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Este projeto de lei visa a abrir o mercado do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido
coloquialmente como gás de cozinha, aumentando a concorrência do setor.
Consequentemente este projeto mostrará pontos negativos que irão impactar na vida da
população conforme elencado abaixo:
Adulteração/Fraude
¹ https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins-anp/boletins/bfan/
boletim-fiscalizacao-n23.pdf
Segurança
Em breve consulta na internet verificamos que existem vários casos de acidentes com incêndio
e/ou explosão de botijões de GLP, pode haver falha em válvulas ou no próprio botijão, mas no
passado o número de acidentes era maior e diminuiu graças ao programa de requalificação dos
botijões de GLP, a cada recarga dos botijões nas distribuidoras o botijão passa por uma inspeção
e os botijões que não apresentam condições de segurança (enferrujados, amassados, vencimento
do prazo de validade, etc) são enviados para requalificação ou destruição. O programa de
requalificação iniciou em 1995 e após 10 anos do início foi registrado uma diminuição de mais
de 50% do número de acidentes deste tipo no estado de São Paulo, 6510 acidentes em 1995
contra 2749 em 2005 segundo fonte do Corpo de Bombeiros.
Hoje, conforme resolução ANP 15/05 e NBR´s 8865 e 8866, o botijão de GLP de 13 Kgs tem
uma vida útil determinada de até 15 anos podendo, após criteriosa inspeção de requalificação,
durar mais 10 anos, após este tempo o botijão deve ser destruído, todo o custo com a segurança
dos botijões hoje é absorvido nos custos das distribuidoras, segundo associação das empresas
requalificadoras no Brasil, o custo total dispendido com a requalificação distribuído em cada
unidade de GLP 13 Kg vendido é de aproximadamente R$ 1,00.
Conforme resolução ANP 49/2016 art. 33. É vedado o uso de GLP em:
Nos anos 80 e 90, quando o preço da gasolina sofreu as consequências do segundo choque do
petróleo, virou moda adaptar os carros para usar gás de botijão (GLP, gás liquefeito de
petróleo), principalmente entre os taxistas. Era uma modificação totalmente clandestina e
proibida, era combatida pela polícia à época, alegadamente pela questão de segurança. É claro
que um botijão de gás feito para uso doméstico, com uma adaptação caseira para levar gás ao
carburador e preso precariamente no porta-malas de um veículo pode ter efeitos imprevisíveis e
provavelmente tendentes ao catastrófico no caso de um acidente, mas na época a segurança
veicular não era uma grande preocupação, não se falava sequer em uso do cinto de segurança e
a taxa de mortes por 100.000 veículos era o triplo da atual.
O maior motivo mesmo era o econômico: enquanto a gasolina era aumentada segundo os preços
internacionais do petróleo, o gás de botijão era fortemente subsidiado pelo governo na época,
pois era o “gás de cozinha” de boa parte da população. Em 1982, por exemplo, o litro da
gasolina (com 12% de álcool àquela época, uns 29,5 MJ/l) custava 105 cruzeiros, enquanto que
um botijão de gás de 13 kg custava 385 cruzeiros. Quanto de energia tem no botijão? GLP tem
46,6 MJ/kg, multiplicado por 13, dá 605,8 MJ, o equivalente a 20,5 litros de gasolina da época!
Ou seja, o custo da energia na gasolina era de Cr$ 3,56/MJ, enquanto que no GLP era de Cr$
0,64/MJ, menos de 1/5 do valor. Hoje, como acabou o subsídio ao GLP, esta diferença
praticamente inexiste.
Atualmente, a gasolina custa em média R$ 5,88 por litro, segundo o site da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E o botijão de gás custa R$ 105. Fazendo as
contas, o custo da gasolina é de 17 centavos por MJ e o do GLP é de 16 centavos por MJ, um
custo quase igual. Caso se pudesse usar GLP nos carros hoje em dia, seria menos indiferente, do
ponto de vista econômico, andar com GLP ou com gasolina, resultado parcialmente explicada
por conta da retirada deste subsídio. E GLP em carros não é uma ideia absurda, ele é usado em
alguns países da Europa.
Porém existe uma falsa ideia de economia com o uso de GLP nos veículos automotores, tanto
que em uma rápida pesquisa no site de vendas online Mercado Livre encontramos kits para
conversão do motor flex para GLP, este aumento do consumo geral de GLP em veículos
automotores, além de aumentar a insegurança no transito, irá provocar o aumento do consumo
deste produto e consequentemente o aumento no preço ao consumidor já que o país não é
autossuficiente na produção de GLP e depende de importações do produto.