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10/04/2018

Genética Forense
- 2018 -

Universidade Autónoma de Lisboa


Licenciatura em Direito
UC: MEDICINA LEGAL
REGENTE: PROFESSOR CATEDRÁTICO DOUTOR JORGE COSTA SANTOS

António Amorim
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Sumário

1. Conceitos básicos de Genética

2. Apontamentos históricos

3. Apontamentos legais

4. Criminalística biológica

5. Identificação de desconhecidos

6. Investigação parentesco biológico


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Conceitos básicos de Genética


Informação necessária à criação e manutenção da vida

Organização do DNA nuclear/cromossomas

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(Cromossomas)

Estrutura e Organização do DNA

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STR - Short Tandem Repeats


(DNA não codificante, repetitivo)

STR cromossomas autossómicos

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Perfil Genético

Conjunto de informação relativa à


constituição/caraterização genética num
número mínimo de marcadores/loci,
utilizada para identificação de um
determinado indivíduo
Os marcadores a utilizar e o número
mínimo de marcadores são matérias que
estão bem definidas e que obedecem a
determinados requisitos legais e
científicos
Pode ser individualizante ou não

Principais tipos de marcadores utilizados


na definição de perfis genéticos
autossómicos

Short tandem repeats (STRs)


Single nucleotide polymorphism (SNPs)
Insertion/Deletion polymorphism (InDels)

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Painéis de Short tandem repeats (STRs)

1999
Sistema ESS
Painel com sete loci:
TH01, vWA, FGA, D8S1179, D18S51, D21S11, D3S1358

Painéis de Short tandem repeats (STRs)

2009
Novo ESS
Painel com doze loci:
TH01, vWA, FGA, D8S1179, D18S51, D21S11, D3S1358,
D2S441, D10S1248, D22S1045, D1S1656 e D12S39
Probabilidade de coincidência dos perfis
obtidos com os 12 loci em 2 indivíduos
diferentes é de cerca de 1 em
1 000 000 0000 000

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Painéis de Short tandem repeats (STRs)


Painel utilizado nos laboratórios forenses em
Portugal

Probabilidade de coincidência dos perfis


obtidos com os 17 loci em 2 indivíduos
diferentes é de cerca de 1 em
1 000 000 000 000 000 000
População Mundial
7 000 000 000

STR cromossoma Y

14

7
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STR cromossoma Y

Perfil Genético Perfil Genético Y


14, 15 9
31, 31.2 7
10 8
11, 12 16
16 8
6, 10 23
9, 11 15
12, 13 17

15

STR cromossoma Y

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Apontamento histórico - CB

O primeiro caso de condenação


com estudo DNA

→ caso Colin Pitchfork

21-Novembro-1983, Leicestershire, UK
Lynda Mann, 15 anos, não regressa a casa após
visita a uma colega
Corpo encontrado na manhã do dia seguinte,
num caminho secundário, com sinais de violação e
estrangulamento
Foi possível obter vestígios de sémen do corpo
da vítima 17

31-Julho-1986, Leicestershire, UK
Dawn Ashworth, 15 anos, desaparece no trajeto
de regresso a casa
Corpo encontrado dois dias depois, numa mata,
com sinais de violação, espancamento e
estrangulamento
Foi possível obter vestígios de sémen do corpo
da vítima

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Professor Alec Jeffreys (Geneticista)

Mediante o estudo do sémen encontrado no


corpo de Lynda Mann e de Dawn Ashworth
obtidém o mesmo perfil genético
→ O AUTOR DO CRIME FOI O MESMO EM
AMBOS OS CASOS

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1986, Leicestershire, UK
A polícia local promove a obtenção de amostras
de sangue de cerca de 5000 indivíduos do sexo
masculino residentes na imediações
→ Nenhum perfil coincidiu com o perfil obtido no
sémem recolhido do corpo das vítimas

1987, Leicestershire, UK
Um residente local - Ian Kelly -, revela que um
conhecido seu terá pago cerca de 200£ a um
amigo para que fornecesse uma amostra de
sangue por si
Esse indivíduo teria sido o residente local Colin
Pitchfork

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1987, Leicestershire, UK
O perfil genético obtido no estudo do sémen
encontrado no corpo de Lynda Mann e de Dawn
Ashworth é o mesmo que o perfil genético obtido
numa amostra de sangue de Colin Pitchfork

19-Setembro-1987, Leicestershire, UK
Colin Pitchfork é condenado e preso por violação
e homicídio. Cumpre pena até 2016.

