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A PROMESSA MAIS SOMBRIA

Gena Showater
Senhores do Submundo 13

A PROMESSA MAIS SOMBRIA


Gena Showalter
Senhores do Submundo 13
A autora best-seller do New York Times Gena Showalter retorna com uma estória escaldante dos
Senhores do Submundo, sobre um soberano de vontade férrea e a beldade sombria que o derrete
com um olhar...
Possuída pelo demônio da Tristeza, Cameo não tem permissão para sentir alegria. Se ela se atreve,
sua memória é apagada. Com nenhum outro recurso, ela se aproxima de um Reino mais fantástico
do que qualquer conto de fadas, determinada a encontrar o único homem com a chave para sua
redenção.
Lazarus, o Cruel e Incomum, governa seu reino com um único foco inabalável: construir seu
exército e aniquilar seus inimigos. Nada o distrai... Até Cameo. Ele é implacável em suas tentativas
para fazê-la sorrir... E levá-la para sua cama.
À medida que as forças das trevas conspiram contra eles, ameaçando destruir o vínculo frágil que
forjaram, Lazarus que sempre foi calmo, fica enlouquecido. Cada beijo de parar o coração e os
toques perversos faz com que Cameo se balance a beira da felicidade, mas se ela cair, corre o risco
de esquecê-lo para sempre...

** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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Gena Showater
Senhores do Submundo 13

Equipe de Tradução e Revisão Talionis:


Capítulos Revisão Inicial Revisão Final
Capítulo 1 Kathy Valdirene
Capítulo 2 Franciuma Valdirene
Capítulo 3 Franciuma Valdirene
Capítulo 4 Joely Valdirene
Capítulo 5 Joely Valdirene
Capítulo 6 Indy Valdirene
Capítulo 7 Indy Valdirene
Capítulo 8 Flavia Alencar Valdirene
Capítulo 9 Flavia Alencar Valdirene
Capítulo 10 Indy Valdirene
Capítulo 11 Indy Valdirene
Capítulo 12 Valdirene Valdirene
Capítulo 13 Indy Valdirene
Capítulo 14 Valdirene Valdirene
Capítulo 15 Indy Valdirene
Capítulo 16 Joely Valdirene
Capítulo 17 Valdirene Valdirene
Capítulo 18 Valdirene Valdirene
Capítulo 19 Indy Valdirene
Capítulo 20 Flavia Leno Valdirene
Capítulo 21 Flavia Leno Valdirene
Capítulo 22 Flavia Leno Valdirene
Capítulo 23 Flavia Leno Valdirene
Capítulo 24 Flavia Leno Valdirene
Capítulo 25 Flavia Leno Valdirene
Capítulo 26 Indy Valdirene
Capítulo 27 Indy Valdirene
Capítulo 28 Indy Valdirene
Capítulo 29 Indy Valdirene
Capítulo 30 Indy Valdirene

Traduzido do Inglês
Envio: Δίκη
Formatação: Desirée
Capa: Elica

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Senhores do Submundo 13

Comentário da Revisora Val: Quando comecei a ler sobre Lázarus e Cameo lá no livro do
Baden eu não gostava dele e não tinha interesse pela estória dela. Eram dois personagens pelos
quais eu realmente não me interessava. Eu achava que ele a provocava demais, que ele era
grosseiro demais, mas só no livro de ambos pude entender o motivo.
Ao irritar Cameo, Lazarus a faz sentir raiva e a raiva embota a Tristeza e permite que ela se
exponha a outros sentimentos, além dos depressivos que ela carrega onde quer que vá. Então ele
a irrita, para logo depois fazê-la sentir prazer, desejo e finalmente gozar. Amar... As coisas básicas
que todos os seus amigos podem sentir e fazer. E Lazarus é incansável, ele toma como sua missão
fazer Cameo sorrir. Por serem tão raros, para Lazarus, os sorrisos de Cameo são como
preciosidades. O sorriso dela o mantém cativo como nem mesmo o vínculo forçado com a Harpia
Juliette foi capaz de fazer.
Eu reviso os capítulos e depois faço uma leitura final de todos eles. E chorei no
antepenúltimo capítulo. Nas duas vezes que li. Pelo sacrifício de Cameo e pela dor de Lazarus. Por
que ambos, ela principalmente, já tinham desistido de serem felizes, de serem amados... Cameo
estava cansada de ser rejeitada, de desejar ter pelo menos uma única pessoa que não se
encolhesse ao som trágico e melancólico de sua voz...
Que desespero viver uma vida onde só existe a tristeza, a melancolia... Onde você não
consegue sorrir, onde qualquer alegria que você já sentiu foi apagada de sua lembrança. Onde
além de sentir uma tristeza inominável você ainda a transmite para todos ao seu redor, em um
grau tão elevado que as pessoas são capazes de se matar para interromper a dor...
Então ela encontrou alguém que não se encolhia quando ela falava, que não era afetado
negativamente por sua voz, mas que a considerava viciante como uma droga...
Alguém que sabe quem ela é, os demônios que ela carrega e mesmo assim a amou acima de
tudo e de todos.
Lazarus é incansável em suas tentativas de fazê-la feliz, se sente magoado muitas vezes,
sente-se rejeitado, mas não desiste de Cameo. E essa é a maior prova de amor para mim. Depois
de Ashlyn, esposa de Maddox e Keeley, esposa do Torin, acho que foi o casal que mais renunciou a
si mesmo, ao próprio bem estar para poder estar junto de quem se ama e fazer o outro feliz.
Lazarus tinha um tempo mínimo de vida e ele não se importou, no pouco tempo que tinha, ele
queria o máximo com Cameo e se entregou irrevogavelmente, e essa entrega fez meu coração se

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inflar, se despedaçar e inflar novamente. Por que amor é assim, não importam os meios, ele
sempre te faz bem.
A estória é linda, cheia de humor, calor e muita perseverança. E um amor tão lindo e tão
forte que nada consegue extinguir.
Nada conseguiu separá-los. Nem a vida, nem a morte, nem os milhares de reinos dessa
estória. Seu cuidado e amor por Cameo compensou cada momento de tristeza que ela já
suportou. Por que Lazarus, o Cruel e Incomum, era docemente Amoroso e Apaixonado por sua
Obsessão. No afã de protegerem um ao outro, eles acabam magoando a si mesmos, mas sempre
colocam o outro em primeiro lugar, apesar da própria dor.
O Lazarus, de um carinha decapitado no livro do Strider, passou a ser o meu príncipe
encantado por que ele realmente encantou a portadora de Tristeza e a transformou em algo belo,
desejado e muito amado.
Eu recomendo veementemente e agradeço a cada leitor que esperou a nossa revisão. Foi
um prazer fazer o melhor trabalho possível para vocês.
Espero que a leitura lhes traga muitas alegrias.
A cada revisão concluída, me sinto feliz e impulsionada a agradecer a cada revisora que
dedicou seu tempo a esse trabalho. Hoje somos tão poucas, mas nossa união nos permite trazer
lindas estórias de amor para outros que não teriam oportunidade de conhecê-las.
A Kathy, Fran, Joely, Indy, Flávia Alencar e Flávia Leno meu agradecimento sincero e
profundo. É muito bom poder contar com vocês.

Deixo abaixo, o pedido de Lazarus para Cameo, em seu desespero de não saber se ela se
lembrará dele. E para mim, foi impossível terminar a leitura sem estar apaixonada por ele.
Eu sou o SEU homem. Acredite em mim. Lembre-se de mim.

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Glossário de Termos e Personagens

Aeron – Ex-Guardião da Ira, marido de Olivia.


Alexander – Conhecido como Alex, ex-namorado de Cameo
All-key – Chave Absoluta, relíquia espiritual capaz de libertar o possuidor de qualquer bloqueio
All-Seeing Eye - Olho-Que-Tudo-Vê – humana Danika Ford, com o poder de ver o céu e o
inferno, o passado e o futuro;
Amun – Guardião dos Segredos, marido de Haidee
Anya – Deusa (Menor) da Anarquia, comprometida com Lucien
Arca – Deusa Mensageira
Ashlyn Darrow – Humana com capacidade sobrenatural de ouvir conversas passadas, esposa de
Maddox
Átropos – uma Moira
Axel – Enviado que guarda um segredo
Baden – Ex guardião da Desconfiança, recém ressuscitado, atual guardião de Destruição, marido de
Katarina
Bianka Skyhawk – Harpia, irmã da Kaia, Gwen, Taliyah e consorte de Lysander.
Bjorn – Enviado
Black – Cavaleiro do Apocalipse, Fome
Braceletes em espiral em forma de serpente – relíquias místicas que podem ser usadas por
humanos e imortais, tornando o espírito que o usasse tangível para tudo e todos. Ela adere aos
braços, não pode ser retirada pela vontade de seu portador e traz de brinde um novo demônio.
Brochan – Enviado caído, irmão do Enviado caído McCadden
Cage of Compulsion – Gaiola da Compulsão – Artefato religioso com o poder de escravizar
qualquer um preso dentro dele
Caçadores – Inimigos mortais dos Senhores do Submundo
Cameo – Guardiã da Tristeza
Cameron – Guardião da Obsessão
Clock of Invisibility - Capa da Invisibilidade – Artefato religioso com o poder de ocultar o seu
utilizador de olhos intrometidos
Cronus – Ex-rei dos Titãs, ex-guardião da Cobiça, marido de Rhea
Danika Ford – Humana, esposa de Reyes, conhecida como o Olho Que Tudo Vê
Dean Stefano – Caçador, braço direito de Galen

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Deity – Única Deidade Verdadeira – Ex-rei dos Enviados (falecido)


dimOuniak – Caixa de Pandora, feita dos ossos da deusa da opressão, uma vez alojava altos
senhores demônios, anteriormente desaparecida, agora tem a forma de um pingente de maçã
Downfall – A Queda, clube noturno para Imortais de propriedade dos Enviados, Thane, Xerxes e
Bjorn.
Echidna – Gárgula, mãe de Lazarus
Elin – Híbrida de Fênix/humana, companheira de Thane
Ever – Filha de Maddox e Ashlyn, irmã gêmea de Urban
Fae – Raça de imortais descendentes dos Titãs
Fênix – Imortais descendentes de gregos
Flashing – Teleportar, transporte de um lugar a outro com apenas um pensamento
Fox – Atual Guardião da Desconfiança – Servo de Galen
Galen – ex-segundo - em - comando dos Caçadores; guardião da Falsa Esperança e do Ciúme
Gideon – Guardião das Mentiras
Gillian Bradshaw, Gilly – Humana, recentemente transformada em imortal, vinculada a Pukinn
Ginger Ford – Irmã de Danika Ford
Glorika Aisling – mãe de Josephina
Gárgula – criatura imortal capaz de transformar qualquer ser vivo em pedra
Green – Cavaleiro do Apocalipse, morte
Gregos – Ex-dirigentes do Olimpo, agora presos no Tártaro
Guinchando – O equivalente a twitar, para os imortais.
Gwen Skyhawk – Harpia, esposa e consorte do Sabin, irmã de Galen.
Hades – Um dos nove reis do submundo, Pai de Lúcifer e William
Haidee, vulgo - Ex – Ex-Caçadora imortal, esposa do Amun, guardiã do Amor
Hellhounds - Cães do inferno – Cães enormes e ferozes, do tamanho de cavalos, possuem muitas
presas e caudas longas enroladas como chicotes. Protegiam o submundo, caçavam, e capturavam os
espíritos que conseguiam escapar.
Hera – Rainha dos gregos, esposa de Zeus
Hilda – Esfinge, guardiã do Reino dos Crânios
Isca – Humana cúmplice dos caçadores
Josephina Aisling – metade humana, metade Fae; também conhecida como Sininho, Tinker Bell,
Tinker Hell, Tink, Tinky Dink, rainha dos Fae e esposa de Kane
Juliette – Harpia, conhecida como a Erradicadora, autodeclarada consorte de Lazarus
Kadence – Deusa da Opressão, falecida, embora esteja em forma espiritual

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Kaia Skyhawk – parte Harpia, parte Phoenix, também conhecida como a Trituradora de Asas; Irma
de Gwen, Taliyah e Bianka, consorte de Strider
Kane – Guardião de Desastres, marido de Josephina
Katarina Joelle – Ex-humana, alfa dos Cães do Inferno, consorte de Baden
Keeleycael – Curadora, poderosa, a Rainha Vermelha, companheira de Torin
Klotho – uma Moira
Lachesis – uma Moira
Lazarus – O Cruel e Incomum, guerreiro imortal; filho único de Typhon e da gárgula Echidna
Legion/Honey – demônio em um corpo humano; filha adotiva de Aeron e Olivia
Leopold – único príncipe Fae
Leora – Amiga humana de Haidee (Falecida)
Lords of the Underworld – Guerreiros imortais exilados, agora hospedando os demônios
anteriormente trancados na Caixa de Pandora
Lucien – Guardião da Morte; co-líder dos senhores, comprometido com Anya
Lúcifer – Um dos nove reis do submundo, filho de Hades, irmão de Willian, Príncipe da Escuridão,
Governante do Inferno
Lysander – Enviado da Elite dos Guerreiros e consorte de Bianca Skyhawk
McCadden – Enviado caído, irmão de Brochan
Maddox – Guardião da Violência, marido de Ashlyn e pai de Urban e Ever
Malcolm – Enviado; membro do exército de Zacharel
Marcus – Vulgo “O Homem Mal” – um antigo caçador
Marigold – mulher do passado
Micah – Um caçador
Moiras – três bruxas imortais que tecem o destino; conhecidas como Os três destinos.
Morning Star - Estrela da Manhã – Uma extensão do poder do Altíssimo, muito mais forte. Com
ela nada é impossível. Mortos podem ser revividos, qualquer doença pode ser curada e demônios
podem ser removidos sem consequências adversas. Escondida dentro da Caixa de Pandora.
Neeka – Harpia prisioneira das Fênix
Never - ending – um portal para o inferno
Ódio – Semideus guardião do demônio do Ódio
Olivia – Enviada, companheira de Aeron
Opulens – classe superior dos Fae
Pandora – Guerreira Imortal, uma vez guardiã da dimOuniak. Recém ressuscitada
Paring Rod - Haste Divisora – Artefato religioso com capacidade para separar a alma do corpo

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Paris – Guardião da Promiscuidade, mais conhecido como Senhor do Sexo, marido de Sienna
Penélope – rainha dos Fae
Petra – fêmea fênix
Princess Fluffikans – Demônio da Tasmânia e vampira e bichinho de estimação de Viola
Púkinn – Sátiro, guardião da Indiferença, vulgo Irish, atual companheiro de Gilly
Rathbone – Um dos reis do submundo
Red – Cavaleiro do Apocalipse, guerra
Reino de Sangue e Sombras – Localização da atual fortaleza dos Senhores do Submundo
Reyes – Guardião da Dor, marido de Danika
Rhea – Esposa separada do Cronus, guardiã da Discórdia
Sabin – Guardião da Dúvida, co-líder dos senhores, consorte de Gwen
Scarlet – Guardiã dos Pesadelos, esposa de Gideon
Séduire – reino dos Fae
Senhores do Submundo – Exilados guerreiros imortais que agora hospedam os demônios uma vez
trancados dentro da caixa de Pandora
Sent Ones - Enviados – Guerreiros alados, matadores de demônios
Sienna Blackstone – Ex-caçadora, atual guardiã da Ira, atual governante do Olimpo, amada de
Paris
Siobhan – Deusa dos Muitos Futuros
Skye – Irmã de Sienna
Solon – Esposo de Haidee (Falecido)
Strider – Guardião da Derrota, consorte de Kaia
Synda – princesa Fae; guardiã da Irresponsabilidade
Tácitos – Deuses desprezados, prisioneiros de Cronus
Taliyah Skyhawk – Harpia, irmã da Bianka, Gwen e Kaia
Tartarus – deus grego do Confinamento, e também a prisão para imortais do Monte Olimpo
Thane – Enviado, companheiro de Elin
Themis – Titã, Deusa da Justiça
Tiberius – rei dos Fae
Tinka Ford – Mãe de Danika Ford
Titânia/(Olimpo) – A cidade dos deuses, anteriormente conhecida como Olimpo
Titãs – governantes de Titânia, filhos de anjos caídos e seres humanos
Torin – Guardião da Enfermidade, companheiro de Keeleycael
Typhon – Criatura imortal com a cabeça de dragão e corpo de serpente. Pai de Lazarus

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Urban – Filho de Maddox e Ashlyn, irmão gêmeo de Ever


Viola – Deusa (menor) da Vida Após a Morte, guardiã do Narcisismo
West Godlywood – Hotel cinco Estrelas de Titânia
White – Cavaleiro do Apocalipse (mulher), conquista
William, O Sempre Excitado – imortal guerreiro de origens questionáveis; também conhecido
como Derretedor de Calcinhas
Winter – Guardião do Egoísmo
Xerxes – Enviado
Zacharel – Elite dos Enviados; líder do Exército da Desgraça
Zeus – Rei dos gregos, marido de Hera

Submundo Simplificado - Dicionário, 6ª edição

Definição: O demônio da Tristeza assegura que seu hospedeiro imortal permaneça em constante
estado de angústia mental, emocional e física; Através de seu anfitrião, ele é capaz de prejudicar
os outros.
Exemplo: O demônio inundou Cameo com tristeza, e quando ela gritou, sua voz encharcada de
pesar quebrou o coração de todos à sua volta.
Sintomas: Angústia, ansiedade, crônica RBF - Resting bitch face - abatimento, depressão,
desolação, desespero, desânimo, angústia, melancolia, dor, mágoa, desgosto, tristeza, pesar,
estresse, sofrimento, tormento, infelicidade, aflição, miséria...
Cura: morte (não recomendado atualmente pelo médico).

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CAPÍTULO 1

“Não tente ficar dez movimentos à frente de seu oponente. Fique atrás dele com uma faca.”
— Extraído de Tornando-se o Rei que Você Está Destinado a Ser, um trabalho em andamento por
Lazarus, o Cruel e Incomum.

Como Alice a caminho do País das Maravilhas, Cameo, hospedeira do demônio da Tristeza,
caiu em uma longa e escura caverna. Quando o fundo finalmente apareceu, ela se preparou para o
impacto... Apenas para escorregar pelo portal brilhante. As paredes da caverna desapareceram e
ela despencou de um céu da meia-noite - direto para um novo reino.
Nunca deveria ter tocado a Haste. Um leve toque da ponta dos dedos contra a linda haste de
vidro que girou o cabo e o antigo artefato abriu uma porta entre o mundo físico e espiritual. Voilà!
Em um piscar de olhos, sua descida havia começado.
À medida que mergulhava em direção a uma clareira plana, se preparou para o impacto...
Cameo se espatifou no chão. Um grito escapou por entre os lábios, o cérebro batendo
contra o crânio, os pulmões esvaziando e os múltiplos ossos quebrando tudo ao mesmo tempo.
A agonia a agarrou, pontos negros tecendo através de sua visão. O calor escorria de suas
mãos e pés, acumulando em seu torso. Seu corpo estava em estado de choque.
Horas passaram antes que ganhasse força para rolar de lado, seu coração destruído
dançando um ritmo selvagem contra as costelas quebradas. Sua cabeça flutuou, mas felizmente a
dor amenizou. Capaz de respirar novamente, notou que o doce aroma de ambrosia - a droga para
imortais - pendia no ar. Ela quase riu. Por uma vez, a senhora sorte estava do seu lado. Se tivesse
que se espatifar no chão, que lugar melhor do que um campo de ambrosia?
Ela entrou e saiu da consciência, a passagem do tempo evidenciava a cura de seus
ferimentos e a mudança da escuridão para a luz. Quando um feixe de sol acariciou-a formando
bolhas em sua pele pálida, ela finalmente acordou.
Seu nariz enrugou enquanto inalava. O cheiro de ambrosia havia sido substituído por
folhagem queimada. Onde ela tinha pousado? Inferno? O sol ardia tão quente que tinha
chamuscado algumas partes da terra.

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Cameo se arrastou para um abrigo sombrio, exalando com alívio quando sua pele esfriou.
Escaneou o céu de lavanda com suas nuvens verdes pálidas, depois examinou uma floresta
desconhecida cheia de árvores cor-de-rosa e partes de grama azul celeste.
Oookay. Isso é novo. Uma floresta adequada para uma princesa de livro de contos de fada.
Que pena que Cameo era a vilã da estória. A Fada Vadia e os Doze Imortais. Para ela e sua família
de guerreiros possuídos por demônios, nada nunca foi justo.
Os dedos frios do medo passaram por sua espinha quando uma borboleta do tamanho de
seu punho passou por ela. Ao longo dos séculos, os insetos miseráveis tornaram-se um presságio.
A morte e a destruição aguardam...
O peso da depressão se instalou em seus ombros, e ela se revoltou sobre a paródia de sua
vida.
Já perdi muito. Tudo porque cometera um pequeno erro quando vivia no Monte Olimpo.
Qual foi o erro? Ajudar seus amigos a roubar e abrir a caixa de Pandora. Uma punição
apropriada teria sido uma amputação de uma mão ou duas. Talvez algumas centenas de anos na
prisão.
Em vez disso, foi forçada a ser a anfitriã para o demônio da Tristeza pela eternidade, o livre
arbítrio era uma coisa do passado.
Para comemorar a ocasião, uma tatuagem de borboleta apareceu na parte inferior de suas
costas.
O começo do fim.
Tristeza rapidamente tirou as camadas de sua humanidade, esperança e felicidade. Muitas e
muitas vezes limpou sua mente de lembranças alegres.
O bastardo ainda limpava sua mente das lembranças alegres. Todos os dias soprava seu
veneno em seus pensamentos, machucava outros através de sua voz e arruinava quaisquer
relacionamentos que conseguisse forjar. Ele reduziu sua vida a um horror após o outro.
Se ao menos pudesse controlá-lo. Mas Tristeza era uma entidade separada, com suas
próprias motivações e objetivos. Uma presença escura que ela nunca conseguiu afogar. Uma
prisão da qual nunca tinha conseguido escapar.
Mas nesse momento, ele não era o maior problema. A borboleta...
O desastre era iminente.

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Cameo procurou uma saída da floresta. De um lado, um rio de tirar o fôlego com água da cor
do arco-íris escorria para um penhasco rochoso. Algum tipo de peixe quebrou a superfície. Um
unicórnio aquático? Um longo chifre de marfim esticado entre os olhos e...
Ela ofegou. Outro unicórnio saltou e empurrou o chifre na barriga do primeiro. Sangue
brotou, criando uma cachoeira carmesim. Inúmeros outros peixes convergiram para o ferido, os
dentes afiados rasgando as escamas e órgãos até que nem mesmo os ossos permanecessem.
Nota mental: Não tomar banhos na natureza, nunca.
Do outro lado, um campo de ambrosia florescia, não afetado pelo sol quente. Os talos
grossos cor de esmeralda gotejavam com incontáveis flores violetas, as pétalas juntas para evitar o
pior do calor.
O campo pode ser a única saída viável...
Um membro espinhoso pegou uma borboleta de tamanho jumbo do ar. Suas orelhas se
contraíram, a suave brisa carregando os fracos sons de gritos.
Viável ou não, era hora de ir.
Cameo balançou sobre as pernas trêmulas, estremecendo quando os galhos cortaram seu
calcanhar. Suas sobrancelhas enrugaram. Seus pés estavam nus, suas botas de combate
desapareceram.
Alguém roubou seus sapatos?
Uma verificação rápida mostrou que sua camiseta de batalha de couro estava rasgada e
manchada com sangue seco, mas ainda no lugar. No entanto, os punhais que fizera há mais de
duzentos anos estavam faltando.
Alguém a roubou enquanto estivera inconsciente.
Alguém pagaria!
Esta vilã tinha vindo aqui para encontrar um formidável imortal chamado Lazarus, o Cruel e
Incomum, e destruiria qualquer um que a impedisse.
Segundo seus amigos, ela interagiu com Lazarus duas vezes antes. Graças a Tristeza, ela não
se lembrava de nenhum encontro. Ou não? À margem de sua mente, havia uma sugestiva
montagem de imagens que talvez não tenham acontecido.
Lampejo de memória: Cameo realizando um strip-tease para um homem sem rosto e
musculoso, um meio sorriso sensual nos cantos da boca, os olhos prateados enevoados de desejo.
Lampejo de memória: Cameo rastejou para o mesmo homem sem rosto e musculoso,
claramente atento à sua sedução.

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Lampejo de memória: Cameo esparramada sob o homem sem rosto e musculoso, uma de
suas mãos grandes e calosas em seu seio, a outra entre suas pernas enquanto ele a aproximava
cada vez mais do orgasmo. Sua coluna estava arqueada, a cabeça erguida, a expressão tensa com
uma sublime mistura de agonia e prazer.
O homem sem rosto seria Lazarus? Como ele a seduziu para levá-la para sua cama?
Ela queria tanto lembrar.
O sexo não era algo que ela gostava ou geralmente se arriscava. Não mais. Ela tinha um
Demônio Sexualmente Transmissível, e quase todos que namorava acabaram deprimidos em
algum momento.
A culpa acendeu, aumentando sua Tristeza que consumia todos. E ainda assim...
Toda vez que imaginava seu amante sem rosto, o calor lânguido envolvia seus braços
amorosos ao redor dela. O sangue corria através de suas veias com um novo propósito, arrepios e
tremores em cascata por seu corpo, cada centímetro formigando.
Ele teria sentido falta dela? Ou se alegrou pensando que nunca mais a veria?
Seu coração parecia abrir-se e filtrar ácido. As memórias eram tão necessárias para a
sobrevivência como oxigênio ou água; Sem elas, estava incompleta. Enfraquecida.
Será que Lazarus diria o que aconteceu entre eles? Se houvesse uma chance, ela tinha que
encontrá-lo.
O problema era que ela e o resto do mundo sabiam muito pouco sobre ele. Seu passado
estava envolto em mistério. O que ela conseguiu recolher: seu amigo Strider, o guardião da
Derrota, decapitou-o não muito tempo atrás. O espírito de Lazarus percorreu a Haste e entrou em
um dos milhares de Reinos na Vida Após a Morte. Talvez este, um mundo estranho e predatório.
Logo após a morte de Lazarus, sua quase amiga Viola, guardiã do Narcisismo, o seguiu
acidentalmente, enquanto ainda estava viva. Cameo a seguiu, com a intenção de resgatá-la. De
conhecer suas aventuras com o misterioso guerreiro.
Se seus irmãos por circunstância não tivessem lançado uma missão de resgate, teria
escolhido ficar com Lazarus?
Atravessando os bocados que ela havia revelado antes que Tristeza limpasse sua mente com
o Windex1 mental, ela e Lázarus se juntaram para encontrar Viola e a caixa de Pandora – também
conhecida como dimOuniak - ambos supostamente escondidos dentro de um dos reinos.

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Limpador de vidro.

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Por que ele concordou em fazer parceria com ela quando ele não teria participação no
resultado, ela não tinha certeza.
A menos que ele quisesse a caixa? DimOuniak era tão poderosa quanto a Haste - não, mais -
e poderia ser usada para matar instantaneamente qualquer um, todos, que eram possuídos por
demônios. Ou era isso que os rumores alegavam.
Será que Lazarus planejava prejudicá-la o tempo todo?
Viu? A perda de memória a deixou vulnerável na pior das maneiras.
Então. Encontraria Lazarus. Esperava que ele gostasse dela e quisesse apenas ajudá-la.
Depois de preencher os espaços em branco, talvez pudessem renovar sua busca pela caixa e ele
poderia fazê-la feliz? Pelo menos por um tempo. Que bem fazia uma vida sem felicidade?
Você irá esquecê-lo novamente. Porque se importar?
Por que... Porque sim! Uma garota sem esperança também pode se enrolar e morrer.
Talvez ele fosse seu amante sem rosto. Talvez a ajudasse a encontrar Viola, bem como a
caixa. A deusa da Vida Após a Morte tinha sido resgatada, sim, mas usou A Haste
propositadamente pela segunda vez. Ninguém sabia o porquê, e ninguém tinha ouvido falar dela
desde então.
Decidida, Cameo se moveu para frente. Galhos cortaram seus pés, mas manteve um ritmo
constante, manobrando pelo matagal e árvores. Pelo menos a temperatura tinha esfriado.
Setenta e dois por cento dos homens traíam seus companheiros. A voz do demônio sussurrou
por sua mente na tentativa de pará-la. Vinte e quatro por cento estão realmente traindo neste
exato segundo. Quarenta e oito por cento são presunçosos em vez de sentirem remorso. Quanto
tempo você acha que vai intrigar Lazarus? Se você alguma vez o intrigou.
Demônio horrível! Sempre lançando bombas de escuridão. Lazarus era seu amante sem
rosto ou não?
Tristeza suavemente murmurou, Se ele for, você deve correr. Considerando o que aconteceu
com Alex...
—Cale-se,— murmurou, mas o dano foi feito. Ele atingiu seu alvo, reabriu feridas internas.
Alex, um humano que viveu na Grécia antiga, foi seu primeiro e único amor.
Aos oito anos, uma doença terrível o tornara surdo e, aparentemente, indigno do amor de
sua família rica. Ele foi expulso da única casa que já conheceu. Depois de meses de fome, um
“protetor” o salvou da situação precária que ele vivia. Um ferreiro com um gosto pervertido por
crianças.

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Senhores do Submundo 13

Aprendiz de dia, escravo de noite. Uma existência dolorosa.


Quando Alex chegou à adolescência, o ferreiro o achou muito velho e expulsou-o. Alex o
atacou, apunhalando seu coração com sua adaga artesanal. Então reivindicou o negócio como
dele.
Ele investiu seu tempo e energia na metalurgia, seu talento indiscutível. Era a única pessoa
que Cameo confiava que fizesse suas armas. O único macho não afetado pela tristeza em sua voz.
Eles se apaixonaram, e por pouco tempo, ela se aproximou da felicidade. Ela desejava mais...
Mas o tempo todo, uma sombra de pressentimento a cobriu como uma segunda pele.
Com cada nova aurora, ela se perguntou por que se lembrava dele. Por que o demônio ainda
não tinha roubado sua lembrança dele.
A resposta revelou-se mais atroz do que jamais sonhou.
Em um momento vulnerável, ela contou a Alex sobre seu companheiro demoníaco. Ele
decidiu que ela era pior do que o ferreiro e providenciou caçadores, um culto de matadores de
imortais autonomeados, para capturá-la e torturá-la das piores maneiras.
Borboletas com asas de navalha levantaram voo em seu estômago. Será que Lazarus
conhece a verdade sobre ela? Ele se importava?
Ele deve saber. Ele era um imortal vivendo entre outros espíritos imortais. E não deveria se
importar. Ele era chamado de Cruel e Incomum. Ele tinha um lado escuro. Muito escuro. Negro
sem qualquer indício de luz.
Uma sequência de guinchos agudos ressoou quando um bando de pássaros saltou das copas
das árvores e espalhou-se pelo horizonte, logo desaparecendo atrás de uma parede de nuvens.
Whoosh! Thud!
O chão abalou. Cameo caiu de joelhos. Sibilando, lutando por oxigênio, procurou por suas
adagas. Suas adagas desaparecidas.
Droga! Correu para trás de uma das maiores árvores cor-de-rosa, sombras envolvendo-a. A
adrenalina subiu, forte e segura, mas não conseguiu encobrir o ferrão da casca raspando sua
camisa.
Outro whoosh. Outro baque. A agitação só piorou, as árvores tombando, os arbustos
circundantes caindo como dominó.
Ao longo da distância, um caminho desobstruído, e dois animais voadores apareceram.
Algum tipo de híbrido de dragão, talvez? Tinham olhos vermelhos, focinhos alongados e dentes
melhor qualificados como espadas curtas. Seus corpos eram longos e enrolados, mas sem braços

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ou pernas, enquanto as caudas tinham três camadas de farpas. Escamas resplandecentes


refletidas na luz solar.
Então... Os dois eram serpentes voadoras? Serpentes dragão?
Eles se ergueram acima da copa remanescente das árvores, as asas de várias pontas
cortando ramos e casca como se fosse manteiga. Uma criatura perseguiu a outra. Quando ele
pegou sua presa, os dois lutaram... De brincadeira?
—A senhorita bonita precisa de ajuda?
A voz estranha de alguma forma transformou a questão inocente em uma promessa sexual.
Ela olhou para cima - e teve que engolir um grito. Um leopardo de duzentos quilos estava
empoleirado num galho diretamente acima dela, os olhos de néon verde fixos sobre ela. Sua
cauda mutilada balançava pra lá e pra cá. Um de seus ouvidos parecia que tinha sido mastigado e
o pelo emaranhado apresentava vários remendos calvos.
Tristeza tomou uma aversão instantânea ao animal e grunhiu.
O gato ofereceu-lhe um sorriso lento e cheio de dentes e bateu uma pata carnuda em uma
mosca. Ele realmente lancetou o inseto no final de uma garra. —Eu sou Rathbone, e estou ao seu
serviço... Por uma pequena taxa.
Ele falava. Ele era um leopardo e falava. E com essa voz, poderia ganhar milhões como
operador sexual de telefone.
Será que a Haste a transportou para um conto de fadas, afinal? A versão pornô? Fada vadia
transa com os doze imortais.
Rathbone era um shifter? Não é impossível. Os shifters não mantinham a capacidade de falar
enquanto estavam em forma animal. Embora existissem exceções a todas as regras, certo?
—Eu posso me salvar, mas obrigada pela oferta.— Tendo vivido mais de quatro milênios, ela
travou guerras mundiais, lutou inúmeras batalhas contra predadores imortais, humanos com
rancor e monstros de mitos e lendas. Às vezes, havia perdido, mas a maioria ganhara.
O leopardo estremeceu. Dificilmente uma surpresa. Todos sempre estremeciam. Alguns até
choravam. Se alguém realmente gostou da sua voz, ela não conseguia se lembrar.
Suas mãos enrolaram em punhos. Outra memória que Tristeza havia roubado?
As serpentes dragões retomaram sua perseguição, quase provocando um terremoto de
destaque desta vez, e ela pegou um galho para se estabilizar. Não, não um galho, mas a cauda de
Rathbone.
Ele balançou as sobrancelhas. —Tenho algo mais firme que você pode segurar.

