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Sherrilyn Kenyon

Dark-Hunters 26

Sherrilyn Kenyon
Son of No One
Dark-Hunters 26

Não é fácil ter uma vida como uma própria piada pessoal, mas Josette Landry fez uma paz instável
com a besta. Completamente sem sorte, Josette aceita um emprego com um grupo paranormal
local, como uma fotógrafa e operadora de filmadora. Sim, eles são ainda mais loucos do que ela. A
única coisa paranormal na qual acredita é o milagre que mantém seu enferrujado carro velho,
rodando. Mas quando algo verdadeiramente mal é liberado no mundo, eles são obrigados a
chamar reforços.
A partir do momento que Josette conhece Cadegan, sabe que algo sobre ele, não está muito certo.
Misterioso e armado com sarcasmo letal, ele parece muito mais velho do que sua idade.
Séculos atrás, Cadegan foi violentamente traído, em uma prisão imortal pela única pessoa na qual
havia confiado e foi lançado em uma prisão imortal. Forçado contra a sua vontade a fazer o bem,
ele odeia tudo na vida. Tudo o que quer é uma saída. Mas para os condenados só há sofrimento
eterno. E ainda há algo sobre Josette que o intriga. Algo que ele não consegue lutar e da última vez
que se sentiu assim com uma mulher, custou-lhe tudo.
Ele sabe que precisa ficar longe dela, mas o demônio desencarcerado do inferno, está consumindo
a alma dela. Se mais algum inocente for tomado, ele será enviado de volta para uma prisão
inimaginável, que faz o seu inferno atual parecer como o paraíso. Mas como ele pode mantê-la
segura quando a existência dele com ela, é a maior ameaça de todas?

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 1
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

Equipe de Tradução e Revisão Talionis:

Capítulos Revisão Inicial Revisão Final

Prólogo Eirini Regina R


Capítulo 1 Eirini Regina R
Capítulo 2 Eirini Regina R
Capítulo 3 Eirini Regina R
Capítulo 4 Eirini Regina R
Capítulo 5 Eirini Regina R
Capítulo 6 Eirini Regina R
Capítulo 7 Eirini Regina R
Capítulo 8 Eirini Regina R
Capítulo 9 Regina R Eirini
Capítulo 10 Regina R Eirini
Capítulo 11 Regina R Eirini
Capítulo 12 Regina R Eirini
Capítulo 13 Regina R Eirini
Capítulo 14 Regina R Eirini
Capítulo 15 Regina R Eirini
Capítulo 16 Regina R Eirini
Capítulo 17 Regina R Eirini
Capítulo 18 Regina R Eirini
Capítulo 19 Regina R Eirini
Capítulo 20 Regina R Eirini
Epilogo Regina R Eirini
Cena Bônus Regina R Eirini

Traduzido do Inglês
Envio e Formatação: Gisa
Capa: Elica

Comentário Regina R: Livro delicioso, apesar de não conhecer esta série, revisar este livro me fez
querer ler os outros. O amor é realmente o sentimento mais forte, o que move as pessoas e as
impulsiona. Cadegan apesar de todo o sofrimento que viveu conseguiu abraçar o amor por Josette
e colocá-la em primeiro lugar, esse é o amor verdadeiro, apesar de sofrer, ele consegue fazer tudo
o que pode para deixá-la em segurança. Josette, apesar de todos os problemas, consegue ver em
Cadegan o homem que vai fazê-la feliz e não o abandona, luta por ele de todas as formas e mostra
inclusive para o próprio Cadegan que é o amor da vida dela. Adoro esta autora, é uma das minhas
preferidas e neste livro ela juntou muitas coisas que fizeram deste um livro muito bom; seres
sobrenaturais, paixão, sexo, amor, e bom humor, as tiradas de Josette são ótimas...boa leitura.

Comentário Eirini: Depois da tristeza do livro do Styxx, graças a Deus temos um livro mais suave,
mais romântico...quer dizer…MAIS UMA VEZ (assim como Acheron, Styxx, Seth e outros mocinhos
dos Dark Hunters), temos a história de um menino que foi torturado, machucado, enganado e
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traído, mas a autora se mostrou mais contida nas cenas de sofrimento…Nosso herói manteve-se
fiel aos seus princípios, e, no final, viveu uma linda história de amor. Cadegan é um guerreiro
galês, um highlander, um cavaleiro da corte do Rei Arthur. Lindo, fofo, romântico, cavalheiro, e
sofrido…Josette, a Jo, é a sua mocinha. Louca, divertida e completamente apaixonada. Dois
personagens tão diferentes mas que se completam tanto! Uma linda história de amor e
superação. Ah! Claro: nesse livro temos a presença marcante de Styxx e Simi!!!!!!! Sim, Acheron
aparece, Max (o dragão aparece), e também conhecemos novos personagens (Ilarion, LINDO!), e
os sinais do Apocalipse estão cada vez mais próximos. Segredos são revelados, outros são
mantidos (o que há entre Jaden e Jared?). E várias séries/histórias se cruzam: nesse livro temos a
presença dos Hellchasers (caçadores de demônios), que ajudam os Dark Hunters. (Observação:
achei que todos caçassem demônios: Dark Hunters, Were Hunters, Dream Hunters, Wherever
Hunters...muitos hunters…). Ou seja: a autora tem milhares de livros ainda para escrever…Muita
coisa vem pela frente. Mas por hora, divirtam-se com essa linda história de amor…entre um
guerreiro celta e uma fotógrafa do século XXI. Vale a pena! Divirtam-se!
Para meu próprio galês especial, que compartilhou a maior parte da vida dele comigo. Te amo
mais a cada dia. E para os três meninos que significam o mundo inteiro para nós dois, e que
ostentam orgulhosos nomes galeses, que ninguém pode soletrar ou pronunciar. Amo todos vocês.
Obrigado por ser a melhor parte da minha vida.

Glossário de Termos e Personagens

Ato de Vingança: Noite em que um Dark-Hunter utiliza para se vingar de quem o traiu e causou sua
morte. Termina com o amanhecer.

Apolita: Descendentes amaldiçoados de Apolo que morrem em seu 27º aniversário ou escolhem
converter-se em Daimon.

Arcadianos: Seres humanos que podem adquirir forma animal. São descendentes de um pai Humano e
uma mãe Apolita.

Anikutani: Era um antigo sacerdócio cherokee, um clã dentro do clã cherokee, eles tinham o controle
sobre as forças da natureza e controlavam a função religiosa, mas foram executados pelos próprios
cherokees por teres se corrompido. Anikutani significa 'sacerdócio do fogo'.

Caçada de Sangue (Blood-Hunt): Busca de um Dark-Hunter rebelde. O êxito da caça termina com a
morte da presa.

Buffys: Caçadores humanos de vampiros.

Carmilas: Mulheres que buscam Daimons para convertê-las em vampiros imortais.

Daimon: Um apolita que escolheu roubar almas humanas para manter seu corpo com vida.

Dark-Hunter: Alguém que vendeu sua alma a Artemis em troca de um só Ato de Vingança e agora
passará a eternidade caçando Daimons.

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Day-Dreamers/Dream Hunters: Oneroi, Skoti e Caminhantes dos Sonhos que não têm que estar ao
lado da pessoa para manejá-los. São os mais poderosos de sua raça.

Day-Slayer/Assassino da Aurora: Mito dos Daimons sobre aquele da sua raça que pode mover-se
durante o dia e que algum dia virá guiá-los para voltar a ganhar o favorecimento de Apolo.

Diktyon: Rede de caça da Artemis.

Dream-Walkers/Caminhantes dos Sonhos: Humanos que podem canalizar seus sonhos e fazerem se
passar por Oneroi ou Skoti.

Dolophoni: são os filhos das Fúrias, aqueles enviados pelos deuses para punir os inimigos ou os que
eles veem como ameaça. São um exército que pode ser convocado pelos Dark-Hunters ou pelos Dream
Hunters.

Escudeiros: Serventes ou ajudantes dos Dark-Hunters. Para ajudá-los a parecerem “normais“, Acheron
fundou um Conselho de Escudeiros humanos que os servem. Trabalham com eles, geralmente vivendo
na mesma casa e, para o mundo exterior, simulando serem os donos. São pagos extremamente bem
por seus serviços.

Ghighau: significa 'mulher amada' para o povo cherokee, é um título concedido a uma mulher que
toma uma posição poderosa, suas palavras tem grande peso para os cherokees porque eles acreditam
que o Grande Espirito frequentemente fala através da Ghighau, ela é como uma conselheira espiritual,
no caso de Time Untime, é passado de mãe para filha e a Ghighau também é a protetora de uma pedra
sagrada para os portões não se abrirem, ela é uma Protetora/Guardiã/Vigilante.

Illuminati: Grupo de Daimons Spathi guarda pessoal de Apollymi, liderados por Stryker, que consiste
entre trinta e quarenta membros. Incluindo os mais velhos e poderosos Spathi.

Kalosis: Termo Atlante para "inferno." É o lugar onde se encontra presa Apollymi, para poder ver ao
mundo humano, mas não participar dele. Também é onde vivem os Daimons Spathi, em uma perpetua
escuridão. Nenhum Dark-Hunter pode entrar, e poucos Were-Hunters são permitidos viver depois de
visitar essa dimensão, mas é acessível para os Daimons através dos Portais de Fuga ou brechas.

Katagaria: Termo no plural para se referir ao ramo animal dos Were-Hunters. São animais que podem
tomar forma humana.

Katoteros: O lugar misterioso e desconhecido onde vive Acheron.

Kalosis: Termo Atlante para onde reside a Destruidora.

Keetoowah: é o povo (o lado espiritual) da tribo cherokee, eles se denominavam de "Povo principal" e
"Povo Keetoowah'' Keetoowah define tanto o monte onde se localizava o clã cherokee quanto o lado
espiritual deles. A tradução de Keetoowah é '' a cidade mãe'' ou '' o centro (espiritual)''

Kyrios: Termo Atlante respeitoso para "senhor."

M'gios: Palavra Atlante para "meu filho".

Malachai: ser ancestral de extremo poder, foi criado por Mavromino para combater a Fonte, tem a
capacidade de aniquilar e absorver os poderes de um deus.

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Omegrion: Conselho governante dos Were-Hunters. Similar a um senado, apenas um representante de


cada raça de Arcadianos e Katagaria é enviado para os representar. Fazem leis que regem a todos os
Were-Hunters e são responsáveis por fundar os Santuários.

Oneroi: Campeões dos Dream-Hunters, que protegem as pessoas em seus sonhos.

Oráculo: Qualquer pessoa que se comunique com os deuses.

Phonoi: são as netas de Ares, Deus grego da Guerra e são a personificação da matança.

Pleiades: é uma constelação de estrelas que na lenda cherokee são meninos que cantando subiram
aos céus, e os cherokees frequentemente rezam voltados para as Pleiades porque elas significam que a
vida pode mudar em um instante, trazendo-lhes alegria ou imensurável tristeza como a das mães que
perderam seus filhos (resumidamente é isso)

Portal de Fuga (Bolt-Hole): Abertura astral entre dimensões que pode ser usada pelos Were-Hunters
ou Daimons. Também se chamam portais.

Quatro Reinos: Tempo, Espaço, Terra, Sonhos. Estes são os reinos que a Pirâmide de Proteção
protege. Existe somente um pequeno grupo de indivíduos capaz de percorrer os quatro.

Sfora: Esfera que as pessoas no Katoteros podem utilizar para observar eventos em outras dimensões,
incluindo o reino humano. As vezes aqueles que são observados podem sentir que alguém os observa.

Shapeshifter: alguém que muda de forma, de animal para humano e vice-versa.

Sifón: Ato de infiltração aos sonhos para se alimentar das emoções alheias.

Skoti: Predadores de sonhos que se infiltram ao dormir para manipular e seduzir os sonhadores.

Spathi: Classe de guerreiros Daimons que perseguem e matam aos Dark-Hunters.

Tártaro: Versão grega do inferno. A dimensão onde os humanos são castigados pelos pecados de sua
vida.

Ursulans: clã de ursos Katagaria que podem tomar forma humana.

Waleli: que é o "nome cherokee" da Kateri significa beija-flor

Windseer: nova personagem, ela é um Espirito imortal, que pode destruir a terra e que foi derrotada e
aprisionada por um homem... ela está ao lado do Espirito Cinzento

Tsakali Katagaria: Chacal Katagaria

Ypnsi: Sonho sagrado que Orasia liberou uma vez no hall sagrado do Katoteros, na época em que os
antigos deuses Atlantes governavam a terra.

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PRÓLOGO

1045 d.C.
Wessex, Inglaterra

—Não —Cadegan gritou quando se viu preso dentro de um escuro inferno acinzentado.
Furioso com a traição, tentou quebrar o espelho que lhe servia de janela para o mundo humano,
do qual havia acabado de ser violentamente sugado para fora.
Para sempre.
—Leucious! Você não pode fazer isso comigo! Sou seu irmão!
Mas as palavras não tiveram efeito sobre o coração frio do bastardo meio demônio, que
olhava para o vidro sem piedade ou compaixão. E quando aqueles brilhantes olhos azul—
esverdeados bloquearam com os seus, Cadegan soube, de fato, que Leucious ouviu.
E não se importou.
Durante séculos, Cadegan havia dado tudo o que possuía para Leucious. Ele lhe havia servido
lealmente e com total confiança. Apenas para ser condenado sem o benefício da dúvida. Sem
perguntas.
Apenas suposições infelizes feitas contra ele, sobre uma ação que havia sido forçado a tomar
para se proteger.
Com suas belas e duras características, Leucious espalhou a mão no vidro que os separava.
—Deus tenha misericórdia de você, irmãozinho.
Ainda sangrando muito pelas feridas que Leucious nem tomara consciência, Cadegan pegou
o elmo cônico de sua cabeça e bateu contra o vidro. Não fez nenhum impacto.
Uma única lágrima escorreu pelo rosto de Leucious. Ele limpou—a com uma mão raivosa,
antes que cobrisse o vidro com um pano preto. E o condenou para o inferno.
—Leucious —Cadegan tentou novamente. Ele chutou o vidro. Sua cota de malha e esporas
tilintaram, mas novamente o vidro segurou firme. —Thorn1 —Ele tentou uma última vez em
alcançar o irmão, que o havia traído. —Thorn! Volte!
Não adiantava. Como todos os outros em sua vida, e contra suas próprias promessas de que
isso nunca aconteceria, Leucious o havia abandonado.
—Pelos crimes contra Nosso Senhor, por quebrar minha confiança, eu vos condeno às terras
assombradas de sua mãe. Não mais caminharás nesta terra como um ser vivo. Passarás a
eternidade a lembrar-se do que fizeste, e lamentando vossa ações. Vós não sois mais um de nós.
Por isso, estais condenado e banido do mundo do homem. Para sempre e além.
As palavras de Leucious o assombravam enquanto Cadegan rangia os dentes.
—Vou escapar desse inferno, um dia, irmão. E quando o fizer, vosso é o coração que
reivindicarei primeiro. Uma vida por uma vida. Sangue por sangue! Mesmo que leve mil anos,

1 Aqui essa palavra significa um apelido entre irmãos. Não tem tradução nesse contexto.

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serei livre e vós pagarás por isso. Assim promete Cadwgwn Maboddimun! Sua morte, Leucious.
Minha vida! Eu juro!

Capítulo 1

New Orleans, Louisiana


18 de setembro de 2014

—Sabe, Selena, há uma linha tênue entre o que é importante para mim, e o que está morto
para mim. E você está pisando sobre tudo isso.
De pé no corredor, ao lado de uma pilha de caixas, Selena Laurens riu do tom mal—
humorado de sua prima. —Tudo bem, Jo-Jo. Apenas lembre-se que com o nosso sangue Cajun—
Roman2i, mesmo que esteja morta para você, em qualquer plano, você ainda será capaz de me
ouvir. Vou assombrá-la para sempre.
Josette Landry encolheu-se por causa de um apelido de infância que sempre a fazia se sentir
como um Lulu da Pomerânia raivoso. Normalmente, corrigiria o tom de Selena, mas, neste
momento, estava muito cansada e com a alma doente para se preocupar. —Entenda, a única coisa
que quero agora é uma ida até à Baskin—Robbins3. Portanto, a menos que você tenha um litro de
bondade cremosa em sua bolsa, pare de falar e comece a dirigir. —Jo puxou delicadamente Selena
em direção à porta e ignorou os sinos que tilintavam da bainha prateada e do cabo de vassoura
roxo da saia de Selena. A autoproclamada vidente, sua prima comprou essa estranheza por causa
de seu bloqueio de herança cigana, junto com todo o estoque e dois canos flamejantes.
Jo fez uma pausa enquanto percorria com o olhar o cabelo comprido, encaracolado e
marrom de Selena, a blusa camponesa branca e chamativa, o colar de lua e as sandálias
Birkenstock4.
Retirem o que disse. Selena não comprava essas coisas, ela rolava no mau estereótipo como
um leitão feliz em uma fábrica de lama.
Selena bufou. —Afogar seus problemas em sorvete não vai resolver nada.
—Esquece o sorvete. Este dia pede cheesecake de morango com calda de chocolate ... bolas
triplas. Agora!
—Vai se odiar amanhã.
—Eu me odeio agora. Pelo menos me deixe odiar minha vida com a lembrança feliz de uma
felicidade congelada na minha barriga saliente.
—Bem, — Selena reclamou. —Ainda vou pagar por isso.

2 Cajun = moradores da Louisiana com cultura própria. Romani = ciganos.


3 Sorveteria.
4 Birkenstock –marca de sandália confortável-

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—Claro que você vai. —Jo puxou sua bolsa rasgada por cima do ombro. Estou sem dinheiro.
Selena bufou novamente enquanto procurava seu anel e chave, no fundo macio de sua bolsa
de vime hippie. — Você não é normal, não é mesmo?
—Estou geneticamente ligada ao seu ramo da família. É claro que não estou bem. Nunca vou
ficar bem.
Balançando a cabeça, Selena esperou enquanto Jo trancava a porta do apartamento, mas
por que ela incomodava, não fazia ideia. A única coisa de valor que possuía era seus três cães. E se
os assaltantes trouxessem biscoitos caninos, eles alegremente a abandonariam sem lutar. E
babando.
Jo deu uma olhada de relance nas caixas que estivera embalando através da janela e fez uma
careta. Se a maré de azar da sua vida não mudasse em breve, estaria na rua e seria forçada a levar
seus amados cães até um abrigo.
Ou pior, até sua irmã mais velha.
Como as coisas poderiam ter chegado a este ponto? Isto não era para ser sua vida. Nunca
havia sido irresponsável. Enquanto as outras garotas saíam para beber e festejar, ficou em casa e
estudou muito. Formou-se como a primeira da classe. Poupou e economizou, e havia perdido todo
o seu ninho de ovos em honorários advocatícios quando se divorciou do marido por se recusar a
trabalhar. A razão é que se Barry Riggio estivesse trabalhando, ele não teria tempo para colocar
outras mulheres na cama deles, enquanto Jo se escravizava em dois empregos para sustentá-los!
Sim. Nunca mais se sentiria traída ou machucada. Eu não confiarei em outro homem
novamente.
E se isso não fosse ruim o suficiente, um corte corporativo havia lhe custado seu trabalho do
dia, e ela perdera o emprego da noite a seis semanas depois que a fábrica queimou em um
incêndio elétrico estranho.
Oprimida pelo fracasso de sua vida e ambições, Jo virou-se para a rua e se dirigiu para o
meio—fio, onde o jipe de Selena estava estacionado. Se ao menos o marido de Selena e seu
escritório de advocacia trabalhassem com divórcios, poderia tê-la salvo de alguma coisa. Mas a
especialidade de Bill era direito corporativo e criminal, não direito de família. E enquanto seu
amigo advogado lhe tinha dado uma taxa de desconto, ainda havia tomado cada centavo de suas
economias para descarregar o parasita trapaceiro.
—O que vou fazer, Lainie?
Selena abriu a porta do carro para ela. —Respire, querida. Isto também passará. Nesse meio
tempo posso ...
—Eu não vou tomar um empréstimo de você. Nunca!
—Será que você arranjará um emprego?
Jo esperou até que Selena entrasse no Jeep do outro lado, antes que respondesse. —Năo
posso ler as folhas de chá ou de palmas. E se você me colocar em sua loja, esteja avisada, não
tenho certeza se posso colocar meu sarcasmo de lado.
—Sim, sei que você e varejo são uma combinação ruim. Seu tio Jacob ainda está reclamando
nos encontros familiares, sobre o que um dia você gastou trabalhando na garagem dele.

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—Não seja tão melodramática ... só trabalhei lá por duas horas antes da tia Paulina me
demitir.
Selena deu uma gargalhada. —Exatamente o meu ponto. Enfim, como valorizo a minha base
de clientes e os respeito muito, não tenho nenhuma intenção de colocá-lo atrás de um balcão
onde você vai, sozinha, dirigir meu negócio para sarjeta. O que tenho para você, Srta. Sarcástica, é
fazer o que você faz melhor. Trabalhar como operadora de câmera.
Jo se animou imediatamente. —Oh? A sério?
Selena assentiu enquanto navegava em meio ao tráfego. —Existe apenas um pequeno
detalhe.
—Ah, Gah, sabia! É para um site pornô, não é?
—Não — Selena encarou-lhe, em seguida, pareceu considerar. —Embora, conhecendo você,
provavelmente preferirá a pornografia ao longo deste trabalho.
Uma sensação ruim embrulhou o estômago de Jo quando percebeu que deveria ser algo
paranormal, e o óbvio. —O que?
—Tenho alguns amigos ... —
Não! Conheci seus amigos. Prefiro trabalhar numa loja de sex shop de Tabitha, onde as
tangas comestíveis brilham.
—Posso arrumar isso também. Apenas lembre-se, você tem que aprender a diferença entre
KY e ...
—Pare! Bem ali! Eu não quero saber sobre a depravação de sua irmã. Ainda estou com
cicatrizes da história que ela contou de encontrar dentaduras de alguém na gaveta dos biquínis
—Você é muito puritana.
—Eu e Amanda. Os únicos bastiões de não lunáticos em uma longa linha de doidos
certificáveis.
Selena fez uma pausa para olhar para ela. —Quer que lhe diga sobre o trabalho ou não?
—Bem, — Jo admitiu relutantemente. —Vou ouvir, e, pelo menos, posso saltar para fora do
carro a partir daqui e andar para trás.
Selena bufou. — Meus amigos estão tentando obter o seu próprio programa de TV.
Jo de repente se arrependeu de sua arrogância. —Isso realmente parece promissor. Que tipo
de show?
—A Chamada do Inferno. As Mulheres da Demonologia e da Possessão.
—Alô, desvie de volta para a rampa de saída onde eu—nem—no—inferno—vou—fazer—
isso.
—Certo. —Selena virou à esquerda. —Apenas por curiosidade, sei que já se passaram quase
cinco meses, mas você disse aos seus pais sobre o divórcio, e seu aviso de demissão?
—Odeio você, Selena.
Não, você não odeia. Você me ama com a paixão de mil paparazzi após uma entrevista
exclusiva com Emma Stone.
Jo assobiou para sua prima. —Você continua acreditando nessas mentiras.
—Não são mentiras. Sou vidente. Eu sei.

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Divertida e revoltada, Jo revirou os olhos. Por mais que odiasse admitir, Selena estava certa.
Amava e adorava sua louca prima mais velha, mais do que qualquer coisa. Loucura e tudo. —
Quanto paga esse trabalho? E quando é que eles querem que comece?
—Se pudessem encontrar um cameraman de inabalável confiança, começariam amanhã.
Mas todos os que trouxeram ao local, fugiram gritando em 15 minutos ou menos.
Uau, isso foi impressionante. Mesmo para o grupo de esquisitos especiais de Selena. —Eles
são tão difíceis de trabalhar?
—Não. Eles são realmente muito adoráveis. ... O lugar que estamos investigando é que é
assombrado.
Desta vez, Jo cedeu e caiu na gargalhada. — Você não está brincando?
—Juro.
—E onde estão investigando? A mansão LaLaurie5?
Selena balançou a cabeça. — A Casa de Karma.
Fazia sentido. Em sua longa linha familiar de personagens peculiares e aqueles que estão
dispostos a acreditar em fadas que voam, abduções por aliens, e Papai Noel, Karma Devereaux era
a rainha lunática ... a mulher havia mesmo apelidado seu próprio filho de ET e o nome real do
garoto era Ian.
—Lainie, se eu revirar os olhos mais longe de volta na minha cabeça, provavelmente vou
engoli-los.
Selena esticou o braço e brincando a esbofeteou.
—Ei!
—Você precisava. Além disso, o cinismo nos servirá muito bem. Precisamos de alguém que
não se assuste no local com a câmera.
—Sim, bem, tendo sobrevivido a muitas festas do pijama e reunião de família com um bando
de lunáticos, sou imune a qualquer coisa. Tia Xilla não está incluída.
—Boa. Vou chamar todos e dizer-lhes para estarem em Karma por volta das onze amanhã.
Será que isso funciona para você?
—Talvez. —Jo estreitou seu olhar sobre Selena, quando ela estacionou na Baskin—Robbins.
—Você ainda não me disse o quanto vou ganhar por esta viagem ilegítima para a axila de Hades,
também conhecido por Karma.
—Trezentos e cinquenta por dia, mais as refeições.
Jo ficou boquiaberta. —Você está brincando.
—Não. Isso é o que tivemos que oferecer, para atrair alguém para o trabalho. Mas ainda
temos de pagar a algumas pessoas um pouco mais do que vinte dólares por sua permanência de
quinze minutos, mas nos disseram para ficar com o nosso dinheiro, porque eles têm medo, e é
amaldiçoado ou assombrado também.
Jo zombou da paranoia. —Que bando de maricas supersticiosos ... — Mas isso poderia ser
uma coisa boa para ela. —Acha que posso ganhar quatrocentos por dia?

5Delphine LaLaurie, também conhecida como Madame LaLaurie (nascida Marie Delphine Macarty), foi uma socialite estadunidense
e suposta assassina em série, que segundo a lenda, ajudou a torturar, mutilar e matar cerca de 96 escravos negros, em sua mansão
em New Orleans.

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—Nesse momento? Provavelmente. —Selena pegou seu telefone. — Vou mandar uma
mensagem para Mama Lisa e descobrir.
— Certo. Se você me conseguir isso, terá uma fotógrafa destemida, camerawoman, zeladora
... o que quiser.
—Estaria disposta a passar a noite lá, também?
—Não, — Jo disse enfaticamente.
Selena olhou para cima do telefone com uma sobrancelha arqueada. —Pensei que não
tivesse medo.
—Não tenho medo de fantasmas ou demônios. Estou com medo de Karma. Sem ofensa, sua
irmã é louca.
—Sim, ela é. Honestamente, ela me assusta também. —o sorriso de Selena aumentou. —
Mama Lisa concorda com seu preço. Ela disse que, se você conseguir fazer em três dias de
filmagens, haverá um bônus de mil dólares para você.
Jo estava quase em êxtase. Até que a realidade de fadas veio e lhe deu um tapa. De repente,
aterrorizada, ela começou a pesquisar o céu acima deles.
—O que esse olhar significa? —Selena perguntou enquanto também olhava para os céus.
—As coisas estão indo muito bem. —Ela deslizou seu olhar de volta para a prima. Estou à
espera de um raio para me golpear.
—Não seja ridícula. Está um dia ensolarado e perfeito.
—Sim, e apenas uma banheira de água quente do inferno. Estou lhe dizendo, Lainie, algo
muito ruim vai acontecer. Sei isso.
Porque a partir do momento da sua primeira respiração, havia sido amaldiçoada. E nada deu
certo para ela.

—Ei, Ma?
Karma Devereaux suspirou profundamente quando ouviu o chamado de seu filho, vindo do
corredor no andar de cima. Ela saiu de sua sala de estar a olhou para a porta. —Estou um pouco
ocupada, Boo. O que você precisa?
Assim que uma cabeça de doze anos inclinou-se sobre a balaustrada para olhar para ela, os
cachos escuros dele estavam uma bagunça em volta da cabeça, como se tivesse saído de um
vento. Algo estranho, uma vez que foi um dia quente, com pouco vento. —Sabe este vaso
estranho esquisito—assustador aqui, que tem uma runa da lua escrita sobre ele? O que você me
disse para nunca tocar?
O sangue deixou o rosto dela. —Você não o tocou, não é?
—Não. Mas Rug fez outra pausa para a liberdade e quando o encurralei na sala na qual não
deveria estar, o vi chão, quebrado. E juro por tudo que é santo, nem eu, nem o haste fizemos isso.
Parece que foi arremessado.
Aterrorizada por seu filho, Karma subiu as escadas correndo o mais rápido que podia. —
Você tocou em alguma coisa?
E.T. levantou o haste abrigado em suas mãos. — Apenas nos tapetes.

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—Coloque—o na gaiola dele.—Ela esperou que seu filho saísse, antes que entrasse na sala
com cautela. O terror a consumia, e, assim que viu o vaso quebrado, soube o porquê. Isso não
havia caído no chão e quebrado por acidente.
Alguma coisa o havia quebrado.
E isso explicava por que houve tanta atividade em sua casa recentemente. Por que todo
mundo novo correu gritando para a porta.
Um dos mais antigos seres mortais do universo, havia sido solto.
Doente do estômago, puxou o telefone do bolso e discou o número de último recurso.
Zeke respondeu ao primeiro toque. —Controle de Peste por Zeke Jacobson. O que está
comendo a sua alma hoje?
—Você não é muito engraçado.
Ele ignorou seu tom divertido. —Karma? É você?
Sim. Temos um problema, amigo, e preciso da cavalaria.
—O que você fez agora?
—Juro que não fiz isso. Eu não estou realmente certa de como isso aconteceu, mas ... Valac
escapou.
—Por Favor, me diga — que, quando você diz isso, você quer dizer que ele está batendo à
sua porta e quer sair para jogar. Não que ele está fora, fora, lá fora.
—Ele está desaparecido. Em alta velocidade. Fugitivo. Eu nem sabia que ele havia se soltado.
Não faço ideia quando ele se foi.
—Foi convocado?
Ela encostou os dedos no vaso. —Sim, — ela respirou. —Mas como chegaram a ele passando
pela minha proteção?
—Não tenho ideia. Mas precisava ser forte e feroz em seu próprio direito. Tendo isso em
conta, tenho que chamar a artilharia pesada.
—Vocês são a artilharia pesada, Zeke. Não é esse o ponto de um Necrodemian? Você mata o
grande mal.
—Sim e não. Há cerca de uma centena de demônios conhecidos que estão além de nossas
habilidades para lutar e matar. Aqueles que têm origens tão poderosas e antigas, que foram
trancafiados e devem ficar lá. Para este nível de demônio, precisamos de capacidades nucleares
de devastação. Apenas um de sua espécie pode lutar com ele e colocá-lo de volta em sua garrafa
sem morrer no processo.
—Espere. Você não está propondo convocar um demônio mais forte e mal para capturá-lo?
Zeke estava prestes a colocar Thorn em uma confusão terrível. Mais do que ninguém, Karma
sabia que era uma má ideia. A última coisa que Thorn precisava era de tentação. Todos os dias, ele
estava escorregando para o reino de seu pai, ela podia senti-lo a cada vez que conversavam. Mas
Zeke estava certo. Que escolha eles tinham?
—Sim, nós não convocamos os Hellchasers6 muitas vezes. Eles são como cães raivosos, e
geralmente lutamos com eles, como uma banda de rock. No entanto, é a única opção neste caso.

6 Criaturas convocadas para lutar contra demônios.

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A menos que queira Valac livre para vaguear, e não acho que seja uma boa ideia, especialmente
com o Halloween chegando. Basta cruzar os dedos, e estarei lá assim que puder.
Karma desligou o telefone enquanto examinava a sala onde armazenava e purificava
algumas das relíquias mais assustadoras, e outros itens do reino paranormal. Nunca quis
aprisionar Valac, mas quando sua irmã Tiyana havia morrido, herdou a tutela. Tiyana a fizera
prometer que se alguma coisa acontecesse com ela, Karma não confiaria o recipiente dele à
ninguém. Por nenhum motivo.
Agora ...
Por favor, não deixe que este seja o pior erro da minha vida.

Capítulo 2

Jo tinha acabado de embalar e colocar suas coisas em seu enferrujado Ford Falcon 1964 que
costumava ser vermelho, mas agora era mais cinza do que qualquer outra coisa, quando seu
celular começou a tocar. Atendendo—o, ela foi para o lado do motorista e jogou a bolsa ao lado.
—Ei, prima. Troca rápida de planos. Nós não estamos reunidos na casa de Karma. Em vez
disso, temos uma chamada de emergência na Mansion Gardette—Leprêtre em Dauphine.
—Você está brincando comigo. Aquele lugar velho estranho, onde o sultão e seu harém
foram abatidos?
—Aquele mesmo. Nos encontramos lá ... oh, e o homem está pagando a mais. Você ganhou
um bônus! Mazel tov!7
Esperando que isso não fosse um sinal adicional de um apocalipse pendente, Jo desligou e
entrou no carro. Bem, sempre teve uma fascinação mórbida sobre o lugar que era apenas a um
par de quadras da loja de voodoo de sua família, a Erzulie. Quando elas haviam sido crianças, sua
tia Kalila as presenteou com histórias assustadoras sobre aquela velha mansão e os horrores que
aconteceram há quase 200 anos atrás.
Sim.
Mas ela não conseguia suprimir a tristeza com o pensamento de se dirigir à loja onde sua
prima Tiyana havia morrido. Desde aquela noite horrível, havia feito de tudo para evitar a rua
inteira. Ela só podia imaginar o quanto era triste para Selena e suas irmãs, especialmente Tabitha,
que agora era a dona.
Sendo a noz fora da tigela Devereaux, Tiyana fora uma das favoritas de Jo. Embora nunca
houvesse acreditado em nada do que seu pai chamava de merda de outro mundo, Jo costumava
passar rapidamente por lá, para pegar os óleos especiais e sabonetes que T e sua tia Ana faziam
para o Erzulie.
Não pense sobre isso.

7 Esta frase é atualmente é usada no hebraico moderno para expressar congratulações para uma ocasião ou evento significante ou
festivo.

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Era difícil. A única lição que Jo havia aprendido, era como a vida mudava rapidamente. Uma
hora você estava andando em um pequeno casulo seguro e simpático. E no próximo ... bam! Seu
mundo derrapava para fora dos trilhos, deixando seu coração em pequenos pedaços sangrentos
na calçada, que faziam você pensar que nunca conseguiria colocá-lo de volta novamente.
Realmente deveria ser ilegal a vida causar qualquer dano ou dor.
Desgostosa, virou a chave de ignição. O carro dela estalou para vida com um estertor e
grande arroto de fumaça negra que se espalharam pelo quarteirão inteiro. Sim, era embaraçoso,
mas precisava dar um crédito ao velho Falcon. Aos cinquenta anos, estava com mais vida nele do
que ela no presente.
Empurrando tudo para fora de sua mente, exceto a música do Prince no rádio, ela se dirigiu
até Dauphine, onde Selena e Karma já estavam esperando, junto com quatro mulheres que nunca
viu antes.
Jo parou atrás do jipe de Selena e estacionou na rua. Depois de uma rodada extremamente
longa e humilhante de “sim—eu—desliguei—meu—carro—e—ainda—está—funcionando, —não-
sei-se—ele—vai—um—dia—desligar—então—beija—minha—bunda —e—esteja—feliz—que—
não—é—com—você”, ela saiu e pegou suas malas. Ao se aproximar dos outros, não pôde deixar
de notar as expressões no rosto de todos, que demonstravam que haviam feito uma aposta para
ver quanto tempo iria durar.
Esgueirando-se até Selena, ela sorriu. —Aposte 8 por mim.
—Oito o quê?
—Quanto tempo vou durar antes de correr gritando pela casa.
Karma riu.
O resto parecia confuso.
Com um bufo desdenhoso, Selena fez um gesto em direção à pequena loira à sua direita. —
Jo conheça a nossa líder destemida e exorcista, Mama Lisa. Ela é a única que faz o programa de
rádio Voices Carry na Internet nas noites de quarta.
Jo conhecia bem o show. Era o único que Karma ouvia que podia suportar.
Segurando sua mão, Jo inclinou a cabeça para a mulher com os olhos amigáveis e um belo
sorriso. —Prazer em conhecê-la.
—O prazer é meu.
Em seguida, Selena indicou as duas mulheres de cabelos castanhos que pareciam ser
parentes. —Irmã Jordan e sua irmã de verdade, Sarah.
Elas trocaram gentilezas.
—E a última, mas nunca menos importante, Senhorita Misericórdia.
Gordinha e adorável, ela mostrou um conjunto de covinhas profundas. —Oi, Jo. Espero que
não se assuste facilmente. Temos um problemão hoje.
Jo piscou para ela. —Estava procurando por isso.
—Você não tem medo? —Lisa perguntou em dúvida.
—Você conheceu Karma, certo? Imaginem compartilhar banheiros e camas de verão com
ela. Ela é uma porca. Nada me assusta mais do que os rituais de banheira à meia—noite.
Todos riram. Mesmo Karma.

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—Tudo bem, Senhora Destemida. —Karma agarrou a bolsa do ombro de Jo. —Esteja pronta
para algo assustador —Ela imitou uma risada maligna quando saiu.
Jo deu um olhar impressionado para Selena. —Sinto como se estivesse presa na casa do lago
com ela de novo ... me ajude.
Balançando a cabeça, Selena agarrou o tripé e os levou. Jo as seguiu, mas hesitou ao chegar
no hall. Não porque estava com medo, mas porque era absolutamente adorável. Enquanto do lado
de fora, a casa era em estilo grego e clássico, ornamentada em ferro forjado na varanda—
inteirinha—o interior era completamente moderno e contemporâneo.
Madeiras polidas. Os ventiladores de teto. Tetos trabalhados e bonitos. Artísticos.
Jo tentou não bocejar em reverência. —Achava que eram apartamentos.
Selena colocou o tripé para baixo. —Era. Há um ano em agosto, foi comprado e convertido
em uma única casa. Nove quartos, dez banheiros. Mais de sete mil metros quadrados de mal
absoluto.
—Não parece mal. Parece muito bom.
Obrigado.
Jo virou-se ao som da voz profunda do homem. Vestido com uma camisa verde do golfe, ele
era de meia-idade e mantinha o ar de um homem responsável.
—Cal, —Lisa disse em saudação. —Obrigado por nos deixar fazer isso.
—Não, obrigado por terem vindo. Depois da semana passada, minha mulher se recusou a
voltar. Ela já está querendo colocar à venda. Desejava que ela houvesse feito isso antes da última
conta de remodelação. Mas o que podemos fazer? Mais barato do que os advogados de divórcio,
acho.
Selena tirou um caderno em espiral encadernado com vinil, que tinha monstros bonitinhos
na capa, e uma caneta com penas de flamingo. Tão profissional. —O que exatamente está
acontecendo?
—Honestamente, nada em primeiro lugar. Estávamos aqui há quase um ano sem
ocorrências de qualquer natureza. Como todo mundo, pensamos que as histórias sobre o lugar ser
assombrados, eram falsas. E, em seguida ...
Selena olhou para cima. O que?
—Viemos em uma noite depois de jantar fora e havia um odor estranho. Eu não posso nem
descrever como era. Pensamos que talvez fosse um problema na rede de esgoto ou algo assim.
Lisa parou ao lado da mesa do console no corredor. —Algo estava fora do lugar certo aqui.
—Ela acenou com a mão sobre a bandeja de bolas de mármore.
Cal assentiu. —Alguém havia colocado uma única rosa vermelha lá.
—Houve um grito no andar de cima, — Jordan sussurrou, enquanto repetia o que pensava
que havia acontecido. Sua mulher correu de volta para o carro para chamar a polícia, enquanto
você foi até o quarto andar para investigar. —Ela olhou para ele. —Mas não encontrou nada. O
quarto estava completamente vazio.
Carrancudo, ele acenou com a cabeça novamente. —Como sabe isso?
—Elas são muito sensitivas. —Karma voltou-se para Jo. —Você não deveria estar filmando
isso?

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—Foi mal.—Jo colocou a bolsa de sua câmera no chão e tirou a Filmadora Digital. Firmando-
a em seu ombro, ela ligou, então franziu o cenho enquanto apertava o interruptor. —Que
estranho.
—O que? —Perguntou Selena.
—Carreguei a bateria antes de vir para cá e agora está vazia. —Jo retirou a bateria para fora,
só para descobrir que ambos os backups estavam descarregados também.
Selena fez uma observação. —Todos, rápido. Verifiquem seus telefones.
Um por um, eles relataram a mesma coisa. —Completamente descarregado.
—Oooo, —Karma respirava. —Temos atividade paranormal realmente. —Com a ânsia de
uma criança no Natal, ela olhou para Cal. —Viu alguma aparição?
—Um homem de cabelos claros. Jovem.
—Onde?
—Lá em cima. No espelho antigo do corredor, que está agora em um armário. Ele veio com a
casa. Tirei-o da parede depois que minha esposa começou a ter pesadelos com isso, há um mês.
—Vamos vê-lo e ... —a voz de Lisa sumiu quando ela abriu a porta à sua esquerda e entrou
no quarto lá. Ela suspirou.
Assim como os outros.
Um por um, cada um deles virou-se para olhar para o proprietário.
—Você realmente gosta de antiguidades, hein? —Perguntou Selena.
Ele deu de ombros. —Sou um historiador. Isso são artefatos que coleciono. Principalmente
via eBay, e de amigos que são antropólogos e arqueólogos.
Karma virou-se para Selena. —Qual o período de tempo?
—Babilônico. Muito babilônico.
Cal assentiu. —Acádia e Sumério são meu foco principal. Isso é um problema?
Karma balançou a cabeça. —Conhece a Dra. Parthenopaeus?
—Tory? Sim. Eu a conheço há anos.
—E Dr. Julian Alexander? —Perguntou Selena.
—Ele também.
—Devemos chamá-los? —Karma sussurrou para a irmã.
Estou não tenho certeza. Ainda. Vamos olhar em volta um pouco mais. —Selena enfiou a
caneta em seu caderno. —Mostre-nos este espelho.
Jo seguiu os outros enquanto se dirigiram até as escadas. Ela não estava tentando ficar
empolgada com tudo isso, mas a coisa com as baterias foi muito estranha. Mais e mais, tentava
pensar em uma razão lógica para isso.
Ela não podia. Nada deveria causar uma descarga total de energia. De todos os itens.
Isso era peculiar.
Cal os levou para outro quarto e abriu a porta do armário.
—Você sente isso? Jordan estremeceu.
Sua irmã assentiu. —Há algo aqui com a gente.
—Lençóis, —Disse Jo. —Porcelana. Montes e montes de tapetes e arte.

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Passaram por ela dando um olhar irritado, que dizia que seu bônus poderia estar
encolhendo.
Cal e Lisa trouxeram o espelho para fora. Com mais de sete metros de altura, era uma
antiguidade impressionante que lembrava as centenas que havia visto nas lojas de antiguidades,
que se alinhavam na Royal Street. Por alguma razão, Jo sempre fora fascinada por espelhos,
especialmente os velhos. Tanto assim, que havia forrado todo o seu quarto com eles quando era
uma menina. Algo que aparentemente corria em seu sangue, já que sua mãe havia confessado a
ela, que havia sido da mesma maneira quando era uma menina.
—Então, quantos anos de azar se você quebrar esse? —Jo estava tentando aliviar o clima.
Tudo o que fez foi irritar seus companheiros.
—Finja ser séria, —Mercy disse com um olhar irritado. —Somos os profissionais aqui.
Lembrando-se que seu bônus teria um acréscimo, se não explodisse isso, Jo deu um passo
atrás. —Desculpe
Entediada, enquanto eles estudavam e bloqueavam sua inspeção, olhou ao redor do quarto,
que possuía uma vista incrível da Catedral St. Louis no final da rua.
Inconscientemente, ela se moveu para a janela que refletia de volta para o quarto. Ela viu
uma sombra passar por cima daquilo.
Você é aquela?
Ela virou-se com o sussurro. Ninguém estava lá. Os outros ainda estavam reunidos ao redor
do espelho, comparando notas e especulando esquisitices.
Hmmm ...
Sim, estou perdendo isso.
Eles costumavam fazer isso quando ela era criança. Eles agem todos oooo e ahhh,
especialmente em torno de espelhos, e viam as coisas até que ela os convencia que os viu,
também.
Mas ela sabia que não.
Os Devereauxes eram os mais estranhos do estranho. Começando com a tia Rocky e
chegando em todas as suas nove loucas e assustadoras filhas.
Quanto a isso, a mãe de Jo não era exatamente normal. Os Floras possuíam uma longa
linhagem de charlatões excêntricos, mas principalmente adoráveis. Mesmo sua avó Romanichal8
tinha uma veia no pé dela, que jurava que inchava, sempre que uma enchente estava chegando.
Você poderia apostar dinheiro nisso.
Mas uma coisa boa sobre eles: piqueniques familiares e reuniões nunca foram chatos.
—Você vem, Jo?
Virou-se com a pergunta de Selena e percebeu que todos desocuparam o quarto enquanto
ela estava sonhando. —Direto atrás de você.
Enquanto seguia em torno deles, precisava admitir que havia algo bastante assustador sobre
o lugar. Brilhante e patologicamente limpo, era inquietante. Realmente, ninguém deveria ter uma
casa tão imaculada, enquanto estavam na verdade vivendo nela.
Sim, a casa escorria estranheza.

8 Grupo de ciganos do interior da Inglaterra.

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Seu olhar foi para Karma.


E aí estava. A fonte de toda a esquisitice. Jo conteve uma gargalhada com o pensamento.
Ignorando-os enquanto tagarelavam sobre coisas que ela não sabia nem queria aprender
sobre isso, se desviou para a porta dos fundos, que dava para em um pequeno pátio. Congelou
quando se deparou com o mais incrível mural que já viu. Feito do que pareciam ser os painéis de
espelhos antigos que refletiam na casa, estavam cobertos com pedaços de metal, moldados para
se parecer com árvores em 3D, com o corte da porta dos fundos no centro deles. Dava a ilusão de
andar em um pomar místico.
Eu preciso disso no meu apartamento. ...
—Bonito, Não é?
Virou-se ao som da voz de Cal. — Sim, é. Estava aqui quando você comprou a casa?
—Não. Uma amiga da minha esposa é artista. Ele fez os vários murais que você vê nestas
casas mais antigas.
—Posso ver porquê. —Ela sorriu para ele. —Tem uma casa incrível. Sei que você e sua
esposa estão muito orgulhosos.
Ao mesmo tempo que ele abriu a boca para falar, Lisa chamou a atenção dele. Ele a deixou
para atendê-los.
Sozinha, Jo aproximou-se das árvores de metal para estudar a arte. Aquilo tomava mais
paciência do que ela já tivera. Mas a artista dentro dela, estava muito intrigada com isso.
Enquanto gentilmente tocava as bordas esmaltadas, seu olhar foi para os velhos espelhos,
vitrais que haviam sido meticulosamente unidos e colocados para dar o efeito. Sim,
definitivamente queria fazer isso com alguns dos quais ela recolheu ao longo dos anos.
Uma luz assombreada se moveu atrás de um painel.
Carrancuda, se virou para ver se alguém estava atrás dela.
O quarto estava vazio.
Não seja estúpida. E não os deixe bagunçar sua cabeça. Não, a menos que você pretenda
cobrar-lhes aluguel. Você poderia usar o dinheiro.
Rindo de seus pensamentos, foi até a porta, com a intenção de investigar o pátio onde foi
dito que o locatário do imóvel, havia sido enterrado vivo durante o massacre que ocorrera na casa.
Mas quando começou a passar pela porta, tropeçou na borda do tapete. Jo estendeu a mão
se segurar contra a parede. Só que em vez de tocar os painéis espelhados, passou por eles.
Completamente.

Capítulo 3

Jo congelou quando se encontrou no lugar mais estranho que já tinha visto. Estava numa
floresta horripilante de conto de fadas completa, com árvores retorcidas que pareciam vivas e que
tentaria comer a cabeça.
Isso é uma merda. ... Eu caí num episódio da tv e não posso me levantar.

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E a partir da aparência disso, era um episódio de A Família Addams.


Talvez Os Monstros.
Definitivamente, definitivamente um dos dois. Virando-se num círculo lento, não viu nada,
além de uma escuridão sem fim. Sem qualquer cor. Mesmo a pele dela era de um cinza pálido
nojento. Demais até para o tom de pele do Leste Europeu dela.
Estranho.
É por isso que a Technicolor assumiu filmes. ...
Um vento frio uivava em volta dela, mexendo os cabelos e levantando arrepios na pele dela.
Envolvendo os braços ao redor de seu corpo, cambaleou para frente, durante a noite, procurando
um caminho para casa.
—Selena! Karma —parou para ouvi-las, e não ouviu nada, além do vento. —Isso não é
engraçado! Eu juro, Karma, quem apronta é a Jo! Não você! Te darei o troco por isso! Você tem
que dormir em algum momento!
Vamos lá, Jo. Acorde.
Apenas um sonho estúpido.
No entanto, enquanto os segundos se transformaram em minutos e nada mudou, começou
a ficar preocupada. Assustada, mesmo.
De repente, ouviu o som de pés correndo não muito longe. —Lainie? Por aqui! E traga uma
lanterna!
O som mais lento, em seguida, virou-se na direção dela.
Aliviada, soltou um suspiro alongado. Até que viu a origem do som.
Oh inferno não. ...
Eles eram os refugiados podres, de um daqueles filmes de zumbis assustadores, que sua
prima Tabitha assistia todas as noites, quando ia para a cama.
Aterrorizada, Jo virou-se e correu o mais rápido que pode. Mas como a sorte que possuía,
aquilo não se movimentaria lentamente, como os zumbis de Walking Dead9. Ah, não ...
Ela teria sido premiada com os super—zumbis de Resident Evil, com esteroides e
treinamento olímpico. Um se lançou para ela, e tentou mordê-la. Jo abaixou e girou antes de
correr na direção oposta. Frenética, procurou por uma arma, mas tudo o que podia ver era névoa
e escuridão, e algo parecido com mais escuridão.
Inútil!
Da próxima vez que tiver esse sonho, quero óculos de visão noturna e um facão! Sem falar de
um par de guarda-costas quentes.
E em todos aqueles filmes horríveis, terríveis, que Tabby a forçou a assistir, a única coisa que
Jo sempre havia mais odiado era a garota idiota gritando que dirigia sem poder fazer nada,
geralmente em saltos, e nem sequer tentar se salvar.
Mas que diabos? Não havia mais nada a fazer.
Deixando escapar um grito de gelar o sangue, correu e bateu direto em uma dura árvore
implacável que apareceu do nada.

9The Walking Dead conta a história das semanas e meses que se seguem a um apocalipse zombie pandémico e acompanha um
grupo de sobreviventes, dirigidos pelo agente da polícia Rick Grimes, que viaja em busca de um local seguro e a salvo.

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Ou assim pensava. A árvore negra envolveu dois braços em volta dela e puxou-a por trás
dele antes que ele se virasse e puxasse uma espada tão rápido, que ela levou um minuto para
processar o que ele estava fazendo. O som de metal raspando enviou um frio ainda maior sobre
ela.
O olhar dela mal podia seguir o homem extremamente alto cortando essas coisas, enquanto
procuravam matá-lo e se apoderar dela. Cara, eles eram treinados. Mas nada comparado com o
cara. Ele girou e aparou e enfiou como uma bailarina macabra.
Era óbvio que ele já estivera contra eles mais de uma vez.
Mesmo levando vários minutos, lutou com eles com habilidade e precisão absurda.
Depois que finalmente estavam espalhados na névoa ao seu redor, ele virou-se lentamente
para estudá-la. Sem uma eca de luz, ela não conseguia distinguir qualquer detalhe do corpo dele.
Em todos os aspectos. Envolto em preto sobre preto da cabeça aos pés, ele parecia um monge
assassino.
Guardando a espada dele, falou com ela em uma língua que nunca havia ouvido antes.
Quando ela não respondeu, ele agarrou seu braço e rosnou mais rabiscos.
Empurrou-o. —Amigo, aqui não tem Google Tradutor. Não tenho curso na Rosetta Stone10.
Eu não sei mesmo de que continente isso vem.
—Humana? A voz de barítono profundo dele, a congelou. Ooo, sexy-som de voz duplamente
envolvida em um sotaque lindo. Agradável e relaxante, ao contrário do aperto feroz que mantinha
no braço dela.
—Depois do meu primeiro bule de café. A maioria dos dias. Sim, sou humana. —Tentou
erguer a mão dela. —Já tomou sua cafeína? Sua dose diária?
O aperto dele em seu bíceps aumentou, quando ele a puxou para longe dos corpos.
—Ei! Alto, irritante e assustador, não sou sua parceira. —Ela bateu na mão coberta dele. —
Quer pegar leve com a mercadoria? Você quebra, você compra, e não é barato. Tenho três cães
para cuidar, sabia? Beggin’ Strips11 são caros. E Maisey é viciado na cara pipoca de micro-ondas
com manteiga. E uma de marca barata ele não aceita.
Cadegan não fazia ideia do que a mulher estava dizendo. Enquanto entendia a maioria das
palavras que ela usou, outras deixaram-no confuso assim como a sua repentina entrada em seu
reino. E as frases dela eram um disparate absoluto.
Por roupas dela, sabia que era do atual mundo humano. Mas por que estava aqui?
Como chegou aqui? Alguns dos outros que chamavam este inferno de casa poderiam ir e vir,
pois eram feiticeiros, Adoni, ou outros moradores inferiores. Os seres humanos não possuíam a
liberdade de se aventurar aqui sem ajuda.
E sempre que um ser humano era enviado para cá por ele, podia sentir o toque de um
demônio sobre eles a léguas de distância.
Ela era diferente. Enquanto havia algo familiar nela, não possuía qualquer cheiro de
qualquer coisa, além da humanidade.
Bondade.

10 Franquia de escola de línguas.


11 Marca de comida canina.

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Foi o que atraiu os graylings para ela, e por isso fizeram o ataque. A inocência era o bem
mais precioso e valorizado neste reino do inferno. E era um que nunca durava muito, antes que
eles convertessem o inocente.
Ou que os matassem.
Cadegan congelou quando ouviu que mais graylings e sidhe, vinham atrás deles. Pior do que
isso, parecia que estavam com os MODs. Os Minions of Death12 dariam qualquer coisa por um
pedaço da carne humana dela. E eles iriam devorá-la apenas para ouvi-la gritar por misericórdia.
—Fique aqui. —Ele a deixou para se envolver no escuro, contra seres que atacavam
qualquer um, burro o suficiente, para estar na Floresta Mais escura a esta hora.
Duw! Vários deles a detectaram, e pareciam estar se multiplicando a cada pulsação. Ele
abaixou a espada brilhante antes que um MOD que avançasse para ele.
A mulher avançou, partindo para a briga.
Distraído, sentiu a mordida da criatura com a qual estava lutando. Xingando, bateu de volta
e a matou um instante antes dela começar a correr novamente.
—Alto!
Ela congelou e estendeu os braços para cima. — Não atire!
Por que ela acharia isso? —Não tenho nenhum arco ou besta, moça. Seriam inúteis contra
eles, de qualquer maneira.
—Ok, valeu—Ela se virou para encará-lo.
A respiração de Cadegan ficou presa, quando finalmente reparou nas feições audaciosas
dela. Alta e magra, não possuía as curvas que uma vez preferira sobre o corpo de uma mulher.
Mas o rosto dela era o de um anjo inocente escuro. Os cabelos negros sedosos e os olhos escuros,
o fizeram se lembrar de casa. Pior, ele teve um súbito desejo de tocar os longos cabelos dela para
ver se eram tão sedosos quanto pareciam. Para inspirar o doce perfume dela.
Canolbwyntio!13 Isso deveria ser uma armadilha de algum tipo. Isso era tudo pelo o qual
aqueles condenados esperavam neste reino-do-nunca da loucura. Não era o mundo humano nem
Camelot nem Avalon, esta era a Terre Derrière le Voile14—o buraco negro entre esses mundos,
para onde seu irmão lhe havia enviado para esperar por toda a eternidade. Eternamente seria
capaz de ver os reinos cheios de cor, mas não poderia alcançá-los ou visitá-los, não importa
quanto poder exercia.
Deixe-a com eles, então, se vá.
Era a coisa mais sã a se fazer. Mas então havia sido insano por séculos atrás.
Agora ...
Como os que a estavam reivindicando, ele a queria com ele. Somente um pouco. Se não por
nada mais, apenas para aliviar a solidão que era a sua única companheira.
Alguns minutos de conversa era realmente pedir demais?
Droga de inferno sangrento de Lúcifer.
E ele que se danasse também.

12 Servos da Morte.
13 Em gaélico: “Concentre-se”, “Foco”.
14 Em francês: “A Terra por Trás do Véu”.

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Antes que pudesse se conter, Cadegan estendeu a mão para ela. —Venha comigo moça, e
vos conduzirei para a segurança.
Jo hesitou quando tentou entender sentido das palavras dele. —Quem é você?
—Cadegan.
Cara, esse garoto possuía um sotaque carregado. E era um estranho. Um peculiar
cruzamento de um sotaque irlandês ou escocês e Inglês arcaico. No entanto, não era nada como já
ouviu antes. —Cah—quem?
Ele falou devagar para ela. —CUH—Doo—gun.
—Cadegan. —Ela se encolheu, esperando não insultá-lo com a pronúncia dela. Se o fizesse,
ele não a pouparia. —O meu é fácil. Sou Jo.
—Jo. Devemos nos retirar agora. Eu os atingi e os machuquei, mas não podemos ficar.
Haverá mais. Sempre há.
Isso era pior do que tentar entender sua avó Romanichal, quando ela misturava romani com
inglês. —Você está tentando me ajudar?
—Sim.
—Certo, Mas tenho um sapato, amigo, e não tenho medo de usá-lo.
Cadegan não fazia ideia do que isso significava, mas soava vagamente como uma ameaça. Se
tivesse mais tempo, iria rir com a ideia de uma mulher tão magra pensando que poderia lhe fazer
mal. Ou qualquer mulher ou homem, no tocante ao assunto. Mas este não era o momento.
Precisavam fugir antes que algo a arrancasse dele.
Ela finalmente colocou a mão delicada na dele, e ele amaldiçoou o fato de que estivesse
usando as luvas, que o impedia de sentir a pele dela na dele. Estivera sem um toque humano por
tanto tempo, que não conseguia se lembrar da sensação de todo. Não que já conhecera muito.
Ainda assim ... todo mundo ansiava por algum grau de contato físico.
Mesmo os amaldiçoados e condenados.
Ele a puxou de volta para a vala que servia como sua casa, desde que Leucious o havia
aprisionado aqui. Não era muito. Uma cela, realmente. No entanto, era limpo e utilizável. O
melhor de tudo, podia ser bloqueada e selada para manter os outros de fora, o tempo suficiente
para ele dormir ou comer, de qualquer maneira.
Com seus poderes, ele abriu a porta de pedra e lhe permitiu entrar em na casa dele
primeiro. — Desculpe-me, é apenas um daever15.
—Diaper?
—Diaper? —Repetiu ele, não compreendendo seu termo mais do que ela entendia o seu. —
Hovel, —Ele tentou novamente.
Jo sorriu quando ela finalmente conseguiu o que ele queria dizer. — Mesma coisa
—Ah.

15 As palavras foram deixadas no original, para enfatizar o fato que que Cad fala gaélico e inglês arcaico e Jo é uma mulher
americana do século XXI. Então, as palavras que ele usa, são arcaicas. Jo não entende o que ele diz, mas tenta procurar alguma
palavra que se assemelha ao som feito por ele. Daever = gaélico arcaico, significa casebre. Diaper (inglês moderno), significa fralda.
Ambas possuem uma sonoridade levemente parecida. For fim, Cad diz: “Hovel”, que a palavra em inglês mais próxima do
significado de Daever. Daever=Hovel= Casebre.