21

Enquadramento legal em Portugal

Há já mais de 20 anos que os Tribunais


portugueses consideram resultados de estudo de
DNA como importante elemento de prova no
âmbito forense e criminal

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Em Portugal ….

Código de Processo Penal


(Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro)

TÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 124º - Objeto da prova
1 - Constituem objeto da prova todos os factos juridicamente
relevantes para a existência ou inexistência do crime …

23

Código de Processo Penal

TÍTULO II
Dos meios de prova
CAPÍTULO VI
Da prova pericial
Artigo 151º - Quando tem lugar
A prova pericial tem lugar quando a perceção ou a apreciação dos
factos exigirem ESPECIAIS CONHECIMENTOS TÉCNICOS,
CIENTÍFICOS ou artísticos

Artigo 163º - Valor da prova pericial


1 - O JUÍZO técnico, científico ou artístico INERENTE À PROVA
PERICIAL PRESUME-SE SUBTRAÍDO À LIVRE APRECIAÇÃO DO
JULGADOR

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Código de Processo Penal

TÍTULO III
Dos meios de obtenção da prova
CAPÍTULO I
Dos Exames
Artigo 172º - Sujeição a exame
1 – Se alguém pretender eximir-se ou obstar a qualquer exame
devido ou a facultar coisa que deva ser examinada, pode ser
COMPELIDO por decisão da autoridade judiciária competente
2 – É correspondentemente aplicável o disposto no n.º 2 do artigo
154º…

Artigo 154º - Despacho que ordena a perícia


2 – Quando se tratar de perícia sobre características físicas ou
psíquicas de pessoa que não haja prestado consentimento, o
despacho…é da competência do juiz, que pondera a necessidade
da sua realização, tendo em conta o direito à integridade pessoal e
à reserva da intimidade do visado.

25

Em 2008 o legislador aprova a primeira lei


específica sobre utilização do DNA no âmbito
forense e criminal
→ Lei n.º 5/2008, de 12 de fevereiro

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Principais tipos legais de crime com intervenção


frequente da genética forense (estudo de DNA)
como meio de prova ….

Crimes de natureza sexual

Crimes contra a vida

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Criminalística Biológica - Sexual


Código Penal
CAPÍTULO V
Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual
SECÇÃO I
Crimes contra a liberdade sexual
Artigo 163º
Coação sexual
1 - Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para
esse fim, a ter tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de
resistir, constranger outra pessoa a sofrer ou a praticar, consigo ou
com outrem, ATO SEXUAL DE RELEVO é punido com pena de
prisão de 1 a 8 anos.
2 - Quem, abusando de autoridade resultante de uma relação de
dependência hierárquica, económica ou de trabalho, constranger
outra pessoa, por meio de ordem ou ameaça não compreendida no
número anterior, a sofrer ou a praticar ATO SEXUAL DE RELEVO,
consigo ou com outrem, é punido com pena de prisão até 2 anos.
(Redação da Lei nº 65/98, de 2 de Setembro)

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Criminalística Biológica - Sexual


Código Penal
CAPÍTULO V
Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual
SECÇÃO I
Crimes contra a liberdade sexual
Artigo 164º
Violação
1 - Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para
esse fim, a ter tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de
resistir, constranger outra pessoa a sofrer ou a praticar, consigo ou
com outrem, CÓPULA, COITO ANAL OU COITO ORAL é punido com
pena de prisão de 3 a 10 anos.
2 - Quem, abusando de autoridade resultante de uma relação de
dependência hierárquica, económica ou de trabalho, constranger
outra pessoa, por meio de ordem ou ameaça não compreendida no
número anterior, a sofrer ou a praticar CÓPULA, COITO ANAL OU
COITO ORAL, consigo ou com outrem, é punido com pena de
prisão até 3 anos.
(Redação da Lei nº 65/98, de 2 de Setembro)
29