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Certamente ele não estava se referindo as suas...


Ele se contorceu para lamber um enorme conjunto de bolas.
Ele só podia estar de brincadeira comigo.
Ela o soltou e espiou atrás do tronco. As criaturas se aproximaram a uma velocidade
vertiginosa... Apenas para passar por ela. Ela começou a relaxar. Um erro. Claro. Quando alguma
coisa já foi do jeito que ela queria? As serpentes dragões pararam abruptamente antes de girar
lentamente.
Dois conjuntos de olhos vermelhos fixaram-se nela. Línguas longas e finas passaram pelos
dentes de sabre, e a baba escorreu pelos cantos das suas bocas. Baba... Ou veneno? O cheiro
pungente de algo parecido com gasolina picou suas narinas.
Bem. Ela acabara de ser colocada no cardápio do dia.
Em uníssono, os “chefs” sibilaram e curvaram as espinhas, as escamas em volta do pescoço
tremulando.
Você tem oitenta e sete por cento de chance de ser frita, nunca mais ver seus amigos e nunca
encontrar Lazarus ou a caixa.
Não. Ela lutaria e ganharia. Se morresse, Tristeza seria solto em um mundo desavisado;
encontraria novas presas, devoraria bons sonhos, esperanças amadas e qualquer ponta de
felicidade. Ele...
Apenas a distraíra, o bastardo.
Duas correntes de fogo dispararam em sua direção. Atenta à batalha agora, Cameo
mergulhou para fora do caminho. Ao pousar, rolou e agarrou dois galhos petrificados. Enquanto
ficava de pé, se aproximou da besta mais próxima.
—Eu não faria isso se eu fosse você.— começou Rathbone, lembrando-a de sua presença. As
pontas pontiagudas passaram pelo peito de seu oponente, e o gato suspirou. —Parabéns. Você
piorou tudo.
Argh! As pontas não penetraram numa única escama. Na verdade, não tinham arranhado
uma única escama.
Enraivecida agora, a serpente dragão rugiu.
Tudo certo. Suas escamas eram impenetráveis. Entendi. Apenas duas opções
permaneceram. Vá pelos olhos ou pela boca. Fácil, não é um problema, se conseguisse saltar a
bordo da serpente dragão e pegar uma carona.
—Ssss.

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—Ssss.
Dois novos fluxos de fogo cuspidos em sua direção, o nível de calor subiu para churrasco
instantâneo com um lado queimado. Novamente, se afastou do caminho, mas na verdade, não
tinha para onde ir. As bestas a rodearam, trabalhando para prendê-la dentro de um ringue do
inferno. A fumaça engrossou o ar.
Uma cócega irritou a parte de trás de sua garganta, fazendo-a tossir - ao mesmo tempo, uma
asa veio em sua direção. Conseguiu saltar para trás, apenas evitando ser cortada em duas.
—Quer minha ajuda agora?— Rathbone permaneceu seguro em seu poleiro, o sorriso tão
inócuo quanto um punhado de margaridas. —Eu lhe darei uma taxa com desconto.
Ignorando-o, ela correu pelo caminho de fuligem e carvão. Quando outra asa se aproximou,
usou os galhos que ainda segurava para cair fora do caminho. Momentaneamente girou e se
esquivou de outro fluxo de fogo. Em seguida, uma cauda cheia de farpas chicoteou em sua
direção, mas ela saltou sobre ela e correu, aumentando seu ritmo. Quase dentro do alcance...
Não há como você ter sucesso, o demônio disse, sua tristeza penetrando nela. Você vai
morrer.
Não! Ela ganharia, e viveria. Ela viveria!
Chegou o momento da verdade.
Seu batimento cardíaco era uma coisa selvagem e suas costelas podiam não ser capazes de
mantê-lo, ela saltou para cima, para cima. Uma serpente dragão saltou com ela - ou melhor, para
cima dela - claramente pretendendo agarrá-la no ar. Quanto mais perto ela chegava, mais estalava
os dentes contra ela. Erro dela. Cameo empurrou um galho em sua boca.
O membro - tão grosso quanto o bíceps de Cameo, do comprimento do antebraço e mais
duro do que pedra - permaneceu vertical, uma extremidade cavando no céu da boca e a outra
prendendo a língua até o fundo. Enquanto isso, Cameo forçou o aperto no centro do galho, virou-
se e montou no pescoço da serpente.
Ela se debateu, os movimentos bruscos impedindo o balançar de suas asas, fazendo-a
despencar de volta a terra.
Yee-haw!
Pouco antes de seu segundo pouso do dia, ela enfiou o segundo galho no olho da serpente.
Ela gritou enquanto um sangue espesso e negro salpicava sua mão e queimava sua pele.
Boom!

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A serpente dragão absorveu o pior do impacto, Cameo saltou para fora dela. Enquanto ela
gritava e se debatia, Cameo se pôs de pé, com a intenção de correr. Uma afiada agonia queimou
seu tornozelo quando um forte puxão jogou-a de cara no chão e a arrastou de volta.
Suas unhas deixaram sulcos na sujeira. Tentando não entrar em pânico, olhou por cima do
ombro. Nãooo! A outra serpente dragão tinha agarrado o pé dela entre os dentes.
Ela começou a mastigar, a saliva penetrando no ferimento. Um grito dividiu seus lábios, toda
sua perna queimando e enchendo de bolhas. Ela se curvou em uma bola para atacá-la.
Droga! Suas mãos estavam vazias de armas.
A serpente a arrastou sobre pedras e raízes gigantescas, rasgando sua camisa. Sua carne
também. Sua cabeça nadou novamente, o esquecimento acenando. Tentou alcançar outro galho,
qualquer galho. Lá!
A serpente se endireitou, levantando-a do chão, pendurada pelo pé. Balançar de cabeça
para baixo só ampliou sua dor.
Lembre-se, a dor é fraqueza deixando o corpo.
Ela conseguiria fazer isso. Não, ela faria isto.
Cameo se contorceu e esticou o corpo para avançar... Para frente... Para trás... Para frente
novamente, mais rápido e mais rápido, aproximando-se cada vez mais do torso de sua inimiga que
bateu as asas enquanto subia mais alto no céu - e forneceu uma nova lição sobre a dor.
Não tenho certeza quanto mais posso aguentar.
O suor encharcou-a e a náusea ferveu em seu estômago, mas ainda assim continuou
balançando. Finalmente, abençoadamente, conseguiu empurrar o galho através da parte inferior
da mandíbula da serpente, onde nenhuma escama a protegia, a extremidade batendo na parte de
trás da garganta.
Ela empurrou e rugiu, soltando-a. Para baixo, ela caiu. Ela se preparou - seus pulmões se
esvaziaram novamente, as câmaras de seu coração estourando como um balão.
Sua dor era tão forte, tão estridente que quase podia entender o sofrimento de um homem
quando ele estava gripado.
Permaneceu esparramada pelo chão, rezando por uma rápida recuperação. Ou a morte. Sim,
provavelmente a morte. Seu tornozelo mutilado latejava no mesmo ritmo que seus batimentos
cardíacos distorcidos enquanto o órgão se regenerava. De sua rótula até os dedos dos pés, parecia
que sua pele tinha sido assada como queijo em uma pizza.

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Embora a serpente dragão tentasse, não conseguiu remover o galho; Suas asas se recusaram
a dobrar, conforme necessário. No final, só conseguiu retornar a sua companheira, perfurar as
presas no peito da besta e voar para longe.
Ela... Conseguiu? Ela ganhou?
Você provavelmente nunca mais andará, Tristeza disse.
Ha, ha, ha.
—Vou andar de novo,— ela falou entre os dentes cerrados. Ao longo dos séculos, tivera os
membros cortados e a língua arrancada. Seu tornozelo curaria... Eventualmente. O demônio só
tentava deprimi-la.
Rathbone desceu da árvore e andou casualmente em sua direção. —Peça com jeitinho e
deixarei você montar em mim gratuitamente.
—Não, obrigada.— Muito cansada para se importar se ele desejava atraí-la para um falso
estado de calma simplesmente para atacá-la, disse: —Onde estamos?
Seu estremecimento foi mais pronunciado desta vez. —Estamos no Reino de Grimm e
Fantica, governado pelo rei Lazarus, o Cruel e Incomum, o único filho do monstro.
Lazarus. Seu Lazarus. Ele estava aqui. E ele era rei.
Vá em frente. Encontre-o. Quero que você passe o tempo com o homem conhecido como
Cruel e Incomum. Tristeza deu sua risada mais vingativa. Aposto que ele machucaria você de
maneiras que eu nunca consegui.
O demônio mentia. Ou talvez tenha falado verdade. Com ele, ela nunca soube o que
acreditar.
Talvez devesse voltar para Budapeste.
Será que Lazarus sequer sentiu falta dela? Perguntou-se novamente. E se tivessem se
separado como adversários?
Bem, e se tivessem? Todos mereciam uma segunda chance. Além disso, não tinha ideia de
como retornar. E, realmente, qual a importância da alcunha Cruel e Incomum? Muitos imortais se
referiam a ela como a Mãe da Melancolia. Os nomes eram apenas isso - nomes.
—Onde está o rei?— Perguntou, seu tom afável talvez, esperançosamente, mascarando sua
ansiedade. Não revele nada, esconda tudo.
O leopardo traçou a língua sobre os lábios, como se tivesse acabado de encontrar o café da
manhã. —Eu detectei excitação?

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Argh. Ele estava planejando cobrar por informações? —Você seria o primeiro a fazê-lo.—
Quão verdadeiro. E quão triste.
—Agora eu detecto desolação.— Um brilho calculado apareceu em seus olhos de néon. —A
trama se complica.
—Por que minhas emoções te interessam?
—Mistérios e quebra-cabeças me intrigam. Venha. Vou escoltá-la até Lazarus. No entanto,
não estou mais disposto a ajudar de graça.
Eu sabia.
—Você me pagará uma pequena taxa de escolta.— Ele disse. —Mas esteja avisada, minha
linda. As pessoas entram no território dele... E nunca mais saem.

CAPÍTULO 2

“A vida é um jogo, e todo mundo que você conhece é um oponente.”


—Tornando-se o Rei que você está destinado a ser
—A Bela Arte da Decapitação

Entre um segundo e o seguinte, uma sensação cruel e incomum de perturbação envolveu


Lazarus. Ele franziu a testa. Estava familiarizado com a sensação, mas também não estava bem
versado.
No fundo, isso significaria nada... Ou tudo.
Com um suspiro cansado, se desviou de duas ninfas da floresta adormecidas, levantou-se da
cama e fechou a calça que se recusara a remover. Suas pernas não eram para visualização pública.
Nunca.
Qualquer um que tivesse o infortúnio de vê-lo nu, bem, ele transformava o culpado em
pedra.
Não importava onde Lazarus tivesse residido em sua vida ou sua morte, ele criou um Jardim
do Perpétuo Terror. Seu próprio exército pessoal de pedra. Um pouco como os exércitos de
terracota de Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China.
O jardim mais recente atualmente tinha vinte e três estátuas, e era uma visão
verdadeiramente magnífica. Cada uma apresentava um nível diferente de dor e pânico.
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Sua favorita? O rei que ele havia derrotado quando tomou o Reino de Grimm e Fantica. O
macho estava congelado para sempre em uma posição conhecida como a águia-sangue, o corpo
inclinado, as costelas cortadas da espinha e recuadas para se assemelharem a asas.
Cruel e Incomum. Minha especialidade. Fique no caminho do que Lazarus queria e sofra.
O ar frio acariciou-o enquanto vestia a camisa. Amarrou as armas que descartou apenas uma
hora antes. Os punhais tilintaram, lembrando-lhe o dia em que permitiu que um guerreiro
possuído por demônio o decapitasse. No dia em que escapou dos grilhões da harpia sádica que o
escravizara.
No dia que sua vida com os mortos começou.
Para ser honesto, o mundo físico e espiritual permaneceu imperceptível para ele. Ainda
respirava, ainda tinha sede e fome. Ainda desejava o toque de uma mulher. Poderia fazer tudo o
que tinha feito antes... Exceto retornar ao mundo humano. O mesmo era verdade para todos os
outros no reino.
Na verdade, havia apenas uma diferença entre Lazarus e os outros mortos: um coração
ainda batia dentro de seu peito. Não tinha certeza de por que ele era a única exceção.
Na cama, as ninfas esticaram-se e sentaram-se. Os seios roliços saltaram, e os cabelos
desgrenhados caíram no lugar, sorrisos ensolarados florescendo.
—Se você consegue andar, obviamente precisamos de outra rodada com você,— disse a
loira com um ronronar de seda.
A ruiva acenou com um dedo. —Quer que eu finja que você é um pirulito?
Elas não tinham ideia de que ele encontrou somente decepção em seus braços.
—Tenho deveres,— respondeu. Ultimamente, ninguém conseguia satisfazê-lo. O clímax
tornou-se uma impossibilidade frustrante, mesmo por conta própria.
Pelo menos ele nunca teve que se perguntar por que.
Ele encontrou sua μονομανία. 2 Sua obsessão. Ou, para ser mais literal, sua própria
excentricidade pessoal. Há muito tempo, seu pai, Typhon, o avisara sobre ela, quem quer que
fosse.
Em algum lugar, há uma fêmea capaz de enfraquecê-lo. Você vai ansiar por ela com todo o
seu ser... Mas cada segundo em sua presença o levará mais perto da destruição. Mate-a. Não
cometa o meu erro e permita que ela viva. Salve-se.

2
Em grego: obsessão. É a maneira que Lazarus se refere à Cameo.

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O jovem Lazarus tinha ouvido, arrebatado, pois Typhon já fora o imortal mais temido na
Terra. Com uma boa razão. Ele matava qualquer pessoa que se opusesse, ofendesse ou o
questionasse.
A obsessão de Typhon foi Echidna, uma Górgona. Também a mãe de Lazarus.
As Górgonas eram uma raça viciosa conhecida por cobras venenosas que cresciam de seus
cabelos escuros e uma habilidade de transformar alguém em pedra com uma simples mexer de
olhos. Uma habilidade que Lazarus havia herdado... Um pouco. Ele criou suas estátuas através do
toque.
Echidna tinha sido Soberana das Serpentes do Céu, apropriadamente apelidada de “Sss”, o
som que um oponente ouvia antes de morrer esvaindo-se em sangue. Ela tinha sido uma
aberração entre sua tribo. Gentil, doce e carinhosamente tímida - com todos, exceto Typhon. Ela o
odiava com todas as fibras de seu ser. Ele a raptou, a estuprou continuamente e a manteve longe
de seu único filho.
Typhon a odiou também, mas se recusou a deixá-la ir, seu desejo doentio por ela dominava
tudo.
No entanto, ele se deu mal no final. Toda vez que se aproximava dela, uma pequena porção
de sua carne cristalizava. Eventualmente, a cristalização se espalhou para músculos e articulações,
limitando sua amplitude de movimento, retardando-o e enfraquecendo-o.
Hera, a Corneadora, rainha dos gregos, desprezava Typhon por razões que Lazarus nunca
tinha entendido. Quando ela descobriu sua má condição, ela o atingiu por meio de sua esposa,
cortando Echidna em pedaços enquanto Typhon, impotente, só foi capaz de assistir.
O jovem Lazarus também estava lá. Apesar de seus melhores esforços, não conseguiu salvar
sua mãe. Então Hera desapareceu com Typhon e o guerreiro não tinha sido visto desde então.
Lazarus enrolou os dedos em torno do punho da kris3. A única adaga que ele recusou a
embainhar com couro, preferindo cobrir a lâmina com o sangue de seus inimigos. Pequenas farpas
alinhavam-se em ambos os lados; Depois de perfurar um corpo, elas se expandiam em ganchos,
tornando impossível extrair a arma sem remover alguns órgãos também.
Um dia, Hera ficaria intimamente familiarizada com a kris.
Logo depois de seus crimes, ela foi presa dentro do Tártaro, a prisão imortal. Um dia ela
seria livre, e seria morta, e acabaria em um reino espiritual.

3Kris, também grafado cris, é uma adaga de lâmina ondulada, utilizada pelos povos situados atualmente na Indonésia,
Malásia e nas Filipinas.

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Eu a encontrarei. Seu pai, também. Não era mais uma criança impressionada com o pai,
Lazarus amaldiçoava o macho. Typhon cometeu muitos crimes contra sua mãe, mas a violação era
uma linha que ninguém deveria atravessar.
O casal se unirá ao Jardim do Perpétuo Terror.
Uma das ninfas da floresta inclinou-se para frente para raspar as unhas no peito de Lazarus.
—O boato se espalhou por todo o reino, você procura uma noiva. Isso é verdade?
—Muito.— Ele encontrou sua μονομανία, sim, mas logo depois a perdeu. O desejo por ela
ainda fervia em seu sangue e estava assentado em seus ossos, e ainda assim ele não fazia nenhum
esforço para encontrá-la. A última vez que estiveram juntos...
Seu peito apertou com algo parecido com o medo. Na última vez que estiveram juntos ela
começou a enfraquecê-lo.
Esfregou uma mão contra a coxa, percebeu o movimento e amaldiçoou interiormente. Ao
longo da superfície de sua pele ramificavam rios finos e cristalizados. Veias envenenadas. O início
de sua queda.
Ele havia coletado textos antigos para pesquisar as lendas sobre a linha familiar de seu pai,
na esperança de encontrar uma maneira de se salvar. Uma tarefa infrutífera. Qualquer um que já
tivesse desenvolvido veias de cristal - se alguém já teve - manteve silêncio, como Lazarus e
Typhon.
Transmita suas fraquezas hoje, perca a vida amanhã.
Então. Ele fortificaria suas defesas, em vez disso. Casaria com uma mulher viciosa e
sanguinária com um grande exército à sua disposição. Ela o fortaleceria, nunca o enfraqueceria. E
ele ignoraria seu ardente desejo por sua μονομανία todos os dias, para que não a rastreasse e
tentasse convencê-la a retornar ao seu reino.
Sua obsessão significaria seu fim.
—Volte para a cama, e vou mostrar-lhe por que sou sua melhor escolha,— a ninfa ofereceu
com um sorriso tímido.
A leitura da mente era outra habilidade que Lazarus possuía, graças a sua mãe. Sua cabeça
se encheu dos pensamentos da outra ninfa ao considerar formas de matar sua amiga e esconder o
corpo.
—Vou te mostrar melhor,— ela balbuciou, batendo seus cílios sobre ele. —Escolha-me.
As fêmeas cuidavam das rosas no Jardim do Perpétuo Horror. Elas eram amantes, não
lutadoras, e faltava a maldade necessária para ser sua esposa.

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Ele tinha que estar pronto para a guerra. Um dia, Hera e seu pai acabariam na vida após a
morte. Todos acabavam. A Harpia que o aprisionou acabaria aqui também, e ele teria todos os
seus inimigos em um só lugar.
Combatendo a raiva, rangeu os dentes até sentir o gosto de sangue. A Harpia. Juliette, a
Erradicadora. Uma cadela sem igual.
—Voltem para seus deveres.— disse para as ninfas e elas fizeram beicinho.
Seu passo longo e seguro, milagrosamente desimpedido pelo dano que sua μονομανία tinha
feito, ele abriu a mente para procurar perigo escondido que poderia aguardá-lo no corredor
quando saiu da sala.
Dois de seus soldados saíram de seus postos para segui-lo.
Lazarus não sabia seus nomes. Preferia manter distância emocional e considerava carinho
outra forma de fraqueza.
No momento em que você decide confiar em outro ser, você perde a batalha.
Ele virou a esquina e disse: —Algum distúrbio foi relatado na aldeia?— A sensação
perturbadora permaneceu. Se alguém tivesse ferido uma pessoa sob seu cuidado...
Não. Não aconteceria. Ninguém se atrevia a levantar uma mão contra um de seus povos. As
consequências eram muito grandes. Não havia julgamento, apenas punição.
—Não senhor.
—E as serpentes do céu?— Após sua chegada aos reinos do espírito, as criaturas o
perfumaram, abandonaram suas casas e entraram no que era - no momento - território inimigo,
determinado a servi-lo como uma vez serviram a sua mãe.
Como ele, sonhavam em matar seu pai.
Os rumores alegaram que Typhon dormia o sono dos mortos, mas a verdade era mais
complicada. Ele foi sepultado pelos mesmos cristais que agora cresciam dentro de Lazarus. Não
estava morto nem adormecido, mas imóvel e consciente.
—Duas de suas serpentes do céu foram vistas na floresta a poucos quilômetros de
distância.— disse um guarda. —Elas estavam brincando de perseguir.
—Eu quero falar com elas. Quero um contingente de soldados montado e pronto para sair
em dez minutos.— Seja qual for o problema, ele o acharia. E acabaria com isso.
—Sim senhor. Claro, senhor.— O orador se apressou a sair.
Lazarus entrou no seu quarto privado, deixando o segundo soldado no corredor. Despiu-se,
lavou o cheiro de frustração e sexo e vestiu-se para a guerra, com uma camisa feita de ligas de

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metal finas e leves e calça de couro preto. As armas ele voltou para seus lugares legítimos,
ancorando semiautomáticos sob os braços, espadas curtas nas costas e punhais na cintura e nos
tornozelos.
Cada peça, incluindo a kris, carregava seu selo pessoal - uma serpente do céu comendo a
própria cauda, formando um círculo sem fim. Um sinal externo de sua posse e, ele supunha, um
sinal de sua posição.
Um rei pela força. Um comerciante de drogas por escolha. Um amante por necessidade.
Ambrosia crescia no reino, e ele a usava em vantagem própria. Uma vez que as flores roxas
eram a única substância capaz de intoxicar um imortal, ele, muito generosamente presenteava os
governantes dos reinos circundantes com um transporte semanal, garantindo sua dependência.
As mulheres com as quais ele dormia mantinham sua mente fora de tudo o que ele não
tinha. Vingança, vida... Sua μονομανία.
Lazarus abriu uma gaveta e percorreu com as pontas dos dedos o soco inglês de diamantes e
o pingente de punhal que ele havia comprado pra ela. Um esforço desperdiçado, considerando
que nunca mais a veria.
Lembrou-se da primeira vez que a viu. Um imortal entra em um bar...
Os longos cabelos de corvo caíam pelas costas elegantes, encaracolando nos quadris. Olhos
de prata líquida olhavam para o mundo com tristeza inata, e as feições delicadas pareciam tão
quebráveis quanto o vidro.
Não houvera nenhum raio para proclamar, ela, ela é a única. Em vez disso, ela o intrigou e o
interessou. Mas com apenas um metro e setenta e três, ela era muito pequena e delicada para
ele. Ele tinha mais de dois metros e dez centímetros e era pesado com músculos sólidos.
Ele pensou: Com um único toque, posso danificá-la irremediavelmente.
Ele partiu sem lhe dizer uma palavra.
A segunda vez que ele a viu ocorreu nos Jogos das Harpias, um tipo de Olimpíada para as
mulheres mais sanguinárias do planeta. A imagem de sua μονομανία tinha sido de espectadora,
empoleirada nas arquibancadas, torcendo por um amigo. Mais uma vez a tristeza se agarrava a ela
como uma segunda pele.
Uma faísca de anseio tinha aquecido seu peito, e ele pensou, eu gostaria de vê-la sorrindo.
Não, eu gostaria de fazê-la sorrir.

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Um estranho desejo para se ter. As outras pessoas haviam se encolhido e chorado quando
ela falava. Por que ele ganhou vida? Por que a compaixão despertou dentro dele pela primeira
vez?
Novamente, se afastou sem dizer uma palavra, e nas semanas seguintes a obsessão por ela
cresceu, até que o simples pensamento sobre ela despertava cada célula em seu corpo com
luxúria. Mesmo agora, endureceu dolorosamente, uma necessidade selvagem arranhando seu
interior.
A terceira e última vez que a viu ocorreu quando ela usou a Haste para entrar nos reinos
espirituais. Então. Naquele momento. Ele experimentou o raio da agressão primária e da posse.
Ele pensou, eu vou tê-la, seja qual for o custo.
Seu nome era Cameo, e ela era a guardiã da Tristeza. Ela era um infame Senhor do
Submundo. Um dos treze guerreiros que roubaram a caixa de Pandora. Ou melhor, ela era uma
gloriosa Senhora do Submundo.
Uma memória provocou-o, e não conseguiu resistir em vê-la, mesmo no tecido de sua
mente.
Uma memória provocou-o, e ele não conseguiu resistir em vê-la, mesmo no tecido de sua
mente.
—Você já riu alguma vez em sua vida?— Ele perguntara enquanto iam em direção ao reino
dele... Onde planejava saborear cada centímetro dela... Senti-la enrolada ao redor dele, ouvi-la
gemer seu nome.
Estava queimando por ela. Ansiava por ela.
—Foi-me dito que sim.— ela respondeu, a voz trágica tão viciante quanto qualquer droga.
—Não lembra?
—Não. A alegria não é algo que permanece.
Ele queria lhe dar alegria tanto quanto suas paixões. Na época, não se importara com os
pequenos fragmentos de cristal que cresciam sobre suas coxas. Nada importava mais do que
derrubar suas defesas, colocá-la dentro de sua casa - e ele dentro dela.
Agora ele se importava.
A mente de Lazarus saltou para outra conversa que tiveram, quando ele finalmente
começou a avançar com ela.
—Você já teve um namorado?— Ele perguntara.

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Aqueles olhos de prata líquida haviam se enchido de humor. O primeiro sinal de diversão que
ela já havia exibido e ele se alegrou. Estou me aproximando dela. —Tenho milhares de anos,— ela
respondeu. —O que você acha?
Decidiu provocá-la, sabendo que a expansão de seu bom humor deslocaria ainda mais a
tristeza. —Acho que você é uma virgem morrendo de fome por uma pequena carne de homem.
Ela passou de irônica a zangada em uma fração de segundo, todo sinal de tristeza
desapareceu. —Eu tive vários namorados e não sou virgem. E se você me chamar de puta, vou
cortar sua língua.
—Não, você não vai. Você quer minha língua onde está. Confie em mim.— Por favor. A
confiança de uma mulher nunca foi tão importante para ele. —Mas eu tenho curiosidade. Quantos
namorados?— Quantos homens ele transformaria em pedra por ousar tocar o que pertencia a ele?
Ela se endureceu. —Não é da sua conta.
Desejando outra explosão de raiva, esperando que isso levasse à paixão de um tipo diferente,
ele dissera, —Muitos para contar. Anotado. Como você é na cama?
Ela franziu o cenho, revelando seus dentes brancos perfeitos, e ele realmente tremia como se
fosse um jovem rapaz com sua primeira mulher. —Você nunca saberá.
Ele nunca parou de queimar por Cameo. Nunca parou de doer por ela. Mas agora que
estavam separados pela vida, morte e mil reinos diferentes, ele tinha uma nova perspectiva. Ele
tinha sido um tolo, permitindo que o desejo sexual ditasse suas ações. Nada importava mais do
que força.
Uma batida preocupada soou na porta, entrando em seus pensamentos. Sua mente o levou
até a saída, garantindo que não estivesse entrando em uma emboscada.
O guarda torcia as mãos, sem vontade de encontrar o olhar de Lazarus. —As serpentes do
céu... Majestade, acabamos de ficar sabendo. Alguém...— Glup. —Alguém não só machucou as
duas... Mas chegou perto de matá-las...
A raiva explodiu dentro dele, mas quando falou, sua voz expressava apenas calma. —Onde
elas estão?
—No jardim, Majestade. O curador foi convocado.
Lazarus poderia ter ido para o jardim - movendo-se de um lugar para outro com apenas um
pensamento - mas ele gostava de andar. Gostava de sua capacidade de se mover sem
impedimentos dos cristais.

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Atravessou o palácio, a opulência de tesouros roubados e o luxo de mobiliário esculpido à


mão passando rapidamente por ele. O teto era alto e nivelado, embelezado com um friso que se
arqueava sobre duas lareiras de mármore. Vitrais coloridos brilhavam nas janelas e mosaicos
elaborados decoravam o chão.
Do lado de fora, a luz do sol irradiava raios dourados sobre um terreno montanhoso que
transbordava de flores.
O que Cameo pensaria de uma beleza tão exuberante? Ela sorriria finalmente?
O desejo juntou-se a sua raiva, queimando dentro dele.
—Majestade.— Um de seus conselheiros correu para o lado dele, pernas curtas se
esforçando para acompanhar o rápido ritmo de Lazarus. —Lucifer enviou outro emissário,
exigindo uma resposta à sua consulta.
Lucifer, o Destruidor, conhecido por ter prazer com o tormento dos outros, era um dos nove
reis do submundo. Governava demônios e deuses gregos, e estava atualmente em guerra com seu
pai, Hades, outro rei do submundo.
Semanas atrás, Lucifer convidou Lazarus para se juntar a sua aliança. Em troca, ele prometeu
fazer com que Cameo voltasse para o Reino de Grimm e Fantica.
Lazarus tinha brincado com a ideia de aceitar. Cameo... Mais uma vez ao seu alcance... O
deixando louco de desejo...
Enfraquecendo-me. —Mande o emissário escoltado para o calabouço. Vou matá-lo com a
maior brevidade possível.— Provoque-me e sofra.
—Sim, Majestade. Claro.— O conselheiro saiu correndo.
Uma família de borboletas juntou-se a Lazarus, revoando sobre sua cabeça. Juntamente com
as serpentes do céu, as borboletas chegaram ao reino em massa, atraídas para ele na morte como
sempre foram na vida. Ele nunca soube o motivo.
Uma mulher mais velha - a curandeira - se juntou a ele também. Ela carregava uma cesta de
alças e ligaduras.
Juntos, chegaram ao topo da colina, as serpentes do céu feridas finalmente entrando em sua
linha de visão. Uma estava esticada no chão, sangue negro saindo de seu olho esquerdo. A outra
se contorcia de dor, um ramo petrificado mantendo seu maxilar aberto.
A raiva dentro de Lazarus escureceu. As serpentes do céu eram extremamente leais, mas
igualmente predadoras, com os instintos de um sociopata. Mas eram suas sociopatas, o
equivalente ao cavalo precioso de um vaqueiro. Elas lutavam por ele sem hesitação. Ele retirou o

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galho e, ao lado da curandeira, remendou as duas criaturas. Dentro de alguns dias, as duas
estariam tão boas quanto novas. Mas, sofreriam enquanto os músculos rasgados e carne se
curavam. —Quem fez isso pagará. Vocês têm a minha palavra.— Encontrar o culpado seria fácil. O
sangue da serpente do céu sempre deixava bolhas atrás.
O par miou em agradecimento.
Determinado, Lazarus deixou-as nas mãos da curandeira e dirigiu-se aos estábulos para se
juntar ao contingente de soldados que havia instruído que se armasse.
A caçada ia começar.