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Franzindo a testa, viu quando ele separou as mãos e uma maciça e enorme pedra rolou
sobre a abertura por onde entraram. No momento em que estavam dentro, dez candelabros
acenderam-se em torno dela, mostrando-lhe o buraco hobbit onde ele vivia. O chão sob os pés
dela era feito de tábuas de madeira polida, enquanto troncos torcidos pareciam segurar um teto
curvo sobre suas cabeças. Também suportava um pequeno, sótão no segundo andar, onde uma
cama modesta estava assentada em uma pequena plataforma, que parecia ter gavetas nela, e um
lavatório. Ao todo, o lugar lembrava um estúdio de barro. Provavelmente com algumas centenas
de metros quadrados no total.
Havia uma lareira à esquerda, com um pequeno caldeirão preto e um coador. Mais duas
panelas e uma caçarola, penduradas em ganchos. As paredes estavam nuas, exceto por uma
coleção de espadas impressionantes, lanças e machados. E mais escudos que ela já havia visto em
sua vida. Foi só então que percebeu que podia ver a cor aqui dentro. Ao contrário do lado de fora,
que estava em puro preto e branco.
—Desejarias algo para morder, moça?
Voltou seu olhar para ele, então suspirou quando percebeu o quanto ele era maior do que
ela imaginara. Uau! Ele deveria ter bem mais de um metro e noventa, com ombros largos e
maciços. Vestido com uma túnica preta, como um monge completo com um cinto de corda e capa,
ele era enorme. Ele tirou um par de luvas de malha metálica e as colocou em seu cinto.
Quando ela não respondeu, ele baixou capuz do manto para finalmente mostrar o rosto. Ela
prendeu a respiração quando viu os olhos tão azuis, como um mar claro do Caribe, que eram
eletrizantes. Sobrenatural. O cabelo loiro escuro dele estava cortado muito curto. Estilo militar. E
enquanto os bigodes loiros estavam um pouco longos, como se ele não houvesse feito a barba por
algumas semanas, não era uma barba cheia, nem estava desgrenhada. Era uma bagunça sexy que
acrescentava uma qualidade extremamente robusta para um rosto masculino, de outra forma
maravilhosamente perfeita.
—Você me ouviu, moça? Desejarias algo para morder?
Se algo para morder era um Cadegan quente em sua cama, sim. Iria se inscrever e observar
os spams de seu e-mail! Aceitaria isso e mais um pouco.
—Não tenho certeza sobre o que você está me perguntando.
Um sorriso, provocante, lento, se espalhou pelo rosto bonito dele, tornando-o ainda mais
atraente e delicioso. —Alimentos. Bebida. Desejaria ... morder?
Fez um beicinho com a decepção. Não era a oferta que ela estava procurando. Balançou a
cabeça. —Estou bem. Obrigada, no entanto.
Ele inclinou a cabeça antes que tirasse o manto com um floreio e o pendurou num gancho na
parede. Voltando-se para ela, hesitou. A timidez dele era inesperada, docemente encantadora e o
fazia parecer quase real.
—Então Cade ... você é alto, sexy, elegante, e vive em um buraco hobbit. Qualquer outra
coisa que preciso saber sobre você? Como, existe uma senhora hobbit-gigante com quem você
compartilha sua morada?

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Ele não respondeu, enquanto parecia estar lutando para compreender. Em vez disso, baixou
o olhar para a mão dela. Uma fome que ela não conseguia entender, escureceu os olhos dele. —
Posso? —Ele perguntou hesitante.
—O que?
Aproximando-se dela lentamente, pegou o braço dela como se esperasse que ela se
evaporasse. Com uma ternura inimaginável, ele pegou a mão dela na dele e fechou os olhos como
se estivesse saboreando a sensação disso. Ele mordeu o lábio inferior na expressão mais quente
que já viu no rosto de um homem, e segurou-lhe a mão entre as suas. Com sua respiração
irregular, levou a mão dela ao rosto e segurou os dedos na pele dele como se fosse uma relíquia
sagrada. Na verdade, ele tremeu quando murmurou em uma linguagem melódica que ela não
poderia mesmo começar a decifrar.
Uma parte dela estava aterrorizada pelas ações dele. Estava totalmente louco? Mas ele não
a estava ameaçando. Em vez disso, agiu como se não estivesse estado perto de outra pessoa por
um tempo muito longo.
—Você está bem?
Ele inalou a pele dela um instante antes que a soltasse e desse um passo atrás. —Desculpe-
me, moça. Eu não queria assustá-la.
—Sem problemas. Estive em encontros muito mais assustadores do que esse. Embaraçosos,
também, e isso foi quando estava realmente acordada para eles ... com testemunhas que
conhecia.
Ele sorriu, em seguida, foi até um armário feito à mão, onde serviu-se de uma taça de vinho.
Assim que começou a tomar uma bebida, algo bateu na pedra que havia rolado no lugar como
uma porta.
Ofegante de medo, Jo aproximou-se dele.
Cadegan entregou-lhe a taça. —Acalme seus nervos, moça. Tome um pouco. Prometo a
você, eles não entrarão aqui. E nunca através de mim.
Ela agradeceu e tomou o vinho, enquanto o que estava fora fez o seu melhor para fazê-lo
um mentiroso. —Posso te perguntar uma coisa?
Serviu-se de outra taça. —Sim.
—Qual Língua que você está falando?
—Inglês, creio. —A maneira como ele disse que soava mais como Anglis.
—Você não é inglês?
A raiva brilhou tão acaloradamente nos olhos dele que ela recuou imediatamente.
—Desculpe-me, Cade. Eu não tive a intenção de ofendê-lo.
Uma tic pulou na mandíbula dele, antes que bebesse o conteúdo do copo em um gole e
derramasse outro. —Sou Bretão16.

16 Britânicos ou Bretões eram as pessoas que falavam a língua celta insular conhecido como bretão comum. Eles viveram na Grã-

Bretanha durante a Idade do Ferro, durante a época romana e nas era pós-romana. Após a chegada dos anglo-saxões, a população
foi submetida à cultura ao anglo-saxão, tornando-se "Inglês"; a língua persistiram nas áreas periféricas celtas do País de Gales,
Cornwall e sul da Escócia, emigrando também para a Bretanha na França.

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—Isto é absolutamente lindo. Não faço ideia de onde é isso ou porque o meu cérebro está
atrapalhado com isso, mas tudo bem. Deve ter sido por ter cruzado as entradas da Wikipédia de
novo. —Ela bateu a taça de metal contra a dele. —À Bre ... ou à tudo o que você acabou de dizer.
Cadegan riu das palavras dela, então congelou quando o som o chocou. Honestamente, não
conseguia se lembrar da última vez que riu. Por nada. Parecia tão estranho aos seus ouvidos.
Ela era encantadora a um nível assustador.
Então ela o fez sofrer por coisas que sabia que nunca poderiam ser dele. —Você poderia ter
me conhecido como Cymry ou ... Welsh17.
—Ah! Agora sei. Explica muita coisa, na verdade. ...Uma salada impressionante. —Ela
terminou o vinho e colocou a taça na pequena mesa. —Sempre quis ir ao Reino Unido. Deve ser
por isso que meu cérebro está conjurando isso durante meu estado de coma. Agora que penso
nisso, você me lembra do cara que interpreta o Arrow18. ... Sim, estou vendo a conexão
finalmente.
Cadegan bufou em seu jargão. —Se soou de maneira obscura para você, moça, como você
para mim, peço profundas desculpas por isso.
—Acho que 'sim' é a resposta certa para isso. Mas está tudo bem. Comas não são
conhecidos por fazer sentido. Certo?
Ele sorriu para sua pergunta. —Odeio ser o criador de más notícias para você, mas você não
está dormindo.
Jo ficou tensa com isso. Ele não podia estar certo. Por favor, esteja mentindo para mim. —
Perdão?
Ele fez um gesto em torno de sua caverna. —Isso é tão real quanto os chifres espinhosos de
19
Bran .
—Não. Não é.—Se isso for verdadeiro não fazia mais sentido do que qualquer coisa que ele
havia dito a ela.
Balançando a cabeça, ele colocou sua taça de lado.
—Eu não acredito em você. Prove.
Cadegan não fazia ideia de como fazer isso sem machucá-la, e por alguma razão, isso era a
última coisa que queria fazer. Ele sim gostava do absurdo falatório dela, e gostava do fato de que
ela não tinha medo dele.
—Bem? —Ela provocou.

17 Galês. Cymry é gales em gaélico e Welsh é galês em inglês. Relativo à região e à língua do País de Gales

18
19The Horn of Bran the Niggard era um dos treze tesouros das Ilhas Britânicas. É um conto de origem celta, onde se dizia que
qualquer pessoa que desejasse uma bebida e usasse o chifre como taça, imediatamente a bebida aparecia no chifre.

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Um sorriso diabólico surgiu nos lábios dele enquanto pensava em uma maneira de provar
isso e não machucá-la. Antes que pudesse reconsiderar ou se deter, abaixou os lábios até os dela e
a beijou profundamente. Mas ele estava totalmente despreparado para a sensação de saboreá-la
tão intimamente. Para as sensações que aquele beijo iria inflamar dentro dele.
Respirando bruscamente, ele fechou a mão no cabelo sedoso dela e explorou a boca com
uma fome esquecida e a saudade ressurgiu com garras vingativas. O corpo dele tornou-se vivo
com uma necessidade tão feroz, que desafiou totalmente sua vontade de se conter.
Duw20 dava-lhe força.
Jo não poderia estar mais atordoada, do que se o homem tivesse lhe dado um tapa. Mas,
enquanto ele a segurava tão perto de seu exuberante corpo, duro, enquanto ele corajosamente
explorava sua boca, percebeu o quanto ele estava dilacerado. Como incrivelmente masculino e
quente era. Perversamente quente, ela colocou os braços ao redor dele e abraçou-o, ansiando por
um corpo que sabia com certeza de que iria se sentir incrível sobre o dela.
Se isso fosse um sonho, não queria acordar. Não se ele não estivesse lá com ela.
Quando ele finalmente se afastou, olhou para ela com uma dor amarga que fez seu peito se
apertar.
—Você acredita em mim agora, moça?
Estendendo a mão, ela tocou seus lábios enquanto o gosto dele permaneceu com ela.
Adorava a sensação dos bigodes dele provocando-lhe a carne. —Se não estou inconsciente, onde
estou?
Ele fez uma careta antes que a soltasse e desse um passo atrás. —Inferno.
—Não. —Ela olhou ao redor da caverna lamentável e desolada, enquanto essas criaturas
ainda tentavam entrar. — Não. Ela repetiu com um pouco menos de certeza desta vez. —Não. Não
é possível.
—Por que não?
—Porque ... Eu não mereço o inferno. —de repente com raiva, ela olhou para o teto. —O
que? Você trapaceia em um exame estúpido de olhos, na oitava série, porque você não deseja
usar óculos e se parecer como um nerd, e você é banido para o inferno por isso? Sério?
Olhou de volta para Cadegan. —Sim, você está certo. Essa é a minha sorte de merda. Sabia
que deveria ter sonegado os meus impostos. Pelo menos uma vez! Mas nenhuma vez. Jogo pelas
regras, e me ferro. Sempre. Ajustem seu relógio para isso, amigos. —Ela assentiu com a cabeça
enquanto andava pelo quarto pequeno. —Acredito em você! Estou no inferno. Quão perfeito é
isso?
Ele bufou com a explosão dela. —Você não pertence à este lugar. Você está certa sobre isso.
Como você entrou, afinal?
—Tropecei em um tapete e devo ter rachado a cabeça no aparador e morrido. Como tão
espetacular é isso? —Olhou para o teto novamente. —Obrigado, Selena! Sua vadia! Eu não podia
nem morrer engasgada com uma banana split. Não, saio estupidamente e de dieta. Não é justo!
Deveria ter comido torrada, bolo e sorvete francês, e não iogurte diet simples nojento no café da
manhã. Onde posso apresentar uma queixa?

20 Divindade masculina celta.

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Ele riu.
Até que ela bateu-lhe levemente na barriga. —Não é engraçado! Toda a minha vida não tem
sido nada mais do que para servir como um conto de advertência para os outros. Inacreditável.
Esfregando o estômago, ele olhou para ela, incrédulo. Ninguém jamais o tratou de forma tão
leve antes. —Você não está morta, Jo. Você está em Glastonbury Tor21.
—Como a abadia22?
—Em suma, sim. Este é a Terre Derrière le Voile—um reino onde as coisas são enviados para
serem esquecidas.
—Sim, mas ninguém me mandou aqui. Caí dentro disso.
Ele coçou a bochecha enquanto considerava as palavras dela. —Então Você deve ter
tropeçado através de um acesso escondido. Isso normalmente não acontece dessa forma, mas já
vi coisas muito estranhas que ocorrem aqui.
—lsso quer dizer que posso voltar para casa? —Perguntou ela, esperançosa.
Por razões que não queria entender, o pensamento dela deixando-o, machucava-o por
dentro. —Sim, Moça. Providenciaremos para que encontremos seu ponto de entrada.
—Ah, isso é fácil. Vá para a esquerda para a escuridão e continue andando até ficar cego
com isso. —Ela levantou a mão quando ele começou a falar. —Estava sendo sarcástica. —Ela
franziu o cenho para ele. —Você caiu aqui também?
Cadegan desejou que sim. —Não, Moça. Fui colocado aqui, muito intencionalmente.
Jo fez uma pausa enquanto pensava no que estava dizendo. Isso não fazia nenhum sentido
para ela. Como ele foi designado aqui? —Para quê?
—Não importa. Foi há muito tempo.
Ela passeou um olhar sobre o manto de monge dele, que poderia ser antigo ou moderno. Era
muito semelhante aos que o irmão Anthony usava aos domingos na Missa. —Quanto tempo
exatamente?
Ele hesitou antes de responder. —Desde que Edward, o Confessor23, era rei de Inglaterra.

21O Glastonbury Tor é uma montanha de 158 metros de altura localizada em Glastonbury, Somerset, Inglaterra, em cujo cume está
localizada a igreja de São Miguel, que não possui teto.1Tor é uma palavra celta que significa "montanha". O formato da montanha,
com sete níveis de terraço, é um mistério. Suspeita-se que possam ter servido para agricultura, pecuária ou como mecanismo de
defesa.

22

A abadia de Glastonbury foi um mosteiro rico e poderoso da cidade de Glastonbury, no condado de Somerset, na Inglaterra.
Desde pelo menos o século XII, a área de Glastonbury era frequentemente associada à lenda do Rei Artur, uma conexão motivada
pelos monges medievais que afirmavam Glastonbury ser Avalon. A abadia foi suprimida durante a Dissolução dos Mosteiros pelo rei
Henrique VIII da Inglaterra. As ruínas se tornaram atualmente uma atração turística.

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Selena gemeria por causa de sua estupidez, se estivesse aqui. Mas história nunca havia sido
muito interesse para Jo. —Então quando foi isso? Século XV ou assim?
—Eu nada sei disso, moça. Mas foi no ano de Nosso Senhor de 1045 quando fui lançado
neste inferno.
A cabeça de Jo cambaleou pelo o que ele estava dizendo. Estava falando sério? — Verdade?
—Sim.
—Uau ... Isso é antigo.
Ele arqueou uma sobrancelha para o tom de voz sussurrado dela. —Como antigo?
—Milhares de anos de antiguidade.
Cadegan não podia respirar enquanto a realidade afundava em seu sangue e lavava seu
rosto. Sabia pelos vislumbres através do vidro que os anos se passaram, e as coisas mudaram
drasticamente. Mas isso ...
De mil anos.
Um milênio completo.
A dor mordeu e devorou o coração dele e sufocou quando se deu conta de que realmente
Leucious o abandonara. Tão estúpido como parecia agora, uma parte dele tinha esperança de que
seu irmão fosse perdoá-lo e voltaria para deixá-lo livre.
Ele não voltou.
Como todo mundo, Leucious havia virado as costas para ele e o banido de seus
pensamentos, como alguns de cythral enviados para atormentá-lo.
Você me faz escorraçar minha própria família! Violação, como alguém poderia amar um
monstro como você? Cadegan rangeu os dentes enquanto tentava silenciar o ódio cego que o
assombrou através dos séculos. O ódio que o levou a destruir tudo o que lhe era mais querido.
Tudo que ele já conhecera.
—Você está bem?
Não. Mas não querendo deixar Jo saber a verdade, acenou com a cabeça antes de se virar, e
lutou contra o desespero que o machucava através de sua alma já dilacerada.
Como poderia Leucious ser tão frio e insensível, depois de toda dor que Cadegan havia
suportado por ele?
Depois de todo o bem que Cadegan havia feito, fora um simples ato de raiva que o
condenara para sempre.
Pela mão de seu irmão.
Como desejava que Leucious estivesse aqui. Só por um último batimento cardíaco, enquanto
ele drenava a vida dele.
Jo observou em silêncio enquanto a tristeza escurecia o rosto dele. Ela não podia imaginar o
que ele passou.
Não é real, Jo. Ele não é real. Isto é apenas um sonho.
E se não for?
Ok certo, ela parecia tão louca quanto o resto de sua família idiota. No entanto ... isto
parecia real. Parecia real e não havia como negar o gosto dele.

23 Eduardo, o Confessor ( 1004 — 5 de Janeiro, 1066) foi o penúltimo Rei saxão de Inglaterra, entre 1042 e 1066.

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Nunca se sentira assim em nenhum sonho. Sólido e complexo. Poderia até mesmo sentir o
cheiro das cinzas da lareira.
Estendendo a mão, ela passou a mão contra a lã grossa do manto de monge dele. As fibras
ásperas rasparam sua pele e sentiu a textura da cota de malha que usava por baixo.
Isto era a realidade.
De algum modo.
Mas uma coisa a fez desconfiada de aceitá-la totalmente. —Se está aqui há milhares de
anos, como é que você me entende?
Ele bufou quando um lampejo de diversão voltou aos olhos dele. —Eu não entendo, a maior
parte do tempo. Muito do que você diz é meio enrolado. Mas o motivo pelo qual conheço esta
versão do Inglês, é que posso ouvir seu mundo, enquanto ouço sobre o sussurro perto das
fronteiras. E para não mencionar que nasci com uma habilidade inata para aprender línguas
estranhas rapidamente.
—Sério?
Ele acenou com a cabeça enquanto uma tristeza sem esperança voltou ao seu
comportamento. —Precisamos enviá-la para os seus, moça. Agora, em um minuto. Mas há um
pouco de medo sobre a loucura. Melhor esperar até de manhã por isso.
—Uau. É como tentar decifrar Shakespeare ou Chaucer24.
Inclinando a cabeça, ele franziu a testa. —Perdão?
—Sabe? Os escritores famosos?
—Você quer dizer um escrivão? —Ele estendeu a mão esquerda para cima, como se
estivesse escrevendo em alguma coisa.
—Sim. Foi mal. Você é totalmente anterior a eles, não é? E não tem nenhuma ideia do que
estou falando. Caramba, do que você não era anterior? —Então ela teve outro pensamento. Ao
contrário de seus primos, não era um historiadora de qualquer tipo. Realmente não sabia
qualquer tipo de cronologia histórica. —Então você foi um cavaleiro das Cruzadas ou algo assim?
—Não estou certo sobre o que você está me perguntando, moça.
—Suas roupas e armaduras. Você era um monge? Cavaleiro? Pajem?
—Era um cavaleiro.
—À serviço do Rei Edward ... não, espere, você odeia o Inglês. Rei de Gales? Não que saiba
os nomes de nenhum deles, mas do rei de Gales?
Ele balançou a cabeça enquanto puxava uma cadeira e almofada para ela. Agora que ela
olhou em volta, percebeu que era a única cadeira que ele possuía. —Poderia sentar-se um pouco?
—Onde você está sentado?
—O chão é bom o suficiente para os meus gostos.
—Seu ... buraco hobbit. Eu me sinto mal ficando na única cadeira.

24Geoffrey Chaucer (c. 1343 — 25 de outubro, 1400) foi um escritor, filósofo, cortesão e diplomata inglês. Embora tenha escrito
muitas obras, é mais lembrado pela sua obra narrativa inacabada, Os Contos da Cantuária ("The Canterbury Tales" em inglês), uma
das mais importantes da literatura inglesa medieval.

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Removendo a espada e pendurando ao lado de sua capa, Cadegan encolheu os ombros. —


Acomode-se confortavelmente assim mesmo. —Moveu-se para se sentar no chão, de costas para
a parede. Ele estendeu uma insanamente longa perna e dobrou a outra.
Como ele não a estava usando, Jo assumiu a cadeira depois de tudo. —Então o que você faz
para se divertir aqui?
—Eu não entendi sua pergunta.
—Diversão. Você sabe, aquela coisa que você gosta de fazer?
Ele franziu o cenho. —Não há diversão aqui. Apenas sobrevivência.
—Sim, mas quando você está escondido, como agora. O que você faz para passar o tempo?
—Ah. Jogo tafl25, cross26, e disiau27.
Ela adorava ouvir a voz dele e o sotaque carregado, mas maldição, ele estava dando a ela
uma enxaqueca, quando tentava entender. —Sério, sinto como se nós precisássemos de um
tradutor.
Ele riu antes de se levantar e ir até a pequena mesa onde uma caixa velha estava colocada.
Tirou uma caixa menor e uma bolsa de couro desgastado. Jo olhou por cima do ombro para ver o
que mais a caixa maior continha. Tinha peças esculpidas à mão semelhantes a peças de xadrez. E
agora que estava prestando atenção, percebeu que o tabuleiro era sulcado e quadriculado como
um tabuleiro de xadrez ou damas, com um design celta bonito sobre ele.
Sem comentários, Cadegan abriu a pequena caixa que tinha pedaços de madeira marcados
com algarismos romanos. A bolsa continha um conjunto de dados de madeira que ele entregou a
ela.
Ela os tocou, espantada com a qualidade e idade. —Quanto tempo você os tem?
—Irmão Eurig fez para mim quando eu era nibbler ... um rapaz.
—Irmão Eurig? Ele era um sacerdote?
—Monge.
Engasgando, ela agarrou os dados usados na mão dela, enquanto lutava com a realidade
novamente. — Eles tem quase mil anos de idade?
—Mil e trezentos, para ser mais exato. Nasci no ano de Nosso Senhor, um ponto e
setecentos28.

25

Os jogos de Tafl são de uma família de jogos de estratégia de tabuleiro, de origem germânica e celta antigos jogados em um xadrez
ou placa de treliça com dois exércitos de números ímpares. Era o jogo mais popular entre os Vikings.

26

Nosso popular “Ludo”.


27 Dados. Jogar dados em gaélico.
28 Um ponto, no original, a score, equivale ao número 20.

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—720?
Ele acenou com a cabeça.
—Com quantos anos você estava quando ele te deu?
—Oito anos mais ou menos.
De jeito nenhum. Olhou para os dados com reverência, até que a idade dele a acertou. —
Espere ... isso significa você foi colocado aqui quando tinha o quê? Trezentos anos de idade?
—Sim. Mais ou menos.
Tremores a invadiram com aquela recente divulgação. Isso não pode ser bom. As pessoas
não vivem tanto tempo.
Não naturalmente.
Ela fez uma careta para ele. —Você é um vampiro?
—Você me confundiu novamente, moça.
—O que é você?
Cadegan recuou pelo medo repentino que viu nos olhos castanho escuros dela. A expressão
de pânico o atingiu como um golpe em seu intestino. Era sempre o mesmo. Todo mundo ficava
medo dele. Eles sempre tiveram. Mesmo quando era um simples rapaz, os monges e sacerdotes
sabiam que ele não era muito humano e o trataram de acordo — como um excremento, que era
melhor ser enterrado antes, do que contaminar aqueles ao seu redor. Mas já se passara tanto
tempo, desde que estivera em companhia de outro, que havia esquecido o quanto dói ser tão
rejeitado.
—Você é uma abominação para Deus! Um bastardo maldito! Impróprio para estar com seus
superiores.
Fez uma careta mentalmente com a lembrança de seu comandante. Jurou a si mesmo que
nunca voltaria a ser tão estúpido. Tão desesperado. Que sob nenhuma circunstância iria permitir
outro alguém em seu mundo ou em seu coração.
Não valia a pena a dor que invariavelmente o seguia.
Embora não fosse por ele, enquanto em uma luta ou batalha, sabia que seria melhor retirar-
se do conflito antes que ela o atacasse. Nada de bom poderia vir disso. Além disso, estava
acostumado à solidão. Não havia necessidade em aprender melhor agora.
—Fique em segurança, moça. Vou voltar na manhã seguinte e lhe mostrar o caminho para
casa. —Ele usou seus poderes para puxar a capa e espada para ele, e rapidamente deixou a
pequena segurança que tinha no casebre, apenas por uma breve pausa para garantir que ela
estivesse encarcerada no interior, para que nada pudesse alcançá-la.
Na escuridão sombria lá fora, colocou a mão na pedra que usava como porta, e suspirou
enquanto memórias antigas o dilaceravam. Apenas que, havia sido uma pequena loira que olhara
para ele com terror, enquanto inimigos saquearam a casa dela e conquistaram seu povo.
Eles teriam abatido ela e a família também. Mas como um tolo, ele arriscou a própria vida
para salvar a deles.
Esfregou a cicatriz em seu peito e afastou o pensamento. Como Æthla, o passado estava
muito longe.

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Não havia nada a ser feito sobre isso, com certeza. Ele fez sua cama de espinhos. E agora
sabia que nunca teria um alívio para os gostos inúteis dele. Esta seria a sua realidade eterna.
O amargo isolamento e a sobrevivência mais dura.
Assim seja.
Mas quando se virou para percorrer a floresta onde seus inimigos esperavam para lutar com
ele, lembrou-se do sabor de um beijo quente de Jo, e a sensação de uma mão macia na dele.
Você pode mantê-la aqui.
Não havia nenhuma maneira para que ela atravessasse o portal sem a sua assistência. Ela
nunca voltaria para o portal sozinha.
Mas quando ouviu os gritos estridentes de banshee29 e o som de predadores da noite em
busca de sangue, sabia que não podia fazer isso com alguém.
Ele não era seu irmão.
E, ao contrário dele, ela não havia feito nada de errado. Ela mesma disse isso. Ela não
merecia ser condenada a este inferno.
Desejando ser mortal pela milionésima vez neste dia, Cadegan transformou-se em um
pequeno melro e voou para ninho em uma árvore durante a noite.

Com um suspiro pesado, Jo retornou os dados para a bolsa de couro e colocou-os junto com
a pequena caixa de volta na maior, onde Cadegan os mantinha armazenados. Seu coração deu
uma guinada com seu entretenimento insignificante.
Tantos Xbox. Ele provavelmente mataria para ter algo parecido com isso apor aqui.
Quando fechou a tampa, fez uma careta para a visão de uma mancha vermelha brilhante na
parte superior da madeira. Era sangue fresco. Olhando em volta, viu mais gotas e algumas
manchas, e percebeu que Cadegan deveria ter sido ferido em sua luta, enquanto a protegia.
Por que ele não disse nada sobre isso?
E enquanto estava lá, viu as imagens em sua mente de Cadegan sozinho na mesa, jogando
contra a sua própria sombra, por horas a fio, enquanto enfrentou a parede de terra escassa.
Noite após noite.
Como é que aguenta? A solidão deveria que ser excruciante. Sem música. Sem TV.
Sem conversa.
Na verdade, foi capaz de pesquisar todo o lugar dele completamente em menos de meia
hora. Era a menor das casas.
O armário dele armazenava um pouco de carne e frutos secos. Algumas cebolas, pequenas
tigelas de alho-poró secos e cevada. Jarro de vinho e hidromel. Seus potes antigos eram poucos e
simples como o mobiliário. Algumas peles no chão.
Droga.

29As Banshee provêm da família das fadas, e é a forma mais obscura delas. Quando alguém avistava uma Banshee sabia logo que
seu fim estava próximo: os dias restantes de sua vida podiam ser contados pelos gritos da Banshee: cada grito era um dia de vida e,
se apenas um grito fosse ouvido, naquela mesma noite estaria morto.

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Depois de subir a escada de madeira estreita, estava no pequeno loft e olhou para o
tamanho do estrado que lhe dizia que não se divertia com alguém em sua cama. Nunca. Estava
realmente surpresa, pela pequena coisa abrigá-lo sozinho.
O colchão fino era feito de palha e coberto com um pano limpo, um lençol de linho usado e
peles. Havia um tronco antiquado maior a seu lado que continha outro manto negro como o que
ele havia usado, juntamente com um kit de couro embrulhado para remendar sua cota de malha.
Agulha e linha. Duas túnicas de linho branco e três calças de lã. Três pares de meias de lã áspera.
Maldição, a vida dele foi sugada. Nunca mais reclamaria da dela. Podia ter momentos de
miséria suprema, mas sempre teve sua família ao redor para fazê-la rir, não importa o quão ruim
se sentia.
Sentada na cama, ouviu um leve chocalho. Olhou para o tronco e encontrou um velho
rosário de madeira, pendurado lá.
Adivinhe: você não pode ser um vampiro e dormir com isso.
Enquanto encostou-se na cabeceira da cama, percebeu que era um escudo antigo de algum
tipo. Com desenhos celtas, mas sempre pensou que eles usaram pequenos escudos redondos,
como os que penduravam em suas paredes. Este lembrava mais de um estilo romano. E parecia
ser feito de ouro sólido.
—Brilhante, —Ela respirou, passando a mão sobre a gravura ornamentada em sua superfície.
Além dos arabescos celtas tradicionais, continham harpas e caldeirões. No círculo central estava a
imagem de uma árvore de carvalho com o que parecia ser maçãs vermelhas penduradas em seus
ramos.
Era a única coisa de valor verdadeiro que ele possuía, e parecia estranhamente fora do lugar.
E, ao contrário das outras armas, esta não possuía sequer um arranhão. Era cristalina como o dia
em que havia sido criada.
Sim, está bem, num buraco hobbit de esquisitices, isto era o mais estranho de tudo.
E nada disso lhe dava a menor pista sobre que tipo de criatura Cadegan poderia ser.
Assumindo que isso era real e não coma ou sonho. Que tipo de criatura vive a centenas de anos e
não envelhece? Possuía um rosário, comia comida, faltava presas ...
Nada disso fazia sentido.
Pela primeira vez em sua vida, desejou ter prestado mais atenção à loucura e aos interesses
de sua família. Aqueles malucos provavelmente poderiam não só ler o escrito runa nas coisas dele,
mas saberiam exatamente quem e o que ele era. Alguém na sua família, provavelmente, ainda
escreveu um livro sobre a raça dele.
Puxou o rosário da cabeceira da cama e teceu ao redor de seus dedos. Na parte de trás da
cruz, palavras latinas desgastadas foram gravadas. Pax Vobiscum. ... A paz esteja convosco.
Sim, isso era estranhamente apropriado para o homem quieto, que lutou lá fora contras
seus atacantes com habilidade e facilidade assustadora. Havia uma paz nele que ia contra a
violência que sabia que ele era capaz.
Nesse momento, lamentou por tê-lo afastado. Mas, então, que era o que fazia. Cada homem
com quem havia estado, havia batido a porta e saído correndo. Alguns chegam a gritar que iam
embora.

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Dark-Hunters 26

Especialmente Barry.
Em sua defesa, estava jogando objetos em chamas para ele, enquanto o perseguia para fora
de sua casa. Mas isso era outra história.
No entanto, a parte mais triste? Realmente não sentia falta de seu ex-marido. Como alguém
poderia estar casado há cinco anos, depois de namorar por dois, e não chorar sobre o divórcio? Ela
gritou muito. Teria ainda permitido a Selena e Tabitha fazerem bonecos de vodu dele. E a Karma
amaldiçoar o pênis dele.
Mas nenhuma lágrima. Nem uma única.
O que a entristecia era a casa vazia. As áreas vagas, onde as coisas dele já haviam estado. Ela
sentia falta de ter um corpo em torno de si, especialmente à noite.
Estou quebrada.
Era por isso que amava tanto seus cães. Nunca a julgavam e não achavam insignificante.
Nunca a criticavam. Ao contrário, eles a amavam, mesmo quando não era digna dele.
É claro que eles adoram qualquer pessoa com os polegares opositores necessários para abrir
o dispenser de Alpo e Kibbles.
Sim. Não querendo pensar sobre a verdade na medida em que, se movia de volta para a
pequena pia que estava ao lado de seu peito e tirou a maquiagem. Com nada mais a fazer, foi para
a cama e esperava que na parte da manhã, acordaria em seu próprio mundo.
Mas o sono não veio quando estava deitada, aninhada em peles que mantinham o aroma
rico, masculino da criatura mais enigmática que já conhecera. Ele a fez se perguntar onde estava
dormindo esta noite. Certamente não estava lá fora com essas criaturas.
Ele estava?
Por que você se importa?
Jo olhou ao redor da sala espartana e se perguntou quantas noites incontáveis Cadegan
ficou aqui. Em agonia solitária. E nesse momento, percebeu por que ela se importava.
Ninguém merecia isso.
—Cadegan? —Ela sussurrou. —Se você pode me ouvir, me desculpe se te machuquei. E se
você pode me ouvir, você pode voltar? Odeio ficar sozinha. Por favor, não me deixe assim.
Uma lágrima escorreu do canto de seu olho quando a realidade mais dura de todas a
invadiu. Porque possuía uma família tão monstruosa, nunca passou cinco minutos a sós. Era a
razão dela ter três cães.
O inferno dela era o isolamento. Ela não podia suportar essa sensação de estar sozinha, sem
ninguém por perto.
Enquanto chorava silenciosamente, o escudo começou a brilhar e hum... Jo levantou a
cabeça para franzir a testa para ele.
Mas o que ...?
No fundo do ouro, um rosto masculino embaçado brilhava.

Capítulo 4

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Aterrorizada, Jo se afastou do escudo ao mesmo tempo que a imagem ficava mais definida e
clara.
—Jo?
Ela congelou quando viu a imagem de Cadegan ali, olhando para ela. Que diabos? —Cade,
realmente precisamos conversar sobre o tamanho de seu iPhone, amigo. Você está compensando
alguma coisa? Hmmm?
A expressão perplexa no rosto, disse que ele estava completamente sem entender.
Sorriu para ele. —Desculpe-me. Usamos iPhones para conversar com imagens como esta.
Mas não são tão grandes. —Ela levantou a mão para ilustrar o tamanho dele.
—Ah. Já ouvi essa palavra antes. —Ele fez uma pausa. —Tens alguma necessidade, moça?
Ela assentiu com a cabeça, antes que pudesse se conter. —Você pode voltar para cá?
Adoravelmente envergonhado, ele se materializou ao lado da cama. Com uma carranca
severa, afastou uma mecha contra o rosto molhado dela. —Estás ferida?
Jo pegou a mão dele e segurou firme enquanto apertou-a contra seu rosto. —Eu não gosto
de ficar sozinha. Sei que é estranho, na minha idade, mas aí está.
Ele ofereceu-lhe um sorriso amável. —Não é não. Eu mais do que entendo sua tristeza por
isso.
Claro que ele entendia. Conhecia a tristeza muito melhor do que ela.
Passando o olhar para a outra mão, finalmente viu o sangue que estava secando lá. —Você
se machucou?
Indiferente sobre isso, ele deu de ombros. —Um Grayling entrou em um estreitamento mais
cedo.
—Grayling?
—As criaturas nodosas que a atacaram em sua chegada. Eles são rápidos. Às vezes até mais
rápidos do que eu.
Jo levantou-se e foi até a pia para molhar outro pano. —Deixe-me ver o ferimento.
Ele não se moveu. — Não se preocupe. Vai curar, agora, em um minuto.
Ela torceu o nariz. —Você continua dizendo essa frase, mas não faz qualquer sentido lógico.
Agora, em um minuto, é seriamente retórico.
Ele bufou. —Irônica você, não é? Ser criticado por minha frase por uma mulher de quem só
entendo uma palavra a cada três.
Rindo, puxou o manto dele. —Tire-o amigo. Quero ver essa ferida.
Cadegan hesitou antes de obedecer. Puxou o manto sobre a cabeça e dobrou-o, em seguida,
colocou-o em cima de seu peito para exploração.
Ela lhe deu um sorriso irritado, enquanto arrancava a túnica dobrada. —Isso foi bastante
inútil, hein?
Com uma risada, ele a desamarrou então tirou a cota de malha e o revestimento
acolchoado, antes que ele a desamarrasse e rolou para trás a manga de sua roupa debaixo.
—Oh meu Deus, você é como uma boneca russa. Quantas camadas você está vestindo?
Ele deu de ombros para o tom chocado dela, com provocação. —Apenas o que sempre usei.

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Revirando os olhos, ela empurrou a manga de volta até que conseguiu ter a ferida irregular
exposta. Ela encolheu-se ao vê-la. Deveria doer como o diabo. No entanto, ele não reagiu a isso. E
isso, mais do que qualquer coisa, lhe disse como vivia uma existência miserável.
Jo hesitou quando viu a verdadeira profundidade da ferida, bem como o número de outras
cicatrizes em seu antebraço. Marcas de garras, mordidas, e outras coisas que não podia sequer
começar a imaginar. O corpo dele estava crivado com elas. O mais estranho porém, eram os que
estavam em torno de seu antebraço e dos dedos, que pareciam estar em fileira após fileira de
cicatrizes em forma de diamante. Aquilo lembrava uma prensa de alguma espécie, que havia lhe
avariado. Ele fora pego em um espremedor ou algo assim?
Ela correu os dedos sobre o estranho padrão que o marcava. —O que é isso?
As bochechas dele ficaram manchadas com a cor, antes que desviasse o olhar. —Isso não é
nada.
—Isso é algo. Por que elas tem envergonham?
Um tic começou na mandíbula dele. —Não importa. —Ele começou a se afastar.
Jo segurou-o ao seu lado. —Então por que não me contou?
Ele agarrou sua mão direita e suspirou antes de finalmente ceder. —Quando era um rapaz,
irmão Owain costumava roubar dos cofres para usar no jogo. Quando o Padre Bryce percebeu que
faltavam moedas, me culpou por isso, pois o Irmão Owain disse que fui o último a estar no quarto.
As cicatrizes foram de alerta para mim.
Jo se esforçou para seguir suas palavras e entender a história. —Seu irmão fez isso com
você?
—Não, eu era um noviço.
Ela segurou o braço dele enquanto lavava na coagulação do sangue. — Não conheço essa
palavra.
—Minha mãe me deu para os monges, logo que nasci. Fui criado no mosteiro, destinado a
tomar os votos.
Bem, isso explica o manto beneditino que ele usava. —Você os fez?
Ele balançou a cabeça. — Antes de fazê-los, o rei veio e me levou para a batalha.
Essa era uma estranha forma de se expressar. Ele quis dizer o que parecia? —Ele o raptou?
Ele bufou de ressentimento amargo. —Ele era rei, moça. Era por vontade própria ou morrer
voluntariamente.
Ela estremeceu com a escolha terrível que ele tivera que fazer. Deveria ter sido difícil ir da
vida de um monge para a guerra com tão pouco preparo. Que pediu uma outra questão,
especialmente se ele tivesse sido dado ao mosteiro quando era uma criança. ... —Você sequer
sabia como lutar?
—Não, mas na batalha aprendi rápido.
Ela só podia imaginar. Foi uma maravilha ele não ter si abatido no primeiro dia, e isso
explicava muito sobre as técnicas da espada que presenciou em sua chegada. —Quantos anos
você tinha?
—Dez—e—quatro.

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Seu queixo caiu quando imaginou um menino magro sendo arrastado de sua casa por
cavaleiros armados, para lutar em uma batalha medieval. Ele deve ter ficado apavorado. —Você
foi para a guerra aos quatorze anos? —Ela perguntou, incrédula.
—Sim. —Era uma simples declaração de um fato sem emoção. Mas sabia melhor do que
isso. Não havia nenhuma maneira que uma criança poderia ser colocada através desses horrores,
e não ser marcada por dentro. Era incompreensível.
E o que fizeram com ele foi injusto.
Enquanto limpava a ferida e realmente via as cicatrizes profundas dessas batalhas, seu
coração se partiu por ele.
Tocou aquelas em forma de diamante, que o havia iniciado por esse caminho brutal. —Então
o que você está dizendo, é que você foi torturado porque um dos monges estava roubando do
mosteiro, a fim de jogar, e o culpou pelo roubo?
Ele suspirou. —Somos todos educados sob pressão de tempos em tempos.
—Isso significa?
—Cedo ou tarde, todos nós assumiremos a culpa de outro cujas ações são vis.
Palavras verdadeiras ...
Mas isso não tira a agonia interna, das coisas deixadas para trás. Esse sentimento de traição
brutal. Ninguém gostava de ser culpado por coisas que não fizeram, e assumir a culpa por algo que
você não fez, era ainda pior. Para não mencionar que Cadegan teria sido mais jovem do que
catorze anos, quando fizeram isso com ele. Como poderia um homem adulto permitir que um
simples menino sofresse assim por seus crimes? Nunca iria entender tamanha crueldade.
—Desculpe-me, Cadegan.
Ele deu de ombros. — Não se preocupe. Poderia ser pior. Poderia ter perdido a mão. Ou
perto disso. Felizmente, isso só me deixou com uma mão trapaceira.
Ela franziu a testa novamente, por algo que nunca havia ouvido antes. —Mão trapaceira?
—Hoje em dia uso principalmente minha mão esquerda. —Ele olhou além do ombro para
ver seu rosário na cama onde o havia deixado. Sem dizer uma palavra, ele o voltou para a
cabeceira da cama.
—Foi lhe dado no mosteiro?
Balançando a cabeça, rolou a manga para baixo e atou-a fechada. —Devo deixá-la para que
possa dormir.
Quando ele começou a se mover para a escada, ela pegou o braço dele. —Realmente não
gosto de ficar sozinha. Você pode ficar no sótão comigo?
Cadegan olhou para a pequena cama antes que outra onda de vermelho manchasse o rosto
dele.
Ela não ficou imune ao pensamento, mas o seu sangue não foi para seu rosto. Pelo contrário,
foi à uma parte de seu corpo que fez uma exigência, que não tinha certeza de que seria a coisa
mais inteligente a fazer. Contra a razão, isso lhe pedia para que ela tirasse a roupa e explorasse
cada centímetro do vasto corpo duro dele.
—Você tem certeza de que me quer aqui com você, moça?
—Por favor.

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Desviando o olhar da cama e dela, ele moveu-se para se sentar no chão, ao lado do escudo.
Com as pernas esticadas à sua frente, cruzou os braços sobre o peito, baixou a cabeça e fechou os
olhos, como se pretendesse dormir desse jeito.
Foi uma ação tão doce, inocente, e sem contar que a fez sorrir.
—Cade, —Ela disse em um tom de repreensão. —Quando disse, ficar no sótão, queria dizer
compartilhar a cama comigo.
As sobrancelhas dele se elevaram, enquanto arregalava os olhos e trancava os olhos com
ela. —Perdão?
—Somos adultos, certo? Podemos dividir a cama e nada mais. Você fica no seu canto da
cama. Fico na minha.
Na verdade, ele fez beicinho enquanto considerava a proposta dela. Depois de alguns
segundos, ele assentiu. —Muito bem, moça. Se lhe agrada.
Ela arrancou os sapatos antes de voltar para a cama e rolar para o lado para dar espaço para
ele.
Cadegan hesitou ao vê-la em sua cama. Nunca realmente havia compartilhado a cama com
ninguém antes. Pelo menos não por nada mais do que algumas horas carnais.
E isso nunca havia sido a cama dele, mas sim da mulher.
Um sorriso brincou nos cantos de seus lábios enquanto ele a olhava tentando ficar
confortável sem um travesseiro. Desde que o abade austero considerou qualquer tipo de conforto
pecaminoso, Cadegan cresceu sem um. Depois de ter sido convocado para a guerra, teve ainda
menos conforto corporal, enquanto lutavam contra o exército inglês.
Nunca pensou a respeito disso antes. Agora ... manifestou um travesseiro para ela.
Quando entregou a ela, todo o rosto dela se iluminou. —Obrigada!
Ele deu um breve aceno de cabeça e viu como ela prontamente colocou-o entre a cabeça e o
braço. Ela parecia adorável assim. Preciosa e doce, e muito mais tentadora do que deveria ser.
Tentando não se concentrar nessa linha de pensamento desagradável, ele deslizou na cama
ao lado dela e lhe deu as costas. Inclinou o braço sob a cabeça e fechou os olhos para dormir, e
não pensar sobre o calor pressionando-se contra a sua coluna vertebral, ou o aroma de baunilha
amêndoa suave, que lhe dava água na boca e fazia sua virilha pesada.
Ele rangeu os dentes em um esforço para esmagar suas fantasias inúteis.
—Cade? —Ela sussurrou depois de alguns minutos. —Ainda calçando seus sapatos?
—Assim.
—Você não se sente desconfortável?
—Eu não entendi sua pergunta.
Jo capotou, colidindo com ele até que ela mexeu o suficiente para ficar de frente para as
costas rígidas. Da cintura para baixo, ele ainda usava sua cota de malha. Até mesmo as esporas. —
Você sempre dorme com sua armadura?
—Sim.
—Sério?
Ele não se moveu ou reagiu ao choque. —Sim.
—Sempre? —Repetiu ela.

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—Sim, —Disse ele mais uma vez nesse tom cada vez mais paciente.
Ela levantou-se para olhar para ele. Ele estava com os olhos fechados e, não fosse a suave
elevação e queda do peito dele, pensaria que ele já estava dormindo. —Isso não o irrita?
—Suponho. ... Será que isso importa?
—Bem, sim.
Provavelmente não deveria, e ainda assim ela não gostou da ideia dele em dor perpétua. —
Você a tira?
—Sim, para me banhar.
—Mas não para dormir?
—Não, Moça. —Ele suspirou antes de explicar com mais detalhes. —Hábito do exército. Isso
nos defenderia dos Mercians30, se viessem até nós, no meio da hora nobre da corte Sidhe.
Ela fez uma careta para a desculpa dele. O que diabos acabou de dizer, afinal? —Inglês, Cara.
Fale. Inglês!
Ele riu da explosão de raiva fingida dela. —Podemos ser atacados no meio da noite, por
nossos inimigos. Portanto, dormimos armados para não sermos pegos nus e sem armas em uma
luta.
Oh ...
A dureza da vida dele tomou conta dela. E antes mesmo que ela percebesse o que estava
fazendo, estendeu a mão para passar a mão pelo cabelo curto, espinhoso dele. Estava com quase
meia polegada de comprimento. Sua prima Molly possuía mais cabelo na perna, do que o que fora
deixado na cabeça dele. Mas então, ele não tinha ninguém para tomar conta dele.
Pelo que lhe parecia, ele cortava o cabelo com uma de suas espadas, para que não tivesse
que se preocupar com isso.
Ela estava com um mau pressentimento sobre a calma aceitação dele desta vida, já que
nunca conheceu qualquer outra coisa. E isso a fez se perguntar uma coisa. —Alguma vez alguém o
amou?
Cadegan engoliu em seco quando a pergunta despertou lembranças amargas. Memórias que
o levaram de volta para uma única verdade. —Não, moça. Eu não tenho nenhuma compreensão
dessa palavra.
Fechando os olhos novamente, ele saboreou a sensação dos dedos suaves dela roçando por
seu couro cabeludo. Ninguém nunca o havia tocado assim.
Como se importasse para eles.
Muito do que ele foi, escondeu. Foi um pouco demais para a maioria. Muito alto. Muito
intenso. Muito assustador. Muito demoníaco.
Muito marcado.
Em sua juventude monástica, nada sabia sobre as mulheres e os prazeres que poderiam
fornecer a um homem. Apenas as viu a uma grande distância de suas funções no jardim, sempre
que elas podiam se aventurar até a porta do almoxarifado, para implorar por caridade. Elas iam

30A Mércia foi um dos sete reinos que compunham a Heptarquia anglo-saxônica, no que é hoje a Inglaterra. Localizava-se na região
das Midlands, com centro no vale do rio Trent e de seus tributários. A Mércia fazia fronteira com a Nortúmbria, Powys, os reinos de
Gales, Wessex, Sussex, Essex e a Ânglia Oriental. O termo sobrevive hoje apenas nos nomes de algumas unidades policiais e
militares inglesas.

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tão longe quanto eram permitidas no mosteiro. E a partir dessa distância, elas não se distinguiam
dos homens.
Depois que sua mãe havia dado à luz a Cadegan em uma cela do mosteiro e o abandonado
lá, Padre Bryce estritamente recusou-se a permitir qualquer mulher dentro do portão. Por
qualquer motivo. E Cadegan foi proibido de se aventurar perto de qualquer portão ou porta, que
levava para fora dos muros de pedra do mosteiro.
Cadegan nem sabia como soava uma voz feminina. Não até que houvesse sido convocado
para a guerra. Só então ouvira seus gritos estridentes de prazer, e viu como os soldados brincavam
com as mulheres que os seguiram após suas tropas, trocando-se por moedas e migalhas.
Com medo de passar vergonha e ser ridicularizado por isso, reteve-se até que estava com
quase vinte anos. Provavelmente teria gostado mais, se uma das prostitutas não o houvesse
apagado com bebida, uma noite depois de uma batalha brutal que lhe fez ansiar por qualquer
distração das memórias dele.
No final, ela tomou a virgindade dele e roubou suas moedas, e deixou-o com as costas
queimando dos arranhões dela, uma dor de cabeça sem piedade, e quatro dias de fome amargo
porque não possuía a prata para comprar alguma coisa para comer. E ele, assim em sua primeira
incursão na batalha, aprendeu a manter seu juízo em todos os momentos, sempre que uma
mulher estava próxima. Elas eram tão perigosas como os mercians treinados e os cavaleiros
saxões para derramar bom sangue Cymry ... e muito mais traiçoeiras.
Mas, quando a respiração de Jo caiu contra a pele dele, enquanto ela acariciava seu cabelo,
sentiu-se sendo enfeitiçado. Seu senso disse-lhe para permanecer em alerta.
Não foi assim tão fácil. Não quando seu pênis estava tão duro e dolorido. Quando seu
coração se enfraquecia com uma saudade de coisas que nunca havia conhecido.
Logo em seguida, ficaria feliz em oferecer sua vida para a moça se ela tivesse acabado de
dançar os dedos por sobre a parte inferior de seu corpo.
Jo franziu o cenho quando baixou o olhar para o pescoço e viu outra cicatriz horrível que
espreitava para fora sob o colarinho de linho. Ela traçou e levantou a carne enrugada com a ponta
do dedo. —Como você conseguiu isso?
—Não tenho nenhuma memória em particular delas.
Como ele poderia não saber? Deveria ter sido uma má ...
Prendeu a respiração quando escorregou da gola para baixo para ver um pouco mais das
costas dele.
Não. ...
Mordendo o lábio, puxou a barra da camisa dele para expor as costas, que estavam
completamente desfiguradas por cicatrizes. —Querido Deus, Cade. O que fizeram com você?
Ele puxou a camisa para baixo e voltou à sua pose rígida. —Nada.
Não admira que ele não houvesse reagido à mordida em seu braço. Em comparação com a
bagunça em suas costas, não foi nada, na verdade.
Ele suspirou de novo. —Devias dormir enquanto você é capaz. O canto do galo não vai
demorar muito. Então, a levarei para os seus.

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Tão gentilmente quanto podia, Jo rolou suas costas para que pudesse ver o rosto dele. Com
a expressão em branco e despretensiosa, ele olhava para ela. Mas os olhos dele possuíam tanta
agonia e a fizeram quebrar o coração por ele.
Mil anos de solidão.
—Foram os graylings que fizeram a cicatriz nas costas, também?
Ele balançou a cabeça. —Que isso importa?
Ela olhou para baixo, onde a camisa abria por sobre o peito, revelando ainda mais danos.
Não admira que ele se mantivesse enrolado como um monge enclausurado. Ele possuía até uma
profunda cicatriz sobre o coração dele, como se alguém lhe tivesse um golpe mortal. — O que é,
Cadegan? A sério? Por que isso foi feito para você?
Engolindo em seco, ele desviou o olhar.
No começo, pensou que ele iria fugir da pergunta.
Ele não o fez. Fechando a roupa para impedi-la de ver suas cicatrizes, lambeu os lábios antes
de falar em um tom baixo. — Meu pai é um príncipe demônio que seduziu minha mãe para que
pudesse roubar através dela. Uma vez que ela soube a verdade sobre ele, eu não tive nenhuma
utilidade para ela. —Ele esfregou a cicatriz sobre seu coração. —Quando me recusei a roubar
minha mãe para meu pai, ele mandou suas legiões sobre mim. Caçam-me, mesmo aqui. —Ele
engoliu em seco quando uma única lágrima escorreu do canto do olho dele. —Apesar de ser
aparentado com demônios, não lhe farei nenhum dano, miça. —Ele começou a subir.
Jo segurou-o no lugar. —O que está fazendo?
—Saindo, antes que você me atire da cama. —O tom dele sem emoção lhe disse que era o
que as mulheres sempre lhe fizeram.
Ela cobriu o rosto dele com sua mão e forçou-o a encontrar o seu olhar. — Ainda não tenho
certeza se este não é um sonho ou alucinação. E nunca fiz nada precipitado na minha vida. Mesmo
depois que peguei meu marido na cama com outra mulher, levei três dias para reagir a isso.
Ele arqueou uma sobrancelha. — Três dias?
Assentiu com a cabeça. —Vivo em um lugar esplêndido que gosto de chamar de negação. E
não gosto de mudanças.
—Então o que você fez? —Perguntou ele.
—Primeiro, consegui que minha prima Karma lançasse uma maldição de sífilis no lixo dele,
então me divorciei.
—Lixo dele?
Ela baixou o olhar para baixo, para a virilha de Cadegan.
Rindo, ele chegou até a tocar uma mecha do cabelo dela. —Ele deve ter sido um grande tolo
para escolher outra além de você.
—Assim diz o homem que ainda tem que conhecer minha família assustadora. Então,
novamente, sendo meio demônio, você se encaixaria bem com eles. Karma provavelmente iria
tentar adicioná-lo à sua coleção. Selena gostaria de entrevistá-lo, e minha prima Molly iria tentar
que você caçasse algo que ela perdeu.
Ele franziu o cenho para o seu tom de provocação. —Eu não te assusto?

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—Não. A única coisa que realmente me assusta, é o som de uma pessoa desconhecida
tossindo debaixo da minha cama.
—Desculpe-me?
Ela torceu o nariz para ele. —Minha mãe e sua irmã me levavam com minha irmã e irmão e
primos, à casa do lago da minha tia a cada verão. Meus primos são um pouco agitados e Karma ou
Essie se escondiam debaixo da cama e mexiam comigo sempre que dormia. Tosse embaixo da
cama, era uma das brincadeiras mais suaves deles. Depois de cerca de três minutos de idade, me
acostumei com isso. Eles chutaram o amor perfeito de dentro de mim. Me temperaram, como o
couro batido à mão.
Espantado, Cadegan afundou a mão no cabelo dela. —Você é diferente de qualquer mulher
que já conheci.
—Sim, essa sou eu. 'Você nunca vai esquecer Josette. E isso nunca foi dito como um elogio.
Ele inclinou a cabeça, curioso. —Josette?
—Meu nome completo. Jo é o apelido que uso porque Josette, ou pior, Josie Pussycat31, foi
ridicularizado tão abissalmente na minha juventude.
Ele enrolou uma mecha do cabelo dela em torno de seu dedo indicador, para que pudesse
esfregá-lo com o polegar. —É um nome bonito. Como é a mulher que o carrega.
Essas palavras a derreteram. Não se atreva. ...
Nem pense isso. ...
Mas já era tarde demais. Ela o queria com uma fome feroz que não seria negada.
E se isso não é um sonho, e ele for realmente um demônio?
Você ouve a si mesma? Você é uma idiota. Ele não pode ser um demônio. Você não acredita
nessas coisas. Você está em um coma. Aceite esse pedaço quente de queijo antes que ele se
transforma em algo pior.
Cadegan prendeu a respiração quando sentiu a mudança nela. Quando os olhos dela
escureceram com o mesmo anseio necessário que ele possuía. Ela abaixou a cabeça em direção a
dele.
Contra todo o senso comum, ele tomou aquele beijo e o retornou com tudo o que possuía.
Ao contrário do último, este era feroz e exigente. Um beijo nascido da luxúria crua, e acendeu uma
fome feroz dentro dele.

31 Josie e as Gatinhas (no original, Josie and the Pussycats) é uma série de desenhos animados produzida pela Hanna-Barbera,
exibida em 1970 pelo canal estadunidense CBS. Essa primeira série conta com 16 episódios.1 Teve uma nova série em 1972-1974,
conhecida no Brasil por Josie e as Gatinhas do Espaço (Josie and the Pussycats in Outer Space).Com o sucesso de Scooby-Doo, a
Hanna-Barbera queria agora competir com os desenhos da turma do Archie, que levou a canção pop "Sugar, Sugar" (ver
Bubblegum) para o topo das paradas em 1969. Os personagens do desenho cantavam canções do grupo real homônimo, formado
pelos produtores.
Assim surgiu Josie e as Gatinhas, o nome de um grupo musical formado por garotas adolescentes (uma delas de cor negra, a
primeira a aparecer nos desenhos desse tipo) vestidas como leopardos, que vivem estranhas aventuras durante suas viagens e
shows

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Ela se afastou, mordendo os lábios quando levantou a túnica dele e passou as mãos sobre o
peito. Ele gemeu em voz alta com a sensação de ser tocado por outra pessoa. E quando ela se
inclinou para beijar os mamilos dele, ele gritou e estremeceu de prazer.
Rindo, ela tentou desamarrar os cordões da roupa dele.
Até que se afastou com uma maldição. —O quê em nome do chocolate? Você está
hermeticamente fechado nesta coisa? Cara, isso é tão cruel.
O riso dele se juntou ao dela enquanto ele se abaixou para soltá-las, então percebeu que ela
amarrou e puxou os laços ao ponto que estavam incrivelmente presos. Rosnando, ele os puxou. —
É como um cinto de castidade maldição sangrenta.
—Dê-me uma faca e vou cortá-los.
Ele congelou para se embasbacar com ela. — Você está louca mulher, se você acha que vou
deixar você chegar perto de mim com uma faca. Você perdeu um pouco do seu juízo?
—Ouvi um definitivamente, sim Jo. Você pode realmente me cortar destes laços, naquela sua
bagunça ilegível, que você pensa erroneamente que é Inglês.
Ela realmente estava procurando por uma faca.
Horrorizado, e um pouco com medo, ele rapidamente usou seus poderes para retirar todos
os nós de seu corpo. —Não ouse, moça!
Ela deu um sorriso sedutor de diabrura para ele. —Hah! Sabia que você poderia fazer isso.
Tudo o que você precisava era de um pouco de motivação.
Ach, ela era preciosa para ele. Sorrindo por suas maneiras provocantes, ele a beijou
delicadamente, enquanto emoções indefinidas e desconhecidas, giravam dentro dele. Nunca havia
rido ou brincado na cama assim.
Fora da cama, também.
Era uma sensação maravilhosa.
Jo não conseguia respirar enquanto saboreava o gosto dele, enquanto a língua dele dançava
com a dela. A imagem do corpo nu dele estava marcado em sua mente. Mesmo coberto de
cicatrizes, ele era requintado ao desabotoar lentamente a camisa.
Até que ele chegou ao seu sutiã e o puxou para trás com uma maldição em gaélico. —O
diabo? Como é que esta monstruosidade funciona?
Ela esfregou o nariz contra o dele. —Não é divertido, não é? Tentando desembrulhar um
presente que foi super colado.
Ele estreitou o olhar com a brincadeira, antes que as roupas dela desaparecessem tão
rapidamente quanto as dele havia sumido.
Ofegante, ela puxou o lençol para se cobrir. —Sim, tudo bem. Você tem alguns poderes do
mal lá, amigo. Cuidado com eles.
Os olhos dele se escureceram, e não respondeu enquanto abaixava a mão para que pudesse
chegar ao seio dela. O calor dos dedos calejados dele, fez calafrios sobre ela. Ele voltou para os
lábios dela antes de deitá-la de costas na cama e abrir as coxas com os joelhos.
Mordendo o lábio, ela estendeu a mão para o medalhão que ele usava, embalando-o em sua
mão para que pudesse vê-lo. Um pouco maior do que uma moeda, que detinha a imagem de um

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dragão de três cabeças, segurando um escudo em suas garras. Algo estava escrito em runas por
todo o escudo. —O que isso diz?
Ele olhou para baixo e sussurrou contra sua pele enquanto acariciava o pescoço dela, —A
ddioddefws a orfu.
—Fácil para você dizer, galês. O que isso realmente significa?
—Aquele Que Sofre, Triunfa.
Ela cobriu o rosto dele com as mãos enquanto as lágrimas a sufocava. Como era apropriado
para ele. Não admira que ele o usasse. Querendo amenizar a dor que viu nos olhos dele, enrolou
as pernas em volta da cintura dele e embalou todo o seu corpo com o dela.
Cadegan aspirou bruscamente com a sensação da pele nua dela sobre a dele. Esqueceu quão
suave a carne de uma fêmea poderia ser, e a dela era o mais suave que já havia conhecido.
Perfumada com amêndoas e baunilha, ela o deixou louco, principalmente quando respirou no
ouvido dele e mordiscou o lóbulo. Era tudo o que podia fazer para não gozar apenas de prazer.
Mordendo o lábio até sangrar, sabia que estava se inclinando contra Golias com uma lança
quebrada.
Com sua respiração irregular, encontrou o olhar escuro dela, enquanto arrastava seus dedos
sobre a curva suave da bochecha dela. —Juro, Josette, vou passar o resto da noite fazendo-a feliz.
Mas não posso me negar um momento mais. —Incapaz de suportar, ele se deslizou
profundamente dentro dela.
Jo gemeu ao sentir a sensação tão boa, de tê-lo empurrando contra seus quadris. Grosso e
duro, encheu-a completamente. Havia esquecido o quão bom o sexo poderia ser. Então,
novamente, ninguém nunca havia feito amor com ela assim. Como se ela fosse o próprio ar que
precisava para respirar. Ele manteve o olhar fixo no dela, enquanto apressava o passo com um
rosnado feroz.
Ela passou a mão sobre a cicatriz até que segurou o lindo e duro traseiro dele.
De repente, ele se estremeceu contra ela e gritou quando gozou, ofegante nos braços dela.
Ele enterrou o rosto na curva do pescoço dela e segurou-a como se fosse a joia mais preciosa que
existisse.
Jo começou a fazer beicinho, mas depois se conteve. Sim, já fazia um ano para ela, mas que
era absolutamente nada comparado ao recorde dele.
Por isso, deu ao rapaz uma folga. De uma forma estranha, ela estava até um pouco
lisonjeada.
Ela esfregou sua bochecha contra a dele, enquanto corria o seus pés para baixo, pelo cabelo
espinhoso das pernas. Fechando os olhos, ela saboreou o calor do corpo dele sobre o dela. Era
bom só por estar tão perto de alguém novamente.
Tímido, Cadegan levantou a cabeça para encontrar o olhar dela. Ele afastou o cabelo do
rosto dela. —Desculpe-me moça. Sei que você merece coisa melhor de mim. Prometo a você,
tentei impedir. Mas com sua beleza doce, me superei mais rápido do que poderia lutar contra isso.
Ela começou a dizer-lhe que estava tudo bem, quando, de repente, sentiu algo duro e
profundo dentro dela novamente.
Mas o que ...?