Criminalística Biológica - Sexual


Código Penal
CAPÍTULO V
Dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual
SECÇÃO II
Crimes contra a autodeterminação sexual
Artigo 172º
Abuso sexual de crianças
1 - Quem PRATICAR ATO SEXUAL DE RELEVO com ou em MENOR
DE 14 ANOS, ou o levar a praticá-lo consigo ou com outra pessoa, é
punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
2 - Se o agente tiver CÓPULA, COITO ANAL OU COITO ORAL com
MENOR DE 14 ANOS é punido com pena de prisão de 3 a 10 anos.
Artigo 174º
Atos sexuais com adolescentes
Quem, sendo maior, tiver CÓPULA, COITO ANAL OU COITO ORAL
com MENOR ENTRE 14 E 16 ANOS, abusando da sua inexperiência,
é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até
240 dias.
(Redação da Lei nº 65/98, de 2 de Setembro)
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Criminalística Biológica - Homicídio

Código Penal
TÍTULO I
Dos crimes contra as pessoas
CAPÍTULO I
Dos crimes contra a vida
Artigo 131º
Homicídio
Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8 a 16
anos

31

Casos sexuais - amostras mais estudadas

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16
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Amostras mais estudadas

33

Amostras mais estudadas

34

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Amostras mais estudadas

35

Amostras mais estudadas

36

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Amostras mais estudadas

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Métodos de análise
(Lanterna Crime Lite)

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Métodos de análise
(microscopia óptica)

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Homicídios - amostras mais estudadas

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Amostras mais estudadas

41

Amostras mais estudadas

42

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Amostras mais estudadas

43

Amostras mais estudadas

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Amostras mais estudadas

45

Amostras mais estudadas

46

23
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Amostras mais estudadas

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Criminalística Biológica - Homicídios

Vítima Mistura : Vítima / Local crime Suspeito


10, 12 8, 10, 12 8, 12
29, 30 12, 29, 30 29, 30
11, 12 11, 12, 16 16
14, 15 7, 9, 14, 15 7, 9
10, 12 10, 12, 14 14
8 7, 8, 10 7, 10
9, 11 9, 22, 26 22, 26
16, 18 12, 16, 18 12, 18
48

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Criminalística Biológica

Likelihood Ratio - LR

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Likelihood Ratio - LR

Mistura Suspeito LR
8, 10, 12 8, 12 (2a+2b+c)/12ab(a+b+c)
30 30 1/a2
11, 12, 16 16 1/6a(a+b+c)
7, 9, 14, 15 7, 9 1/12ab
12, 14 14 (2a+b)/2a(2a2+3ab+2b2)
7, 8 7, 8 (a+b)2/2ab(2a2+3ab+2b2)

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Likelihood Ratio - LR

LR
(2a+2b+c)/12ab(a+b+c)
1/a2

LR
(2*0,008+2*0,003+0,001)/12*0,008*0,003(0,008+0,003+0,001)
1/0,4372

LR
6655
5,236

LR total
34848

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Criminalística Biológica - Conclusões possíveis

O estudo não é conclusivo


(quando, por exemplo, não se obtêm perfis
genéticos)

Os perfis de DNA obtidos dos vestígios recolhidos


no local do crime ou na vítima não são
coincidentes com o perfil do suspeito

O perfil de DNA do suspeito coincide com os


perfis de DNA obtidos dos vestígios recolhidos no
local do crime ou na vítima → cálculo LR

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− Autópsia Médico Legal −


Identificação de Desconhecidos

Identificação de Desconhecidos

Imperativo moral, ético,


social/humanitário

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Identificação de Desconhecidos