CAPÍTULO 3

“O oponente que você permite viver é o oponente que vai te esfaquear pelas costas.”
—A Bela Arte da Decapitação

Cameo coxeou através de uma feira de aldeia lotada, enquanto os vendedores vendiam
mercadorias diferentes, um bando de vozes produzindo uma trilha sonora confusa. O cheiro de
carnes picantes e doces confeitados encheu o ar.
Parou abruptamente. Lá, em uma mesa à sombra de uma árvore de frutas azuis,
descansavam suas botas. E suas armas!
Com uma expressão irritada, se aproximou do vendedor, um homem alto com uma barba
longa e cinzenta. A dor em seu tornozelo piorou e as bolhas em suas mãos picavam.
Ele a viu e orgulhosamente agitou a mão sobre seus pertences. —Viu algo que você gostou?
—Sim. Seu coração em um prato.
Lágrimas encheram os olhos dele. E graças a Tristeza, o afluxo de melancolia o cegou para
sua ameaça. —Somente hoje, estou oferecendo cada item pela pechincha de... de...— Ele se
calou, o corpo de repente vibrando com ansiedade. —Você está viva. Seu corpo está vivo!
Surpresa dançou de mãos dadas com a sua própria tristeza sempre presente. Como ele sabia
que ela passara pela Haste sem experimentar a morte?
Ele tentou esconder sua excitação com uma falsa aura de tédio. —Vou comprar o corpo de
você. O que gostaria em troca? As adagas? Nunca encontrará um par melhor.
—Eu sei. Porque eu as fiz,— ela falou por entre os dentes cerrados.
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Ele estremeceu, as lágrimas chegando mais rápido. —Você as quer, você tem que comprá-
las. Preciso recuperar meu prejuízo, considerando que seu amigo me cobrou um braço e uma
perna. O meu servo não terá os membros crescidos por mais um mês, o que significa que tenho
que fazer todo o trabalho pesado.
O amigo dela? A única pessoa com quem ela falou foi - Ela sibilou para Rathbone. —Você
roubou minhas coisas?
O felino sarnento que a escoltou para a cidade rondava seus tornozelos. —Miau?
Cameo inclinou-se para agarrá-lo pelo pescoço, mas ele se afastou de seu alcance. —Você
me deixou indefesa, seu gato miserável. Eu tive que lutar com galhos. Galhos! Eu não pagarei sua
taxa de escolta.— Espera. Isso parecia esquisito. —Não lhe devo nada por sua ajuda.— Não que o
cretino a tivesse ajudado.
—O que posso dizer? Até mesmo eu tenho que pagar para jogar.
Como uma mulher que tinha sido criada totalmente formada por um rei que exigiu seu
serviço - Mate por mim me ou será morta por mim - ela encontrou muitos imortais pervertidos.
Rathbone era o pior.
—Você.— Olhando para as bolhas agora esmagando suas mãos, o vendedor tropeçou para
trás. —Foi você! Você machucou as serpentes do céu.
Gritos de consternação irromperam da multidão, compradores e outros vendedores
movendo-se para formar uma parede à sua volta.
Quando ela examinou as massas, confusa, Tristeza cacarejou com alegria. Dez em cada dez
pessoas concordam. Você é uma pessoa horrível, e o mundo será um lugar melhor sem você.
A depressão escorria sobre ela como piche fervente, aderindo a sua alma. Uma sensação
fabricada pelo demônio. Ele queria controlá-la.
Calma. Fica fria.
O som de cascos de cavalo no chão atingiu sua consciência, uma distração bem-vinda. A
multidão se separou do centro, revelando um exército de soldados com o cenho franzido.
Todos se ajoelharam e apontaram para ela. Vozes acusadoras soaram. —Ela!
—Foi ela!
—É ela quem vocês procuram!
Cameo levantou o queixo e ajustou os ombros. —Vocês não querem lutar comigo. Eu sou
uma amiga muito respeitada de seu rei.— Pelo menos, esperava que tivessem se separado como
amigos. —Além disso, se você me atacar, eu te mato.

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Encontrar Lazarus tornou-se o motivo para ela respirar. Basicamente, ele era o equivalente a
um doador de órgãos. Se ele esclarecesse as lembranças específicas que Tristeza havia roubado,
ele lhe daria um novo coração.
Os guerreiros se encolheram como se tivessem sido perfurados. As caras fechadas deram
lugar a olhos cheios de lágrimas e lábios trêmulos. Da multidão, um coro de soluços soou.
Apenas um soldado aproximou-se dela. A luz do sol se pondo brilhava nas costas dele e
banhava o rosto em sombras.
Quando ele parou para desmontar um Pegasus raro - um cavalo de guerra alado - aquelas
sombras desapareceram, e arrepios de eletricidade passaram por ela.
Ele era absolutamente magnífico, o homem mais bonito que já havia visto. Irradiava
masculinidade crua e arrogância sexual.
Sua massa de cabelos negros estava espetada em fios emaranhados pelo vento. Seus olhos
eram escuros, insondáveis, com pequenos pontos de luz. Como estrelas! Suas feições poderiam
ter sido esculpidas em pedra. Ele tinha um nariz orgulhoso e afiado, maçãs do rosto proeminentes
e uma mandíbula forte escurecida pela barba por fazer. Sua altura sobrenatural, mas oh, tão
deliciosa foi perfeitamente equilibrada por uma abundância de músculos e tendões.
Debaixo do colarinho de sua camisa, uma grande quantidade de tatuagens espreitava. Rosas
com espinhos sangrentos, uma cobra comendo a própria cauda, um crânio - vários crânios - com
borboletas. Em uma mão ele tinha a palavra AMOR tatuada sobre os nódulos. Na outra, a palavra
ÓDIO.
Uma inquietação começou a picar em sua nuca.
O olhar dele passou por ela, lentamente, quase brutalmente, devorando-a. Como se ela
fosse sua última refeição e seu único meio de salvação. Ela estremeceu mesmo enquanto seu
sangue se aquecia.
Tristeza sibilou e chutou seu crânio. Corre! Corre agora!
Está com medo, demônio? Que desenvolvimento interessante.
O homem possuía poder sobre o mal? Ou sobre Cameo especificamente? Ele poderia ser
aquele que ela procurava?
Pergunta melhor: Ela queria que ele fosse?
—Finalmente.— Tensão feroz e agressão não disfarçada irradiavam dele, fazendo com que
suas partes mais femininas amolecessem. —Nos encontramos novamente?

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Outro arrepio, cortesia da voz dele. O timbre rouco era tão carnal quanto o resto dele. Ela
lambeu os lábios. —Novamente?
Ao contrário do leopardo, o vendedor e todos a sua volta, o bruto simplesmente arqueava
uma sobrancelha ao som de sua voz. —Você vai fingir que somos estranhos?
—Eu queria estar fingindo.— Seu coração balançava e seus joelhos tremiam. —Quem é
você?
Seu estudo sobre ela se intensificou, os olhos escuros hipnotizando-a tão completamente
que quase perdeu os dedos fantasmas roçando em sua mente. Quase. Ela reconheceu a sensação
e franziu a testa. Ele estava tentando ler seus pensamentos?
A raiva faiscou. Devo proteger meus segredos.
As poucas vezes que encontrou um imortal com uma habilidade tão intrusiva e perigosa, ela
matou primeiro e fez perguntas depois.
Com um esforço concentrado, deu um impulso mental. No segundo que ele estava fora, ela
ergueu um escudo mental.
—Você realmente não se lembra de mim. — Com passos curtos, ele fechou a distância... E
oh, uau, ele tinha um cheiro gostoso. Como champanhe caro e chocolate com gotas de mel.
Ela ficou de cabeça vazia. Quando ele tomou seu rosto com mãos grandes e calosas e forçou
seu olhar sobre o dele, a sensação piorou, o simples toque abrasador.
—Eu sou quem você procura,— ele brincou. —Eu sou Lazarus.
A confirmação a sacudiu até os ossos. Esperou por uma centelha de reconhecimento, orou
por isso, mas sua mente permaneceu um abismo sombrio de tristeza, pesar e... Excitação? Seus
mamilos enrugaram, sua barriga tremulou e calor inundou entre suas pernas.
Tristeza matou os sentimentos indecentes rapidamente, deixando-a desolada.
Satisfação provocou os traços de Lazarus... E de Cameo. —Seu corpo se lembra de mim, pelo
menos,— disse ele.
Correntes elétricas correram pelo corpo dela, chiando em sua medula.
Desta vez, Tristeza a inundou com uma depressão em ebulição e seus ombros caíram.
—Bem.— Lazarus zombou. —Você ainda é uma megera amarga, pelo que vejo.
Uma megera? Suas mãos se apertaram em punhos. A necessidade de encontrar Lazarus a
atormentou, uma doença... Uma febre... E, ao longo do tempo, ele pensava o pior dela. —E você é
um bastardo, pelo que vejo.
Gritos e lamentos subiram da multidão.

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Ele sorriu devagar e perversamente. —Está certo. Mas sou seu bastardo, Luz do Sol.
Luz do Sol? Ela? Quase ficou perplexa. —Só estou usando você pelo seu cérebro. Conte-me
sobre o nosso tempo juntos. Por favor!
—Responda uma pergunta primeiro.
Ela assentiu.
—O que você faria se um homem te beijasse? Estou te perguntando a pedido de um amigo.
Ele ousou provocá-la, e ela ousou gostar disso. O desejo, de repente, ofuscou sua
curiosidade. Ele quer me beijar?
Antes de Cameo ter retornado a esse reino em busca de Lazarus, sua amiga Anya havia dito:
—Nós não perseguimos homens, nós os matamos. Tudo bem, você pode fazer com que este seja a
exceção. Apenas lembre-se de esconder a carne. Por que comprar a vaca quando você pode roubá-
la e comer de graça?
Cameo respondeu: —Quer dizer, por que comprar o porco quando você só quer comer a
pequena salsicha?
—Suas mãos,— disse Lazarus, atraindo-a de volta ao presente. Os olhos se estreitaram, o
corpo rígido como uma tábua, ele apertou os pulsos dela e levantou as mãos na luz para estudar a
multidão de bolhas. —Você lutou contra as serpentes do céu.
Ela se afastou do contato. —Eu me protegi de me tornar a refeição em um buffet coma tudo
que conseguir, se é isso que você quer dizer.
Aqueles olhos escuros se estreitaram ainda mais. —Eu prometi fazer a pessoa que feriu
meus animais de estimação pagar um preço terrível.
Seus animais de estimação? —Você pode tentar.— Ele logo descobriria que ela poderia
perseverar apesar de seus problemas.
Um novo coro de suspiros e lamentos se elevou da multidão.
—Eu não tento Luz do Sol, eu faço, e sempre mantenho minha palavra. Eu disse que o
culpado pagaria... mas não disse como.— Ele começou a brincar com as pontas dos cabelos dela.
—Como você é minha amiga, vou ter que pensar em uma punição apropriada.
Ela explodiu. —Coloque uma mão em mim, e eu...
—Gozará. Eu sei.
O que?!
Tristeza deu outro chute no seu crânio. Uma dor aguda iluminou sua têmpora.

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Lazarus inclinou o corpo, os músculos se esticando debaixo da camisa. As pálpebras


semicerradas sobre íris ardendo com um calor selvagem, sua ferocidade afiada em uma espada de
dois gumes. Ele era quase... Intimidante. Risca isso. Ele era intimidante. Apenas um verdadeiro
guerreiro poderia usar cota de malha e couro.
—Luz do Sol, eu sei como você fica, como você se sente e o que fala quando está em prazer
supremo.
Sua respiração ficou presa, queimando em seus pulmões. Seus ossos suavizaram, e seus
joelhos fraquejaram. Não apenas prazer - ele disse o prazer supremo.
Ele estava mentindo. Ele tinha que estar mentindo. Ninguém jamais lhe dera o mínimo de
prazer. A menos que...
Tristeza tinha apagado a lembrança do primeiro orgasmo que ela não tinha fingido.
O pensamento a destruiu. Tal perda seria uma violação, uma violação de sua mente.
O semblante irritado de Lazarus voltou em um piscar de olhos. —O que você está fazendo
aqui, Cameo? Por que voltou para a terra dos mortos?
Tudo o que acontecera entre eles, qualquer prazer que tivesse experimentado, o final
claramente tinha sido tumultuado.
Deveria ter ficado em Budapeste com meus amigos.
Enquanto se afastava dele, Tristeza lambeu sua consternação e sussurrou conversas que se
espalharam pela multidão.
—Aposto que ele a mata... Com prazer.
—Como faço para me inscrever para esse tipo de morte?
Com o olhar fixo em Cameo, Lazarus disse, —Deixem-nos. Agora.
Foi um comando suave, e ainda assim a multidão se dispersou em segundos, bancas e
mercadorias abandonadas sem questionar. Soldados e cavalos trotando para longe.
Lazarus era rei, sua palavra era lei e seu poder era inquestionável. Ele era um deus entre os
homens. Ele sabia sobre Tristeza? Ela se perguntou novamente. Deveria saber, considerando que
havia lido uma parte de sua mente. Ele a queria morta, do jeito que Alex quisera?
Ela nunca acusou Alex por sua traição. Não, ela culpou o medo.
Quando escapou dos Caçadores, ela voltou para Alex e, enquanto estava suplicando de
joelhos, o corpo sangrando e quebrado, ela contou sobre a caixa. Ele deixou cair a espada, juntou-
se a ela no chão e envolveu seus braços ao redor dela. Ela pensou que ele começara a entender.

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O mal tão terrível como o seu, precisa se extinguir, ele dissera. Então ele gritou chamando os
Caçadores novamente. Só então ela aceitou a verdade. Tristeza o havia infectado, e Cameo era a
culpada.
Enquanto lutava para se libertar pela segunda vez, um Caçador deu um passo à frente e
dissera: Venha com a gente de bom grado ou Alexander morrerá.
Alex morreu.
Mesmo agora, a culpa a provocava, a sensação de Tristeza já não fabricada pelo demônio.
Não sou um prêmio para ninguém.
Não, você é a queda de qualquer homem, disse Tristeza.
Ela deu outro passo para trás, seu calcanhar machucado pousando em uma pedra afiada.
Estremeceu.
O olhar de Lazarus caiu no seu pé, um cenho franzido puxando os cantos de sua boca. —
Seus pés. Seus pés estão sangrando. Você está ferida.
A palavra ferida em seus lábios era uma vil maldição. Uma promessa de violência.
—Foram as serpentes do céu que fizeram isso?— Ele exigiu saber.
Ele poderia punir seus animais de estimação se fosse? —Culpe a jornada até aqui e o pedaço
de merda metamorfo que roubou meus sapatos.
Ele passou a língua pelos dentes. Planejando prejudicar Rathbone?
Por que ele se preocupava com quem a machucou quando claramente a odiava?
—Ásperas palavras querida. Muito ásperas.— Rathbone apareceu na distância, rondando
uma mesa. —E depois de te salvar de um fim trágico.
Mentiroso! —Eu me salvei.— Ela acenou com um punho para ele.
O leopardo dez um som de enfado, como se ela fosse muito estúpida para conhecer a
diferença entre salvação e perigo.
Lazarus enrolou uma mão ao redor do punho de uma adaga.
Rathbone começou a retroceder. —Você claramente está no meio de sua TPM. Vocês dois.
Eu voltarei mais tarde.— Em um piscar de olhos, ele se foi.
Cameo invejava a capacidade de se teleportar. Pegar o que quiser e desaparecer. —Você me
fez uma pergunta,— disse a Lazarus. —Agora vou responder. Estou aqui porque quero respostas.
Quero saber tudo o que aconteceu entre nós.
Silencioso, ele curvou os joelhos e gentil, mas firmemente empurrou o ombro e direção ao
estômago dela.

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—O que...— Ela começou.


Ele se endireitou, levantando-a, garantindo que permanecesse pendurada nele.
Ela ficou atônita demais para protestar. A temerária guardiã de Tristeza estava sendo
carregada como um saco de batatas? Isso estava acontecendo? Sério?
—Continuaremos nossa conversa,— disse ele. —Mais tarde.
—O que estamos fazendo agora?— Perguntou, curiosa, mas não assustada.
Uma pausa. Então,—Continuaremos de onde paramos.
Enquanto falava, uma borboleta com asas escarlate pousou na mesa com as adagas e Cameo
gemeu. Aqui estava outro sinal de destruição iminente.
Seu relacionamento com Lazarus não terminaria bem, não é?

CAPÍTULO 4

“Como ganhar uma guerra em seis etapas fáceis. Um: PROVOCAÇÃO”


— As Belas Artes da Decapitação
— Como Alcançar a Vitória

Lazarus marchou através das imponentes portas principais, abertas pelos guardas que ele
havia colocado lá, com uma Cameo chocantemente dócil pendurada por sobre seu ombro. A
última vez que ela havia entrado nos reinos dos espíritos, ele a sentira e a pegara enquanto ela se
precipitava no chão. Por que ele não a sentira hoje?
—Você passou por um portal?— Ele perguntou. —Ou entrou no reino de outra forma?
—O portal,— ela resmungou. —A aterrissagem foi uma merda.
Ele, de algum modo, a bloqueou de sua mente, assim como ela o bloqueou da mente dela?
Ou ela o bloqueou desde o início?
Bem, ele não a estava bloqueando agora. Não conseguia pensar em nada e em ninguém
além de Cameo.
No espaçoso hall de entrada, os servos pararam de limpar para se curvar a ele... E observá-lo
com admiração. Ele nunca antes havia sido visto com uma fêmea de maneira tão pública.

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Cameo estava mais bonita do que se lembrava. Cachos sedosos de ébano, olhos de prata,
lábios vermelho rubi. Os olhos dela diziam mais perto, enquanto o demônio dela dizia já está perto
o suficiente. Ela era sua própria tentação pessoal. Ela o encantava, mas não tinha o direito!
Mesmo agora, suas pernas espetavam e queimavam, o primeiro sinal de que os cristais
estavam se expandindo.
Ela sabia o quanto o afetava terrivelmente? Ou o quanto poderia enfraquecê-lo, tornando-o
presa fácil para seus inimigos? Será que ela se importava?
Ele abriu sua mente para a dela apenas para bater em seu escudo. Suas perguntas
permaneceram sem resposta, uma frustração familiar crescia dentro dele. Frustração, raiva e o
desejo sempre presente.
Sua fome por essa mulher era insaciável, mas ele não podia tê-la. A menos que, é claro, ele
abandonasse sua vingança contra aqueles que o condenaram injustamente, e aceitasse uma
eternidade sepultado em um cristal indestrutível.
Nunca! Por que não matá-la, aqui e agora? Remover sua cabeça seria um ato de autodefesa.
Com o pensamento, Lazarus recuou fisicamente.
Maldita!
—Opa, grandalhão.— Cameo deu um tapinha no traseiro dele de maneira tão calma, quando
deveria estar histérica. —Cinquenta e dois quilos são demais para você?
Engraçadinha!
E havia outro tipo melhor de fêmea?
Cure-a e a envie para casa sem se encantar com seu belo corpo. —Alguém está sofrendo de
outro ataque conveniente de perda de memória, não é?— As palavras saíram com mais força do
que ele pretendia. Talvez houvesse sido um pouco amargo? —Alguém se esqueceu de mencionar
mais uns dois quilos.
A diabinha bateu os punhos na parte inferior das costas dele. —Você poderia ou não ter
conhecido intimamente o meu corpo. Você definitivamente sabe as coisas que eu disse e fiz. O
bom, o mal e o feio. Você sabe se nos separamos como amigos ou inimigos. Você sabe onde
paramos. Eu não. Isso não é uma questão de conveniência para mim, é um pesadelo.
A fúria dela despedaçou a dele, transformando-se na necessidade de confortá-la. As
memórias ofereciam uma forma de proteção; elas nos diziam em quem confiar e quem insultar,
salvava de erros repetidos e criava um caminho claro para o nosso futuro.
A compaixão floresceu, e ele amaldiçoou. Outra fraqueza graças a essa mulher.

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Além deles, os criados soluçavam. Ele olhou para o grupo triste. Teria que investir em
tampões para toda a equipe - ou matar todos eles.
—Voltem ao trabalho,— ele falou.
Uma onda de movimento entrou em erupção quando todos obedeceram.
Subiu um lance de escadas, a mão encostada contra o traseiro de Cameo enquanto
manobrava pelos diferentes corredores. Mal podia esperar para vê-la cercada por suas coisas,
sabia que iria gostar de ter o perfume dela - uma mistura de bergamota, rosa e neroli4 -
infundindo seus lençóis... Teria grande prazer em mostrar os presentes que havia colecionado
para ela. Seu rosto se iluminaria com prazer? Ou ela franziria o cenho para ele, com a tristeza do
mundo em seu olhar?
Isso importava? Depois que ela partiu, ele teve que fazer tudo o que estava ao seu alcance
para acabar com a obsessão de seu corpo por ela. Isso significava apagar todos os vestígios dela de
sua casa.
Não posso compartilhar meu quarto com ela. Nem agora, nem nunca.
Entrou no quarto ao lado dele. Um que destinara para...
Um convidado. Qualquer convidado.
Com passos rápidos, fechou a porta atrás de si. Jogou seu belo pacote na cama. Olhe para
longe! A visão de Cameo em cima de um colchão, qualquer colchão, só danificaria suas defesas
contra ela.
Lazarus olhou para a cama. Cada uma das quatro pilastras havia sido arrancada da floresta e
replantada em vasos. Luxuriantes folhas vermelhas cresceram, formando um dossel acima. O
edredom foi feito de pétalas de flores imbuídas de poeira Fae de verão; essas pétalas eram mais
suaves do que a seda, mas ainda mais duradouras.
Cameo sentou-se ereta e escaneou o quarto.
Ele sabia que ela havia catalogado todas as saídas, bem como tudo o que poderia usar como
arma e ele fazia o mesmo. Havia apenas uma saída - aquela que ele havia fechado. Na lareira, uma
serpente do céu esculpida em mármore em pé em sentinela de cada lado, o calor flutuava de suas
bocas abertas. Armas - atiçadores de fogo, equilibrados entre suas garras.

4
Neroli é o nome dado ao óleo extraído por destilação a vapor das flores perfumadas brancas de laranjeiras amargas. É um
dos óleos florais mais utilizados na perfumaria e é popular como um óleo essencial utilizado em produtos de beleza e
aromaterapia. As pequenas flores brancas da árvore são coletadas a mão na primavera , e leva cerca de uma tonelada destas
flores para produzir um litro de óleo, resultando em um custo muito elevado.

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A cômoda havia sido lapidada de uma peça de ametista. As peças poderiam ser queimadas e
usadas para cortar a carne vulnerável.
A penteadeira era de ouro sólido, muito pesada para que ela levantasse. As pernas foram
esculpidas à mão, para se assemelharem às serpentes do céu. Os rubis emprestaram uma vida não
natural aos seus olhos, enquanto suas caudas se enrolavam em brilhantes pontos de diamante. As
joias poderiam ser removidas com pouco esforço.
O espelho dourado já pertencera a Siobhan, a deusa de Muitos Futuros e supostamente a
mais cruel das Erinyes5. Lazarus havia sido informado que bastaria simplesmente olhar para o
vidro, que ele lhe revelaria os diferentes caminhos para encontrar o amor verdadeiro. Até agora
ele não tinha visto nada além de seu reflexo.
Se Cameo desejasse armas, ela teria armas. Ele nunca interferiria com seus esforços para se
proteger.
Quando seu olhar pousou em Lazarus, um rubor pintou suas bochechas. Ele sabia o quão
quente sua pele impecável podia queimar, e seus dedos coçavam para tocá-la.
Resista! —Você quer uma memória, Luz do Sol. Aqui está. A última vez que estivemos
juntos, nos beijamos.
Não, beijou era uma palavra muito suave. Ela havia sido como fogo em seus braços, sem um
pingo de tristeza ou melancolia. Ela sugou a língua dele como se fosse o seu doce favorito,
respirou seu hálito, como se o necessitasse para sobreviver, como se sempre fosse precisar dele.
Ela tinha sido como um fogo vivo de paixão.
Ela o esquecera tão facilmente, enquanto a lembrança dela tinha o poder de queimá-lo.
Ela olhou para seus lábios e sussurrou: —Nós nos beijamos. Nada mais?
Aquela voz! Uma explosão de tristeza acompanhava todas as palavras.
Ele compreendia o motivo pelo qual as outras pessoas se encolhiam e choravam. Eles nunca
haviam experimentado um soco tão fervoroso de pura tristeza. Lazarus sim. Muitas vezes.
Primeiro, depois da perda brutal de Echidna. Então, sua incapacidade de encontrar e matar seu pai
pelos crimes cometidos contra sua mãe. Então sua escravidão durante séculos. A voz de Cameo
simplesmente não podia se comparar a toda dor que ele já sentiu.

5
As erínias (em grego: Ἐρīνύς, na mitologia grega, eram personificações da vingança. Enquanto Nêmesis (deusa da vingança) punia os deuses, as
erínias puniam os mortais. Eram Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Inominável).[1] Na mitologia romana, eram chamadas fúrias – Furiæ
ou Diræ. As erínias são divindades ctónicas (designa ou refere-se aos deuses ou espíritos do mundo subterrâneo, por oposição às divindades
olímpicas) presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas à autoridade de Zeus, vivem às
margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram, pois devem fazê-lo).

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Senhores do Submundo 13

—Nos despimos e rodamos como dois adolescentes em uma casa vazia.— Ele escondeu a
intensidade de seu desejo por ela por trás de um tom sombrio. —Você se contorceu contra mim,
implorando mais, mas parei antes da penetração.— Ele tivera que se esforçar, enganar e persuadir
para conseguir levá-la tão longe, e a espera foi torturante... Mas a agonia valera cada segundo de
êxtase.
Ele parou porque dois de seus homens haviam entrado no quarto. E porque ela
compreendeu a verdade - ela não havia sido capturada por um inimigo com a intenção de vender
seus bens e serviços, como ele a levou a acreditar; estava escondida em segurança no próprio
reino de Lazarus.
A respiração dela prendeu na garganta, enquanto seu pulso acelerava. Ela me deseja ainda...
A luxúria ameaçou destroçar suas boas intenções... Até o formigamento em suas pernas
aumentar.
Saia! Agora!
A preocupação com ela o deteve no lugar. Os ferimentos dela precisavam ser tratados. O
controle dele se romperia quando colocasse as mãos sobre ela?
—Por que você parou?— Ela falou com a voz rouca.
—Nós éramos - somos - inimigos,— ele grunhiu. Expulse-me do quarto.
Seus olhos se arregalaram. —Inimigos. Porque você me odeia... odeia o que eu sou?
—Não odeio você.— Ele a temia e temia o poder que exercia sobre ele. Estava faminto por
ela como um homem a quem havia sido negado o sustento adequado há anos. —Mas eu também
não gosto de você.
Ele esperava que ela recuasse com dor. Em vez disso, ela exalava aceitação.
Seu coração escuro se quebrou. Quantas vezes essa mulher enfrentou rejeição?
A minha μονομανία será sempre respeitada!
Amaldiçoou sua crescente sensação de posse. Esta mulher nunca lhe pertenceria. Ele
sempre escolheria a força sobre a fraqueza.
—Por que somos inimigos?— Ela insistiu.
—Por que eu quero você demais,— ele admitiu com um grunhido.
Ela o olhou de queixo caído. Então apertou os lábios. Um hábito que ele havia notado antes.
E ele entendeu, realmente entendeu. As pessoas desprezavam a voz dela, e ela desprezava a
reação das pessoas à sua voz.

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—Converse como uma pessoa adulta,— disse ele, provocando uma reação nela. Acreditava
na lei do deslocamento. Como um copo embaixo de uma torneira pingando. Eventualmente ele se
encheria, e o líquido se espalharia, deixando o recipiente vazio... E pronto para algo novo.
Funcionara no passado, permitindo-lhe manipular seu humor. Tristeza por raiva, raiva pela paixão.
—Garotinhas levam tapinhas.
Ela tentou alcançar uma adaga que não mais estava em sua posse, então sacudiu o punho
vazio para ele. —Tente e perca a mão.
—Somente uma?— Ele debochou. —Alguém praticamente está implorando para ser
espancada.
—Alguém está se perguntando por que pensou que seria uma boa ideia passar algum tempo
com você.
—Essa é fácil. Você é viciada em meu grande...
Ela se curvou, preparando-se para atacar.
—Bom senso,— ele terminou, tentando não sorrir. Provocá-la sempre foi uma fonte de
delicia. Para ele.
Com uma graça calculada, ela passou o cabelo pelo ombro. —Não se preocupe, guerreiro.
Posso arranjar bom senso em qualquer lugar.
E-e-e ele perdeu o desejo de sorrir. Qualquer homem que ousasse conhecer o bom senso
dela seria encontrado por Lazarus...
Bastaria um aperto de mão e o heroizinho seria derrubado. Vou deixá-la ir.
Determinado, ele se concentrou no pior de seus ferimentos. —Você tem vários ferimentos,
mas vou garantir que se cure antes de ir. Você não terá cicatrizes ou o que chamaria de botões de
amor.— Não haverá nada para lembrá-la de sua mais nova interação. Isso, se o demônio decidisse
limpar sua memória novamente.
Agora, a expressão dela era de dor, e a visão foi quase a destruição dele. Ela queria ficar com
ele?
Ela se recuperou rapidamente e soprou as unhas. —Não se preocupe com as suturas. Refiro-
me aos curativos como suporte de mariquinhas.
— Eu vou me incomodar. Caso contrário, você não vai se curar.— Ele entrou no banheiro,
onde encontrou o bálsamo feito com gelo de inverno Fae.
Ele não o guardou para Cameo. Claro que não. Ajudando a única mulher capaz de machucá-
lo? Não! Tal ação teria sido tola.

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O que você está fazendo agora?


Garantindo que ela tenha vida o suficiente para viajar para casa. Nada mais.
Engoliu um grunhido e voltou para a sala para se agachar diante da beleza de cabelos
escuros. Seu aroma inebriante o envolveu, sua boca desesperada para prová-la. Talvez se
roubasse um beijo, um único beijo, antes de começar as suturas. Ele prometeu que recomeçariam
de onde haviam parado e ele sempre cumpriu suas promessas...
O resto do mundo desapareceu quando ele se inclinou para ela...
Ela prendeu a respiração, irritando-o mais, mas também o devolvendo à realidade.
Maldita atração!
Com sua atenção fixada em qualquer lugar, exceto o rosto muito adorável dela... E os
quadris perfeitamente arredondados... E as pernas longas e esguias que uma vez envolveram sua
cintura... Ele limpou os ferimentos e aplicou a pomada.
—Devo fazer com que você volte para casa,— falou entre os dentes cerrados.
—Quando nos separarmos,— disse ela suavemente, —Não vou para casa. Não até encontrar
a deusa da Vida Após a Morte e...— Ela apertou os lábios.
E o que? Ou quem? Se ela procurava outro homem, Lazarus...
Nada.
—Seu humor muda rapidamente,— ela disse. —Você está menstruado?
Ele suprimiu uma risada. Então examinou os recessos externos de sua mente uma última
vez, quase grunhindo com alívio e triunfo quando percebeu que ela inadvertidamente baixou o
escudo.
Ela também procurava a caixa de Pandora.
Ele sofreu uma pontada de culpa. Deveria admitir que ela se aproximara de encontrá-la? A
última vez que estiveram juntos, o artefato estava a poucos centímetros de distância.
Ele a impediu de tentar pegá-la, e no processo impediu que o guardião da caixa despertasse,
e Cameo morresse, seu espírito preso para sempre nos reinos fantasmas.
Lazarus teria ficado preso com a chave de sua queda.
Então ele a afastou da caixa, sabendo que poderia retornar a ela a qualquer momento. Até
mesmo brincou com a ideia uma ou duas vezes. Mas por que mudar um jogo que ele estava
vencendo?
Ignorou a culpa, permaneceu em silêncio e mergulhou mais fundo em sua mente. Bem, bem.
Ela tinha segredos dele. A pequena garota atrevida não mencionou a caixa, porque não confiava

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nele e não sabia como ele reagiria a Tristeza. Ela realmente acreditava que ele iria tentar destruí-
la.
Ainda mais profundo. Ela...
Ela guinchou com fúria e horror e o afastou de seus pensamentos. Então ergueu o escudo.
Ela levantou o punho, como se estivesse prestes a golpeá-lo. Seus olhares colidiram quando
ele agarrou seu pulso. A delicadeza de seus ossos, tão diferente dos dele, o calor e a suavidade de
sua pele. A sensação da pulsação selvagem martelando contra ele...
—Eu sei que você é possuída por um demônio,— ele disse. —Sempre soube, e não me
importo. Eu não sou um humano com vistas limitadas. Eu sou o Cruel e Incomum.
A tensão saiu dela, sendo substituída por um ar de surpresa.
A surpresa seria saborosa em seus lábios.
O formigamento em suas pernas piorou, castigando-o. Com esta mulher, o prazer e a
desgraça andariam sempre de mãos dadas.
Ele a soltou e ficou em pé. —Fique aqui. Vou enviar um servo para ajudá-la.— Toda vez que
ela se movia, os rasgos em sua túnica se abriam, chegando perigosamente perto de revelar os
seios.
Quero seus seios em minhas mãos. Seus mamilos na minha boca...
—Pegarei suas adagas e botas e te levarei até sua amiga.— A voz era como uma seda áspera.
—Ela está aqui?
—Está.— Saia enquanto puder. Ele saiu com pressa, batendo a porta atrás dele.
Dois machos estavam de sentinelas. —Ninguém entra na sala e ninguém toca na garota. Se
ela sair, um de vocês irá segui-la, o outro vai me convocar.
—Sim senhor.
Ele continuou. Enviou para o quarto de Cameo a primeira serva pela qual passou, com
instruções explícitas. Queria que tratassem dos ferimentos dela e que colocassem sais aromáticos
específicos no banho.
Ao virar uma esquina, abriu a mente, enviando sua consciência através de todo o palácio...
Finalmente chocando-se contra o objeto de sua busca. Rathbone, o Único.
O bastardo o esperava na sala do trono.
Uma vez dentro, dispensou todos os guardas com um gesto da mão. Os sons de passos se
apagaram. As portas se fecharam, uma após a outra, selando-os lá dentro. Não viu nenhuma

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indicação do leopardo que roubou os pertences de Cameo, mas a presença escura permanecia,
um espinho dentro de sua mente.
Como Cameo, Rathbone erguera um escudo, escondendo seus pensamentos.
—Mostre-se. Eu sei quem e o que você é.— Ele percebeu a verdade à primeira vista.
O leopardo apareceu em um sopro de fumaça, um sorriso largo revelando dentes afiados.
Aproximou-se de Lazarus lenta, mas metodicamente, sua forma se transformando em um homem
muito alto, muito musculoso, com longos cabelos pretos, olhos como diamantes e pele tão
vermelha escura quanto o sangue.
Ele não usava camisa, mas calças de couro preto envolviam suas pernas. Tinha milhares de
tatuagens, mais do que Lazarus, que tinha o corpo completamente coberto por elas. Enquanto
Lazarus tinha rosas espinhosas para representar aquelas encontradas no Jardim do Perpétuo
Horror, os crânios para representar os inimigos que ele matou - e mataria - bem como borboletas
e serpentes do céu para representar seus seguidores, cada imagem em Rathbone era a mesma.
Um olho humano fechado.
Uma escolha estranha. Uma escolha distinta. Lazarus tinha adivinhado corretamente. Este
era Rathbone, o Único, um dos nove reis do submundo. Ele ganhou seu apelido ao ser o último
homem em todas as batalhas nas quais havia lutado. Ele poderia mudar para qualquer forma, não
importa o quanto fosse grande ou pequena. Objetos animais, humanos e até inanimados.
Lazarus tinha ouvido que esse macho uma vez se transformou no punho de outro homem,
obrigando-o a matar toda a família antes de se matar.
—Você tem muito para responder, guerreiro.— Ele cruzou os braços sobre o peito.
—Isso é Vossa Majestade quem decide.— Deu um encolher de ombros descuidado. —
Sempre tenho muito para responder.
—As armas e as botas de Cameo. Entregue-as para mim. Agora.
—E trapacear o vendedor que os comprou de mim? Que vergonha!
—Você preferiria trapacear minha mulher?
Quando as palavras escaparam, ele amaldiçoou. Minha mulher. Ele acabou de chegar a uma
poderosa afirmação verbal e ofereceu munição suficiente para qualquer inimigo com a intenção
de supervisionar sua destruição. Também provou que fizera um trabalho deplorável de resistir a
atração por Cameo.
Talvez o bastardo não percebesse.