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Ele começou a vibrar e irradiar-se na sensação mais erótica que se podia imaginar.
Honestamente, parecia que ele ainda estava dentro dela, quando abaixou a cabeça para sugar
suavemente o seio dela. Franzindo a testa, olhou ao redor da sala, perguntando o que diabos
estava acontecendo.
Um sorriso lento e o insidioso estava sobre o rosto de Cadegan. —Gosta disso, não é?
Com sua respiração irregular, ela olhou para ele. —É você?
Ele acenou com a cabeça enquanto se movia para o outro seio para que pudesse lamber e
provocá-la ainda mais. — Meus poderes são infinitos, e agora, não posso pensar em melhor uso
para eles, do que colocar um sorriso em seu rosto adorável.
Isso foi um eufemismo grave das habilidades dele. Os dedos dele brincavam com ela,
enquanto beijava o caminho para o estômago dela, ao mesmo tempo que com os seus poderes
continuou a vibrar dentro dela.
Com seu corpo em chamas, Jo gritou quando o prazer inimaginável atravessou todo o seu
ser. Puta merda!
Lentamente, metodicamente, Cadegan provou e acariciou cada centímetro do corpo dela,
continuando a usar seus poderes para preenchê-la.
Quando ela finalmente gozou, foi o mais quente orgasmo, o mais incrível que já
experimentou. Ela gritou tão alto, que a deixou rouca.
Sim, ele definitivamente havia se redimido por sua rapidinha anterior.
E mais algumas.
Cambaleando e sem fôlego, ela enrolou-se por sobre o corpo dele.—Isso foi incrível.
—Mmm, —Ele respirou contra o cabelo dela enquanto cuidadosamente separava as dobras
dela com os dedos, enquanto começava a crescer duro novamente. —Certamente você não acha
que teria acabado com você tão cedo?
Jo não poderia responder enquanto montava lentamente nos dedos dele.
O sorriso dele se alargou. —Gosta disso também?
Ela assentiu com a cabeça.
—Ótimo, porque tenho a intenção de cumprir minha promessa sobre essa noite.
E ele o fez. Mais e mais, até que ela estava fraca e desmaiou, e dormiu como um bebê no
círculo dos braços musculosos dele.
Completamente saciado pela primeira vez em sua vida, Cadegan acariciava à toa no cabelo
escuro de Josette, enquanto ouvia o ronco suave e gentil dela, enquanto dormia em cima dele. Ele
ainda não conseguia acreditar que aquilo era real. Que ela havia compartilhado seu corpo com ele
tão completamente, e agora estava caída sobre ele como o cobertor mais quente que já houvesse
conhecido. Por nenhuma razão real, além de tê-lo desejado.
Ele não conseguia entender isso.
E nesse momento, queria mantê-la aqui em seus braços. Nada mais lhe daria mais prazer.
Você não pode fazer isso com ela, e sabe disso.
Ele rangeu os dentes enquanto a raiva açoitava sua razão. Por que não poderia?
Você sabe por quê.

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Seria errado. Ela não pertencia a este mundo monótono, frio. Não quando havia a
possibilidade do reino brilhante e real em casa, esperando por ela.
Família e amigos que choravam sua ausência.
No entanto, neste momento de silêncio, ele não queria fazer a coisa certa. Estava tão
cansado de estar sozinho. De ser punido por um nascimento que nunca quisera. Implorando por
uma morte que lhe foi negada.
Seria demais pedir que lhe fosse concedido uma pessoa, apenas uma, a que poderia
valorizar sua presença? Procurá-lo em busca de calor e companheirismo?
Uma pessoa que poderia amá-lo?
—Por seus crimes, vos amaldiçoo à uma eternidade solitária!
Embalando a cabeça dela contra ele, se encolheu com a voz irritada que nunca esteve longe
de seus pensamentos.
Talvez esse fosse seu novo inferno. Depois de todos esses séculos, finalmente purgaria as
memórias do corpo de uma mulher do seu coração, e aprenderia a viver sem saudade.
Agora, as memórias estavam frescas e muito mais doces do que haviam sido antes. Josette
não o usara para a sua proteção. Ela não havia mentido para ele e lhe dado uma falsa esperança.
Ela parecia mesmo gostar dele.
Seu coração se quebrava, olhou em volta das paredes sujas que havia sido sua casa por
incontáveis séculos. Esta noite com ela foi um erro. Ele deveria ter deixado os graylings levá-la.
Mas a partir do momento que ouviu o grito dela e olhou para o rosto de um anjo, havia se
afundado.
Dane-se tudo isso.
Não havia nada a ser feito por ele. Pelo menos teve uma noite com ela.
Tal como aconteceu com todas as coisas, encontraria uma maneira através da dor.
Aprendera a ser um soldado no passado.
Erguendo a mão dela, colocou a palma contra a bochecha dele e desejou coisas que não
podia ter. Desejou sonhos impossíveis.
Acima de tudo, desejava adotar a vida que ela merecia. Um homem que a estimaria. As
crianças que iriam adorá-la. Paz e felicidade eterna.
Sim, uma alma tão gentil e generosa merecia isso e muito mais. Assim que ela acordasse, a
levaria para casa e a deixaria livre para viver por ambos. No reino da luz.
Mas sabia a verdade amarga disso. Passaria o resto de sua vida observando-a a partir deste
reino sombrio, desejando que ele pudesse estar com ela na vida dela.
Isso seria o seu verdadeiro inferno. Vê-la, e nunca mais tocá-la tão intimamente.
Estremeceu com o futuro que não queria enfrentar.
Vocês ganharam, pai ... Leucious. Entrego a vitória para ambos. Vocês já fizeram o que se
propuseram a fazer.
Finalmente o destruíram por completo.

Capítulo 5

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Jo suspirou satisfeita enquanto acordava com a mais incrível sensação de calor e segurança.
Nunca conhecera nada parecido com isso. Sentia-se invencível. Que loucura foi isso? Estava
totalmente nua e em um buraco, no entanto, estava com a sensação de que nada de ruim pudesse
tocá-la. Nunca.
Piscando os olhos abertos, encontrou-se ainda em cima de Cadegan, que ainda estava
dormindo. Ele segurava-a com um braço enquanto o outro estava caído sobre os olhos dele.
Verdade seja dita, a cama não era totalmente confortável, mas o corpo dele era uma história
diferente. Ela se encaixava perfeitamente contra ele. Como se os contornos do corpo dele
houvessem sido feito exclusivamente para ela. Sorrindo com o pensamento, passou a ponta do
dedo sobre o mamilo dele, roçando os pelinhos loiro-escuros que o cercavam, e admirando a
forma como a luz das tochas, brincavam através da pele morena e músculos dele. Apenas a visão
da miríade de cicatrizes dele, diminuía seu humor.
Tanta dor desnecessária.
Tocou o medalhão que estava quente pelo calor do corpo dele, e se perguntou como ele o
havia conseguido. E se tivesse sido um presente de alguém? Ele não parecia o tipo de homem que
compraria algo assim para si mesmo.
Aquele que sofre, triunfa.
Sim, parecia algo que um dos monges da infância dele teria dado para encorajá-lo, e para
lembrá-lo que as coisas poderiam melhorar. No entanto, para ele, nunca melhoraram. E que a
deixava desconsolada, era ele ter sido mantido acorrentado aqui, como um animal no zoológico.
Como ele encontrou forças para se levantar todos os dias e persistir, sem nenhuma
expectativa, a surpreendeu. Como ele conseguiu fazer isso, por mil anos? Havia dias em que ela
não queria sair da cama.
Hoje era um deles, mas isso era por outro motivo muito feliz.
Quando ela colocou o medalhão de volta no peito dele, viu que ele estava agora acordado e
observando-a por debaixo do braço.
—Bom dia, luz do sol, — ela brincou.
Ele ofereceu-lhe um meio sorriso sensual. —Bom dia, Caru32.
A raiva a invadiu. Sentindo-se tão mal pelo idiota! Seu imbecil! – É Jo! Não Karen33. Oh meu
Deus, não posso acreditar que você não se lembra do meu nome!
Quando ela começou a se afastar, ele segurou-a imóvel com uma força que agora ficou
aterrorizante, quando ela percebeu o quão facilmente ele poderia machucá-la se quisesse.
—Eu me lembro do seu nome, Josette. Como poderia esquecer? Caru não é nome de outra
mulher. Significa amada ... ele foi concebido como um carinho. Nunca um insulto para você.
De repente, ela se sentiu como uma idiota por ter exagerado. Maldito seja, Barry, por isso.
—Ah. Sinto muito.

32 Amada, amado em gaélico.


33 Caru tem o som mais ou menos parecido com “Karen”.

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Ele passou a mão pelos emaranhados no cabelo dela. – Eu é peço desculpas pelo homem
que lhe causou tanta dor, que fez você achar que outro homem não se lembraria do toque, do
rosto e do nome da deusa Afrodite, após ela passar uma noite em seus braços. Como poderia
confundi-la com outra, quando você é a mulher mais linda que já vi?
As lágrimas nublaram a visão dela com as palavras sinceras dele. Ninguém nunca havia
falado com tanta poesia para ela. —Só você faz me sentir mais bonita, — confessou. Aliás, ele era
o único que a fizera se sentir segura e estimada. Que loucura era isso? Ela nem o conhecia a mais
de um dia inteiro e ainda não havia como negar como se sentia por dentro.
Dane-se tudo, estava se apaixonando por um completo estranho.
Ele passou a mão ao longo de queixo dela, aumentando os arrepios nos braços. —Então
nunca conheceu um homem de verdade, Josette. Somente grandes tolos.
Sorrindo, ela tocou os lábios dele. Quando tentou levantar-se para beijá-lo, ele segurou-a
contra o corpo dele.
—Cuidado com meus bens, amor. Existem algumas coisas lá embaixo, que gostaria de
manterem ligadas por um tempo mais longo.
Rindo, ela beijou a bochecha dele. —Odeio privá-lo disso. — Jo olhou ao redor da sala
quando percebeu que algo muito importante estava faltando. —Hum ... por curiosidade, onde
poderia ir um para resolver um negócio?
A carranca no rosto dele, disse que não fazia ideia do que ela queria dizer.
—Banheiro, Cade. Preciso de um. E não agora, em um minuto. Agora, como agora.
—Ah.
Roupas apareceram instantaneamente em seus corpos. Num momento estavam aninhados
na cama e no próximo, ela se viu do lado de fora, perto de um pequeno riacho na floresta.
Assim que Cadegan começou a se distanciar para longe dela, ela agarrou o braço dele. – Para
onde você vai?
Ele arqueou uma sobrancelha para a pergunta dela. –Assumi que você iria querer um pouco
de privacidade para “o seu negócio”.
—Sim, mas onde é o banheiro?
Ele apontou para um bosque de árvores.
—Sério?
—Sim. É tudo o que temos.
Epa! Era tão ruim quanto ir acampar com o tio Tom e Essie e Tiyana. A natureza é foda
quando se tratava de banheiro. —Você não tem PH?
—PH?
—Papel higiênico, pelo amor de Deus e seus santos, cara. Cottonelle. Scott. Quilted
Northern. Angel Soft34? Qualquer nome representa algo para você?
Ele se atreveu a rir da indignação dela. Algo que a fez querer sufocá-lo. Com um sorriso
diabólico, ele estendeu a mão e um rolo da conveniência moderna, apareceu instantaneamente.
—Será isso, moça?

34 Todos são marcas de papel higiênico americanas.

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—Sim! Obrigada. — Agarrando o rolo, ela se dirigiu para os arbustos. E se um cavaleiro que
dissesse Ni35 aparecesse, planejaria gritar.
Alto. E com grande paixão e constrangimento destemido.
Depois que ela terminou, voltou para onde Cadegan esperava com uma pequena tigela com
frutos e sementes acinzentadas. Ele estava mastigando o que parecia ser um pedaço de pau de
algum tipo.
—O que é isso? — Ela perguntou, apontando para o que parecia ser um tipo de café da
manhã mais apetitoso, enquanto ele literalmente roia como um cão com um couro cru.
Ele engoliu em seco antes de responder. –Raízes de Merlin.
— Isso é bom?
Ele franziu o rosto para cima. —Nem um pouco. — Ele segurou a taça para ela. Essas são
muito melhores para o paladar, mas não existem muitas, já que em sua maioria florescem à noite,
então guardei algumas para você.
Hesitando, ela pegou uma das bagas redondas cinzentas da tigela. —Por que não existe cor
aqui? — Mesmo a pele deles estava cinza.
—Dizem que quando o grande Arquimerlin Aquila, transportou Avalon e Camelot para fora
do reino humano para proteger a raça humana do exército da rainha Fey, parte da corte de
Morgen36 correu para a abadia, pensando que estariam a salvo de seus poderes. Ao fazerem isso,
ele retirou a magia do Merlin daqui e condenou os ocupantes infelizes, a habitar nas sombras por
todo o tempo.
Será que ele estava falando sobre o Morgen e Merlin, o Mago? —Camelot? Como o Rei
Arthur e Lancelot?
Ele acenou com a cabeça enquanto ela deu uma mordida e achou a baga um pouco
saborosa, apesar da cor bem pouco apetitosa.
Jo se virou para ver a área com novos olhos, enquanto digeria seu petisco. Portanto, este era
o Glastonbury Tor37 que ouvira seus primos conversando e discutindo. Uau. Não era o que
esperava, nem em sonho. –Você era um dos cavaleiros de Artur?

35 Brincadeira com o filme do Monty Python: Os Cavaleiros que dizem Ni são um bando de cavaleiros da comédia Monty Python and
the Holy Grail (Monty Python em busca do cálice sagrado) que aterrorizam os transeuntes com a maneira que pronunciam a palavra
"ni" (pronuncia-se /'ni/ como em Nicarágua). Eles são os guardiões das palavras sagradas: Ni, Peng e Neee-Won. Os Cavaleiros que
dizem Ni são liderados por um homem que é aproximadamente 3 vezes mais alto que os outros, com pernas
desproporcionadamente curtas e chifres de rena fixados em seu capacete. (Interpretado por Michael Palin de pé em uma escada, o
roteiro original dava a entender que ele era interpretado por "Mike sobre os ombros de John). Os outros cavaleiros que dizem Ni são
de proporções humanas normais e agem como em um coro, apenas repetindo as palavras que o cabeça dos cavaleiros já disse."Ni!"
é a mais notável das palavras sagradas das quais eles são designados a proteger; as outras sendo "Peng" e "Neee-Won". Todas
essas palavras são infames devido ao horror palpável, medo e pânico que elas causam, quer sejam pronunciadas pelos cavaleiros ou
não. De acordo com o Rei Arthur "Aqueles que as escutam raramente vivem para contar a história!". Assistam ao video, que é bem
curtinho, é um épico do humor britânico e da década de 80!! http://www.youtube.com/watch?v=8Ls-Rfoj_vI
36 Morgana, a fada, a bruxa, ou a sacerdotisa, dependendo do context.
37 O Glastonbury Tor é uma montanha de 158 metros de altura localizada em Glastonbury, Somerset, Inglaterra, em cujo cume está

localizada a igreja de São Miguel, que não possui teto.1Tor é uma palavra celta que significa "montanha". O formato da montanha,
com sete níveis de terraço, é um mistério. Suspeita-se que possam ter servido para agricultura, pecuária ou como mecanismo de
defesa. Várias lendas cercam o lugar. A lenda de José de Arimatéia diz que Glastonbury foi o local de nascimento do Cristianismo
nas ilhas britânicas e que a primeira igreja britânica foi construída lá, para guardar o Santo Graal aproximadamente 30 anos após a
morte de Jesus. A lenda também diz que um José mais jovem havia visitado Glastonbury com Jesus quando este ainda era pequeno.
A lenda provavelmente tem origem na Idade Média, quando relíquias religiosas e peregrinações eram negócios lucrativos para as
abadias. No entanto, William Blakeacreditou nessa lenda e escreveu o poema que deu suas palavras à patriótica música inglesa
"Jerusalém". Em algumas versões do mito arturiano, Glastonbury é tida como a lendária ilha de Avalon. Uma antiga história galesa

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Ofendido, Cadegan bufou. – Não sou assim tão velho, moça. Arthur morreu muito antes que
eu respirasse pela primeira vez.
—Ah, me desculpe. — Ela pegou outra frutinha. —Mas você tem que admitir, você é mais
velho do que o mais velho dos primos mais velho.
Cadegan não queria ceder à verdade. Ignorando o sarcasmo, respirou fundo quando viu os
sucos da fruta nos lábios dela. Antes que pudesse se conter, ergueu o queixo dela e beijou-a. O
coração dele batia repleto de saudades, respirando dentro dela, desejando que ela pudesse ficar
aqui, em seus braços, por toda a eternidade.
Mas, infelizmente, ele precisava mandá-la para casa. E, mais cedo ou mais tarde. A cada
segundo que ela estava aqui, especialmente ao ar livre, era uma ameaça para a vida dele.
Ela levantou a mão para lhe oferecer uma fruta. —Posso te perguntar uma coisa?
Quase declinou da oferta dela. Mas antes que pudesse se conter, comeu da mão dela, e lhe
permitiu domesticá-lo quando ninguém nunca fizera antes. Normalmente, ele cortaria o apêndice
de qualquer tolo o suficiente, por tentar isso. No entanto, não se importava com essas intimidades
com ela. Em vez disso, as desejava. — Claro, moça.
Franzindo a testa, ela olhou para ele. —Como você consegue ficar aqui? A sério? Como você
pode tolerar o silêncio interminável e não bat-merda-louca?
Bat-merda-louca? Ele bufou com a expressão hilária38. –Essa nunca foi a parte que me
incomodou.
Ela ficou horrorizada. —Como não?
Ele deu de ombros. –Acho que tem a ver por ter crescido em Cymara Clas.
—Cresceu aonde?
—Cymara Clas ... — Ele fez uma pausa enquanto procurava a tradução em Inglês para isso.
Hum ... clas ... claustro? – Quando ela acenou, continuou. –Os monges haviam feito votos de
silêncio, de modo que nunca havia ouvido a linguagem humana até que o rei chegou, nos obrigou
a abrir os portões para os seus homens, e me levou.
Jo engoliu a frutinha. Foi um longo minuto antes que todo o peso da simples declaração
dele, a atingisse com toda a realidade. –Está me dizendo que eles o levaram para a guerra, e você
não conseguia entender ou comunicar-se com eles?
—Sim.
Sua mente estava confusa, enquanto tentava dar sentido a tudo o que ele dissera à ela. —
Mas sabia os nomes dos monges? Como?
Ele moveu as mãos em gestos graciosos para explicar isso a ela.
— Linguagem de sinais? Os monges falavam com você através de sinais?
—Sim. Da mesma forma, acho que nas gravuras e não com palavras, mesmo agora.

liga o rei Artur a Tor, numa ocasião de luta entre ele e o rei celta Melwas, que aparentemente teria raptado a mulher de Artur, a
rainha Guinevere.
38 Jo está fazendo uma brincadeira com o jeito de falar do Robin (Batman&Robin). Como Cadegan não conhece essa dupla, ele

achou engraçada a expressão: “bat-shit-crazy” = bat-merda-louca; mas como bat é morcego em inglês, ele entendeu algo do tipo:
morcego-merda-louca.

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Ela tomou a mão direita dele, a que possuía a cicatriz na dela, enquanto outro pensamento
terrível lhe ocorreu. —E quando eles te machucaram pelo roubo que você não cometeu, você não
podia se comunicar, não é?
Ele jogou uma pedra aleatória através do pequeno riacho, enquanto caminhavam pela
floresta. – Nada por quase um ano.
Silêncio total. Nenhuma maneira de falar e dizer algo a alguém. Não havia forma de pedir
ajuda ...
Lágrimas não derramadas por ele, apertavam o peito dela. — Cadegan, Como é que você
aguenta?
Ele franziu a testa como se não compreendesse por que ela estava indignada em seu nome.
—Era tudo o que conhecia, moça. Você não perde o que não conhece. É a mesma coisa que pedir
a um peixe que se entristecesse por não saber voar. — Ele coçou a bochecha. –De uma maneira
peculiar, acho o silêncio e a solidão daqui reconfortante. Quando me permito isso.
—Então o que nesse lugar te incomoda? Se isso não é a parte mais irritante?
Ele pegou mais pedras. —Ser perseguido e caçado. Meu pior medo é ser levado para a
tortura e nunca encontrar uma maneira de escapar.
Mais uma vez, o queixo dela caiu. Estava querendo dizer o que isso parecia? –Com qual
frequência isso ocorre?
—Então agora, nunca. Sempre acabei por encontrar uma maneira de sair sempre que me
levaram.
Ele perdeu totalmente o sentido da conversa dela. –Com que frequência eles o capturam?
Enrugando o rosto, Cadegan silenciou como se tivesse de considerar seriamente o número. –
Agora não tão frequente como era antes.
— E isso significa?
—Estou me saindo melhor em lutar contra eles ultimamente, moça.
Querido Deus, isso era exatamente como soava. Era tão comum, que ele nem sequer
pestanejou ou hesitou em falar sobre isso. —Cadegan ... Temos que tirá-lo daqui. Como vamos
quebrar o feitiço?
Ele riu amargamente. —Não existe nenhum feitiço que me trancou aqui, para ser quebrado.
Meu irmão me mandou para o único reino que ele conhecia, do qual eu nunca poderia sair.
—Seu irmão? Você quer dizer outro monge?
Com seus olhos tristes, ele balançou a cabeça enquanto jogava pedras na água. —Meu meio-
irmão, Leucious. Uma vez, depois de ter sido ferido na guerra, ele veio e me ofereceu para fazer
parte do exército dele, para lutar contra outros de nossa espécie. Concordei, com reservas que
deveria ter prestado atenção.
—Então por que ele te colocou aqui?
Cadegan suspirou. –É uma longa história que não vale a pena nada.
Ela odiava como ele minizava os assuntos, que importavam mais do que tudo. Era como se
achasse que, se minimizasse o suficiente, não doeria tanto. Mas não era assim que funcionava. A
única maneira de aliviar a dor era trabalhar com isso com alguém que se importasse. Alguém que
ajudasse quando você caísse, sem hesitação, e que não o julgasse pelo seu passado.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 51
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Jo sempre teve sua família para ajudá-la.


Cadegan não tivera nem uma alma para ajudá-lo.
—Seu irmão é sua única família? — Perguntou ela.
—Não. Ambos os meus pais estão vivos, e eles têm outros filhos em grande quantidade.
—Eles não podem te tirar daqui?
Ele riu amargamente. —Moça, tão logo minha mãe me apertou do corpo dela, me jogou
para os monges e nunca olhou para trás. Me pai me gerou apenas para me usar contra ela, e é por
isso que ela não quer nada comigo. Eu não posso culpá-la lá. Meus irmãos têm suas próprias vidas
e nunca foram uma parte da minha. E depois do que Leucious fez, percebi que estou melhor sem
nenhum deles. Verdade seja dita, prefiro estar comigo mesmo ao invés de com aqueles em quem
não posso confiar.
Como alguém poderia ter uma família tão grande, e nenhum membro dela para defendê-lo?
Amá-lo? Ela não conseguia entender as circunstâncias dele, mais do que ele poderia imaginar as
dela.
—Eu me recuso a acreditar que você está preso aqui.
Ele sorriu tristemente. –Isso não importa nada.
—Cade! Pare de dizer isso! É claro que isso é importante. Como pode não ser?
Ele fez uma pausa para dar-lhe um intenso olhar sincero. —Estou aqui há milhares de anos,
moça. O que você propõe que eu faça no seu mundo? Onde é que eu viveria? Como poderia
trabalhar? Eu mal entendo metade do que você diz. Você fala de coisas que estão muito além do
meu alcance.
Indignada e furiosa, ela lhe deu um olhar mordaz. Oh bem, atire a lógica e a razão para mim,
mas para você não? Que tipo de idiota é você para discutir com a razão, não é?
—E o gosto do pudim é que ... o que você está dizendo, moça? Não faz sentido para mim.
Honestamente ela não entendia seu ponto de vista, também. Ela mal conseguia cuidar de si
mesma. Havia sido um fracasso em tudo o que já tentara fazer.
Mas havia uma verdade que não podia negar. Ela o puxou para uma parada e colocou a mão
na bochecha dele. —Você quebra meu coração, querido. Dói vê-lo banido aqui neste triste inferno
abandonado.
Ele segurou a mão dela em seu rosto como se estivesse tentando guardar a sensação de ser
tocado em sua memória. —Estou relegado.
—Você não deveria ter que ser relegado para isso! Ninguém deveria.
Ele segurou a mão dela antes que beijasse as costas dos dedos dela. –Nada muda, amor.
Nunca. A esperança é uma raposa inconstante, enviada para nos atormentar com o
descontentamento. E já terminei com ela com e suas promessas vazias, e desejos insatisfeitos.
Ele lhe deu um olhar angustiado que a rasgava. — Mil anos. — Ele enunciou cada palavra
com uma amargura dura. –Preferia que você esfolasse a minha pele até os ossos, do que flagelar
meu coração com coisas que não podem ser. Leve a sua esperança inútil de volta ao seu mundo
com você. Só rezo para que ela seja muito mais gentil com você, do que já foi para mim.
De repente, um grito alto soou.
Encolhendo-se pela estridência dos gritos que lhe abalou os nervos, Jo tapou os ouvidos.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 52
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

Cadegan esquadrinhou o céu cinzento monótono por sobre suas cabeças. –O tempo está
passando, amor. Você tem que ir. — Havia um tom de pânico na voz dele.
—O que é isso?
Ele pressionou a testa contra a dela. —Inimigos que querem o que nunca vou dar para eles.
Fiz um juramento ao irmão Eurig, e não vou quebrá-lo.— Com sua testa franzida, ele colocou as
costas dos dedos na bochecha dela. —Eles tiraram tudo de mim, moça. Eu não vou deixá-los levá-
la também.
Ele os teletransportou do riacho para algum lugar no fundo de uma floresta retorcida.
Embora fosse mais leve agora do que havia sido na noite passada, ainda estava escuro cinza e
incolor. Mas havia algo estranhamente brilhante entre duas pequenas árvores à sua direita. Isso a
lembrou de uma lagoa onde a luz refletida de volta para eles.
Cadegan cutucou em direção a ela. —Você precisa passar. Você estará com sua família,
então.
Uma dor intensa se apoderou dela, por ter que abandoná-lo aqui. Apesar do que ele disse,
sabia que estava sozinho em seu isolamento. Ele fora muito grato por seu contato, para que
pudesse ser de outra forma.
—Venha comigo! Vamos descobrir tudo juntos.
A agonia escureceu o olhar dele quando segurou o rosto dela com a mão enluvada. –Eu não
posso, moça. Não importa o quanto desejo isso.
O estrondo chegou mais perto.
—Precisa ir, Josette.
As lágrimas encheram os olhos dela. Ela não podia passar pelo portão. Não sem ele. —Cade
...
Ele silenciou o protesto dela com um beijo. –Estou com você, agora. Viva por nós dois.
Jo ouviu Selena e Karma chamando desesperadamente por ela do outro lado da imagem
cintilante. Ela olhou para Cadegan. –Você não acha que pode me seguir?
Ele colocou a mão sobre o portal cintilante para mostrar-lhe que, para ele, era um muro
impenetrável sólido. —Não, Moça. Estou condenado a ficar aqui. Agora vá enquanto é capaz. E
quebre o vidro uma vez que você tenha chegado do outro lado.
O barulho estava quase sobre eles agora. Ele desembainhou a espada e se moveu para
protegê-la.
—Posso voltar para visitá-lo?
Cadegan cerrou os dentes para uma pergunta que o rasgou em pedaços. Não havia nada que
lhe daria mais prazer. Mas, infelizmente, não poderia ser. –É muito perigoso. Para nós dois.
—Jo! Onde você está! Não me faça chamar sua mãe! Farei isso, menina! Farei!
Ela ignorou o tom zangado de Karma, do outro lado do espelho. —Cadegan ... —
Ele disse algo em galês, antes que a empurrasse para frente.
Como ele fez um momento atrás, ela bateu em um muro. —Pare — Ela rosnou enquanto ele
continuou a empurrá-la. Não posso passar por isso, também!
Cadegan congelou quando percebeu que ela estava presa também. Não. Não era possível!
A fúria o dominou enquanto ele agredia o portal com toda fúria que guardava dentro si.

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Jo engasgou quando viu um lado de Cadegan que a aterrorizava. Ele estava fora de controle
ao bater contra a porta e gritar em galês. Pelo menos, era o que achava que era.
De repente, o guincho estava sobre eles. E, quando ela viu o que fez aquele som, seu
estômago caiu a seus pés. Escuros e retorcidos, eles definitivamente não eram humanos.
—Cadegan? — Ela estendeu a mão para dar um tapinha no ombro dele. – O que eles são?
Ele virou-se e soltou outra série de maldições. — Fique atrás de mim. — Com a mesma
habilidade que havia usado na noite anterior, lutou com eles até que estavam mortos ou fugindo.
No momento em que tudo estava acabado, ele estava coberto de sangue, a única cor
vermelha brilhante que era a única cor evidente em todo esse reino.
Ele enxugou o rosto. —Venha, moça. — Ele estendeu a mão para ela.
Sem ter certeza se deveria estar com ele, colocou a mão na dele e lhe permitiu levá-los ao
buraco hobbit dele.
Ele atirou a espada antes que se teletransportasse para o lavatório, para limpar a si mesmo.
Ele mal deixou o lugar, quando batidas à porta, o fizeram retornar.
Aterrorizada que eles pudessem ainda entrar, ela subiu a escada o mais rápido que podia. —
Estou tão confusa. Por que combatê-los quando você poderia ter nos trazido de volta aqui com
seus poderes?
Ele soltou o riso mais amargo que ela já havia ouvido. —Seria o mesmo que fingir que se
pode ordenhar um touro, amor. Não lhe traria nada, além de adiar a dor. — Ele se enxugou antes
que a encarasse. —Se eu abrir o éter que permite viajar, eles podem nos seguir. A porta, então,
seria inútil. Preciso ter um determinado intervalo, antes que seja seguro usar esses poderes.
Ah ... fazia sentido.
—De qualquer forma, o que eram aquelas coisas?
—Graylings. — Passou a toalha pelo cabelo curto. –Uma vez foram criaturas feys que
entraram em conflito com Morgen e ela as amaldiçoou a essas formas retorcidas.
Ele franziu o cenho ferozmente para ela. –Eu não entendo por que você não podia ir. Não
deveria ter havido nenhum problema para você ir. — puxando-a contra seu peito, ele a segurou.
Prometo que vou vê-la em casa, Josette.
—Sei que você vai.
Ele se afastou dela. —Estarei de volta em um minuto.
—Aonde você vai?
—Saber como libertá-la
Mesmo sabendo que era inútil se ele escolhesse usar os poderes dele, ela bloqueou o
caminho dele. –Eu não vou deixá-lo ir sozinho.
—Josette, — Disse ele em tom de repreensão. —Você não tem ideia dos perigos que estão
esperando para devorar sua alma. Você aqui, acredito, poderia ser como um veado de três patas
sangrando, em um canil de cães raivosos.
—Muito descritivo e, provavelmente, a propósito. Mas ...
—Sem “mas”. Por favor. Deixe-me fazer isso.
Uma sensação horrível se estabeleceu no intestino dela. No entanto, sabia que não tinha
escolha real.

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Recuando, ela balançou a cabeça. –Boa sorte e Deus te proteja.

Karma parou quando ouviu a voz de Jo à distância. –Josie! Jo!


Ainda não havia resposta.
Ei, Karma — Selena chamou lá de baixo. —Preciso de você.
Ela desceu as escadas correndo o mais rápido que pôde, para encontrar sua irmã na sala de
jantar. Sozinha. —O que é isso?
Selena entregou o telefone de Jo. –Estava perto da porta.
Que estranho? Jo nunca largou o telefone dela voluntariamente. – Ela saiu pelos fundos?
Selena balançou a cabeça lentamente antes que fizesse um gesto para Karma para segui-la
para fora, para o pequeno pátio. —Temos um problema.
Sim, sem brincadeira. Perdemos Jo, e nossas mães vão nos matar se não a encontrarmos
inteira e feliz.
—Bem, é isso. Mas não é. Ouça-me ... eu a vi.
—Onde?
Selena olhou para a casa antes que falasse em um sussurro. —No espelho. Estava com um
homem vestido como um cruzado medieval.
O sangue foi drenado do rosto dela. —O que?
—Ela está em outra dimensão, é certo.
Karma amaldiçoou. –O que vamos fazer?
Selena não sabia. Mas não podiam deixar sua prima presa em algum reino espelho. —Não
sei. Chame Zeke e diga para nos encontrar aqui e vou ligar para Ash. Talvez um deles saiba onde
ela está e como resgatá-la.
—Estou indo. — Ela entrou na casa, e partiu para as escadas até que percebeu que Selena
não a estava seguindo. Em vez disso, ela estava em pé defronte a porta espelhada. —O que está
fazendo?
—Vou ficar aqui na sala de jantar, caso ela encontre seu caminho pra casa. — Selena olhou
em volta como um terrível calafrio na espinha. –Tenho um mau pressentimento sobre isso.
Karma assentiu. —Eu, também. Há algo verdadeiramente mal aqui. E, honestamente, não
tenho certeza que veremos a nossa Jo-Jo novamente.

Capítulo 6

— Ora, ora, alguém despertou o dragão? Colocou um punhal através da cavidade torácica
enegrecida de Morgen le Fey? Certamente algum tipo de evento não natural deve ter ocorrido
porque o filho de Paimon, um príncipe infernal, está em pé diante de mim, tão estupidamente.

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Com seus braços cruzados sobre o peito enquanto estava desafiadoramente na frente do
trono do rei sombra, Cadegan arqueou uma sobrancelha ante o sarcasmo de Brenin Gwyn ap
Nudd.
—Eu não sei de nada do que fala, meu senhor. Não há nenhum príncipe infernal aqui. Sou
simplesmente Cadegan Maboddimun.
Um nome que foi dado a ele em seu nascimento, pelo Padre Bryce e registrado no rolo do
mosteiro. Um nome que proclamou ao mundo que ele era Cadegan Son of No One39 —um filho
bastardo, órfão de pai e mãe.
Mas o rei sombra Fey não lhe deu trégua. —Então você assim o diz. Seu pai, no entanto, tem
um preço por sua cabeça, e não posso imaginar que loucura te trouxe até minha porta.
— Tenho necessidade de seus serviços.
O nebuloso rei sharoc40, lançou um olhar incrédulo para um dos bajuladores que estavam à
sua direita. Sombrio e frio, a luz passou facilmente por meio de seus corpos sharoc. A maioria era
tão transparente, que eram praticamente invisíveis e facilmente esquecidos pelos incautos ou os
ignorantes de sua existência.
Estes eram a raça mais repulsiva do reino fey. Canalhas, com uma veia de crueldade neles, a
maioria servia Morgen diretamente como espiões que esperavam angariar seus favores. Na
verdade, ele preferia lidar com um Adoni ou um Grayling do que as pessoas de Gwyn.
Mas o desespero o dilacerava com suas esporas. E o filho da puta havia cavado
profundamente no lombo de Cadegan neste dia.
—O inferno de fato congelou. — Gwyn levantou-se de seu trono e flutuou de seu estrado,
até parar diante de Cadegan. Inclinando a cabeça sombria, estreitou os olhos negros. –Nomeie
este serviço que você procura, príncipe da perdição.
Cadegan se forçou a não reagir ao insulto, ou a mostrar qualquer emoção. – A chave dragão
para o mundo humano.
—Você deseja deixar nossa companhia agradável tão cedo?
Ele não chamaria mil anos de “breve”. Mas por que discutir sobre alguns séculos, de uma
forma ou de outra. – O que posso dizer, meu senhor? O brilho constante do sol daqui está me
cegando. Certamente mais do que meus fracos olhos podem aguentar.
Gwyn riu. –Você é um atrevido. Especialmente pelo fato que você está aqui para pedir favor
... —Ele estalou a língua. – A chave—dragão. Isso, de fato, requer um pagamento especial.
Todas as coisas amadas tem um preço. – Seu preço?
Coçando o queixo barbudo, o rei estalou a língua no pensamento. —Antes que eu diga,
preciso saber o motivo agora.
Cadegan permaneceu completamente impassível diante dele. —Porque agora, o quê?
—Porque você, filho de Paimon, busca a libertação de nosso reino santificado, depois de
todo esse tempo?
—Será que isso importa?

39 Literalmente, Son of No One significa = Filho de Ninguém.


40 Uma das raças de fadas/fey, desse mundo sombrio.

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—Se você quiser uma chave, importa. Especialmente desde que sei que você não pode usá-
la.
Maldito seja ele por isso. Cadegan estava com a esperança de manter esse boato da
negociação deles.
Um dos bajuladores deslizou até o rei para sussurrar no ouvido dele. Gwyn ouvia em
silêncio.
Rindo, ele estreitou seu olhar sobre Cadegan enquanto o outro sharoc movia-se de maneira
furtiva de volta para as sombras. —Então é uma mulher, não é?
—Eu não sei sobre o que você está falando.
Gwyn riu ainda mais. —Claro que você não sabe. Entretanto, você almeja uma chave para
abrir uma porta, a qual não pode usar. Acho que você pode entender porque sua lógica me deixa
perplexo?
Cadegan suspirou em resignação fingida. —Esperava evitar a visita de meu tio e me colocar à
disposição dele.— Por razões numerosas. —Mas como você não me deixa escolha ... — Ele
começou a sair.
—Espere!
Ele se virou para olhar para trás para Gwyn. —Sim, meu senhor?
—Nós não temos a chave. Sendo Shadowborn41, nós não precisamos delas para passar para
dentro e para fora dos reinos. E como você sabe, aqueles que as possuem têm uma tendência
muito desagradável de mantê-las bem guardadas, e rasgar as asas e pele de alguém burro o
suficiente para tentar levá-las.
—Então por que você está me fazendo perder tempo aqui?
—Porque posso te fazer uma, mas isso exigirá que você reúna certas coisas que nos
beneficiam muito.
—Como?
— Uma lista curta, realmente. Garra de um dragão. Uma pedra de Emrys42 Merlin. O coração
do leão. Um pouco de cabelo do veado branco. Algumas gotas de sangue de Arthur ... enfim,
vamos precisar do sangue e suor de um waremerlin43.
Isso era um inferno de uma lista. A única coisa que faltava era uma parte de um corpo, rolar
nu sobre brasas ardentes, e ter um ferro quente empurrado para um desconfortável orifício de
saída.
— Mais alguma coisa? — Perguntou Cadegan.
—Para montar o medalhão? Não. Mas ainda há o pagamento para discutir.
—Estou ouvindo.
—Você e sua mulher devem ficar aqui, no Castelo Galar, enquanto você recolhe os itens e os
traz para mim. Se você não conseguir voltar antes das Vésperas Fey44, com pelo menos um item
para o dia, sua mulher passa a noite comigo ... na minha cama.

41 Seres nascidos nas sombras.


42 O primeiro nome do Merlin mais conhecido, o Merlin dos Contos do Rei Arthur.
43 Um arquidruida, um grande mago.

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Ele sentiu seu humor mudar ao mero pensamento. — Ela não é um troféu para ser trocada.
—Então, você admite ter uma mulher, não é? Fascinante.
Cadegan amaldiçoou pelo deslize. Alertou o bastardo para muito mais do que apenas
confirmar a presença de Jo em seu reino. Seu inimigo agora conhecia a fraqueza de Cadegan.
Inferno, não foi um de seus movimentos mais inteligente.
Infelizmente, nenhum de seus menos inteligentes, também.
E agora que Gwyn sabia, Cadegan estava com uma preocupação muito maior. —Como sei
que ela não será molestada enquanto estiver aqui?
—Juro sobre a minha coroa. Se ela for tocada durante as horas de luz, vou ceder meu trono
para você, e as bolas do infrator.
Cadegan bufou. –Se eles a tocarem vou tomar mais do que apenas as bolas deles. Sim, todo
o corpo também. — Ainda sem ter certeza se deveria fazer mesmo isso, enquanto tentava pensar
em uma maneira melhor.
Honestamente, não havia nenhum. Gwyn era o menor dos demônios neste lugar, e o único
que poderia fornecer uma chave para Josette, sem imenso derramamento de sangue.
—Então será assim, parente dos demônios? — Perguntou Gwyn.
—E isso é tudo o que você vai tomar de mim?
—Sim e não. Quando isso for feito e a chave for comprovada para o trabalho, irei entregá-lo
ao seu pai pelo pagamento. E você não vai lutar comigo ou contra mim. Você vai em paz para os
braços amorosos dele.
Por um minuto, Cadegan não conseguia respirar pela gravidade do preço. Será que Gwyn
fazia ideia do que estava pedindo?
—Na próxima vez que ver seu rosto, cão, você vai aprender muito bem porque cada demônio
hellborn me teme! E você vai pagar por cada gota de sangue de demônio, que tenha derramado
em serviço para aquele filho da puta que eu deveria ter afogado no nascimento. Vou jantar suas
entranhas sem valor!
Era uma promessa que sabia que seu pai fez. A morte de Cadegan não seria fácil e nem
breve. Seu pai levaria muito tempo, certificando-se de que Cadegan lamentasse cada respiração
que o mantivesse vivo.
Que diferença isso fazia? A sério? Comparado a como viveu, era apenas uma mudança de
cenário e guarda-roupa.
Continue mentindo para si mesmo, rapaz.
Há uma grande diferença. Mas, assim que viu uma imagem em sua mente de Josette
dormindo em seus braços, e ouviu a memória da risada dela, soube que estava mais do que
dispostos a correr o risco.
Por ela.
Ela valia a sua vida miserável.
Cadegan deslizou seu olhar para a sombra que os observava em silêncio. —Combinado.

44Na liturgia católica, as Vésperas são a parte do Ofício Divino, também chamado Liturgia das Horas, que é celebrada à tarde, entre
15 e 18 horas. Composições ou cânticos sobre os textos dessa hora canônica também são chamados vésperas. No caso desse livro, é
o horário, provavelmente à noite ou de madrugada, onde os ritos do mundo das fadas (feys), se realizam diariamente.

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Assim que ele começou a sair, Gwyn o chamou. —Há mais uma coisa que você deve saber.
Cadegan amaldiçoou silenciosamente. Ele deveria saber que não seria tão fácil como
parecia. E isso é?
—O Equinócio de Outono45 ocorrerá em três dias. Depois disso, a chave será inútil para ela.
Ela ficará presa aqui para sempre.
Um ser humano em uma terra onde seria uma presa, com os predadores que queriam
destruir uns aos outros para obtê-la. Não importando o que fariam com ela.
Fechando os olhos, fez uma careta. Não havia como voltar atrás agora.
Sabia por experiência própria, que ninguém em Avalon lhe permitiria a entrada ou falaria
com ele de qualquer maneira.
Nem mesmo Varian Dufey.
Por causa da mancha e do sangue de seu pai, eles se recusariam a confiar nele.
Ele era a única chance que Josette possuía. E Gwyn era a única saída possível à sua
disposição.
Se falhasse nisso, teria certeza de matá-la ele mesmo.
Seria a melhor coisa que poderia fazer.

Capítulo 7

—Então esse é o Castelo Galar. — Jo repetiu o nome que Cadegan disse à ela antes,
desejando que pudesse rolar os “r s” da mesma forma sem esforço, como ele fazia. O sotaque
galês medieval dele, era a coisa mais sexy que ela já ouviu. E suspeitava que ele poderia lhe dar
um orgasmo simplesmente sussurrando bobagens em seu ouvido. Mataria para ouvi-lo em uma
conversa de verdade com ele.
Deveria ser incrível.
Ao se aproximarem do castelo, ela diminuiu o passo, em parte por admiração ...
parcialmente flagrante, por puro terror. Mesmo sendo lindo, todo o castelo flutuava no ar. Isso
seria bastante assustador, mas ao mesmo tempo possuía uma ponte de pedra que conduzia até
ele, havia duas raquíticas pontes de madeira no início e no fim um caminho de pedra. Estava
falando sério? Ninguém em seu perfeito juízo andaria sobre aquela coisa que balançava tão alto,
acima de um terreno que não podia sequer ver.

45Na astronomia, equinócio é definido como o instante em que o Sol, em sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano
do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto no qual a eclíptica cruza
o equador celeste. A palavra equinócio vem do latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e
a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em
que metade do círculo solar está acima do horizonte, e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar está
metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração. Os
equinócios ocorrem nos meses de março e setembro quando definem mudanças de estação. Em março, o equinócio marca o início
da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul. Em setembro ocorre o inverso, quando o equinócio marca o início
do outono no hemisfério norte e da primavera no hemisfério sul.

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Com os olhos arregalados, olhou para a única torre que se levantava alta nos céus, e a
escada em espiral que se envolvia ao redor do exterior da mesma, levando a uma torre menor que
vagamente lembrava a tocha da estátua da liberdade, que se projetava ao lado. Sem dúvida, era
onde o senhor do castelo possuía os aposentos dele.
Sim, ele era apropriado para esta terra de fadas assustadoras e sombrias.
—Galar. O nome tem uma bela sonoridade.
Cadegan bufou com as palavras dela. Galar significa “tristeza”, amor. E o lugar é
apropriadamente chamado.
Oh ...
—Como é ferrado seu idioma, porque algo tão bonito é uma coisa ruim, hein? Você poderia
muito bem ser francês. Não importa o que você diz, sempre soa como um elogio.
Ele franziu o cenho. —Francês? O que é francês?
—Sabe ... você entra em seu barco e viaja através dessa grande coisa aquosa chamada de o
Canal Inglês, e chega na terra no continente sul da Inglaterra? Aquelas pessoas que vivem lá são os
franceses.
—Ah. Normandos, Francos e Gauleses46.— Ele torceu o nariz para ela. –Não vale a pena,
amor, não gosto de nenhum deles.
—Há alguém de quem você gosta?
O humor desapareceu dos olhos dele quando começou a atravessar a ponte levadiça. Ele se
inclinou para sussurrar no ouvido dela. —Você.
Essa simples declaração enviou um frio quente sobre ela e isso a deixava querendo saboreá-
lo. Mas ele advertiu-a cuidadosamente para manter suas emoções escondidas.
Mesmo assim, não podia deixar de provocá-lo. —Para seu registro, Cade? Sou parte
francesa.
Ele soltou um leve bufo. —Então acho que gosto dos Francos mais do que pensava.
—Espero que você goste.
Mais uma vez, todo o humor fugiu do rosto dele quando ele sacudiu a cabeça em direção a
uma sombra. Antes que ela pudesse perguntar sobre isso, ele manifestou uma bola de fogo e
atirou-a contra a parede de pedra antiga.
A sombra gritou e correu para longe.
Cadegan continuou a lançar fogo nele até que estava bem fora da vista deles.
Ao se aproximarem da ponte levadiça, Jo ficou horrorizada com o que ele fez, sem motivo
aparente. Qual era essa ação? Algum tipo de Síndrome de Tourette47 estranha, com fogo?

46Povos que habitavam o país que hoje é a França.


47 Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais, que persistem por
mais de um ano e geralmente se instalam na infância. Na maioria das vezes, os tiques são de tipos diferentes e variam no decorrer
de uma semana ou de um mês para outro. Em geral, eles ocorrem em ondas, com frequência e intensidade variáveis, pioram com o
estresse, são independentes dos problemas emocionais e podem estar associados a sintomas obsessivo-compulsivos (TOC) e ao
distúrbio de atenção e hiperatividade (TDAH). É possível que existam fatores hereditários comuns a essas três condições. A causa do
transtorno ainda é desconhecida. Em 80% dos casos, os tiques motores são a manifestação inicial da síndrome. Eles incluem piscar,
franzir a testa, contrair os músculos da face, balançar a cabeça, contrair em trancos os músculos abdominais ou outros grupos
musculares, além de movimentos mais complexos que parecem propositais, como tocar ou bater nos objetos próximos. São típicos
dos tiques vocais os ruídos não articulados, tais como tossir, fungar ou limpar a garganta, e outros em que ocorre emissão parcial
ou completa de palavras.

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Ele deu-lhe uma expressão de dor de total e confusão antes de falar. Era um sharoc nos
espionando. Eles são sombra fey. Você tem que manter sua guarda. Eles são bichos muito
traiçoeiros.
—Ah. Daí o enema48 de fogo. Entendi.
—Enema? Fogo?
Ela deu um tapinha de leve no rosto dele, enquanto ele batia na porta. —Chamas explodindo
na parte de trás das calças deles.
Antes que ele pudesse responder, as portas se desintegraram, deixando a mostra um
enorme homem cinzento com os olhos negros e pele cinza. Ele deu um olhar rápido para Cadegan,
antes de olhar com curiosidade para ela. —Bem, você não é muito pontual?
Jo recuou um pouco, enquanto o homem levitava para fora da parede na frente deles.
Pela rigidez súbita do corpo de Cadegan, soube que isso era mais inimigo do que amigo.
—Não temos tempo a perder. — Cadegan colocou-se entre eles. —Josette, conheça Brenin
Gwyn ap Nudd.
Agora era a vez dela ficar confusa. – Por qual nome devo chamá-lo?
Com o olhar firme no recém-chegado, Cadegan manteve a mão no braço dela. —Perdoe-me.
Brenin significa rei. Seu nome é Gwyn, filho de Nudd. Mas por razões de segurança, só se refira a
ele como Sua Majestade. E evite-o sempre que puder.
O rei estalou para ele. – Ainda atrevido.
—E você ainda está me irritando, meu senhor.
Recuando, o rei abriu espaço para outro macho sombra se juntar a eles. —Gage Irá mostrar-
lhe os seus novos aposentos. — Ele estreitou o olhar sobre Cadegan. —E as areias estão caindo
rapidamente para você, rapaz. Começamos hoje. Você tem pouco tempo para as vésperas. Você
não deveria estar atrás disso?
—Odeio você, — Cadegan rosnou.
O rei se virou com um sorriso sinistro e malvado para Jo. —Vai me odiar ainda mais se
perder seu prazo. Oh, e eu poderia ter dito isso a você antes. Mas há uma ordem específica para a
forma como os itens devem ser adquiridos. Você precisa roubar a garra do dragão em primeiro
lugar.
O olhar no rosto de Cadegan dizia que o rei estava com sorte de ainda estar em pé. Com
seus olhos enviando ódio e fúria, ele se virou para ela. –Vou ter que deixá-la agora, Josette. Mas
voltarei assim que puder.
Quando ele começou a se afastar, ela agarrou os bíceps dele. —Hei, espere um segundo. Por
que não posso ir junto?
—Junto com o que?
—Junto com você seu bobo.
Ele olhou de volta para o rei. –Acho que seria uma ação mais prudente, na verdade.
Gwyn estreitou seu olhar diante dele, e o sorriso dele tornou cruel. —Bem. Permitirei isso.
— Moveu-se mais rápido do que ela conseguiu piscar, e colocou um bracelete no braço dela.

48Enema (também denominado enteroclisma ou clister) é a introdução de líquido no ânus para lavagem, purgação ou
administração de medicamentos.

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Cadegan amaldiçoou. – Seu bastardo!


Imperturbável, o rei lhe deu um sorriso cruel. –Para garantir seu retorno.
—O que? Jo perguntou, puxando o bracelete. —O que é isso?
Gwyn respondeu por Cadegan. — Se ele não retornar através da ponte levadiça no tempo
designado, sem o uso da magia dele, você ficará sem uma mão, moça. Talvez mais, dependendo
do meu humor.
Os olhos dela se arregalaram. —Sabe, Cade, acho que poderia ficar e descansar aqui.
— Tarde demais.
O rei concordou. —Vocês definiram os termos por si próprios. — Um sino soou. – Vejam,
vocês tem uma hora para voltar aqui com a garra de um dragão. Boa sorte com isso. — Gwyn
desapareceu.
Rompendo em uma sequência de maldições furiosas em gaélico, Cadegan pegou a mão dela
e correu com ela de volta para a ponte. Uma vez que ele estava fora do castelo, usou os poderes
dele para devolvê-los para a floresta.
—Pergunta.
—Sim, moça.
— Você não tem permissão para usar seus poderes dentro dos terrenos do castelo, não é?
—Não. Isso é proibido, e qualquer violação é punida severamente. É por isso que Gwyn
nunca se aventura para longe da casa dele. Ele é um covarde.
Ela estendeu o braço para cima para mostrar a ele o bracelete. —É por isso que ele queria
ter certeza de que voltasse? Assim, não teria que deixar a casa dele para nos procurar?
Ele acenou com a cabeça enquanto caminhava cautelosamente pela floresta. –
Provavelmente.
Jo detestava ser comandada por nada. Especialmente Magia. Tanta coisa para não acreditar
nisso. –Então, em que espécie de demanda estamos afinal?
—Devo conseguir a garra de um dragão.
Não era o que estava esperando ouvir. E, honestamente, o que a deixou um pouco nervosa.
–Então existem dragões nessas matas?
— Apenas um. Bem ... há muitas mandrágoras, mas apenas um verdadeiro dragão que
conheço. E Gwyn disse garra do dragão, não garra de mandrágoras. Então, estou supondo que ele
quer uma garra do único e verdadeiro dragão.
Uma divulgação fascinante que a deixou pensando uma coisa. —Qual é a diferença entre um
dragão e uma mandrágora?
—Mandrágoras são criaturas nascidas feys. São uns bastardos que podem tomar a forma de
um homem ou draig.
—Draig?

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 62
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— Dragão. E estão todos atualmente escravizados por Morgen, e vivem dentro e ao redor de
Camelot. Mas o único ... ele é o último de sua raça aqui. E ele dorme dentro daquela caverna49.—
Ele empurrou o queixo em direção à montanha aparecendo diante deles.
— Legal. Vou distraí-lo. Você bate na cabeça dele e teremos tudo pronto. Trouxe um par de
cortadores de unha, para o porte de um dragão gigante?
Ele lhe deu uma carranca adoravelmente perplexa. Porra, ele era a coisa mais sexy que ela já
conhecera. —Sarcasmo?
Ela riu da pergunta dele. —Qual era sua primeira pista? As palavras ou o tom da minha voz?
Ele sorriu para ela enquanto inspecionava a área e, cuidadosamente, levou-os para frente
sem fazer um comentário sobre a farpa brincalhona adicional dela.
À medida que se aproximaram da montanha, ela começou a ver o número de ossos
humanos espalhados no chão. E isso trouxe o perigo com uma realidade aterradora.
Eles poderiam morrer fazendo isso.
—Hum, Cade?
—Sim, moça.
—Como grande é esse dragão, afinal?
Ele fez uma pausa para pensar nisso. —Apenas o vi de longe. Quando ele está voando no
céu, à procura de presas. Mas do nip até a cauda, eu diria que cerca de 7 a 10 metros.
—Nip50?
—Boca.
—É uma porra de um grande dragão. Será que ele cospe fogo?
— Eu não sei, mas diria que sim.
Grande. Um dragão gigante que cospe fogo. Apenas o que havia colocado na lista de Natal
dela.
Nunca.
De repente, Jo percebeu que não estavam completamente sozinhos na floresta. Tentando
não entrar em pânico ou ser alarmista, estendeu a mão em silêncio e colocou a mão no braço de
Cadegan. –Qual o alcance do poderio de fogo do dragão?
—Não tenho ideia, moça. Por quê?
Ela segurou-o ao seu lado. —Porque estou olhando para ele e ele não parece feliz em ter
convidados.
Cadegan congelou quando as palavras dela o atingiram. O sangue foi drenado do rosto dele,
quando se virou para ver o dragão agachado, observando-os.
—Dragãozinho bonitinho, dragãozinho bonzinho, — Josette respirou em um tom de cantiga
infantil. —Você não quer comer as pessoas agradáveis. Você quer? — Ela balançou a cabeça. —
Não, você não quer. Nós nem temos tamanho para ser um lanche.
O queixo dele caiu. Ela estava louca? —O que está fazendo, moça?
—Shh, — Ela retrucou. —Estou sendo uma encantadora de dragão.

49 No original, em inglês arcaico: “yon den”, que, traduzido para o inglês moderno, e depois para o português, ficaria algo como:

“dentro daquela toca, dentro daquela caverna. “Queridos leitores, tivemos um trabalhão para revisar esse livro, por causa dos
termos em gaélico e em inglês arcaico. Divirtam-se!
50 Termo do inglês arcaico, ou melhor, saxão, para boca.

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Dark-Hunters 26

Ele ficou ainda mais horrorizado com as palavras dela. —O quê?