Imperativo legal
Identificação Civil tem por objecto a
recolha, tratamento e conservação
dos dados pessoais
individualizadores de cada cidadão a
fim de estabelecer a sua identidade
civil

Assembleia Geral das Nações Unidas

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

Os Métodos de Identificação

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos


(identificação visual direta)

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos


(identificação visual direta)

Comparação com documento de


identificação oficial
Comparação com registos fotográficos
ante mortem
Reconhecimento por familiares ou
conhecidos

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos


(lofoscopia)

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos


(lofoscopia)

Características da lofoscopia como método de


identificação

Perenidade
Inalterabilidade
Variabilidade
Possibilidade de classificação, arquivo e
consulta - comparação

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos


(medicina dentária forense)

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos


(casos não identificáveis pelos métodos anteriores)

63

Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

64

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

65

Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

66

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

67

Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

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Identificação Médico-Legal de Desconhecidos

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Identificação Genética

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Identificação Genética de Desconhecidos

Familiar Desconhecido Suposto Indivíduo

Perfil Genético Perfil Genético Perfil Genético


Compatibilidade

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Identificação de Desconhecidos
(Amostras Referência Familiares)

72

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Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

73

Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

74

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Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

75

Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

76

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Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

77

Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

78

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Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

79

Identificação de Desconhecidos
(Amostras Cadáver)

80

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Identificação de Desconhecidos
(caso SGBF-Sul)

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Identificação de Desconhecidos
(alguns aspetos casuística SGBF-Sul 2004/2014)
Casos em estudo - 56

Sem perfil - 2 (3,57%)

IP - 39 (72,22%)

Com perfil - 54 (96,43%) Sem referência - 3 (20%)

IN - 15 (27,78%)

Não coincidente - 12 (80%)

STR IP IN SRef Total


<7 1 2 0 3
7-13 5 1 1 7
> 13 35 11 2 48
41 14 3 58

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-Investigação de Parentesco -

Enquadramento Histórico e Jurídico


(Perspetiva História da Investigação Paternidade na Lei Portuguesa)

Até seculo XIX


(Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas)

Existência de circunstâncias que representassem


indícios ou presunções de paternidade

1. Ser a mãe concubina teúda e manteúda do


pretendido pai.
2. Ter a mãe cópula ou trato frequente com o
pretendido pai durante o período hábil.
3. Haver o pretendido pai criado o filho como
tal.
4. Parecer-se o filho com pretenso pai na
fisionomia do rosto.
5. Gozar a mãe de boa fama sem nota com outro
algum homem.
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Enquadramento Histórico e Jurídico


(Perspetiva História da Investigação Paternidade na Lei Portuguesa)

Código Civil 1867


(elaborado pelo Visconde Seabra, com inspiração no Código Civil de Napoleão)

Introduz a proibição de investigação da paternidade como


regra, admitindo como exceções:
1. Existência de “Escrito do Pai”, no qual o próprio
expressamente declara a paternidade.
2. Verificação da “Posse de Estado”, que implicava o
haver sido reputado e tratado por filho tanto pelos
pais como pelas famílias destes e pelos vizinhos.
3. Ocorrência de “Estupro Violento”.
4. Ocorrência de “Rapto”.
5. Prova de “Sedução” com ou sem promessa de
casamento.
6. Convivência como “Marido e Mulher”.
85

Enquadramento Histórico e Jurídico

Código Civil
Código Civil 25-11-1966
(redação dada pelo Decreto-Lei n.º 496/77, 25 de Novembro)

ARTIGO 1801.º
(Exames de sangue e outros métodos científicos)
Nas acções relativas à filiação são admitidos como meios de prova
os exames de sangue e quaisquer outros métodos cientificamente
comprovados.

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Enquadramento Histórico e Jurídico


Código Civil 25-11-1966
(redação dada pelo Decreto-Lei n.º 496/77, 25 de Novembro)

ARTIGO 1864.º
(Paternidade desconhecida)
Sempre que seja lavrado registo de nascimento de menor apenas com a
maternidade estabelecida, deve o funcionário remeter ao tribunal certidão
integral do registo, a fim de se averiguar oficiosamente a identidade do pai.