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O sorriso de Rathbone aumentou. Oh, ele percebeu, mas escolheu com sabedoria manter
silêncio sobre o assunto.
—Eu sei por que você está no meu reino.— Lazarus passou a ponta dos dedos sobre o punho
da kris.
—Diga.
—A guerra entre Hades e Lucifer está ficando mais quente.
A própria razão pela qual Lucifer continuava a enviar emissários. Todo líder de todo exército
imortal, teria que escolher um lado. —Para quem você luta?
—Com quem eu luto, não para quem. Lutei com Hades. E também com os Senhores do
Submundo.
O que significava que Cameo lutava por Hades. Que também significava que escolher o lado
de Lucifer faria de sua μονομανία, sua inimiga.
Ela já não era?
Lazarus andou em círculos em torno de Rathbone, um predador decidindo o destino de sua
presa. O homem permaneceu no lugar, nunca se virando. Mas então, ele não precisava se virar.
Aqueles olhos também estavam tatuados em suas costas e, quando Lazarus se movia atrás dele, as
pálpebras se abriram, as íris seguiam cada movimento.
Uma pontada de inveja. Um poder tão singular...
—Deixe Hades saber que vou pensar sobre minha decisão até o final da semana.— Todos os
sentimentos pessoais de lado, apenas uma questão era importante. Quem o aproximaria de sua
vingança?
Rathbone inclinou a cabeça em concordância. —Muito bem.
—E agora que isso está resolvido.— Lazarus jogou a kris sem aviso prévio. A lâmina cortou o
tronco do macho e saiu do outro lado - com o fígado. —Prometi a Cameo que puniria aquele que a
machucou. Agora minha promessa foi cumprida.
Rathbone estremeceu antes de um novo sorriso florescer. —O primeiro órgão é gratuito. O
próximo irá custar-lhe. Caro.
—Então você entende que haverá um próximo. Excelente. Estamos na mesma página.
Uma onda de risada ecoou das paredes. Acostumado a intimidar seus inimigos, Lazarus não
tinha ideia de como proceder com esse.
—Acho que gosto de você,— disse Rathbone. —Penso que seremos excelentes amigos.

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—Não tenho necessidade de amigos.— Embora às vezes desejasse alguém em quem confiar,
para proteger suas costas e proteger sua causa. —Eu não desgosto de você, mas vou remover o
resto de seus órgãos, um de cada vez, se você roubar Cameo novamente.
—Agora sei que gosto de você. Se alguma vez precisar de mim...
—Não preciso de ninguém.— A declaração precipitou-se dele. Uma afirmação para si
mesmo, bem como para o rei dos shifters do submundo.
—Mas se alguma vez você precisar...
—Não vou precisar.
—... é só dizer meu nome.— Um segundo depois, Rathbone desapareceu.
Lazarus ficou parado no lugar, as mãos enroladas em punhos. A respiração tornou-se um
pouco mais difícil enquanto lutava para controlar seu temperamento... E sua luxúria.
Com a partida do rei, não tinha nenhuma distração do encanto magnético de Cameo. Ela
estava aqui. Em sua casa. A mulher que ele colocaria sempre acima de todos os outros. A febre em
sua carne, a dor em seus ossos.
A fraqueza que tinha que ser consumida, de uma forma ou de outra.

CAPÍTULO 5

“Passo dois: Ameace... E siga em frente.”


—Como Alcançar a Vitória
Legenda: Exceto com as Amantes

Cameo permaneceu sentada na cama enquanto uma fêmea desconhecida se movia no


banheiro. A rejeição ainda chacoalhava dentro de seu cérebro, como uma bola de metal com
espinhos.
Não te odeio. Mas também não gosto de você.
Lazarus havia lhe contado o que aconteceu entre eles, mas ao invés de liberá-la dos grilhões
de Tristeza, ele envolveu uma nova corrente ao redor de seu pescoço. O homem a beijou e a
tocou... deu-lhe prazer. Que ela soubesse, ele foi o primeiro. Além disso, ele não teve problemas
com Tristeza. E, no entanto, não via a hora de se livrar de Cameo com rapidez suficiente.

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Destinada a estar sozinha comigo. O veneno de Tristeza escorria de cada palavra, atingindo
os cantos escondidos de sua mente.
O destino não seria tão cruel. O destino...
... Poderia ser muito mais cruel. Seus ombros rolaram, sua cabeça inclinou. Uma pequena
chama de esperança apagou, e uma gota de cera pareceu mergulhar em seu coração, queimando
um buraco no centro. Por mais horrível que fosse a sua vida, as coisas sempre podem piorar.
Pelo menos seus ferimentos pararam de doer quando Lazarus aplicou um unguento. A carne
rasgada até havia se regenerado. Ele estava certo; sem botões de amor para Cameo.
Claro, quando ele aplicou a pomada, seu orgulho começou a arder. O toque dele tinha sido
impessoal e áspero, a expressão retorcida com repugnância.
Um suspiro flutuou do banheiro. Cameo endureceu. Nunca falha. Nenhuma palavra havia
saído de sua boca e, no entanto, Tristeza conseguiu infectar a outra mulher.
Pobre serva, disse o demônio, sua voz suave e triste. Sua presença é uma tortura para ela.
Ha, ha, ha. Cameo não aceitaria a culpa por isso. Não aceitaria! Não era responsável pelos
sentimentos de outra pessoa.
Você não é responsável? Você me trouxe para esse reino...
Bem. Não era responsável pela reação de mais ninguém aos seus sentimentos. Mas...
Talvez devesse ir embora. Não havia motivo para esperar o retorno de Lazarus. Poderia
encontrar Viola sem sua ajuda, obrigada.
Não, precisava ficar. Suas roupas estavam penduradas por um fio, e a sujeira da sua camisa
provocava coceira.
Um novo plano se formou. Tome banho, coloque roupas limpas. Não deixarei a porta me
bater na saída.
Mas o mais importante, ficaria longe de Lazarus.
Ele sabia muito sobre Cameo, enquanto ela sabia muito pouco sobre ele e o desequilíbrio a
irritava.
Que tipo de governante era ele? Cruel? Ou justo? Como tratava seu povo? Como se fosse
dono deles? Ou como conquistas? Ele tinha namorada? Ou talvez namoradas?
Suas unhas cavaram no colchão. Ele gostava de monogamia ou tinha medo de
compromisso?
A criada de cabelos pálidos apareceu na sua frente. —A água está pronta, senhorita. Se
desejar se banhar... por favor, por aqui.

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Primeiro, Cameo reuniu um punhado de objetos que poderiam ser usados como armas.
As armas eram os melhores amigos de uma garota.
Escolheu um atiçador de fogo e arrancou as caudas de diamante - ou melhor, as adagas
perfeitas - das serpentes do céu esculpidas à mão. Para amenizar, ficou com os dois conjuntos de
olhos de rubi.
Pronta para qualquer coisa, entrou em um banheiro espaçoso que era maior do que seu
quarto em casa. As paredes do banheiro eram feitas de cristais reluzentes. Pilares prepararam a
entrada de uma grande alcova, aonde uma pequena escada em espiral conduzia à uma fonte
termal. Vapor saía da superfície da água, perfumando o ar com aromas de rosa, bergamota e
neroli...
Cameo piscou de surpresa. Rosa, bergamota e neroli. Os óleos essenciais utilizados no seu
sabonete favorito. Coincidência?
Tinha que ser. De jeito nenhum, Lazarus notaria seus aromas preferidos. Realmente era
impossível que ele houvesse recriado propositadamente a mistura.
Não te odeio. Mas também não gosto de você.
Suas unhas rasparam o atiçador de fogo enquanto continuava seu estudo no banheiro.
Encontre as suas saídas muito antes que seja hora de sair. Um candelabro de cristal pendia acima
da fonte termal. Pegue, balance, deixe cair. No segundo cômodo de cristal, encontrou um vaso
sanitário e em bidê de 24 quilates de ouro.
Blondie6 tentou remover a camisa de Cameo. Com um grunhido, Cameo saltou para longe do
alcance dela. Sem ofensa, mas o suficiente era suficiente. Até que quisesse ser esfaqueada nas
costas ou decapitada, não permitiria que um estranho ficasse atrás dela.
Toque-me uma vez sem querer: te desculpo. Toque-me duas vezes sem querer: você morre.
Correção. Toque-me uma vez sem querer: você morre.
Cameo fez um gesto para que Blondie saísse. Infelizmente, a criada perdeu a ação,
permanecendo no lugar, com a cabeça inclinada.
Ao invés de falar, Cameo deu um empurrão gentil em Blondie... Ela tropeçou, mas
rapidamente firmou os calcanhares.
Será que Lazarus a mandou espionar? O medo da ira dele devia ser enorme.

6
Loira, em inglês.

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Bem. Tanto faz. Mantendo Blondie à vista, Cameo se despiu. Uma façanha milagrosa,
considerando que manteve seu agarre por sobre as armas. Depois de subir as escadas, entrou na
água acolhedora e colocou as armas ao redor da borda da banheira.
Com um suspiro parecido com contentamento, se acomodou em um banco, onde vários
jatos massagearam músculos doloridos.
Blondie fungou novamente, arruinando o momento.
Tristeza chutou contra o crânio de Cameo, surgiu um flash de memória que consumiu sua
mente.
—Posso te matar e dar sua cabeça de presente para ela,— Cameo dissera. Ela sentou-se no
meio do tronco de uma floresta, olhando para o guerreiro.
Ela o ameaçou? Por quê? Droga. O demônio esperava provocar seus sentimentos por
Lazarus?
E o que ela quisera dizer? Dar um presente para ela. Ela quem?
Juliette, Tristeza disse. A Harpia que uma vez o escravizou.
O demônio adorava analisar os detalhes que ele roubava dela, dando apenas informações
suficientes para causar um colapso em sua imaginação.
—Talvez eu corte sua língua e faça um favor ao mundo,— respondera Lazarus, sentando-se
ao seu lado, uma torre de ameaça e força, sexy muito além da imaginação.
Uau. Ele ousou ameaçar Cameo?
Obviamente. Pelo menos, ela tinha apertado os dentes em irritação, em vez de ter medo, e
dissera: —Talvez eu arrance suas tripas apenas para rir da sua cara.
—Posso te esfaquear e fazer um favor a mim mesmo.
Oh, sim. Ele ousou. Mas ele estava mais divertido do que enfurecido.
Cameo levantou-se e fez um gesto para ele se aproximar mais. —Você quer fazer isso,
guerreiro? Porque estou pronta. A qualquer momento. Em qualquer lugar.
Seu grande corpo se elevou enquanto ele se levantava, o movimento gracioso, sua força em
exibição... E fascinante.—Você não quer realmente me enfrentar, garotinha. Você perderá.
Garotinha? Ela o cortaria em mil pedaços.
—Penso de forma diferente,— ela disse, surpreendendo-se. Pare de enrolar e comece a
atacar! Talvez levá-lo para o pior encontro da vida dele... Para um bar de karaokê. —Em ambos os
aspectos.
Ela não atacou. Ela pressionou o peito contra o dele e se deleitou com sua dureza.

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Bem. A atração claramente, danificou seu cérebro. Apesar de tudo, queria os braços fortes
enrolados em torno dela, sua respiração quente na nuca.
—Faça o seu pior,— ele disse. —Mas não tenha dúvidas, eu também farei o meu.
A memória começou a sumir. Nãoooooooo! Cameo se contorcia tentando mantê-la. Ela
tinha que saber mais! Qual era a pior coisa que ele poderia fazer? O que aconteceu após a nova
ameaça? Eles se desculparam? Ou se separaram?
Sua mente se apagou. Com um grito frustrado, bateu o punho na margem da banheira.
Blondie soltou um grande soluço.
Lutando contra o fluxo de derrota, Cameo se afundou ainda mais na água. Não saber os
detalhes minuciosos de sua própria vida, a matava. Especialmente porque o demônio traiçoeiro
lhe revelava apenas pedaços de seu passado e sempre completamente fora de contexto,
forçando-a a especular sobre o porquê, o quê e como.
Cameo lavou-se da cabeça aos pés e perguntou-se sobre Lazarus. Ele afirmou que ela se
contorceu em seus braços e implorou por mais. Se alguém pudesse balançar o mundo dela, era
esse homem. Beleza e força envoltas em sensualidade ardente, polvilhadas com ferocidade.
Quando terminou, pegou as armas e desceu as escadas. Blondie apressou-se para secá-la,
mas ela mesma pegou a toalha para se secar. O tecido não era algodão nem seda, mas algo mil
vezes mais suave.
Blondie trouxe roupas limpas e Cameo vestiu-se sem reclamar enquanto se encolhia por
dentro. Um sutiã minúsculo com incrustações de diamantes? Isso é sério?
Arqueando as sobrancelhas, apontou para o tecido de gaze.
—Shorts,— disse Blondie e escondeu uma risada atrás da mão.
Boba eu não ter adivinhado. Podem chamá-la de antiquada, mas Cameo acreditava que seus
shorts deveriam ser mais longos do que seu traseiro.
Tanto faz. Pegou as armas e se dirigiu para a porta. Blondie correu na frente dela acenando
para que fosse até a penteadeira. Queria escovar e modelar o cabelo dela, não é? No fundo,
Cameo queria dizer sim, apesar da tolice do ato. Queria que Lazarus desse uma olhada nela e,
basicamente, se ferrasse. Não gosta de mim? Tudo bem. Mas vai desejar que eu goste de você!
Problema: Blondie teria que ficar atrás de Cameo.
Oh, quem se importa? Que tipo de guerreiro não podia se proteger de uma única pessoa?
Cameo colocou uma adaga na penteadeira - à vista - e se acomodou na cadeira.

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Blondie tremia enquanto levantava uma escova. Um minuto se converteu em outro, zero
ataques e Cameo começou a relaxar... Até que o espelho na frente dela se moveu.
Com um grito, se levantou. Blondie deu um passo para trás confusa.
Cameo apontou para o vidro liquefeito e a vibração ondulando sobre a superfície.
—O espelho pertencia à Deusa dos Muitos Futuros,— disse Blondie suavemente. —Seu
poder alimenta lendas... E pesadelos.
Siobhan, a Deusa dos Muitos Futuros. A mais nova dos Erinyes, ou Fúrias.
Como uma grega, ela estava sob a liderança de Zeus. Os rumores alegaram que a deusa
tinha sido amaldiçoada logo após o décimo sexto aniversário, obrigada a passar o resto de seus
dias presa dentro de uma prisão de vidro.
Cameo encontrou a adolescente apenas uma vez antes de sua maldição. Siobhan tinha sido
uma beleza com cabelos brancos como neve e pele tão escura como a noite. Ela tinha olhado para
Cameo de cima abaixo e dissera: —Você precisa sempre franzir testa? Rir é o melhor remédio. A
menos que você tenha diarreia.
Uma onda de medo percorreu Cameo enquanto voltava para a cadeira - se era do demônio,
ou do seu próprio senso de autopreservação, não tinha certeza. De qualquer maneira, se absteve
de olhar para o vidro pela segunda vez.
Prisão de vidro... Espelho... Se a deusa estivesse presa dentro...
Não quero saber qual desgraça me espera.
Durante a próxima meia hora, o cabelo de Cameo foi escovado, seco e penteado em uma
meia trança complicada, que ela nunca seria capaz de refazer. Seu rosto estava salpicado de algo
brilhante.
—Isto é poeira de estrelas,— disse Blondie. —É muito caro.
Com quem, exatamente, Lazarus gastava seus milhares de dólares? Uma amante favorita?
Cameo estava recebendo as sobras dela?
Uma onda de ciúmes a surpreendeu. Ela não tinha futuro com o homem, então não havia
necessidade de desperdiçar emoção com ele.
—Uma bruxa vende o pó na cidade,— continuou Blondie. Será que a conversa era para
distrair a onda de tristeza que Cameo exalava? —Ela é louca. Não faz nada além de se auto elogiar.
E tem um demônio como um animal de estimação. A criatura...

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Cameo agarrou a borda da penteadeira. Nada além de se elogiar... Demônio como animal de
estimação... Não podendo se controlar, teve que falar. —Você sabe onde posso encontrar Viola,
guardiã do Narcisismo e a Princesa Fluffikans7?
Blondie explodiu em lágrimas.
Cameo pulou e levou a mulher pelos ombros, sacudindo-a. —Concentre-se. Olhe além dessa
melancolia e diga-me o que quero saber.
E-e-e Blondie curvou-se, soluçando desesperadamente. Quando se acalmou, apontou as
coordenadas para além da floresta.
—Há outra parte para completar esta roupa?— Perguntou, não esperando por uma
resposta, mas se precipitando para a cômoda.
Blondie explodiu em uma nova rodada de soluços.
—Saia!— Exasperada, Cameo acenou para a porta. —Deixe-me.
A mulher não precisava ser ordenada duas vezes. Desapareceu num instante.
A história da minha vida. Sempre melhor estar sozinha.
Procurou por toda a gaveta, encontrando, finalmente, uma saia trespassada para amarrar na
cintura. Se alguém a confundisse com uma prostituta, bem, alguém morreria.
Saiu do quarto, aturdida por Blondie não tê-la trancado lá dentro. Não que uma porta
trancada fizesse diferença. Cameo poderia destravar qualquer bloqueio a qualquer momento.
Uma habilidade que tinha aprimorado como uma medida de segurança contra os Caçadores.
A razão pela qual Blondie não sentiu necessidade de trancafiá-la, ficou muito clara um
segundo depois. Dois homens armados estavam de sentinela no corredor.
Ambos olhavam para o teto, como se tivessem medo de olhar para ela.
—Milady...— Disse o mais alto.
—Cameo,— ela corrigiu sem pensar. Os títulos nunca tinham sido sua praia.
Ambos estremeceram. Um deles começou a chorar. Ela rangeu os dentes.
—Se você não voltar para seu quarto,— começou o Chorão.
—Não vou,— ela interveio.
Gordas gotas de lágrimas deslizavam pela bochecha dele. —Então serei sua sombra.

7 Princesa Fluffikans – Fluffikans é um trocadilho com as palavras Fluff (pelo, penugem) e kan (gíria para
vagina). Ou seja: Princesa Vagininha Peluda.

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O alto saiu correndo, como se não pudesse suportar mais a presença dela.
Tristeza cacarejava com alegria, e uma ira familiar fervia dentro de Cameo. Odeio o
demônio!
—E se eu não quiser uma sombra?— Ela exigiu saber.
Chorão engoliu em seco. —São as ordens do rei.
O que pensava Lazarus, que ela roubaria a prataria? Fugiria? E ele realmente pensava que
um único guarda poderia detê-la se decidisse ir embora?
Por que não fazer uso dele?
—Eu vou protegê-la com minha vida,— Ele acrescentou.
Ah. Bom. —Me leve para a saída. Além disso, preciso de um mapa da floresta. Vou visitar
minha amiga. A mulher que tem o diabo da Tasmânia como animal de estimação.— Cameo não
estava ansiosa para ver Fluffy de novo. A fera com cara de rato era do tamanho de um cão
pequeno, tinha dentes afiados, pelos pretos e um temperamento explosivo. E emitia um odor
nocivo quando ficava estressada.
O guarda tentou esconder um segundo estremecimento. Que doce progresso, ela pensou
secamente.
—Sei de quem você fala. Par horroroso. Você tem certeza... Ah deixa pra lá. Não há
necessidade de responder. Vou levá-la até a residência dela.— Caminhou a sua frente, com
cuidado para não encostar-se a ela, e a levou para o andar de baixo, para a porta dos fundos.
Os jardins tiraram seu fôlego. A luz da lua misturada com várias fileiras de luzes das tochas
iluminavam o rio colorido de arco-íris, que serpenteava através de um espetacular jardim de rosas.
Entre os arbustos havia estátuas de tamanho real, tanto masculinas quanto femininas, cada
uma representando diferentes graus de terror e lamento. Em algumas das estátuas estavam
faltando membros. Outras estavam colocadas em posições defensivas.
O artista fez um trabalho notável, garantindo que cada criação capturasse todo o alcance da
expressão humana. Do enrugamento no canto de um olho até a sombra de cada cílio. As estátuas
até tinham impressões digitais, e em uma das fêmeas, Cameo notou um chip.
Nunca, em toda sua vida, tinha visto um trabalho tão detalhado. Lazarus teria herdado o
jardim do ex-rei? Ou havia coletado as peças para sua própria diversão?
Quando notou inúmeras borboletas pousando em uma das estátuas, ela congelou. Seu
coração acelerou, batendo contra suas costelas.
Entendi. O perigo está chegando. Deixem-me em paz!

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—Tantas.— disse o guarda, a admiração inconfundível.—Tão bonitas.


Em um esforço para se distrair, ela disse: —Um grupo de borboletas é chamado de
caleidoscópio.— Um grupo de homens é chamado de enxaqueca.
Ele se encolheu, fazendo-a sentir-se pior. Ela se apressou para fugir da área - novamente
congelou. Desta vez, seu estômago se agitou.
Em frente, duas estacas 8 acenavam com orgulho ao vento. Em cima de cada estaca
descansava uma cabeça cortada. Não pedra, mas carne. Carne pungente.
Trabalho de Lazarus?
Claro! Quem mais teria ousado?
O que as vítimas fizeram para ganhar uma punição tão horrível?
Embora Lazarus pudesse ter feito algo muito pior. Ela e seus irmãos possuídos por
demônios, já fizeram coisas muito piores.
Seu lema: o inimigo que teme você é o menos propenso a atacá-lo.
O que Lazarus faria com ela, se inadvertidamente prejudicasse alguém em seu reino?
Queria perguntar ao guarda sobre as motivações de seu rei, mas permaneceu em silêncio.
Quer ela quisesse ou não, a questão era uma admissão de que Lazarus não confiava nela com suas
intenções. Além disso, a questão desrespeitava Lazarus, reduzindo suas escolhas como alimento
para fofocas.
Ao longo dos séculos, aprendeu que o orgulho de um guerreiro precisava de cuidados e
gentilezas. Os machos assustavam-se facilmente, então sempre era melhor lidar com isso em
privado.
Não que iria voltar a se encontrar com Lazarus.
—Se você quiser alcançar a bruxa ao anoitecer, é melhor continuar,— disse Chorão, e
avançou.
Ela o seguiu, logo alcançando um bando de fêmeas que estavam podando os botões de rosa,
e vestindo o mesmo sutiã e shorts com fenda de Cameo. Quando viram o guarda, acidentalmente
abandonaram as ferramentas e se inclinaram para recuperar os itens, revelando uma fenda
escondida no centro.
Ora ora. As Bend-over Babes9 certamente deram um novo significado ao termo venha me
pegar. Estavam aqui em uma terra pornô, para o prazer pessoal de Lazarus? Ele provava seus
prazeres regularmente?
8
Tipo de arma, como uma lança comprida e fina.

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O guarda não conseguia esconder a barraca armada em sua calça.


—Vamos, vamos. A noite está chegando,— disse Cameo, e a barraca dele imediatamente
entrou em colapso.— Lição gratuita do dia. Distrações podem te matar.
Ele pulou em ação, desesperado por escapar dela. Andaram rápido pelo jardim, durante um
quilômetro e meio ou mais e depois, diminuíram os passos. Chegaram à uma parede dourada. Ele
abriu o único portão, atravessou e desembainhou a espada.
Percebendo uma ameaça, Cameo agarrou as adagas de diamante.
Muito tarde. Uma flecha afundou na testa do guarda
Seu primeiro pensamento: Viu! Distração mata. Seu segundo pensamento: Borboletas
estúpidas!
Enquanto o guarda caía no chão cheio de galhos, ela se abaixou.
Um grito de guerra soou. Uma tribo de guerreiras Amazonas apareceu por trás das árvores -
seus olhos estreitos presos nos de Cameo.

CAPÍTULO 6

“Etapa três: Prove sua força. Quanto mais vicioso o ato, melhor.”
—Como Alcançar a Vitória
Legenda: Exceto com suas amantes

Lazarus correu pelo Jardim do Perpétuo Horror, um contingente de soldados em seus


calcanhares. As borboletas lideraram a corrida. Sua própria estrada pessoal de tijolos amarelos.
Estava grato por sua ajuda não solicitada. A sensação perturbadora havia retornado com
uma vingança.
Um dos guardas que ele deixou com Cameo enviou a informação de sua partida e intenção
de começar a busca por Viola, a maldição de seu reino. Partindo sem dizer adeus? Não!
Durante semanas, a deusa possuída pelo demônio havia arado seus territórios, roubando
armaduras, artefatos e qualquer outra coisa que imaginasse. Nenhuma vez ele partiu para a

9 Personagens de um filme pornô, onde as atrizes exibiam esse tipo de traje.

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retaliação. Sequer tentou detê-la, com muito medo de que inadvertidamente a prejudicasse e isso
devastasse Cameo.
Ela lhe devia e pagaria. Então eles se separariam.
Suas orelhas se contraíram quando um grito de guerra atravessou o ar. Apertando a kris com
firmeza, Lazarus acelerou o ritmo. Os galhos das árvores recuaram, com medo de tocá-lo. Insetos
carnívoros se esconderam.
Gemidos femininos soaram enquanto ele subia pelo portão.
Abaixou suas defesas mentais para avaliar a situação à frente. Guerreiras amazonas
lançaram um ataque furtivo, matando seu soldado. Cameo permaneceu ilesa.
O alívio atravessou-o.
Chegou ao grupo e parou. Ela estava cercada pelo inimigo, mas as amazonas estavam de
joelhos, as mãos pressionadas sobre as orelhas. E maldição, sua mulher parecia boa o suficiente
para comer. O top minúsculo e um tecido trespassado e transparente que revelava os menores
shorts do mundo pagaram uma homenagem adequada aos seios pequenos e cintura fina. Ela era
um sonho sexual para uma vida surpreendente.
— ... uma chance de setenta e nove por cento que você será esfaqueada em algum
momento da sua vida. Ou na sua morte. Tanto faz,— ela estava dizendo. A tristeza brotava dela,
criando um perfume nauseante. Embora ela apertasse duas adagas de diamante, parecia
deprimida o suficiente para matar seus oponentes... Ou a si mesma. —Exceto quando me
desafiam, é claro. Então as chances aumentam para cem por cento.
O luar se espalhou sobre ela, acariciando a pele perfeita; Ela brilhava, sua beleza anormal,
etérea. Sua trança negra como a penugem de um corvo adicionava um novo nível de delicadeza as
suas feições.
Um desejo surpreendente e uma fome selvagem o roeram. Dê-me. Se a Terra começasse a
desmoronar, não se importaria. Ele morreria com um sorriso. E um pau duro.
Agora não é a hora. Tentou ler a mente de Cameo, apenas para amaldiçoar quando seu
escudo se mantinha firme.
—Viva pela espada, morra pela espada,— disse ela.
As amazonas gemeram com mais entusiasmo, sem perceber que os soldados de Lazarus
estavam ocupando posições em torno delas, mesmo que esses soldados lamentassem e
gemessem tão alto quanto elas.

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—Você está certa, Luz do Sol,— ele anunciou. —As amazonas morrerão. De morte bem
ruim.
Não só elas mataram um homem sob sua proteção, mas ameaçaram sua mulher. Se não
conseguisse entregar uma punição adequada, só convidaria outros a quebrar suas regras.
Cameo se virou para encará-lo. —Lazarus.
Suas íris de prata líquida o hipnotizaram, mantendo-o cativo com mais segurança do que o
vínculo forçado de Juliette. A fome afiou seus dentes, devorando a decisão de deixá-la ir.
Mantenha-a. Tire seu prazer repetidas vezes...
Sua mente se rebelou... Seu corpo doía. Queria odiar essa mulher. Se não conseguisse deixá-
la, ela o destruiria da maneira que sua mãe havia destruído seu pai. Mesmo agora, as veias nas
pernas formigavam e aqueceram.
A fraqueza era uma besta insidiosa que ele não podia ignorar. Typhon a ignorou e olha onde
acabou. Vencido por seu pior inimigo, agora um conto de advertência.
—Pelo menos você se lembra de mim desta vez.— Ops. Sua amargura estava se mostrando
novamente. Melhor moderar seu tom. —Estamos fazendo progressos.
Suas pálpebras se estreitaram para pequenas fendas, o espesso leque de seus cílios, fazendo
com que ela parecesse tímida e inocente, em vez de perturbada. —Você pode sair. A situação está
controlada.
Os olhos dela se umedeceram e seu queixo tremeu.
Ela estava prestes a... Chorar?
Vou matar aquele demônio.
Não posso. Ele não podia matar o demônio sem matar Cameo.
Ele deve agir, mesmo assim. Sem Cameo, sem fraqueza.
Seus dedos contraíram no punho da kris.
Nunca mais experimentaria a felicidade de seu perfume, seu beijo? Nunca mais se deleitaria
com seu toque? A perspectiva o horrorizou.
Tirou o olhar dela e concentrou-se nas Amazonas. —Por que vocês estão aqui, incitando
minha ira?
Uma beleza negra acalmou-se o suficiente para responder: —Queen Nethandra... Sua
prometida em casamento...
Sua raiva se aqueceu novamente.

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—Espera um pouco.— Cameo aproximou-se dele, os quadris balançando. Uma dança de


acasalamento. Enquanto seus homens e as Amazonas choravam, o doce perfume de sua mulher o
envolvia, testando os limites de seu controle. —Você propôs casamento a rainha? Quando? Conte-
me. Você ficou todo assanhadinho comigo enquanto estava noivo de outra pessoa...
Sua pequena Luz do Sol era ciumenta?
A possessividade primitiva quase queimou seu controle até as cinzas. —Não tenho nenhuma
noiva. Simplesmente enviei um correspondente para sondar a disposição de Nethandra de juntar a
casa dela a minha.
Por uma fração de segundo, o alivio eliminou sua tristeza sempre presente, e ele teve que
lutar contra o impulso de bater no peito em triunfo.
—Bom,— ela disse com um falso ar casual. —Se você fizesse de mim uma mulher traída, eu
teria que arrancar suas tripas.
Adorável. —Você acha que pode me vencer?
Os ombros dela ergueram-se em um encolher displicente. —Meu método usual claramente
não funcionaria com você,— disse baixinho, para que ninguém mais a ouvisse, —mas há mais
maneiras de deixar um homem de joelhos.
—Verdade.— Ele falou tão baixinho quanto ela. —Dispa-se, e ficarei de joelhos de bom
grado.
Esperava que ela reclamasse, praguejasse ou algo parecido. Em vez disso, ela sussurrou: —
Obrigada, já estou praticamente nua. Vá em frente e fique de joelhos.— As palavras foram um
desafio.
Seus lábios se contraíram nos cantos. —Praticamente não é o mesmo que definitivamente,
hoje em dia, não é?
—Verdade. Você definitivamente é um pé no saco.
Ele deu um passo em direção a ela. —Você gosta desse jeito.
Os guardas e Amazonas o observavam. As mãos dele fecharam em punhos e ele forçou sua
atenção para as guerreiras. —Se sua rainha realmente quisesse criar uma união comigo, ela teria
protegido meu povo. Teria visto minhas forças como uma extensão da dela.
Ela inclinou a cabeça com vergonha. —O erro foi meu.
—Se você deseja uma união,— murmurou Cameo para ele, —você verá as forças dela como
uma extensão própria e perdoaria a desatenção de sua emissária.
O que, ela queria que ele se casasse com a rainha agora?