—Encantadora de dragões. — Ela deslizou o olhar para Cadegan. — Estou assumindo que se
você lutar com ele, vai ser uma confusão sangrenta. Certo?
—Provavelmente.
—Podia resultar em ambas as nossas entranhas e vísceras voando?
—Provavelmente.
Ela deu um tapinha no braço dele gentilmente. —Então vamos tentar do meu jeito em
primeiro lugar. Podemos?
Ele bufou na oferta dela. — Eu não tenho certeza de que gosto do seu jeito, Josette. Parece
ainda mais perigoso do que o meu.
Ela piscou para ele. –De qualquer maneira, não sei se gosto do meu jeito também. Só me
prometa que, se ele começar a me comer, vai nos tirar daqui.
— Farei o meu melhor.
—Legal, agora cale-se e me deixe fazer algo enormemente estúpido.
Divertido e horrorizado, Cadegan prendeu a respiração ao vê-la com coragem e, lentamente,
caminhar em direção ao dragão. Ele queria impedi-la, mas ela estava certa. A batalha não faria
nada por eles, a não ser deixá-lo ferido e, provavelmente, morto por ela.
Enquanto ele lutara e vencera muitas mandrágoras, nunca lutou contra esta besta antes. Ele
não sabia como e, se houvessem, quais seriam as fraquezas dele. E era uma enorme besta
amarelo-alaranjada, com asas negras, e uma cabeça espinhosa.
Ele nem sabia o quão rápido se movia. Como disse a ela, só o viu ao longe, e sempre em
fuga. Nunca no chão.
Jo parou antes de chegar ao nariz da criatura. Engolindo o medo dela, sabia que precisava
fazer isso, mesmo que o que realmente queria fazer era sair correndo e gritando na outra direção.
—Oi, sr.Dragão. Como você está hoje? Sentindo-se de bom humor, não é? Sim. Sim, você
está. Você não quer comer pessoas, não é? Não, as pessoas tem gosto nojento. Elas são duras e
fibrosas. Não deve comer pessoas. — Ela balançou a cabeça para enfatizar suas palavras. —Vai ser
um docinho, não é mesmo? — Desta vez, ela acenou com a cabeça.
Talvez fosse um desejo da sua parte, mas o dragão parecia estar carrancudo para ela, como
se ele entendesse as palavras dela, mas ainda estava perplexo com o contexto. Era uma expressão
que vira muitas vezes no rosto de Cadegan.
Ela deu um passo para frente.
O dragão realmente avançou para trás. Ele fez um som estranho e retumbante. Não era bem
um grunhido.
—Shh, Está tudo bem, sr.Dragão. Nós não vamos te machucar. Não. Nós gostamos de
dragões. Costumava desenhá-lo o tempo todo quando era criança. Eu fazia isso. Possuía uma
coleção de brinquedos de dragão. Porque você é uma gracinha, não é?
Ela inclinou a cabeça.
Jo fez uma curva quando percebeu que uma das asas dele estava no chão em um ângulo
estranho. –Tem um dodóizinho, sr.Dragão?
Cadegan aproximou dela. – A asa está quebrada. Ele começou a desembainhar sua espada.

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Dark-Hunters 26

O dragão se virou para ele com um silvo.


—Não — Ela disse para os dois. —Cade, mantenha sua espada para baixo.
—Por quê? Agora é a hora de atacar.
Ela balançou a cabeça. —Acho que ele me entende.
O dragão voltou sua cabeça para trás na direção dela.
—Você me entende, não é?
Ele pareceu acenar.
Ela se aproximou mais e mais, até que foi capaz de alcançar e tocar as escamas cinza em
torno do nariz dele. Tratando-o como um cachorro, ela permitiu-lhe sentir o cheiro da pele dela. –
Entendeu, não vou machucá-lo, dragãozinho grandão.
Ele não se moveu enquanto olhava para ela com cautela. Como se ele fosse tão desconfiado
dela como ela era dele.
Ela moveu a mão lentamente para acariciar a cabeça dele, perto da orelha. –Está tudo bem.
— Ela embalou a cabeça maciça contra o peito dela e acariciou a pele seca, escamosa. Então olhou
para Cadegan. —Viu? Ele é inofensivo.
—Eu não iria tão longe. Mas posso entender a motivação dele. Ficaria tranquilo também por
uma chance de descansar a cabeça em seus seios.
Ela corou.
O dragão rosnou para ele.
—Chega, meninos, — ela brincou. – Vamos brincar direitinho.
O dragão se acalmou e fechou os olhos enquanto ela continuava a acariciá-lo.
Ela deu um beijo na orelha dele. —Nós só precisamos de uma garra de dragão, certo? Não
temos de machucá-lo, para isso, não é?
—Depende de como ele vai lutar ferozmente contra nós.
O dragão rosnou de novo, como se soubesse exatamente o que Cadegan estava dizendo.
Jo acariciou o ouvido dele. –Você pode curá-lo?
Cadegan hesitou. —Posso, mas estou pensando que um dragão curado pode nos comer.
Se você me curar, eu não vou te machucar.
Jo ficou completamente imóvel com voz masculina desconhecida em sua cabeça. —Foi
você? — Ela perguntou a Cadegan.
Ele balançou a cabeça lentamente. –Foi você? — Perguntou ao dragão.
— Meu nome é Illarion, e sim.
Ainda assim, Cadegan não estava confiando nele. –Nós podemos confiar em você?
O dragão olhou para ele. Se eu quisesse fazer mal a você, demônio, você dois estariam em
chamas agora.
—Certo, então. — Cadegan moveu-se para a asa quebrada. –Vá para trás, moça. Isso pode
machucá-lo e não quero que ele a machuque sem querer.
É melhor fazer o que ele diz. Fique perto da caverna.
Jo bateu no nariz do dragão. —Não machuque Cadegan, também. Ou vou ficar muito
zangada com você.
—E não vou gostar de você também, — Cadegan reclamou.

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Dark-Hunters 26

Illarion bufou enquanto Cadegan movia-se para a asa machucada dele e Jo procurou
cobertura.
Enquanto ela começou a se afastar, Cadegan a deteve. Ele puxou o medalhão da sorte sobre
a cabeça dele e beijou-a como se fosse uma relíquia sagrada de um monge, antes de colocá-lo em
torno do pescoço dela. —Nunca o retire ele irá protegê-la sempre.
—Obrigada, amor. — Ela beijou a bochecha dele e lhe desejou sorte.
Uma vez que ela estava fora da linha de fogo, literalmente, Cadegan tocou a asa.
O dragão fez uma careta de dor.
—Como você fez isso? — Cadegan perguntou a ele.
Bati numa montanha. Agora arrume isso, ou terei welsh rarebit para o jantar51?
O sarcasmo dele era tão impressionante quanto estúpido. —OOO, você é um pouco ousado,
não é? — Cadegan convocou seus poderes. –Proteja-se. Isto vai queimar.
Faça-o.
Usando seus poderes, Cadegan colocou os ossos e tendões de volta no lugar. Para crédito do
dragão, ele não fez nenhum som ou movimento. Não, até que tudo estava terminado.
Então ele levantou a asa para testar seu movimento.
Cadegan teve que apoiar-se por causa do vento forte dele.
—Posso sair? — Josette perguntou.
—Sim, amor. Ele está melhor agora.
Jo assistiu enquanto Illarion se levantava em toda sua estatura imponente e sentava-se
sobre as patas traseiras, para vê-los com seus olhos amarelos misteriosos.
Obrigado.
Cadegan inclinou a cabeça para ele. – Sem preocupações.
Jo sorriu para eles até que seu dragão tornou-se um homem incrivelmente alto. Com os
olhos arregalados, ela pulou para ficar atrás de Cadegan, que não reagiu, exceto para pôr a mão
no punho da espada.
Deixando o réptil com asas, Illarion possuía um metro e noventa e oito de sexo masculino.
Ainda mais musculoso do que Cadegan, tinha cabelos castanhos longos e escuros, com reflexos
aloirados e olhos azuis prateados.
—Porque ele tem cor? — Ela sussurrou para Cadegan.
—Não tenho realmente certeza, — ele respondeu por sobre seu ombro, enquanto mantinha
os olhos fixos em Illarion.
Nem a magia de Merlin ou de Morgana, funcionam em mim.
Cadegan arqueou uma sobrancelha. — Sério?
Illarion assentiu, enquanto testava o braço para se certificar de que estava completamente
curado.
— Estou confusa. Jo manteve-se atrás Cadegan. –Apenas achava que as mandrágoras eram
metamorfos e não os dragões?
Cadegan encolheu os ombros.

51 Prato escocês com torradas, condimentos e ovos.

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Dark-Hunters 26

Illarion ofereceu-lhe um sorriso paciente. Na minha forma verdadeira e natural, sou nascido
de um ovo de dragão, como os meus parentes antes de mim. Mas, por causa da magia de um rei
grego séculos atrás, minha família têm a capacidade de se transformar em seres humanos, em
determinadas circunstâncias.
—Você sabia disso? — Jo perguntou Cadegan.
Ele balançou a cabeça antes de Illarion continuar. Houve um tempo, onde havia muitas raças
e espécies de dragões. Andamos pelo reino humano, e lutamos muitas batalhas uns contra os
outros. Mas entre as nossas guerras e ódio de ambas as espécies, todas as almas de dragões foram
empurradas à extinção ou à beira dela.
Os poucos de nós que sobreviveram ou estão escravizados, como as mandrágoras, ou, como
eu, estão na clandestinidade.
Cadegan estreitou seu olhar sobre Illarion. —Qual é sua espécie?
Eu sou um Katagari Drakos. Tanto quanto sei, sou o último da minha raça.
—E você não pode falar, mesmo em forma humana? — Perguntou Jo.
Ele apontou para um lugar em seu pescoço, onde parecia que alguém o havia esfaqueado na
garganta. Enquanto estava escravizado quando era um filhote, um homem tentou remover a
minha capacidade de fazer fogo. Mas as chamas não vêm de minha garganta, só por isso.
Ela encolheu-se pela cicatriz horrível. –Sinto muito, Illarion.
Colocando a mão sobre o seu coração, ele curvou-se gentilmente para ela. Agora, o que é
isso sobre a garra de um dragão que você precisa?
— É necessário para uma poção sharoc.
Illarion fez uma careta para Cadegan. Desde quando eles fazem poções?
—Estou esperando que agora façam.
—Alôooooooo, — Jo interrompeu. —Se a magia daqui não funciona em você Illarion, pode
deixar este campo?
Seus olhos escureceram-se com tristeza, e ele balançou a cabeça. Como um dragão, sou
muito grande para o portal, e sempre que tento passar como um homem, sou transformado
novamente em um dragão e fico preso. É humilhante. Certa vez, passei dois dias com o meu rabo
para fora, enquanto tentava colocar minha cabeça para trás através do portal.
Jo apertou os lábios para não rir com a imagem em sua cabeça.
—Então como você chegou aqui? — Perguntou Cadegan.
Fui trazido aqui contra a minha vontade para lutar contra as mandrágoras de Morgen por
uma feiticeira grega, que havia sido enganada por ela. Ele virou a cabeça para uma pilha de ossos
que haviam sido fixados ao lado da caverna dele, em uma matriz particularmente dolorosa. Não
será preciso dizer que não estava muito feliz com isso. Nem estava ela, no final.
—Estou surpresa por você não querer fazer amizade com as mandrágoras.
Ele bufou com o comentário de Jo. Dracokyn são muito territoriais, minha senhora. Nós não
nos relacionamos muito bem com os outros. Por isso tão poucos de nós restaram. Prefiro morrer
sozinho do que viver com meus inimigos.
—Você me lembra alguém que conheço. — Ela olhou incisivamente para Cadegan, então,
impulsivamente, abraçou Illarion. —Novamente, sinto muito pelo o que fizeram com você.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 67
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Dark-Hunters 26

A expressão no rosto dele lembrava a de Cadegan. Como se ele não conseguisse entender a
compaixão de outra pessoa. Ele deu um olhar desconfortável para Cadegan, que não parecia estar
apreciando o fato de que ela estava abraçando um outro macho.
Não querendo que ele ficasse com ciúmes, ela moveu-se de Illarion para Cadegan e beijou a
bochecha dele. —Não me olhe assim querido. Nós não precisamos descobrir se a carne de dragão
tem gosto de frango.
O quê?
Cadegan bufou. —Ela faz muito isso. Só compreendo metade do que ela diz. É parte do
charme dela. — Ele olhou para o céu. —E precisaremos de uma garra rápido. Estamos quase sem
tempo.
Você confia no sharoc?
— Nem um pouco.
Homem esperto. E quando disseram garra, quais as palavras exatas que usaram?
Cadegan fez uma pausa para pensar. –Uma garra de dragão. Uma pedra de Emrys Merlin. O
coração do leão. Um pouco de cabelo do veado branco. O sangue de Arthur, e o sangue e o suor
de um waremerlin.
Illarion soltou um assobio silencioso. Que lista que você tem aí.
—Sim, acredite em mim, sei.
E isso não é só uma lista, é um enigma.
Cadegan arqueou as sobrancelhas. —Como assim?
Uma pedra de Emrys Merlin seria um goylestone52, não uma pedra. O sangue de Arthur é
uma flor que floresce do outro lado do Tor, e uma garra de dragão não é uma unha.
Cadegan rosnou baixo em sua garganta. — Bastardo desonesto. Isso mesmo. Deveria ter
sabido que era um truque.
Sim. Tenho certeza de que os outros também são charadas. Mas não os conheço. Só conheço
esses três porque as mandrágoras se alimentam das goylestones. É fácil montar uma armadilha
para elas quando vão até lá para comer. O Adoni53 usa o sangue de Arthur para a cura, e sei
exatamente o que minha garra é.
—E o que é isso?
Um dos mais sagrados objetos de um dragão. É quase o mesmo que pedir-lhe um testículo.
Cadegan realmente corou. –Tenha cuidado com as palavras, diante de minha senhora!
Ousado, Illarion sorriu para ela. Perdoe-me, minha senhora. Ele se virou para Cadegan. Por
que você precisa desta poção?
—Minha senhora não pode passar pelo portal, sem uma chave. Gwyn ap Nudd diz que ele
pode fazer um para ela.
A que custo?
—Eu devo pagar. Mais tarde.

52 Tipo de árvores.
53 Rei/sacerdote/curandeiro.

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Illarion estremeceu como se entendesse como o pagamento seria duro. Pelo o que você fez
por mim hoje, vou emprestar a minha garra para você, mas você tem que me levar com você e
devolvê-lo uma vez que isso esteja acabado. Entendido?
—Tens minha palavra.
Palavra de um demônio. Illarion balançou a cabeça como se não pudesse acreditar o quão
estúpido estava sendo.
—Ele é bom, — Jo disse sem hesitar. —Você não vai se arrepender de confiar nele.
Cadegan congelou quando ela lhe deu o presente mais precioso de sua vida, e nem percebeu
que havia feito isso.
Ela confiava nele. Tinha fé que ele não era o demônio bastardo que todo mundo pensava
que fosse. Só por isso, poderia amar essa mulher. Mas ela deu-lhe muito mais.
E foi por isso que estava disposto a trocar sua vida e conforto, pela liberdade dela.
Illarion hesitou antes de desamarrar a braçadeira de couro de seu braço. Parecia ter um
bebê dragão de metal sentado em cima dela. Entregou-o com reverência para Cadegan.
— O que é essa garra? — Jo perguntou.
Illarion puxou para baixo o bracelete que o dragão estava segurando, até que aquilo fez um
som como se estivesse travando no lugar. Quando o fez, duas pontas afiadas dispararam e um
terceiro tiro saiu da cabeça do dragão.
—Santo Porcaria! O que é isso?
Illarion sorriu, pela pergunta chocada dela. Garra de um dragão. Elas são dadas a cada
Katagari Drakos, uma vez que ele ou ela tiver idade, para nos proteger, impedindo-nos de sermos
afetados por magia, quando estamos na forma de um ser humano.
—Em seu estado mais fraco.
Ele inclinou a cabeça para Cadegan. Como disse, meu povo foi caçado até a beira da
extinção.
Respeitando o seu caráter sagrado, Cadegan segurou-o com a mesma reverência. –Eu o
guardarei com a minha própria vida, e tenha certeza que será devolvido a você intocada, assim
como me foi dada.
Jo franziu a testa enquanto Cadegan envolveu-a num pano para protegê-la. —Tenho uma
estranha pergunta. Por que o sharoc precisa disso? Com que objetivo poderia servir para uma
poção?
Ela está certa. Eles não poderiam saber que eu poderia simplesmente dar a você, quando
normalmente, mataria antes de permitir que alguém a levasse.
Cadegan suspirou enquanto guardava a garra. – Acreditem em mim, já pensei nisso. O
objetivo, obviamente, era fazer com que um de nós morresse. Talvez os dois.
E você falhar em sua demanda.
—Sim, com certeza. Não há outra razão para esta atribuição. — Cadegan piscou para eles.
—Agora, que me dizem de irmos e arruinarmos o dia de Gwyn?

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Gwyn ap Nudd bateu na parede atrás dele tão fortemente, que ficou surpreso das costas
não terem sido quebradas.
—Seu idiota! O que você estava pensando?
Gwyn limpou o sangue em seus lábios enquanto enfrentava o gigante suserano54 demônio,
na frente dele. O fogo ondulou sobre pele dele enquanto as asas se estenderam para fora,
tornando-o ainda mais aterrorizante do que o normal. E isso era dizer muito, já que no aspecto
normal dele, faria o mais arrogante coração mijar nas calças.
Durante séculos, Paimon havia oferecido riquezas inimagináveis, e até mesmo magia, em
troca da captura de seu filho. Tendo em conta que, ao que parecia, o bastardo não possuía
nenhum amor pela criança.
Foi muito doloroso estar errado.
A mão de Gwyn tremia enquanto abaixava de seu rosto. —Pensei que ficaria feliz. Agora
você vai tê-lo.
Paimon rolou maldições demoníacas ininteligíveis. A alma dele não virá para mim. Não que
eu dê a mínima para isso. — Mas, felizmente, Cadegan não sabia disso. —É o corpo vivo dele que
preciso — Ele agarrou Gwyn pela garganta. — Se ele estiver morto, não pode usar o escudo. É
inútil, então! Apenas um de seu sangue pode comandá-lo!
Oh, que horrível.
—Perdoe-me, meu senhor. Eu não sabia disso.
Paimon arremessou-o outro lado da sala. —Claro que não. Idiota! E é melhor você rezar com
tudo que tem, para que ele sobreviva a esta aventura suicida em que você o colocou. Além de sua
preciosa Morgen, Valac está agora atrás dele. Se aquele bastardo o levar... —
Gwyn arqueou as sobrancelhas. —Porque tantas forças obscuras o procuram?
—Isso não é para seu conhecimento! Seu trabalho é devolvê-lo para mim, vivo e respirando.
Ou você vai querer que eu o tivesse matado neste dia. — Paimon desapareceu instantaneamente.
Gwyn lambeu o sangue em seus lábios, enquanto sua mente girava com a notícia. Enquanto
Cadegan sempre fora calorosamente procurado por sua senhora escura e outros demônios, nunca
havia sido tão intenso. Algo estranho havia acontecido, e recentemente. E precisava descobrir o
quê.
Uma coisa era certa, até que soubesse o que estava acontecendo, planejava manter o seu
próprio olho em Cadegan. Talvez a besta poderia ajudá-lo, também.
Não importa como, teria que se mover com muita cautela. Cadegan era um guerreiro
habilidoso cauteloso, que havia estripado qualquer um tolo o suficiente para atacá-lo.
Isso exigiria habilidade e mais magia, e uma afronta ousada, para Cadegan não perceber que
estava chegando.
E o uso da primeira e única fraqueza que o demonspawn de sangue frio possuía.

Capítulo 8

54 Em inglês, “overlord” = Senhor Feudal. No caso, o demônio mais importante

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 70
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Não que Cadegan tivesse alguma dúvida de que Gwyn queria vê-lo morto, mas o olhar de
choque no rosto dele, enquanto atravessavam a ponte levadiça no tempo, confirmou a certeza.
O rei fey olhou para ele, incrédulo. —Você quase não conseguiu a tempo.
—Poderia dizer que sinto muito em te decepcionar. Mas não vou.
Ignorando o sarcasmo, o rei estreitou os olhos em Cadegan. –Então, onde está a garra?
Cadegan puxou-a para fora e cuidadosamente a desembrulhou. Quando Gwyn chegou até
ele, voltou e sacudiu a cabeça. –Isto é apenas um empréstimo. — Ele indicou Illarion com um
movimento de cabeça. —O Dragão a quer de volta quando você acabar, e prometi a ele que iria
devolvê-lo.
Gwyn empalideceu quando percebeu quem e o que Illarion era. —Como isso é possível?
Cadegan deu um sorriso para Josette. –É incrível o que uma encantadora de dragões pode
fazer. — Ele entregou a garra de volta para Illarion. —Agora se você não se importar, estamos
todos um pouco cansados de nossa aventura e não me importaria de ver aqueles aposentos que
nos prometeu.
—Muito bem. — Gwyn estalou os dedos.
Um servo sombra saiu da parede. Sem dizer uma palavra, mostrou-lhes os quartos. Mas
Cadegan recusou o seu.
—Vou dormir no chão fora do seu quarto, moça. Só para ter certeza de que ninguém a
incomodará.
Jo mordeu o lábio pelo amparo e proteção dele. Adorava como ele era nobre e honrado. —
Você podia apenas dormir no quarto comigo. Seria mais fácil de me proteger dessa forma.
As bochechas dele se tingiram daquela forma adorável, como toda vez que ele se
envergonhava. –Você está certa disso?
Balançando a cabeça, ela o puxou para o quarto com ela.
Cadegan fez uma pausa para olhar para trás, onde Illarion estava com uma sobrancelha
arqueada.
Estarei de volta na parte da manhã. Não tenho certeza se quero dormir neste lugar.
—Compartilho de seus sentimentos, irmão. Se tivesse uma escolha, iria com você.
Eu os verei de manhã.
Cadegan estendeu o braço para Illarion. —Obrigado.
Illarion estava com a mesma reserva que Cadegan estava nos olhos dele, sempre que alguém
lhe mostrava alguma compaixão ou bondade. Como se estivesse esperando que fosse um truque
cruel.
Finalmente, ele sacudiu o braço de Cadegan, em seguida, virou-se para deixá-los.
Cadegan estreitou seu olhar sobre a sombra que os levou até lá. –Isso é tudo por enquanto.
Ele desapareceu instantaneamente.
Ele fechou a porta e trancou-a. Não que isso realmente importasse. Não havia nenhuma
maneira de evitar os feys sombra, especialmente quando estava no próprio território deles.
Jo não perdeu o desconforto de Cadegan enquanto ele trancava as janelas. –O que há de
errado?

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 71
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

—Tenho muitos inimigos, Josette. Eu não confio que não me encontrarão aqui.
—Por que eles o querem tanto assim.
—Minha mãe é a guardiã de um objeto de imenso poder. Alguém como meu pai faria
qualquer coisa para possuí-lo. Mas mesmo que ele conseguisse, não poderia usá-lo. Você precisa
ter nascido do sangue de minha mãe para empunhá-lo.
—Então por que não consegue um de seus irmãos para ele? Você disse que tinha um monte,
certo?
Ele riu amargamente. – Minha mãe é uma deusa, moça. Então, meus irmãos por parte de
mãe, são todos deuses cheios de sangue também. Sou apenas uma parte, e isso me faz o único
que meu pai pode controlar. É por isso que ele a seduziu.
—Você não pode dominar seu pai?
—Isso não é tão simples. Me pai não é o demônio típico. Ele é um dos mais antigos e mais
forte. Trezentas legiões estão sob o comando dele. Sou apenas um. Não há nenhuma maneira de
lutar com esse número para chegar até ele, e continuar vivo quando chegar lá. Eles me
apanhariam e me matariam antes de chegar perto dele. E se eu morrer, ele seria meu senhor. Para
sempre.
E esse era o pior medo de Cadegan. Ser preso em tortura, sem saída. Agora tudo realmente
fazia sentido. –Sinto muito, Cade.
—Não há nada para se desculpar. Isso é o que é. Ninguém pode ajudar com os pais que
tenho. — Ele verificou duas vezes a porta e as janelas. –Isso não seria tão ruim se meu pai não
tivesse posto um preço tão alto em minha cabeça. Qualquer um que me oferecer a ele terá
riquezas inimagináveis e um demônio menor para controlar.
—Nossa.
Ele acenou com a cabeça. –Nossa, com certeza. — Tomando-lhe a mão, sentou-se na cama e
puxou-a para sentar-se ao lado dele. —Mas não quero falar sobre eles. Conte-me de seus pais,
Josette. Enfeitice-me com suas histórias felizes.
O humilde pedido dele a sufocou. Mordendo o lábio, não podia deixar de admirar como seu
protetor demônio era belo. – Não sei o que dizer. Minha mãe é um pouco maluca. Ela é meio
Romanichal.
—E o que é isso?
—Cigana.
Carrancudo em uma maneira adorável, ele coçou a orelha. –Ainda não tenho ideia.
Ela riu. — Não conheço outra forma de descrevê-los. Eles são do Leste Europeu, vieram
através da Grécia, e migraram para a França e Inglaterra antes de ir para a América. É uma cultura
muito especial, e tenho orgulho de ser uma parte dela, mas é distinto e diferente de tudo que
você já encontrou. Meu pai é um típico cajun-crioulo, com raízes que correm profundamente nos
pântanos da Louisiana.
Sorrindo, ele se esticou na cama para ouvi-la.
—Você não tem nem ideia do que é qualquer disso, não é?
Ele deu-lhe um charmoso e caloroso sorriso. —Nem um pouco. Mas ouço o amor em sua voz
quando você fala deles, e isso é o que quero. Conte-me mais da sua família.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 72
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Dark-Hunters 26

Ela enrolou-se ao lado dele, desejando que ele arrancasse a armadura fora, para que
pudesse se sentir mais perto dele. – Minha tia Marie, que vive para a genealogia, jura que a família
do meu pai é, na verdade, de origem galesa e que temos sangue druida em nós. Mas isso teria sido
séculos atrás ... talvez até mesmo antes de você nascer.
Cadegan riu dela pela crítica à idade, enquanto ouvia as histórias sobre os primos dela e a
loucura deles, enquanto procuraram fantasmas e duendes, e como venderiam suas almas para
passar uma noite em um castelo de fadas.
Ela era tão normal, e isso o fez se perguntar como teria sido ter uma família como a dela.
Quando menino, costumava sonhar como o mundo seria, fora dos muros do mosteiro. Irmão
Eurig sempre arranjava uma tarefa para seus pensamentos ociosos.
Reze para que você nunca conheça a miséria e os horrores do mundo leigo, rapaz. Seja grato
por estar aqui conosco, trabalhando para o Senhor.
No entanto, a curiosidade dele nunca estava longe. Foi por isso que ele se voluntariava para
tocar o sino do mosteiro para chamar os outros à oração.
Na torre do sino, Cadegan podia ver a luxúria e riqueza do mundo, que parecia estender-se
infinitamente em todas as direções. Lá, ele sonharia com a normalidade. De viver uma aventura,
onde cada dia trouxesse algo novo, coisas interessantes para ver e fazer, em vez de as mesmas
paredes monótonas e a entediante rotina de oração, tarefas, e mais oração.
Tudo havia mudado em um instante, quando o rei dos Powys, Elisedd ap Gwylog, trouxera o
exército dele através das portas deles para se refugiar dos Mercians que estavam em busca deles.
O rei da Mércia, Æthelbald, havia acabo de herdar o trono e ansiava provar a si mesmo seu valor
tanto o sCymry, saxões, e seu próprio povo Mercians.
Embora tivesse os olhos no que seria chamado de bretwalda—rei de toda a Grã-Bretanha —
o máximo que Æthelbald havia conseguido, antes que seus próprios guarda-costas o matasse, foi
governar as terras inglesas ao sul do Humber55.
Bastardo sem sentido.
A campanha que Æthelbald e Elisedd, fizeram causou que Cadegan fosse arrancado de sua
casa, e empurrado para uma guerra sangrenta numa idade em que rapazes deveriam estar nos
braços de suas mães, e não de joelhos em campos encharcados com entranhas. Aprendeu rápido
que o irmão Eurig tinha razão, para obrigá-lo a fazer tarefas, cada vez que queria deixar a vida
monástica.
Tudo o que Cadegan queria então, era voltar para o que conhecia, o que tão estupidamente
desprezou. E havia se passado três anos antes que o exército dele passasse pela colina tranquila,
onde o mosteiro fora construído.
A alegria havia corrido em suas veias, enquanto cavalgava para ver os irmãos e abraçá-los.
No momento em que ficou no topo da colina e viu o que restava, seu coração havia sido
quebrado. Poucos dias depois de seu alistamento, Æthelbald levou seus soldados para o mosteiro

55O Humber é um grande estuário na costa leste do norte da Inglaterra. Durante o período anglo-saxônico, o Humber era uma
importante fronteira, separando a Nortúmbria dos reinos ao sul. De fato, o nome Northumbria deriva do anglo-saxônico
Norðhymbre (plural), que significa "o povo ao norte do Humber".

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e devastou-o em retaliação à ajuda que haviam sido forçados a dar a Elisedd e suas tropas. Os
monges foram brutalmente massacrados e, o mosteiro, barbaramente queimado até o chão.
Somente as cinzas permaneceram, juntamente com a estrutura da torre onde Cadegan havia
subido para chamar os monges para horas de oração.
Uma raiva furiosa com essa injustiça foi o que desencadeou o demônio dentro dele. Um
demônio que ele soltou nos Mercians e saxões e qualquer um que ficasse em seu caminho. Cego de
ódio, perdeu-se na guerra.
Até o dia em que conheceu Æthla.
Ela lhe dera a sua alma. Ou então pensou estupidamente. Mentiras, decepções, crueldade.
Ódio.
Era tudo que um demônio como ele merecia.
—Você está prestando atenção em mim?
Ele passou a mão pelo cabelo macio, escuro de Josette. —Sim, amor. Ouvi cada palavra sua.
E sinto muito que você está triste que sua prima Amanda a abandonou, e que você seja a única
pessoa normal em seu clã. Ela nunca deveria ter se virado com a irmã gêmea dela, para o
paranormal contra você.
Ela sorriu docemente para ele. –Estava ouvindo. — Ela se inclinou para beijar os lábios dele.
Cadegan queria fugir dos sentimentos ternos que ela trazia ao seu coração. Eles o
aterrorizavam.
Seria tudo um engano novamente? Ela poderia, como Æthla, prendê-lo em sua solidão?
Æthla o havia enganado de uma forma completa. Prometeu nunca permitir que alguém fizesse
isso com ele novamente.
Em toda a dor de sua vida, nada o havia machucado mais, do que a confissão de Æthla que
ela o odiava ... que ela sempre o odiara.
Você é um monstro! Vivo somente para o dia em que ouvirei a notícia de que você foi
destruído na batalha!
—Cade? O que está errado?
Com sua respiração irregular, tentou enterrar o passado. Mas não poderia. E a última coisa
que queria era ser deixado quebrado novamente. —Você está mentindo para mim, não está?
A indignação escureceu os olhos dela enquanto ela se afastava dele. –Como é que é?
Assobiando, ele rolou para fora da cama e caminhou pelo quarto. —Hum! Sei muito bem. Eu
não sou um tolo, Josette. Eu não vou deixar você brincar comigo.
Jo segurou sua raiva, mesmo querendo insultá-lo de volta. Mal. Seu coração fora entregue
em uma bandeja, e com a traição de Barry, ela entendeu o medo. Sua incapacidade de confiar.
Mas ela não havia feito nada para fazê-lo desconfiar dela.
—Porque você acha que estou mentindo?
—Porque não sou humano. Você sabe que não sou humano. Você estava protestando contra
sua família louca e suas crenças. No entanto, aqui estou eu. O epítome de tudo que você odeia
sobre eles.
As lágrimas a sufocaram quando percebeu o que havia feito, inadvertidamente, por
protestar contra suas obsessões paranormais. –Não. Nada disso foi dirigido a você, querido.

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—Como não poderia ser?


—Porque ... desabafei. É a minha válvula de pressão. Mas não queria dizer isso. Eu não odeio
a minha família. E definitivamente não odeio você. — Ela saiu da cama para segurar o rosto dele
em suas mãos. —Você não é um monstro.
Pela primeira vez, ela viu lágrimas nos olhos dele.
—Eu não quero esses sentimentos que você me dá, Josette. Tire-os e vá embora.
— Quais sentimentos?
Ele apertou sua mão no coração dele e segurou lá enquanto o olhar dele procurou o dela. —
Você me faz sonhar novamente. Ter esperança. E não posso me permitir sentir isso também. Toda
vez que tenho ... — Apertando os dentes, ele desviou o olhar.
Jo fez o possível para compreender o medo e a raiva que viu nos olhos dele. Isso acendeu a
sua própria fúria, ao saber que ele se machucou tanto por outros, e que agora era incapaz de
aceitar o seu coração. —O que?
—Isso não importa. — Ele tentou se afastar.
Jo segurou-o na frente dela. –Tudo importa. Você importa mais.
Ele balançou a cabeça. –Eu não acredito em você. Eu não posso.
—Por quê?
Quando ele olhou para ela com aquela angústia no olhar celestial, ela viu cada pedacinho da
alma cheia de cicatrizes dele. —Porque você vai ter que me abandonar, também. E não suporto
mais isso. Estou cansado de ser deixado para trás.
Jo puxou-o para seus braços e abraçou-o. —Então vou ficar com você.
—Você não pode fazer isso. Você tem que voltar para sua família e sua vida.
Ela bufou. –Minha vida é um desastre, Cadegan. O divórcio me levou à falência. Estou
perdendo minha casa. Precisei pedir um emprego para meus primos. Neste momento, a única
coisa em minha vida, exceto os meus cães, que me dá vontade de sair da cama de manhã é você.
Bem, não totalmente. Realmente prefiro ficar nua na cama com você para sempre, mas você sabe
o que quero dizer.
—Não, Josette, não sei. A última vez que uma mulher me curou com tal sentimento, ela
arrancou meu coração e alimentou-me até que engasguei com ele.
—E meu marido me disse que eu era a única mulher no mundo que ele já amara ou queria.
Então encontrei-o na cama não com uma, mas com duas vadias. Repare, não estou jogando a
cretinisse dele contra você.
—Nós não podemos ficar juntos, moça. Você sabe disso.
—Eu me recuso a acreditar nisso. Fui colocada aqui por uma razão. Certo?
—Sim. Para atormentar-me ainda mais.
Ela bateu-lhe de leve no estômago. —Pare com isso! Eu não vou desistir de você, Cadegan.
Não sem uma luta.
Com seus olhos escurecidos com agonia, ele balançou a cabeça. —Sou Cadegan
Maboddimun ... filho de ninguém. Procurado por ninguém. Idealizado por má intenção. Entrei
neste mundo sozinho, e é assim que estava destinado a permanecer nele. Eu não vou pedir-lhe
para se sacrificar por mim.

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Ele quebrou o coração dela, de muitas formas. Não fazia sentido. Ela não sabia muito sobre
ele, e, mesmo assim, ele era dono de uma parte dela que nunca ninguém reclamou.
Tudo o que ela queria era salvá-lo. Para puxá-lo para a segurança e mantê-lo longe de todos
os que estavam lá fora que queriam reivindicá-lo. Era tão injusto que um homem tão decente
fosse trancado aqui, enquanto o mundo que conhecia estava cheio de completos idiotas.
—É a coisa sobre o amor, Cade. Você não tem que pedir nada.
Ele riu amargamente com as palavras dela. —Você não me ama, moça. Você não pode.
Como desejava que os sentimentos fossem assim tão fáceis de controlar. Que pudesse
magicamente tirar a mágoa e a tristeza, e dizer ao coração por quem queria que ele batesse. E ele
a ouviria
Infelizmente, o pequeno bastardo não funcionava dessa maneira. Ele fazia o que queria,
independentemente dos sentimentos e intenções. Independentemente do sentido e desejos
comuns.
Ela acariciou o ombro dele. —Então estou caindo de cabeça para baixo por alguém que se
parece muito com você, amigo. Os mesmos olhos. Mesmos lábios. Com uma tendência irritante a
olhar para mim como se fosse louca. Ele ainda tem um último nome que soa como estivesse
balbuciando quando diz isso.
Cadegan riu. —As coisas que você pensa, moça. Você é uma verdadeira estrela, não é?
—Como um wombat56 em um milharal.
Ele fez uma careta para ela. – Perdão, um o que?
— Você não é o único que pode jogar palavras juntas aleatórias que não fazem sentido, e
usá-las em uma frase como se fizessem sentido.
Cadegan riu alto pelo absurdo bobo dela. Como ela poderia fazê-lo rir quando se sentia
totalmente infeliz? Fazia-o querer estar dentro dela, quando deveria estar correndo o mais rápido
que seus pés pudessem levá-lo para longe?
Incapaz de resolver através de uma miríade de emoções conflitantes, que provocava dentro
dele, enterrou a mão nos cabelos escuros dela e agarrou. Então fez a única coisa que queria fazer
ainda mais.
Beijou-a até que sua cabeça girou com o doce perfume dela.
Jo estava completamente despreparada para a intensidade do beijo dele. Para a fome que
ele a fazia sentir. Querendo mostrar-lhe o quanto ele significava para ela, ela puxou o manto dele.
–Tire suas roupas, Cadegan. Quero sentir sua pele na minha.
Ela mal terminou a frase antes que estivessem nus e ele estava dentro dela.
Perdendo o fôlego bruscamente, ela gemeu em voz alta enquanto o abraçava e ele
empurrava contra os quadris dela. —Realmente precisamos falar sobre as preliminares, querido.

56 Os vombates (vombatidae) são família de marsupiais originários da Austrália. São quadrúpedes atarracados, com
aproximadamente 1 metro de comprimento, com uma cauda curta e grossa.São roedores.

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Ele fez uma pausa para olhar para ela. –Você quer mais pessoas para isso?
—Não — Ela riu da suposição dele. –Preliminares. É o carinho que leva a isso. Não que isso
não seja incrível, mas um pouco de carícias, faz com que o ato seja longo.
—Desculpe-me. Sempre pensei que as mulheres queriam acabar com isso o mais rápido
possível.
—Porque que você acha isso?
—Isso é o que sempre disseram para mim. —Apresse-se e faça consigo mesmo. Uma vez que
elas estavam com a fantasia delas, estavam prontas para sair.
Ela segurou o rosto dele na mão e olhou nos olhos lindos dele, que traíam toda a dor que
brutalmente fora dada a ele. –Não existe nada que valorizo mais do que ter você dentro de mim,
Cadegan. Tome seu tempo e deixe-me te amar até que esteja cego por isso.
Ele empurrou profundamente, enterrando-se até o punho, e segurou-a ali, sem se mover.
Beijando o rosto dele, ela embalou a cabeça dele em seus braços. Com a respiração
irregular, ele olhou para ela com os olhos semicerrados. Ele sussurrou algo em galês medieval
antes que capturasse os lábios dela e começasse lenta e metodicamente a fazer amor com ela.
Todo o tempo, ele olhou para ela como se ela fosse a única luz na escuridão dele.
Ninguém nunca olhou para ela assim antes.
Jo lutava para respirar enquanto ele dava um golpe feroz atrás de outro golpe feroz. Ele
segurava-a sem esforço, enquanto saboreava o corpo dela. Ela passou a mão sobre os músculos
das costas e ombros dele que incharam. Nada havia sentido nada melhor do que o corpo duro
dele contra e dentro dela.
Naquele momento, não queria mais ir para casa. Nunca sem ele.
Cadegan apertou a bochecha dela e inalou o cheiro do cabelo dela. Se pudesse, morreria
aqui e agora, neste instante perfeito de felicidade. Neste instante em que estava quente e feliz.
Onde se sentia amado e desejado.
É uma mentira.
Tinha que ser. No entanto, ela parecia real. Se ela estava mentindo para ele, esperava que
nunca descobrisse. Preferia viver nesta mentira, do que lidar com a realidade de que havia sido a
sua vida.
Chorando, ela cravou as unhas nas costas dele quando gozou. Apressou seus golpes até que
ele a fez cantar pelo prazer da libertação dela.
E esperou até que ela estava completamente satisfeita, antes que se juntasse a ela lá.
Completamente saciado, e sentindo-se mais calmo do que poderia se lembrar, ele a levou e
colocou na cama. Sentou-se ao lado dela e a tomou em seus braços, enquanto uma tempestade
começou a golpear contra as janelas do castelo.
Ela levantou a cabeça. —É chuva normal, certo? Não é como um enxame de gafanhotos
piranha irritados ou algo assim, não é?
Ele riu do pânico dela. –Existem tempestades aqui. E temos o enxame de gafanhotos
ocasional raivosos, que devoram as colheitas. Mas isso soa como uma pequena chuva de outono.
Ela soltou um suspiro aliviado. —Bom. Não sei se poderia lidar com mais emoção hoje. — Ela
se inclinou sobre ele e começou a mordiscar o queixo dele.

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Ele arqueou uma sobrancelha para as ações dela. —O que está fazendo?
Franzindo o nariz, ela lhe deu um sorriso maligno. —Você não acha que gozei, não é?
—Achei, de fato.
Ela balançou a cabeça. —Oh, querido, só comecei. Antes que esta longa noite termine, você
estará me implorando por misericórdia.
Ele pegou a mão dela na sua e levou-a para seu pau que já estava começando a inchar
novamente. –Acho que aceito esse desafio, minha senhora. Vamos ver se a senhora mantém sua
palavra.
Assim que a aurora rompeu, Cadegan teve que ceder a vitória à sua megera senhora. Ela, de
fato, teve que vesti-lo e deixá-lo implorando a misericórdia de algumas horas de sono.
Mas estava longe de ser pacífico. Os sonhos dele o torturaram com pesadelos de legiões de
seu pai vindo até ela, e rasgando-a para fora de seus braços. De ter que vê-la morrer antes dele.
Quando acordou, sentiu como se não tivesse dormido.
—Cadegan?
Ele fez uma careta para a voz masculina profunda no ouvido dele. Abrindo os olhos, viu-se
espalhado sobre o corpo de um homem.
Que diabos?
Furioso e atordoado, puxou-se de volta, pronto para lutar. Em seguida, congelou em choque
completo.
Estivera deitado em cima do próprio corpo.
E ele estava no de Josette.

Capítulo 9

Jo estava apavorada de estar olhando para seu próprio corpo, do lado de fora dele. —Cade?
Aquele é você? Por favor me diga que é você que estou olhando.
—Sim, moça ... aquela é você em meu corpo?
Ela assentiu com a cabeça. —O que aconteceu conosco?
Cadegan levantou as mãos para inspecioná-los. Então, no momento em que percebeu que
possuía seios femininos e que estavam expostos, pegou o lençol para cobrir-se.
Ela riu das ações dele. –Embaraçoso que não pode cobrir isto, não é?
Ele balançou a cabeça.
—Ah, Olá! — Ela pulou enquanto uma parte da anatomia dele endureceu inesperadamente.
Encolhendo-se, mordeu o lábio. —Então isso é o que se sente. Não é exatamente confortável, não
é?
—Não, amor, e especialmente quando isto é óbvio para os outros.
Da mesma forma, ele estava fazendo uma careta, e cruzando e descruzando os braços.
—O que?

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Fazendo uma careta muito desinteressante, ele apertou os bíceps sobre os peitos — dele. —
Como podem estar em forma e ainda serem tão pequenos e moles?
—Ei agora! Poderia fazer isso ... bem, tudo bem, realmente não são pequenos, mas
continue! Isso é rude! E para que conste, sou tamanho 44.
—Tamanho 44?
—Significa que aqueles, — ela apontou para os seios dele, são de tamanho normal. Médio.
Eles não são tão pequenos.
Ele sorriu, só que não era tão encantador no rosto dela, como quando estava no dele. Na
verdade, era extremamente assustador olhar para si mesmo a partir de um outro corpo.
Como poderia Tabitha e Amanda lidar com isso como gêmeas? Ela sempre pensou que seria
legal ter um gêmeo idêntico.
Não era. Odiava olhar para si mesma. Era como um espelho vicioso, cruel que apontava cada
falha, de cada ângulo único. –Vou entrar em uma dieta quando voltar para meu corpo. E é melhor
você prestar atenção ao que você come, rapaz, enquanto você está aí. Se ganhar mais de meio
quilo, vou ... descobrir uma maneira de puni-lo por isso.
Ela moveu-se para coçar na coxa e se encolheu quando passou a mão pelo cabelo lá, e
especialmente o cabelo debaixo dos braços. —Oh meu Deus, preciso de um arbusto selvagem, da
pior maneira! Algum tratamento sério precisa ser feito neste corpo. Como você está tão peludo?
Está em toda parte, exceto na cabeça, onde seria suposto estar. — Ela começou a coçar tudo e,
em particular, no rosto e no peito. —É como ter pulgas.
—Não use esse tom comigo. Prometo a você isto não é nada comparado com a coceira que
tenho em minhas regiões inferiores. O que é isso e por quê?
Ela fez uma pausa na coceira. Ah sim, não tinha dinheiro para conseguir se depilar
recentemente. —Você está certo. Tem coceira lá também. Estamos quites. Mesmo tipo. — Ela
baixou a mão para seu colo e puxou a respiração bruscamente quando acidentalmente bateu-se.
—Oh santo Deus e todos os santos!
Na miséria, ela caiu de lado na cama e gemeu em agonia.
— Respire, moça. Vai passar em um momento.
Ela não podia falar enquanto se contorcia na cama, segurando a si mesma. Quando
finalmente se recuperou o suficiente para respirar novamente, olhou para ele com lágrimas nos
olhos. —Nunca vou rir de novo quando um cara for chutado em um filme. Macacos me mordam!
Eu mal toquei nisso! O que acontece quando realmente for chutado lá?
—É uma lição que você não vai querer aprender. Nunca.
—Sem brincadeira. Proteja as joias! Acho que a minha primeira chamada à ação, é uma
proteção super industrial. Agora vejo por que os homens gostavam de protetores.
De repente, a cor sumiu do rosto de Cadegan. —Não tenho poderes. Estão no meu corpo?
Isso não poderia ser bom. Com coração batendo forte, ela encontrou o olhar de pânico
dele.- Não sei. Como você os usa?
Ele deu de ombros. — É o mesmo como se movesse um membro. Penso isso e acontecem.
Ela fechou os olhos. —Agora o quê?
—Pense em nós vestidos.

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Ela o fez, e quando abriu os olhos, começou a rir.


Cadegan nem tanto, enquanto ele olhava para ela em seu corpo, vestindo uma rendada
camiseta rosa com decote em V e jeans. — Isto é uma abominação em meu corpo. Poderia, por
favor, ter um pouco de respeito por isso e pela minha dignidade? Tenho o mínimo suficiente e não
posso perder mais.
—Desculpe-me. — Ela trocou a roupa por uma camisa masculina branca, em seguida, sorriu.
Preciso dizer, porém, que pareço um pouco quente em cota de malha. Gosto deste olhar.
Ele bufou. —Você diz isso, mas seus músculos são tão fracos, que não posso levantar os
braços. Como você lida com mais força do que isso, moça? Uh, isso é o inferno!
Ela delicadamente puxou a manga da camisa no braço – dele. — Bem, apenas uma coisa,
não ando por aí em uma armadura de centena de quilos de todos os dias. Existe uma boa razão
para que meu namorado seja musculoso.
Ele fez uma pausa com as palavras dela. —Namorado?
Jo se encolheu com o que, inadvertidamente, disse. –Desculpe-me, não queria assumir nada.
Ele sorriu para ela. —Gosto do som disso. Exceto, que acho que sou mais do que seu
namorado, agora. Duw! Isso é tão preocupante, em tantas maneiras. —Ele colocou a mão no
estômago. Fez uma careta e gemeu.
Ah sim. TPM. — Ruim, não é?
—Isto é como uma pontada perversa correndo.
Sim, uma com esteroides. — Apenas respire através disso. Vai passar em um segundo. —
Enquanto ele seguia o conselho dela, ela colocou-o em uma camiseta e jeans que eram mais
adequados aos gostos dele.
Ela estendeu a mão e tocou-lhe o rosto que era o rosto dela. —Você está certo. Isso é tão
perturbador e mesmo assim ... — Ela se inclinou para beijá-lo. —Quer tentar algo pervertido?
— Não entendo.
— Sempre quis saber como era fazer amor como um homem. Alguma vez você já se
perguntou como uma mulher sente o sexo?
—Não, não realmente. Não tive muito de tudo como homem. E pelo que tive, eles não
parecem se divertir muito tanto como fizemos.
Havia um tom estranho na voz dele.- O que? Estava pagando por isso, ou algo assim?
Ele corou.
—Oh meu Deus, você estava — Ela balançou a cabeça. — Cade, Existe uma grande diferença
entre dormir com uma prostituta e uma mulher que está atraída por você.
— Isso nunca saberei, moça. Você é a única mulher que já toquei que me queria, por
qualquer razão que não seja moeda ou abrigo.
Suas palavras a sufocaram. Como poderia uma mulher não querer esse homem? Inferno,
para aquele assunto, se ela fosse uma prostituta, pagaria para ele. Ela não podia imaginar um
homem tão quente e lindo, e não lutar contra todas as mulheres que colocava os olhos nele.
—Sempre vou querer você, Cadegan, e nunca por qualquer outro motivo que não o amor. Eu
não me importo como se parece ou onde estamos. — Ela o beijou novamente e deitou-o de volta
na cama.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 80
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Tentou tirar as roupas com seus poderes, mas ainda não tinha o jeito disso. Em vez disso,
recorreu a arrancar fora a calça jeans e camiseta da velha maneira.
Cadegan estremeceu com a sensação dela raspando seu corpo com os bigodes. –Lembre-
me, preciso fazer a barba para ter mais cuidado com você.
Ela olhou para cima, com uma sobrancelha arqueada. —O quê?
Ele tocou os lábios. —Nunca percebi o quão duro minha barba era em sua pele, moça. É
como uma lixa.
—Sim, mas gosto da sensação. — Arrastou o queixo sobre o peito e ao redor do mamilo
dele.
Cadegan aspirou bruscamente enquanto calafrios explodiram sobre seu corpo. —Sim, posso
ver o apelo agora.
Ela riu. Até que ele estendeu a mão para o tocar o corpo dela.
Jo não conseguia respirar quando a sensação do prazer requintado que passou por ela,
enquanto ele pressionava suavemente o corpo dela e dançava com os dedos por toda a extensão
dele. —Agora sei o que fazer por você lá em baixo. Uau! Eu não sabia como é bom sentir isso
como um cara.
Ele acenou com a cabeça. –Infelizmente tive muito prática trabalhando em mim mesmo.
Ela ficou boquiaberta ao perceber o que ele estava dizendo. —Então deveria ter ficado cego
por agora, hein?
Rindo, ele a beijou. — Bem, não existe muito mais o que fazer, verdade seja dita. Só por isso,
muitas vezes você pode jogar os dados sem perder toda a sanidade, hein?
Ela estalou a língua para ele. —Você não me contou sobre este pequeno tesouro quando
perguntei o que você fazia para se divertir.
—Não é exatamente algo que se admite a primeira vez que se encontra um estranho. Hei
cara, qual é seu passatempo favorito, sozinho? Jogando aveia nas minhas folhas, é claro. ... Sim,
mais ainda, que a confissão não me atrai.
—Jogando aveia em minhas folhas, — ela repetiu, depois riu. —Adoro a maneira como você
explica as coisas.
—Como um wombat em um milharal.
Ambos estavam rindo agora.
Até que ela o beijou novamente.
Cadegan respirava e estremeceu com as emoções que ela acordou. Felicidade. Alegria. Calor.
Protecionismo. Durante séculos, vivia em um casulo dormente. Sentindo nada. Sem riso. Apenas
sobrevivendo.
Mas ela era como o sol na escuridão dele. Alento para os pulmões.
E quando ela deslizou para dentro dele, ele gritou.
—Bom, não é? — Ela respirou no ouvido dele.
Sim e não. Honestamente, não sabia com certeza o que fazer com isso. –Isto é tão peculiar,
moça.
—Sim, é muito estranho, mas não é. O mesmo, mas diferente.

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No entanto, não era apenas o prazer no corpo dele que fez este momento único. Era o calor
em seu coração que fora despertado por alguém que se importava com ele. Alguém que não
olhava para ele com desdém ou medo.
Ou pior, com a indiferença entediada.
Foi por isso que se esquivou de sexo com mulheres. Com exceção de Æthla, que sabia que
estava jogando, enquanto ele estava lá, apenas ganhando tempo até que isso acabasse ou ele
terminasse com eles.
E enquanto Æthla compartilhava seu corpo com ele, ele sentia sua reserva cada vez que
estavam juntos. O medo dela. Desde que nunca dormira com outra pessoa além das prostitutas,
atribuiu isso ao estado inocente, nobre dela.
Nunca ao frio, o ódio cego. Ou a ambição impiedosa dela que a levou a usar o desesperado,
coração sangrando dele, para manter ela e a família dela a salvo, enquanto desejavam vê-lo morto
e enterrado.
Mas isso era tão diferente. Josette se entregava a ele abertamente. Sem reserva.
Com humor e amor.
E o melhor de tudo, Josette não apenas o amava.
Ela realmente gostava dele, era incompreensível.
Acima de tudo, era extremamente perigoso para toda a espécie dele. Ao longo da história,
suas espécies foram derrubadas pela mão suave de uma moça. Já havia chegado perto de perder a
sua vida mais de uma vez.
Agora ...
Ele não conseguia parar de desejá-la. Da necessidade de senti-la tocar sua carne. Ela será o
meu fim.
Mas poderia existir uma melhor maneira de ir?
Jo fechou os olhos enquanto escondia o rosto contra o pescoço de Cadegan. Este foi o
momento mais estranho em toda sua vida. Não imaginava como os homens sentiam isso. Estava
aninhada no calor total. Na tenra suavidade. Um cobertor de membros. Mas havia mais do que
isso. Ela se sentia tão segura com ele. Aceita. Em todo o mundo, mesmo quando sua vida estava
rapidamente mergulhada no inferno, sentia-o puxando-a de fora disso.
Sim, não fazia sentido. Ela ainda estava a perdendo a casa dela. Ainda sem um trabalho real.
No entanto, sabia que enquanto ele estivesse com ela, ele faria qualquer coisa para dar-lhe
abrigo. Ele a protegeria com o último suspiro da vida dele.
—Eu t amo, Cadegan.
—E eu amo você, moça. Mais do que você jamais vai compreender. — Ele mal falou as
palavras antes que gritasse com o orgasmo.
Jo riu ao ouvir o som quando se entregou a ela mesma. Mas não sabia com certeza como se
sentia sobre isso. Sim, foi incrível.
Ainda assim, foi tão estranho.
Ofegante e contente, ela rolou dele e começou a rir. —Então isso me faz uma lésbica, ou
apenas muito narcisista?
— Uma lésbica?

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—Mulher que deseja mulheres.


—Ah ... não tenho ideia. Mas se eu fosse uma mulher, definitivamente seria uma.
Ela arqueou uma sobrancelha para ele. —Sério?
Ele passou a mão sobre o arco da sobrancelha dela. —Sim. Você é o único homem com
quem faria isso.
Ela riu de sua provocação suave. –Você está tão errado.
—Apesar disso é verdade.
Ela esfregou o nariz brincando com o dele. —Preciso recuperar meu corpo. Enquanto gosto
de usar você, prefiro usar você como um cobertor sobre mim e não a pele em que estou andando.
Isso tem todo esse aspecto Hannibal Lecter que realmente está me assustando.
—Hannibal Lecter?
—É um programa de TV e personagem de livro. Não é realmente importante. Como um
wombat no liquidificador.
Ele bufou. — Não tenho certeza do que é este liquidificador, mas acho que deveria estar me
sentindo mal por aquele pobre wombat.
Ela começou a rir. — Adoro sua maneira distorcida de ver as coisas.
—E eu adoro você. Ele pegou a mão dela e quando começou a beijá-la, fez uma careta
ferozmente. —Nunca percebi como eu era revoltante.
—O que você está falando?
Ele a fez virar para tocar as cicatrizes nas costas. Algo que a fez perceber quão profundas
eram as cicatrizes que ele realmente possuía. Havia tanto dano feito ao corpo dele, que mal
conseguia sentir as mãos dele em sua pele. Era estranho, uma sensação de choque.
O quanto ele teve que ser espancado e torturado para destruir as terminações nervosas em
sua carne assim?
—Sou nojento, — ele sussurrou. –Não é nenhum espanto que todos correram. Que
nenhuma mulher nunca me quis.
Ela se virou para ele. –Você não é nojento, Cade. Você é um dos homens mais bonitos que já
vi.
Ele tocou a cicatriz em seu pescoço, e ao fazê-lo, algo estranho aconteceu.
Ela viu em sua mente a lesão que causou isso.
De repente, ela não estava no quarto com ele. Estava deitada tranquilamente em uma cama
anglo-saxã em um dormitório de pedra com um teto abobadado-riscado sobre ela. Havia dois cães
de caça dormindo no chão em frente a uma grande lareira.
Nua e exausta, ela, ou melhor, Cadegan, deitado na cama, ouvindo o crepitar do fogo. Ele
vinha lutando solidamente a quase um ano com o exército de seu irmão. Não contra saxões ou
mércios.
Demônios.
Alguém desencadeara um grande ninho deles e eles estiveram em guerra contra os
humanos. Por causa do juramento que tomou quando se juntou a Leucious, não fora autorizado a
dizer uma palavra de seus deveres para ninguém.

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Dark-Hunters 26

Estava cansado de sangue e batalha. Doente de chegar tarde demais para ajudar os
inocentes. De enterrar seus restos mortais, enquanto a culpa o sufocava de que seu próprio pai
havia causado muito disso.
Mas Leucious finalmente havia lhe dado um indulto de uma semana inteira de descanso. Ele
veio imediatamente para Æthla. A intenção dele era se casar com ela, para que pudesse mantê-la
segura e longe dos horrores e perigos do mundo deles.
Ele já havia pedido ao pai dela e fora lhe dada permissão para pedir a mão dela. A primeira
coisa no dia seguinte que pretendia fazer, era cortejá-la com os presentes que havia comprado
para ela. Sedas, joias, e os pentes de marfim que ela havia visto mais cedo naquele dia e
comentara sobre isso.
À beira de sono, mal ouviu a porta abrir. Com os nervos devastados pela guerra, rolou,
pronto para lutar. Apenas para relaxar quando viu a imagem de um anjo.
Vestida apenas com uma túnica verde pálida, Æthla havia deixado seu longo cabelo loiro
solto fluindo em torno de seu corpo curvilíneo. Com uma expressão serena, ela se aproximou dele
lentamente.
Instantaneamente quente e dolorido, devolveu a adaga ao suporte ao lado da cama e
empurrou as peles em um convite para ela. —Sua dor de cabeça está melhor, amor?
—Não, está muito pior agora.
—Então você deve descansar. — Ele afofou o travesseiro para ela. —Venha, ficarei de
guarda enquanto você dorme.
Ela hesitou. A luz do fogo brincava no rosto dela, fazendo-a parecer ainda mais angelical e
doce. Preciosa. Em todo o mundo, ela era o único conforto que já havia conhecido. — Apenas falei
com meu pai.
O estômago dele se apertou com medo de que o pai dela tivesse estragado a surpresa
planejada. —Falou?
—Sim. Ele me disse para ser sua noiva.
Cadegan amaldiçoou pelo sincronismo do bastardo. Mas mais do que isso, esperava a alegria
dela, não está triste reserva. –Não tenho nenhuma intenção de forçar você, amor. Pensei que você
me quisesse como marido.
—Por que que acha isso?
A angústia no tom dela o cortava pior do que as garras de um demônio. Confuso, tentava
entender o que o corpo dela estava lhe dizendo. —Você me concedeu sua virgindade. Você
sempre me cumprimentou com gentilezas e calor sempre que visitei você. Achava que você fez
isso porque você me amava.
—Amava você? — Ela zombou. —Como alguém poderia amar um monstro como você?
Aquelas palavras o esbofetearam duramente. —Monstro? Arrisquei tudo para salvar você e
os seus. Quando nunca fui nada mais que afetuoso em relação a você?
Uma vez que se juntou ao exército de seu irmão, Leucious lhe proibiu de participar de
qualquer batalha humana. Lutaram por uma vocação muito maior e não se arriscavam na política
de humanos mesquinhos.

