE
Quando a inclusão dos dados de pagamento ocorre dentro do ambiente da própria loja, sem
necessidade de direcionamento para uma página externa do intermediador de pagamento.

LOGÍSTICA REVERSA CORREIOS


Serviço de remessa de documentos e mercadorias em devolução, sem ônus ao remetente, para
serem entregues exclusivamente no endereço indicado pelo cliente, podendo ser uma localidade
diferente do endereço de sua sede.

LAYOUT RESPONSIVO
Design que se adapta a diferentes formatos de telas e dispositivos. Ou seja, quando um site se
comporta da forma esperada tanto no desktop quanto no celular.

E-MAIL MARKETING
É o uso do email como ferramenta de divulgação do seu negócio.

TRANSPORTADORA
Empresa responsável por levar seus produtos até o destino final.

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PLP
Pré-lista de postagem dos Correios. Ao gerar uma PLP você está documentando os detalhes de
remetente, destinatário, volume e peso de cada pacote, além de gerar o código de rastreamento com
antecedência. Fica mais fácil de acompanhar as expedições com o uso de PLP.

PRÓ-LABORE
Pro-labore é uma locução em língua latina que significa "pelo trabalho". O aportuguesamento
"pró-labore" é a remuneração do trabalho realizado por sócio, gerente ou profissional.

VALUATION
Valuation é o termo em inglês para "Avaliação de Empresas", "Valoração de Empresas" e "Arbitragem
de Valor". Esta área de finanças estuda o processo de se avaliar o valor de determinado ativo,
financeiro ou real. Avaliações podem ser feitas sobre os ativos ou sobre passivos.

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