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Lazarus passou a língua pelos dentes e estalou os dedos. As pessoas tremeram e as folhas
balançaram quando seus homens imobilizavam as mulheres e descartaram suas armas. As
amazonas permaneceram submissas, colocando zero luta. Curioso.
Lazarus abriu sua mente... E bufou. Como elas não conseguiram superar suas forças,
planejavam derrubar sua casa de dentro, usando o veneno que adquiriram de Viola.
Boa sorte com isso.
—Elas engoliram saquinhos com veneno,— disse ele. —Correntes estão presas aos dentes.
As amazonas deram um suspiro coletivo de choque e horror.
—Retire os sacos tão urgentemente quanto possível,— acrescentou. —Leve-as para o
calabouço. Todas, exceto a líder.— Para ela, disse: —Diga a Nethandra o que aconteceu hoje. Se o
pedido de desculpas dela me agradar, permitirei que ela viva. Se não ...
Deixou suas palavras no ar, sabendo que a imaginação poderia ser mais assustadora do que
uma ameaça.
—É aqui que nos separamos.— Cameo deu um passo para trás, ampliando a distância entre
eles.
A negação rugiu através de sua cabeça. Não estou pronto para perdê-la. Ainda não.
Tenso, fez sinal para Cameo seguir em frente. —Vou levá-la até a deusa... E até o portal que
a levará para casa.
Lazarus passou pelo portal apenas uma vez. Depois que Cameo voltou para casa pela
primeira vez e seu desejo por ela superou seu bom senso. Ficou semanas preso dentro de um
vazio escuro e infinito. Teve que lutar para se libertar e acabou em um reino de espíritos
incandescentes.
—Obrigada, mas vou ficar bem sozinha,— Ela disse. —Não precisa perder seu tempo com
alguém que você não gosta.
Ainda bancando a espertinha a respeito disso, não é? —Para abrir o portal, sangue deve ser
derramado, um sacrifício feito. Você sabe que tipo de sacrifício?— Ele balançou a cabeça. —Não,
Luz do Sol. Você não vai ficar bem sozinha.
Os pensamentos dela explodiram em sua mente. Não, não, devia ser o pensamento do
demônio.
Ele nunca considerou pedir que você fosse sua noiva. Você não é o prêmio de ninguém.
Cameo concordava com o demônio, e um músculo pulou sob o olhar de Lazarus. Como
alguém se atreve a menosprezar sua mulher - nem mesmo a própria mulher podia! Ele a viu lutar.

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A menina tinha habilidades. Os inimigos precisavam tomar cuidado. E ela era inteligente. Ninguém
a controlava. Nem mesmo Lazarus. Ela era linda. Excepcionalmente linda. Ninguém se comparava.
Por que o demônio insinuaria uma conversa tão deprimente pelo escudo mental de Cameo?
A resposta veio facilmente. Incitar a tristeza em Lazarus.
Tristeza era pior do que ele percebeu, e esse era apenas outro motivo para desprezar o
demônio. Poderia matá-lo em segundos...
A noção acalmou Lazarus, mesmo que o desconcertasse. Ele poderia matar Cameo em
segundos, também. Ela não estava segura. Ele a queria segura.
Tolo!
A cabeça dela inclinou para o lado. —Por que você está olhando assim para mim?
—Assim como?— Como se você fosse razão pela qual respiro? —Como se eu estivesse
faminto e você fosse um bufê de sobremesas?
—Sim,— ela sibilou.
—Porque você é um bufê de sobremesas.— Ele tocou seu queixo. —Você é um prêmio digno
de qualquer homem.
Ela apertou um punho no rosto dele, uma ação que ele adorava. Sua raiva sempre o
emocionava. —Pare de ler minha mente.
—Pare de projetar.— Ele começou a seguir o caminho de paralelepípedos, chamando por
cima do ombro, —Por aqui.
Cameo correu para alcançá-lo. Caminharam lado a lado, a proximidade uma agonia e um
prazer. As tochas alinhavam o caminho, luzes douradas e suaves que a pintavam com um
resplendor irresistível.
Seus olhos estavam derretidos, um mar de fogo prateado. O calor da noite coloriu suas
bochechas com um rubor rosa requintado. Seus lábios vermelho sangue eram exuberantes e
atraentes, uma tentação como nenhuma outra e um tipo especial de tortura. Um beijo, eles
diziam. A satisfação te aguarda.
—Então, só para que você saiba.— Ela falou entre os dentes cerrados, —Eu poderia ter
desejado você antes, mas estou ressentida agora.
—Poderia?— Ele riu com uma certeza presunçosa. —A sua paixão quase me queimou vivo.
Ela balbuciou, sua perda de memória tornando-a incapaz de refutar sua afirmação.

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Com a esperança de encorajar sua irritação e deslocar o que restava de Tristeza, ele assumiu
a liderança e empurrou um galho florido do caminho apenas para soltá-lo antes que ela passasse.
As pétalas de flores macias a golpearam no peito.
Ela olhou para ele. —Você fez isso de propósito.
—Não preciso me castigar. Sua voz é castigo suficiente.
—É isso!— Ela passou as mãos ao redor do pescoço dele e empurrou, usando toda a força de
seu corpo. Um corpo que ela então enrolou ao redor dele, tão hábil como uma serpente do céu.
Seu peso e impulso o derrubaram.
A ação foi inesperada. A única razão pela qual funcionou - é claro.
Após o impacto, ela manteve-o preso e rolou, forçando-o a ficar de costas. Ele não teve
tempo de reagir. Ela empurrou o peito dele, desembainhou uma de suas adagas de diamante e
pressionou a ponta em sua carótida.
Tesão instantâneo. Ninguém nunca o levou ao chão.
Prova de que ela só o enfraqueceria?
Perda de tesão instantânea.
Uma de suas sobrancelhas escuras arqueou, seu olhar habitualmente triste brilhando com
satisfação presunçosa. —Você estava dizendo?
Essa confiança. Tão astuta. Havia alguma mulher mais linda?
Com as mãos ocupadas, ela não conseguiria parar o que ele fazia com as dele...
Ele deveria resistir. Um homem não brinca com a tentação; A tentação estava brincando
com ele. Sua parceria não poderia terminar bem.
Naquele momento, ele simplesmente não se importava.
Lazarus a agarrou pela cintura, grunhindo enquanto sua pele se encontrava com a pele
aquecida. —Tão suave,— ele entoou. —Tão perfeita.
Um tremor a balançou contra ele. O seu tesão voltou com uma vingança.
Com um silvo, ela pressionou a ponta do punhal mais fundo, tirando uma gota de sangue.
Sua mandíbula caiu. —Você está sangrando. E seu coração... Posso sentir seu batimento contra
minha coxa. Eu não entendo. Você está morto. Morreu, não morreu?
—Sim. Não tenho certeza do que me diferencia. Só sei que não sou considerado um dos
vivos.— Caso contrário, teria retornado ao mundo mortal quando passasse pelo portal.
Quando criança, ele lembrou que seu pai lhe dizia: —Nós somos os últimos descendentes da
Hydra. Nossa raça não deve morrer. Não pelos meios comuns, e certamente não pelos desleais.

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Hydra foi a primeira besta aquática de nove cabeças que já nasceu, com um veneno tão
tóxico que até sua respiração sempre se mostrou letal. Ela poderia regenerar membros
decapitados, até mesmo suas cabeças, em segundos.
Por que eu não posso?
Lazarus acariciou os polegares para cima e para baixo no ventre trêmulo de Cameo e
circulou o umbigo. —Ainda sangro, sim,— disse. Sua voz se aprofundou. —Também sou capaz de
derramar outro fluido.
—Pare,— ela exigiu, sem fôlego.
—Parar de dar prazer?— Deslizou a ponta dos dedos para cima, para cima e encontrou a
parte de baixo dos seios.
Sob o tecido do sutiã, seus mamilos endureceram-se em pequenos botões apertados.
—Sim. Não.— Ela cobriu os seios com o braço livre. —Pare de foder com minha cabeça.
—Que tal eu te foder?
Uma noite. Ele queria uma noite com ela. Seu pai passou cinco anos com sua mãe antes que
os cristais o enfraquecessem na batalha. Certamente, Typhon visitou sua μονομανία somente
quando as necessidades do corpo o dominaram. Uma noite causaria poucos danos a Lazarus.
Certamente.
Na parte da manhã, ele diria adeus.
—Não?— Cameo respondeu, uma pergunta quando provavelmente pretendia fazer uma
declaração.
Acima, acima! Ele deslizou as mãos debaixo do braço e envolveu seus seios. —
Extraordinária.— Sua mente estava embaçada com luxúria. —Olhe o quanto você é sensível a
mim.— Apenas para mim.
Arrepios surgiram em seus braços, e o rubor das bochechas se aprofundaram. A pressão da
lâmina diminuiu. —Você sabia que vinte e um por cento das mulheres não conseguem alcançar o
orgasmo?
—Deve ser o vigésimo um por cento com o qual não dormi. Sou um doador de orgasmo.
—Você admite ser um puto?
—Eu admito que na minha juventude, quando alguém usando saia... Ou calça... Ou shorts...
Ou pele nua... Faria o truque.
Ela lambeu os lábios, o epítome da indignação. —E você deu prazer a todas?
—Várias vezes.

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—Tem certeza? Elas poderiam ter fingido.


—Você esquece, é impossível esconder a verdade de mim. Posso ler mentes.— Ele arqueou
as costas, fazendo com que a lâmina cortasse em sua pele novamente. Mas não se importou, o
movimento fazendo com que ela deslizasse para baixo e esticasse seus quadris. —Quer testar-me,
Luz do Sol?
—Eu quero...— Ela se inclinou para baixo e os seios esmagaram seu peito, os mamilos
pequenos e duros brotos. Seu batimento cardíaco batalhava contra o dele num ritmo muito
rápido.
Vida! Ela é a vida.
Ela é minha vida.
Não! Eles teriam uma noite. Nada mais.
Seus lábios pairavam sobre os dele, e suas respirações se misturaram. Ele inalou sua
essência como se fosse seu último sopro de oxigênio.
—Lazarus,— ela sussurrou.
Desejo derretido o encobriu. —Eu quero você, Lazarus. Foi isso que você disse. Não
permitirei que volte atrás.
Ela estremeceu e, então, ficou rígida. Mesmo quando suas pupilas derramaram sobre suas
íris, lembrando-lhe de uma tempestade que foi afastada pelo sol, ela disse: —Volto atrás. Nunca
dormirei com um homem que não gosta de mim. Não preciso de outro motivo para odiar a mim
mesma.
—Então não durma comigo.— Ainda não. —Posso fazê-la gozar com meus dedos ou com a
boca. Sua escolha.— Ele precisava tocar sua pele incrivelmente macia, a necessidade tão
imperativa quanto respirar.
Sua expressão se fechou e ele não precisava ler sua mente para saber por quê. O demônio
havia protestado. Alto.
—Foque em mim,— Lazarus ordenou suavemente. Quando seu olhar se encontrou com o
dele mais uma vez, ele moldou seu rosto e roçou os polegares sobre a elevação das maçãs do
rosto. —Suas circunstâncias nunca serão suficientemente boas para Tristeza. Se você quer ser
feliz, deve lutar com determinação. A vitória não acontecerá por acidente.
Ela deixou cair a adaga e circundou os dedos em torno dos pulsos dele. —Você acha que não
sei disso? Acha que não lutei com ele a cada hora de todos os dias durante séculos?

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—Se você quer um resultado diferente, faça algo diferente.— Tão fácil de dizer, tão difícil de
fazer.
—O que? O que posso fazer?— Ela esbravejou.
Ele... Não tinha certeza.
Fúria fez seus olhos ficarem como fendas, mas logo deu lugar a um enorme desgosto. —Se
eu dormir com você, vou te esquecer. Mais uma vez, você saberá como sou, como me sinto no
calor da paixão que sempre desejei experimentar, enquanto não saberei nada sobre você. Vou
perder outro pedaço de mim mesma. Perderei o tipo de memória que outros dão por certo.
Pensamentos para me manter aquecida nas frias noites de inverno quando estiver sozinha.
Sempre sozinha.
Pânico percorreu seu coração. —Cameo...
À distância, um galho estalou. Alguém se aproximava.
Instintos de proteção surgiram, superando seu desejo. Rolou sua mulher embaixo dele e se
preparou para atacar e defender.

CAPÍTULO 7

“Passo quatro: estude o inimigo. Ou seja, estude todos.”


—Como Alcançar a Vitória
Subtítulo: Exceto com amantes e a família dela

Cameo queimava. Cada centímetro dela doía. Oh, como doía! Uma vibração deliciosa zumbia
em suas células.
Isso era... Excitação? A excitação verdadeira, sem qualquer indício de Tristeza?
Sim. Tinha que ser. Um verdadeiro milagre, seu primeiro milagre.
Preciso mais disto. Precisava de mais. Agora!
Lazarus queria dormir com ela. Ele tomou seus seios e apertou seus mamilos. Ele a olhava
com agressão, posse e desejo brutal. Mas dizer sim para o guerreiro estaria dizendo sim a Tristeza.
Após o sexo, Lazarus mandaria Cameo para longe, certamente.
Descartada como lixo.

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Senhores do Submundo 13

Ele não fez nenhuma promessa sobre o futuro e não se desculpou por seu comentário “Eu
não gosto de você”. O demônio apagaria sua memória mais uma vez, e ela perderia outra parte de
si mesma.
Não, obrigada.
O calor e as dores desapareceram finalmente, deixando-a fria e vazia.
O desejo de Lazarus também deve ter morrido. Ele a virou, seu corpo musculoso fixando o
dela mais suave no chão coberto de musgo, sua ereção já não cutucava a fenda entre suas pernas.
Não se apegue a ele. Combata o impulso.
—Preciso que você fique calada Luz do Sol.— Palavras sussurradas, mas com comando feroz.
A confusão aplicou um soco bem colocado no seu lóbulo frontal. Ele tinha acabado de dizer
a ela para ficar calada, apesar de ela não ter falado uma palavra.
—Você está pensando em voz alta,— disse ele, exasperação envolvendo seu tom. —Agora,
fique quietinha.
Argh. Como pudera esquecer a capacidade dele de ler sua mente?
Com um rosnado, ergueu um bloqueio mental.
À distância, novos galhos dispararam. Suas orelhas se contraíram enquanto o resto ficava
rígido.
Murmúrios femininos penetraram em sua consciência. Cameo pegou o punhal de diamante
ao mesmo tempo em que Lazarus espalmava uma adaga com ponta. Seu movimento foi quase
imperceptível. Se não estivesse em cima dela, ela teria perdido a ação.
Os murmúrios ficaram mais altos, até que Cameo conseguiu distinguir as palavras. —...
muitos problemas! Estou falando sério. Titia Vie tem algo bom acontecendo aqui. Ter que bancar a
babá irá estragar tudo.
A voz familiar quase incitou emoção. Quase.
—Viola.— Cameo experimentou um único segundo de alívio antes que Tristeza jogasse uma
melancolia muito familiar em seu coração.
A rígida postura de Lazarus suavizou. Suspirando, ele se pôs de pé e, com os dedos
entrelaçados com os dela, ajudou Cameo a se levantar. Os calos na palma de sua mão criaram um
inegável vigor de fricção, uma lança de prazer atingindo diretamente em seu núcleo. O calor
retornou. As dores reiniciaram, e ela estremeceu.
Olhe para longe dele! Uma façanha difícil, mas conseguiu realizar. Por pouco tempo.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Os ramos chacoalharam e partiram, revelando uma fada de aproximadamente 1,60, com


longos cabelos loiros e olhos cor de canela. Sexy como sempre, ela usava um vestido de
lantejoulas preto. O centro mostrava um umbigo perfurado e revelava a ondulação perfeita dos
seios. A bainha chegava aos joelhos, enquanto uma fenda de um lado exibia uma parte das coxas.
Embora Viola fosse a guardiã do Narcisismo, não tinha nada a ver com a caixa de Pandora.
No entanto, havia mais demônios do que ladrões que os libertaram, e esses demônios tinham
necessidade de contenção.
Quais melhores destinatários para as sobras do que os imortais presos no Tártaro? Eles não
podiam fugir, não podiam se esconder.
Por que Viola foi presa, ela ainda não havia compartilhado.
A deusa viu Cameo e parou. Suas feições delicadas não registraram surpresa, apenas
irritação. —Uma garota gasta tempo de qualidade criando o representante perfeito para manter
os perdedores longe dela e impedir que eles tentem roubar seu corpo, e essa é a recompensa?—
Em cada mão de unhas muito bem feitas, ela segurava uma criança suja. Olhe, quem ousou
aparecer na minha porta!
Cameo balbuciou como se tivesse levado um soco. Essas crianças sujas de terra eram Urban
e Ever. Seus afilhados gêmeos. O pai delas era Maddox, o guardião da Violência. A mãe era Ashlyn,
um imortal recém-criada, graças ao seu vínculo matrimonial com Maddox.
Urban tinha os cabelos pretos do pai e os olhos violetas surpreendentes, Ever tinha os
cabelos cacheados cor de mel de sua mãe e os olhos cintilantes combinando. Ambas possuíam
poderes extraordinários, com algumas habilidades ainda a serem exploradas.
Cameo correu e puxou as crianças contra ela, abraçando as duas. Abriu a boca para exigir
respostas. O que estavam fazendo aqui? Como chegaram? A última vez que os viu, estavam em
Budapeste com os pais. Mas fechou a boca e ficou quieta. Infelizmente, mesmo os pequeninos
choravam ao som de sua voz.
A frustração comeu-a, deixando-a sentir falta da indiferença de Lazarus.
Um salvador inesperado, ele se aproximou para fazer as perguntas que ela não podia.
Quando nenhuma criança respondeu, Viola deu a ambas uma sacudida. —Comecem a falar ou
começo a espancar!
—Você sabe quantos soldados de brinquedo cabem no vaso sanitário antes que ele
entupa?— Perguntou Urban com atitude. —Doze. O número é doze.

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O queixo de Ever tremeu quando ela olhava para os próprios pés e chutou um seixo. —
Mamãe e papai estão muito preocupados com você, tia Cam. Enquanto eles lidavam com a grande
crise do vaso sanitário, usamos a Haste para verificar você.
Tocada, Cameo apertou uma mão sobre o coração.
O espanto pulsou de Lazarus. —Vocês são crianças. Quem os ensinou a usar a Haste?
Urban cruzou os braços sobre o peito, parecendo muito mais velho do que seus anos e tão
teimoso quanto a mãe. —Eu não conheço você, então não preciso dizer nada além de saia daqui.
Viola beliscou a ponte do nariz, como se tivesse sido empurrada para além dos limites de sua
tolerância. —Para repugnantes pequenos ouriços, eles são extremamente inteligentes. Eles
assistiram suas tias e tios usarem a Haste e ta-da. Aqui estão.
Bem. As crianças precisavam aprender uma lição difícil, e se Cameo tivesse que fazê-los
soluçar no processo, que assim seja. —Vir aqui foi irresponsável. Provavelmente seus pais estão
doentes de preocupação. E se eles te seguissem através da Haste? E se acabassem em um reino
diferente? Eles poderiam estar feridos. Ou pior...
Ever se encolheu e vomitou o conteúdo do estômago.
Merda! Vomitar era uma lição muito difícil.
As lágrimas derramaram pelas bochechas de Urban enquanto ele envolvia um braço em
volta dos ombros da irmã.
—Aí!— murmurou Lazarus, os lábios se contorcendo nos cantos. —Tia Cam é uma pessoa
muito severa.
Ela ignorou a culpa... E o desejo de apoiar-se contra ele e enterrar a cabeça na cavidade de
seu pescoço.
Viola afofou os cabelos, os olhos secos. Como Lazarus, ela não reagia a Cameo. Ou a tristeza
esmagadora já fomentava dentro dela ou ela escondia sua tristeza por trás de um véu de amor
próprio. De qualquer forma, Cameo tomou uma sábia decisão. Ela é minha nova melhor amiga.
—Mamãe e papai não sabem que usamos a Haste,— disse Urban através de seus fungados.
—Escondemos nossas ações, até mesmo do tio Torin.
Torin, guardião de Doença e um dos antigos namorados de Cameo, monitorava as idas e
vindas de toda a fortaleza em Budapeste. Para esconder qualquer coisa dele, precisava de
habilidade.
—Você não pode saber...— Ela começou.

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—Eu sei. Além disso,— acrescentou o menino, —você está sendo hipócrita. Você veio até
aqui. Você preocupou meus pais.
Oookkk. Ela não podia mais ignorar a culpa. Sabia que seus amigos se preocupariam, mas
procurara Lazarus, mesmo assim, desesperada por recuperar a memória... Secretamente
esperando criar novas.
Tudo por nada! Ele não gosta de mim.
Ótimo! A amargura se juntou a culpa.
—Eu disse aos pequenos monstros que eles são tolos,— disse Viola. —Porque eu sou
inteligente. A mais inteligente aqui, sem dúvida.
Urban mostrou o dedo médio para ela em sinal obsceno.
—Oh, que doçura. Você é meu fã número um.— A deusa bateu no topo da cabeça dele. —
Não é exatamente um choque, garoto. Eu sou a favorita de todos.
O amor próprio brotava do demônio, então Cameo não a criticaria.
Ela fez um gesto para que as crianças cobrissem os ouvidos. Assim que obedeceram, disse:
—Onde você esteve? Um dia você estava em segurança em casa, no próximo você tinha ido
embora, deixando um bilhete no seu travesseiro. Não espere.— Ela colocou uma mão no quadril.
—Por que retornou aos reinos espirituais?
—O sinal do celular é melhor aqui.— Viola afofou o cabelo novamente, um anel de prata
brilhando no dedo. —Talvez meus verdadeiros amigos estejam aqui.
—Eu decidi que somos melhores amigas. Lide com isso.
Viola acenou uma mão na frente do rosto de Cameo. —Você realmente sabe como derrubar
as boas vibrações, não é?
Ela assentiu. A verdade era verdade.
Lazarus entrou entre eles, um músculo pulando sob seus olhos. —Uma bola de mordaça
seria um excelente brilho labial para você, deusa.— Fúria explodia em seu tom.
Uh, o que o deixou tão estressado?
Viola balançou as sobrancelhas perfeitamente delineadas. —É um convite, guerreiro?
Porque eu aceito.
Oh, não, ela não aceita.
Um membro escuro e nodoso brotou nas câmaras dentro do coração de Cameo, crescendo
da raiz do ciúme. Apesar da presença do Narcisismo, Viola exsudava a sensualidade de uma

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mulher normal. Ela podia flertar e encantar com abandono e a felicidade era dela para dar - e
receber! Ela poderia dar um homem feroz como Lazarus o que Cameo não podia - perfeito prazer.
Estou repensando nossa amizade...
Ever soltou um suspiro descontente. —O abafador de ouvido está envelhecendo.
Urban bateu no pé, impaciente.
Cameo ergueu o dedo indicador, pedindo mais um minuto. Olhando para Lazarus,
perguntou: —Viola está concorrendo para ser sua esposa?
Viola disse: —Sim. Claro. Estou concorrendo a tudo.
Ele bufou. —Se você permitir, com prazer apresentarei a minha espada a Viola. E antes do
seu ciúme furioso decidir que estou blefando em um esforço para esconder meu desejo por ela,
saiba que queimo por uma mulher, só uma, e ela é uma raposa de cabelos negros e olhos de
prata.
O membro no coração de Cameo encolheu, a raiz se incendiando. Os joelhos dela tremiam.
Lazarus podia não gostar dela, mas a desejava. Não, ele queimava por ela.
Sem respiração, ela disse: —Precisamos levar as crianças ao portal. Quanto mais cedo,
melhor. Maddox e Ashlyn devem estar agoniados pela perda de seus filhos. —Quanto tempo
devemos viajar?
—Três dias na direção oposta. Vamos voltar ao palácio e sair à primeira luz.
—Mas...
—Você não quer os pequeninos na floresta à noite,— Viola interveio. —Confie em mim.
Estou surpresa que as plantas carnívoras não tentaram comê-los.
O peito de Lazarus estava cheio de orgulho. —As plantas carnívoras me temem. Com uma
boa razão.
Guerreiro lindo. Sua força a tentava e atraía. Eu ardo por ele também.
Estou condenada, lembra? Ele não é para mim.
Quando seu grupo avançou, Lazarus disse a Viola: —Onde está seu animal de estimação?—
Seu olhar deslizou para Cameo. —Princesa Fluffy - qualquer coisa que tenha roído minha mão em
nosso primeiro encontro.
—Você retaliou?— Ela perguntou.
Urban e Ever começaram a chorar, e Cameo murchou. Bem. Os dois já não estavam cobrindo
os ouvidos. Melhor fechar seus lábios.

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Lazarus lançou um olhar irritado às crianças. Como se ele fosse protetor dos sentimentos do
Cameo. Tinha que ser uma má interpretação da sua parte.
—Eu poderia ter retaliado,— ele disse. —Muito fácil. Em vez disso, escolhi perdoar.
Sua testa franziu com confusão. —Por quê?— O perdão claramente não era a praia dele.
—Meus motivos são meus.
—E provavelmente manilógico. Significado ridículo,— disse Viola. —Quanto a Fluffy, ele está
perseguindo uma besta horrível que está me seguindo por semanas. Um divertido jogo de
esconde-esconde.
As crianças decidiram brincar, atirando e pegando uma pequena rocha. Urban jogou
primeiro, chamas entrando em erupção nas extremidades de seus dedos.
Ever possuía a habilidade oposta. Dela brotava gelo, apagando as chamas.
Eram opostos de muitas outras maneiras, mas também eram duas metades de um todo,
completas apenas um com o outro.
Ah, ter um parceiro dedicado ao crime.
O olhar de Cameo deslizou para Lazarus, e demorou-se na protuberância de seus bíceps.
Uma pequena veia brilhava branca prateada ao luar. O desejo de tocar registrou uma fração de
segundo depois que ela já havia alcançado.
Sem girar em sua direção, ele capturou seu pulso, os dedos longos e fortes formando uma
marca quente e algemas inquebráveis. À medida que a eletricidade se arqueava entre eles, seu
coração galopava, um cavalo de corrida para uma linha de chegada invisível.
Um rosnado baixo subiu de seu peito, ecoando pelas árvores. As aves levantaram voo,
gritando em protesto e as folhas se agitaram enquanto se afastavam.
—Não me toque em público.— Lazarus a soltou.
—Por quê?— Minutos atrás, ele disse que a queria. Agora, não tinha permissão para
acariciá-lo na frente de outras pessoas?
Ele sente vergonha de você. Tristeza lançou uma sombra escura sobre seus pensamentos e
envolveu-a com pesar.
As lágrimas que ela muitas vezes havia causado em outros brotaram seus olhos, mas ela
piscou para reprimi-las.
Com a coluna rígida e passos largos, Lazarus avançou para reivindicar a liderança. Cameo e
os outros o seguiram pelo jardim de rosas, passando as estátuas que admirara mais cedo e no
palácio. As crianças pararam de brincar, pararam de rir.

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Tristeza já estava se espalhando, afetando aqueles à sua volta. O conhecimento só


aumentou seu sofrimento.
Viola abriu os braços e gritou: —Estou aqui finalmente. Beba-me.
Lazarus escoltou a ela e as crianças para um quarto espaçoso. —Descansem,— disse. —
Alimentos serão trazidos para vocês.
Ele fechou a porta antes que o trio pudesse protestar. À medida que dois guardas corriam
das sombras para postarem-se na porta, ele atravessou o corredor, virou uma esquina e parou na
porta de Cameo.
A tensão irradiava dele e adensava o ar já adocicado com o cheiro dele e sensual com seu
delicioso calor. Respirar tornou-se mais difícil, como se estivesse tentando inalar melaço.
—Convide-me para entrar,— ele falou com a voz rouca.
A mudança nele devastou seus sentidos. Ela lambeu os lábios repentinamente secos. —Por
quê? Minutos atrás, você não conseguiu suportar o meu toque.
—Não é verdade. Estávamos em público, e você estava prestes a tocar um... Ferimento.
Ele não estava com vergonha de mim. —Lamento Lazarus. Eu não sabia...
Ele deu um passo em direção a ela, invadindo seu espaço pessoal. —Quero uma noite com
você. Do pôr do sol ao nascer do sol, quero fazê-la gritar de prazer.
A flagrante sexualidade de sua reivindicação quase a derrubou. Ele estava falando sério e
faria como prometeu; não tinha dúvidas sobre isso. Seus olhos escuros chiavam de luxúria e
desafio.
Devo recusar. Mas por quê?
O fato de ele não gostar dela. Sua perda de memória.
Um, certamente ela tinha mais de dois motivos?
Só preciso de um. —Não,— grunhiu.
Sem perder um segundo, Lazarus pegou-a pelos quadris, virou-a e pressionou-a contra a
porta. —Jante comigo, então. Dê-me uma chance de convencê-la.
Tristeza sibilou.
Cameo mastigou o lábio inferior. —Por que você me quer?— Por que não ir para Viola, a
coisa mais segura?
—O desejo é uma besta mais insidiosa do que o seu demônio.
Em outras palavras, ele não queria deseja-la. E ela não podia culpá-lo!

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Deveria se trancar em seu quarto e acabar com a loucura. O problema era que ela só
ganharia uma hora, talvez duas. Ele era um guerreiro, e se afastar dele o incitaria a lutar. Ele só
viria atrás dela com maior fervor.
Que mal faria se alimentar, conversar e um flerte inocente? Ele nunca violaria sua
determinação. Ela também era uma guerreira. Sim?
—Sim,— ela sussurrou. - Jantarei com você.

CAPÍTULO 8

“Etapa cinco: Planeje um ataque. Jogue no lixo e planeje outro. Jogue esse no lixo também e aja
sem planejar. Se você se surpreender, surpreenderá seu inimigo.”
—Como Alcançar a Vitória
Subtítulo: Exceto com as Amantes e a Família Dela

O coração de Cameo trovejou contra suas costelas quando Lazarus a conduziu até o quarto.
Parou, estupefata.
Maldito! Ele planejou com antecedência.
Os servos estavam acendendo velas aqui, lá, em todos os lugares. Uma pequena mesa
redonda foi trazida para a sala e coberta com pratos. O cheiro de doces e guloseimas confeitadas
provocava-a, e sua boca se encheu de água.
Tristeza tinha reduzido seu apetite há anos, e, no entanto, seu estômago roncava, um sinal
de fome que não estava acostumada a sentir. Normalmente, quando passava um tempo longe de
seus amigos, precisava programar o alerta em seu telefone para que se lembrasse da hora das
refeições.
Nunca quebre minha determinação? Eu sou uma idiota.
—Você não é...— Lazarus começou.
Erguendo um escudo mental, pressionou um dedo contra os lábios dele. —Se você
responder aos meus pensamentos mais uma vez, vou insistir em comer sozinha.
Ele mordiscou a ponta de seu dedo, os dentes brancos e lisos afundaram em sua carne
macia. Ela mal percebeu a picada... mas ofegou enquanto ele lambeu o mesmo lugar, suas células
zumbindo. Calor lânguido a consumiu.
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—Saiam,— ele ladrou, nunca desviando o olhar dela.