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Dark-Hunters 26

Qualquer violação do juramento era recebida com punição rigorosa. Leucious não admitia
insubordinação de ninguém. Como seu irmão, Cadegan estava a um nível ainda mais alto, e a
punição era muito mais árdua, sempre que violasse as leis de Leucious.
No entanto, quando tropeçou com ela e a família dela se escondendo em uma vala,
enquanto seu próprio povo estava queimando no salão dos Mércios, havia violado todo juramento
que já havia feito.
Por ela.
O medo de Æthla tocou um coração que nem sabia que possuía. Naquele campo, ele a
acalmou e prometeu-lhe que iria garantir que ninguém os encontraria. Que iria mantê-la a salvo
de qualquer dano.
Lutou contra o seu próprio povo pela filha de seus inimigos humanos. Pela filha de uma raça
que fez o melhor para destruir o seu povo. Uma disputa que impiedosamente queimou o mosteiro
dele e abateu monges enclausurados que não tinham como se defender.
Uma vez que ele tornou tudo seguro para ela, acompanhou a família dela para abrigá-los.
Pagou pelos alojamentos e comida deles com a sua moeda escassa, e assegurou-se que voltariam
em segurança para seus parentes nobres do norte.
—Meu pai fez que me entregasse à você, para que você continuasse a nos ajudar. Mas
nunca fui capaz de tolerar seu toque. Você faz minha pele arrepiar.
Essas palavras lhe perfuraram como lanças de batalha.
—Agora me disse que serei vendida à você como uma propriedade ou meu pai vai me
expulsar para me prostituir para ganhar a vida. Disse a ele que preferia me prostituir para uma
colônia de leprosos, do que sofrer mais uma noite com você dentro de mim. Ele me disse que se
não fizesse isso, iria me matar por isso. — Ódio puro e verdadeiro estavam queimando nos olhos
dela quando olhou para ele. —Odeio você — Ela lançou-se sobre ele.
Apenas quando sentiu o corte do punhal em seu pescoço percebeu que ela havia escondido
a arma nas dobras da túnica.
Gritando, ela o esfaqueou repetidamente enquanto os cães avançaram com raiva.
Mesmo assim, Cadegan só havia tentado libertar-se dos cortes e mordidas dos cães dela.
Bateu as costas ao mesmo tempo que a porta se abriu para mostrar a ela três irmãos.
—Ele me estuprou — ela chorou para eles, mostrando à seus irmãos o sangue sobre ela que
era dele. Ajudem-me! Ele disse que vai me matar esta noite!
Deveria ter usado seus poderes para lançar-se para fora. Mas Leucious o fez jurar que nunca
revelaria suas habilidades para os midlings57 que temiam sua magia. Mais do que isso, não era um
covarde e não poderia estar sendo acusado de algo que não fez. Especialmente algo tão sujo.
—Não fiz isso!
—Mentiroso — O irmão mais velho dela havia cobrado em primeiro lugar.
Enquanto espancaram e golpearam o corpo nu dele, cometeu o erro de olhar para Æthla,
que assistia com um brilho cheio de satisfação.
—Quero o coração dele pelo que fez — ela gritou. —Não vou casar com um bastardo
demoníaco!

57 Midlings = a autora usou um termo pejorativo para se referir aos humanos. Não há tradução. É uma expressão idiomática.

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Na dura condenação dela e repreensão do coração dele, algo dentro dele havia se partido
em dois. Fúria de um tipo que não saboreou desde o dia em que viu os restos do mosteiro rasgou
por ele, e despertaram o demônio que fez seu melhor para se manter na coleira.
Para manter o juramento com seu irmão, não usou seus poderes. Ele não precisava. Com
habilidades afiadas em centenas de campos de batalha, lutou contra os irmãos dela até que se
levantou sobre os corpos mortos deles.
Æthla gritou como se tivesse visto um demônio. —Monstro! Filho da Perdição! Você é
desumano! Revoltante! Você me dá nojo!
Os insultos dela se fundiram enquanto ele caiu em si e viu o que havia feito. Enquanto o
horror de suas ações caíram sobre ele e o deixou com o coração partido.
Sou um monstro.
Nascido por nenhuma outra razão do que para acabar com vidas.
Quebrado e dormente, Cadegan se vestiu quando o pai dela finalmente chegou e pediu aos
soldados dele para prendê-lo. Mas sabia que mesmo que se fosse enforcado, não morreria, e ele
exporia aos midlings uma verdade que não estavam preparados para lidar.
Ele fugiu da sala e retornou ao acampamento de seu irmão.
No momento que Cadegan entrou na tenda para contar-lhe sobre os eventos e Leucious o
viu, seu irmão empalideceu. Seus olhos vibrantes passaram de azul para um verde e para um
profundo vermelho demoníaco. –O que você fez?
—Ele matou seres humanos, — Misery, um dos criadores de Leucious, sussurrou enquanto
ela se materializava ao seu lado. —Midlings que estavam tentando proteger a irmã, que ele
cobiçou por conta própria.
Os olhos dele se encheram de condenação, Leucious olhou para ele. —Isso é verdade?
—Sim, mas ...
Leucious bateu-lhe com as costas da mão. —Não existe mas! Você jurou nunca tirar sangue
midling novamente. É assim que você defende seus juramentos sagrados?
Cadegan conteve sua fúria. —Eles me atacaram primeiro.
—Você é filho de Paimon! Os midling não podem realmente prejudicá-lo. Você sabe disso!
Um nariz sangrando ou olho roxo, e você vai sobreviver.
Queria discutir, mas Leucious estava certo. Deveria ter usado os seus poderes e saído. Nunca
deveria ter revidado. —Perdoe-me, meu irmão. Isso foi um erro.
Leucious balançou a cabeça. —Não, o erro foi meu em pensar por um minuto que você era
algo mais do que a besta irracional que nasceu para ser. Você me dá nojo! Eu não posso acreditar
que coloquei minha confiança e fé em você.
Essas palavras quebraram o coração dele. —Por favor, Leucious- O irmão parou suas
palavras, agarrando a garganta e cortando-lhe a respiração.
Cadegan engasgou enquanto a dor acumulou nele. A mão de Leucious estava enterrada na
mesma ferida que Æthla lhe dera.
—Por crimes contra Nosso Senhor, por quebrar minha confiança, te condeno às terras
sombrias de sua mãe. Que não mais você caminhe nesta terra como um ser vivo. Você vai passar a

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eternidade lembrando o que fez e lamentando suas ações. Você não é mais um de nós. Por isso,
está condenado e banido do mundo do homem. Para sempre.
Cadegan tentou se erguer do aperto dele. Para pedir-lhe para não mandá-lo para as terras
de sombra. Para dizer à Leucious por que ele não poderia condená-lo lá. Seria o pior erro. Pior do
que mesmo cair nas mãos de seu pai. Se Morgen alguma vez descobrisse seu segredo, o mundo do
homem seria destruído.
Mas foi inútil.
Leucious atirou-o contra o pequeno espelho que mantinha perto da cama dele.
Em vez de cair nele, caiu dentro dele ... no reino do inferno de Terre Derrière le Voile.
Cadegan havia batido contra o vidro, implorando por liberação.
Leucious friamente virou e cobriu o portal para que nunca mais tivesse que olhar para o
rosto de Cadegan.
Traído e sangrando, Cadegan pegou o elmo do chão e corajosamente foi para enfrentar este
novo buraco no qual fora lançado.
Ele não havia ido muito longe antes que o exército fey de Morgen o dominou e arrastou-o
em corrente para a corte deles em Camelot.
A bruxa loira exuberante, havia tentado seduzi-lo com as artimanhas e o corpo dela. Mas
sabia que não devia acreditar em uma única palavra da língua da bruxa. —Filho de Brigid. Diga-nos
onde sua mãe escondeu o escudo de seu avô.
Quando ele se recusou a dar o que ela queria, foi direto para a tortura.
Cadegan havia implorado para morrer. Desejou um milhão de vezes. Mas não havia nenhum
alívio. Nenhum. Não para gente como ele.
Não até que um ataque havia distraído os guardas, enquanto o transportavam de volta para
a cela. Ele havia fugido de Camelot para o único refúgio que poderia pensar.
Através das terras traiçoeiras e evitando os cães, espiões e soldados de Morgen, fez seu
caminho para a Ilha de Avalon.
Por um batimento cardíaco, respirou de alívio quando viu o castelo brilhando onde Merlin e
os cavaleiros sobreviventes de Artur viveram, enquanto continuavam a lutar contra o mal de
Morgen.
Até que o cavaleiro Ademar e outros três aparecerem e bloquearam seu caminho. Espadas
riscaram, forçando Cadegan de volta.
—O que você quer aqui, demonkyn?
—Preciso ver o Penmerlin.
Ademar havia enfiado a ponta de sua espada de modo tão profundo na garganta de
Cadegan, que lhe tirou sangue. —Nós não permitimos os cães de Morgen aqui.
Exausto e ainda sangrando de sua tortura, Cadegan havia se jogado em sua misericórdia. —
Sou waremerlin. Carregado com o Escudo de Dagda ... preciso ver o Penmerlin antes de sucumbir
à tortura de Morgen. Então fez uma coisa que nunca havia feito em sua vida.
Implorou.
—Por favor, tenha misericórdia de mim! Preciso de abrigo. Pelo menos por uma noite, deixe-
me colocar a cabeça em paz para que possa me curar um pouco.

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Ademar o chutou de volta. —Mentiroso! Nenhum responsável confiaria um objeto de Arthur


nas mãos de um demônio! Que tipo de idiota você me toma?
Cadegan tentou argumentar, mas eles convocaram mais cavaleiros e o espancaram de volta
para as terras cinzas das sombras. E lá ele passou mil anos, tentando evitar os demônios enviados
para reclamá-lo para seu pai, e as bestas de Morgen. Na maioria das vezes, fora bem sucedido.
Quando não conseguia, sofreu a tortura deles, até que encontrou uma maneira de escapar.
E o tempo todo, silenciosamente, manteve o juramento que havia sido imposto a ele, sem o seu
consentimento. Um juramento à uma mãe que lhe lançou fora depois de uma hora de dar à luz a
ele.
E tudo pelo irmão Eurig, que lhe dera o Escudo de Dagda, quando o rei lhe havia ordenado ir
para a guerra.
—Isto pertencia a sua mãe. Ela me disse que era para dar isso para você se fosse forçado a
sair daqui. Faça o que fizer menino, nunca deixe o mal ter isso. Jure para mim!
Jo não conseguia respirar com todas as memórias de Cadegan jogadas em sua cabeça. Todo
o peso do verdadeiro horror dele a esmagou.
—Josette?
Ela o puxou para os seus braços. —Estou tão triste.
—O que você fez?
As lágrimas encheram os olhos dela. — Não o que eu fiz. Mas o que tem sido feito para você.
— Enterrou as mãos no cabelo dele e o abraçou contra ela. —Vou te tirar deste inferno, Cadegan.
Eu não sei como, mas juro que vou.
—Te desejo sorte com isso, moça. Na verdade, estou um pouco cansado de tudo isso.
Pela primeira vez, não teve que imaginar. Sabia exatamente quanto ele estava cansado.
Como estava abatido e derrotado em espírito. No entanto, ele não deixou ninguém saber. Nunca.
Levava as cicatrizes internas dele com a mesma dignidade e graça, que fez com os que arruinaram
o corpo dele.
Cicatrizes externas que, de fato, o lembrava das internas, cada vez que as via.
Não importa nada, minha bunda.
Agora, sabia a verdade com clareza cristalina que foi aterrorizante. –Sempre o meu guerreiro
forte, feroz, — sussurrou contra os lábios dele.
Antes que ele pudesse responder, as paredes ao redor deles brilharam.
Cadegan pulou para trás para lutar, então amaldiçoou quando se lembrou de que não estava
em seu corpo e não possuía poderes.
Bois peludos de Alfred!
Gwyn apareceu na sala com um dos demônios, que Cadegan sabia que servia a seu pai.
—O que é isso?
Gwyn ignorou. —Ela tem suas memórias e sangue, agora. Mas não será capaz de lutar ou
usar seus poderes contra você. — Ele bateu nas costas do demônio. –Delicioso.
—Seu bastardo sangrento — Cadegan rosnou. Ele se lançou para o rei fey, mas antes que
pudesse alcançá-lo, o quarto mudou e ele foi sugado violentamente para fora dali.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 88
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Capítulo 10

—Ah, graças a Deus, está tudo certo!


Cadegan fez uma careta enquanto uma estranha mulher atirou-se sobre ele e o abraçou. Ela
estava acompanhada por uma manada inteira de outras fêmeas, que o agrediram com perguntas e
comentários, em uma coleção estranha de sotaques dos quais nunca ouvira falar. Alguns eram tão
marcados, que deixavam as palavras delas sem sentido absoluto para ele.
Completamente desorientado e confuso, não sabia o que fazer com isso.
Até que se concentrou no homem alto e loiro, de pé perto de um grande espelho.
A raiva escureceu sua visão enquanto o sangue fervia em suas veias.
—Você, fodido bastardo sangrento — Esquecendo-se de que ainda estava no corpo de
Josette, ele se lançou para Leucious.
Leucious agarrou-o com um punho de ferro e segurou-o com uma facilidade que era tão
irritante como frustrante. Maldita força!
—Ei, ei, ei! — Leucious disse. —Salvei você e me ataca por isso? O que fizeram para você,
mulher?
—Não é Josette que salvou, Leucious! Seu estúpido idiota filho da puta! — Ele parou com
uma série de maldições.
Leucious agarrou a garganta dele e segurou-o imóvel contra o vidro. —Cadegan?
—Alguém sabe sobre o que estão falando? — Uma mulher de cabelos negros perguntou.
—Sim, é gaélico antigo. Mas os sotaques deles são tão fortes, realmente não posso
acompanhar. Além disso, tenho um sentimento, dado o tom estridente de Jo, que ela está usando
palavras que não são encontradas em um dicionário padrão.
Cadegan as ignorou enquanto rosnava com raiva para o irmão, que não viu em mil anos. Um
irmão que queria sangrar. —Você precisa me mandar de volta. Agora!
Com uma expressão de ira infernal, Leucious apertou-o mais a um nível de quase matar
antes de atirar Cadegan a distância. –O que você fez com Jo? Se a machucou, juro que vou matá-lo
por isso!
Cadegan o encarou com fúria, desejando que tivesse o poder de rasgar a garganta dele. —
Ah, sim, eu precisava ter feito alguma coisa com ela. Deus sabe, um demônio como eu nunca
poderia ter tentado protegê-la, é isso, não é? Isso é tudo o que sou para você, irmão. Algo a ser
odiado e desprezado porque você se vê em mim e não aguenta mais!
Leucious acertou-o com um soco tão forte que o ergueu e mandou-o deslizando pelo chão.
Quando Leucious deu um passo adiante, outro homem se colocou entre eles e segurou
Leucious para trás.
—Chega — Ele rugiu. Com cabelos negros e olhos que estavam escondidos atrás de uma
máscara de algum tipo, ele se virou para Cadegan. Ele acenou com a mão, e congelou todas as
mulheres salvo três delas, que estavam de volta, e não interferiram, enquanto tentavam entender
o que estava acontecendo e por quê. —Sou Acheron, — o homem disse para Cadegan.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 89
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Cadegan olhou com cautela. Como um demônio, sabia que Acheron possuía sangue
parcialmente demoníaco. Mas era de uma raça diferente da sua. E havia muito mais poder nesta
criatura do que um demônio normalmente possuía. O poder de congelar um ser humano estava
no nível de um deus. Assim, manteve-se sob controle, a fim de compreender o que era aquilo com
que estava lidando. –O que é você?
—Alguém preocupado com Jo. Onde ela está? — Pelo menos Acheron não estava o
julgando. Em vez disso, só estava tentando chegar à verdade da questão.
—Meus inimigos trocaram nossos corpos para que possam torturá-la para conseguir o
escudo do meu avô. Estava tentando combatê-los, quando você me puxou para cá. Preciso voltar
para ela antes que a machuquem. Envie-me para lá, agora!
Leucious gesticulou em direção aos espelhos, onde Cadegan viu o belo rosto de Josette
olhando para ele. —Olhe para si mesmo, homem! Como você planeja combatê-los assim? Eles têm
seus poderes e você está no corpo dela. Você realmente acha que pode ficar sozinho? O que você
vai fazer? Espirrar sobre eles e esperar que morram de uma sinusite em um mês?
—Odeio você — Mas Leucious estava certo. Assim, ele era inútil. As lágrimas encheram os
olhos dele. —Todas as vezes que rezei por libertação ... Nunca desejei minha liberdade a esse
custo.
Acheron colocou uma mão reconfortante no ombro dele. —Respire, irmãozinho. Vamos
levá-la de volta. Juro a você.
Sim, mas como?
E em que condições?
Aterrorizado por ela, Cadegan cavou as palmas das mãos em seus olhos, em um esforço para
banir as lembranças que rasgavam por ele. —E se já começaram a torturá-la? Basta me enviar de
volta agora. Talvez possa oferecer-lhes algo, qualquer coisa para protegê-la.
—Você vai. — Acheron começou a ir para o espelho, mas Leucious o deteve.
—Você não pode, Ash. Se você entrar nesse reino, isso vai tirar seus poderes.
Imediatamente. Você nunca vai tê-los de volta.
—O que?
Leucious assentiu. –Você conhece as leis da sua raça. Um ... — Ele olhou para as mulheres e
pareceu pegar um deslize do que estava prestes a fazer. —Um ser como você não pode
simplesmente perambular nas terras baixas de outro panteão, sem consequências. ... Para não
dizer, todo o local foi criado para conter e restringir os poderes e magia de fortes criaturas. — Ele
olhou para Cadegan. —Irei. Reúna um exército, e vou fazer o que puder para mantê-los fora até
chegar lá.
Cadegan ficou horrorizado com a estupidez de Leucious. —Estás louco?
Leucious encontrou o olhar de Cadegan. —Sempre. — Ele se voltou para Acheron. Chame
Fang e faça-o reunir Cael, Amaranda, Zeke, Ravenna, e Tristan do nosso lado. Você vai precisar de
lutadores hábeis com espadas e táticas da Idade das Trevas. Demônio, Daimon e poderes fey são
muito bons. Ninguém que tenha uma gota de sangue de deuses pode entrar.
Acheron assentiu. — Nos dê uma hora para chegar lá.
Leucious estendeu a mão para Cadegan. —Você confia em mim, irmão?

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 90
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—Só para me apunhalar pelas costas. — Olhou para as três mulheres, que os observava com
carrancas preocupadas. Ele não sabia quem era quem entre eles, mas sem dúvida eram parte da
família que Josette falara com tanto carinho e amor. –Jure à elas que Josette voltará para casa.
—Não se preocupe. Elas sabem que vou. Karma teria minhas bolas para o jantar.
—Karma? — Perguntou Cadegan.
—A cadela assustadora aqui, — a mais baixa das mulheres disse. —Jo é como uma irmã para
mim. Vou matar qualquer um que a machuque.
—Vou trazê-la de volta para você, agora, em um minuto. Então, juro.
Quando começaram através do portal, Acheron os deteve. —Sim? Forma humana.
A tatuagem de dragão que espiava para fora da camisa de manga curta dele se levantou da
pele. A sombra se transformou em um demônio magro com asas negras e cabelo espetado.
Bocejando, ela coçou os olhos como uma criança pequena.
—Akri — Ela lamentou pelo bocejo, —Simi estava chegando na melhor parte do sonho.
Estava sendo perseguida por Nutter Butters 58mergulhados em molho quente. Yum! Yum! Agora
você fez me levantar. — Ela bocejou novamente. –As Esperançs de Simi são importante! Caso
contrário, seu bebê vai ficar muito chateada com seu Akri!
—Preciso que você vá com Thorn59 e proteja-o, — Acheron fez uma careta para Cadegan
antes de falar; e ... a mulher com ele.
Ela piscou para Cadegan, então franziu a testa. — Mas ela não é uma mulher, akri. Estão
congelados lá e não muito feliz sobre isso, nenhum dos dois.
—Sabemos, Simi. Proteja-os.
—Certo, Akri. — Ela pulou entre eles. – Para onde vamos, homem Thorny?
—Onde existem muitos demônios para você almoçar.
Pulando para cima e para baixo, ela bateu palmas de alegria. —Bom — Ela puxou um
babador para fora de seu saco em forma de caixão e sorriu. —Bem, podemos ir! Simi está
morrendo de fome! Não quer esperar.
Sem outra palavra, Thorn abriu o portal e passou por ele.
Ainda sem a certeza de que podia confiar em seu irmão ou não, Cadegan o seguiu, e o
demônio foi para a retaguarda deles.
No minuto em que estavam de volta em Glastonbury, o demônio fez uma cara de nojo total.
—Ew! Simi está acabada Bem, merda! Que cor de pele sem atrativos. Quem fez isso pensou que
era uma boa ideia? Pareço um refugiado de um filme — Apertando os lábios, ela olhou para

58Nutter Butter – biscoitos de manteiga de amendoim –


59 O verdadeiro nome de Thorn é Akantheus Leucious Fonus . Thorn é um dos personagens ligados aos Dark-hunters, pela série
Hellchaser. Aqui vai a definição dos Hellchaser, segundo o site da autora: “Muito antes de o início dos tempos, uma guerra foi
travada entre os poderes da luz e das trevas. De seu sangue brotou alguns dos mais mortíferos predadores sobrenaturais jamais
concebidos. Demônios e outros tão malvados,que ninguém poderia lutar contra eles. A humanidade fora deixada para se acovardar
e eram vítimas de sua crueldade.Até que um pacto foi feito ...Nós somos os soldados silenciosos enviados para combater o pior de
todos os demônios — tão aterrorizantes que faziam os exorcistas correrem. Quando algo se liberta de seu inferno, nós somos
aqueles enviados para recuperá-lo, eliminá-lo ou matá-lo. Liderada pelo misterioso Thorn, metamorfos, demônios e outras almas
que foram condenadas por um ou por outro por saber demais ou tentando trilhar um caminho melhor ... Às vezes começamos piores
do que aqueles que caçamos.A única coisa que nos une é o nosso compromisso para ficar forte e lutar até o amargo fim. Ore para
que você nunca se torne um dos nossos alvos.Acima de tudo, reze para não fracassar.”

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 91
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Cadegan. —Mas em você parece realmente bom. — Ela caiu na gargalhada. — Não, isso não. Simi
estar mentindo, tentando fazer com que os dois homens demônio se sintam melhor sobre ser
subitamente feios.
Cadegan fez uma careta para ela. —Ela é um pouco maluca da cabeça? — Perguntou à
Leucious.
Bufando, Leucious balançou a cabeça. —Não. Simi é um demônio Caronte. Eles são uma
antiga raça feroz e tivemos sorte por nunca tivemos que lutar contra eles, e ela me faz parecer
uma criança em comparação a quantos anos ela realmente tem. Mas com tudo isso, e graças ao
excesso de indulgência de Acheron para ela, ela é o equivalente humano de um adulto, jovem
extremamente mimado e paparicado.
—Psst, — Simi sussurrou para Leucious. —O termo agora é "novo adulto."60 Simi sabe a
idade de todos, Akri- Thorny, mas você precisa acompanhar a mudança dos tempos.
Sorrindo, ela colocou as mãos ao redor do bíceps de Cadegan. —E Thorny demônio-homem
é correto. –Akri chegou e estragou Simi até as pontas de suas botas Demonia. Mas, em uma luta,
Simi limpa a casa e queima isso com meu arroto de fogo. — Ela lhe deu um sorriso com presas.
Ainda sem ter certeza do que deveria fazer com ela, Cadegan olhou para Leucious. —
Precisamos chegar ao castelo de Gwyn ap Nudd. Ele é quem fez isso para nós.
Leucious fez uma careta. —O rei sharoc?
Cadegan estreitou os olhos para o filho da puta. —Você parece saber muito sobre esse
reino.
Leucious desviou o olhar.
—O que esse olhar significa?
Simi se inclinou para sussurrar em voz alta. –Isto é chamado de culpa. Simi viu isso muito nos
rostos de muitas pessoas humanas. Em algumas outras espécies, também, mas não muito. — Ela
ficou para trás. —Você dois precisam se beijar para fazer as pazes agora.
Cadegan rosnou pela sugestão dela. — Não estou beijando-o e tenho certeza absoluta que
não vou fazer isso com outro também! Ele pode apodrecer no inferno pelo que me importa.
—Não! Não faça isso. Isso é nojento! Simi disse para você o perdoar. Ele é sua família, depois
de tudo. Se akri-Styxx pode perdoar e amar akri, você pode perdoar a sua família também. Ele só
te trancou por mil anos. Akri-Styxx esteve em seu lugar nojento por mais de onze mil! Onze mil ...
que é como sempre, e Simi sabe porque vive até mais. Então veja, você não tem nenhuma razão
para estar odiando. Alguém sempre passou pelo pior. Agora admita para Simi que ele é a sua
família.
—Família que gostaria de nunca conhecer.
Leucious empurrou para ele. —Não use esse tom comigo, como se fosse o único que errou.
Você matou os seres humanos! Você violou nosso juramento.
—Então estamos quites.
—Como assim?
Cadegan agarrou a camisa de Leucious e empurrou-o para parar. —Você estendeu a mão
para mim e prometeu que seria a família pela qual rezei. Que você nunca iria me deixar de lado e

60 New Adult = N.A.

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ir embora. Não por nada. Família apoia o outro, essa é a mentira que você me vendeu, e como um
tolo, comprei.
—Você não me deixou escolha.
Cadegan riu amargamente. —Você teve escolhas, Leucious. Teria preferido que me matasse
que me prender aqui, com nada. — Cadegan o empurrou e partiu para o castelo.
—Isso não foi fácil para mim, também, você sabe!
Cadegan riu amargamente. –Foda-se, Leucious. E a sua indignação hipócrita.
Thorn estremeceu com o ódio na voz de Cadegan. Cadegan estava certo. Ele sequer permitiu
que ele se explicasse. Agiu imprudentemente, e condenou o rapaz sem audiência.
Tão acostumado ser traído por todos e tudo, Thorn atacou com medo. Tão poderoso como
era, sabia que Cadegan era uma das poucas criaturas que poderia matá-lo e substituí-lo em sua
hierarquia imortal. Foi por isso que nunca permitiu a Cadegan ir para o Neither Realm, onde ele e
seu avô viveram.
Ao contrário de Thorn, que possuía uma mãe humana, Cadegan era filho de uma deusa.
Espere um pouco ... Thorn congelou quando essas palavras jogaram na cabeça dele. O
menino era um semideus. —Cadegan — Ele chamou, correndo para alcançá-los.
Cadegan não diminuiu a velocidade nem um pouco.
—Espere — Ele puxou Cadegan até parar. —Você é um semideus, certo?
Sacudindo o braço livre do aperto de Thorn, zombou dele. —Sim.
— Seus poderes funcionam aqui? Como?
Cadegan franziu os lábios. —Está me dizendo que você me mandou para cá pensando que
seria incapaz de lutar contra os outros?
—Não impotente. Apenas, sem a parte dos deuses de suas habilidades.
Ele xingou baixinho. —Você é uma pilha desonesta de merda, não é? — Ele começou a
avançar novamente.
Thorn rugiu em sua garganta. —Você não respondeu minha pergunta.
—Não te devo respostas. Uma boa surra e alguns dentes arrancados, talvez.
Nunca Thorn precisou tanto espancar alguém. Mas então, havia machucado Cadegan muito
e sabia disso. Desejando poder mudar as coisas, chegou até o garoto, e tentou não deixar que o
passado o queimasse tanto.
Cadegan zombou dele. —Não que você mereça o conhecimento, mas ... minha mãe nasceu
dos Tuatha Dé Danann61, os deuses que aqui homenageamos por seus poderes. Portanto, eles não
podem tirar meus poderes de deuses, sem tirar os deles próprios. Este é o reino da minha família.

61 Queridos leitores, como vários livros ultimamente, tem se referido à essas lendas, deixamos aqui um “compêndio” sobre o
assunto: Os Tuatha Dé Danann ("povos da deusa Danu") formam um grupo de personagens na mitologia irlandesa e escocesa.
Foram o quinto grupo de habitantes da Irlanda, de acordo com a tradição do Lebor Gabála Érenn ("Livro das Invasões"). Imagina-se
que representem as divindades dos goidélicos irlandeses; as interpretações dos tradutores cristãos geralmente reduziram sua
estatura para reis e heróis históricos.Porém, a natureza sobrenatural e religiosa dos Tuatha De Danann ainda é exposta em
numeras ocassiões dessas versões cristãs dos mitos celtas. Por exemplo, um poema no Livro de Leinster lista muitos dos Tuatha Dé,
mas conclui: "Embora [o autor] os enumere, ele não os venera". Goibniu, Creidhne e Luchtaine são citados como os Trí Dé Dána
("três deuses de habilidade"), e o nome Dagda é interpretado em textos medievais como "o deus bom". Mesmo depois de terem
sido desalojados do posto de governantes da Irlanda, personagens tais como Lug, as Morrígan, Angus e Manannan aparecem em
histórias passadas séculos depois, mostrando todos os sinais de sua imortalidade. Eles têm muitos paralelos através do
mundocéltico. Nuada é aparentado ao deus britânico pré-histórico Nodens; Lug é um reflexo da divindade pan-céltica Lugus;

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Uma família que não queria nada com ele.


Doendo pelo menino, Thorn estreitou os olhos quando um novo pensamento veio a ele com
este novo conselho. —Simi? Você consegue transmitir isso para Acheron? Dizer a ele para trazer
Talon?
—Ok, com certeza, akri-Thorn.
Ele entregou-lhe a chave que usou para trazê-los. —Vai precisar disso.
Ela pegou e saiu voando em direção ao portal.
Thorn se voltou para Cadegan. — Não entendo. Se eles não podem drenar seus poderes, o
que aconteceu com sua mãe quando ela veio aqui? Sempre achei que ela se tornou uma midling.
Cadegan revirou os olhos. —Morgen a transformou em pedra. Ela ainda vive ... como
residente permanente no jardim de Morgen e das pessoas que a humilharam.
—O que?
Ele deu um olhar agitado para Thorn. —Ela veio para recuperar meu escudo, e me deixar
aqui indefeso contra todos eles. Só que ela não poderia tirá-lo de mim, como ela entregou isso ao
irmão Eurig no meu nascimento, e ele me deu quando fui forçado a ir para a guerra. Apenas o
verdadeiro proprietário pode transferir. Deve ser dado, nunca roubado ou tomado.
—Ela veio para libertá-lo. Tanto quanto ela me disse.
—Não. Apenas por uma questão de negociação. Ela veio pelo escudo em primeiro lugar,
tanto quanto me disse. Ela não confiava em mim para manter a palavra que não daria para mais
ninguém. — Ele soltou uma risada curta e amarga. —Aprendi a bondade dela nisso, não é? Ela não
foi a primeira a fazer essa oferta para mim. E não foi a última. E ainda preciso me proteger. Isto foi
a única coisa que já me deram pela qual não sangrei.
—Não entendo. Por que não deu isso à ela quando veio por isso? Você poderia ter ficado
livre.

Tuireannestá relacionado ao gaulês Taranis; Ogma a Ogmios, e Badb a Catubodua. Os Tuatha Dé Danann descendem de Nemed,
líder de uma comunidade de habitantes da Irlanda. Vieram de quatro cidades do norte, Falias, Gorias, Murias e Finias, onde
adquiriam os seus atributos e capacidades ocultas. Chegaram à Irlanda por volta do 1º de Maio (a data do festival de Beltane) em
nuvens negras, embora versões mais tardias racionalizassem este facto dizendo que queimaram os seus barcos para prevenir
retiradas, sendo as nuvens o fumo produzido.Conduzidos pelo seu rei, Nuada, travaram a Primeira Batalha de Magh Tuiredh
(Moytura), na costa oeste, na qual derrotaram e dispersaram os desajeitado e mal armados Fir Bolg, que habitavam então na
Irlanda. Nuada perdeu um braço na batalha. Como ele não era mais perfeito não podia continuar como rei, sendo substituído pelo
meio-Fomorian Bres, que se revelou um tirano. O curandeiro Dian Cecht substituiu o braço de Nuada por um braço de prata,
tornando-se Nuada de novo rei. Contudo, Nuada estava insatisfeito com a substituição, recorrendo ao filho de Dian Cecht, Miach,
que lhe fez uma mão nova de carne e osso. Invejando o seu filho, Dian Cecht expulsou-o.Com a restauração de Nuada como rei, o
meio-Fomarian Bres queixou-se à sua família.Os Tuatha Dé Dannan travaram assim a Segunda Batalha de Magh Tuiredh contra os
Fomorians. Nuada foi morto pelo olho venenoso do rei Fomorian, Balor, mas Balor foi morto por Lug, que se tornou rei.Uma terceira
batalha foi travada contra uma vaga de invasores, os Milesianos, vindos do noroeste da Península Ibérica(Galiza e norte de
Portugal), descendentes dos Míle Espáine (que se julga representar os Celtas Goidélicos). Os Milesianos encontraram três deusas
dos Tuatha Dé Dannan: Èriu, Banba e Fodla, que lhes pediram para nomearem a ilha; Èriu é a origem do nome moderno Èire, e
Banba e Fodla ainda são por vezes usados como nomes poéticos para a Irlanda.Os seus três maridos, Mac Cuill, Mac Cecht e Mac
Gréine, que eram os reis dos Tuatha Dé Danann, pediram uma trégua de três dias, durante a qual os Milesianos ficariam ancorados
a nove ondas de distância do porto. Os Milesianos aceitaram, mas os Tuatha De Danann criaram uma tempestade mágica, numa
tentativa de os afastar. O poeta Milesiano Amergin acalmou o mar com os seus versos, antes de o seu povo atracar e derrotar os
Tuatha Dé Danann em Tailtiu. Quando Amergin foi chamado para dividir a terra entre os Tuatha Dé Danann e o seu povo,
inteligentemente distribuiu a porção acima do chão para os Milesianos, e a porção debaixo de terra para os Tuatha Dé Danann.
Estes foram levados para debaixo de terra para os montes doSidhe por O Dagda.Os Tuatha Dé Danann lutaram contra a bruxa
Carman e os seus três filhos. A introdução de carroças e do druidismo na Irlanda é-lhes atribuída.

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—Livre? — Ele passou um sorriso de escárnio sobre o corpo de Thorn e balançou a cabeça.
—É tudo o que sempre me protegeu, sem falhar. Por que o deixaria ir, e estaria sem nada?
Thorn não queria pensar nisso. —Onde está o escudo agora?
—Alguma vez já te disse? Vou para meu túmulo com isso. Então, o restante de vocês
poderão lutar por isso, por tudo que me importa.
Thorn suspirou quando Cadegan se moveu em quase uma corrida para chegar a Jo. Ele
usaria os poderes dele para teletransportá-los, mas desde que não conhecia o castelo, poderia
fazer mais mal do que bem. Não valia a pena o risco.
E enquanto se apressavam, no fundo de sua mente, viu o menino que Cadegan era no dia
em que se conheceram.
Quase um homem, Cadegan fora capturado por um grupo de demônios que Thorn estava
perseguindo. Finalmente os apanhou e pensou que fosse um simples mortal que os prenderam.
Quando entrou no seu acampamento, encontrou Cadegan acorrentado e sangrando onde os
demônios tentavam torturá-lo para obter informações sobre o escudo de seu avô. Porque ele não
tinha conhecimento de seu verdadeiro nascimento, naqueles dias, Cadegan não sabia dos poderes
dentro dele. Nenhuma ideia de como combater os demônios que haviam sido enviados para ele e
para o protetor do escudo de Dagda.
Com uma coragem que confundia Thorn até hoje, Cadegan estava desafiadoramente
tentando se libertar. E quando esses, furioso olhos azuis cheios de ódio olharam para dentro dele,
viu o pai de Cadegan quando era menino.
Sentiu os poderes inexplorados que Cadegan um dia exerceria.
Para o bem ou o mal. Uma escolha solitária de Cadegan.
Thorn havia matado os demônios com facilidade e libertou o rapaz, apesar de seu bom senso
lhe dizer para cortar a garganta de Cadegan antes dele saber a verdade de seu direito de
primogenitura e usar isso contra a humanidade. Era o que prometeu a mãe de Cadegan: que faria
se o menino alguma vez escapasse de seu mosteiro.
Era algo que precisava ser feito, agora que Cadegan tirou uma vida humana.
No entanto, não importa o quanto tentasse, o quanto sabia que seria melhor matar o rapaz,
decidiu recrutar Cadegan em vez disso.
Esfregando os pulsos, Cadegan olhou para ele com desconfiança.
—Quem é você?
—Sou chamado de Leucious dos Brakadians.
—Não conheço seu povo.
—Devia conhecê-los.
—Por quê?
—Porque sou seu irmão mais velho.
Cadegan havia se levantado e se afastado. — Mentira. Eu não tenho família.
—Sim, você tem. Nossas mães são diferentes, mas temos o mesmo pai.
Zombando, Cadegan havia recuperado sua espada e punhal dos restos mortais dos
demônios. —Não tenho pai. Sou bastardo de nascimento.
—Todos temos um pai, caso contrário, você não existiria.

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Cadegan moveu-se para selar seu cavalo. —Agradeço sua ajuda, mas preciso encontrar meu
senhor e relatar antes que me marquem como desertor.
—E se lhe desse outro exército para lutar? Por uma causa muito mais nobre?
Cadegan desconsiderou completamente a oferta dele-. Não posso pensar em nada mais
nobre do que a condução dos demônios mércios, para fora das terras de Cymru.
—Existe uma ameaça muito mais sombria para seu povo, do que apenas os mércios e
saxões. Uma que não vai parar até que devaste a esta terra e detenha toda a humanidade no
encalço.
Cadegan balançou a cabeça antes de se virar para a sela. — Estou certo que você pode
encontrar outras pessoas para lutar suas batalhas.
Thorn havia agarrado a rédea do cavalo para impedir Cadegan de sair. —Não, rapaz. Este
inimigo requer guerreiros com habilidades muito especiais e treinamento. Somos poucos e eles
são uma legião. Estou sempre à procura dos bons, homens dignos de participar do meu exército.
—E com quem você luta?
—Nosso pai e aqueles outros que como ele, e para aqueles que nos convidam.
Cadegan havia feito uma careta. —Não entendo.
Thorn permitiu que seus olhos voltassem ao seu vermelho demônio natural.
Xingando, Cadegan fez o sinal da cruz, e tentou estimular seu cavalo.
Mas Thorn o havia segurado. — Eu não sou seu inimigo, irmão. Como você, fui concebido
pelo nosso pai para fazer a guerra sobre o mundo do homem. Para conquistar qualquer um que
entrasse no meu caminho. É por isso que estás invicto na batalha. Você nunca se perguntou por
que, uma vez que tem uma habilidade profana para a guerra?
O estreitamento dos olhos de Cadegan lhe disseram que estava certo.
—Por uma vez, sem pensar servi ao nosso pai. Até que não poderia mais fazer isso. Os seres
humanos precisam de nossa proteção, não a nossa propriedade. Lutamos por todas as crianças
como nós. Aqueles que só querem viver em paz e ter família.
Cadegan zombou amargamente dele. –Não sei nada de família.
—Junte-se a mim e vou mudar isso. Serei a família pela qual você tem rezado. Estarei em
suas costas, e nunca deixarei de protegê-lo. — Ele estendeu a mão em direção a Cadegan. —
Família defende um ao outro. Em todas as coisas.
A indecisão havia escurecido a testa dele. —Todos me abandonaram. Por que deveria
colocar fé em você?
—Porque não vou jogá-lo fora, irmãozinho. Não por nada. Sempre estarei aqui por você.
Venha comigo, Cadegan. Vou te mostrar como dominar seus poderes e usá-los para o bem. Como
controlar a escuridão que implora por sua alma a cada respiração que você toma. Não temos que
ser os monstros que fomos criados para ser. Ninguém determina o nosso futuro, exceto nós.
Ainda assim, Cadegan hesitou. Finalmente, ele falou. –Saiba que não confio levianamente ou
com facilidade. Mas vou colocar minha fé em você, Leucious. Não traia isso, porque não vou
perdoar se fizer isso.
—E estou colocando a minha em você, também. Saiba que se você trair, vou fazer chover a
ira do inferno sobre você tão grave, que vai me implorar pela morte.

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Thorn estremeceu quando percebeu o quão justificada foi para Cadegan odiá-lo. Cumpriu a
promessa errada. Em vez de ver o verdadeiro coração de Cadegan, deixou o medo e o preconceito
cegá-lo.
No final amargo, não havia sido melhor do que o resto. Cadegan estava certo. Deveria tê-lo
matado, em vez de prendê-lo aqui neste buraco sombrio, sem esperança. Mas esperava que
pudesse um dia perdoar Cadegan.
E assim, anos se passaram com saudades de Cadegan ao seu lado novamente. Com ele,
esperando que encontraria força para colocar o passado para trás e seguir em frente.
No entanto, cada vez que havia começado a deixar Cadegan sair, lembrou a si mesmo que o
menino friamente assassinou três seres humanos. Cadegan precisava ser punido por isso. Não
apenas por causa de sua própria alma, mas para ter certeza de que nenhum dos outros
comandados de Thorn, ousaria quebrar os juramentos para ele. Cadegan serviu como um exemplo
necessário que ninguém estava imune a punição. Não importava a desculpa.
Agora que estava com o menino novamente, lembrou-se por que sempre procurou a
companhia de Cadegan enquanto lutaram juntos. O que havia perdido quando ele fora embora.
Havia um conforto tranquilo que Cadegan possuía que era contagiante. Uma serenidade de
aceitar a partir de dentro, que o impedia de reclamar ou acusar os outros. Em vez disso,
concentrou sua atenção sobre o que precisava ser feito e que estava fazendo.
Ele apenas fora pego pelas traições. E apenas se manteve firme em nunca confiar em seu
traidor novamente.
Engane-me uma vez, vergonha para você.
Engane-me duas vezes, vergonha para mim.
Cadegan irrompeu em uma corrida quando chegaram às terras do castelo, deixando Thorn
para manter o ritmo.
Quando ele se aproximou do portão, quatro sharocs o confrontaram.
— Saiam do meu caminho — Cadegan rosnou.
Eles se recusaram a se mover.
—Gwyn — Ele gritou nos parapeitos. –Seria melhor abrir esta porta, ou então me ajudar ...

O rei apareceu bem na frente dele. Passou um olhar presunçoso de Thorn para Cadegan. –
Você está atrasado demais demônio.
—O que significa?
—Ela se foi.
Thorn assistiu o horror passar através do rosto de Cadegan enquanto digeria essas palavras.
–Explique-se.
Gwyn deu-lhe um sorriso insidioso. —Morgen nunca poderia derrotá-lo. Mas uma vez que
soube que possuía uma mulher e que estavam unidos, era uma coisa fácil fazê-la trocar de lugar
com ela enquanto você estava aqui. No entanto, pensei que seria mais difícil levá-la até Morgen,
mas uma vez que você desapareceu ... foi fácil.
—Ela está com Morgen?
—Está.

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Capítulo 11

Cadegan virou-se para Leucious com um rosnado furioso. –Pode ficar muito feliz, bode
velho, eu tenho muito da coragem de uma mulher, para socá-lo
O desgraçado teve a coragem de rir.
Empurrando-o para fora do caminho, Cadegan começou a sair, depois voltou. —Quero dois
de seu Adar Llwch Gwin, — ele exigiu do rei.
Gwyn riu dele, também. —Você não está em posição de fazer nenhuma exigência sobre
mim. Você não tem nada para trocar ou para me ameaçar agora.
Antes que Cadegan pudesse perfurar o piolho insolente, Leucious avançou. —É
completamente falso.
—Como assim?
Leucious jogou o braço para fora e usou seus poderes para trazer Gwyn para sua enorme
palma em uma mão. Ele tem o irmão mais velho perpetuamente chateado, que não tem
escrúpulos em roubar partes do corpo que você vai perder ... muitas vezes. Agora dê-lhe tudo o
que ele quer, ou vou arruinar o resto de sua vida. Posso até reduzi-la para três minutos. Talvez
menos.
—Cadegan bufou. Confie em mim, ele é bom em arruinar vidas e não derramar nenhuma
lágrima por isso. Em tudo.
Leucious fez uma careta para ele por cima do ombro.
—Bem, você está certo. Apenas concordando com você.
Leucious atirou o sharoc a distância. – Dê-lhe the blah-blah-blue-bluch qualquer coisa que
ele queira.
—Adar Llwch Gwin, — Cadegan repetiu.
Thorn revirou os olhos. – É fácil para você dizer.
—Nunca entendi sua relutância em aprender Cymraeg62 dado a merda que você fala, que
ninguém mais sabe.
—Não é verdade. Acheron, Simi e Savitar todos falam. Como nosso avô.
—Conversa muito com ele, não é?
—Evito isso como um vazamento de varíola no saco. — Leucious franziu a testa ainda mais,
enquanto observava Gwyn bater a mão contra a parede de pedra do castelo. No mesmo instante,
dois dos grifos musculosos romperam dos poleiros nos parapeitos e tomaram forma corpórea.
—Feliz —? Gwyn perguntou a Leucious.
—Alucinante. Uma emoção que costumo comemorar refogando as entranhas de qualquer
aborrecimento paranormal a minha volta. — Leucious deslizou um olhar significativo sobre Gwyn,
mas falou com Cadegan. —E veja irmãozinho, os deuses me presentearam com o jantar.
Cadegan nunca viu o rei bater em retirada tão rápido.

62 Welsh=gaélico=galês

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Tentando não se divertir ou impressionar, Cadegan se aproximou do Adar Llwch Gwin mais
próximo dele, e estendeu a mão para que o animal pudesse pegar seu cheiro. —Vamos precisar de
selas para montar.
O Adar Llwch Gwin que ele escolheu, mostrou um sorriso mais lascivo sobre ele enquanto a
sela aparecia instantaneamente nas costas dele.-Alô, bonita. Apenas enrole essas pernas longas e
sensuais em torno de mim e vou te levar pra qualquer lugar, a qualquer hora que você quiser.
Cadegan fez uma careta com um duplo sentido de nojo. –Vou usar o outro. — Ele bateu no
braço de Leucious. —Este é todo seu. Vá em frente, irmão, enrole suas pernas longas e sensuais
direito em torno da cintura dele e monte-o durante toda a noite.
Leucious fechou o rosto com repugnância.
O Adar Llwch Gwin que Cadegan havia rejeitado o seguiu. —Espere! Traga aquela atrevida
de volta para cá. Sou o mais forte dos dois. Posso protegê-la muito melhor, bebê. Vamos lá, não
seja assim. Posso levar você em meus braços, nas minhas costas. Leve-me de qualquer maneira
sexy que você me quiser. Sou todo seu.
—Ah, cale-se Talfryn, — o outro Adar Llwch Gwin resmungou. —Não pode ver que não tem
utilidade para ela. — Ele se curvou. Sou Ioan, minha senhora.
Leucious caiu na gargalhada.
Cadegan nunca quis cometer tanto um assassinato em toda a sua longa existência. — Juro,
Leucious, quando tiver meu corpo de volta, vou chutar seu traseiro até que minhas botas estejam
oleadas com seu sangue.
E o desgraçado ainda riu.
Ioan fez uma careta. –O que é isso?
Cadegan tomou as rédeas antes que montasse no animal alado. — Não sou realmente
feminino. Este é o corpo da minha senhora. Estamos indo salvá-la. — Ele olhou para Talfryn. —E
você deveria estar dizendo uma oração de agradecimento, por ser comigo com quem está falando.
Se você tivesse tomado esse tom com ela, estaria estrangulando o rei sharoc sobre o cadáver dele
sangrando por um novo Adar Llwch Gwin.
Talfryn se acalmou instantaneamente.
Até que Leucious pegou a sela, em seguida, agiu como se estivesse morrendo. —Och! Do
que você é feito, pedra? Uma palavra para você, homem ... dieta. Jogue fora o bife e a cerveja.
Você perdeu o e-mail? Os esteroides são muito ruins para seu equipamento.
Ioan suspirou profundamente. —Perdão. Ele passa muitas noites assistindo a Lifetime
Network e WWE. Combinação estranha, sei, mas o mantém ocupado e calmo.
Leucious deu um sorriso irritado a Cadegan. —Elogio sua escolha de viagem. Deveria
trabalhar como agente de reservas da companhia aérea.
Cadegan rosnou baixo em sua garganta. —É pior do que tentar ter uma conversa com
Josette. Não compreendo uma palavra com ela. De três, isso é a cada noventa ou assim.
—Ele não sai muito, — disse Leucious para as montarias. Então, mudou de assunto. —Tudo
bem, irmão. Onde estamos indo?
—Camelot.
—Não. — Talfryn congelou. —Oh, o inferno não. Uh-uh. Nunca vai acontecer!

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Cadegan franziu a testa para os protestos dele. —Pensei que todo Adar Llwch Gwin tivesse
que obedecer a seus cavaleiros?
Talfryn bufou uma negação robusta. —Deixe-me colocar isso em palavras que você possa
entender. ... São idiotas que disseram tolice sobre nós, meu senhor. Idiotas que Morgen não
ameaça arrancar os testículos fora alguma vez que, por acaso, escurecessem a presença dela,
novamente com a deles.
Ioan bufou. —Obviamente, Talfryn a venceu na última reunião, e fez uma grande impressão
com as mais encantadoras personalidades. Tenho certeza que você pode entender a enfermidade
raivosa dele com ela.
—Certamente.
Leucious estendeu a mão e acariciou Talfryn de maneira exagerada. —Agora permite- me
explicar em palavras que você pode entender. Você vai obedecer a meu irmão, agora, ou vou fazer
você desejar que Morgen tivesse arrancado suas bolas, fritado, e alimentados você com elas.
Confie em mim. Muito mais amável do que o que vou fazer com você se você continuar falando.
—Para o norte, é isso. — Talfryn levantou voo imediatamente.
Enquanto Ioan os seguia, Cadegan prendeu a respiração e rezou para que Josette ainda
estivesse sã e salva. Mais e mais na mente dele, reviveu todas as coisas que Morgen havia feito
para tentar bater ou arrancar a informação dele ao longo dos séculos. O coração dele sangrou com
o pensamento de Josette sendo submetida a tais riscos.
E, enquanto a mente repetia isso, um pensamento lhe ocorreu. —Ioan? Quanto tempo você
serve o sharoc?
—Tanto quanto gostaria de lembrar. Séculos, meu senhor. Por quê?
—Estou pensando que usaram o mesmo feitiço de troca em mim e Josette como usavam
para fazer as trocas de crianças. O que você acha?
—Muito provável. Seria a coisa mais fácil e rápida para o rei realizar.
E apesar de não usar essa magia em adultos, muitas vezes, sabiam que eles os faziam no
passado para trocar uma fada anciã que não queria mais cuidar da família deles. –Sabe como
fazem isso? Como colocaram o feitiço no lugar?
—Normalmente um presente é dado para a criança que pretendem trocar, e então usam
para administrar o feitiço.
Cadegan considerou aquilo. —Presente? Como uma pulseira?
—Pode Ser.
Cadegan se amaldiçoou por sua estupidez. Nunca deveria ter permitido a Gwyn dar nada
para Josette.
Por que não percebeu a importância daquilo antes? Você está um pouco distraído.
Ainda ...
—Leve me para o chão.
Ioan desceu.
Leucious seguiu-os. –O que aconteceu?

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Dark-Hunters 26

—Acho que sei como salvar Josette. Preciso juntar dedaleira púrpura63 e três cascas de ovos
de um corvo. Tão rápido quanto possa recolhê-los.
—Podemos conjurar?
—Então desde que sejam reais e não feita de outra coisa. Acho que sim.
Leucious rapidamente convocou-os e entregou tudo para Cadegan. –O que fazemos com
isso?
—Preciso de uma panela de água fervente, coloque no fogo.
Aquilo apareceu instantaneamente. —Planeja explicar isso?
Cadegan ignorou seu irmão enquanto rapidamente quebrou os ovos e separou as claras das
gemas, de modo que tudo o que tinha eram as conchas. Depois de esmagá-los nas mãos, jogou na
água primeiro, em seguida, acrescentou a dedaleira e ferveu-o até que se tornou uma calda
grossa. –Esfrie a mistura, por favor.
Leucious obedeceu. —Cadegan ...
—Estou desfazendo o que foi feito com ela. Depois que terminar isso, e se isso funcionar,
você precisa levá-la para fora daqui imediatamente. Se ela ainda estiver em Terre Derrière le Voile
no equinócio, estará presa aqui para sempre. Entendeu?
—Sim. Entendi.
—Prometa para mim, Leucious. Você vai levá-la deste lugar, sem falhar.
—Certo, acalme-se. Eu juro.
—Você não vai demorar. Você não vai permitir que ela me procure. Ela precisa ser levada
daqui tão rapidamente como você possa fazê-lo. Entendido?
—Sim. Cem mil vezes. Sim.
Inclinando a cabeça, Cadegan começou a esfregar a solução por todo o corpo. Uma vez que
estava totalmente revestido, deitou-se no chão e fechou os olhos antes de beber o que restava
daquilo. Ele respirou e lentamente, obrigou-se a um estado meditativo.
E, enquanto os pensamentos dele vagaram, conjurou uma imagem de Josette em sua mente.
Ele viu a provocação nos olhos dela quando fez amor com ele, e imaginou o som da doce voz dela
em seu ouvido. Não havia nada em sua vida, que quisesse mais do que vê-la confortável e feliz.
Para sempre.
Assim quando começou a relaxar completamente, ouviu, um rosnado ameaçador com raiva.
Infelizmente, não era Josette. Era Talfryn e Ioan brigando por bobagens novamente. E isso
arrebatou-o de volta para onde começou.
Abrindo os olhos, ele olhou para eles.
—Você é Jo ou Cadegan? – Leucious perguntou.
—Sou a pessoa que você mais odeia.
Leucious suspirou. — Bem-vindo de volta, irmãozinho.
Mas o problema era que ele não queria estar de volta com Leucious. Queria estar onde
desejou.
Com Josette.
Acima de tudo deveria estar no lugar onde era necessário.

63 Espécie de flor.

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Protegendo a única mulher que já amou.


Lágrimas o sufocaram enquanto imaginava toda a espécie de mal que se abatia sobre ela.
Enquanto a língua de Morgen era afiada, não era nada comparado à crueldade física dele. Algo
que Cadegan estava acostumado.
E enquanto Josette, com sua coragem e graça, poderia ficar tão forte contra Morgen e seus
animais, ele não queria que ela sofresse. Não por qualquer motivo.
E acima de tudo não por alguém como ele.
Sem mencionar o pequeno fato de que ela carregava as memórias dele agora. O que
significava que sabia exatamente onde estava escondido o escudo. Algo que, em mãos erradas,
poderia acabar com o mundo como o conheciam.

Capítulo 12

Mordendo a unha do polegar, Jo caminhou pela caverna gigante que Illarion chamava de
casa.
Em forma de dragão, ele agachou-se a poucos metros de distância, observando-a através
dos olhos encapuzados. Vai dar tudo certo, Jo.
Como desejava que pudesse acreditar nisso. Mas a cada segundo que passava sem uma
palavra, a preocupação alimentava sua insanidade. Ela não podia suportar esse muro sem saber
nada. —Nós não sabemos onde Cadegan está ou o que aconteceu. ... quem está com ele?
O que estava com ele?
—Eu sei criança. Gostaria de ir procurá-lo de novo?
—Por favor. — Ela sorriu para o dragão. —E obrigada, Illarion. Por tudo.
Ainda em sua forma de dragão enorme, deu-lhe um ligeiro aceno de cabeça antes de
abaixar-se o suficiente para que ela pudesse subir nas costas dele. Sentiu-o estremecer quando
pegou a pequena sela que havia evocado para ela.
—Você está bem? Sou muito pesada para você?
Ele riu amargamente na cabeça dela. Não, moça. Embora saiba que você está presa no corpo
de Cadegan, estou dolorosamente consciente do fato de que você não é realmente um homem. E
estava lembrando da minha preciosa Edilyn que caminhou para batalha na sela onde você está
sentada agora. Ela foi a última e única mulher que permiti me montar.
—O quê? — Perguntou ela. Dada a nota de ternura ferida na voz dele, teve um mau
pressentimento de que isso não significava apenas que Edilyn cavalgou para o transporte sozinha.
Illarion deu-lhe um aceno triste. É de onde as lendas dos sacrifícios de virgens para os
dragões vêm. Elas não eram realmente para nossos sacrifícios. Em vez disso, elas foram oferecidas
a nós como esposas esperançosas.
Séculos atrás, minha raça foi usada como armas na guerra. Para seduzir-nos para lutar por
eles, os seres humanos ofereciam seus filhos e filhas para nós, para se certificar de que possuíamos

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interesses pessoais em lutar nos exércitos humanos, e pelas causas deles. Muitos da minha espécie
acasalaram com os mais fortes de seu povo e lutaram juntos na batalha como uma única unidade.
— Edilyn foi sua esposa?
Em uma palavra simples, sim, mas ela era muito mais para mim do que isso. Ela era minha
melhor amiga e o próprio ar que respirava.
—O que aconteceu?
Falhei em protegê-la.
O coração dela foi arrancado com a agonia de que ele traiu. –Desculpe-me, Illarion.
Obrigado, moça ... é a única razão pela qual estou disposto a ajudar vocês dois, quando
normalmente teria te deixado para apodrecer. Sei o que é viver sem a minha melhor metade. É um
pouco doloroso e não desejo a ninguém. Sua coragem e resistência lembram muito a minha Edilyn.
E quero ver você de volta com o seu Cadegan.
Ela inclinou-se e abraçou-o. Como desejava que tivesse as palavras para acalmá-lo. Mas a
dor era tão profunda, que era tangível. —Estava lá quando ela morreu?
Ele acenou com a cabeça. Foi uma maldição e uma bênção. Havia prometido a ela que nunca
iria deixá-la nesta vida ou na próxima. Que sempre estaríamos juntos, e que nenhuma outra jamais
reclamaria meu coração do jeito que ela havia feito.
Segundo meu tipo de união, devemos morrer com o nosso amado. Mas o seu povo possuía
um feiticeiro que encontrou a magia para desfazer a nossa, para que não perdessem toda a equipe
de batalha. Então, no final, o meu corpo viveu, mas meu coração e minha alma foram com Edilyn
para a eternidade. Odiei seu povo depois disso.
A única parte do meu juramento à ela que nunca fui capaz de manter era que estaria lá,
segurando a mão dela, quando a morte a reclamou. Nunca amei ninguém, apenas ela.
E nunca vou.
Com a cabeça no pescoço dele, acariciou as escamas. —Estou incrivelmente tocada.
Obrigado.
Jo tomou as rédeas, desejando que houvesse alguma coisa, qualquer coisa, que poderia
fazer para tornar as coisas melhores para ele. Infelizmente, uma dor como a dele não era fácil de
se esquecer. Isso poderia destruir a pessoa que sentia isso. Ela viu em primeira mão o que havia
feito para a família dela, quando Tiyana morreu. Mesmo agora, seu coração estava quebrado com
a perda. Não passava um dia que não pensava em Tiyana pelo menos uma dúzia de vezes.
Quase uma década depois, ainda lamentavam por ela.
Sempre o fariam.
Assim como Illarion lamentava sua preciosa Edilyn. Pobre dragão. A vida não era justa e
sabia isso, assim como qualquer um. Mas estava claro agora por que Illarion havia lutado tão
duramente por ela, quando não havia motivo para fazer isso. Por que estava determinado a deixá-
la livre dos primeiros demônios que vieram reclamá-la, e depois das mandrágoras e gárgulas
viciosas de Morgen. Todos determinados a vê-la capturada e levada a seus senhores. E o tempo
todo, Gwyn ficou para trás, deixando os dois grupos irem um para o outro e para Illarion. Esperava
que o Senhor Suíça64 tivesse o castigo dele algum dia.