ARTIGO 1865.º
(Averiguação oficiosa)
1. Sempre que possível, o tribunal ouvirá a mãe acerca da paternidade que
atribui ao filho.
2. Se a mãe indicar quem é o pai ou por outro meio chegar ao
conhecimento do tribunal a identidade do
pretenso progenitor, será este também ouvido.
3. No caso de o pretenso progenitor confirmar a paternidade, será lavrado
termo de perfilhação e remetida certidão para averbamento à repartição
competente para o registo.
4. Se o presumido pai negar ou se recusar a confirmar a paternidade, o
tribunal procederá às diligências necessárias para averiguar a viabilidade da
acção de investigação de paternidade.

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Perícia de Investigação de Parentesco


(colheita de amostras de referência)

88

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Perícia de Investigação de Parentesco

MÃE FILHO SUP. PAI


14/15 10/14 10/12
31/31.2 30/31 29/30
10 10/12 11/12
11/12 12/14 14/15
16 12/16 10/12
6/10 8/10 8
9/11 11 9/11
12/13 10/13 10
X X/Y X/Y

89

Probabilidade de Paternidade e
Índice de Paternidade

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Parâmetro X
Probabilidade de determinado indivíduo
ser filho biológico do par Pai-Mãe
apresentados, dada a constituição alélica
dos três indivíduos

Filho 8 / 9 Mãe 5 / 9 Pai 8 / 16


_________________________________

X = P(filho8/9) / (mãe5/9)(pai8/16)

= (Pmãe8 e Ppai9) ou (Pmãe9 e Ppai8)

= (0 x 0) + (0.5 x 0.5) = 0.25


91

Parâmetro Y
Probabilidade de determinado indivíduo
ser filho biológico de um indivíduo ao
acaso na população, dada a constituição
alélica dos três indivíduos, pressupondo
que a mãe é mãe biológica

Filho 8 / 9 Mãe 5 / 9 Pai 8 / 16


_________________________________
Y = P(filho8/9) / (mãe5/9)(pai indivíduo ao acaso)

= (Pmãe9 e Pindiv. caso8)

= (0.5 x 0.1250) = 0.0625 92

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Índice de Paternidade - IP

93

Índice de Paternidade - IP
Parâmetro que traduz quantas vezes é
mais provável que o pai em estudo seja pai
biológico relativamente ao indivíduo ao
acaso

X = 0.25 Y = 0.0625
_________________________________

IP = X / Y = 0.25/0.0625 = 4

94

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Probabilidade de Paternidade - W
Parâmetro que traduz a probabilidade do
pai em estudo ser pai biológico

X = 0.25 Y = 0.0625
_________________________________

W = X / (X + Y)
= 0.25 / (0.25 + 0.0625)
= 0.25 / 0.3125
= 0.8

95

Índice de Paternidade total

Probabilidade de Paternidade total

O cálculo do IP total e W total é realizado com


os valores de X acumulado e Y acumulado

96

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Probabilidade de Paternidade

W ≥ 99,73%
Paternidade Praticamente Provada

97

Perícia de Investigação de Parentesco

MÃE FILHO SUP. PAI


14/15 10/14 11/12
31/31.2 30/31 29/34
10 10/12 11/14
11/12 12/14 10/15
16 12/16 10/12
6/10 8/10 9
9/11 11 9/12
12/13 10/13 14
X X/Y X/Y

98

49
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Se verificarmos a existência de só 2
(duas) incompatibilidades, as
mesmas são consideradas mutações,
e conclui-se pela impossibilidade de
excluir o indivíduo da paternidade
da criança, sendo calculado e
apresentado W e IP

99

O relatório de exclusão surge


sempre que se verifique exclusão
em pelo menos 3 (três) marcadores,
sendo, pelo menos uma, de 1.ª
ordem

100

50
10/04/2018

Perícia de Investigação de Parentesco

MÃE FILHO SUP. PAI


14/15 10/14 16/18
31/31.2 31 34
X X/Y X/Y

101

51

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