Os criados fugiram da sala. Os machos usavam camisetas e jeans enquanto as fêmeas
usavam suéteres de caxemira e calças leves. Eu o declaro culpado! Lazarus vestia suas garotas com
escassez enquanto todos os outros conseguiam usar o que quisessem?
—Você não é mais responsável pelo meu guarda-roupa,— Cameo informou-o. —Mulheres
sexies não são suas bonecas Barbie pessoais. Algumas de nós preferem usar algo diferente de
bandagens de lantejoulas.
—Um simples obrigada seria suficiente. E eu gosto da palavra sexy. Você está oferecendo?
—O que! Não!— Certo?
Certo.
Com um sorriso, Lazarus passou um braço em volta da cintura dela e levou-a à mesa. Puxou
a cadeira para ela, sempre o cavalheiro. —Por favor, sente-se.
Músculos contraíram em ambos os cantos da boca dela como se... como se... Não. A
sensação diminuiu, e o desapontamento se acendeu. Suspirando, sentou-se.
Ele encostou-se à cadeira em frente à dela, luz e sombras cintilando sobre suas feições
vigorosas. Elas estavam se revezando em acariciá-lo? Luzes de sorte. Sombras de sorte.
Ele sorriu enquanto enchia seu prato com carne de caranguejo desfiada em um molho de
creme de manteiga, vegetais cozidos misturados à perfeição e uma caçarola que tinha um aroma
de...
—Doritos?— Ela perguntou.
—Nos Jogos das Harpias, você comeu um saco de batatas sabor de queijo enquanto torcia
por seu amigo, então eu pedi que um prato especial fosse preparado.— Ele deu um encolher de
ombros casual. —Um dos membros recém-falecidos da minha equipe tinha a receita.— Seus olhos
escuros brilharam sobre ela. —Você está impressionada?
Ela não queria admitir a verdade, mas, ao contrário de Gideon, o guardião das Mentiras, o
engano não era sua praia e só alimentaria o poder de Tristeza sobre ela. —Sim.— Resmungou e
brindou-o com o copo de vinho. —Estou.
Ele a notou antes que se conhecessem. Isso não era muito fofo?
Ela brindou com um copo de vinho tinto e acrescentou: —Estou esperando que me
decepcione o resto da noite.
—Suas esperanças são para nada. A decepção é uma façanha que nunca administrei.
—Tenho certeza que não.— Ela grunhiu.

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—Você parece ciumenta. Está com ciúmes?


—Você parece esperançoso. Espera que eu esteja?
Sua risada rouca era mais inebriante que o cabernet. —Para a sobremesa, teremos bolo de
chocolate. Ouvi dizer que os mortais pensam que isso é melhor que sexo.
Hmm, chocolate. Apesar de sua falta de apetite, às vezes desejava chocolate como se fosse o
único caminho para a felicidade. —Bem. Conheça a sua concorrência. Estou tentada a passar a
noite com o bolo.
—Nesse caso...— Ele ergueu uma tampa redonda, revelando o bolo de chocolate em
questão. Com a mão livre, esfaqueou o centro. —Infelizmente, este bolo foi assassinado.
Ela riu... não, Tristeza engoliu o som antes que ele tivesse uma chance de escapar, deixando-
a murcha.
—Quando cheguei a seu reino,— disse, saltando do prazer para os negócios por causa de
sua sanidade, —um homem percebeu que estou viva, em vez de morta. Como?
Ele rolou os punhos, sem perder um segundo. —Quando um ser vivo passa através da Haste,
seu corpo se torna um tipo de terno. Ele está lá, os mortos podem vê-lo, mas o espírito brilha
através dele.
Interessante. —Quantas pessoas vivas...
—Não. Minha vez de fazer uma pergunta.— Ele recostou-se no assento e olhou-a
atentamente. —Você mencionou sua vontade de encontrar a caixa de Pandora. Quais são seus
planos para ela?
—Estou... Indecisa,— admitiu. Nenhuma opção a atingiu como “a única”.
Poderia destruir a caixa e sentenciar-se a uma eternidade com Tristeza e sem esperança.
Poderia abrir a caixa e remover Tristeza, mas mataria a si mesma e a todos seus amigos.
Os rumores diziam que qualquer um que fosse possuído por demônios morreria quando a
caixa fosse aberta, os demônios seriam sugados para fora de seus corpos. Porque o mal se tornou
um órgão ao longo dos séculos. Um órgão canceroso, mas necessário. Sem ele, uma ferida aberta
permaneceria. Ela e os outros sofreriam hemorragia.
Kane, o antigo detentor de Desastres, provou que o demônio possuído poderia sobreviver ao
ferimento... Se o amor substituísse o mal. Como em um transplante.
O amor conquistava tudo.
Mas quem poderia amar uma mulher como Cameo?

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—Estou surpreso por você não ter elaborado um plano de descarte.— Lazarus olhou para
ela. —A caixa pode ser usada como uma arma contra você e todos que você ama.
Como explicar seu desejo egoísta de se livrar de Tristeza sem parecer, bem, egoísta? —
Keeley, a namorada de Torin...
—O detentor da Doença, a quem você costumava namorar. Sim.— Ele acenou. —Conheço
os dois.
Ele estava com ciúmes? Não, não. Não podia estar. Nenhum homem jamais invejaria o
relacionamento de outra pessoa com ela. Especialmente um homem que só queria uma noite na
cama, planejando sumir pela manhã.
Só porque ele não consegue tolerar mais um minuto em sua presença...
Demônio estúpido!
—Continue,— disse Lazarus com os dentes cerrados.
—Sim,— ela disse. —Eu o namorei. Não duramos muito, e ele agora está com o amor de sua
vida. De qualquer forma, ela é a imortal mais poderosa que já conheci. Mais poderosa do que
você, aposto.
—Eu não colocaria dinheiro nisso. Você não me viu em ação.
Tremores tão deliciosos quanto o toque dele e calor queimando suas veias. Na batalha, ele
seria uma visão magnífica, a espada na mão, o sangue de seus inimigos salpicando sua pele.
—De qualquer forma,— ela disse com um suspiro, —Keeley disse-me que há outro ser
dentro da caixa.
Lazarus drenou seu vinho e assentiu. —Sim. A Estrela da Manhã.
Olhos arregalados, ela deixou cair o garfo. —O que você sabe?— Keeley afirmou que a
Estrela da Manhã poderia fornecer uma tábua de salvação para cada senhor. Um tipo de Ave
Maria.
Lazarus olhou as unhas, fazendo um pobre trabalho ao esconder o sorriso. —Você gostaria
de comprar as informações de mim?
Com seu corpo? —Você acha que vou ficar bem me prostituindo para você?
—Claro,— disse ele, sem remorso. —Rolar e brincar é divertido.
Bastardo sujo. Por que ele estava mais sexy agora? —Não? Quero dizer, não!— Se ele sabia
sobre a Estrela da Manhã, outros sabiam. Cameo poderia perguntar por aí. —Agora é minha vez.
Por que planeja casar com uma mulher que você provavelmente não ama?
Ele fingiu esfaquear-se no coração. —Que jeito de matar o bom humor.

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Exatamente!
—Pretendo me casar com uma mulher que eu não amo, porque o exército dela se fundirá
com o meu e, juntos, faremos vingança quando meus inimigos entrarem no reino dos mortos.
—Vingança é mais importante que prazer?
Ele poderia ter insistido que era sua vez de perguntar, mas, à luz das velas, ele refletia sua
sombria de volta para ela. —Para mim, a vingança é o prazer extremo.— A dureza de seu tom
transformou as palavras em uma promessa.
Uma promessa a qual ela deveria ficar atenta.
Seus ombros caíram, empurrados pelo pesar do desapontamento. Talvez ela tivesse
começado a ter esperança. Talvez pensasse que ele seria o único que a ajudaria, talvez até a
salvasse. Ele podia tolerar sua voz, afinal, e a achava atraente. Lazarus para a vitória!
Mas ele nunca a escolheria, não é? Ela sempre seria uma conquista, sem importância,
facilmente esquecida. Como se ela tivesse o direito de julgar. Mas. Ele não lutaria por ela, se –
quando - ela o esquecesse.
Quem lutaria? Tristeza perguntou.
—Não vamos transar esta noite,— ela falou calmamente. —Na verdade, você precisa sair.—
Antes que ela começasse a chorar.

Viola, deusa da Vida após a Morte, filha do amor secreto de pais que ela se recusou a
nomear, e uma fodona completa, cruzou os braços sobre o peito e encarou Urban e Ever. A dupla
interferiu seriamente em seus planos de se esconder do monstro que a estava perseguindo,
roubar artefatos poderosos perdidos ao longo dos tempos e unir os diferentes reinos espirituais.
Seu direito de nascença!
O que era uma rainha sem um reino?
—Pare de nos olhar desse jeito!— Ever disparou.
—De que jeito? Como se fosse uma pequena criatura desagradável? Bem, notícias rápidas.
Você é uma pequena criatura desagradável.— Viola estremeceu. Apesar de sua falta de

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experiência com o cuidado e a alimentação de qualquer pessoa com menos de duzentos anos,
estava certa de que ela tinha se dado muito bem em seu show de babá.
As crianças eram atraídas para ela, quer parecessem atraídas ou não. Elas não podiam evitar.
Ninguém podia. Por que, ela poderia ter ensacado e marcado o deliciosamente lindo Lazarus se
ela o quisesse. Mas que mulher em seu juízo perfeito iria querer um homem que olhava para
outra fêmea como se ela fosse o único portal para o paraíso?
Não eu.
Eu já passei por isso e já sofri por isso.
Ever, o pequeno malcriado, disse: —Você é uma pessoa horrível! Odeio você e quero minha
mãe!
Sob a armadura do amor próprio que Narcisismo erigiu, Viola gritou, eu sei que sou horrível!
Corra de mim. Corra agora. Corra para longe. Nunca olhe para trás. Eu sou seu pior pesadelo,
querido.
—Vá...— Ela apertou os lábios e acenou com os dedos... —ver quantos soldados de
brinquedo são necessários para tapar as privadas daqui. A titia Vie tem deveres importantes a
serem atendidos. E sim, há uma mensagem escondida nas minhas palavras. Você não é
importante para mim.— Você não pode ser.
Assim que ela se importasse com pessoas, animais, lugares ou coisas, ela os perderia.
Princesa Fluffikans era a única exceção, e só porque uma parte de seu coração batia dentro do
peito dele. Literalmente! Amá-lo era o equivalente a amar a si mesma.
Ever, a pequena e suja pivete, ancorou as mãos nos quadris. —Somos mais importantes do
que qualquer coisa. Mamãe sempre diz isso.
Narcisismo chutou contra o crânio de Viola, um sinal seguro que ela se aproximou da zona
de perigo. Medidas deveriam ser tomadas imediatamente.
Ela se inclinou para o nível de Ever e apoiou as palmas das mãos nos joelhos. —Não me sinto
confortável em falar para todas as mães em todos os lugares, mas estou absolutamente certa de
que todas as mães em todos os lugares têm que dizer aos filhos que eles são importantes. É uma
lei. Mas - e isso pode ser difícil para você aceitar - essas mães estão mentindo. Até que você seja
capaz de proteger Tia Vie de sua legião de admiradores, você é apenas um incômodo.
Urban inclinou a cabeça para o lado, tão calmo como uma manhã de verão e tão grave
quanto um ataque cardíaco. —Eu posso queimar você até a morte.

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Senhores do Submundo 13

—Errado. Tudo o que você pode fazer é colocar fogo em mim.— Ela balançou o dedo no
rosto dele. —Infelizmente para você, tudo o que eu faria é agradecer por me ajudar a me aquecer
em um dia frio.
—Você não é impermeável às minhas chamas. Ninguém é.
Ela acariciou o topo da cabeça dele. —Olhe quem está usando suas palavras de garoto
grande.
Ele mostrou os dentes para ela, sua ferocidade um rival para a de seu pai.
—Cuidado,— ela disse. —Quebre meu dedo e você terá que comprá-lo.
—O que isso significa?— Ever bateu o pé, o gelo em suas veias subindo à superfície da pele.
—Você fala sem sentido.
Por que você tenta se relacionar com seres inferiores? Narcisismo ofereceu o pensamento
com um murmúrio de descontentamento.
Ainda mais perto da zona de perigo... —Você sabe o que é sem sentido? Essa conversa,—
disse Viola. —Agora. Vocês dois vão destruir algo ou não?
A menina lançou os braços, exasperada. —Claro que vamos.
Urban olhou para Viola com... Carinho? —Você gosta de destruição?
E mais um se apaixona pela minha impressionante grandiosidade.
—Todos não gostam?— Viola gentilmente deu tapinhas no queixo dele.
—Não,— ele respondeu. —Eu gosto de você.
—Claro que você gosta. Você e todos os outros que já conheci. Provavelmente pessoas que
eu nunca conheci também.
—Você não pode gostar dela.— Ever franziu o cenho para o irmão. —Você não gosta de
ninguém além de mim, e às vezes de mamãe e papai.
—Bem, agora eu gosto dela.— Ele encarou Viola e disse: —Você também vai gostar de mim.
—Não, obrigada, criança.— Ela simplesmente perdia pessoas, animais, lugares e coisas que
ela gostava; ela testemunhava sua destruição. Narcisismo insistia que ela atendesse a ele e a
nenhum outro, e punia qualquer um que considerasse concorrência. Então, para salvar a vida do
menino, ela acrescentou com muita força, —Você é uma criança. Eu gosto de homens.
Ever golpeou o irmão no ombro, deixando cristais de gelo na camisa dele. Viola escondeu
um sorriso atrás de sua mão. A pequena ratinha tinha um temperamento.
Quase se compadeceu do homem pelo qual Ever se apaixonasse. Ele não só teria que
sobreviver ao irmão da menina, pai, tios e tias, mas também a Ever.

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Senhores do Submundo 13

Sem dúvida, o homem consideraria a oportunidade uma honra. Ever cresceria para ser uma
beleza incomparável, desejada por todos os que a contemplassem.
Com um rugido de descontentamento, Narcisismo chutou no crânio de Viola. Eu sou
incomparável. Eu! Ninguém mais.
O calor fugiu de suas bochechas. —Se você vai ficar comigo, terá que se acostumar a ficar
presa nas sombras do meu fascínio surpreendente,— ela disse para Ever. —Sou irresistível,
querida. Sempre fui, sempre serei. A idade não importa.
O demônio ronronou sua aprovação, e ela suspirou aliviada.
—Agora.— Ela bateu as pontas afiadas das unhas contra o queixo. —O que eu estava
falando antes que você tão grosseiramente me interrompesse?
—Que você é a pessoa mais maravilhosa da história do universo,— Ever respondeu, seu
escárnio claro.
Certo. —Eu sou.— Ela fez uma pausa para admirar o anel no polegar. O dono anterior tinha
brigado feio quando Viola o roubou. Até que Fluffy tomara seus órgãos internos.
O anel tinha o poder de transportá-la de um reino espiritual para outro, sem necessidade da
Haste. A ferramenta de fuga perfeita.
Um suspiro de choque e horror tirou Viola de seus pensamentos. Ever e Urban estavam
olhando para uma janela, seus minúsculos corpos exsudavam uma grande tensão. Ela se atirou na
frente deles, enfrentando a ameaça, seja lá o que fosse, e calculou mentalmente a recompensa
que exigiria de Maddox e Ashlyn por tal ação.
Um suspiro de choque e horror lhe escapou.
Os painéis de vidro maciços haviam sido abertos, e entre eles apareceu um homem. Um
homem alado. Um homem alado grotesco e, de alguma forma, extraordinário. Seus traços faciais
eram muito afiados, mas fortes e vigorosos e emoldurados por longos cabelos pretos que
ondulavam em um vento que ela não sentia. Seus olhos eram de um azul pálido, quase branco.
Seus músculos eram tão grandes, tão bem definidos, que eram salientes. Sua pele era mais escura
do que os olhos, mas ainda pálida, como a de um demônio de gelo, e ela vacilou entre gostar... e
desgostar.
Suas asas pareciam infectadas pelo mal. As extremidades eram manchadas de preto, as finas
veias que serpenteavam de cima para baixo tão duras quanto pedras.
Ele apontou uma unha negra e ondulante em sua direção e falou uma única palavra. —
Abandonada.— Sua voz era áspera e afiada, assim como suas feições.

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Seu coração acelerou o ritmo. Narcisismo permaneceu surpreendentemente silencioso. Por


admiração? Ou desgosto? Talvez medo?
O intruso usava uma tanga, nada mais, o corpo esculpido em exibição perfeita. Seus pés
estavam nus, as unhas tão negras quanto as pontas de suas penas.
—Um, eu vou passar,— disse Viola. —Em outras palavras, obrigada, mas não, obrigada.
—Abandonada.— Ele repetiu. Um segundo depois, se lançou no ar e desapareceu no
horizonte escuro.
Fluffy mergulhou pela janela, com os dentes descobertos quando desencadeou um grunhido
de outro mundo. Ele tinha a intenção de morder o... Enviado? Enviados eram assassinos
demoníacos. Talvez ele tivesse vindo aqui para matar Viola? Em vez disso, Fluffy deslizou pelo
chão e bateu na parede.
—Meu bebê!— Ela correu e o pegou. Ao longo dos séculos, ele se tornou seu melhor amigo.
O único ser vivo em quem confiava. —Você perseguiu o cara ruim enquanto ele me perseguia.
Então você salvou o dia!
—O que,— disse Urban, pontuando a palavra enquanto apontava para a janela, —Era
aquilo?
Ao acariciar a pele de Fluffy, ela acenou com uma mão desdenhosa. —Somente outro
admirador, tenho certeza.— Mas, mesmo enquanto falava, uma onda de mau agouro a
ultrapassou.
Como a deusa da Vida após a Morte, às vezes apresentava premonições sobre a dor e a
morte de outras pessoas. Ela tinha uma agora... Sobre si mesma! Aquele homem... Quem quer que
fosse, seja lá o que fosse, fazia parte do futuro dela, e ele a machucaria mais do que qualquer
pessoa já machucou.

Siobhan, deusa de Muitos Futuros, observou Cameo através da prisão de vidro que serviu
como sua casa por muito tempo. Espelho mágico, alguns o chamaram. Muitos haviam abatido
aldeias inteiras para terem a chance de contemplá-lo.
E ela era considerada a má? Porque causou doze pequenas guerras? Hipócritas!

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Bem, o passado era passado e o futuro aguardava. Outra guerra fermentava nos reinos
imortais. Nos reinos inferiores, para ser exato. Hades contra Lucifer. Até mesmo Siobhan teria que
escolher um lado.
A quem ela estava enganando? Ela já havia escolhido um lado. Quando criança, ela deu uma
olhada no belo, mas insultado Hades, se apaixonou por ele, certa de que ele era simplesmente
incompreendido e ela poderia salvá-lo e pediu a mão dele em casamento. Naquela época ele já
era um grande e malvado guerreiro, mas havia dito: —Tudo bem, garota. Definiremos a data para
quatro mil anos a partir de agora.
Na próxima década, seu amor por ele apenas aumentou. Ele era um macho tão forte e
capaz, e, se fosse sincera, seu lado negro havia excitado uma parte secreta dela.
Finalmente, não podia esperar mais. Quando adolescente, voltou para ele, certa de que
tinha idade suficiente para estarem juntos. Tão certa que ele a aceitaria.
Em vez disso, ele e sua amante atual riram de sua patética tentativa de sedução. Humilhada
e irritada, Siobhan meio que surtou e arrancou o coração da mulher.
Oops. Foi mal. Acidentes acontecem.
Ao comando de Hades, uma poderosa bruxa a amaldiçoou a viver dentro do espelho.
Siobhan passou os últimos quatro milênios presa atrás do espelho, transformando-se de
adolescente para mulher sozinha, o toque de outro ser negado.
Só manipulando aqueles que haviam contemplado o espelho ela conseguiu escapar do
submundo. Mas, à medida que os séculos passavam, sonhara voltar, arruinar a vida de Hades.
Mais uma vez, teve que planejar e manipular, até que finalmente acabou no Reino de Grimm
e Fantica, uma terra governada por um conhecido associado a Hades.
O rei do submundo visitaria esse reino? Ele se lembraria dela? Talvez a pressentisse atrás do
espelho?
Ela não culpou a bruxa por sua situação; a mulher simplesmente seguiu as ordens do seu
mestre. Era Hades quem merecia conhecer a dor da prisão e o horror de ver o mundo viver sem
ele.
Ele merecia trocar de lugar com Siobhan.
A vingança, ela sabia, corrompia da pior maneira. De fato, um dos finais que ela previu para
Lázarus e sua busca para destruir Hera e Juliette foi a destruição de todas as pessoas e coisas que
ele amava. Apenas uma fruta venenosa poderia crescer a partir de uma árvore venenosa e, com
toda honestidade, não havia venenos maiores do que a amargura, o ódio e a tristeza.

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Privada de contato, conforto ou camaradagem, essas frutas manchadas cresceram dentro de


Siobhan, de qualquer maneira.
Seu lema? Estratégia. Conduzir. Atacar.
Estou pronta para atacar!
Problema: poderia prever os caminhos que outros poderiam, deveriam e tomariam, e os
resultados finais de suas escolhas... Mas, não podia prever suas próprias possibilidades.
No entanto, não necessitava de um presente mágico para saber que precisava ganhar sua
liberdade. Para isso, teria que ajudar outras pessoas a se apaixonar. Toda vez que conseguia, cem
anos eram subtraídos de sua sentença. Mas toda vez que tentava e falhava, cem anos eram
adicionados.
Você acha que compreende as coisas do coração, dissera Hades. Prove.
Deveria tentar ajudar Lazarus, o Cruel e Incomum? Teimoso como ele era, Siobhan o havia
retirado da lista de potenciais a primeira vez que o viu. Com Cameo aqui, ela reconsiderou.
Cameo tinha muitas escolhas e muitos possíveis resultados.
Morte... Tanta morte. Traição. Tristeza. Raiva.
Felicidade... Um vislumbre, apenas um vislumbre. Rapidamente roubado.
Vitória, derrota.
Escuridão, luz. Lágrimas. Riso. Um campo de borboletas vibrantes.
Tudo se misturou. A cabeça de Siobhan doeu, e ela forçou a mente a ficar em branco, as
imagens a se limparem.
Cameo finalmente escolheria ficar com Lazarus? Faria o que fosse necessário para salvar seu
relacionamento?
Siobhan se concentrou na guerreira que se apressava ao redor do quarto, preparando
ferramentas que ela exigiu que os guardas trouxessem depois que Lazarus tinha saído - dois
cinzéis, bigornas, uma lima e uma lixa. Ela amava seus amigos, morreria para protegê-los; ela
buscava alegria.
Lembra-me da garota que eu costumava ser.
Uma vez que Siobhan teria feito absolutamente tudo para ganhar Hades. Se ela e Cameo
fossem parecidas...
Decisão tomada. Novos planos forjados. Sim, vou ajudá-la.

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CAPÍTULO 9

“Etapa seis: Abata seu inimigo, bem como todos os que ele ama - então comemore seu triunfo.”
—Como Alcançar a Vitória
Subtítulo: Exceto com as amantes e a família dela

Lazarus suportou uma noite tortuosa. Talvez a pior de sua vida. Definitivamente pior do que
aquela vez que uma fêmea lhe deu um beijo envenenado, enfraquecendo-o. Ela o controlou
enquanto ele não conseguia lutar e maldosamente decepou todos os seus membros.
Olhe para o poderoso Lazarus agora.
Descobriu-se que ela era uma assassina enviada por um dos antigos inimigos de seu pai.
Ela teria conseguido matar o filho do Monstro, se não por dois erros fatais. Os As e Bs da
derrota. (A) ela acreditava que ele estava impotente sem os braços e as pernas, e (B) ela o
provocara com um segundo beijo. Um adeus.
Orgulho - acreditar nas mentiras sobre si mesmo para inflar sua autoestima - muitas vezes
anunciava uma queda desagradável.
Quando a fêmea levantou a cabeça, terminando o beijo com um sorriso, Lazarus rasgou sua
traqueia com os dentes. Ela sangrou até a morte. Depois, ele se envenenou muitas vezes até que
desenvolveu imunidade.
Por que Cameo chutou Lazarus do quarto? Como ela poderia ser tão cega para a verdade?
Ele poderia desfrutar de uma noite com ela e conseguir sua vingança contra Hera e Juliette. Um
não negava o outro.
Com uma maldição, ele saiu da cama. Uma mosca zumbiu ao seu redor, mas não importava
quão rápido a golpeasse, o inseto irritante se esquivava. Irritado, escapou para o banheiro, onde
tomou banho e vestiu uma camisa de mangas compridas e couros de batalha. Como de costume,
dormiria completamente vestido.
A calça cobria os cristais que passavam pelas pernas, da coxa até a panturrilha. As mangas da
camisa escondiam os cristais agora cruzando seu bíceps.
A fraqueza estava se espalhando.
A fúria se expandiu. Entrou no quarto, atravessando o tapete de pele de unicórnio que tinha
sido apreciado pelo ex-rei. Seu ritmo estava mais lento que o normal. Estava mancando? É melhor
não estar mancando!

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Sua metamorfose não estava apenas se espalhando, estava acelerando. Ele estava mudando
mais rápido do que seu pai.
Lazarus bateu os punhos no saco de pancadas pendurado na esquina. Seus nódulos
racharam e o sangue brotou, mas continuou batendo no saco até que ele explodiu, areia
derramando em todos os lugares.
Ele queria Cameo mais do que seu pai quisera sua mãe? Esse era o problema?
Não tinha como ter certeza. Sua mente se recusou a analisar qualquer coisa, exceto o
tamanho do sutiã da mulher, que era perfeito. Todos os seus pensamentos giravam em torno de
uma única pergunta. Como posso levá-la para a cama? A fome desesperada agarrava e arranhava
suas vísceras, insaciável. A obsessão o governava.
Ele tinha que tê-la. Uma vez, apenas uma vez. Então poderia deixá-la ir, seu corpo seguro
contra outros danos.
Colocou os anéis de diamantes e o pingente no bolso e se moveu para a janela para olhar
para o Jardim do Perpétuo Horror. O amanhecer se aproximava.
Uma jornada de três dias parecia iminente, cada dia um compêndio de minutos e segundos
que teria que usar para sua vantagem. Certamente poderia ganhar seu prêmio. Tinha começado e
terminado guerras em menos tempo.
A mosca voltou, zumbindo ao redor dele. Permaneceu quieto, ouvindo, sua orelha se
contorcendo: Whack!
Droga! Ele perdeu.
Lazarus penteou uma mão pelos cabelos, os músculos nos ombros tensos e esticados. Ela
tinha duas objeções a ele. Um, ele colocava a vingança antes do prazer e dois, ela o esqueceria.
A primeira ele poderia facilmente apaziguar. Por sua noite juntos, ele se preocuparia apenas
com o prazer dela. A segunda era o problema.
Lazarus fez sua pesquisa. Sabia que dois dos irmãos dela por circunstância sobreviveram à
perda de seus demônios. Kane, anteriormente guardião de Desastres, e Aeron, anteriormente
guardião da Ira.
Kane... Lazarus não tinha certeza de como havia se recuperado. Aeron recebeu um novo
corpo - uma nova casa para seu espírito - pela Única Deidade Verdadeira, líder dos Enviados e dos
anjos. Mas, Aeron tinha se casado com uma Enviada, então o presente fazia sentido. Cameo era
solteira, e se Lazarus tivesse algo a dizer sobre isso, ficaria assim pelo resto da eternidade.
Minha possessividade é mais importante do que a felicidade dela? Preciso deixá-la ir.

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Pequenos rosnados subiram do fundo do seu peito quando começou a andar de um lado
para o outro. Precisava vê-la. Ela estava dormindo? Teria sonhado com ele?
Abriu sua mente, viu-a de um lado ao outro do quarto e endureceu. Ferramentas estavam
espalhadas pela mesa onde jantaram; ela martelou, cinzelou e limou uma pequena adaga. Já havia
feito dois capacetes e duas couraças de tamanho pequeno. Para as crianças, percebeu. Ela temia
um ataque na viagem ao portal, e isso era uma medida preventiva.
Ela ficou acordada a noite toda?
Uma mulher tão terrivelmente inteligente, sua μονομανία. E talentosa. A magnificência do
artesanato o surpreendeu.
Antes de se separarem, ele teria uma espada feita por ela, uma lâmina para apreciar durante
toda a eternidade passada sozinho.

Quando a manhã chegou, os olhos de Cameo queimavam e seus membros tremiam de


fadiga. Pelo menos, terminou a armadura para as crianças, usando habilidades que adquiriu sob a
tutela de Alex.
Alex... Uma maré familiar de tristeza a atacou.
Ignore-a. Proteger Urban e Ever, mesmo sem seus costumeiros enfeites, superava qualquer
desconforto de sua parte.
Banhou-se e vestiu uma camiseta limpa, outro short e um sarongue. Suas botas de combate
e punhais descansavam no topo da mesa, surpreendendo-a. Os guardas devem ter trazido os itens
durante uma de suas muitas entregas, o que significava que Lazarus mantivera sua promessa de
devolver seus pertences pessoais.
Um calor perigoso caiu através de suas veias.
Ignore! Apoiou as botas no lugar e enfiou as adagas nos tornozelos. Junto com a armadura,
fizera um frasco para o bálsamo muito caro que Lazarus usara em seus ferimentos. Um frasco que
ela pendurou em volta do pescoço com um cordão de couro. As serpentes do céu não lhe dariam
amor. Se decidissem atacá-la, deveria estar preparada.

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Escovou e trançou o cabelo - bem, tentou trançar. Na verdade, falhou e optou por um rabo
de cavalo bagunçado. Seu costume. Notando as bochechas pálidas, beliscou aqui e ali para
adicionar cor. Não que se importasse com sua aparência. Nunca se importou antes. Afinal, no
momento em que abria a boca, a maioria dos homens fugia como se ela fosse lixo tóxico.
Mas Lazarus era diferente. Ele colocava a vingança acima de tudo, até mesmo do prazer,
como se o prazer fosse algo esquecível. Desgraçado! Ela faria qualquer coisa para experimentar e
se lembrar do prazer. Então, deixe-o olhar para Cameo e desejar o que ele não poderia ter. Deixe-
o ficar aflito de desejo e não encontrar nenhum socorro.
Deixe-o experimentar o que ela sofria diariamente!
Ou provar que ele está melhor sem você...
Inalou bruscamente, as palavras do demônio atingindo-a onde mais doía. Sua esperança.
Uma batida soou na porta, e ela estremeceu, seu coração pulando uma batida. Lazarus viera
buscá-la? —Entre.
Blondie entrou no quarto e Cameo murchou.
—Café da manhã, cortesia do rei.— Ela colocou a bandeja na mesa, afastando as
ferramentas de Cameo e descobrindo vários pratos de comida. Bolo de chocolate, cupcakes e
pudim, com uma vasilha fumegante de chocolate quente para cobrir tudo.
Suas bochechas aqueceram com prazer. Lázarus era letal para sua determinação.
Como deveria resistir a ele?
Cameo acenou para a criada, desejando que pudesse agir como uma pessoa normal e dizer
simplesmente: —Obrigada.
Sozinha, engoliu a comida como um viciado finalmente conseguindo sua dose. Mas as
gostosuras só aumentaram a turbulência dentro de sua cabeça. O que levou Lazarus a fazer da
vingança sua prioridade número um?
Antes de usar a Haste pela segunda vez, Cameo fizera perguntas. Hera, a Corneadora, rainha
destronada dos gregos, guerreara com Typhon, o pai de Lazarus. Atos terríveis foram cometidos
por ambos. Em última análise, Hera matou a mãe de Lazarus antes de se esconder e encarcerar o
pai dela. Odiá-la era compreensível.
Desde que os Titãs tomaram o controle do terceiro céu, Hera estava presa no Tártaro,
totalmente desamparada, morrendo de fome e espancada por outros imortais presos. Ela teria
pagado por seus crimes? Teria sofrido o suficiente?
Quando o ciclo do mal acabaria?

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Juliette, a Erradicadora, escravizara Lazarus durante séculos. Cameo lembrava-se de ver o


casal juntos em duas ocasiões distintas. Quando o temperamento de Juliette ameaçava detonar,
ele dava um tapinha na mão dela para acalmá-la. Ele era o único capaz de acalmá-la.
Quando ela o agarrou pela nuca e puxou-o para um beijo, ele não a rejeitou. Não, ele
correspondeu ao beijo com igual fervor.
Os ciúmes começaram a ferver, escaldando Cameo. No passado, Lazarus desejara a Harpia.
Talvez tivesse oferecido o para sempre a Juliette se ela não tivesse forçado a questão, talvez não.
Agora ele desejava puni-la.
Como os sentimentos de um homem poderiam mudar rapidamente. Mas afinal, os
sentimentos não eram confiáveis e eram imprevisíveis, e se não fossem controlados, levariam ao
desastre. Tristeza provara isso várias vezes.
A luxúria não era confiável e era imprevisível. E, no entanto, quando os braços de Lazarus a
envolviam, Cameo queria seus lábios sobre os dela.
Ele ofereceu uma noite em sua cama. Talvez devesse aceitar.
Talvez ele a sobrecarregasse de prazer. Talvez ela tivesse que fingir estar sentindo prazer. De
qualquer maneira, ela se esqueceria dele depois. Por algum motivo, Tristeza desprezava o macho
e, a julgar por seu comportamento passado, não permitiria nenhuma lembrança dele.
Talvez a perda da memória de Cameo pudesse ser uma coisa boa desta vez?
Uma vez um amante lhe havia dito, “Você não consegue fingir. Você está se sentindo
miserável e quer que eu pare.” Não tinha sido uma pergunta.
Ela assentiu, odiando-se tanto quanto ao demônio.
Coisa engraçada. O homem parou sem nenhum esforço. Ele não estivera dominado pela
paixão, ou tão perto de gozar que estivesse à beira da sanidade. Ele simplesmente vestiu as
roupas e saiu sem dizer outra palavra, apenas lançando um olhar desgostoso sobre o ombro.
Ela adoraria esquecer a humilhação daquela noite.
E se o guerreiro lhe der o que você sempre quis? Tristeza deslizou por sua mente, como se
estivesse acariciando-a. Posso permitir que você mantenha as lembranças dele... Se você o matar
depois de dormir com ele.
Ela ofegou. Matar Lazarus? Assassinar um amante a sangue frio simplesmente para manter
suas memórias de um orgasmo?
Um orgasmo? Ah tá, apenas um. Tola Cameo. Esse homem nunca vai parar com um.