64 Trocadilho pelo fato da Suíça ser um país geralmente neutro em questões diplomáticas, assim como o rei sharoc.

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Uma vez que deu a Illarion o sinal de que estava segura, ele saiu da caverna e levantou voo.
Jo continuou a morder lábio com preocupação enquanto examinava o cenário cinza
desagradável por qualquer sinal de seu Cadegan, e para onde ele poderia ter sido levado.
Descendo, ela acariciou as escamas de Illarion. Ele a lembrava muito de Cadegan. Era uma pena
que os dois não haviam se encontrado antes. Poderiam ter sido grandes amigos que tomariam
conta um dos outros.
Ou cometeriam um assassinato.
Talvez fossem muito parecidos. Os dois poderiam dar nos nervos um do outro, como
Amanda e Tabitha faziam. As irmãs gêmeas juraram que não eram absolutamente nada parecidas,
e ainda assim eram tão semelhantes, que era mais do que óbvio que vinham do mesmo ovo.
Rindo com o pensamento enquanto voavam, Jo ainda não podia acreditar que Illarion havia
voltado a poucos minutos depois de Cadegan ter sido sugado para fora do castelo. Os poderes
psíquicos dele haviam avisado que algo estava errado e que esteve desesperado para verificá-los.
Mas sem o retorno do dragão, não havia como dizer o que teria acontecido com ela.
Illarion desacelerou e levantou-se como um falcão pairando sobre o chão muito abaixo. Algo
está errado.
Trancando-se a ele com toda sua força, Jo examinou o campo. — Não vejo nada.
Não são meus olhos que sentem isso. Sinto isso. Uma mudança no ar. Morgen está lançando
seu exército novamente. Gárgulas e mandrágoras estão levantando voo. Estão vindo para cá.
—O que acha que é?
Perigoso. Em uma palavra. E não tenho ideia por que ela faria isso. Mas isso não anuncia
nada de bom para nenhum de nós.
Jo franziu o cenho quando avistou algo ao longe. –Isto é parte do exército dela?
Illarion se virou para olhar. Não tenho certeza. Essas criaturas antes foram servos do Rei
Arthur, mas foram escravizados por outros desde a morte dele.
—Outros, como ...?
Nosso amigo Gwyn.
—Devemos atacá-los e ver se podem ajudar a recuperar meu corpo?
Você está pronta para a batalha?
—Sou Cadegan, certo? Tenho os poderes dele. Não faço ideia realmente de como usá-los,
mas estou disposta a dar uma chance, se você estiver.
Ele bufou. Segure firme e reze.
Illarion foi direto para eles.
Jo segurou apertado e permaneceu baixa no pescoço dele enquanto voavam. Sentiu algo no
estômago dele roncar. —Fome, querido?
Preparando para cuspir fogo se precisar.
—Então isso vem do seu estômago?
Não, tenho uma anatomia que você não tem. Vamos deixar por isso mesmo.
Ok, então. Não sabia com certeza se queria uma aula de biologia dragão.
Ao se aproximarem dos gigantes, pássaros grifos musculosos, Jo viu os dois cavaleiros nas
costas deles. Isso não poderia ser bom.

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Preparando para o ataque, Illarion mergulhou para eles.


Mas à medida que se aproximava, ela percebeu que um dos cavaleiros era extremamente
familiar.
—Espere! É Cadegan!
Illarion puxou para cima. Você tem certeza?
—Muito. Acho que reconheço meu corpo em qualquer lugar.
Rindo em sua cabeça, ele projetou seus pensamentos para os cavaleiros.
No momento em que ele fez isso, aquele no corpo dele se dirigiu para eles.
—Josette? — Cadegan chamou.
—Isso somos nós, Cade!
Illarion liderou o caminho para o prado abaixo. Os enormes pássaros grifos aterrissaram não
muito longe, enquanto Jo pulou de Illarion, em seguida, correu para encontrá-los.
Uma parte dela não acreditava que era Cadegan até que ele estava nos braços dela. Ela
escondeu o rosto no pescoço dele e segurou-o por tudo o que merecia. —Pensei que tivesse ido
embora para sempre.
Ele estava realmente tremendo de alívio. —Pensei que Morgen estivesse com você.
Estávamos a caminho para assaltar Camelot.
Jo riu quando olhou para o enorme exército de dois. —Assaltar como, querido? Você não
teria a menor chance, sem o seu corpo e poderes.
Ele piscou para ela. —Ainda não havia dominado o plano em minha mente. Estava
esperando um pouco de inspiração, uma vez que chegasse.
—Você é tão maluco. — Ela o beijou.
Até que o olhar dela caiu para o homem com ele e o reconheceu das memórias de Cadegan.
Todo o humor sumiu enquanto a raiva amarga pegou o melhor sentido dela.
—Oi. — Ele estendeu a mão para ela. Sou ...
Antes que ele pudesse dizer outra palavra, ela socou-lhe o queixo tão duro quanto podia.
Então uma dor amaldiçoada atravessou-lhe a mão com uma batida feroz. — Wow, parecia muito
mais fácil e menos doloroso em filmes.
—Oh meu Deus, acho que quebrei minha mão. — Ela embalou-a contra o peito.
Com uma sobrancelha arqueada, Cadegan moveu-se para inspecioná-la. — Não quebrou,
amor, mas lembre-me, preciso ensiná-la a bater em alguém.
Thorn olhou para ela enquanto esfregava o queixo machucado. —Que diabos foi isso?
—Seu bastardo — ela rosnou para ele, querendo o poder para deixá-lo azul. –Isto é pelo que
fez a Cadegan. Como você pôde!
—Você não sabe o que aconteceu.
—Não, Leucious. Você é a pessoa que não sabe o que aconteceu! Tenho as lembranças de
Cade. Seu filho da puta sem valor!
Ele não falou quando o olhar foi para as cicatrizes nos braços dele. Carrancudo, ele moveu-se
para as costas dela.
Jo puxou a camiseta fora para que ele pudesse ver toda a gama de danos causados ao corpo
de Cadegan. E, mais do que isso foi feito ou aconteceu por causa dele. —Orgulhoso de si mesmo?

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O rosto pálido dele encontrou o olhar de Cadegan. —O que eles fizeram com você?
Cadegan colocou a camisa de volta sobre ela. –Isso não importa nada.
Jo aproximou-se para bater em Leucious, mas Cadegan a deteve.
—Deixe-o, moça.
—Deixa para lá, nada! Como pode ser tão indulgente como um idiota? Porque você está com
ele?
—Ele é um amigo de suas primas. Ele está aqui para levá-la para casa.
Ela passou por Cadegan cutucando Leucious no peito com o dedo indicador. —Não. Você
está nos levando para casa. Eu não vou sair daqui sem Cadegan.
—Moça ...
— Quero dizer isso, Cade. Ao contrário de sua família sem valor, nunca te deixarei.
Especialmente não sozinho nesse inferno.
Cadegan puxou-a em seus braços e abraçou-a. Como gostaria de acreditar nela. Mas sabia
que a vida possuía uma desagradável tendência para torná-los mentirosos, e arruinava toda e
qualquer intenção. Ele beijou a bochecha dela. —Vamos nos preocupar com isso depois. Primeiro,
temos que mudar a nós mesmos de volta.
Leucious franziu o rosto para cima. —Isso é preocupante, não é? Ouvir suas palavras saindo
do corpo dela? Sim. Acho que estou ganhando uma enxaqueca.
—Poderia ser um tumor, — uma das aves disse. – Ou um aneurisma. Estava assistindo a um
show em que só ...
—Pode ficar quieto, Talfryn — o outro pássaro virou-se para ele. —Você nunca vai aprender
a ler o quarto65?
—Não existe um quarto aqui. — Talfryn olhou ao redor. –Você é idiota?
Jo fez uma careta para eles antes de olhar para Cadegan. —Devo perguntar?
—Não, moça. — Cadegan apresentou rapidamente todos.
Uma vez que estava feito, Jo tocou a pulseira no braço dela. —Acha que isso tem alguma
coisa a ver com essa Invasão do episódio Body Snatchers66 que estamos passando?
—Sim, E digo que vamos voltar para o castelo e arrancar toda a merda de Gwyn, até que ele
resolva isso.
Leucious bufou. —Agora esse é o Cadegan eu me lembro. Quando tudo mais falhar, derrote-
os com uma lança.
Funciona para mim.
Cadegan inclinou a cabeça para Illarion. —Tenho uma suspeita de que você e eu seremos
bons amigos.
Leucious bufou para o irmão. — Por que não podemos apenas retirar a pulseira fora e ver o
que acontece? Podemos?

65Em inglês seria como “ler nas entrelinhas”, coisa que o grifo não sabe. Não tem sutileza...
66Invasores de Corpos: Filme de terror e ficção científica. O filme começa quando diversos amigos de Matthew Bennell (Sutherland)
começam a notar alterações de comportamento nas pessoas mais próximas. Quando questionados depois, mudam essa opinião e
pedem desculpas pelo erro de julgamento. Na verdade, tudo se trata de uma invasão extra-terrestre em que os alienígenas vão
substituindo as pessoas por réplicas encubadas e geradas em casulos, durante a noite. Na medida em que a invasão aumenta, as
réplicas começam a ficar mais ostensivas e Bennell, ele próprio testemunha de uma tentativa de "troca", percebe que ele e seus
amigos precisam fugir ou sofrerão o mesmo destino.

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Ioan avançou para detê-lo. —Isso pode não ser sábio. Quem colocou sobre ela, e por quê?
—Gwyn, Para garantir que voltaríamos para Galar nas vésperas fey. — Cadegan suspirou. —
Concordo Com Ioan. Possivelmente poderia machucá-la. Confio em Gwyn ainda menos do que
confio em você.
Leucious olhou para ele. —Como você não cortaria minha garganta.
—Sim, Eu o faria. Se alguma vez me desse a chance correta e apropriada. — Cadegan pegou
a mão de Jo.
Assim como aquilo começou por Ioan, o céu acima deles escureceu.
Jo olhou para cima e suspirou. Dragões e gárgulas de Morgen encheram o céu.
E estavam indo direto para eles.

Capítulo 13

Sem pensar duas vezes, Cadegan agarrou sua espada do quadril de Josette e preparou-se
para combatê-los até o fim de sua força. Mesmo que ela estivesse no corpo dele, a puxou para
trás de si, enquanto os dragões e gárgulas desceram para atacá-los.
No momento em que fez isso, uma estranha névoa vermelha se levantou do chão e formou
uma cúpula sobre o pequeno grupo deles. Uma cúpula onde os soldados de Morgen bateram, e
recuaram para fora. Se não fosse pelo fato de que esta poderia ser uma ameaça ainda maior para
eles, seria cômico.
Carrancudo, Cadegan olhou para o irmão. —Isso é você, com um escudo?
Leucious balançou a cabeça. —definitivamente não sou eu. — Olhou para o Adar Llwch
Gwin. —Frick? Frack? Podem explicar?
De queixo caído, balançaram a cabeça em uníssono.
Illarion pulou para trás para o escudo de Josette e Cadegan. Parece fey, mas não tão escuro
quanto a magia de Morgen.
Assim que ele enviou o pensamento para a mente deles, o chão abaixo dos pés deles se
abriu e os tragou.
Xingando, Cadegan enrolou-se em torno de Josette para amortecer a queda dela, enquanto
caíram em uma profunda caverna escura. Por um minuto, temeu que fosse sem fundo.
Até que bateu em um duro, chão negro. Apesar de escura, as paredes ao redor deles
brilhavam com videiras brilhantes.
Josette caiu em cima dele.
Ele soltou um gemido áspero. –Eu sou aquele que precisa perder peso, minha senhora. Ufa!
Peso uma poderosa tonelada. Como você consegue segurar meu peso em cima de você?
O rosto dela ficou vermelho antes que ela deslocasse para falar no ouvido dele. —Adoro seu
peso sobre mim. Mas não desse jeito.
Ele a beijou suavemente antes de deixá-la ir para ver os novos perigos que os espreitavam.
Josette deslizou do corpo dele. Ele colocou-se em pé, enquanto os outros o seguiram.

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—Bem, bem, o que temos aqui? — Perguntou uma mulher de dentro do escuro.
Recuperando a espada, ele pegou a mão de Josette para mantê-la perto dele.
—Porque invadiram minhas terras? — Havia uma nota estridente no tom irritado da mulher.
—Isso não significa que faltamos com respeito. — Leucious falou primeiro.
—Ações são muito mais importantes para mim do que as palavras que professam intenção,
como essas ações, mais frequentemente do que não, traem seu coração real. Caso em questão ...
— Uma névoa vermelha apareceu diante de Cadegan e Josette. —Você dois protegem um ao
outro, sem uma única palavra. Será que isso significa que não cuidam dos outros?
Quando Josette começou a falar, Cadegan apertou a mão dela para avisar-lhe que não. Pelo
menos não até saberem mais sobre o que estavam enfrentando.
A neblina foi para Leucious. —Quem você protege?
— Ninguém do seu interesse.
A névoa se solidificou no corpo de uma bela mulher. Com longos cabelos negros, possuía um
rosto oval e olhos grandes e escuros. –Gosta de suas palavras, não é?
—São conhecidas para me servir bem.
Ela zombou de Leucious antes que viesse para Cadegan e Jo. Um lento sorriso curvou os
lábios enquanto ela dançava o olhar sobre o corpo bonito do Cadegan. Até que ela levantou a
cabeça e estudou as mãos unidas deles. —Agora você, você deve ter um valor significativo para
sua senhora o cobiçar e protegê-lo assim.
Antes que qualquer um deles pudesse falar, Jo foi arrancada de Cadegan. Cadegan, ainda no
corpo dela, correu para ela.
Enquanto Jo tentou alcançá-lo, uma gaiola dourada torcida saiu do chão para cercar e
segurá-la em um quarto minúsculo. Gaiolas similares surgiram para aprisionar Illarion, Ioan,
Talfryn e Leucious.
A mulher moveu-se para enfrentar Cadegan, que estava no corpo de Jo. –Sabe quem sou?
—Rainha Cordelia.
Ela inclinou a cabeça em aprovação. —Então sabe sobre mim?
—Todos Em Glastonbury conhecem o conto de Gwyn e sua esposa, Creiddylad.
Ela sacudiu o dedo diante do rosto dele. —Não, não até véspera todo de todo All Hallow’s
Eve67. Por agora, pertenço a Gwythyr ap Greidawl, que me venceu novamente no último dia de
maio. — Suspirando pesadamente, ela lançou seu olhar de volta para o corpo enjaulado do
Cadegan. —Estou cansada do meu lugar como troféu. Houve um tempo em que teria desistido de
minha alma por Gwythyr. Mas esses dias já se passaram a muito tempo, e agora espero que outro
tome seu lugar. Um homem digno do título, que ganhará sempre a minha mão sobre os outros.
O olhar especulativo da rainha voltou para o corpo de Cadegan antes de voltar a enfrentar o
corpo de Josette. –O que diz sobre lutar por seu homem e a melhor mulher o mantém?
Cadegan hesitou. Será que ela não sabia que estavam no corpo um do outro?
Isso era um truque de algum tipo?
Inseguro, fez uma careta para ela. —Lutar como?

67 Halloween = Noite de Todos os Santos.

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—Uma justa68. Você contra meu campeão. Se o seu amor e o coração são verdadeiros, você
ganhará de volta seu homem. Mas esteja avisada ... se você falou falsamente de seus sentimentos,
todos saberão que você está mentido, e certamente vai perder.
Em seu próprio corpo, com a sua força e habilidade, Cadegan estaria mais do que preparado
para derrubar qualquer adversário. Mas mentir para a rainha fey parecia uma perspectiva
estúpida. E valorizava muito a vida de Josette para jogar com isso.
—Majestade, sabe quem sou?
Ela lhe deu um sorriso insidioso. –Você sabe?
Justo. Honestamente, ele mal conhecia a si mesmo na maioria dos dias. E hoje está
particularmente confuso. Mas a única coisa que não tinha dúvidas eram seus sentimentos por
Josette. —Conheço meu coração.
—Então será um torneio.
—Não — Josette gritou em negação enquanto lutava contra as barras de ouro que a
seguravam. —Não vai tê-lo! E se você se machucar?
Cadegan pegou a mão dela na sua e puxou-a para seu rosto. —Vou me curar. — Voltou-se
para a rainha. —Mas existe uma coisa que quero para isso.
Cordelia arqueou uma sobrancelha. —E o que é isso?
— Perdendo, ou empatando, Josette retorna à sua verdadeira casa, intacta. Corpo e alma.
Ela levou um momento para pensar sobre a oferta. Só se concordar que se perder, possuirei
Cadegan para sempre. Corpo e alma.
Era um preço alto, mas estava disposto. —Faça.
—Não — Josette gritou. — Não! Eu não vou concordar com isso. Recuso-me isso!
Cordelia bufou. – Não é você quem decide a baranha. O negócio está feito. — Ela deu um
passo para trás e bateu palmas.
Um vendaval varreu a caverna, fundindo todos eles ao redor. Aquilo grudou as roupas nos
corpos deles e forçou uma forte calmaria na sala. De repente, um garanhão de ouro apareceu. Ele
possuía os olhos vermelhos e uma juba brilhante enquanto batia no chão e olhava Cadegan com
malícia.
Em um piscar de olhos, uma armadura de ouro envolveu o corpo dele, com um elmo
medieval, com plumagem vermelha, e lança de guerra.
O cavalo olhou para Cadegan enquanto ele ergueu-se para a sela para combater qualquer
oponente que Cordelia exigisse.
Mantido pela magia fey, a lança ergueu do chão para pairar ao lado dele até que ele a tomou
em suas mãos. Assim que ele a agarrou, seu adversário apareceu no lado oposto da lista brilhante.
Envolvido na armadura de prata com plumagem azul e montando um cavalo de prata, o cavaleiro
olhou através de seu elmo para Cadegan com olhos vermelhos e demoníacos.
Cordelia manifestou um enorme trono de espinhos, ao mesmo tempo, uma duende com
asas apareceu perto do campo, segurando uma bandeira.
Cadegan esperou a duende soltar a bandeira. No momento em que ela fez, ele chutou o
cavalo para frente. Segurou a lança em riste para um golpe direto e preparou-se para a explosão.

68 Torneio medieval.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 109
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Enquanto deveria tê-lo atingido, seu adversário desapareceu no ar. Seu cavalo galopava
atrás, e ao fazê-lo, Cadegan não estava mais no campo.
Nem estava no corpo de Josette.
Estava em um passado distante. Um menino com medo entre os soldados do rei.
Cadegan congelou quando ouviu falar aquelas palavras que não significavam nada para ele.
Enquanto lançavam olhares de desprezo na direção dele, como se fosse um cachorro vira-lata
sobre a merda nos sapatos deles.
Um dos cavaleiros jogou um cesto de malha metálica enferrujada para ele, e uma espada
que parecia ter sido raspada do fundo do rio Tamisa ...
E estavam todo juntos, como um projeto de aprendizagem de uma criança.
Confuso, olhou para o homem que zombou dele, e não conseguia entender, mas o tom lhe
disse que isso era tudo o que Cadegan merecia.
Os outros riram da nova armadura que o rei lhes havia instruído a encontrar para ele uma
vez que ele não possuía qualquer uma dele próprio.
Continuaram rindo dele.
Sozinho e com saudades de casa, Cadegan procurou através da cesta, apenas para perceber
que os outros cavaleiros encharcaram todo o conteúdo com urina. E eles riram ainda mais,
enquanto o observavam enrolar seu lábio com repugnância.
O pior é que ainda estava com o sangue do último cavaleiro que a usou, ou melhor, dado o
tamanho do buraco na lateral, havia morrido com isso.
Recusando-se a deixar que os outros soubessem o quanto as palavras e ações o cortavam,
Cadegan havia lavado a armadura da melhor maneira possível, e remendou com tiras de couro
que cortou da parte de cima dos sapatos dele.
Em seu primeiro dia de batalha, vestiu a armadura e ignorou o ridículo e desdém deles, e
estava grato que só poderia determinar o sarcasmo nos tons deles e não nas palavras. Um deles já
era ruim o suficiente. Definitivamente não precisava do outro.
Como não possuía cavalo, foi deixado para lutar em pé, apenas com a espada danificada e
sem escudo.
Nenhum deles lhe permitiu fazer parte do grupo de exército. Um por um, haviam empurrado
e empurrado até que ele foi relegado para o lado com as forças deles, para lutar sozinho. Ninguém
ao seu lado.
Ninguém em suas costas.
Foi o pior momento de sua vida. Porque todos os soldados se recusaram a treiná-lo, não
sabia nada de guerra. Mal sabia como segurar corretamente a espada dele. Mas no momento os
Mércios atacaram e o sangue havia fluído grosso no campo em aos pés deles, Cadegan se manteve
por si próprio com tudo o que possuía. Apenas determinado a não morrer naquele dia.
No entanto, seus oponentes impiedosamente procuraram a cabeça dele e o derrubaram ao
chão.
Ele recusou-se a dar-lhes o que desejavam. Ele não tinha a intenção de ir para baixo. Não
hoje ou em qualquer outro dia.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 110
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Dark-Hunters 26

Enquanto lutou, viu um dos cavaleiros Powys montados cair da montaria. Os Mércios se
estabeleceram sobre ele como uma matilha de lobos famintos. Ferozes. Impiedosos. Golpearam
até que o elmo caiu livre.
Era o mesmo homem que lançou a armadura suja em Cadegan e riu enquanto o fazia.
Por um mero batimento cardíaco, Cadegan regozijou-se ao ver o destino do homem.
Até que sua mente brilhou sobre o irmão Eurig, que havia usado as mãos para
amorosamente e pacientemente instruí-lo sobre decência e misericórdia. —Honra é o que separa
o homem da besta. A melhor maneira de viver com honra neste mundo é ser realmente o que
pretendemos ser. Deixe que os outros riem e zombem daqueles de nós que se percebem abaixo
deles, mas lembre-se, bom Cadegan, a honra encontra-se dentro de nossos corações e é isso que
nos faz agir com misericórdia e compaixão contra aqueles que mais nos ofenderam. Mesmo se seu
orgulho tiver feridas selvagens, não recompense tal velhacaria, entregando sua honra para ele. Só
então você realmente perderá tudo. Nunca deixe que ninguém tome a tua alma, porque não são
dignos de sua eternidade ou seu coração.
Em vez de se afastar, deixando o cavaleiro morrer tão cruelmente como viveu, Cadegan
moveu-se para frente e corajosamente tentou protegê-lo dos inimigos.
Embora o cavaleiro tivesse sobrevivido a esse encontro e Cadegan — feriu-se- havia levado-o
aos médicos para ser cuidado, as lesões do cavaleiro foram de tal forma que ele morreu no dia
seguinte. Mas uma hora antes da morte, ele havia convocado Cadegan para seu leito.
O olhar quente, ele estendeu a mão para Cadegan e lhe deu a sua própria espada, armadura
e elmo, e disse aos soldados que estavam com ele que queria que seu cavalo fosse de Cadegan
também.
Era a espada que do cavaleiro que Cadegan carregava até hoje. Um lembrete para si mesmo
que até mesmo aqueles que pareciam o mal mais cruel no mundo, nunca estavam acima da
salvação. Isso, pelas ações corretas, o coração de qualquer um poderia ser alterado. Era um
lembrete para Cadegan que todas as pessoas mereciam o maior respeito. Para lembrar a si mesmo
que nunca queria ser aquele que traria tanta dor e miséria a outro ser vivo.
Como o irmão Eurig disse tantas vezes ... —Ninguém nunca quer carregar mais uma grande
dor, de qualquer tipo. Simplesmente a alma é esculpida mais forte, e se torna uma pessoa melhor.
Ele nunca desonraria Irmão Eurig ou os ensinamentos dele.
—Quer entregar sua honra por seu amor?
Cadegan congelou com a voz desencarnada da rainha. —Perdão?
—O que você mais valoriza? – Ela perguntou.
— Minha senhora. Sempre.
—Então prove isso. Tire a roupa.
Cadegan balançou a cabeça. —Sou eu no corpo dela, e não vou desonrá-la. Você perguntou
se eu sacrificaria minha honra e por isso eu o faria. Mas o que você pede de mim agora é sacrificar
a dela, o que não vou fazer isso.
—Nem mesmo para salvar sua vida?
—Não. Minha vida não tem nenhum valor para mim. Nunca vou desonrar minha senhora.
Cordelia agarrou-o pelo pescoço e jogou-o contra a parede. Vou arrancar seu coração!

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 111
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

—Você prometeu para mim que não prejudicaria Josette. Ganhando, perdendo, ou
empatando, minha senhora vai para casa viva e intacta. Você me deu sua palavra. — Uma
estranha fissura atravessou o corpo dele.
A rainha estreitou seu olhar sobre ele com rancor. —E agora?
—Agora o quê?
—Tem seu corpo de volta, Senhor Cadegan. Você vai me dar sua honra por sua senhora?
Cadegan olhou para baixo para ver que ela estava correta. Era ele de novo. Daria qualquer
coisa pela liberdade dela.
Ela inclinou a cabeça para ele. —Você tem três passes para meu campeão. Se você estiver
desmontado, vai se entregar para Morgen. Sem perguntas. Não há escapatória. Se perder,
pertencerá a mim como meu escravo. Para sempre.
Cadegan preferia que o matassem. Mas não duvidava que ganharia. Nunca perdeu nenhuma
vez em um torneio. —Feito. Mas vamos realmente completar o jogo desta vez?
Ela bateu palmas.
Cadegan estava novamente em seu cavalo. Era o momento exato antes que tivesse cruzado
as lanças, quando seu adversário desapareceu. Desta vez, a lança de seu oponente bateu em seu
ombro, enviando uma dor penetrante em todo seu corpo.
Ele caiu de volta no cavalo, e quase se soltou da sela. Foi pura força de vontade que o
manteve no lugar.
Mas awww ... isso machuca. A dor daquele único golpe era abrasadora, e enquanto a lança
do campeão dela havia sido partida em dois, a de Cadegan permaneceu intacta.
A horrível vontade de chorar o dominou. No entanto, sabia que não devia pronunciar essas
palavras.
Cordelia não se importaria. Isto não era uma questão de justiça. Tratava-se de ganhar.
Ao contrário dela e das forças das trevas às quais ela servia, não queria tanto a vitória, para
que pudesse ser enganar por isso. Revirou os ombros, tentando ignorar a dor nele, enquanto virou
o cavalo de batalha, de volta para a reta.
O duende apareceu novamente com a bandeira dela.
Ela olhou para o gigante que havia se inclinado contra ela, então para ele. Com um aceno
rápido para a rainha, ele abaixou a bandeira.
Cadegan estimulou sua montaria para frente. Desta vez, apontou para o coração do gigante,
e, novamente, inclinou-se para o golpe. Ele bateu seu adversário direto e completamente. O
gigante cambaleou para trás, mas se conteve antes de cair do cavalo.
Leucious e Josette gritaram de felicidade com a vitória clara de Cadegan.
Os olhos de Cordelia escureceram, avisando que ela não estava junto com eles, nem que
levaria a perda de ânimo levemente.
Cadegan jogou os restos de sua lança quebrada no chão.
Jo mordeu o lábio enquanto observava Cadegan tomar outra lança mágica do ar e a preparar
sua passagem final. Ele foi incrível. Ela podia apenas imaginar o quão terrível seria enfrentá-lo em
batalha com essas habilidades.
Ele levantou o visor do elmo para sorrir e piscar para ela.

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Dark-Hunters 26

Envolvendo as mãos em torno das barras de ouro, ela rezava para que ele ganhasse esta
última rodada, para que pudessem sair daqui. Mas, enquanto ele se dirigia para a próxima partida,
um mau pressentimento passou por ela.
Isto foi fácil demais.
Algo que provou ser muito verdadeiro enquanto o gigante levantou-se durante o último
passe para matar Cadegan. Quando ele fez isso, viu algo ainda mais assustador.
A armadura de Cadegan saiu voando em todas as direções. Ele emergiu fora dela como uma
borboleta demoníaca de um casulo. Os olhos dele estavam amarelo brilhantes, e agora estava com
longos cabelos loiros, e garras. Presas enormes. A pele dele se tornou uma mistura profana de
amarelo e laranja. Grandes, asas negras saltaram das costas dele.
Leucious amaldiçoou quando viu a transformação súbita e extrema de Cadegan.
—O que é isso? — Ela perguntou sem fôlego.
—Estamos profundamente, em uma merda séria. Eles apenas despertaram o addanc.
—O quê?
Ele encontrou o olhar dela através das grades, e pela palidez do rosto dele, ela notou o
verdadeiro pânico dele. —Foi por isso que prendi Cadegan aqui. — Ele empurrou o queixo em
direção ao monstro. —Foi para evitar que se desencadeasse. Cada demonkyn mantém em seu
coração a sua verdadeira forma. A besta sanguinária sem alma que é praticamente invencível.
Uma que não pode ser controlada. – Retraindo-se, ele amaldiçoou novamente enquanto a tristeza
profunda marcava as belas feições dele. —O addanc o engoliu inteiro e somos os próximos do
menu.

Capítulo 14

Com uma série de palavrões que fizeram Jo corar, Leucious afastou-se das grades da cela. —
Jo? Olhe para mim. Estou prestes a fazer algo realmente estúpido. Quando fizer isso, preciso que
você se lembre de três palavras para mim. Omni rosae spina.
Ela fez uma careta para ele. —Cada rosa tem seus espinhos?
—Bom, você entende latim. Sim. Guarde essas palavras na memória, no caso de perder o
controle. Ok?
Ela não gostava do som disso. De qualquer maneira. –Perder o controle do que? — Esperava
que fosse apenas da bexiga dele.
Até que os olhos dele se tornaram um verde vibrante, misturado com vermelho. Em seguida,
ela quase perdeu o controle dela quando olhou para o rosto da verdadeira forma demoníaca dele.
—Isto. — Num momento Leucious era humano, no outro, ele também era um demônio.
Completo com asas e armadura de ouro, que lembravam um general romano.
Talfryn foi à loucura em sua gaiola. —Ajude-nos! Alguém! Rambo! Precisamos sair daqui!
—Por quê? — Perguntou Jo.

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Dark-Hunters 26

Antes que ele pudesse responder, Leucious canalizou seus poderes e destruiu as gaiolas
deles. Illarion correu para o lado dela para protegê-la enquanto Leucious e Cadegan tentavam
assassinar um ao outro.
Rindo, Cordelia se virou para o grupo de Jo com um sorriso de satisfação. — Obrigada por
me permitir possui a única arma que nem Morgen nem Merlin podem parar. Ele é meu agora!
Em um momento estavam na caverna, e no próximo, todos eles, incluindo Leucious — que
ainda era um demônio estavam de volta em casa, do outro lado da porta espelhada.
Para a surpresa dela, quatro de suas primas estavam lá, também, com um pequeno grupo de
pessoas que nunca conhecera antes.
Ainda no corpo de seu demônio, Leucious voltou-se para todos e soltou um grito feroz.
Moveu-se para atacá-los.
Diga as palavras! Illarion advertiu.
—Omni Spina rosae!
No momento em que ela disse isso, Leucious jogou a cabeça para trás e gritou como se
estivesse com dor. Ele congelou, como se estivesse lutando contra si mesmo ainda mais
duramente do que lutou Cadegan.
O corpo demoníaco dele lentamente derreteu e voltou para o humano. Lágrimas escorriam
pelo rosto dele enquanto estava visivelmente abalado e recuperava o fôlego.
Sem dizer uma palavra à eles, ele passou as costas de sua mão sobre o rosto e saiu por uma
porta lateral.
Karma o seguiu.
Selena agarrou Jo em um forte abraço. –Esta é você? Certo?
—Sim. Por quê?
—Depois que aquele cara louco estava aqui em seu corpo, só queria ter a certeza.
—Cadegan, — Jo, disse, irritada com a maneira que Selena falou sobre ele. Ela olhou para
Illarion e parou com a visão do poderoso weredragon, ali de pé. Ele estava aqui, neste reino. Em
forma humana. De alguma forma, a rainha fey finalmente libertou-o de Glastonbury. Mas o que
não foi dito, era que ele não estava tão feliz com isso como teria pensado. Ao contrário, parecia
muito confuso e desorientado.
Ele olhou para um dos estranhos loiros como se estivesse vendo um fantasma. Da mesma
forma, o loiro ficou de boca aberta.
—Illarion? Será que é realmente você, irmãozinho?
Lágrimas se reuniram nos olhos de Illarion, antes que ele balançasse a cabeça e puxasse o
outro homem em um abraço apertado.
Pela forma como olharam um para o outro, sabia que estavam falando com suas mentes e
os demais não foram convidados para a conversa.
Não até que Illarion olhou para seu irmão para encontrar o olhar curioso de Jo.
Josette, este é meu irmão, Maxis.
Ela inclinou a cabeça para ele. Prazer em conhecê-lo.
—E você. Obrigado por ajudar meu irmão. — Ele ficou boquiaberto com Illarion. —Ainda não
posso acreditar que você está aqui. Achei que você tivesse morrido com os outros.

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Dark-Hunters 26

Enquanto ele se afastou para falar, Jo voltou-se para Selena. —Preciso voltar para Cadegan.
Quando ela começou ir em direção ao espelho, três Leucious apareceram para bloquear o
caminho. —Você não pode liberá-lo agora.
Jo olhou para o ser, que estava prestes a conhecer o lado ruim Cajun dela. Uma coisa sobre
as mulheres do Sul, é que eram difíceis. Ninguém lhes diziam não e ficava por isso mesmo.
Especialmente quando se tratava de um ente querido. —Não vou deixá-lo lá. Sozinho. Se tiver que
voltar por mim mesma, irei.
Leucious voltou para a sala com Karma, enquanto as três imagens que bloqueavam o
caminho dela desapareceram. Ele lançou o olhar em torno das pessoas ali reunidas. –Pelo amor de
Deus, será que alguém poderia, por favor, colocar algum sentido na Rainha dos cabeças dura? Ele
olhou para Jo. —Você não pode entrar em Terre Derrière le Voile e libertar um demônio banido no
mundo dos homens.
A raiva rasgou por ela. Antes que pudesse pensar melhor, Jo correu para Thorn e empurrou-
o de volta. —Nunca deveria tê-lo banido para lá! Isso é tudo culpa sua!
—Não havia escolha, — Leucious rosnou para ela. —Ele estava escorregando de nós todos
os dias, transformando-se lentamente, mais amargo e raivoso. Vi nos olhos dele. Fiz tudo que
podia para mantê-lo ancorado e aterrado, e depois, quando ele veio a mim naquela noite para me
dizer o que fez, vi que estava prestes a florescer no addanc que você viu anteriormente.
Jo não podia acreditar no que estava dizendo. Como ele poderia fazer algo tão frio? —Então
o abandonou nisso?
Ele fez uma careta antes de encontrar o olhar dela novamente. —Você realmente quer a
verdade, Jo?
Sim, ela disse.
Leucious estendeu a mão para ela. –Segure-a e vou mostrar-lhe exatamente com o que está
lidando.
Nesse momento, hesitou enquanto um mau pressentimento passou por ela. Realmente não
confiava em Leucious, e havia algo muito peculiar sobre tudo isso. Algo que não tinha certeza se
queria saber. Estendendo a mão, tocou o medalhão que Cadegan lhe dera.
Para proteção.
Cadegan não era uma besta demoníaca. Sabia disso. Ninguém que amava tão
profundamente quanto ele, poderia ser o que Leucious afirmava. Leucious era o cara mau aqui,
não Cadegan.
Recusando-se a ser intimidada por ele, tomou a mão dele.
No momento em que o fez, a cabeça dela girava. Já não estava em casa, estava em um
antigo mosteiro medieval de pedra.
Um monge que reconheceu como Irmão Eurig e um abade levantaram-se para o lado de
uma cama modesta, onde uma mulher que conhecia das memórias de Cadegan como a mãe dele,
estava dando à luz. Os clérigos com cabelos escuros e tonsuras, estavam ambos vestidos com
túnicas pretas lisas.

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Dark-Hunters 26

A mãe de Cadegan era etérea e bonita. Os longos cabelos escuros dela estavam encharcados
de suor do trabalho, mas não impedia a aparência dela de forma alguma. Com um empurrão final
e um grito, o filho dela entrou no mundo e passou para as mãos da parteira a espera.
—Santa Mãe de Deus — Irmão Eurig fez o sinal da cruz.
A parteira se encolheu e recuou do recém-nascido. Ela o deixou cair sobre a cama entre as
pernas da mãe. —O que é essa coisa?
—Mate isso! — rosnou o abade.
—Não — Lutando para alcançar a criança, Brigid agarrou seu filho e embalou-o contra o
peito. Ela embrulhou o xale de lã em torno do bebê, como se fosse para protegê-lo.
Esta não era a mesma mãe insensível, que foi para Cadegan tirar o escudo dele. A única que
tentou trocar a liberdade dele pelo que queria.
O bebê gritou para o ar.
Aproximando-se, Jo engasgou quando viu as características desumanas de Cadegan. Embora
alado, ele era humanoide, com uma laranja, pele escamosa e os olhos de um amarelo brilhante.
Estranhamente bonito, a pequena criatura – que parecia um lagarto- gritou por conforto. Brigid
puxou-o contra o peito e o amamentou. Ele se acalmou instantaneamente.
O abade curvou os lábios. –Isto é o filho do diabo! Temos que matá-lo, agora, antes que
cresça.
Ela balançou a cabeça. —Ele é um filho do Tuath Dé. Neto do Dagda. Um deus em seu
próprio direito. Matá-lo seria desvendar o universo como conhecemos, e desencadearia uma
recompensa de demônios sobre este mundo que ninguém poderia lutar. Quer começar o
armagedon?
O abade sacudiu a cabeça. — Não podemos permitir isso aqui.
Ela puxou o manto do abade até que estavam quase nariz com nariz. —Você não tem
escolha. Entende? Se ele estiver guardado do mal, não conhecerá o mal. Será uma força para o
bem. Enquanto seu coração for puro e incorruptível, seu pai nunca vai será capaz de transformá-lo
e usá-lo contra nós.
—E se tornar-se mal?
A testa dela enrugou-se pela preocupação, ela olhou para baixo e acariciou a bochecha do
bebê enquanto ele a sugava. E, enquanto ele bebia de sua mãe, lentamente tornou-se humano na
aparência.
—Ele destruirá esta terra e todos que moram aqui. O único capaz de matá-lo seria o
demônio Malachai.
Irmão Eurig aspirou bruscamente quando benzeu-se com terror. Depois de um momento,
lançou um olhar especulativo para o bebê. –Ele poderá destruir o Malachai, minha senhora?
Ela considerou isso por alguns minutos. –Quando adulto, teria esses poderes, sim.
O monge trocou olhares com seu abade. –Não faz sentido em cuidar de uma arma, para que
possamos usá-lo, caso o Malachai nos ameace?
—Isto é muito perigoso.
Eurig ainda foi insistente. —Todas as armas são mortais quando na mão errada, Pai. Mas
quando usado por uma boa ... —

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O abade zombou. –Você está louco! Os dois estão.


—Não. Estes são tempos ruins. — Irmão Eurig brincou com o mesmo rosário que Cadegan
mantinha na cama dele. —O Sephiroth69 está perdido para nós. Mas se pudéssemos ter outro para
ajudar nosso lado nesta batalha, poderíamos virar o jogo. Poderíamos vencer esta guerra. De uma
vez por todas.
Ainda assim, o abade recusou seu pedido. –O cão sempre retorna ao vômito.
—E o Senhor trabalha em misteriosos caminhos. — Eurig empurrou o queixo para Brigid. —
A mãe dele é santa. Não existe nenhuma razão para supor que o sangue do pai dele seria mais
forte do que o dela ou do pai dela, não importa as duas combinações.
—Você está disposto a apostar a vida nisso?
Eurig assentiu. — Levarei a criança na mão e a guiarei. Nunca permitirei que vacile.
—Ele e ele, — Brigid corrigiu. —Ele é meu filho, e não é um isso.
Eurig encontrou o cenho inflexível do abade. —Podemos mantê-lo longe do mal. Acredito
nisso.
—Eu permito, mesmo que tenha um mau pressentimento, e as futuras gerações vão nos
amaldiçoar pelo nosso papel neste dia. — O abade estreitou o olhar sobre Eurig. —Ele será de sua
responsabilidade e haverá severas penas para você sempre que ele se inclinar para os poderes das
trevas.
—Dê-lhe a força para permanecer fiel. Ensine-o a evitar a tentação. Realmente acredito que
estamos destinados a fazer isso.
Leucious apareceu ao lado de Jo no mosteiro, e puxou a atenção dela para longe da cena. —
Cadegan foi a única razão de que fizessem um voto de silêncio e se enclausuraram. Queriam
manter todo o mal longe dele o melhor que podiam. Antes que fosse enviado para Terre Derrière
le Voile, o mosteiro foi o abrigo dele das tentações de seu pai.
Enquanto ela podia apreciar o que tentaram fazer, com certeza deveriam conhecê-lo
melhor. —Você não pode fazer isso, Leucious. O mal sempre encontra uma maneira de entrar.
—Sei. — Ele pegou a mão dela e levou-a para aquela noite fatídica, quando Æthla se ligou
em Cadegan e tentou acabar com a vida dele. –Isto foi o que vi quando ele veio até mim.
Leucious, mais comumente chamado de Thorn lembrava-se do motivo pelo qual deveria
evitar desencadear o demônio dentro dele, estava sentado em sua mesa portátil, revisando os
relatórios do Malachai e seu exército. Um exército que Thorn vinha lutando há milhares de anos. A
escuridão que ameaçava o mundo inteiro, estava crescendo mais rápido do que poderia colocá-lo
abaixo.

69 A Árvore da Vida, Segundo a Cabala judaica. A Árvore da Vida é um sistema cabalístico hierárquico em forma de árvore, que é
dividida em dez partes, ou dez frutos. Esses frutos têm sentido ambíguo, podendo eles ser interpretados tanto como estado do todo,
do universo, como podem ser lidos como estados de consciência. Ou seja, podem ser lidos tanto microcosmicamente, do ponto de
vista do homem, como macrocosmicamente, ou seja, do ponto de vista do universo em geral. Macrocosmicamente, a Árvore deve
ser lida de cima para baixo, e microcosmicamente, deve ser lida de baixo para cima. Macrocosmicamente, a Árvore começa em
Kether, que é a centelha divina, a causa primeira de todas as coisas, e desce na árvore tornando-se coisa cada vez mais densa. Esse
é o método cabalista de explicar a criação do mundo, e contrasta com o método científico do mesmo. A última sephirah é Malkuth,
a matéria densa, o último estado das coisas. Microcosmicamente, subindo na Árvore, partindo de Malkuth, o homem aproxima seu
estado de consciência elevando-se cada vez mais próximo de Kether. Então, a Árvore da Vida tanto pode ser usada para explicar a
criação do Universo, como para hierarquizar o processo evolutivo do homem. Por isso, a Árvore da Vida é usada como referência em
várias ordens de magia, para classificar seus graus.

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Só na semana passada, havia perdido quinze de seus Hellchasers70 para as forças do


Malachai. Dois foram massacrados quando passaram a implorar para libertar o Sephiroth, para
que Jared pudesse lutar com eles.
—O que vou fazer? — Ele suspirou.
Thorn olhou para o espelho, onde na noite anterior, seu próprio pai escrevera uma ameaça
com o sangue do Hellchaser contra ele e Cadegan.
A cada dia, a derrota se aproximava. E todos os dias, perdiam mais terreno.
Mesmo Malphas atualmente estava perdido para o lado deles. Nas mãos de seu pior inimigo.
Se Thorn tivesse sorte, o destino que o aguardava seria mais misericordioso.
O outro ...
Ele não poderia mesmo levar-se a contemplar o que aconteceria se permitiu que seu pai
voltasse para seu coração.
Thorn bateu o pergaminho no chão com um golpe de seu braço. —Você não vai ganhar, Pai!
Então me ajude. Não vou ceder este mundo para você e para aqueles a quem servem.
Tomando o cálice, havia acabado de tomar a última parte do conteúdo, quando Cadegan
entrou em sua tenda. O estômago de Thorn arrancou com o olhar de pena dele. Os olhos dele
eram da cor demoníaca natural dele. Brilhavam num brilhante amarelo-avermelhado à luz das
velas. Algo que Thorn nunca vira ocorrer antes.
O sangue humano manchava a armadura dele. As mãos de Cadegan tremiam como se
estivesse apenas segurando a parte dele não contaminada pela crueldade de Paimon.
A pele ondulava com a carne demoníaca.
Thorn sentiu seus próprios poderes surgindo para lutar quando viu a escuridão dentro de
Cadegan. Estava crescendo mesmo diante de seus olhos. Ele tentou parar aquilo, mas seus olhos
começaram a mudar. –O que você fez?
Envergonhado, Cadegan desviou o olhar ao mesmo tempo que a serva de Thorn, Misery,
apareceu ao lado dele. Enquanto não confiava na sensual demônio em tudo, sabia que ela nunca
mentia para ele.
Apenas retinha a verdade.
—Ele matou seres humanos, — ela sussurrou no ouvido de Thorn. —Midlings que estavam
tentando proteger a irmã deles, que cobiçou por conta própria.
—Não! Thorn estremeceu com medo de que Paimon, depois de todas as tentativas de
Thorn, havia vencido e levaria Cadegan para longe dele, também. A traição e a mágoa o cortavam
profundamente. Em todo o mundo, Cadegan era tudo que lhe restava.
Tudo o que amava, que ainda vivia.
Esperando, rezando que fosse uma mentira, que Cadegan não estivesse se transformando,
Thorn olhou para a sua preciosa família. —Isso é verdade?
—Sim, mas ...
Enfurecido com seu próprio sangue demoníaco inflamado, ficou ao lado de Cadegan. Como
ele pôde fazer isso? Cadegan conhecia as leis deles e por que as seguiam. Possuíam uma trégua
frágil com o Arelim e o Serafim. Um passo em falso e todos seriam banidos para os reinos do

70 Os perseguidores de demônio.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 118
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inferno, povoados com os inimigos que fariam qualquer coisa para colocar as mãos sobre eles.
Inimigos que iriam separá-los e ficariam ainda mais poderosos. Tão poderosos, que os outros
nunca seriam capazes de detê-los.
Thorn não se importava com o que fizessem com ele, pessoalmente. Havia mais do que
ganhado sua condenação e chegou a um acordo com isso a muito tempo, mas os outros que
serviram com lealdade a ele ...
Mereciam as salvações que ganharam.
—Não existem mas! Você jurou nunca tirar o sangue midling novamente. É assim que
defende seus juramentos sagrados?
Os olhos de Cadegan tornaram-se completamente de humano para demônio. — Eles me
atacaram primeiro.
Thorn estremeceu quando sentiu seu irmão havia se transformando ainda mais em direção à
escuridão. Justificativa para a crueldade era um declive escorregadio. Uma vez iniciado, não havia
como voltar atrás. O mal fora alimentado com tal comportamento irrepreensível e prosperaria
com isso no coração.
—Você tem o sangue de Paimon! Os midling não podem realmente machucá-lo. Você sabe
disso! Um nariz sangrando ou olho roxo, você vai sobreviver.
Cadegan abaixou a cabeça. —Perdoe-me, meu irmão. Isso foi um erro.
Thorn queria acreditar nele. Ele realmente queria. Mas foi enganado muitas vezes.
Lágrimas sufocaram enquanto olhava em um par de olhos idênticos aos de seu pai, e
percebeu que Cadegan fora sua queda. Permitiu a essa criança chegar muito perto de seu coração.
Foi assim que o mal trabalhou. Nunca de inimigos que você via chegando. Somente as pessoas
mais próximas a você podem destruí-lo. Aqueles em que você erroneamente confia.
Os que você permite enganá-lo, porque a dor de viver sem eles era maior do que a dor de
tolerar a mentira.
Ao abandonar o juramento de sangue, Cadegan tomou o primeiro passo em uma direção
mortal das forças mais obscuras. Se desse mais um, seria tão poderoso que nenhum deles poderia
ficar contra ele.
Nenhum deles.
O olhar de Thorn foi para sua mesa, onde o nome do Malachai estava esculpido na madeira
como um lembrete de quão poderosa a besta era.
Caso o addanc se fundisse com o Malachai ...
Tudo estaria perdido para sempre. Este mundo seria deles e a única coisa que Thorn seria
capaz de fazer era ficar para trás e vê-lo queimar sob o comando deles.
Não importava o quanto Thorn amava Cadegan, não podia permitir que isso acontecesse.
Não depois de todos os horrores que testemunhou.
E, especialmente, não depois da promessa que havia feito.
Thorn balançou a cabeça. —Não, o erro foi meu em pensar por um minuto que você era algo
mais do que a besta irracional que nasceu para ser.
Todo o rosto de Cadegan mudou enquanto o demônio dentro dele inflamou-se ainda mais.
Foi-se qualquer indício de compaixão nos olhos dele.

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Dark-Hunters 26

Thorn franziu os lábios. —Você me dá nojo! Eu não posso acreditar que coloquei minha
confiança e fé em você.
O rosto de Cadegan retornou à sua aparência humana, como antes. Um truque para a
compaixão que quase sempre funcionou, e enfraquecia os tolos que os amava. —Por favor,
Leucious ...
Thorn agarrou a garganta dele para parar essas palavras antes que isso conseguisse mudar
sua mente e permitisse esquecer o quão perigoso era Cadegan.
Não era a criança inocente que amava.
O monstro que a criança inocente desencadeou tolamente esta noite. Um monstro que não
foi capaz de se retirar daqueles fracos demais para lutar contra ele.
Cadegan se banhou no sangue deles. Desencadeou o demônio interior para a ira completa.
De todas as criaturas, Thorn conhecia aquela euforia muito melhor do que queria. Não podia
permitir que Cadegan se tornasse o que Thorn foi.
Ninguém seria capaz de atingir Cadegan então.
Um homem, mesmo este filho amado, nunca poderia ser mais importante do que o bem-
estar do mundo todo.
Thorn apertou ainda mais e rezou para que esta fosse a decisão certa. Isso era o que Brigid
finalmente deveria ter feito a séculos.
Onde ela poderia dar as boas-vindas ao filho no reino dela, onde ela poderia vê-lo e mantê-
lo longe das mãos do pai.
—Por crimes contra Nosso Senhor, por trair minha confiança, eu te condeno às terras
sombrias de sua mãe. Não mais caminhará nesta terra como um ser vivo. Vai passar a eternidade
lembrando o que você fez e lamentando suas ações. Você não é mais um de nós. Por isso, está
condenado e banido do mundo do homem. Para sempre.
Cadegan tentou se erguer do aperto de Thorn. Por um mero instante, Thorn quase cedeu.
Até que a mão de Cadegan tornou-se uma garra. Aterrorizado de desencadear o addanc para
o mundo, Thorn jogou-o contra o pequeno espelho onde Paimon havia prometido na noite
anterior devorar o mundo através do sangue de Cadegan.
Cadegan entrou imediatamente no reino de sua mãe. Ele bateu contra o vidro, implorando
por liberação.
Thorn se obrigou a não demonstrar nenhuma emoção. Ficar forte contra o amor, odiando o
que estava fazendo.
Isso deve ser feito. Não havia escolha nesse assunto.
Incapaz de suportar a si mesmo por suas ações, Thorn se virou e cobriu o portal para que o
rosto de Cadegan não enfraquecesse sua determinação.
Eu amo você, filho.
Incapaz de suportar a dor disso, Thorn jogou a cabeça para trás e rugiu com agonia. ...
Por um minuto, Jo não conseguia respirar enquanto puxou para fora e olhou nos olhos de
Thorn. Um demônio que realmente amava Cadegan.
Os eventos pareciam tão diferentes da perspectiva dele. Os medos dele, o passado e deveres
haviam colorido a visão nublada e o julgamento dele.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 120
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Dark-Hunters 26

Assim como Cadegan deve ter feito.


—Ele nunca teria se voltado contra você, Thorn.
—Queria ter tido essa chance, se você fosse eu?
Honestamente? Ela não sabia. Todos nós cometemos erros. Todo mundo deposita sua fé na
pessoa errada em algum ponto.
Æthla foi o ponto cego de Cadegan. E Cadegan foi definitivamente o dela.
—Desculpe julguei mal.
—Somos todos culpados disso, Jo. Mas agora você sabe por que temos que deixá-lo onde
está.
Ela balançou a cabeça em negação da solução dele. Não era tão simples e sabia disso. –Nós
não podemos. Despertamos o addanc dentro dele. Ele é a própria arma que temia desencadear. E
se os inimigos de vocês o encontrarem agora? Tem mais habilidade para matá-lo hoje do que
antes?
Thorn desviou o olhar.
—Foi o que pensei. Antes de tudo isso começar, Cadegan estava adormecido na caverna
dele. Sozinho e seguro. Você e eu despertamos o lado demônio dele, e cabe a nós fazer o que
deveria ter sido feito há mil anos.
—Matá-lo?
—Não, Thorn. Salvá-lo.

Capítulo 15

—Dado o que tenho passado com o atual Malachai, concordo com Jo. Acho que a coisa mais
irresponsável que podemos fazer é deixar Cadegan em Terre Derrière le Voile sem supervisão ou
proteção. Nós já despertamos o demônio dentro dele. É nosso dever vigiá-lo e protegê-lo.
Cada cabeça na sala olhou para Acheron, quando essas palavras saíram dos lindos lábios
dele. Alguns estavam felizes com isso.
Outros, nem tanto.
Jo queria beijá-lo por reforçar seus desejos. A expressão no rosto de Thorn disse que queria
sufocá-lo. Karma, que o havia influenciado para banir Cadegan para um reino ainda mais sombrio,
ficou furiosa.
Fang, um belo lobo metamorfo, de cabelos escuros, que trabalhava como Hellchaser para
Thorn, trocou um olhar pasmado de descrença com a esposa loira metamorfo urso, Aimee. Seu
grupo estava reunido na sala de trás do bar e churrascaria na Ursulinas, no Santuário, que os dois
proprietários shapeshifters71 possuíam em conjunto com a família Were-Hunter de ursos de
Aimee.
O quarto que estavam era um pouco apertado com Karma, Selena, Tabitha e a irmã gêmea
dela, Amanda, junto com o marido de Tabitha, Valerius, que havia sido um general romano, e o

71 Shapeshifters/ shapeshifting: alguém que muda de forma, de animal para humano e vice-versa

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 121
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Dark-Hunters 26

marido de Amanda, Kyrian, um antigo general grego, que fora morto pelo avô de Valerius. Em
seguida, havia Talon, um antigo celta que trabalhou com Valerius e Kyrian, e estava sentado entre
eles.
Apenas para saber.
Enquanto Kyrian e Valerius haviam aprendido, por causa do amor de suas esposas gêmeas e
dos cinco filhos, a esquecer o passado, eles ainda estavam, às vezes, numa relação tênue. Uma
que Jo nunca havia entendido a raiz, até hoje.
Que ironia, realmente. Ela firmemente negou a existência de um mundo paranormal que
existia lado a lado com aquele no qual andava todos os dias. A sua mente girava por saber que
havia comido muitas refeições no estabelecimento, que era administrado e gerido por um clã
inteiro de metamorfos animais. Que ela, sem saber, passara inúmeras horas com homens que
estavam com milhares de anos de idade. Era impressionante que suas primas tivessem mantido
seus segredos tão bem, e isso a deixava seriamente curiosa para adivinhar quem realmente era o
pai do filho de Karma.
Alguns dos olhares secretos que pegou entre Karma e Thorn definitivamente disseram a ela
que havia muito mais entre eles do que apenas mera amizade.
Poderia Thorn ser o pai do E.T.? Isso era mesmo possível?
Enquanto discutiram o futuro da Cadegan, Simi sentou-se ao lado de Acheron, comendo um
prato carregado com frango assado, enquanto o irmão gêmeo de Acheron, Styxx, continuava a
adicionar batatas fritas e salada de repolho na refeição dela, sempre que ela terminava.
Styxx e Acheron eram uma dupla estranha, na verdade. Eram idênticos em absolutamente
todos os sentidos, exceto a cor do cabelo e o estilo. O cabelo preto encaracolado de Acheron fora
cortado logo abaixo das orelhas e caia em torno do rosto dele. Styxx era loiro e os cachos curtos se
enrolavam em volta, perto dos olhos dele. As roupas de Acheron eram preto sobre preto, como
uma grave audiência gótica ... incluindo a aliança de casamento dele de titânio preto, que continha
caveiras e ossos cruzados sobre ela. Por outro lado, Styxx possuía um estilo de estudante, usava
uma camisa azul escuro e calças jeans. A aliança de casamento de ouro parecia ter hieróglifos
egípcios nela.
Também de negro, Thorn sentou-se ao lado de Jo enquanto Illarion e Max se inclinaram
contra a parede ao lado de Ioan e Talfryn. Zeke saiu apenas alguns minutos para atender uma
chamada, enquanto discutiam o que fazer com Cadegan.
Thorn suspirou profundamente. —Você não o viu, Ash. Ele é um addanc. Totalmente
transformado. Você está realmente disposto a libertá-lo neste mundo, onde podemos não ser
capazes de detê-lo?
Ash encontrou o olhar de seu irmão. — Aprendi a ter reservas com relação ao julgamento
sobre as pessoas por suas ações, especialmente quando foram injustiçados pela família. Voltou-se
para Jo. –O que você acha honestamente? Você passou a maior parte do tempo com ele, longe de
nós. E lembre-se, se você adivinhar erroneamente, provavelmente vai acabar com o mundo como
nós o conhecemos.
Ela bufou com as palavras de Acheron. —Sem pressão lá, não é amigo? Wow, Ash. Sei por
que você não tem o seu próprio show de auto ajuda... Estilo de Vida Mórbido e aterrorizante.

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Dark-Hunters 26

Fiquem atentos, pessoal. Esta semana vamos aprender como acabar com o mundo com um floreio
e se livrar desses desagradáveis problemas de pulgas caninas, tudo em 10 minutos.
Talon e Styxx caíam na gargalhada.
—Ei – Simi disse. –Não mexa com o akri! Ele não foi o único que nos trouxe a isto ... dessa
vez.
Ofendido, Acheron bufou. Obrigado, Simi.
—De nada, Akri. É por isso que Simi está aqui. Certifique-se de que você não ganhe deles
uma grande cabeça.
Ignorando o movimento, Illarion avançou. Eu não o conheço muito tempo, mas ele parecia
decente o suficiente. Para um demônio. E conheci muitos deles ao longo dos séculos. Acho que
podemos confiar em Jo. Ela é a âncora dele, a partir do que já vi. Não há nada que ele não faça por
ela. Ele poupou a minha vida pele comando dela. Enquanto ela viver, acho que ele está seguro.
Ash colocou a mão no ombro de Simi. —É uma verdade dos demônios. Eles são todos
escravos de seus corações. Assim, desde que se mantenha em carne e não pedra ou gelo,
podemos controlá-los.
Karma balançou a cabeça em negação. —Mas você está falando sobre alguém que foi
trancado por mil anos. Como ele vai se adaptar ao mundo moderno? Você não pode
simplesmente deixá-lo solto e dizer, ei, cara, bem-vindo à era eletrônica. Certifique-se de que não
colocar o dedo em uma tomada.
Styxx acenou com a mão para ela em um gesto que disse para abaixar o volume. –Diminua o
desgosto em seu tom um pouco. Como alguém que foi trancado em uma solitária por 11 mil anos,
posso dizer que não, não vai ser fácil. Vocês são uns fodidos nestes dias e eras. Fazem tanto
sentido quanto um rato cego em um labirinto em movimento. Mas com uma mão orientadora,
não somos psicóticos. Acho que Julian, Seth, e eu temos provado isso. Ainda não corremos
gritando pelados pelas ruas ... apesar de que, às vezes, pareça tentador.
Selena sorriu. —As sessões com Grace devem estar indo bem.
Styxx assentiu. —Ela ajudou muito e podemos levar a Cadegan à mesma orientação. Além
disso ... — Ele olhou para o irmão. —Podemos colocá-lo em um de nossos templos para viver.
Ainda existem vários que estão vagos na montanha.
Ash arqueou uma sobrancelha pela sugestão de Styxx. —Quer que ele fique perto de sua
mulher e filho?
Um lento sorriso se espalhou pelo rosto de Styxx. —Estou bastante certo que Bethany pode
lidar com isso. Eu não tenho medo por eles. A partir daí, veremos. Ele olhou para Jo. —Se
podemos salvá-lo, acho que devemos tentar. Estou com Acheron e Jo sobre este assunto. Nós o
desencadeamos. Nós o policiaremos.
Talon assentiu com a cabeça. — Se ele realmente é neto de Mórrígan e o Dagda, isso faz
dele o primeiro primo de minha esposa. Família é família. Protegemos estes sempre.
Karma suspirou. —Normalmente, concordo com todos vocês. Mas será que o protegeremos
à custa do resto do mundo? Não existe qualquer maneira de vincular os poderes dele?
—Fita adesiva?
Todos eles lançaram um olhar divertido para Fang.

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—Ah, não me venha com esse olhar. Como nenhum de vocês nunca se perguntou por que a
bruxa não usa isso em um feitiço. Nada passa longe de fita adesiva sem perder metade de sua pele
e todo o cabelo.
Thorn bufou. — A sério não quero saber sobre sua vida sexual pervertida, Lobo. Sua esposa
cuida da minha comida, e agora estou enojado.
Eles riram.
Acheron se voltou para Talon. —Então, celta, alguém em seu campo sabe algo de Cordelia?
—Minha sogra provavelmente sabe. Ela é um membro da Tuath Dé. Tecnicamente eu
também, e minha esposa. Mas Starla viveu entre eles na juventude. Ela conhece todos os que
ainda vivem em seu panteão.
—Tuath Dé ... — Acheron repetiu aquilo, sob sua respiração, enquanto estreitou seu olhar
sobre Jo.
—Ouviram um sino? — Perguntou Kyrian.
Acheron pegou seu celular e discou um número. —Sim, tocou, e não pelas razões obvias. Ele
levantou a mão para que soubessem que a pessoa que estava ligando atendeu. —Oi bebê, como
está a minha menina? — Ele fez uma pausa para ouvir antes de rir. –Dê a ambos um grande beijo
do vovô e diga-lhes que irei mais tarde para abraçá-los. Com seus desumanos olhos de prata
girando, ele olhou para Jo de uma forma que realmente estava fazendo-a desconfortável. —Sim,
na verdade, poderia precisar de você por um minuto. Você pode dar um pulo aqui por apenas
alguns minutos? — Ele acenou com a cabeça. Estou no Santuário. Quarto dos fundos. Pode
perguntar a Dev quando chegar aqui e ele lhe vai mostrar. Obrigada, preciosa. Amo você. Ele
desligou.
—Kat? — Perguntou Styxx.
Acheron assentiu novamente. —Ela estará ... — A porta se abriu para mostrar, uma mulher
loira linda insanamente alta que parecia ainda mais velha do que Acheron. Caminhando agora pela
porta.
Com os olhos arregalados com o número de pessoas La dentro, Kat lançou seu olhar ao
redor da sala. —Oi, papai. Ela moveu-se para beijar Acheron no rosto antes de abraçar Simi e
Styxx. Quando ela foi para roubar uma das batatas fritas de Simi, o demônio engasgou com horror.
—Você não vai dividir as batatas fritas com sua irmãzinha? — Kat perguntou ao demônio.
Simi olhou-a com ira fingida. —Coisa boa que amo meu bebê irmãzinha. Mas ... Papai Akri,
akra-Kat está roubando batatas fritas da sua Simi! Faça-a parar!
Rindo, Acheron sacudiu a cabeça. —Não me façam colocá-las em dois cantos separados.
Brinquem direito.
—Sim, senhor. Kat deu um passo para o lado.
Simi entregou a Kat outra frita antes dela rir e voltar para o seu churrasco.
Acheron empurrou o queixo em direção a Jo. —Ela te lembra alguém?
Apertando o rosto para acima, Kat lambeu o ketchup de seus dedos. De repente, o
reconhecimento iluminou seus olhos verdes e ela engasgou. –Está pensando em Brit?
—Sim.

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Kat assentiu. —A imagem dela cuspida. Mas não a vi em séculos. É por isso que levei um
tempo para perceber isso.
Jo franziu a testa para sua discussão. Quem é Brit?
—Britomartis, — Acheron respondeu. —Ela era prima da deusa Artemis. Brincaram juntas
quando eram meninas no Olimpo.
Kat assentiu. –Foi ela que deu à minha mãe as famosas redes dela, que ninguém pode
escapar. Em um agradecimento por elas, minha mãe deu-lhe um espelho encantado que
pertenceu a Apollo. O espelho pode mostrar os eventos do passado, presente e futuro. Mas acima
de tudo, mostrava a Britomartis o verdadeiro coração das pessoas ao seu redor.
Acheron assentiu. —Ela estava olhando no mesmo espelho um dia, quando se apaixonou por
um príncipe de Gales e semideus chamado Arthegall ap Tyr, cujo rosto viu quando ele estava
combatendo contra outro cavaleiro.
Um calafrio percorreu a espinha dela. —Eu vi Cadegan no espelho antes de nos
conhecermos. Foi assim que acabei caindo com ele em Glastonbury Tor.
Thorn se levantou lentamente. —É um inferno de uma coincidência, não é?
Acheron assentiu. —E não acredito em coincidências.
Kat se aproximou de Jo. —Brit Teve um filho e uma filha, e tanto ela quanto Arthegall
desistiram de seus poderes para que pudessem viver suas vidas em paz com seus filhos.
Karma cruzou os braços sobre o peito enquanto empurrou o queixo em direção à sua prima.
—Jo sempre pode ver as coisas em espelhos. Ela costumava nos acusar de plantar isso na mente
dela, mas é uma vidente nascida.
—Não tenho poderes.
—Quem vai testar o sangue dela? — Perguntou Kat.
Jo hesitou. –testar como, Draculina?
—Uma pequena picada?
Talfryn bufou. —Uma pequena picada foi o que a colocou em apuros.
Ioan empurrou para ele. —Não diga isso.
—É a verdade. Só estou dizendo.
Kat ignorou-os. —Podemos?
Jo estendeu a mão na direção da mulher. —Claro.
Kat pegou uma faca pequena e levemente picou a borda do dedo de Jo. Ela reuniu o sangue
na lâmina da faca antes de levar para seu pai e entregou a ele.
Acheron molhou o dedo no sangue, então provou.
Jo fez uma careta com absoluta repugnância. Desagradável!
Depois de um segundo, ele assentiu. —É da mesma linhagem de Artemis.
—Tem Certeza? — Perguntou Thorn.
Ele deu à Thorn um olhar divertido. —Sim. Tenho quase certeza. Já provei isso antes. Jo é da
linhagem de Zeus.
Jo fez uma careta para todos eles. —O que isso significa?
Kat piscou para ela. –Que somos primas muito distantes.

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—Por outro lado, — Acheron continuou, —Existe algo muito maior em jogo aqui. Sua
ancestral foi puxado até a Terre Derrière le Voile por um espelho, para conhecer seu futuro
marido, que era um príncipe de Gales e semideus.
Assim como ela. Um arrepio percorreu a espinha de Jo. Como algo assim é possível?
Será que ela se atreveria a ter esperança?
—Acha que os dois se reencarnaram? — Perguntou Selena.
Talon deu um olhar compreensivo para Acheron. — Acontece, e você não quer ficar no
caminho quando acontece. Dois amantes não serão negados.
—Então como tirá-lo de lá? — Perguntou Jo.
Talon estava em pé. —Sou parte do Tuath Dé, então vou levar-nos.
Styxx concordou com a cabeça. —Desde que estamos invadindo a esfera de outro panteão,
acho que devemos manter o grupo pequeno. Jo tem que ir, porque vamos precisar dela para lidar
com Cadegan. Frick e Frack de Thorn, uma vez que eles vão nos seguir de qualquer forma. — Ele
sorriu para o grunhido de desaprovação de Talfryn sobre o apelido dele. —Thorn e eu.
Simi olhou por cima de seu alimento. –Simi não?
Styxx beijou-a na testa. –Não por agora. Não quero arriscar você, e sei que seu pai concorda
comigo. Precisamos de você aqui para proteger nossos filhos pequenos e o filho e a filha de Kat.
Isso a aplacou. —Certo. Mas você tem que me deixar colocar chifres no bebê Ari.
—Certo, desde que sejam descartáveis.
Ela soprou-lhe uma framboesa.
Irei também.
Max ficou tenso com a oferta de seu irmão. —Então irei.
Illarion olhou para ele.
—Você passou muito tempo sozinho. Eu não vou deixar você fazer isso sem um apoio.
Styxx assentiu. —Realmente funcionará. Isso deixa um plano de ação para cada um de nós.
Ansiosa e sem fôlego, Jo deu um passo adiante. –Então, vamos atrás dele?
Thorn inclinou a cabeça para ela. –Que os deuses tenham misericórdia de todos nós. A
última coisa que precisamos é enfrentar uma criatura ainda mais forte.

Capítulo 16

Cadegan mergulhou sob as ondas enegrecidas enquanto procurava algum tipo de refúgio no
inferno que se tornara seu mundo. O ódio e a sede de sangue, batiam por ele sem cessar. Queria
provar as entranhas de cada criatura burra o suficiente para se aproximar dele. Embora nunca
tivesse sido amigável, isto era completamente diferente.
Perdera toda a capacidade de sentir alguma coisa por alguém ou algo.
Abrindo os olhos, respirou na água e cheirou o sangue que ainda se agarrava a ele. O gigante
fora sua primeira vítima.

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Pena que Cordelia saíra correndo gritando, antes que tivesse a chance de acabar com o
gigante e adicioná-la ao seu menu. Desde então, havia sobrevoado os campos, em busca de mais
comida. Como amava a cadência musical de gritos ecoando em seus ouvidos.
Na verdade, não havia melhor som.
Bêbado no pânico que havia induzido, mergulhou mais fundo na água. Isso era o que
precisava. A carícia da água. O som da batida do coração ecoando em seus ouvidos.
Congelou seus músculos enquanto os instintos pegaram o som das criaturas que se
aproximavam.
Curioso, ele dobrou as pernas e flutuou para a superfície. Com apenas os olhos para fora da
água, examinou os bancos de até que viu os homens de Morgen. A armadura Fey Adoni brilhava à
luz sombria, cinza. Armados com bestas e lanças, enviaram iscas para levá-lo ao topo.
Será que achavam que como estava sem alma, havia perdido a mente?
Hah! Estavam prestes a descobrir a verdade sobre sua espécie.
—Cadegan —? Morgen chamou. —Estamos aqui para libertá-lo.
A túnica dela era a única cor na paisagem sombria. Vermelho-sangue brilhante, aquilo se
agarrava às curvas voluptuosas do corpo dela. Algo que trouxe uma nova fome dentro dele
enquanto ela mexia com sua luxúria.
—Venha até nós, amor. Vamos cuidar de você de maneiras que não pode imaginar.
Tentado, moveu o olhar para o ministro ao lado esquerdo de Morgen.
Bracken. O tio dela, que uma vez o torturou a mando de Morgen. Queria fisgar o bastardo de
coração perdido. Mas ele se recusou a dar-lhes a sua localização.
Especialmente desde que a metade do exército dela carregava redes que sabia que estavam
lá para capturá-lo.
—Cadegan? Venha, criança. Deixe-me cuidar de você.
Meditava ainda ao som de uma voz que era idêntica à sua mãe. Por um mero instante, era
um menino novo, sentado na beira da janela da torre, enquanto contava até a torre do sino.
Quando olhava para fora sobre a terra sem fim, se perguntava se sua mãe estava lá fora, em
algum lugar.
Se ela nunca pensara na criança que havia deixado para trás passava.
Furioso, começou a avançar, querendo mais sangue.
Mas quando se moveu, a água acariciava sua pele demonkyn como a mão de uma amante.
Aquilo o acariciou como ...
Ele lutou para se lembrar. Era importante que se lembrasse da sensação.
Nada disso. Devore-os!
Ele voltou. Colocando a mão sobre sua bochecha, ouviu a memória fraca de riso.
Uma provocação suave.
Como um wombat em um milharal.
—Josette, respirou quando se lembrou, sentindo algo diferente do ódio e da fome regados
de morte e sangue ardente.
Nunca te deixarei.
Mas ela o havia deixado. Assim como todos os outros.

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A raiva ficou ainda maior. Era verdade. Ela o traiu. Abandonou-o na primeira oportunidade
que teve de ir para casa.
E ele ficou aqui. Com ninguém e nada.
Morgen quer você.
Não, ela não quer. Ele não era tão estúpido a ponto de ser facilmente enganado. Ela queria
usá-lo. Como todo mundo.
Ninguém queria ficar com ele. Não na realidade.
—Cade?
No início, pensou que estava sonhando. Imaginando o som de uma voz que estava perdida
para sempre.
—Querido? Onde você está?
Era Josette. O coração dele batia com uma esperança e o desprezo preenchia todo o seu ser.
Isto é uma trapaça da Rainha da Putas, ela mesma. Outra artimanha mentirosa. ...
Um ligeiro movimento à direita chamou sua atenção. Agachada nos arbustos e olhando para
ele era a última pessoa que esperava ver.
Josette.
Ela estendeu a mão para ele. —Estou aqui para levá-lo para casa comigo. Venha, meu
senhor. Eu não vou deixar ninguém te machucar.
Cadegan avançou instintivamente. Até que viu que ela não estava sozinha. Três homens
estavam com ela. Seu irmão bastardo e um que sabia que estava relacionado com ele, e outro que
se parecia com Acheron, mas este não era demonkyn.
Ele fez uma careta para o pequeno grupo deles. Ele não tinha certeza como sabia que estava
relacionado com ele, mas sempre fora capaz de sentir qualquer membro da Tuath Dé que viesse
perto dele.
As forças de Morgen os viram e se moveram para atacar
De repente, dois dragões e dois Adar Llwch Gwin, desceram do céu para se ocuparem de
Morgen e do exército.
Explodindo em ação, as forças de Morgen voaram para os recém-chegados. Gritos e
palavrões soaram enquanto os dois grupos entraram em confronto. O cheiro de sangue encheu as
narinas e a chamada para a guerra era mais do que podia suportar.
Sem pensar, ele passou por todos eles.
Jo engoliu enquanto observava Cadegan rasgar as mandrágoras e as gárgulas de Morgen
sem hesitação ou misericórdia. Não admira que o temiam por isso. Na forma demoníaca, ele era
uma máquina de matar.
Nesse momento, duvidou seriamente da sanidade de trazê-lo para o mundo dela. Tudo o
que Thorn havia dito sobre as habilidades dele, tocaram em seus ouvidos. Quem ou o que poderia
parar isso?
No entanto, enquanto observava, lembrou-se do homem quieto, que a protegeu do mal. O
homem afetuoso que a provocou e fez amor com ela. Ela havia visto o coração dele do lado de
fora.

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A violência reside dentro de todos nós. Sabia disso. Também sabia do que a restrição de
Cadegan era capaz.
Mas só havia uma maneira de saber com certeza.
Você está louca com sua mente romântica? Não se atreva!
Ele vale a pena, disse a si mesma. Ele não iria machucá-la. Mesmo nesta forma. Sabia disso.
Era hora de provar isso a todos.
Mesmo para si mesma.
Respirando de forma constante e chamando cada pedaço de coragem que podia, ela correu
em direção a Cadegan enquanto Morgen e seu exército fugiam da ira dele, e ele voltava sua
ferocidade para Adar Llwch Gwin.
—Cadegan — Ela gritou antes que ele pudesse machucar Ioan ou Talfryn. —Pare! Eles não
são seus inimigos.
Com um feroz, silvo demoníaco, ele se virou para ela e a deixou realmente feliz nessa batida
de coração que ele não possuía o poder de cuspir fogo. Ou ela seria Jo torrada.
O olhar nos olhos dele dizia que estava prestes a colocá-la no seu cardápio, e não da forma
como ela queria.
Styxx, Thorn, Max, Illarion e Talon moveram-se para protegê-la.
Ela abriu caminho através deles.
—Vocês se importam? Ele não confia em nenhum de vocês.
Ainda em sua aterrorizante forma addanc, Cadegan pousou diante dela e a rodeou no chão
como um leão se inclinando para Jo no Tártaro. — Por que deveria confiar em você, pequeno
pedaço? — Ele rosnou baixo em sua voz demoníaca.
Jo encontrou o olhar dele sem vacilar. —Porque te amo e você sabe disso além da dúvida.
Prometi que não iria deixá-los pegar você e quis dizer isso. Venha para casa comigo, Cade. Deixe-
me dar-lhe o amor que você merece.
Cadegan puxou um pouco para cima com essas palavras e um acorde estranho bateu dentro
dele. Piscou duas vezes ao lembrar-se do calor dela.
A bondade de seu toque.
Não! Ela está mentindo para você. Isto é o pior tipo de ardil que já pegou você, rapaz. Não
seja um imbecil.
Mas ele não viu nenhum engano nos olhos dela. Nenhum tremor na voz dela.
Será que se atreveria a acreditar?
Antes que pudesse se conter, se aproximou dela. Esperava que ela fosse gritar quando visse
com o que se parecia. Chifrudo, alado e sujo. Se ele mesmo pudesse se ver diria, isso não pode
estar certo.
No entanto, estava. Sua forma agora traia a verdade de seu sangue. Transmitia ao mundo
exatamente a mensagem, sobre o monstro que havia nascido.
Assim como o guerreiro que era, Josette não vacilou na abordagem dele. Ele não viu
nenhuma condenação nos olhos escuros dela. Apenas um tipo de aceitação que nunca conhecera
em qualquer lugar, exceto nos braços dela.

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Ela andou novamente para ele. —Estou aqui por você, amor. Eu não tenho medo de amar
você.
Ele recuou. —Não olhe para mim. Estou hediondo.
—Não existe nada sobre você que me cause repulsa.
No momento em que sentiu a mão dela em sua pele, se acalmou para que a serenidade o
aliviasse profundamente dentro de sua alma. Foi-se a violência que queria sangue. Com sua
coragem e seu amor, ela subjugou-o completamente.
Ele não queria matar. Só queria Josette.
Ela enrolou a pequena mão dela em torno da descolorida mão dele, agarrando. – Sempre
meu herói. Obrigada por me proteger do exército de Morgen.
Cadegan olhou para os dedos deles entrelaçados. Como sempre, a pele dela era a mistura
perfeita de porcelana. Macia além da imaginação. — Você não tem medo de mim?
Ela balançou a cabeça. —Nunca vou temê-lo. Conheço você, Cadegan, pelo o que você
realmente é, e não por esta pele exterior que não pode ajudar. O exterior não é importante para
mim. É seu coração e sua alma que amo. O verdadeiro você, que só eu conheço.
Antes que percebesse o que pretendia, ela beijou os lábios cheios de cicatrizes dele.
Jo tentou não pensar sobre o fato de que ele poderia despedaçá-la quando levantou a mão
para tocar o rosto dela, enquanto a beijava. O corpo dela passou de frio para quente mais rápido
do que estava preparada. Mais do que isso, ele a beijou com uma paixão inacreditável.
Quando ele se afastou, ela esperava olhar nos olhos reptilianos novamente.
Estavam novamente no azul vibrante dele. Ela sorriu para ele enquanto dançava seu olhar
sobre o corpo perfeito, do sexo masculino. Ele parecia exatamente como antes. Humano em todos
os sentidos.
Lentamente, fixou o olhar no dela. Como um gato exausto, ele deitou a cabeça no ombro
dela, e apertou a mão dela em seu rosto.
—Minha preciosa Josette.
Ela passou a mão pelo cabelo dele. —Meu belo Cadegan.
Cadegan lutava para respirar, enquanto ela o segurava e percebeu que o que queria nunca
poderia acontecer. Que nasceram de dois mundos incompatíveis. Ela era a luz e a cor, e ele foi
banido para o inferno cinza escuro. — Ainda não posso sair deste lugar, minha senhora. Estou
condenado para sempre aqui.
—Não, querido. Vim para te levar. Posso levá-lo através do portal, da mesma forma que
levamos Illarion anteriormente.
Erguendo a cabeça, ele encontrou o olhar dela. —Você jura para mim?
—Cada fodido dia. — Sorrindo, estendeu a mão para ele. –Venha para casa comigo,
Cadegan. Voltar para a luz aonde você pertence.
Ele olhou para seu irmão, que os observava com uma expressão preocupada. —Está aqui
para nos impedir?
Leucious balançou a cabeça. —Estou aqui para ajudar.
Cadegan desejou que pudesse acreditar totalmente nisso. Mas sua experiência com Leucious
era tal, que sabia que não podia colocar a fé em qualquer coisa que seu irmão dissesse.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 130
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Dark-Hunters 26

—E você quem é? — Cadegan perguntou para o loiro ao lado de seu irmão, que se parecia
com Acheron.
—Sou Styxx. Eles me trouxeram porque tenho problemas com um irmão bundão também. E
isso pode se relacionar plenamente com você. O caso em questão, é que o meu irmão, assim como
a namorada deusa dele, me trancaram em um buraco por 11 mil anos. Sei exatamente como é
difícil confiar novamente. E sei a fome que você deve estar de se ver livre deste lugar. Para
sempre. Venha com a gente, e vamos levá-lo à algum lugar que você nunca vai estar sozinho
novamente.
—Será que você estará lá? — Cadegan perguntou a Josette.
Ela assentiu com a cabeça. —Prometo. Nunca deixarei você e nunca quebrarei meu
juramento.
Ainda assim, parecia muito fácil. E nada na vida dele nunca viera dessa forma.
Cadegan olhou para o outro loiro com eles. A pessoa que estava relacionado com ele de
alguma forma. Esta criatura masculina trazia as marcas de Morrigan sobre seu corpo.
—Sou Talon dos Morrigantes. Minha esposa é neta de Morrigan e de Dagda. Somos primos,
e juro com cada pedacinho do meu bom sangue celta, que isto não é uma armadilha, irmão. Você
pode confiar em nós.
A mão dele estava trêmula, Cadegan segurou a palma de Josette no rosto dele, enquanto
debatia sobre se deveria ou não acreditar nela e nos outros. Queria, desesperadamente. Mas um
juramento quebrado dela iria destruí-lo.
No final, voltou para uma verdade.
Sem Josette, não estava inteiro. Ela tirou a dor dentro dele e encheu seu coração de calor
inimaginável e felicidade. Contra toda a sanidade e a razão, precisava dela.
—Leve-me para casa com você, Josette. Este é o único lugar que gostaria de estar.
Thorn recuou enquanto observava Cadegan, agora em forma humana, beijar a palma de Jo.
Era a coisa mais estranha que já havia visto.
Um minuto, Cadegan era um completo demônio enlouquecido de sangue puro.
No próximo, estava perfeitamente calmo novamente. Sereno mesmo. Acheron estava certo.
Enquanto tivessem Jo, possuíam uma restrição para Cadegan. Ela era a âncora dele para a
humanidade. Talvez isso bastasse, depois de tudo.
Mas enquanto Thorn abria o portal e permitia-lhes passar por aquilo, sabia que não era tão
fácil.
Algo ruim estava para acontecer. Sempre estava.

Capítulo 17

Cadegan hesitou no portal enquanto os outros passaram primeiro. Styxx ficou ao lado dele e
de Josette.

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Por outro lado, Leucious virou-se para enfrentá-los. A expressão dele parecia sincera o
suficiente. Mas Cadegan não estava acostumado a confiar nele.
Nem em nada.
—Estou aqui por você, irmãozinho.
Aquilo só fez Cadegan ficar mais apreensivo. Leucious matava ou bania criaturas como ele.
Ele não os permitia, viver no mundo dos homens, e certamente não o ajudaria a alcançar isso.
Incerto, Cadegan encontrou o olhar escuro de Josette, e aumentou o aperto na mão
delicada.
— Confie nele, Cade. Ele não vai te trair. E se o fizer, prometo servir uma parte da anatomia
que ele definitivamente vai perder.
Ele sorriu diante disso.
— Estou aqui por você, querido. Sempre.
Essas palavras tocaram uma parte dele que nunca conhecera antes e o sufocou. Naquele
momento, a desejava com uma loucura que fez o demônio dentro dele tremer de medo.
Acariciando o rosto dela, a beijou e desejou que estivessem sozinhos, para que pudesse aliviar a
outra dor dentro dele que implorava pelo toque dela.
Tomando uma respiração para coragem e a mão dela na sua, atravessou e esperou que a
parede se fechasse em seu rosto. Para ele, andaria para uma massa sólida que o manteria banido
para onde pertencia.
No inferno.
Mas isso não aconteceu.
Prendendo a respiração, abriu os olhos e viu-se em uma sala horrivelmente brilhante. Não
acostumado à luz do dia real, ele recuou e levantou a mão para proteger os olhos entrecerrados.
Mesmo assim, se deliciava com a dor disso.
Luz do sol. Real e verdadeira. Ele poderia até mesmo sentir o calor em sua pele.
Espantado, estendeu a mão e deixou os raios dançarem sobre sua carne.
—Droga, Karma! Feche suas cortinas. Rápido!
Uma mulher que se parecia com Josette correu para obedecer.
Jo mordeu o lábio enquanto observava a admiração e a maravilha brincando através do
rosto bonito de Cadegan. Ele era como uma criança descobrindo seus pés pela primeira vez.
E parecia tão fora de lugar aqui com a túnica negra e cota de malha e esporas.
Karma lançou um sorriso de escárnio sobre ele, mas ele não deu nem um pouco de atenção
a ela. Não enquanto a alegria inacreditável se espalhava pelo rosto dele, enquanto se virou num
pequeno círculo e olhou ao redor da sala pintada com estantes decoradas.
Ele encontrou o olhar de- Jo. Onde estou?
—Na casa de Karma.
Cadegan digeriu a notícia lentamente enquanto continuava a olhar em volta. Carrancudo, fez
uma pausa e inclinou a cabeça com a visão de um estranho familiar.
No canto mais distante estava Acheron, que era de fato idêntico a Styxx, exceto que o cabelo
dele era preto e os olhos um turbilhão de prata, em vez do azul profundo de Styxx. Desta vez,
Acheron não usava a máscara estranha que cobria os olhos dele antes.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 132
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Dark-Hunters 26

—Difíceis questões fodidas Irmão, — Styxx repetiu no ouvido de Cadegan. A voz dele estava
cheia de humor enquanto esboçava um largo sorriso. —Cada vez que você achar que está mal,
apenas lembre-se, você não verá o rosto de Thorn cada vez que tropeçar na frente de um espelho.
Cadegan bufou em algo que não era muito engraçado. —Admito este problema para você,
meu Senhor. De longe, a sua é a maior indignidade.
Ele bateu no ombro de Cadegan. —Se você soubesse, meu irmão. Se você apenas soubesse.
— Esfregando o braço carinhosamente, Styxx passou para o lado de Acheron. Apesar de todos os
protestos de Styxx, ele e Acheron pareciam se dar bem.
Na verdade, Acheron abraçou-o. –Ainda bem que está de volta. Estava começando a me
preocupar.
Batendo-lhe no ombro, Styxx indicou-os com o queixo. —Acheron, apresento a vocês,
Cadegan. Em sua forma real e verdadeira.
Acheron inclinou a cabeça respeitosamente. —Bem-vindo de volta, meu senhor.
Ele parecia sincero e digno o suficiente. Mas Cadegan estava desconfiado do sangue de
demônio que sentiu dentro de Acheron. Sangue que Styxx não compartilhava.
O que ele era? Por que um gêmeo seria demoníaco, enquanto o outro não era?
—Temos roupas para você, — Acheron disse graciosamente. —Quando estiver pronto, Styxx
ou eu podemos mostrar-lhe sua nova casa.
Cadegan arqueou uma sobrancelha. —Minha casa nova?
—Em um reino chamado Katateros.
O estômago dele se retorceu enquanto sua raiva crescia. Assim, não estava livre depois de
tudo. Apenas foi de uma prisão para outra. Isso foi o que ganhou por confiar neles. Deveria ter
pensado melhor. —Então não vou ficar neste reino?
Os homens recuaram com a trepidação.
Jo colocou a mão nele e acalmou-o quando viu o demônio subindo à frente. Ela colocou a
mão no rosto dele e forçou-o a encontrar o seu olhar amoroso.
Os olhos dele voltaram do amarelo para azul tão rapidamente quanto haviam mudado antes.
—Shh, Cade. Não é o que significa. Você terá a liberdade de ir e vir como quiser. E estarei com
você o tempo todo. Se for isso que você quiser.
—Você estará?
Ela assentiu com a cabeça. —Estarei com você enquanto me quiser. Apenas prometa que se
quiser se livrar de mim, vai me dizer e não cortar minha cabeça ou algo do gênero.
—Nunca faria isso, moça. — Ele pressionou o rosto no dela, antes que de se afastar para
olhar para Thorn. Mas, pelo menos desta vez, manteve-se plenamente humano.
Jo franziu o nariz brincando com ele enquanto ele segurava a mão dela. —Seus olhos são
como um antigo anel de humor. No momento em que você fica com raiva, bang ... o demônio
eleva sua cabeça feia e olha para mim. Meio assustador.
— Nunca iria prejudicá-la, Josette.
—Você quer dizer que espera nunca fazer mal à ela.
Todos se viraram para Thorn, que havia falado. Obstinado, explicou o ponto dele. —O
demônio em nosso sangue não está sempre sob nosso controle. Por esse motivo, Jo, você precisa

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saber quando fugir dele. Para que não seja prejudicada, e ele não seja devastado pela própria
incapacidade de se controlar.
—Sério? – Ela perguntou, subitamente apreensiva por Cadegan.
Acheron assentiu. —Quase matei minha mulher uma vez no auge disso. E preferia antes
cortar meu próprio coração do que fazer uma careta para Tory.
Cadegan hesitou ao ouvir essas palavras. Desde que estava tão raramente em torno de
outros, e nunca alguém que amava, ainda não havia pensado nisso. —É verdade? — Ele perguntou
à Leucious.
—Infelizmente, sim, irmão. Mas você sabe disso. É o que me levou a banir você. Você
desencadeou o demônio de dentro e matou sem motivo.
Sim, havia feito isso. Mas, ao contrário de Josette, os seres humanos não significavam nada
para ele. De repente, o medo se levantou dentro dele. Ele apertou o agarre na mão dela. —Então
deveria me separar de você.
—Não nesta vida, idiota. Chame-me de velcro. Você vai, eu vou. Prometi-lhe isso, e nunca
quebro minha palavra, também. — Os olhos dela se escureceram quando ela passou um sorriso
para Styxx. —Se importaria de mostrar nossa nova casa agora? Gostaria de apresentar Cadegan
aos meus três filhos.
Ele engasgou e tossiu com isso. Ela estava falando sério? —Perdão, moça?
Jo piscou inocentemente quando ouviu o pânico na voz dele. — Você não sabe, querido?
Você é pai.
A expressão no rosto dele era impagável.
—Só você poderia dar um olhar terrivelmente frio e austero sexy, Cade. — Ela beijou a
bochecha dele. —Relaxe, Querido. São apenas meus três cães. Você vai amá-los.
Finalmente relaxando, ele balançou a cabeça para ela.
Rindo, Styxx voltou-se para o lado deles. —Se estiverem prontos?
Cadegan assentiu.
Num segundo estavam na casa de Karma com todo o grupo que havia resgatado Cadegan.
No próximo, estavam dentro de um templo antigo que havia sido construído sobre uma colina
íngreme, situado entre outros de um estilo muito similar. A luz solar brilhante atravessava o
saguão de mármore branco onde estavam.
Confuso, Cadegan olhou para Styxx por uma explicação.
—Ali é onde moro com a minha família. — Styxx empurrou o queixo em direção à janela que
mostrava o templo mais próximo deste, mais acima do morro. —Minha esposa, Bethany, é a
deusa Atlante da aflição. Ela, eu e nosso filho mais novo, vivemos no templo dela, durante todo o
ano. Nosso filho mais velho, Urian, vive no pequeno templo, entre aquelas árvores, sempre que
está aqui, e não com a família de sua esposa, em Minnesota. O edifício no topo da montanha é a
casa de Acheron, e é onde Simi, sua irmã e seus amigos ficam. Desde que a esposa de Acheron era
humana, eles tendem a passar a maior parte do tempo, com os filhos, em New Orleans ... em uma
casa não muito longe de Karma. Quando estiver estabelecido e pronto, vou apresentá-lo a todos.
Styxx ofereceu-lhe uma espécie de sorriso paciente. — Sei exatamente como tudo isso é
esmagador... Por enquanto, minha Beth arrumou este templo para vocês dois viverem. Deve ter

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tudo que você precisar.... se não, estamos apenas a um telefonema ou uma visita de distância. —
Ele cruzou os braços sobre o peito. —Todos pensamos que seria uma adaptação mais fácil para
você do que se deslocar em linha reta no reino humano. Embora você esteja convidado a viver lá,
se desejar, devo avisá-lo, os humanos modernos são uns fodidos imbecis.
Jo riu de algo que confundiu Cadegan. Mas, então, se essas pessoas eram nada parecidas
com o que havia conhecido até então, poderia deduzir o significado de Styxx.
—Serão um pequeno fardo?
Styxx bateu-lhe nas costas. —Ah, as histórias que lhe contarei quando estiver se sentindo
bem para hidromel e cerveja, meu amigo. — Ele foi para a porta.
Cadegan franziu a testa. —Styxx?
Ele fez uma pausa para olhar para Cadegan. —Sim?
Obrigado. Por tudo.
—Styxx inclinou a cabeça para eles. —Se algum de vocês precisar de alguma coisa, é só me
dizer. Ele desapareceu instantaneamente.
Finalmente sozinhos, Josette se virou para Cadegan. —Como você está lidando com tudo
isso? Realmente?
Não era próprio dele confiar em ninguém. No entanto, quando olhou nos olhos escuros dela,
estava perdido e a verdade derramou dele. —Muito confuso72, moça.
Ela balançou a cabeça em compreensão. —Muita coisa para lidar?
Demorou um segundo para perceber o que ela queria dizer. —Confuso, não maternal.
Ela murmurou as duas palavras como se esforçando para compreendê-las. — Sim, você
pronunciou como se não houvesse nenhuma diferença entre as duas palavras. ... Não, bobo, é
mergulhar, não afundar73. — Ela alongou a segunda palavra para um efeito cômico. —Veja,
wombat sexy, você não faz sentido lógico.
Bufando, ele balançou a cabeça. —Confuso, moça. — Ele ficou sério imediatamente e girou o
braço para indicar o templo ao seu redor. —Por tudo isso.
—Realmente você não está preso, Cade. Eu os fiz jurar isso. Você sempre poderá sair daqui.
Mas todos nós pensamos que preferisse dar passos de bebê de volta ao mundo real, para que não
se sentisse fora de lugar lá.
A compaixão dela tocou seu coração. Era por isso que ela significava muito para ele.
Ninguém nunca considerou seus sentimentos antes. Em qualquer assunto. Simplesmente
ordenavam-lhe sobre algo, independentemente de sua opinião. Mas nunca sua Josette.
Somente para ela, ele importava.
— Adoraria, amor. Obrigado.
—Sim! Imaginamos certo. — rindo alegremente, ela puxou a mão dele e levou-o através de
uma porta para um pequeno solário. No momento em que entraram, três cães brancos enormes
com olhos azuis vibrantes vieram correndo até eles com latidos e lambidas felizes.

72 A autora fez um trocadilho. Como Cadegan fala um inglês arcaico e mais formal, uso o termo “moithered” (confuso, irritado,

frustrado). Pela pronúncia, Jo entendeu “mothered” (maternal, ou ligado à maternidade).


73 Outro trocadilho = dip = afundar, mergulhar.

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Ajoelhando-se, ela reuniu-os nos braços. O sorriso brilhante dela era ainda mais ofuscante
que o sol. — Meus pequenos bebês peludos! — ela disse no mesmo tom estridente que a maioria
das pessoas reservava para falar com crianças. —Como estão, hein? Perderam a mãe de vocês? A
mãe de vocês perdeu seus bebês! Sim, ela perdeu! Meus bebezinhos! Amo tanto vocês! Sim, eu
amo! Venham aqui, meus bebês! Me beijem. Montes e montes de beijos!
Ela abraçava e acariciava cada um deles, antes que apresentasse a Cadegan. —Henri é fácil.
Ele é nosso único filho. — Ela esfregou o nariz com o maior. —Então temos Belle. — Ela estalou a
língua para o menor, que também possuía uma parte cinza ao redor dos olhos. Então ela enrolou o
braço sobre as costas do terceiro. —E por último, mas nunca menos no meu coração, esta é minha
preciosa Maisel, ou Maisy Waisy, como costumo chamá-la. Ela voltou para a conversa de bebê. —
Você é uma beleza, não é? Sim, você é, minha doce Maisy Waisy. — Ela abraçou-os novamente,
em seguida, fez um gesto para Cadegan. –Conheçam o papai! Vamos. Diga oi! Diga papai também
ama vocês.
Eles o assaltaram instantaneamente.
Cadegan cambaleou para trás, não conhecia tal atenção peluda. —Estão um pouco ... —
— Mimados é a palavra que você quer. E sim. Eles são muito. Trabalhei duro para deixá-los
dessa forma.
Rindo do jeito que os cachorros dela o aceitaram abertamente, sem dúvida, ele olhou para
cima, e no minuto que seus olhares se encontraram, ele viu nos olhos dela a mesma fome que o
consumia desde que ela estendeu a mão para ele. O humor dele morreu na hora, uma vez que foi
engolido por uma enorme necessidade de estar a sós com ela.
Ela passou um olhar quente sobre o corpo dele. —Por que não vamos tirar essas roupas,
hein?
Ele arqueou uma sobrancelha com as palavras corajosas. – Isso significa?
—Sabe o meu significado, coisa quente — mordendo a unha de uma maneira bonita, ela fez
uma careta para as múltiplas portas. — Gostaria que uma fosse para o quarto. Ela dirigiu-se para a
mais próxima, o que acabou por ser um armário. —Oops. Muito pequeno.
Rindo, ele a observava explorar e tornar-se mais e mais frustrada quando entrou em conflito
com os planos dela de molestá-lo.
Quando ela finalmente encontrou a porta de um corredor, pegou a mão dele e, juntos,
foram em busca de uma cama. Estranho como tornou a descoberta divertida. Toda vez que
adivinhava errado, desnudava um pedaço de roupa dele.
Ele olhou quando ela puxou a luva da mão esquerda. —Nunca joguei este jogo antes.
— Desnudar Christopher Columbus74? Ela fez uma pausa para deslizar outro olhar sobre ele.
—Sim, acho que você não jogou. Você é anterior a ele, também, não é?
—Você me faz sentir velho, moça.
—Você é velho.
—Mas precisa me lembrar? E com tanta frequência?

74 Cristóvão Colombo

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Ela sorriu maliciosamente quando finalmente encontrou o quarto certo e empurrou-o para
ele, perto da cama gigante. —Sim, preciso. — Ela puxou a túnica sobre a cabeça dele. Quando ela
lutou com a armadura dele, usou seus poderes para desnudar os dois.
Balançando a cabeça em sinal de aprovação, ela beliscou o queixo dele. –Este ainda é o meu
poder favorito seu. Isso e o que você tem que me deixa excitada cada vez que olho para você.
Ele riu. Até que ela caiu de joelhos na frente dele. Até que ele começou a perguntar o que
ela estava fazendo, ela segurou-o na mão quente.
Todos os pensamentos dispersaram enquanto o prazer o deixou cambaleando. Por um
momento, temeu que suas pernas dobrassem e o mandariam para o chão. Felizmente, a parede
estava atrás dele para que pudesse se segurar, caso contrário, poderia ter caído.
A respiração dele estava irregular enquanto ela absolutamente dava prazer à ele, Cadegan
enterrou a mão no cabelo dela enquanto lentamente, metodicamente ela explorava cada
centímetro de seu pau duro com a boca. —Moça, você não tem ideia do que faz comigo.
Ela riu no fundo da garganta quando lançou um olhar travesso direto, que lhe disse que
sabia exatamente o que estava fazendo. E que significava cada pedacinho dele.
Nessa batida do coração, soube o quanto amava essa mulher. Quão rápido morreria por um
pedido dela. Não havia mais nada neste mundo que importava para ele.
E ele nunca seria capaz de passar mais um dia sem ela.
Mesmo que fosse a última coisa que quisesse, se retirou dela e virou-a em seus braços para
levá-la para a cama.
Jo prendeu a respiração ao ver a expressão feroz no rosto dele. Mesmo não havendo
nenhum sinal do demônio, ele possuía uma qualidade possessiva nele. —Está tudo bem?
Respondeu com um beijo tão quente, que a deixou sem fôlego e fraca. Literalmente
devastou a boca dela enquanto pressionava o corpo contra o dela e separava as coxas com os
joelhos dele.
As mãos e os lábios se revezavam explorando e provocando-a com prazer até que ela gozou
com isso.
Ela estava no meio do orgasmo quando ele entrou nela e isso aumentou ainda mais.
Gritando seu nome, ela se agarrou a ele enquanto empurrava-se contra os quadris dele.
Ele riu quando segurou o rosto dela com a mão e olhou em seus olhos. Ela viu a fome dentro
dele. Mas mais do que isso, viu o amor e adoração. Nenhum homem jamais olhou para ela
daquela maneira.
—Eu te amo, ela suspirou.
—E, eu amo você. — Ele pegou a mão dela na dele e beijou-a. Segurando-a na bochecha
dele, enterrou-se profundamente dentro dela e gozou.
Ela observou o êxtase brincar através do rosto dele antes dele cair contra ela e a abraçar
com força.
—Obrigado, moça.
—Pelo quê?
Ele levantou a cabeça para olhá-la com uma sinceridade ardente. —Por manter sua palavra
para mim. Ninguém nunca fez isso antes.

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O coração dela se partiu por ele, enquanto ela tocou os bigodes e os lábios dele. –Eles eram
grandes tolos, meu senhor, — disse ela, tentando imitar o sotaque dele.
Ele a recompensou com um sorriso travesso brilhante. —Seu sotaque falso é terrível.
—E o seu não é. Poderia ouvi-lo falar o dia todo.
Os olhos dele suavizaram, ele beijou o caminho dos lábios dela para o estômago, onde
colocou o rosto e suspirou. Jo brincou com os cabelos dele enquanto a respiração dele fazia
cócegas na pele dela. Em questão de segundos, sentiu-o relaxar e percebeu que havia adormecido
com seu corpo entre suas pernas.
Sorrindo, ela riu. Seu pobre Cadegan. Assim, ele parecia tão inofensivo e doce. Mas sabia a
violência de que era capaz. A raiva.
Este não era um homem que havia deixado em seu coração. Era um dos demônios mais
ferozes que já nascera.
Mais do que isso, ele era um semideus.
O que fiz?
Jo prendeu a respiração, quando a realidade se chocou contra ela e olhou em torno de um
quarto que era o templo de um deus, em uma terra mística que existia fora do tempo e espaço
humano.
Você não acredita nessa porcaria.
No entanto, já não podia negar. Isto era tão real como o deus demônio dormindo em seu
colo.
Macacos me mordam. Ela não apenas mergulhou seu dedo do pé na piscina paranormal,
caiu como uma bala de canhão nele. E Cadegan teria inimigos atrás ele para o resto da vida.
Thorn avisou isso. Era parte da razão de decidirem colocá-lo aqui, onde ninguém e nada
poderia alcançá-lo. Apenas Acheron e os que ele convidasse diretamente, poderiam acessar o céu
do reino de Atlântida. Aqui, estariam sempre seguros.
Pelo menos esse era o pensamento dela até que uma luz brilhante apareceu ao lado deles.
Num momento, Jo estava deitada pacificamente com Cadegan. No seguinte, ela foi
arrancada dos braços dele e puxada da cama.

Capítulo 18

—Brit? É você mesma?


Jo piscou para a ruiva incrivelmente linda na frente dela. –Desculpe-me?
A mulher segurou o queixo dela e inclinou a cabeça para que pudesse espiar fundo nos olhos
de Jo. —É você — ela sussurrou com um sorriso brilhante. Lágrimas escorreram no rosto dela
enquanto agarrou Jo para um abraço feliz e segurou-a lá.
De olhos esbugalhados, Jo olhou por cima do ombro para onde Cadegan estava agora,
saindo da cama para enfrentar a mulher chorando que a segurava.
—Solte-a!

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A mulher se virou e bufou com desdém. —E você — Ela o puxou para um abraço apertado.
—Perdi os dois terrivelmente — rosnando para eles, ela balançou a cabeça. Por que você quis
tanto ser mortal? Nunca entendi seu raciocínio. E você deve ter reconsiderado, caso contrário, não
seria você agora, seria?
Cadegan trocou uma careta perplexa com Jo. —E eu aqui pensando que você era a única que
me confundia mais, moça.
Tristeza escureceram os vibrantes olhos verdes da mulher. E agora que Jo pensou sobre isso,
ela se parecia muito com a filha de Acheron, Kat. –Você não se lembra de mim, não é?
—Artemis?
A alegria voltou ao belo rosto dela pela suposição de Jo. —Você me conhece! Sabia que você
não poderia me esquecer. Não depois de tudo o que fizemos uma para a outra — Ela puxou Jo em
outro abraço apertado. —Nunca deveria ter permitido que você fosse para a Grã-Bretanha. Lugar
nojento, aquele. Por que você não veio para casa? — Ela fez beicinho para Jo, então alisou o
cabelo. —Mas você está de volta agora, não é? Os dois!
Jo mordeu os lábios, sem saber o que responder.
Artemis deu um tapinha no ombro dela. —Está tudo bem. Você vai se lembrar de mim. Com
o tempo. Sei que você vai. — Ela baixou o olhar e ficou vermelha quando percebeu que Jo estava
parada lá, pelada e ela interrompeu-os na cama. —Oh ... oh! Sinto muito. Nem sequer pensei.
Quando Katra me disse que você estava de volta ... Queria vê-la imediatamente. Perdoe minha
intromissão!
Ela pegou a mão de Cadegan e Jo e pressionou-as juntas. –Vocês dois sempre foram meus
favoritos. E desta vez, não haverá mais essa conversa de mortalidade. Sem mais conversa de
deixar ou um ao outro, nunca mais. Você são duas metades de um todo e amo vocês dois demais
para ficar vendo vocês se separem novamente. Maldita maldição da bruxa. Isto será desfeito.
Vocês dois tem a minha palavra. Ela desapareceu instantaneamente.
Completamente frustrada, Jo olhou para Cadegan. — É somente eu, ou atraio cada esquisito
no universo?
Ele riu com isso. —Você me atraiu, então estou pensando que não deveria comentar sobre
isso.
Ela beijou-o, em seguida, puxou de volta com uma carranca. —Você se sente reencarnado?
—Não realmente. Você?
Ela balançou a cabeça. —Estranho, hein?
—Alguma ideia do que ela quis dizer sobre o gwiddonod?
—Inglês, cara! Fale inglês.
Rindo, ele a beijou. —Bruxas, Amor. Ela falou da maldição de uma bruxa.
—Nenhuma ideia. Ela arrastou o olhar sobre o longo e musculoso corpo dele e sentiu o calor
dentro dela aumentar novamente. Aproximando-se, ela ergueu o queixo para que pudesse
beliscar o queixo mais sensual que já vira.
Cadegan fechou os olhos enquanto saboreava a sensação de lábios e língua, em sua carne. O
prazer rasgou-o em pedaços. — Continue fazendo isso, moça. E nós nunca vamos deixar este
lugar.

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Ela estendeu a mão para o tocar e acariciar a parte dele que já estava ficando dura por ela
novamente. —Estou bem com isso.
Ele cobriu a mão dela com a dele e balançou-se contra a palma da mão dela, aproveitando a
pressão quente do toque dela.
Jo franziu a testa enquanto falava grosso em Welsh para ela. —O que?
—És a luz em minha escuridão, moça. Sem você, não tenho nenhuma esperança. Nenhuma
fé. Mal existo. E tudo que peço é que, se você for embora, você vai me deixar a mercê de arrancar
meu coração, e me deixar perdido para sempre dentro da noite sem você.
Lágrimas a sufocaram, e não apenas com as palavras dele, mas com a honestidade, a crua
emoção que apoiava as palavras. —Desejaria poder ser que poética, Cadegan. Fui tola em
romance e relacionamentos. Sempre fui. Nunca fui capaz de encontrar as palavras certas no
momento certo. Mas amo você. Agora e sempre. E nunca quero viver sem você.
Beijou-a, em seguida, e dirigiu-se profundamente dentro do corpo dela. Desta vez, quando
fez amor com ela, não foi suave e gentil, mas exigente e feroz. Como se tivesse medo que nunca
pudesse vê-la novamente.
Jo perdeu-se com a sensação dele duro e grosso dentro dela. Ela o encontrou passo a passo,
enquanto procurava aliviar a dor que nunca deixava os olhos dele. Pelo menos não totalmente.
Mas sempre que ele olhava para ela, isso diminuía. E isso a fez se sentir especial e
valorizada.
Isso era tudo o que ela sempre quis. Ser importante para alguém. Ter alguém que pudesse
depender quando precisasse dele. Alguém que não iria quebrar a fé dela. A vida não era fácil. Não
era para ser. No entanto, com a pessoa certa, mesmo a pior viagem era tolerável. Mais do que
isso, poderia ser divertido. Não era sobre aprender a sofrer com a tempestade para chegar à luz
do dia. A vida era caminhar através da chuva e rindo mesmo enquanto estivesse encharcado até
os ossos. Esquivando-se dos raios e desafiando-os a vir para você.
Isso foi o que Cadegan a fez sentir. Em seus braços, ela era invencível. Não porque não
poderia ser ferida, mas porque sabia que ele não iria deixá-la fria e sozinha. Ele iria buscá-la e lutar
ao lado dela até que a tempestade passasse.
Ela se enrolou em volta dele e gozou em uma onda de êxtase ofuscante.
Rosnando no fundo da garganta, Cadegan se juntou a ela. E mesmo assim, não a soltou.
Continuando em pé, ele manteve todo o peso dela sem reclamar.
E quando ele encontrou o olhar dela, viu os olhos amarelados do demônio dentro dele.
Sem medo, ela levou a mão ao rosto dele e beijou os lábios.
Cadegan saboreou o gosto que balançava ao âmago do seu ser. –Case-se comigo, moça —
ele suspirou. –Fique comigo, para sempre.
Ela abaixou a cabeça para lhe dar uma careta divertida. — O que é esse olhar?
—O que parece?
Ela estreitou o olhar. —Você realmente não duvida da minha resposta, não é?
—Duvido que qualquer tempo meu de vida esteja indo bem.
Beliscando o queixo dele, ela apertou-o com força. —Você nunca deve duvidar de mim,
Cade. É claro que vou me casar com você. Escolha o altar e estou lá, com os sinos de Selena.

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—Sinos de Selena?
—Minha prima louca que os cose na bainha da saia dela. Ela acha que isso mantém o mal
afastado.
—Se você usasse isso me manteria longe.
Ela estalou a língua para ele. — Não — Você não é mal. Mau, definitivamente. Mas não o
mal.
Cadegan fechou os olhos enquanto saboreava sua aceitação. Era a primeira vez em sua
existência que não se sentia como se fosse um flagelo que nunca deveria ter nascido. Sentia-se
completo.
Acima de tudo, sentia-se feliz.
E isso o aterrorizava.
A felicidade sempre foi algo que outros homens possuíam. Nunca ele. Felicidade fugia dele
como se ele fosse um leproso carregando a varíola e vendendo pão carregado de praga.
Ele baixou o olhar para o medalhão que havia colocado em volta do pescoço dela. Pegou-o,
colocou-o na mão dela e cobriu-o com a mão dele. –Se você ficar sem mim e me necessitar para
protegê-la, pegue isto em sua mão e diga estas palavras ... Ysym arglwydd gwrdd gorddifwng ei
far, gorddwy neb nyw ystwng.
Repetiu várias vezes antes dela falar corretamente.
— Você se lembrará de tudo isso, moça?
—Lembrarei. Mas o que isso significa?
—Existe para mim um poderoso senhor de ira esmagadora — ele não vai tolerar nenhuma
opressão.
Jo sorriu para ele. —É bonito, e muito apropriado para você.
—Você traz o melhor de mim. — Ele beijou o medalhão e descansou-a entre os seios dela. —
Você só poderá usá-lo quando estiver sob ataque, nunca contra alguém. Por qualquer motivo.
Entendido?
—Entendido.
Com um rápido aceno, ele virou-se e franziu a testa enquanto olhava para alguma coisa.
—O que é isso?
—Nosso aposenta mais importante está faltando. Estava procurando um lugar para nos
lavar.
Jo riu. —Sei que é um lugar antigo, mas ... deve existir um banheiro aqui, certo? Diria que
essa sala, caso exista, seria ...
—É a porta do lado esquerdo.
Os olhos dela esbugalharam com a voz desconhecida, Jo guinchou e colocou-se atrás de
Cadegan para cobrir seu corpo nu. — Quem disse isso?
—Eu disse. — Era a estátua de pedra iluminada, no canto da sala.
—Quem é você? — O que você era?
—Sou Electra. Mas não se preocupe. Eu não sou realmente sensível, mas sou um dispositivo
inteligente, ou um canal, se você preferir, colocado aqui para sua conveniência. Apenas ativado

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para determinadas questões. Tal como onde estão os quartos, se você precisar de luzes, ou se
desejar entrar em contato com outra pessoa que chame Katateros de casa.
Cadegan aproximou-se lentamente. Estendeu a mão e tocou o mármore frio. —Você
realmente não pode sentir?
—Ou ver. Só posso ouvir e falar.
Jo puxou a túnica de Cadegan sobre a cabeça antes que se juntasse a eles para inspecioná-
lo.- Bem legal, hein?
—Sim, Mas mármore normalmente é.
—Não, legal, Cade ... legal75!
—Ah ... O wombat está em um cavalo, moça.
Ela riu dele.- Pobre wombat treinando mal hoje. Depois de beijá-lo levemente, ela recuou. –
De novo, onde está o banheiro?
Na verdade, a estátua apontou a direção.
Ainda não tendo certeza sobre isso, Jo foi até e encontrou um enorme banheiro dourado
com uma piscina que lembrava as dos antigos romanos, em vez de uma banheira. Ei, Cade? —
Chamou. —Acho que você vai realmente gostar disso.
Ele enfiou a cabeça na porta, depois sorriu como um adorável menino. —Sim, gosto.
Antes que ela percebesse o que estava acontecendo, ele tirou as roupas dela com os
pensamentos, jogou-a por cima do ombro, e mergulhou na piscina de banho. Ela subiu rindo e
ficou fazendo uma pulverização catódica, enquanto ele continuava a nadar abaixo da superfície.
Jo congelou quando percebeu algo. Cadegan era anfíbio. Ou possuía os pulmões mais fortes
já criados.
Quando ele finalmente veio à tona, ainda não era toda a cabeça dele. Somente os olhos. Ele
manteve o nariz e a boca abaixo da linha da água.
—Está respirando?
Ele acenou com a cabeça.
—Embaixo da água?
Mais uma vez, ele acenou com a cabeça. Mergulhou abaixo, nadou até ela, e afastou-lhe as
pernas antes que finalmente rompesse a superfície e a puxasse contra o peito. — Sou um demônio
addanc76. É um dos nossos poderes. A maioria da minha espécie são moradores do lago.
—O que mais você pode fazer?
—No água, posso mudar de forma.
—Mas não na terra?
Ele franziu o rosto para cima. Apenas em minha forma de demônio alado e um pássaro em
terra. Tenho muito mais opções na água.
—Então teríamos um bebê ou um girino?
Cadegan congelou com a pergunta brincalhona dela que bateu duro nele.
Crianças. Não era algo sobre o que tivesse pensado em mais de 1.300 anos. Antes de
Leucious, não possuía nenhum conhecimento de suas origens demoníacas. Não fazia ideia dos

75 Outro trocadilho com o termo “cool” em inglês = legal (gíria), frio.


76 Addanc: raça de demônio da água

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poderes que estiveram adormecidos dentro dele. Naquela época, se considerava um homem,
como qualquer outro, e abrigava a esperança de casar com uma mulher e ter uma ninhada de
filhos com ela.
Depois disso, havia sido mais cauteloso. Até Æthla. Com ela, planejou ter um para ver que
tipo de criança poderia ser. Fey ou humano.
E depois Leucious o banira, e não houve nenhuma esperança.
Agora ...

Enxergou uma realidade que verdadeiramente o aterrorizava. Não admira que tivesse dado
à ela as palavras de invocação quando, em teoria, ela não deveria ser realmente capaz de usá-las.
Sim, isso fazia todo o sentido, e essa ligação superior com ela assustou-o ainda mais.
—Está bem, querido? Só estava brincando.
A mão dele estava trêmula, estendeu a mão e tocou-lhe o estômago plano. Mordendo o
lábio, sorriu. —Não posso pensar em nenhuma honra maior do que ter um filho com você, minha
senhora. Ou um girino, — ele brincou. —Talvez até mesmo um wombat.
Ela riu e entregou-lhe a barra de sabão que encontrou. — Você é tão bobo. Eu te amo.
—E eu, você.
Jo viu quando ele voltou para a água brincando. Ela se perguntava se Styxx e os outros
sabiam que ele iria querer uma piscina. Provavelmente. Pareciam saber muito sobre ele. Muito
mais do que ela.
Mas estava aprendendo. E enquanto ele não era perfeito, às vezes, era simplesmente
assustador, ele era perfeitamente dela.
Ela não mudaria nada sobre ele. ...
Passaram o resto do dia juntos explorando o corpo um do outro. O que gostavam ou não.
Foi o melhor dia da vida dela. Nunca queria que acabasse. À medida que o sol se punha,
caminharam para sentar-se na praia e vê-lo. Katateros era um lugar estranho. De certa forma,
lembrou a ela o Havaí.
Em outros, como algumas das criaturas peculiares que a habitavam, sentia-se como se
tivesse caído no buraco do coelho.
Cadegan passou os dedos pelo cabelo de Josette, enquanto ela estava na praia com a cabeça
no colo dele. Pela primeira vez em séculos, sentiu-se verdadeiramente humano. Verdadeiramente
vivo.
Pela primeira vez, sentiu-se amado e querido.
—Então o que vamos fazer agora, Josette?
—Está com fome?
—Faminto, mas não é o que quis dizer. Depois deste dia, o que vai ser de nós?
Ela pegou a mão dele na dela. — Não sei.
—Você pode fazer o que Styxx faz e trabalhar para Acheron.
Jo sentou-se com um suspiro enquanto Cadegan ficou tenso. A poucos metros de distância
deles estava uma dama egípcia vestida com uma camiseta curta. Os longos cabelos negros dela

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Dark-Hunters 26

estavam puxados para trás em um rabo de cavalo e ela segurava uma criança loira dormindo em
seus braços.
Com um sorriso amigável, ela aproximou-se lentamente. —Sou Bethany. Esposa de Styxx. Ela
puxou o menino fora de seu ombro para o embalar nos braços. —E este precioso é Ari.
Jo apertou a mão ao peito enquanto olhava para o rosto de um querubim de cabelos
encaracolados. —Ele é absolutamente adorável! Qual idade?
—Ele completou um ano de idade ontem.
—Sério?
Ela assentiu com a cabeça. —Quer segurá-lo?
—Ah, adoraria.
Bethany entregou seu filho.
Jo derreteu-se com o calor do menino em seus braços. —Ele dorme tão profundamente!
—Sempre. O pai dele está sempre tentando acordá-lo dos cochilos. O máximo que se pode
obter é que dê um golpe em sua mão. Mas ele nunca acorda quando faz isso. Ele só rola e volta a
dormir.
Os pequenos lábios dele trabalhavam como se estivesse falando com anjos. — Sempre fui
um idiota com crianças.
Cadegan assistiu calmamente enquanto Josette estava abraçada ao menino. Com animais ou
crianças, ela possuía muito instinto maternal. Ela merecia seu próprio filho. Mas as palavras
anteriores dela o atormentavam agora.
Que tipo de criança teriam?
Demônio, semideus, ou humano?
—Você está bem?
Ele piscou para a pergunta de Bethany. —Sim.
Ela cobriu a mão dele com a dela. —Sei —Estou de volta ao mundo humano e neste, por um
curto período de tempo sozinha. Não mais do que dois anos. É muito para se acostumar-se. — Ela
puxou a blusa. –As roupas definitivamente levam algum tempo. Mas você tem sua Josette e você
nos tem. Amigo ou família... ou conhecidos irritantes, o que você escolher para nos chamar.
Estamos aqui para ajudá-lo de qualquer maneira que pudermos.
_ Não estou acostumado com tal consideração.
—Como meu Styxx. Nunca confiando em ninguém. Mesmo agora. Mas a cada dia, o sorriso
dele ilumina mais quando chega a um acordo com o fato de que esta é a vida dele agora, e que
ninguém vai arrancá-la dele.
Bethany tocou a cicatriz no braço de Cadegan. —Todas as feridas levam tempo para
cicatrizar. Mas um dia, você vai acordar e a dor não vai te incomodar mais. Você vai passar dias,
talvez até meses antes de pensar nisso. E um dia, se você tiver sorte, nunca mais vai pensar em
tudo isso.
Jo olhou para ela. —Você é muito sábia, Bethany.
Ela sorriu timidamente. —Às vezes. Mas sou a deusa da ira, e, como tal, tenho a tendência
de deixar meu temperamento obter o melhor de meu senso às vezes. Nunca queira ficar perto de
mim quando isso acontece. É realmente assustador.