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88
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Com um grito, apertou os punhos nas têmporas. —Você está tão desesperado por acabar
com minha associação com ele?
Ela já matou antes, sim; Matou muitas vezes antes, mas sempre no calor da batalha. Nunca
consideraria a oferta do demônio. Além disso, Tristeza não tinha honra. Se concordasse com a
barganha, ele poderia limpar sua memória, mesmo assim. Como ela saberia?
—Demônio tolo.— Ela balançou a cabeça. —Você cometeu um grave erro. Você mostrou
suas cartas. Você tem medo dele. Porque ele pode me fazer feliz.
Tristeza sibilou em negação, mas a verdade ficou repentinamente clara.
Lazarus pode me deixar feliz.
Atordoada, sentou-se na cadeira em frente à penteadeira. Ondulações apareceram no
espelho, distorcendo seu reflexo. Ela ofegou.
À medida que uma imagem começou a tomar forma no centro, Cameo teve uma revelação
surpreendente. A deusa de Muitos Futuros estava presa no interior.
Esperança inflamou-se. E se um futuro brilhante esperasse por Cameo?
—Mostre-me,— sussurrou. —Por favor.
A tela se separou, revelando duas imagens. Em ambas, Lazarus estava cortado e machucado
e de pé diante de duas árvores altas, segurando a mão de Cameo e observando enquanto Viola e
as crianças entravam no espaço brilhante e desapareciam.
O portal para casa, ela percebeu.
A visão de Cameo permaneceu do lado de Lazarus.
Cameo da vida real mudou seu foco. De um lado da tela, Lazarus a levou para longe das
árvores. O tempo passou, em imagens rápidas, enquanto ele a acompanhava de volta ao palácio,
onde passavam dias, semanas, conversando, conhecendo um ao outro, dando prazer um ao outro.
Ele apresentou seu corpo ao prazer, mas nunca tirou a própria roupa. Por quê?
—Será deste jeito ou de jeito nenhum,— ele disse.
Desse jeito ou de jeito nenhum. Talvez não quisessem coisas tão diferentes, afinal. Para ele,
Cameo sorriu. Sorriu! Ela assobiou uma melodia alegre e pulou pelos corredores. No entanto, seu
sonho tornado realidade de alguma forma era um pesadelo para Lazarus. Quanto mais feliz ela se
tornava, mais irritado ele ficava. Por fim, ele olhava para ela com... Ódio?
Ele a devolveu ao portal e colocou metade de um coração preto em sua mão. Quando ela
deu um passo à frente, de costas para ele, ele ergueu a espada, como se quisesse golpeá-la. No
espelho, Cameo permanecia inconsciente de sua intenção maliciosa.

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89
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No presente, o horror a encheu. Ele se torna meu inimigo?


A Cameo da vida real suspirou quando ele girou nos calcanhares e se afastou sem prejudicar
Cameo, que jogou o coração preto no portal.
O ar cintilava, um relógio fazia contagem regressiva; O portal ficaria aberto por um minuto,
talvez dois. Ela entrou, a luz desaparecendo de seus olhos. Porque Tristeza permitiu que ela
mantivesse a lembrança de Lazarus... De seu abandono. Da felicidade que ela não conseguiu
sustentar.
O estômago de Cameo ameaçava se rebelar.
Do outro lado do espelho, um destino diferente começou a se desenrolar. Lazarus insistiu
que Cameo passasse uma noite com ele e voltasse para casa pela manhã. Ela disse não. Eles
discutiram e ele a beijou com tanta intensidade que seus joelhos enfraqueceram - no futuro e no
presente. Então ela se afastou dele, entrou no portal e...
O espelho enegreceu, sem lhe dizer se mantivera a memória ou não.
Não, não, não. Cameo agarrou os lados da moldura dourada e a balançou. —O que acontece
depois? Mostre-me!
Um minuto passou. Então outro. Nada ainda. Droga!
O quanto essas visões eram confiáveis? Ela não tinha outras opções?
Se fosse embora logo após Viola e as crianças, mais tarde voltaria para Lazarus? Ele viria
atrás dela?
Arrogante novamente, Tristeza disse: Os mortos não podem passar pelo portal, lembre-se. E
mesmo que pudesse, ele escolheria estar com você... Ou, finalmente, acabar com você?
Cameo massageou as têmporas levemente. Sabia tão pouco sobre o homem sobre o qual
depositou suas esperanças. Não sabia nada sobre seus desejos e motivações. O que aconteceria se
se separassem no portal? Algo melhor do que amá-lo e perdê-lo? Ou algo muito pior?
Preciso ver o resto da segunda visão!
Cameo considerou suas opções. Não havia como esgueirar o espelho para fora do palácio.
Talvez um pedaço dele? Sim! Pegou um travesseiro e golpeou o vidro com todas as suas forças,
repetidas vezes.
Nada aconteceu. Não apareceu uma única trinca. Frustração misturou com raiva e
desamparo.
Acho que estou sozinha. Como sempre.

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CAPÍTULO 10

“A covardia é uma doença. Mate-a antes que ela mate você.”


—Como Alcançar a Vitória
Subtítulo: Exceto com amantes e a família dela
—Viva em seus próprios termos, Maldição

—Rathbone.— Lazarus sentou-se no trono, com os dedos batendo nos braços da cadeira.
Deveria estar na estrada. A manhã chegou e as crianças já haviam obstruído dois conjuntos de
tubos. Mas a presença de seu visitante indesejável o manteve em casa. —Apareça.
Buzz, buzz.
Outra mosca? Oh, não! Não era outra. A mosca. No centro da sala, a mosca transformou-se
em um homem completamente vestido. A irritação rasgou a espinha de Lazarus.
Deveria saber.
Rathbone sorriu e abriu os braços. —Você chamou?
Lazarus rangeu os dentes. —Por que permaneceu aqui?
O sorriso do guerreiro alargou-se. —Talvez eu quisesse dizer ao mundo que passei uma noite
na cama com Lazarus, o Cruel e Incomum.
—Ninguém vai acreditar em você, considerando que ainda é capaz de andar.
—Um amante entusiasmado, certo?
—Muito.— Lazarus agarrou os braços do seu trono. —Você estava me espionando.
—Obviamente. Não sou apenas o Único. Sou o Mestre da Espionagem.— Diversão, em vez
de vergonha, passou através dos olhos de diamante. —Você realmente pode atirar a primeira
pedra, leitor de mentes?
Até que Lazarus declarasse sua fidelidade a um rei do submundo, esse tipo de incômodo
aconteceria outras vezes. —Diga-me. Toda a nossa conversa será através de questionamentos?
—Te agradaria se fosse assim?— Rathbone perguntou, arqueando a testa.
É assim que me comporto com Cameo?
Claro que não! Eu sou encantador.
Isso tem que terminar. Ele manteve o olhar de Rathbone enquanto abria a mente para o
outro homem...
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Rugindo, Lazarus quebrou a conexão.


Rathbone permaneceu estoico. —Dei um vislumbre dos horrores que sofri na minha vida.
Tente ler minha mente novamente, e eu lhe darei acesso total.
Antes de hoje, Lazarus pensou que conhecia a tortura. Ele suportou e recebeu sua parte
justa disso. A verdade era que não conhecia até este momento. O que o guerreiro experimentou...
Novo respeito por ele floresceu.
—Cuide da mulher,— disse Rathbone, já não divertido. —Ela é aliada de Hades e, portanto,
minha aliada. Queremos que seja protegida.
Ela - é - minha.
Não. Não! A negação gritou através de sua mente. Não reivindicaria a mulher que anunciaria
sua queda. —Você quer que ela seja protegida. Nada mais?— Rathbone desejava Cameo em sua
cama?
—E ajudá-lo a descartar sua única chance de amor verdadeiro?— Rathbone balançou a
cabeça. —Não.
—Amor verdadeiro?— Ele zombou. —Não referi nada ao amor, verdadeiro ou não. O amor
enfraquece.
—O medo enfraquece. O amor fortalece.— Rathbone manteve seu olhar, sem piscar. Um
dia, sua mulher se cansará de sua rejeição e buscará o conforto de outro homem. Espero ser uma
mosca na parede quando você descobrir a grande benção que perdeu, mas vou candidatar-me a
ser a pessoa que ela aceitará na cama dela quando você for embora.
Ele quer a minha mulher na cama dele. Um rosnado reverberou no peito de Lazarus, tão
áspero que suspeitou que estivesse sangrando internamente.
Calma. Controle-se. Quando “esse dia” chegar, Lazarus deixaria Cameo partir. Sem laços,
sem cristais, sem vulnerabilidades.
—Compartilhamos a mesma esperança, então,— respondeu ele. —As moscas são atacadas.
Rathbone riu, mas ficou sóbrio rapidamente. —A sua mulher odeia Tristeza, quer muito se
livrar dele. Você pode ajudá-la.
O bastardo não podia saber sobre a caixa. —Vamos fingir que eu me importe,— disse ele. —
Diga-me, ó Grande e Único, como posso ajudá-la?
—Quando eu me tornei seu treinador de vida? Encontre a resposta por conta própria.—
Com uma piscadela, Rathbone desapareceu.

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Lazarus permaneceu no trono, certo de que o bastardo mentiu. Não havia nenhuma maneira
de remover o demônio de Cameo e mantê-la viva. Então. Não mudaria seu plano. Teria uma noite
com ela.
Uma e acabou. Não por escolha, mas por necessidade.
Depois, a deixaria com um aviso. Nunca volte.
E não se sentiria culpado. Seguiria em frente.

O primeiro dia de viagem passou sem incidentes. Ninguém atacou, e não havia galhos
gananciosos e famintos ou enxames de insetos assassinos. Cameo estava quase desapontada.
Estava coçando por uma briga.
Enquanto seu grupo heterogêneo se afastava do palácio de Lazarus, as Bend-over Babes os
perseguiram. Como se suspeitava, elas já desfrutaram de um tempo de qualidade na cama com
seu rei, e sentiam que tinham direito a um beijo de despedida.
Para seu crédito, Lazarus pareceu perturbado pela atenção e dispensou-as sem beijo.
Enquanto isso, Cameo queria matar as mulheres. Ela pensou, Meu! Não vou compartilhar.
Sem dúvida, a visão do espelho ferrou com sua cabeça. Ela se viu fazendo amor com ele,
gritando com prazer que nunca conheceu, então, claro, ficara muito possessiva com ele.
Também o viu contemplar matar-me. Onde está a ira da minha justiça sobre isso?
Bem, todos tinham falhas. E querer matá-la era uma ocorrência comum entre imortais e até
humanos.
Viola passara várias horas flertando sem parar com os soldados, e Urban passou as mesmas
horas queimando os soldados. Aparentemente, nenhum outro homem podia falar, sorrir ou
encorajar a deusa. Ever extinguiu rapidamente as chamas com o gelo.
As poucas vezes que Urban lembrou-se de ser um jovem menino ao invés de um perseguidor
ciumento, reclamou incessantemente sobre o capacete que Cameo fizera para ele.
—Meus cabelos doem,— ele disse pela milésima vez.
—Tenho certeza de que vamos montar acampamento em breve, e você poderá removê-lo.—
O sol caiu firmemente durante a última hora.

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Sua voz teve um efeito de ondulação, estremecendo e varrendo a multidão.


Durante uma das muitas paradas para irem ao banheiro, Lazarus examinou as armas e as
armaduras que Cameo havia feito. —Maravilhoso,— ele disse. —Sua habilidade é insuperável.
Ela quase corou.
—Onde você aprendeu?— Perguntou.
—Uma forja na Idade Média. Alex tinha...
Interrompeu o pensamento, não quis dar a Tristeza um convite aberto para inundá-la com
pesar. Ou a Lazarus a chance de ler sua mente.
—Há uma história aí,— ele observou.
—Sim, mas é para outro dia.
—Nosso tempo juntos é curto.— Ele olhou fixamente para frente, e a angústia atravessou o
peito dela.
Quando um homem iria querer mantê-la?
—Acho que você deveria ter feito a armadura com magnésio infundido com nano partículas
de carboneto de silício densas,— Ever disse, entrando em seus pensamentos. —É tão leve como o
alumínio, mas tão forte como o titânio.
Cameo olhou boquiaberta para ela.
Viola sorriu enquanto Fluffy corria ao redor de seu cavalo. —Seu pequeno monstro, você é
uma garota de meu próprio coração. O magnésio infundido com nano partículas de carboneto de
silício denso possui a maior relação resistência/peso.
Enquanto as duas conversavam, inteligentemente, sobre metais, o olhar de Cameo buscava
Lazarus. Sentado sobre seu enorme corcel alado, cabeça erguida, ombros enquadrados, coluna
rígida. Que visão incrível. Mais de uma centena de soldados cavalgavam com ele, criando um
escudo para mulheres e crianças.
Uma horda de serpentes do céu voava sobre suas cabeças. Seus números eram fluidos, as
feras iam e vinham como queriam. Uma coisa permaneceu constante minuto a minuto - os olhares
penetrantes e mortais que Cameo recebeu.
Em mais de uma ocasião, uma gota de veneno espirrou em seu rosto. E não por acidente. As
queimaduras eram muito bem colocadas.
—Ai!— Outra gotícula atingiu-a, esta queimando a ponta de seu nariz. —Tudo certo. Já
chega. Faça algo sobre seus animais de estimação. Antes que eu pegue um galho!— Ela gritou
para o céu.

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Soluços extremamente tristes dispararam pela multidão. Ela apertou os lábios.


Tristeza vangloriou-se com satisfação. Imagina quantos suicídios haverá hoje à noite...
Fazendo o possível para ignorá-lo, passou unguento na ferida mais recente.
Lazarus olhou para o céu enquanto berrava uma série de palavras que ela não entendeu. As
serpentes do céu entenderam, no entanto. Várias bestas rugiram em resposta, as asas batendo
freneticamente.
Seu olhar baixou para Cameo. —Elas querem você morta e querem sambar em seu sangue.
—Acredite em mim,— sussurrou, esperando que ninguém mais a ouvisse. Se ela fizesse mais
uma pessoa chorar... —O sentimento é mútuo.
Pensativo, ele esfregou dois dedos contra a barba por fazer na mandíbula. —Talvez as
serpentes do céu ficassem satisfeitas se eu... te desse uns tapas.
Uns tapas? Sério? —Não se atreva...
Ele passou um braço em volta da cintura dela, arrancando-lhe um suspiro.
—O que...
Ele a tirou do cavalo, os bíceps flexionado. Essa força incrível... E, no entanto, ele começou a
tremer. Temendo que a deixasse cair, ela se agarrou nele. Então a instalou na frente dele, seu
aroma e calor a envolvendo, e ela estremeceu.
Tristeza agarrou seu crânio, enviando dores agudas através das têmporas. E ela quisera
tanto curtir o passeio.
Ou talvez não. Lazarus esfregou a bochecha contra a dela, distraindo-a e deleitando- a.
Ele riu suavemente.
Merda! Escudos para cima!
—Bem?— Ela exigiu. —Você vai me dar uns tapas ou não?
—Você quer levar uns tapas?
—Você quer perder a mão?
—Como se você fosse remover um dos únicos meios capazes de lhe dar prazer.
O ar perfurou seus pulmões. —Deixe-me adivinhar. Os outros seriam sua outra mão, a boca
e...
—E tudo mais sobre mim. Minha voz... meu cheiro... inferno, até mesmo minha mente.
Enfrente Luz do Sol. Você anseia o pacote completo.

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Sim. Eu realmente anseio. —Sobre seu pe... tulância?— Okkkkkk. Estava indo por um
caminho perigoso. Hora de mudar de assunto. —Deixa pra lá. Qual língua você falou com as
serpentes do céu?
Ele permitiu a mudança sem protesto. —Typhonish, o idioma usado por meu pai.— A
respiração quente cobriu sua bochecha. —Você, Raio de sol, é linda demais! Resistir ao desejo de
te tocar está sendo difícil. Muito, muito difícil.
Um arrepio deslizou por sua coluna. —Você está me tocando agora. Você não resistiu.
—E ainda tenho que ouvir seus agradecimentos.
Parte dela queria rir. A maior parte queria chorar. Toda ela o queria.
Ok, era hora de outra mudança de assunto. —Como você adquiriu a deusa do espelho de
Muitos Futuros?
Mais uma vez, ele permitiu a mudança sem protestar. —Eu a herdei junto com o palácio. Por
quê?
Aja naturalmente. —Você viu seu futuro?
Sua postura tornou-se mais rígida. —Você viu?
Por que não dizer a ele? Dê e você receberá. —Sim. Duas possibilidades. Na primeira, eu e
você voltamos ao palácio e fazemos sexo. Parabéns! Foi bom. Então você escoltou-me até o
portal, considerou brevemente matar-me, mas finalmente nos afastamos sem dizer adeus.
Ele apertou as mãos sobre as coxas dela e ela respirou fundo. —Então fizemos sexo, e foi
bom,— ele soprou em seu ouvido.—Não precisa agradecer.
A antecipação a segurou no limite do penhasco, seu interior zumbindo e aquecendo. O que
mais ele faria? —Por que você quer me matar?— Perguntou um tremor em seu tom. —Você não é
como os outros. Você não reage à minha voz.
Ele endureceu, mas disse com a voz suave como seda, —Tenho certeza que você me deu
motivo. Mas eu fui embora, não fui? Vai recompensar-me?
Enquanto falava, os dedos dele tocavam seu joelho. A antecipação começou a afligi-la. Um
minuto virou dois. Ele não fez nada mais, o bastardo.
—Nada de recompensa para você,— ela falou ente os dentes.
—Muito bem. Nenhuma recompensa para você. Então, qual era a segunda visão?— Ele
perguntou. —Conte-me sobre ela.
—Voltei para casa no mesmo dia que os outros.
—E...

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—E nada. O espelho ficou em branco.


—Não é de se admirar que eu me incline para a visão um. As coisas que posso fazer com
você antes de ir...— Ele gentilmente pressionou os joelhos contra os flancos de Pegasus. As asas
emplumadas levantaram-se, escondendo-a e Lazarus do resto do mundo enquanto ele acariciava
sua bochecha. —Ou talvez devêssemos ignorar o espelho e criar um novo caminho, passar toda a
noite juntos como eu queria desde o início. Gostaria de provar o prazer que eu lhe darei?
Sim! Não. Talvez? Lambeu os lábios, tentada, tão tentada. Mas por que desfrutar de um
aperitivo quando não podia ter a refeição completa? Por que forjar lembranças preciosas, se o
demônio a roubaria? Ou até mesmo as reteria. A vida já era torturante o suficiente.
—Aviso prévio,— ela falou entre os dentes cerrados. Se não pudesse resistir ao apelo de
Lazarus, faria tudo em seu poder para garantir que ele resistisse à ela. —Tristeza me disse que eu
poderia manter minhas lembranças de você se eu te matasse. Ele te odeia.
O demônio sibilou. Como você ousa me denunciar!
—Ele me quer morto?— Lazarus deu de ombros, despreocupado. —Terá que entrar na fila.
Um brilho de esperança. —Você não está chateado ou surpreso?
—Demônios odeiam pessoas e amam a destruição. Eu ficaria surpreso se ele gostasse de
mim.
—Mas ele poderia te machucar,— admitiu baixinho. —Há séculos, ele incentiva as pessoas a
se matarem. E ele...— Ela lambeu os lábios. —Ele me convenceu a terminar minha vida uma vez.
Ou seis vezes. Talvez doze.
Ele endureceu, tão rígido quanto o aço. —Você tentou se matar uma dúzia de vezes?
Ela engoliu em seco e assentiu com a cabeça. —A tristeza tornou-se demais para suportar.—
Toda vez, seus amigos a encontraram machucada e sangrando, e a decepção e dor deles só
aumentaram seus problemas, quebrando um coração já destroçado.
Você não pode ganhar.
Lazarus apertou-a, como se temesse que ela flutuasse como um balão. —Não preciso do
espelho para me dizer o que está no seu futuro imediato. Você sentirá prazer.
Ele traçou um caminho de fogo, subiu... Subiu... Ela parou de respirar, a barriga tremendo,
uma dor florescendo entre suas pernas, mas ele simplesmente brincava com a cintura de seu
short.
—Você quer gozar?— Sussurrou em seu ouvido. —Dê-me uma noite.

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Arrepios surgiram em sua pele. —Você não quer semanas de felicidade sexual como previsto
pelo espelho?
Ele intensificou seu aperto, quase a machucando. —Uma noite é tudo o que posso oferecer.
Nada mais nada menos.
O espelho mentiu sobre os diferentes caminhos que seu futuro poderia levar?
—Por que apenas uma noite?— Ela perguntou suavemente. —Me faça entender.
Seu suspiro irritou os cabelos do topo de sua cabeça. —Você quer se lembrar de mim, Luz do
Sol. Quero lembrar-me bem de você.
O que isso significava? Tristeza conseguiria atingir seus sentimentos se ele ficasse perto de
Cameo por muito tempo?
Ai! O conhecimento doía, e ainda assim não deveria sequer tê-la incomodado. A verdade era
verdade. Mas... o homem de seus sonhos não deveria considerar que ela valia a pena qualquer
dificuldade?
—Posso entrar em uma sala e arruinar uma festa,— disse irritada. —Você pode abrir a boca
e fazer o mesmo.
Sem perder um segundo - quando ele perdia? - Ele rastreou a língua extremamente quente
ao redor da concha de sua orelha. —Falando em festa... Estou me convidando para uma festa em
sua calcinha.
Maldito! O calor abrasador da excitação rapidamente derreteu sua raiva. —Pare. Não há...
—Mas haverá.— Suas mãos avançaram até envolver seus seios quando os mamilos
franziram para ele. Ele arranhou os cumes, enviando um fluxo de fogo direto ao seu núcleo.
Seus quadris ondularam, e sua bunda encontrou o comprimento longo e duro de sua ereção.
Oh, misericórdia, o prazer foi incrível e... esfriou, como sempre esfriou, o demônio inundando-a
com tristeza.
Lazarus amassou os seios e, mentalmente, ela sabia que era bom. Realmente, muito bom.
Mas física e emocionalmente, o prazer permaneceu à distância.
—Você deveria parar,— ela disse. —Eu poderia fingir meu prazer, mas não estaria fazendo
um favor nem a mim nem a você.
Longe de desapontamento, ele soltou uma risada rouca. —Preciso que você me prometa
algo, Luz do Sol.
Isso não parecia bom. —O que?
—Vai ficar muito quieta na próxima vez que eu mover minhas mãos. Certo?

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Senhores do Submundo 13

Oh, não, não, não. Ele havia caído na armadilha alfa-masculina. Acreditava que poderia fazer
todas as mulheres perderem a cabeça com prazer. Tolo! Pensou que poderia vencer, apesar do
aviso do Cameo.
Na verdade, ele pensou que poderia vencer por causa de seu aviso. Ela teria que ensiná-lo
melhor.
A aula começou, e Miss Lord é uma puta.
—Veja,— ela disse. —Preste atenção quando eu digo...
—Prometa,— ele insistiu.
Ele não iria desistir, iria? Ele teria que aprender o caminho das bolas azuis. Com um suspiro,
ela se torceu para olhar em seus olhos. —Muito bem. Eu prometo.
Seu tom irônico continuou falando muito depois que ela se calou. Você vai se arrepender
disso.
Ela pensou... talvez tivesse uma chance... Os cantos de sua boca estavam sorrindo. Antes
que pudesse ter certeza, ele a forçou a girar, rastreou o lóbulo de sua orelha com os dentes e
deslizou as mãos para baixo... para baixo... Mais uma vez, parando na cintura de seu sarongue.
—Você não está lutando contra um gemido, está?— Ele perguntou.
Ele parecia divertido. —Nem mesmo um pouco,— disse ela.
—Teimosa. Eu lhe disse para ficar quieta!
—Você me fez uma pergunta!
—E agora?— Ele moveu a ponta do dedo ao longo do cós do sarongue, roçando seu umbigo.
—Você está lutando contra um gemido agora?
Ela se arrepiou, ansiou e pensou: Sim, é isto, isso realmente acontecerá... Mas, mais uma
vez, as sensações gloriosas desapareceram.
—Não,— falou entre os dentes cerrados.
—Ainda falando,— disse ele em um suspiro. —Minha Luz do Sol é tão terrivelmente
insensível. Estou desanimado.— E ainda assim ele parecia divertido.
Ele realmente acreditava que agitou um fogo dentro dela.
Rangendo os dentes, ela disse, —Alguns gemidos e suspiros não significam nada. Eu não
tenho clímax, Darkpit.— Ele a comparou ao sol; Ela o comparou a um abismo.
—Alguns gemidos e suspiros? Você é adorável.
—E seu pequeno experimento foi concluído.
—Calma, calma.— Ele falou. —Alguém - e não mencionarei nomes - precisa gozar.

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Durante séculos, estivera desesperada por experimentar algo que milhões de mulheres
desfrutavam diariamente. E agora ele pensou que provocá-la era uma boa ideia? Depois que ele
não cumpriu o que prometeu?
Uma bomba de raiva detonou dentro dela. —Suas proezas são muito superestimadas. E
também a sua opinião sobre você!
—Aí está, a megera que eu estava esperando,— ele disse, e então empurrou a mão entre as
pernas, sob a calcinha dela - e enfiou um dedo até o fundo.
Uma onda de felicidade explodiu dentro dela, e ela ofegou.
—Sua raiva enfraquece o demônio,— ele ronronou, —me dando uma oportunidade de
agir.— Enquanto falava, moveu seu dedo grosso, bonito e incrível dentro e fora dela. Sua ereção
pressionou insistentemente entre as bochechas de sua bunda, aumentando as deliciosas
sensações.
—Mais.— Ela se recostou, descansando a cabeça no ombro dele e oferecendo-lhe acesso
mais fácil. —Eu quero mais.— Preeeecisavaaaaaaaa de mais. —Por favor.— Aqui, agora, ela não
estava muito orgulhosa de implorar.
Ele retirou a mão, apesar das unhas que ela cavou em seus pulsos em um esforço para
mantê-lo no lugar. —Alguém acabou de quebrar sua promessa.
—O que você está fazendo? Você estava finalmente chegando a algum lugar. Continue.
Com os olhos como piscinas de obsidiana crepitante, ele lambeu o dedo. —Não é óbvio, Luz
do Sol? Estou te castigando, deixando-a em estado de tormento. Você vai lembrar a sensação de
meu dedo dentro de você e logo vai me implorar por seu retorno.

Provocar uma mulher até irritá-la nunca foi um dos objetivos da vida de Lazarus. Até Cameo.
Depois de lhe mostrar o dedo médio, ela se virou para o cavalo. Ele escondeu um sorriso.
Deixaria que seu desejo por ele crescesse. Em breve, ela se tornaria uma panela fervendo de
luxúria. O vapor, com esperança, criaria uma barreira contra o demônio.
Além disso, Lazarus queria vingança. A pequena megera se manteve protegida da mente
dele o dia todo.

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100
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Na próxima vez que olhou para ela, a exaustão ofuscava completamente sua raiva. Ela
estava chateada em sua sela. Sua adrenalina tinha caído muito.
—Vamos parar para a noite,— Ele falou.
Toda a procissão parou. Lazarus desmontou e acariciou seu poderoso cavalo no traseiro por
um trabalho bem feito.
Em poucos minutos, as tendas foram erguidas. Viola e as crianças foram conduzidas dentro
da maior - a deusa insistiu. Quando Cameo tentou seguir o trio, Lazarus apertou a mão dela e a
levou para a sua tenda.
Em qualquer outro momento, ela provavelmente teria protestado. Esta noite ela se inclinou
contra ele, usando-o como uma muleta. Seus pés arrastaram, deixando sulcos profundos na
sujeira.
—Vou te pegar no colo Luz do Sol.— Lazarus a levantou em seus braços e a levou para
dentro. O significado da ação não passou despercebido para ele e isso...
Nada.
Quando a colocou de pé, ela tropeçou em um monte de peles espessas e desabou. Os olhos
quase fechando, murmurou: —O que você planeja me perguntar, a resposta é não.
O sono a reivindicou no próximo instante, seu corpo bonito ficando relaxado.
—Aqui está uma pergunta,— ele murmurou. —Devo manter minhas mãos para mim esta
noite?
Ele relaxou ao lado dela, com cuidado para não tocá-la. Supervisionaria sua proteção
pessoalmente. Uma longa noite.
Aroma de rosas, bergamota e neroli o envolveram. Sua mente se abriu, procurando uma
conexão com ela. Ela nunca esteve mais vulnerável, e ele odiava a si mesmo, mas fechar a própria
mente se revelou impossível.
Preciso aprender mais sobre ela.
As imagens que viu o perturbaram. Tristeza a atormentava, mesmo em seus sonhos,
enchendo sua cabeça de lembranças que provavelmente ela desprezava. As vezes em que ela
sofreu fisicamente. Quando as pessoas a chamavam de nomes terríveis. Quando os amigos
morreram. Quando aqueles que ela confiava a traíram.
Ela se mexeu revirou, incapaz de se acomodar. Pobre Cameo.
Pobre Lazarus. O desejo o atormentou. Poucos minutos antes, seus seios transbordavam em
suas mãos, seus mamilos escorreram contra sua carne. Seu dedo estava dentro dela, sua parede

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101
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interior quase o queimou vivo. Os pequenos sons que ela emitiu baixinho eram pornografia
auditiva.
O que não daria para despi-la, penetrar seu comprimento dolorido dentro dela, ter suas
unhas escavando nas costas e as pernas enroladas em torno de sua cintura...
Já estava viciado nela.
Por qualquer motivo, o destino havia decidido que ela era sua μονομανία. Ou talvez algo tão
simples como a química do corpo fizesse a chamada. De qualquer forma, a escolha... agradou
Lazarus. De alguma forma, Cameo encontrou uma linha direta para a compaixão que ele nunca
sentira por outra. Sua língua afiada e inteligência rápida o divertiram. O amor que ela tinha por
seus amigos e familiares despertou seu ciúme.
Queria ser o único, o único, a quem ela procuraria para obter conforto.
O que você quer não é o que você precisa.
Ele pisou fora dos limites do acampamento, sem querer que ninguém soubesse que deixou a
tenda, e bateu os punhos no tronco de uma árvore enquanto amaldiçoava a lua, várias vezes. As
videiras se encolheram de medo. Um vento frio soprava ao redor dele.
Quando os ossos em suas mãos se quebraram, ele voltou para a tenda. Cameo dormia,
inconsciente de sua turbulência.
Quando chegasse a hora, ele a deixaria ir. Como planejado. Não importava o que o espelho
amaldiçoado lhe tivesse mostrado. Por que...
Os cristais em seus braços e pernas se espessavam cada vez mais. Agora, centenas de rios
brilhantes se ramificavam das veias endurecidas.
Como um fraco, quase a deixou cair quando a pegou no colo... Quase deixou cair uma
mulher que pesava menos do que sua espada. Era risível. Mas ele não se divertiu.
Cameo era muito mais perigosa do que ele jamais suspeitava. Porque ela lhe dava prazer.
Por que ela enfraquecia mais que seu corpo... Ela enfraquecia sua determinação.
Se não fosse cuidadoso, ela faria o que seus inimigos não conseguiram realizar. O destruiria
completamente.

CAPÍTULO 11

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102
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“Toda pessoa pode te trair uma vez. Erros acontecem. Tô brincando. Ninguém pode traí-lo nunca.
Sempre mantenha um executor na equipe.”
—Viva Em Seus Próprios termos, Droga!

—Desperte Luz do Sol. Coma.