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Dark-Hunters 26

Ari piscou abrindo os olhos, e em seguida, ampliou-os quando percebeu que Jo não era sua
mãe.
—Estou bem aqui, docinho.
—Mama — Ele rapidamente correu de volta para os braços de Bethany, onde esfregou os
olhos e fez bico. —Papa?
—Ele estará em casa logo. — Ela beijou a bochecha gorda dele. Em seguida, ela fez uma
careta. —Alguém precisa ter sua fralda trocada. Se vocês me derem licença...-
Bethany levantou-se. —Foi um prazer conhecê-los. Esfregando as costas de Ari, ela
encontrou o olhar de Cadegan. —Não se preocupe com o dia de amanhã. Ele virá. E você vai ter
sempre um lugar aqui como um membro da nossa família heterogênea.
—Obrigado, minha senhora.
Inclinando a cabeça para ele, ela os deixou.
Jo apressou-se de volta para Cadegan. –Você ainda parece... doente.
Ele soltou um suspiro pesado. —Nada sobre você, moça. Nunca vou duvidar de você, mas ...
tenho um sentimento profundo em minha garganta. Alguma coisa está vindo para mim. E não vai
descansar até que tenha me destruído.
Balançando a cabeça, ela tentou acalmá-lo. —Não pense isso.
Cadegan tentou sorrir para ela, mas o problema era que não achava isso.
Ele sabia que isso era um fato.

Capítulo 19

Cadegan não estava certo sobre este novo inferno. Terapia. Apenas a própria palavra soava
horrível. Como uma espécie de animal pequeno mijando nele.
Congelou do lado de fora da porta do escritório, e franziu o rosto acima para Josette. — Não
sei sobre isso, moça. Não tenho certeza se alguma coisa pode me ajudar. Certamente, estou além
de toda ajuda, de qualquer tipo. Ele baixou o olhar para baixo para o V profundo da blusa dela. —
Prefiro ir para casa ... com você, e colocar um sorriso em seu belo rosto.
Brincando, ela se esquivou do beijo dele, para seu desgosto, e manteve-o no comprimento
do braço. —Você é sorrateiro, Senhor Demônio Wombat, mas não. Você precisa falar com Grace.
Isso não vai te machucar. Prometo. Ela será muito gentil e ainda terá brinquedos para brincar, se
você for bonzinho. O tempo vai passar rapidamente e estarei de volta assim que a sessão
terminar.
Um tic começou na mandíbula dele, quando a ira começou a aparecer. —Não quero fazer
isso.
Ela puxou a coisa chamada jaqueta e colocou-a sobre ele. —Só desta vez. Se você realmente
não puder suportar isso, nunca farei isso com você de novo. Prometo. Mas o marido de Grace é
um semideus, filho de Afrodite, que passou dois mil anos amaldiçoado nas páginas de um livro,
antes que ela o soltasse. Eles têm seis filhos, e vivem em total felicidade conjugal. Isso é o que

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Dark-Hunters 26

quero para nós, e você também. — O olhar dela se aguçou. —Agora vá, homem, e faça isso. Duas
horas. Você pode lidar com isso. — Ela olhou em volta antes que abaixasse a mão para tocá-lo.
Os olhos dele se arregalaram com as ações dela.
Ela se inclinou para sussurrar em seu ouvido. —E se você se comportar e cooperar com a boa
doutora, prometo que farei valer seu tempo mais tarde, e colocarei realmente um grande sorriso
em seu rosto. Vou até vestir a calcinha de renda que você mais gosta.
A respiração dele ficou irregular quando ela tocou-o através de seu jeans. Era tudo o que
podia fazer para não encontrar um canto e tomá-la, aqui e agora. — Assim que isto terminar,
espero você nua em minha cama.
—De boa vontade. Jo acabara de retirar a mão antes que a porta se abrisse para mostrar
Dra. Grace Alexander.
Uma das amigas de longa data de Selena, Grace possuía tudo, mas crescera com Jo e as
irmãs Devereaux. E se meteu em mais problemas com elas, do que Jo queria pensar.
Era um milagre que não fossem todas companheiras de cela.
Sorrindo para a morena adorável, Jo empurrou gentilmente Cadegan na direção dela. —
Grace este é Cadegan. Cade, faça bonito.
Grace riu. –Está tudo bem. Depois de tratar os Lobos, Panteras e Ursos todos esses anos,
nada pode me surpreender mais. Prometo, Cadegan, não vou te obrigar a fazer nada que não
queira. Não precisamos nem falar. Entre e fique à vontade.
Com um último olhar miserável em Jo, ele foi para dentro do escritório.
Grace deu um tapinha no braço de Jo. —Vou cuidar bem dele. Existe alguma coisa que te
preocupa?
Jo olhou em volta do ombro de Grace antes que abaixasse a voz. —Ele está tendo problemas
para dormir. Quando dorme, acorda transpirando e se agarra em mim, e não chega perto de
qualquer espelho. Preciso manter o que uso coberto em todos os momentos. E ele é muito, muito
superprotetor. Ele não pode me deixar fora de vista. Se estiver fora por muito tempo, ele entra em
pânico.
—Tudo muito normal para o que ele passou. Ela acariciou a mão de Jo. –Você já se sentiu
ameaçada pelo comportamento dele, com tudo isso?
—Meu medo? Que vá me colocar em plástico bolha e me forçar a usar a armadura dele em
todos os lugares que for.
Grace riu. –Estava com o mesmo problema com Julian. E você não quer saber o qual Val é
maluco com Tabby. — Ela ofereceu à Jo um sorriso amável. —Certo, Deixe-me fazer meu trabalho.
Vamos deixá-lo calmo, prometo.
—Obrigado, Gracie.
—Sempre, querida.
Jo fez uma pausa e enfiou a cabeça na porta. —Tem meu número, Cade. Estou na mesma
rua com minhas primas. Prometo não cair em nenhum espelho sem você.
—Não é engraçado, amor. Mas ele sorriu, apesar das palavras dela.

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Dark-Hunters 26

Tentando não se preocupar com ele, Jo foi em direção à mansão onde tudo começara.
Nunca tiveram a chance de terminar –a limpeza — o lugar, e Selena e suas amigas ainda
precisavam de uma operadora de câmera para gravá-la.
Jo lhes deu duas horas. Depois disso, ela era toda de Cadegan. Estavam com um casamento
para planejar. E ao contrário de seu ex, Cadegan concordara com o casamento em junho como Jo
sempre quisera.
É claro que muito disso teria a ver com o fato de que o pobre não imaginava o que um
casamento Cajun em junho implicava. Ou o fato de que a temperatura média de junho era de
trinta e três graus, ao contrário dos dezesseis graus que ele estava acostumado no País de Gales, e
dos tempos frígidos de Terre Derrière le Voile. Nem pensar no fato de que poderia facilmente
chegar bem na casa dos quarenta até meados de junho, mas ...
Ele disse que faria tudo o que ela quisesse para o casamento. E ela prometeu a si mesma
mentalmente que não abusaria da doçura dele. Muito, pensou maliciosamente.
Quando se aproximou de seu carro, viu Thorn na rua, de pé ao lado dela, com um olhar de
horror no rosto, que lhe disse que havia acabado de oferecer uma carona nele.
Ele deu-lhe um olhar de admiração supremo. —Você realmente é a mulher mais corajosa
que já conheci.
Ela franziu o cenho para ele. —Por que acho que existe um insulto velado nessa declaração?
O olhar dele deslizou para o carro. —Quanto tempo você tem dirigido neste refúgio do
inferno?
—Falando por experiência?
—Falando por minha mente.
Ela zombou pelo tom seco dele. —Ei, não bata nele. Ele ainda corre. Na maioria das vezes,
mesmo depois de desligar.
Thorn riu e balançou a cabeça para ela. —Sabe, tive meus problemas com Cadegan no
passado. Mas amo o merdinha, e a dignidade que foi duramente criticada na vida dele. Realmente
não quero continuar moendo o nariz dele com isso. Ele jogou alguma coisa para ela.
Jo pegou e percebeu que era um conjunto de chaves. –O que é isso?
Ele apontou com o queixo para o novo Mercedes SUV preto brilhante por trás do Falcon. –
Acho que é algo que você gostará tanto ou muito mais quando se aventurar neste reino. Também
comprei a hipoteca de seu condomínio, e fiz ao senhorio uma oferta que não poderia recusar.
—Morte e destruição?
Um brilho maligno escureceu os olhos dela. —Vamos dizer, que ele viu as vantagens de
chutar todo mundo para fora do lugar. Todo o edifício agora é seu, e está sendo reformado para
servir como uma única casa e não com vários apartamentos.
—Leucious!
—Relaxe. Todos foram bem recompensados por seus problemas. Além disso, fiz um favor a
eles. Aquele lugar era um risco de incêndio, se apenas uma torradeira falhasse não ficaria longe da
tragédia. O empreiteiro trabalha para os Dark-Hunters então estamos colocando-os em ...
proteção, digamos assim, para você e Cadegan. Considere isso como um presente de casamento.
O coração dela amoleceu com a bondade dele. —Obrigada.

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Inclinou a cabeça para ela. —Basta cuidar dele para mim. Certifique-se de que ele
permaneça na luz.
—Isso com certeza farei.
Ele abriu a porta do carro para ela. — Já coloquei todos os seus equipamentos de volta para
você.
Jo parou ao seu lado. —Pode te perguntar uma coisa?
—Talvez.
Ela ignorou seu sarcasmo. –O que há entre você e Karma?
—Certamente agora ... quatro quilômetros.
Ela bufou e passou-lhe uma careta irritada. —Sabe o que quero dizer.
—Sei o que quer dizer, e é entre mim e Karma.
—Você sabe o quê, por não responder a pergunta, você está respondendo.
Ele fechou a porta. —Talvez ela só lave a roupa para mim. Você já pensou nisso?
Apenas uma banheira de água quente do inferno — E. ... Tudo bem. Mantenha seus
segredos. Estive na sua cabeça e sei de fato que você não é muito o fodão que finge ser.
—Mas ainda sou o assassino que era.
Um calafrio percorreu a espinha dela. Isso era verdade. —Acho que um guerreiro bárbaro
nunca muda.
—Apenas os campos de batalha e as causas. Ele afagou-lhe a mão. —Se precisar de mim,
estou apenas a um telefonema sem resposta de distância.
Ela riu, sabendo que ele não estava falando sério. —Ei, Thorn?
Ele arqueou uma sobrancelha.
—Eu te amo. Você é um irmão mais velho impressionante.
Apertando a mão dela, ele não disse mais nada enquanto se afastou em direção a um
elegante Bentley na esquina.
Jo passou a mão sobre o interior de couro elegante. Uau! — Nunca vou dizer outra palavra
mal sobre você novamente, Thorn. Bom senhor demônio.

Thorn congelou no momento em que fechou a porta do carro. Alguma coisa estava errada.
Mortalmente errada. —Josiah?
Seu motorista não se virou. Estava completamente imóvel no lugar, com o sangue saindo de
sua orelha esquerda.
Merda.
Enquanto Thorn estendeu a mão para a maçaneta da porta, aquilo derreteu e as portas
trancaram. Estava bloqueado do teletransporte. Furioso, conhecia apenas um demônio que se
atreveria a fazer tal coisa com ele. —O que você quer? — Perguntou com os dentes cerrados.
Uma sombra escura apareceu no assento ao lado dele. –Você não ligou. Você não mandou
e-mail. Estou começando a sentir como se você não gostasse de mim. E isso realmente me magoa
profundamente.

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Thorn olhou para o demônio. — Você não recebeu o presente do dia dos pais que lhe
enviei?
Olhos vermelhos manifestaram-se para encará-lo. —Sim, nas mãos do meu melhor demônio
em uma caixa rosa, sangrenta, um dedo médio estendido. Tão atencioso da sua parte.
—Sabia que iria gostar. Assim que o vi na minha bunda, sabia que faria o presente perfeito
para você.
O pai dele criticou-o contra a porta. —Onde ele está?
—Onde você não pode alcançá-lo.
—Sei que você tem aquele pequeno bastardo blindado contra mim. É apenas uma questão
de tempo antes de encontrá-lo novamente e pegar o que quiser.
Thorn zombou de seu progenitor nebuloso. —Ele morreria antes de permitir que ficasse com
ele.
—E vou matá-lo por isso. Veja, todos nós podemos conseguir o que queremos e sermos
felizes. Por que prolongar o inevitável?
—E perder todas essas divertidas conversas de pai e filho que temos? Por que faria isso, meu
velho?
Paimon suspirou. —Preciso matá-lo?
Thorn começou a rir. —Experimente.
A sombra criou uma boca gigante com dentes serrilhados. Abrindo-a, moveu-se para engolir
Thorn totalmente.
— Isso era assustador apenas quando era criança. Cresci, pai. Lide com isso.
Ele gritou na cara de Thorn. —Choro sobre a semente que derramei para gerar você!
Thorn acariciou seu coração. —Tanto amor paterno e compaixão. Isso traz lágrimas aos
meus olhos. — Suspirando, ele abriu a mão e examinou suas unhas tratadas como se entediado
com aquela troca. — Por que você o quer tanto assim? Não é como se pudesse usar seus poderes
onde está. — Ele olhou para cima. —Ao menos que tivesse um corpo?
—Por que lhe diria se tivesse?
—Bom. Você não tem. Isso vai me poupar o trabalho de ter que encontrá-lo e bani-lo.
Paimon apertou suas costas de volta contra o assento. — Você acha que é tão inteligente e
esperto. Mas existe coisas muito piores do que eu ir atrás de seu filho, Leucious. Nós vamos
encontrá-lo.
—Não. Vocês não vão. Agora vá embora. Você está fazendo o local feder. E existe uma lista
de espera de seis meses para obter mais um desses.
Paimon apressou-se, em seguida, passou seu corpo para retornar ao reino para onde Thorn
o banira séculos atrás.
Suspirando de alívio, inclinou-se para frente para fechar os olhos de Josias, e sussurrar uma
oração para o pobre homem.
Enquanto fazia isso, o rosário de Cadegan caiu de seu bolso. Trouxe hoje para devolvê-lo a
ele, mas absteve-se. Ele tinha tão poucas coisas de seu filho, que não foi capaz de separar dele.
Pegou-o e apertou-a aos lábios. Nem Cadegan nem Jo poderiam conhecer a verdade sobre
quem realmente seduziu Brigid.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 149
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

Ou por que.
Cadegan era muito mais do que Thorn jamais esperara em um filho. E graças a Josette,
estavam agora reunidos.
Como irmãos.
Isso era tudo que alguém precisava saber.
Por enquanto.

Jo gemia enquanto lutava com sua bolsa e tripé. Assim enquanto estava prestes a
amaldiçoar o dia como um velho cão rabugento, Selena apareceu para ajudar.
—Belo caro.
—Eu sei, certo? Aparentemente, o meu futuro cunhado tem um monte de culpa e ainda
mais dinheiro.
Selena bufou. –Ainda bem que está aqui. Todo mundo está no limite.
—Claro que estão. É terça-feira, depois de tudo.
Ela fez uma careta. –O que você quer dizer?
—Sabe ... Terça- a nova segunda-feira. Porque minha vida tem tanta merda nisso, que um
mero único dia não poderia conter toda a gama de horrores e degradações que procuram roubar
minha sanidade ....
—E esta discussão específica é um desafio sério a minha necessidade desesperada de não ir
para a cadeia por assassinato ... O que você estava dizendo novamente? — Selena completou a
frase que havia sido um discurso favorito de Tiyana toda terça-feira, quando uma nova mercadoria
vinha para sua loja. — Deus, como sinto falta dela.
—Sim. Eu também. Desculpe, me lembrei disso. É terça-feira, e a ouvi em minha cabeça e
sorri.
Selena assentiu. —Estou apenas feliz por não perder você também. Nunca mais me assuste
assim novamente.
—Sim, a morte está seriamente perdida de meus planos futuros.
Elas arrastaram o equipamento para dentro.
Jo deixou cair ao lado da porta e soltou um gemido. —Então onde eu preciso colocar?
—Deixe-me verificar. Estarei de volta logo. — Selena subiu as escadas correndo.
Enquanto esperava, Jo entrou na sala que a fez suspirar a última vez que esteve aqui.
Agora entendia o porquê. Era como algo saído de um museu. Havia todos os tipos de
artefatos antigos espalhados. Parecia a casa de Karma com esteroides.
—Josette?
Ela virou-se, o mesmo sussurro que ouviu a última vez que esteve aqui. Droga, soou tão
parecido com Tiyana, era assustador.
Algo brilhou em sua direita.
Ofegante, ela se virou para aquilo. Não havia nada lá. Pelo menos não até que ela viu a
imagem de uma mulher em um espelho velho.
—Tia?
Não, ela estava louca. No entanto, parecia tanto com Tiyana que era assustador.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 150
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Dark-Hunters 26

—Corra, Josie, corra!


Nesse momento, sabia que era Tia. Ninguém a chamava de Josie. Correu para a porta sem
hesitação.
A porta se fechou com uma batida assim que chegou.
Aterrorizada, Jo se virou. As persianas em todas as janelas se fecharam e se trancaram com
um barulho estrondoso e num piscar de olhos. Quem está aqui?
—Ela não é uma waremerlin.
O proprietário, Cal, se moveu das sombras para se aproximar dela. Enquanto se aproximava,
ele se transformou em um homem bonito, com a pele pálida e olhos disformes. —Ela conduziu o
waremerlin para fora de sua prisão. Ele a protege. Você queria seu escudo, Kessar. Eu lhe dei os
meios para consegui-lo.
Jo ouviu ainda mais sussurrando em sua cabeça. Era como ouvir o mundo inteiro em um
canal aberto. Nunca imaginou nada parecido com isso.
Kessar era um demônio gallu sumeriano. Ela não fazia ideia de como sabia disso, mas as
vozes em sua cabeça lhe disseram. Pena que nenhum deles jamais havia tossido números
vencedores da loteria.
Bastardos!
Ela se virou para Cal, e sabia que ele estava possuído por um demônio extremamente mortal
e poderoso. Aquele que estava desesperado para colocar as mãos sobre Cadegan e entregá-lo
para Paimon. —Valac.
Ele se endireitou um pouco. — Como sabe meu nome?
—Adivinhe? Você sabe ... Bob, Michael ... Valac. — Jo continuou a ouvir enquanto algo
dentro dela estalou.
Kessar moveu-se para dominá-la.
Ela jogou a mão e com algum poder que não compreendia, parou-o morto em seu caminho.
Era como se algo ou alguém tivesse o controle dela. Como se estivesse em transe e alguma antiga
força residisse profundamente dentro dela. Por que você busca o Escudo? Para que, vai usá-lo?
Mostrando suas presas demônio serrilhadas, Kessar tentou se libertar. Ele borbulhava em
sua garganta antes que seus olhos vermelhos ficassem vidrados e falou como se estivesse no
mesmo transe que a mantinha imóvel. —O Escudo me permitirá descer para Kalosis e me
protegerá dos meus inimigos para que possa matá-los todos, e recuperar a honra da minha raça
daqueles que agora nos caçam como animais raivosos por nosso sangue.
—Você segura o escudo — Valac engasgou. —O Dagda voltou ... — Ele convocou um buraco
no chão e foi se derramando distorcidamente, criaturas aladas voaram para ela como rejeitados
do Mágico de Oz, ou Zombie Edition.
Instintivamente, Jo pegou o colar que Cadegan lhe dera e sussurrou as palavras que ele
ensinou. – Ysym arglwydd gwrdd gorddifwng ei far, gorddwy neb nyw ystwng.
No momento em que essas palavras foram pronunciadas, a armadura dourada envolveu-se
em torno dela, e o colar se expandiu em um escudo gigante.
Jo engasgou quando percebeu que o Escudo de Dagda não era aquele da casa de Cadegan,
afinal ... era o escudo do cavaleiro que deu à ele quando morreu.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 151
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

Esta era a relíquia do Rei Arthur que todos procuraram. Isso foi pelo que Cadegan havia sido
torturado e nunca fora revelado. Enquanto isso estava debaixo do nariz do atacante dele o tempo
todo. Inofensivo na aparência, era um dos mais fortes dos objetos sagrados, Emrys Penmerlin
havia dado ao Rei Arthur para ajudá-lo a governar o reino.
E Cadegan o confiou a ela. Para mantê-la segura na ausência dele. O único objeto que ele
jurou nunca deixar.
Agora entendia por que Cadegan nunca o usou na batalha.
O preço por portá-lo era exaustivo. Ela se sentia como se fosse cair simplesmente com o
peso daquilo. Mas então, não fora feito para ela. Faltava-lhe o sangue necessário para usá-lo ...
De repente, o Escudo clareou enquanto os demônios atacaram em massa. Uma espada se
manifestou na mão dela.
Naquele momento, sentiu a força dos antigos celtas dentro dela. Aquilo correu pelo seu
corpo, até que ela era mais forte do que jamais estivera antes. Com a habilidade de Cadegan,
começou a expulsar os demônios de volta e combatê-los.
Kessar pegou alguma coisa da coleção de Cal antes de correr para fora de sua vista e
desapareceu.
Jo sabia que deveria ir atrás dele, mas precisava lidar com os soldados de Valac
primeiramente, o que era óbvio, eles não tinham a intenção de deixá-la sair daqui.
Valac gritou comandos para seus demônios. —Quero aquele Escudo! Liberdade para o único
que puder reivindicá-lo!
Karma bateu na porta, gritando para entrar.
Rangendo os dentes contra o ataque, Jo abaixou um demônio e evitou outro enquanto
lutava contra eles. –Adoraria que você pudesse participar da festa. Mas estou um pouco ocupada
para desbloquear a porta. — Ela se esquivou do demônio que se lançou para ela. Em seguida,
virou-se e balançou a espada.
A cabeça saiu voando.
Ew! nojento!
Valac tentou alcançá-la, apenas para recuar dela quando correu para muito perto do Escudo.
O Escudo formou um arco para fora de carga elétrica, que o levou de volta. Assobiando em fúria,
ele se transformou no corpo de seu demônio —Quero aquele escudo! Vou tê-lo!
—E eu quero a paz mundial e M & Ms tostados. Acho que estamos todos decepcionados,
hein?
Toda a casa tremeu como se estivesse no meio de um terremoto. De repente, os demônios
rolaram para fora do buraco com uma velocidade e intensidade que ela não poderia sequer contar
todos.
Estou em um pesadelo muito ruim...
Mantendo o Escudo acima, Jo não podia mais lutar contra o número crescente deles. Mesmo
tendo sua armadura e escudo, mas não possuía a habilidade e experiência de Cadegan lutando
contra o maldito. Tudo o que podia fazer era se ajoelhar no chão e manter o escudo entre ela e
eles.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 152
Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

Mais e mais, eles batiam sobre ela e corriam para suas costas. Os membros dela estavam
dormentes por causa da dor.
Vou morrer aqui. Como uma miserável ração de demônio.
Justamente quando teve certeza que deixaria cair o escudo, as portas atrás dela se abriram.
Vestido com sua túnica, Cadegan estava lá, gritando em uma língua que não era nem Welsh
nem latim, nem qualquer coisa que já ouvira antes.
Ele e Thorn, com a ajuda de Illarion e Max, e Adar Llwch Gwin, fizeram o um caminho através
dos demônios até que Cadegan estava ao seu lado. As habilidades dele impressionaram ainda
mais, agora que compreendia totalmente o preço que esse tipo de combate tomava de um corpo.
Com a espada em uma das mãos, ele expulsou os demônios para trás, enquanto a ajudou a
se recuperar e ficar em pé. –Fique atrás de mim, meu amor. Juntos, vamos bani-los.
Algo mais fácil de dizer do que fazer enquanto os demônios ganhavam velocidade. Eles
giravam ao redor da sala, gritando e atacando, mais rápido do que ela pudesse seguir. Thorn e
Valac estavam rasgando um ao outro como se tivessem um jogo de rancor de algum tipo.
Sangrando, mas destemido, Cadegan virou-se para Thorn. —Temos que bani-los.
Thorn chutou Valac de volta. –De acordo.
Cadegan segurou sua espada para cima, com um grito de guerra feroz. Thorn fez o mesmo.
Eles olharam para ela. Seguindo o exemplo, ela segurou a dela e tocou a lâmina com a deles.
Os homens começaram a cantar. – Crux sacra sit mihi lux! Non draco sit mihi dux! Sunt mala
quae libas. Ipse venena bibas! Pax nobiscum!
Ela não foi capaz de se juntar a eles até o terceiro round. E enquanto ela falava as palavras,
começou a compreendê-los. Cruz Sagrada seja a minha luz. O dragão não vai me governar. O que
você me oferece é mau. Beba seu veneno. Que a paz esteja conosco.
Enquanto falavam, um escuro vórtice girava aberto, semelhante àquele de onde demônios
emergiram. Lutando contra aquilo, os demônios começaram a gritar e correr. Com dedos
esqueléticos de um relâmpago, o vórtice estendeu a mão e pegou-os, um por um.
Exceto Valac. Quando as mãos se estenderam para ele, ele amaldiçoou-os de volta e riu.
Somente, ele, resistiu às palavras de banimento enquanto pairava sobre o chão, batendo as
asas. Seus olhos de um laranja vibrante, assustador, olhava para Thorn. —Nós não acabamos,
Forneus! Conheço você e você vai se curvar diante de mim!
Thorn riu dele enquanto quebrava as fileiras e enfrentava o demônio. — Quando o Inferno
congelar! — Ele enviou uma explosão de cor para ele.
Esquivando-se da explosão, Valac tentou desaparecer. Mas Cadegan sabia que se o fizesse,
ele estaria de volta pelo escudo que fora enviado.
Acima de tudo, ele estaria de volta por Josette.
E ele nunca permitiria.
Enquanto Valac mergulhava para o portal, Cadegan fez o que nunca havia feito antes. O que
Thorn lhe proibiu de fazer.
Ele convocou o demônio interior e correu para Valac. Thorn gritou, mas ele ignorou-o
enquanto colocou seu corpo em torno do demônio mais velho e segurou-o.
Valac lutou por sua liberdade. Suas garras rasgando a carne de Cadegan.

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Nada importava.
Com suas presas se alongando, ele olhou para Josette e sentiu seus poderes surgirem ainda
mais. —Você não vai deixar este lugar, — ele rosnou em sua língua demônio nativa. —Você não
vai ameaçar o que amo. Nunca mais.
Valac assobiou e gritou enquanto Cadegan sentia seus poderes se misturarem pela primeira
vez em sua vida. O demônio se misturou ao Tuath Dé. Enquanto fazia isso, usava a força para
rasgar Valac em pedaços.
Com um último grito, o demônio se desintegrou.
Cadegan jogou a cabeça para trás e rugiu enquanto seus poderes absorveram os de Valac e
ele ficou ainda mais poderoso.
Jo cambaleou para trás enquanto a forma de Cadegan se transformou em algo
verdadeiramente aterrador. Sua forma fundiu-se com a bagunça mutilada que era Valac.
Thorn puxou-a para trás. Seus traços pálidos, ele inclinou sua espada para Cadegan.
—Não — Ela colocou a mão em seu braço e inclinou a lâmina para o chão.
Engolindo seu terror, forçou-se um passo em torno de Thorn e se aproximou do deus
demônio. —Cadegan ... sei que você pode me ouvir. E você não quer me machucar, não é? —
Usou o mesmo tom com ele que fazia com seus filhotes. —Não, você é um demônio bom menino,
não é? Você não nos quer como churrascos ... Eu não posso manter minha promessa a você, se
você fizer assim.
Ele levantou a cabeça e franziu a testa. Por um minuto, pensou Jo pensou que seria torrada
no chão.
Ela estendeu a mão e tocou-lhe a perna enquanto ele pairava no ar.
Primeiro, ele recuou, em seguida, fez uma pausa para encontrar o olhar dela. —Josette?
—É isso mesmo. Você quer descer desta festa de Halloween agora? Dou-lhe o primeiro
prêmio para o traje, baby.
Ele lentamente começou a se transformar.
Thorn andou em direção a ele e ele imediatamente voltou atrás.
—Saia — Ela virou-se para ele. —Todos, voltem ou saiam da sala.
Cadegan abaixou-se para o chão. Em seguida, voou para ela e passou os braços e as asas em
torno do corpo dela. Ele deitou a cabeça no ombro dela e imediatamente voltou à sua forma
humana. Todo o corpo dela tremia, Jo segurou o Escudo, e quando o fez, ele voltou a ser um colar,
e o devolveu para Cadegan.
Ele passou o polegar sobre o dragão de três cabeças, antes de colocar ao redor do pescoço
dela. —Precisa disso, moça.
Ela sorriu para ele. —Acabou?
Ele encontrou o olhar amargamente divertido de seu irmão. —Não, Amor. A guerra nunca
acaba para aqueles de nós que lutam contra isso. Mas nós ganhamos este dia. Eles não vão estar
de volta até recuperar a força e número.
Jo fez uma careta para ele e, em seguida, olhou para baixo para o Escudo que ela usava. —
Não entendo. Como posso usar isso? Achei que precisava ser do sangue de Dagda para que
funcionasse.

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—Precisa.
Ela torceu o rosto em desgosto. —Por favor, não me diga que somos parentes. Querido, não
depois daquilo que fizemos.
Cadegan riu dela. —Não, meu amor. Nós não somos parentes. Mas uma parte de nós sim,
atualmente reside dentro de você.
— Localização de combate. O quê?
Ele pegou a mão dela e beijou-lhe os dedos. —O filho que você carrega unifica seu sangue
com o meu. Enquanto você levá-lo, você pode empunhar e me proteger. Por isso dei a você. De
modo que ninguém poderia causar mal a qualquer um de vocês.
Ofegante, ela colocou a mão em seu estômago. Estou grávida?
Ele acenou com a cabeça. —Na primeira vez que toquei em você.
Alegria a consumia. Atirou-se contra o peito dele e segurou-o com força. —Droga. Nunca
vou conseguir meu casamento em junho.
—Vou me casar com você na hora que quiser. Em qualquer lugar que você queira.
Ela balançou a cabeça. —Não. Se estou grávida agora, ele vai nascer em algum momento de
junho. Eu não quero que ele tenha que competir com o nosso aniversário. Junho, será sempre o
mês especial dele. Sozinho.
Karma pigarreou para chamar a atenção de onde se agachou no chão ao lado do corpo de
Cal. Ele deve ter desmaiado quando Valac saltou para assumir sua forma demoníaca, a fim de lutar
contra eles. —Ei, Jo? Pergunta? Alguma dessa merda foi filmada?
Jo inalou bruscamente. —Não. Desculpe. Eu não tive tempo para me organizar.
Karma suspirou quando se levantou. —Bem. É isso aí, Jo. Você está demitida. Te amo, mas
você foi idiota nisso.
Thorn zombou dela. —Na verdade, ela é melhor nisso do que você é. Pegaria leve com ela.
Ela segurou bem o enxame em volta sem ajuda. Droga impressionante para uma mulher que tem
poderes inexplorados e sem capacidade de exercer ou controle deles. — Ele colocou a mão no
ombro de Karma. —Agora vou avisar Acheron e Stryker que Kessar está de volta e se lançando
para eles. Poderíamos tê-lo detido hoje, mas ele vai voltar.
Karma assentiu. —Avisarei Xedrix para proteger a esposa dele, também. Kessar pode tentar
por eles. A última coisa que qualquer um de nós precisa é dos demônios gallu para se reunir com
os Dimmes e Carontes. Isso seria o holocausto demônio.
Thorn encontrou o olhar de Cadegan. —A Guerra continua e piora. Oh melhor. Ainda temos
empregos.
Jo riu de seu sarcasmo seco.
—Falando disso, — Ioan disse quando sentou-se sobre as patas traseiras. –Você não vai nos
expulsar de volta para Glastonbury, vai?
Thorn hesitou. –Vocês dois tem sido de grande ajuda. Mas nós temos um problema. Vocês
não se misturaram exatamente aqui.
—Espere — Talfryn imediatamente mudou de sua forma de besta e um homem
extremamente bonito. —Se nos parecermos com isto, podemos ficar?
Thorn arqueou uma sobrancelha.

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Ioan também se transformou.


Desta vez, Thorn ficou boquiaberto. Ele olhou para Cadegan. —Você sabia que poderiam
fazer isso?
Claro – Você não sabia?
Thorn parecia um pouco envergonhado. —Preciso renovar minha assinatura de Mythology
Today.
Talfryn ignorou isso. —Então podemos ficar?
Thorn concordou. — Desde que se misturem.
— Legal — Talfryn cumprimentou Ioan. —Agora só preciso descansar, e será um dia perfeito.
Ioan revirou os olhos. —Como será perfeito, se eu for sua babá?
—Pare de reclamar. Quero aprender a dirigir. Você acha que ... –As vozes sumiram quando
foram para fora da casa e para a rua, com Max e Illarion seguindo a uma distância discreta, que
dizia que não queriam ser confundido com os amigos.
Mama Lisa e Karma inspecionaram a bagunça que estava na sala. Artefatos e móveis foram
estilhaçados e espalhados por toda parte. Mesmo uma janela foi quebrada fora. Ela olhou para o
corpo inconsciente de Cal. – Acha que vamos receber o pagamento?
Karma zombou. —Honestamente? Provavelmente vamos ser processadas ... de novo.
Selena tocou Karma nas costas. —Boa coisa que me casei com um advogado, não é?
Enquanto continuaram a se preocupar sobre o processo pendente, Jo puxou Cadegan para
fora da sala para falar com ele em particular na entrada. —Então como foi com Grace?
—Nós fomos interrompidos quando você chamou o poder do escudo e me alertou que
estava em perigo, mas ... ela disse que tenho potencial. Ela não vê nenhuma razão para que eu
não possa aprender a me encaixar aqui, neste mundo estranho que você chama de lar.
—Bom. É tudo o que ela disse?
—Ela também me perguntou o que seria necessário para tornar este lugar uma casa e para
me fazer feliz.
—E o que você disse?
—Sabe o que disse.
—Mas quero ouvir você dizer isso.
—Não preciso dizer. — Ele colocou a mão no escudo ao redor do pescoço dela. —É muito
melhor mostrá-lo ... e falando disso ... — Ele pegou a mão dela e levou-a para a porta.
—O que está fazendo?
—Você tem uma promessa a cumprir, minha senhora. Uma que pretendo mantê-la,
enquanto for um bom menino para a Dr. Alexander.
Thorn viu quando desapareceram no ar, sem dúvida retornando para Katateros.
Mas, enquanto saíram, a notícia bateu nele como um punho.
Cadegan teria um filho com uma mulher cuja linhagem corria direto para o próprio Zeus.
Nenhum deles entendeu a importância ou a força dessa criança. Esqueceram-se da
descendência de Acheron.
A força deles seria muito mais devastadora nas mãos certas ou erradas.

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Merda. A guerra que mais temia, estava se aproximando rapidamente e não haveria
nenhuma maneira de pará-la.

Capítulo 20

Thorn congelou no momento em que voltou para casa, no seu sombrio castelo escuro no
reino inferior do mal absoluto. Ao mesmo tempo, esta que fora casa de seu pai.
Até que ele baniu o bastardo e tomou o lugar dele.
Quando entrou em seu escritório para beber o que precisava para se alimentar, sentiu uma
forte presença na sala.
Thorn olhou para o último bastardo com quem queria tratar. — O que está fazendo aqui?
Com cabelos longos e olhos de cores diferentes, Jaden saiu das sombras. — Senti que não
deveria ter sido feito. Valac está morto?
Thorn suspirou. —Está.
Horror absoluto escureceu os olhos de Jaden. —Só o Sephiroth tem esse poder.
—Aparentemente, Jared tem um amigo. — Thorn moveu-se para a sua garrafa de cristal e
serviu-se de sua libação. —Como os Chthonians levantaram-se da Fonte como um contrapeso aos
deuses que estavam abusando de seus poderes de rapina sobre a humanidade, parece que temos
uma nova espécie, nascidos para equilibrar as raças de demônios.
Jaden amaldiçoou em voz baixa. —Forneus ...
—O que quer que eu faça? Diga-me que poder pode destruir isto?
—O Malachai.
—Quer jogar o Malachai contra ele e fazer o Malachai muito mais poderoso? É esse
realmente o seu plano? — Ele riu. —Bom. Vamos detonar armas nucleares, enquanto estamos no
assunto. Pelo menos, então, o planeta seria habitável novamente ... eventualmente.
Jaden esfregou as mãos sobre os olhos. –Você é insano. Você deveria tê-lo matado no
nascimento.
—Com você deveria ter matado sua descendência?
Os olhos de Jaden queimaram com ódio. —Nós não falamos disso. Nunca.
Estreitando os olhos sobre o animal que mais odiava — o bastardo que era o único
responsável pelo lamentável nascimento de Thorn — ele engoliu sua bebida. —Idem. O que você
acha que aconteceria se seu chefe, o meu avô, que soubesse de seu bisneto?
Ciente do pesadelo, Jaden desviou o olhar. —Qual jogo está jogando?
—O mesmo jogo que você.
Não, — Jaden rosnou, sei quem e o que sou. De qual lado do conflito claramente cairei. Você
dança com uma escuridão que um dia vai te engolir inteiro.
—Para seu bem ... para o bem do mundo humano que você ama tanto, é melhor você rezar
para que isso nunca aconteça.

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Jaden estremeceu quando foi chamado de volta por seus mestres. Com seu olhar escuro e
cheio de pressentimentos, ele fez uma pausa antes de sair com um tiro de despedida. —Tive essa
mesma conversa com seu pai, uma vez. Rezemos para que, quando a história se repetir, o
conquistador seja mais gentil com você.
Thorn abaixou sua bebida enquanto aquelas palavras ecoaram em seus ouvidos. Séculos
atrás, o Chthonian, Savitar, o havia alertado sobre a mesma coisa. Savitar condenou a união que o
havia trazido à existência.
Ambos traçaram uma linha tênue entre as forças que constantemente procuravam suas
próprias almas opostas. Como ele, Savitar escolheu abandonar o reino mortal pela solidão. Era
muito mais fácil evitar a tentação, quando não estava perto.
Somos todos os arquitetos de nossa própria queda. As palavras de Acheron o assombravam
agora.
No entanto, por outro lado, todo mundo também era o arquiteto de sua própria salvação e
redenção.
Infelizmente, só havia uma criatura que poderia dizer o resultado final de tudo isso. E,
felizmente, uma que ainda permanecia adormecida.
Dormindo.
Para o bem de todos, ninguém precisava perturbar essa besta.
Suspirando, Thorn moveu-se para sentar-se diante do seu fogo e olhar as chamas que lhe
falavam na solidão silenciosa de sua casa solitária. Usou seus poderes para puxar a bebida para ele
para que pudesse brindar o ruído. –Ao futuro. Que ele nunca traga para mim o que mereço.

Kessar agarrou o antigo disco em sua mão, quando entrou na caverna onde ele e o último de
seus irmãos, permaneceram escondidos dos Daimons gregos que buscavam seu sangue para que
pudessem caminhar na luz do dia e frustrar o deus antigo, a maldição de Apolo contra sua espécie.
Os Daimons os caçaram quase à extinção. Mas com isso ...
Era ainda melhor do que o Escudo de Dadga.
O que é isso, meu senhor? — Namtar perguntou enquanto Kessar passava.
Ele sorriu para o seu segundo em comando. —Nossa Salvação.
—Tem o Escudo?
Kessar balançou a cabeça. —Algo Melhor.
—O que seria melhor do que ... — Sua voz calou-se quando leu a inscrição no disco. –isso é
real?
—Sim, de fato. Pode sentir isso?
Namtar sorriu. —A Tábua de Esmeralda, — suspirou com reverência.
Colocando a bochecha do demônio em sua mão, Kessar assentiu. —Com Isso, nós não
apenas cresceremos. Nós dominaremos. É uma nova era que se anuncia. E nós seremos os
senhores de tudo. Mesmo os deuses, mesmo eles, se curvarão para nós.
A felicidade fugiu do rosto de Namtar quando tocou uma parte do disco. –Isto está
desgastado. Não vamos precisar dele para encontrar o item?

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—Em poucos meses vamos repará-lo. Isso é tudo. Então, vamos deixar esse buraco e tomar
de volta o nosso domínio de Stryker e de seus Spathi. Eles vão chorar pelo dia que cruzaram
conosco. E não teremos misericórdia para com eles.

EPÍLOGO

23 de Junho, 2015
Nova Orleans

Cadegan olhou para o rosto mais precioso que já vira.


Seu filho.
E ele não era um girino. Ou um demônio. Era um bebê perfeito. Totalmente humano na
aparência.
Josette segurou e embalou contra seu peito enquanto ele dormia em paz e total segurança.
Sua prima, Essie, que foi a parteira dela no nascimento, havia se retirado da sala a pouco tempo
com todo o clã Flora-Landry-Devereaux que fora convocado no momento que Josette entrou em
trabalho de parto.
Elas desceram em seu apartamento de Nova Orleans como gafanhotos demoníacos para
testemunhar o evento, e forçaram Cadegan a colocar Simi de guarda para mantê-las fora do
quarto, até que soubessem com certeza que o bebê não era um girino. Ou alguma outra coisa que
aterrorizaria a família dela.
Ele mesmo proibiu a Morrigan, Leucious, Talon e Sunshine de ir ao quarto até depois que o
bebê estivesse com eles. Queria que este fosse um assunto privado entre ele e sua esposa. Afinal,
o garotinho fora concebido sem uma audiência. Era apropriado que ele se acostumasse com seus
pais antes que fosse forçado a suportar mais estranhos.
Josette estava certa. Cadegan ainda era um recluso extremo, mas prazerosamente aprendeu
a compartilhar sua solidão com ela e seus filhos peludos. E ele olhou para frente para sua mais
recente aquisição.
Beijando seu rosto, ele sentou-se ao lado dela na cama.
Ela inclinou-se contra o peito dele. —Então como devemos chamá-lo? Sei que temos
argumentado por meses, mas temos que decidir com certeza, porque, hei, você vai levá-lo a sério
se for ridicularizado na escola.
Ele riu das palavras dela. — Estou ainda parcialmente inclinado pelo nome Guorthigirn.
—Deixe-nos lutar por algo que o pobre rapaz possa soletrar e pronunciar antes que chegue a
faculdade, certo?
—Aqui, Aqui, — Acheron disse quando ele e Styxx se juntaram a eles. –Ouça de alguém que
já experimentou isso. Acho que encontrei a única mulher da existência que não se importa de
soletrar e repetir Parthenopaeus mil vezes para cada pessoa que fala com ela.
Styxx riu.

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Cadegan revirou os olhos. —Feliz Aniversário, por sinal.


—E Para você e para o bebê ... com o nome que tiver, Styxx e eu consideramos uma honra
partilhar nosso aniversário com ele.
—Também consideramos.
Acheron e Styxx aproximaram-se lentamente, para que pudessem ver o bebê.
—Ele é lindo, — Styxx disse.
—Como um anjo, — Acheron acrescentou.
Josette sorriu para eles. —Obrigada.
Simi retrucou por trás deles. —Simi pode fazer uma sugestão sobre o nome do bebê akri-
boy?
Jo sorriu para o demônio que estava andando com impaciência, à espera de ser uma irmã
mais velha novamente. —-claro, Simi. Que nome você gosta?
—Drystan Eurig Maboddimun!
Jo sorriu. —Gosto disso. — Ela olhou para Cadegan. —E você?
—Poderia concordar com Drystan Eurig, com certeza. Mas nunca Maboddimun. Ele é
Drystan Eurig ap Cadegan a Josette. Ninguém nunca vai duvidar de sua filiação. Ele é nosso filho.
Orgulhosamente assim.
Jo esfregou o nariz contra seu filho. —Nunca cai caber tudo isso em uma carteira de
motorista, pequeno.
Acheron cruzou os braços sobre o peito. —Então e Drystan Eurig Cadox? Um encurtamento
galês do filho de Cadegan?
Ela assentiu com a cabeça. –Gosto disso! Digo que devemos ir por aí. — Ela sorriu para
Cadegan. –O que diz você?
—Sim, moça. Mas isso não parece muito justo com você enquanto fez a parte mais difícil do
parto. E os santos sabem, você desmentiu a mim e toda a minha filiação, quando se esforçou para
dar à luz a ele.
Rindo, ela beijou a bochecha dele. –Tudo perdoado agora que temos o pequeno Drystan
conosco.
—Yippee — Simi pulou e bateu palmas. — Simi finalmente deu um nome para um bebê
demônio! Agora posso dar-lhe os chifres?
—Por Favor, não, — Jo disse com uma risada quando segurou a cabeça do bebê para
protegê-lo. —Se fizer isso, as toucas que minha mãe costurou para ele não vão servir.
—Bem, poo. Isso não tem graça.
Bateram na porta.
Styxx abriu para mostrar Thorn e Karma, do outro lado. —Algum problema com mais
visitantes?
—Nenhum, — disse Jo. Cabe todo mundo da Grande Estação Central e mais alguns. Vamos,
rapazes. Juntem-se à festa!
Pela maneira hesitante que entraram, sabia que não podia ser bom.
Cadegan saiu da cama. —O que é?

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Thorn ignorou-o enquanto ele moveu-se para tocar a bochecha do bebê. — Você já deu-lhe
um nome?
—Drystan Eurig.
No momento em que a mão de Thorn tocou a pele dele, o bebê abriu os olhos azuis escuros
para olhar para ele como se o reconhecesse como família.
Thorn sorriu. —Ele é inteligente e bonito. Oi, pequeno Drystan. É um prazer finalmente
conhecer você. — Ele afastou-se da cama, enquanto Karma fugiu para o lado de Jo para que
pudesse segurá-lo por um minuto.
Virando-se para os homens, Thorn se afastou. –Sou o único que acha muito estranho dele
ter nascido no Dia do Fogo em Atlântida e compartilha a data com vocês dois?
Acheron encontrou o olhar de Styxx. —Isso ... passou pela nossa cabeça.
—E você que ano é esse?
—Lua de Sangue, — Styxx sussurrou. —28 de Setembro. Estamos muito cientes dos sinais e
da profecia.
Thorn baixou a voz. —Algum de vocês falou com Savitar nos últimos dois dias?
Cada um deles balançou a cabeça.
Acheron franziu a testa. — Por quê?
—Porque seu amigo, Kessar, despertou u a Guarda Scythian de seu sono.
Styxx e Acheron puxou a respiração bruscamente.
Cadegan fez uma careta para Thorn. –O que é a Guarda Scythian?
Foi Acheron quem respondeu. —A raça de Drakaina — mulheres dragões que eram uma
tribo irmã das Amazonas. Elas eram tão ferozes, que quase derrubaram ambos os panteões
sumérios e gregos. Quando foram finalmente derrotadas, Zeus transformou as sobreviventes em
pedra.
Thorn engoliu em seco. –Na ascensão da Lua de Sangue, serão capazes de libertar sua
rainha, Echidna.
Cadegan poderia dizer pelos rostos deles que ela não era uma adversária fácil, mas ele nunca
ouvira falar dela antes. —Echidna?
—A mãe de todos os monstros, — Styxx respirava. —Um dos Titans mais ferozes. — Ele riu
amargamente. — Estamos muito ferrados se não conseguirmos detê-los.
Acheron soltou um suspiro cansado. —É a Ascendência dos Dragões, soubemos que esse dia
chegaria. Os Scythians foram derrotados antes. Vamos fazê-lo novamente. Simples.
Styxx bufou. —Isto não é simples, irmão. Abater é simples para nós, talvez. Mas não é uma
solução simples para eles.
—Simi leva o seu molho de churrasco e todo um bando do Irmão Charonte de Xeddy. Será
que isso ajuda?
Styxx arqueou as sobrancelhas quando se voltou para Acheron. —Os Charonte nunca
lutaram com dragões?
Acheron assentiu. —E tiveram as asas entregues a eles. — Ele puxou Simi contra ele. –Isto é
um inimigo, Simi, você não pode vencer. Eles têm todos os poderes que você tem e muitos que
não.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 161
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Sua boca formou um pequeno O. —Então o que vamos fazer, akri?


—O que sempre fazemos. Defendemos e lutamos por nossas famílias.
Cadegan passou o olhar por eles e para onde Jo e Karma sentaram-se com seu filho.
Família. A única coisa que nunca pensou ter. Mas agora que encontrou, não estava disposto
a deixá-los ir. Não sem uma luta brutal. E luta brutal era o que sabia melhor.
Deixe o mal libertar seus dragões com tudo o que queiram. Eles estiveram num inferno por
uma batalha.
Ei, caras —? Jo chamou da cama. —Não fiquem tão preocupados e sérios. Vamos lá, vocês se
lembram quando todos morreram em 2012? E o mundo chegou ao fim em 1999?
Cadegan fez uma careta para ela. –Perdi o fim do mundo?
—E Todo o caos que foi com isso. — Ela torceu o nariz de brincadeira. —Vamos passar por
isso. U, Apocalipse assustador brilhante de cada vez. Afinal de contas, isso que é a vida. Raramente
montamos na roda-gigante. Mais frequentemente que não, som jogados nas costas do touro certo
enquanto eles abrem o portão. Tudo o que você pode fazer, é respirar fundo, fechar os olhos e
segurar com as duas mãos. Ou você vai domar a fera, ou ela vai te quebrar. Mas isso só vai te
quebrar se você permitir.
Cadegan retornou ao seu lado enquanto Karma deixava a cama para dar espaço para ele. —
Ela está certa. Além disso, ela já fez o impossível. Se ela me devolveu minha alma, o que é uma
Drakaina?
—Pouco mais de uma dúzia, — Thorn disse baixinho enquanto Karma se moveu para ficar ao
lado dele. Mas quem está contando? — No entanto, pela primeira vez desde que ele entrou no
quarto, sorriu para Karma. —Vamos passar por isso. Afinal de contas, temos a única coisa que vale
a pena lutar.
—Churrasco? — Perguntou Simi.
Cadegan balançou a cabeça. —Família, Simi. É por isso que nos colocamos em perigo. E pelos
meus preciosos Josette e Drystan, de bom grado, me comprometo contra qualquer desafio. — Ele
olhou para os outros. Não estou esquecendo a família estendida. Nós vamos sobreviver.
—Não, — Styxx disse seriamente. — Vamos prosperar, e apesar de nossos inimigos, vamos
valorizar os que amamos e seremos felizes com os que temos. Enquanto nós os temos.
Jo pegou a mão de Cadegan na dela e sorriu para ele. —Aqui, Aqui. Como Tabby disse muitas
vezes, venham atrás de mim, cadelas. Ou eu vou com os Cajun atrás de você. E se você acha que
medieval é mau ... é só esperar. Você não viu nada ainda.

Cena Bônus

—Você, seu bastardo!


Entrando em sua tenda de guerra, Thorn congelou quando ouviu o tom furioso de Brigid.
Não foi nada em comparação com o tapa que ela lhe, deu assim que fechou a distância entre eles.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 162
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O demônio dentro dele se levantou, exigindo o sangue dela pelo assalto. Mas ele bateu-o
para baixo, por uma única razão.
Mereceu isso.
Seus olhos escuros brilharam quando ela olhou para ele com toda a fúria de deusa dela. A
respiração dela estava irregular, ela lutava para controlar-se.
Ele lambeu o sangue em seus lábios do golpe dela. – Levei isso porque você está com raiva
de mim, amor?
—Como se atreve, — ela rosnou em advertência, enquanto andava de um círculo em torno
dele, arrastando a saia de brocado em seus punhos cerrados.
Thorn arqueou uma sobrancelha, ainda atordoado que ela estivesse em sua tenda, furiosa,
no meio da guerra. Mais do que isso ... —Pensei que havia jurado que nunca respiraria o mesmo ar
que eu novamente. — Essa foi a versão polida das palavras dela, de qualquer forma.
Dois meses atrás, depois que ela descobriu quem e o que ele realmente era, ela havia
quebrado seu coração, chutando-o da cama dela, e baniu-o de ser a única felicidade que ele nunca
realmente conhecera.
—Estou grávida!
Thorn sentiu a cor abandonar seu rosto quando essas palavras o atingiram até mesmo mais
duro que a mão dela. —O que?
—Você me ouviu bem o suficiente!
Por um batimento cardíaco incrivelmente estúpido, quase perguntou quem era o pai, mas a
fúria dela respondeu bem o suficiente. Era seu descendente que ela carregava. Alegria o
atravessou com a perspectiva. Nenhuma vez considerara a possibilidade de paternidade.
Mas essa felicidade foi interrompida no momento em que ela falou de novo. —Você fez isso
de propósito! O quê? Você pretende oferecê-lo ao seu pai como um presente?
Ele ficou boquiaberto com a insinuação dela. — Honestamente você não acreditou nisso,
não é?
—Você é um demônio! No que mais devo acreditar? A razão de você ter dormido comigo,
era para chegar até o escudo do meu pai.
Totalmente falso, mas já tiveram este argumento. Ela se recusou a vê-lo como algo mais do
que a ferramenta de seu avô. E não foi por isso que ele a seduziu.
Por um tempo, nos preciosos braços dela, ele quase foi normal.
Limpou os lábios inchados. –Isso não foi toda a razão. Você é muito impressionante quando
não está me batendo.
Ela olhou para ele.
Thorn se preparou enquanto ela considerava a implicação do que haviam feito. –Então, o
que está planejando fazer com o bebê?
—Queria arrancá-lo do meu ventre no momento em que soube disso, mas pensei que me
mataria no processo. Se ele carregar o sangue demonkyn, preciso entregá-lo.
Essas palavras o machucaram no fundo de sua alma. Só uma vez, ele daria tudo para ser algo
mais do que a cria desprezada de seu pai. —Ele será apenas um quarto demônio.
—Uma gota é tão boa como o total.

** Essa tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 163
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Dark-Hunters 26

Ele fez uma careta. É claro que era. Já deveria saber disso. –Então entregue-o para mim. Eu o
criarei.
Os olhos dela queimaram com paixão raivosa. –Cortarei a garganta dele muito rápido no
momento em que nascer.
—Então você está planejando ficar com ele?
Ela balançou a cabeça. —Estou planejamento colocá-lo onde você nunca vai encontrá-lo.
Com sorte ele será mortal e vai morrer rapidamente após seu nascimento. Se não ... cuidarei disso.
Ele olhou para ela. —É do seu filho que você está falando!
—O que quer que eu faça? Amamentá-lo com leite de uma deusa? Para quê? Para fortalecê-
lo?
—Brigid ... — Moveu-se para tocá-la.
Ela rapidamente se afastou e olhou-o com um ódio amargo que escaldou a língua dele. —
Nunca me toque de novo. Vá para o seu avô e diga-lhe que você falhou. Nenhum de vocês nunca
vai tomar posse desta criança.
E com isso, ela se foi.

Brigid voltou para seus aposentos, enquanto seu medo e seu ódio guerreavam com o amor
que sentia tanto pelo demônio que a seduziu, como pela criança que ele lhe dera.
Como poderia ter sido tão tola? Mas, então, esse era o maior poder de Thorn. A capacidade
de enganar e fazer os inimigos confiarem quando não deveriam.
Sim, ele era um canalha desonesto. E ela estava tão só há tantos anos, desde que o seu
marido havia sido morto, e Tuireann havia se entristecido à morte por ter perdido seus filhos. Seu
próprio sofrimento a deixou fraca. E ela ansiava por conforto e companheirismo.
Existiu um tempo em que pensara que Thorn fosse o homem mais perfeito que já nascera, e
ele aliviou a agonia constante em seu coração. Encheu seus dias e noites com tão grande
felicidade.
Até que Gwyn ap Nudd disse à ela o que Thorn realmente era.
A quem ele servia.
Neto de Noir. O poder do mal mais antigo, mais escuro e primitivo. A essência do pior em
todos os tipos. Fechando os olhos, ela colocou a mão sobre o estômago, onde seu filho era apenas
do tamanho de um feijão.
—Em seu coração, você terá a capacidade de fazer o maior bem.
Ou o pior de todos os males.
—O que a está afligindo, filha?
Ela se virou ao som melódico da voz de sua mãe. Sob a forma de uma donzela, Morrigan
estava tão bonita como sempre. Seu escuro cabelo de corvo, estava trançado em torno da cabeça
dela em um intrincado padrão.
Antes que pudesse se conter, correu para a mãe e abraçou-a. – O que eu fiz?

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Sherrilyn Kenyon
Dark-Hunters 26

—O que todos nós temos feito algumas vezes. Você seguiu seu coração e isso levou a algum
lugar que você não queria ir. — Sua mãe colocou a mão ao estômago de Brigid. —Respire, filha.
Tudo vai ficar bem.
—Você tem certeza disso ou você acredita nisso?
—Existe uma diferença? Nós fazemos a nossa própria verdade com o que acreditamos.
Brigid fez uma careta para ela. –Está falando pela deusa do destino?
—Quem melhor para saber a verdade?
Ela estava certa, e Brigid a detestava por isso. —Ninguém nunca poderá saber quem é o pai.
—Então não lhes diga.
Brigid assentiu. Sim, manteria este segredo. E teria a certeza de que seu filho estaria para
sempre seguro de danos. Para sempre fora do alcance do mal. Ele seria um filho do Tuath Dé, e
mesmo que ela provavelmente devesse, não recusaria o direito de primogenitura dele. Ele seria o
último de seus filhos. Sentia isso, com cada parte sua de deusa.
Já havia enterrado um filho, não perderia outro.
—O nomearei Cadegan. O filho de batalha e glória. — E, além de vida, ela lhe daria a única
coisa que não ousaria confiar a qualquer outro. A única coisa que iria protegê-lo do perigo e
mantê-lo a salvo de todos.
O escudo de seu pai.
Enquanto Cadegan não derramasse sangue humano, estaria a salvo do alcance de seu pai.
Sua mãe passou a mão sobre a testa franzida de Brigid, alisando-a com os dedos. – O Bem e
o Mal existem no coração de todos nós. São as escolhas que fazemos, grandes e pequenas, a cada
dia, que determinam nosso futuro. Tenha fé em seu filho, Brigid. Porque enquanto ele carrega o
sangue do pai dele, ele também tem o seu. Uma vez que ele deixar você, a vida será dele próprio.
E como acontece com todos os seres vivos, ele terá que encontrar a coragem de enfrentar e
combater o que os inimigos armarem para ele. Se tropeçar, cair, ou, em última instância triunfar é
uma decisão que só ele poderá fazer. Pois não há verdadeiro fracasso na vida, filha. Apenas há a
derrota por um dia, antes de alcançarmos o sucesso.
—Mas e se ele se unir com o pai dele?
—O pai dele nasceu do sangue de Paimon. No entanto, ele rejeitou-o e agora está do nosso
lado.
—Por hoje. O que será de amanhã?
—Isso virá e não podemos parar isso. Mas não temos que temer o dia de amanhã.
Precisamos apenas enfrentá-lo.- beijando o rosto dela, sua mãe a deixou.
Ela estava certa e Brigid sabia disso. O que acontecesse, faria o seu melhor por seu filho e
teria esperança. Afinal, a esperança era o maior presente, e a única grande maldição de todos os
seres vivos.

Fim

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Sherrilyn Kenyon
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