Cameo piscou, abriu os olhos secos. Seu corpo doía como se estivera em um acidente de
carro. Uma ocorrência comum. O demônio havia se infiltrado em seus sonhos, fazendo-a rolar de
um lado para o outro por horas.
Enquanto estudava os arredores, arqueou as costas e esticou os braços sobre a cabeça. A
primeira coisa que notou - a barraca feita de uma pele animal desconhecida. O único mobiliário?
As peles brancas suaves sob ela. A poucos metros de distância, uma pequena fogueira crepitava,
fumaça subindo e saindo pela abertura no teto.
O cheiro de ovos feitos na manteiga saturava o ar, e a boca dela encheu de água.
Um Lazarus completamente vestido puxou-a para uma posição vertical. Ele a soltou o mais
rápido possível, como se o tivesse queimado. Um cenho franzido marcava suas feições
emburradas, o lindo macho alfa claramente irritado por alguma coisa.
Tristeza teria enfiado suas garras no guerreiro?
Lazarus entregou-lhe um guardanapo de linho e um prato com ovos mexidos. Ovos verdes
mexidos.
—O que, sem presunto?— Ela perguntou.
—Não temos porcos aqui. Dê-me meia hora e conseguirei um bom bife de Grifo para você.
Grifo. A γρύφων na Grécia antiga. Metade leão e metade águia. —Não, obrigada.— Comeu
uma porção e gemeu com prazer. —Acho que não deveria tê-lo imaginado como um fã do Dr.
Seuss.10
—Quem é o Dr. Seuss? Um ex-namorado?— Ele cuspiu a palavra.
Os cantos de sua boca torceram. Nossa, como o humor dele mudou repentinamente. —
Talvez seja. Ele tem uma maneira especial com palavras.
Lazarus estalou os dentes contra ela.

10 Ela faz referência a Theodor Seuss Geisel, autor e ilustrador de livros infantis, imortalizado como Dr. Seuss e ao seu livro
Ovos verdes e presunto.

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103
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

—Que tipo de ovo é esse?— Ela perguntou.


—Serpente voadora.
Uou! A criatura mais desagradável do reino tinha os ovos mais doces e suculentos? Isso era
justo?
Engoliu outra porção e perguntou: —Isso vai fazer com que meus intestinos explodam?
—Somente sua genitália. É um afrodisíaco.
—Bem, aqui está a explosão de genitália.— Cameo devorou como se não tivesse comido por
anos. Depois de lamber o prato, limpou a boca com o guardanapo.
Lazarus observava com intensidade selvagem, fazendo com que ela tremesse.
—Me pergunte algo.— Ele se sentou na frente dela. —Vou responder com sinceridade, sem
falhas.
Ele precisava de uma distração de sua própria genitália?
O que ele faria se ela se arrastasse para o colo dele?
Resista à essa vontade! Um, ele apenas lhe ofereceu um presente. Saber mais sobre ele?
Sim, por favor! E dois, ela precisava de uma escova de dente. Não havia razão em assustá-lo com
seu hálito matinal.
O que perguntar, o que fazer? Ah! —Por que você está tão determinado a vingar-se de
Juliette? Houve momentos em que você parecia gostar dela. Apesar do fato de ela ter te
escravizado.
Os olhos dele brilharam. —Ela fez mais que escravizar-me.— Seu tom cortante como um
chicote. —Antes de você, ela possuía a Haste. Ela faz mais do que abrir portais em outros reinos -
ele separa o espírito da alma. Ela a usou para tirar o livre arbítrio de mim, fazendo-me pensar que
a queria. Mas os efeitos eram apenas temporários. Eu leria a mente dela e voltaria aos meus
sentidos... e ela removeria minhas mãos para impedir que eu a matasse, ganhando tempo
suficiente para tirar meu livre arbítrio mais uma vez.
Horror trovejou através de Cameo, trazendo Tristeza para frente de sua mente. Ele atacou
com flashes luminosos de agonia. Lágrimas encheram seus olhos, obscurecendo sua visão.
Rígido como uma estátua, Lazarus estendeu a mão para capturar uma única gota, pegando-a
e sentindo a umidade com a ponta dos dedos. —Cortesia sua ou do demônio?
—Os dois.— Ela usou o guardanapo de linho para assuar o nariz.
—Você é muito doce e carinhosa para o seu próprio bem.

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104
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

—Eu não sou.— Ela fungou. —É só que... você sofreu. Não é de admirar que estivesse
disposto a deixar Strider te decapitar.— Por ser enganado em acreditar que você amava alguém
que odiava... alguém que estava abusando de você dessa maneira tão terrível...
Cameo saltou em Lazarus, envolvendo-o dentro do círculo de seus braços e enterrando a
cabeça na cavidade de seu pescoço. Quando ele relaxou em seu abraço, seus braços enrolaram em
volta dela.
—Sinto muito,— disse. Quando voltasse para o mundo mortal, encontraria Juliette. Puniria a
Harpia em nome de Lazarus.
A retribuição vai doer, puta.
—Não a desafie,— ele ordenou, seu aperto se intensificando. —Você poderia ser ferida. Ou
pior.
Ele voltou a ler sua mente, mas dessa vez, ela não se importou. —Ela não será melhor que
eu. A Mãe da Melancolia tem habilidades.
—Cameo...
Ela se afastou, interrompendo o contato com fúria e voltou sua atenção em uma direção
diferente. —Se a Haste pode separar o espírito da alma, também pode separar o espírito do
demônio?
Tristeza gritou obscenidades. Ele não desejava escapar dela. Não mesmo. Arrasar sua vida
era muito divertido.
Agarrando-lhe os ombros, Lazarus a sacudiu com força suficiente para calar o demônio. Um
movimento alfa total, sua força e fervor estranhamente excitantes.
Desta vez, ela reconheceu o arco de eletricidade disparando através de seu corpo, para não
mencionar o calor e a consciência pulsando em diferentes partes.
—Não se atreva a tentar,— ele grunhiu. —Se a Haste tivesse sucesso, você morreria. Você
não pode viver sem o demônio.
—Não, não posso. Não neste momento.— Sua cabeça inclinou para o lado, seu escrutínio
sobre ele se aprofundando. Seu sangue cantava com o que ela supunha ser felicidade.
Meu primeiro gosto, e é glorioso!
—Mas não se preocupe, Darkpit. Não me permitirei morrer até encontrar a caixa de Pandora
e garantir a segurança eterna da minha família.
Ele começou a relaxar.

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—Por que o pensamento de minha morte o incomoda?— Perguntou, e ele se endireitou de


novo. —Não sou nada mais que uma possível transa de uma noite, certo?
—Não. Sim.— Ele pôs-se em pé e caminhou diretamente na frente dela. Uma mão se
emaranhou em seus cabelos. —Estou com muitos problemas para salvar sua vida, Luz do Sol. O
mínimo que você pode fazer é vivê-la.
Com licença? —Como? Como você está salvando minha vida?
—Neste reino, os vivos são um jogo justo. Se eu não tivesse concedido minha proteção, as
serpentes do céu poderiam ter te matado mil vezes. Aliás, os cidadãos poderiam ter te matado
para reivindicar direitos sobre seu corpo. Eles querem possuí-lo e passar pelo portal.
Ela se irritou com a falta de confiança. —Você me subestima se pensa que sou o alvo fácil de
alguém. Aliás,— acrescentou, imitando-o, —até mesmo Viola e as crianças conseguiram
sobreviver sem o seu auxílio.
Seu olhar escuro crepitou com chamas de fúria. —Você não entende. Juliette tirou o melhor
de mim. Eu. O que faz você acreditar que você pode... Umph.
Sem dizer nada, Cameo pegou e jogou uma das adagas de diamante. A ponta estava
embutida no ombro dele.
Um espesso rio de sangue escorreu do ferimento. Ela sabia que ele tinha um batimento
cardíaco, apesar de sua morte, mas a súbita lembrança assustou-a.
De alguma forma, ele voltou à vida? Poderia percorrer o portal com ela? O entusiasmo
floresceu.
—Não,— ele disse, lendo sua mente. —Não posso.
A emoção acabou em uma morte trágica. —Eu não sou você. Eu poderia derrotar Juliette
com uma venda e as duas mãos amarradas nas costas.
Os lábios dele franziram, o punho arrancou a arma solitária. —Uma tigresa rugiu sob a
fachada da gatinha. Estou feliz.
Urban invadiu a barraca sem aviso prévio, interrompendo o próximo “rugido” de Cameo. Ele
viu Lazarus e deu um suspiro aliviado. —Quero presentear a deusa Viola como um sinal de meu
carinho. O que os homens devem dar às mulheres?
Que adorável. —Urban, querido. Você é muito jovem para cortejar uma mulher. Você não
pode.
O garotinho se encolheu e Cameo apertou os lábios.
—A cabeça de um inimigo é sempre um bom presente,— interveio Lazarus.

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O que?! Ela deu uma sacudida inflexível de cabeça.


—É isso o que você vai fazer por ela?— Urban subiu o polegar na direção do Cameo. —Dar-
lhe a cabeça de um inimigo?
—Não.— Lazarus sacudiu a cabeça. —Vou dar-lhe o coração de um autômato.
Hum, obrigada? Autômatos, às vezes chamados de Colossi, eram meio homem ou animal,
meio metal.
—Na verdade, estarei fora o resto do dia.— Ele amarrou duas espadas pequenas nas costas.
—Para passar pelo portal, um sacrifício deve ser feito. Para que quatro pessoas passem, um
grande sacrifício deve ser feito. Autômatos são grandes o suficiente para um exército.
—Vou com você,— disse ela. De jeito nenhum, conseguiria ficar quieta.
Por quê? Você não pode ajudá-lo, Tristeza sussurrou. Você é uma mulher. O sexo mais fraco.
Você só o atrapalhará.
Mentiras, apenas mentiras. Ela era treinada. Havia derrubado reinos. Sobreviveu a inúmeras
rodadas de tortura. Ela tinha sido derrubada, mas sempre se recuperou. E essa... essa era a
verdadeira força.
—Não,— disse Lazarus, seu tom intratável. —Vou sozinho.
Ela encontrou seu olhar inflexível e ergueu o queixo, sabendo que retratava a própria
imagem da teimosia.
Ela não era a única.
Ele considerava-se forte o suficiente para derrotar um autômato sem ajuda, e
provavelmente era. Mas não o deixaria arriscar sua vida - ou a morte - sem arriscar a dela.
Viola pisou na tenda, Fluffy diretamente atrás dela. —Tudo bem, estou cansada de ouvir
atrás da porta. Posso nos levar ao território do autômato e ao portal até o final do dia.
Coração batendo contra as costelas, Cameo saltou e ficou de pé. Partirei com Lazarus hoje?
Cedo demais!
Um músculo fez tique taque sob o olho de Lazarus, e ela se perguntou se ele teve o mesmo
pensamento sobre ela. —Não.
—Olá, Viola.— Urban acenou para ela antes de executar uma graciosa reverência. —Como
você está?
A deusa lhe deu um olhar estranho, mas também acenou. —Não é óbvio? Estou maravilhosa
como sempre.

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—Como você pode nos levar ao portal?— Cameo perguntou, ignorando Lazarus. Quanto
mais tempo passava em sua presença, mais rápida sua resistência desmoronava. Quanto antes se
separasse melhor.
—Uh, Oi? Eu sou a deusa da Vida após a Morte. Talvez eu conheça atalhos através dos reinos
do espírito.— Ela acenou com os dedos para Lazarus, o anel em seu polegar brilhando na luz. —
Talvez isso me permita pular entre os reinos, colocar-nos no território do autômato, e diretamente
na frente do portal. Quem poderá dizer, realmente?
Lazarus deu um passo em direção a ela, uma torre de agressão ameaçadora. —Eu quero o
anel. Dê-me. Agora.
Viola recuou, mesmo enquanto a princesa Fluffikans e Urban pulavam na frente dela para
bloquear o caminho de Lazarus.
—O anel é meu,— disse a deusa. —Eu o roubei de forma justa e honesta.
—Não me faça arrancar sua cabeça,— disse o menino a Lazarus. Ele estalou os nódulos dos
dedos. —Eu farei isso. Sem hesitação.
O diabo da Tasmânia gritou. Ele era uma criatura noturna. As manhãs não eram suas amigas.
—Ninguém arrancará a cabeça de ninguém, e ninguém roubará a joia de ninguém. E todos
vão bater antes de entrar na habitação da tia Cam, onde seja ou o que quer que seja. Começando
hoje. Entenderam?— Ela cruzou os braços sobre o peito. —Viola, concentre-se em mim e não no
seu reflexo no anel. Boa garota. Agora responda algumas perguntas. Você teve o anel o tempo
todo? Por que não mencionou antes? Você pode usá-lo para nos levar para casa?
—Sim... Eu o tenho há muito tempo. E não mencionei porque sabia que Lazarus, o Egoísta e
Ganancioso tentaria reivindicá-lo.— Ela brincou com as pontas de suas tranças pálidas. —E não. Eu
só posso usá-lo para nos levar a outros reinos espirituais.
—Dê-me o anel. Por sua própria vontade,— Lazarus falou. —Considere o pagamento pelo
assassinato do autômato.
Viola afofou os cabelos. —Vou matá-lo sozinha, obrigada. Tenho habilidades loucas. E
sempre posso usá-lo como um escudo.— Ela apontou o polegar na direção de Urban. —Eu
sobreviverei e voltarei para casa. Você pode explicar ao Sr. e Sra. Maddox por que o filho deles
está morto.
—Hey!— Ever pisou na tenda, a cor nas bochechas aumentando. —Eu sou a única que pode
usar meu irmão como escudo.

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—O negócio é o seguinte,— disse Viola a Lazarus, ignorando a garota. —Se eu lhe der o anel,
você vai me deixar para trás. Isso é um problema. Quero ver a casa do autômato.
Lazarus estendeu os braços, agindo como o último homem são do universo. —Você quer
morrer, então.
Ok, isto ficou fora de controle. —Se você der o anel a ele, Viola, poderá ir conosco. Em breve
você estará deixando os reinos espirituais, de qualquer forma, então não precisará do anel.
Correto? Urban, Ever. Parem de chorar. Vocês ficarão aqui com os guardas. Os adultos vão fazer
algumas coisas de adultos.
Ela se preparou para uma bofetada de luxúria e encontrou o olhar de Lázarus. —Você.
Ajude-nos a obter o que precisamos e te darei um beijo de adeus.

Cameo escovou os dentes com a escova e creme dental que Lazarus lhe deu, e banhou-se
numa banheira cheia de água gelada. Revigorada, vestiu uma camiseta e jeans fornecidos pela
deusa.
Aparentemente, Viola usou seu anel de abertura de portal na noite passada, pegando
centenas de camisetas que fez semanas antes, planejando dar as roupas pequenas demais a todos
no reino. Toda camisa tinha uma mensagem diferente, mas todas as mensagens significavam
exatamente a mesma coisa.
Eu amo Viola.
Team Viola.
Se eu não puder ter Viola, prefiro a morte.
Passei um tempo com a deusa da Vida após a Morte e tudo o que consegui foi essa camiseta
surpreendente.
Lazarus usou o tempo para acariciar seu novo anel e ficar emburrado por que... Cameo não
tinha certeza. Ele queria que ela tivesse vestido a roupado Jeannie é um Gênio? Estaria emburrado
por que teria companhia em sua missão de arrancar o coração do autômato?
Ele não queria que Cameo o deixasse?

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O pensamento a eletrificou, e por uma vez, nada que Tristeza fez para contrariar a sensação
a afetou. Seu sangue continuava a ferver, seus ossos vibrando.
Mate um autômato e dê o beije de adeus em Lazarus.
Cameo juntou-se ao guerreiro, Viola e Princesa Fluffikans fora da barraca. A luz do sol
cintilava em um céu implacável. Felizmente as asas das serpentes do céu abrangiam uma grande
distância e lançavam a quantidade perfeita de sombra.
Os guardas corriam ao redor do acampamento, procurando as crianças, que decidiram
brincar de esconder-e-queimar-quem-você-procura. Ela deveria ter se preocupado, mas risadinhas
lúgubres flutuavam no vento, assegurando que tudo estava bem.
Além disso, Viola havia dito a Urban para tomar conta de sua irmã, ficar junto às tendas e
não matar ninguém. Ele concordou, dizendo: —Por você, meu doce, farei qualquer coisa.
Maddox reviraria os olhos quando descobrisse a paixão de seu filho.
—... permanecerão aqui,— Lazarus estava dizendo a um grupo de seus homens. —Vocês
protegerão minha carga com suas vidas.
Carga. Bem. As crianças tinham sido chamadas de coisa pior.
Uma borboleta escolheu esse momento para voar para o acampamento e pousar no ombro
de Lazarus, e uma súbita sensação de terror percorreu Cameo.
Algo terrível aconteceria hoje.
—Façam como ele está dizendo e protejam as crianças com suas vidas,— ela falou, —ou
removerei suas espinhas através de suas bocas - enquanto canto.
Um choque de lamentos agonizantes estourou.
Lazarus a encarou, admiração cintilando no fundo de seus olhos escuros. Admiração... e
apenas um pouquinho de raiva. Ele dirigiu-se a ela, a borboleta alçando voo. —Você dá ordens aos
meus homens agora?
Ela se manteve firme. Eu fui criada para a guerra. Não vou me render a ele nem a nenhum
homem. Mesmo quando o cheiro de chocolate e champanhe daquele homem provocavam seus
sentidos.
—Agora e sempre,— ela disse.
—Tem certeza que quer ir comigo?— Ele rastreou a ponta do dedo ao longo de sua
mandíbula, arrepios a atravessando. —Se você for machucada, ficarei muito descontente.
—Não se preocupe. Não vou sentir falta do nosso beijo de adeus.

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Ele se inclinou, o nariz roçando o dela, a respiração quente em seu queixo. —Você sabe que
sou um homem vingativo, e ainda assim você me insulta. Você é corajosa ou tola. Não tenho
certeza qual. Sei que quero mais do que um beijo. Quero minha noite.
—Vou para casa.— Por enquanto. Retornaria aos reinos espirituais pela terceira vez para
procurar a caixa de Pandora.
Sua busca a levaria de volta ao reino de Lazarus?
—Os outros podem passar pelo portal hoje. Você pode passar amanhã.
Passar uma única noite com ele? Foi o que ele ofereceu na segunda visão do espelho... —
Sinto muito, mas eu...
—Não diga não. E não me faça esperar pelo meu beijo. Eu o quero agora.— O olhar que ele
lhe deu... Era como se ela fosse a única mulher no mundo. A única que ele podia ver. A única
mulher que ele sempre quis. —Me beija.
Simples assim, ele a despojou da inibição e apreensão, e expôs a crueza de seu desejo.
Negar-lhe não era uma opção, mas ajudá-lo não era sábio.
—Você quer o beijo?— Ela grunhiu. —Então pegue-o.
Ele agarrou sua nuca e puxou-a contra a linha sólida de seu corpo. Enquanto ela ofegava,
pressionou a boca contra a dela e enfiou a língua profundamente. Assim como seu aroma, seu
gosto devastou seus sentidos; era tão escuro, rico e doce como um bom vinho, e mais intoxicante
do que a ambrosia.
Em seus braços, ela ganhou vida.
O fogo em seu sangue aqueceu e queimou-a de dentro para fora, marcando-a e ela gemeu.
Seus ossos dissolveram. Para permanecer ereta, tudo o que podia fazer era agarrar-se a ele.
Ele a beijou sem reservas, como se quisesse saboreá-la. Ele a beijou como se quisesse
devorá-la. Como se ela fosse um tesouro que ele havia buscado toda a vida - como se planejasse
apreciá-la para sempre.
Quando a paixão e o prazer colidiram com a tristeza do demônio - a paixão e o prazer
ganharam! Cameo mergulhou em choque, as unhas afundando nos ombros largos de Lazarus. Tão
forte. Tão masculino.
Como posso deixá-lo ir?
Um rosnado reverberou no peito dele quando o tom do beijo mudou. De uma exploração
derretida a uma devastação incontrolável. A sede de um pelo outro era inextinguível. Ele se
esfregou contra ela, a sensação de seu eixo incrível. Era duro, longo e grosso.

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A respiração de Cameo misturou-se com a dele, até que estavam inalando o mesmo ar. Até
que ela...
Ouviu um suspiro feminino de aborrecimento?
Lazarus a soltou e deu um passo para trás, nenhuma parte dele a tocando. Uma paródia.
Cameo ofegou, os joelhos tremendo, os membros lutando para voltar ao estado sólido.
Fúria escureceu suas feições e ele esbravejou, —A distração mata.
Espere. Ele a culpou pelo beijo?
—... nunca vou ter o suficiente de mim, - Viola estava dizendo. —O mesmo não é verdade
para vocês dois. Podemos ir agora? Estou atrasada para um encontro muito importante.
Lazarus enxugou a boca com as costas da mão. Como se o gosto de Cameo fosse de repente
repelente para ele. Ele se concentrou em seus homens. —Se algum dano acontecer as crianças, é
melhor vocês correrem. Não que isso seja bom para vocês. Eu os perseguirei.
Tristeza riu e Cameo murchou...
Não! Não desta vez. Ergueu o queixo e ajustou os ombros. Lazarus lhe deu prazer inegável,
silenciando os efeitos do demônio. Ela perdoaria seu comportamento brutal, qualquer que fosse a
razão.
Mas eu vou esquecer?
Ela apertou uma mão no estômago. Sua rejeição doeu, sim, mas viera como resultado de seu
beijo. A única grande experiência de sua vida. Preferia perder um membro do que essa memória.
Para Viola, ele disse: —Diga-me como usar o anel.
—Desculpe.— A deusa estendeu a mão, com a palma aberta. —Preciso mostrar.
Ele abriu e fechou a boca. Com uma maldição violenta, renunciou ao controle do anel. —Se
isso for um truque...
—Por que ela te enganaria?— Cameo perguntou. —Agora, todos nós temos o mesmo
objetivo.
Ele a ignorou, sequer olhou em sua direção.
Viola soprou um beijo para seu animal de estimação. —Não há motivo para se preocupar.
Mamãe retornará.— Ela acenou com o anel pelo ar, e uma fenda cortou a paisagem. Uma
abertura entre um reino e outro, o suficiente para que Lazarus com seus dois metros e dez de
altura atravessasse com facilidade.
Cameo seguiu em seus calcanhares, e a deusa seguiu atrás. A fenda fechou com um encaixe
audível.

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Um terreno deserto e estéril os cercava, o calor quase insuportável. O suor brotou sobre a
pele de Cameo. O chão tinha sido queimado, a sujeira preta misturada com carvão, enquanto as
nuvens de fumaça ondulavam de rachaduras com veios vermelhos. O céu não estava melhor,
nuvens grossas vazando uma substância oleosa e negra.
Viola saltou para uma rocha e sentou-se para lixar as unhas. —Decidi me banhar. Vá em
frente sem mim.
O que? Ela insistiu em vir, apenas para fugir da ação?
Lazarus marchou, sem cerimônia, tirou o anel do dedo dela e seguiu em frente, tudo sem
falar uma palavra. E ela era a chamada Mãe da Melancolia. Ele deve ser o Pai dos Companheiros
da Piedade.
Cameo correu para alcançá-lo e manteve o ritmo ao seu lado. A terra carbonizada logo deu
lugar a um caminho de paralelepípedos.
—Você já lutou contra um autômato?— Ela perguntou.
—Quando eu era criança, meu pai me deixou no meio de uma horda. Literalmente. Ele me
disse para não voltar para casa sem um pedaço de metal e me colocou em cima de uma serpente
do céu.
—Isso é horrível, Lazarus!
—Não. Isso é a vida. Meu passado me forjou no homem que sou hoje. Forte e destemido.
—E humilde?
Ele assentiu. —Minha humildade é uma das coisas favoritas sobre mim.
Um sorriso tentou florescer em seu rosto. —Você faria algo tão frio com seu próprio filho?
—Nunca terei filhos,— Ele respondeu facilmente.
—Porque você não pode ou porque não quer?
—Não quero?
Ele não tinha certeza?
—Você quer ter filhos?— Ele perguntou.
Imaginou-se como mãe e Lazarus como pai. Ele seria protetor de sua ninhada. Provocaria
seus filhos quando eles chorassem, transformando lágrimas em risos.
Seu coração espremeu com anseio.
—Eu quero,— admitiu. —Um dia. Mas só se eu for livre do demônio.

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Chegaram a um banco de árvores nodosas. Com a ajuda de Lazarus, os galhos abanaram


suas bochechas suavemente. Sua própria piada pessoal? Ou um meio de mantê-la longe da
tristeza?
Ele me ajuda, não é?
Se ao menos pudesse mantê-lo. Graças ao espelho, sabia que o perderia se permanecesse
aqui.
Mas o que aconteceria depois que o deixasse?
Ela retornaria, conforme planejado? Ele encontraria uma maneira de passar pelo portal? Ele
conseguiria?
Desejou que o espelho lhe tivesse mostrado o resultado da segunda opção.
Enquanto caminhava para frente, se assegurou de caminhar apenas onde Lazarus pisou, mas
sua pisada era tão leve que muitas vezes teve problemas para detectá-la.
No final do caminho, pararam. Lazarus manteve uma mão no bolso, sacudiu algo e usou a
outra para segurá-la ao lado dele. Ela estremeceu enquanto estudava o terreno - uma montanha
com uma boca enorme, a abertura de uma caverna.
—Sinto apenas uma presença dentro da caverna,— ele sussurrou, —mas um grande
poder.— Uma pausa. Um sorriso perverso para deixá-la louca. —O meu é mais forte.
—Como sou mais poderosa do que você, a fera do metal não tem chance contra mim.
Ele bufou. —Você está dizendo que é mais poderoso do que eu?— Ela exigiu saber.
—Não, não estou dizendo que você não é mais poderosa do que eu. Há uma diferença.
Homem engraçado.
Ele marchou para dentro da caverna, uma adaga na mão, e mais uma vez ela o seguiu.
Enquanto se moviam pela escuridão, o odor fétido de podridão se aferrava ao ar. Membros
cortados em diferentes estágios de decomposição a fizeram tropeçar.
Você não vai sobreviver à batalha, Tristeza provocou. Vou sentir sua falta quando estiver
morta.
Ignore-o, disse a si mesma. Continue.
Lazarus pressionou contra uma parede rochosa antes de virar em um canto e Cameo fez o
mesmo. Quando desceram uma inclinação e ao redor de outro canto, sons estranhos começaram
a penetrar em sua consciência. Engolindo? Raspando?
Uma luz cintilava no final do corredor. Uma tocha brilhante, ela percebeu. Viraram
novamente e descobriram que as paredes estavam alinhadas com fileiras de tochas, levando a

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uma enorme sala cheia de lençóis e fragmentos do que parecia aço, titânio, tungstênio e Inconel,
e, no entanto, os metais possuíam um brilho leve, como se fossem místicos.
Um rugido poderoso explodiu através da área e um enorme animal caiu do teto para pousar
em uma pilha de metal. Um fêmur pendia do lado de sua boca como um cigarro. Um fêmur
humano. Olhos como chamas vermelhas crepitantes procurando... procurando...
Seu ritmo cardíaco aumentou. Um autômato de grifo com o corpo, a cauda e as pernas
traseiras de um leão, mas a cabeça, garras dianteiras e asas de águia.
Quando ele abriu o bico para gritar, ela viu os dentes. Pontas de metal se estendiam do topo
da cabeça, do maxilar e embaixo do queixo, irrompendo até mesmo ao longo de toda a espinha. A
pele era uma mistura de penas e pelos. Suas asas abertas poderiam cobrir um campo de futebol
inteiro; elas brilhavam na luz das tochas e pareciam que mil espadas haviam sido soldadas juntas.
Com um único deslize, ele poderia cortar qualquer coisa em duas.
—Surpresa!— Gritou uma voz atrás deles. —Estou aqui para ajudar... eu mesma pelos
metais.
Cameo girou para encontrar uma Viola sorridente na caverna. —Shh.
O grifo desencadeou um rugido terrível e voou em direção a eles.
Lazarus agarrou Cameo e Viola e jogou-as ao lado com um único movimento do pulso. Elas
bateram em uma das pilhas, derrubando-a. Metal frio choveu sobre elas, e Cameo gritou.
Não era de admirar que Lazarus não se queixasse de sua companhia. Ele planejava
incapacitá-la o tempo todo.
Outro rugido ecoou, de excitação. Um whoosh de ar, o bater de asas. Um grunhido.
Lazarus estava lutando sozinho com o grifo. Qualquer outro dia, ele poderia ter vencido.
Hoje, uma borboleta tinha pousado sobre ele.
Ela precisava ajudá-lo.
—Uau. Este é o agradecimento que recebo?— Murmurou Viola. —Prefiro flores.
Cameo lutou tentando se livrar do peso. Com as adagas ainda na mão, ficou parada. Onde
estavam - Lá! Lazarus subiu em uma das pilhas. Ou havia sido largado lá. O grifo pairava acima
dele, cuspindo veneno. Lazarus mergulhou fora do caminho enquanto jogava a adaga cravejada
que ele frequentemente acariciava. Essa adaga cortou a garganta do grifo e saiu do outro lado -
com uma traqueia em um dos ganchos.

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A perda teria matado qualquer outra criatura. Esta sacudiu a cabeça, ferida, mas viva - e
mais irritada. Ele abocanhou Lazarus, prendendo seu pulso. Como Lazarus tinha feito com ela e
Viola, o dragão fez com ele, jogando-o pelo recinto.
Fica a dica. Machuque meu homem e eu te farei sofrer. Cameo se jogou na briga.

CAPÍTULO 12

“O medo não é seu amigo e não irá mantê-lo seguro. O medo é o primeiro estágio da
autodestruição.”
—Viva em seus próprios termos, Droga!
—Verdades Eternas para Todo Homem

Lazarus havia cometido vários erros táticos, cada um deles crítico.


Oh, ele tinha feito tudo o que precisava fazer. Havia escondido as fêmeas sob uma pilha de
aço. Forçou o grifo a se concentrar apenas nele enquanto abria a mente aos pensamentos do
animal - erráticos, escuros, vis - para prever cada movimento contra ele. Mas subestimou a
determinação de Cameo e sua própria fraqueza crescente. Pensou que a luta terminaria
rapidamente, então não lhe havia dado os presentes atualmente queimando um buraco em seu
bolso. Esperava que ela ficasse abaixada e protegesse Viola que era mais fraca.
Em vez disso, Cameo atacou o grifo, movendo-se rapidamente para que Lazarus e suas veias
cristalizadas conseguissem bloqueá-la.
Ela passou disparada pelo grifo e cortou seus tornozelos. No segundo que bateu no chão, ela
rolou e ficou de pé.
Thump. O pé da fera se separou do corpo. Um grito agudo quase esmagou os tímpanos de
Lazarus. Ao mesmo tempo, a raiva o consumia; através de sua conexão com a besta, sentiu o calor
da emoção em cada célula.
Para o grifo, Cameo acabara de ser marcada para uma morte sangrenta.
Enquanto Lazarus gritava, —Não!— Saltando para ela com toda intenção de proteger seu
corpo com o dele, o grifo abriu as asas. Uma asa passou por Lazarus e quase o rasgou em dois. A
outro passou por Cameo. Ela saltou do caminho e - Sim! Alcançou a zona de segurança. Ou teria

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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alcançado, se outras lâminas não se desdobrassem da ponta da asa, atraídas para ela como se
fosse um imã.
Lazarus observou com horror, desamparado, enquanto as lâminas passavam pelo meio do
corpo dela.
Seus olhos se arregalaram e ela grunhiu com choque e dor. Tremendo, deixou cair as armas
e apertou os ferimentos.
Sangue e órgãos se derramaram no chão enquanto seus joelhos caíam.
Não! Não!
O grifo adorava a visão e o cheiro da lesão de Cameo. Ele apertou os dentes e inalou
profundamente.
Naquele segundo a tensão sobre o controle de Lazarus disparou, sua própria raiva
ultrapassando-o. Ele se tornou um pesadelo.
Pela primeira vez em sua vida ou morte, as presas brotaram de suas gengivas, mais letal do
que qualquer espada. Garras cresceram das pontas de seus dedos, mais nítidas do que qualquer
arma. Suas veias queimavam como se lava derretida subisse por elas, mesmo onde os cristais
tinham crescido.
Mil vezes quando criança, testemunhou essa transformação tomar conta de seu pai,
tornando-o forte. Invencível. Em todos os seus anos com Juliette, ele rezou para que isso
acontecesse.
Lazarus era cada centímetro do filho do monstro.
Enquanto corria para frente, o grifo tentou morder o pescoço de Cameo. Ela não deveria ter
força para se mover, mas, por algum milagre, conseguiu rolar, os dentes da criatura afundando em
seu ombro. Suas costas se curvaram e ela gritou.
Lazarus agarrou nos pelos emaranhados, suas garras cortando todo o caminho até o osso.
Moveu o corpo de um lado para o outro - um movimento que assistiu Cameo executar contra suas
serpentes do céu quando ele invadiu sua mente pela primeira vez e testemunhou suas memórias
da batalha - e caiu na frente dela, ao mesmo tempo em que usava seu impulso para arrancar a
espinha do grifo em duas.
Machuque... mais.
A cabeça da criatura estava pendurada num ângulo estranho. No entanto, a falta de controle
muscular não impediu que ele atirasse seu peso em Lazarus.

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Esperando a ação, Lazarus o bloqueou, enterrou garras afiadas no peito do grifo e jogou-o
pela caverna.
Lázarus se teleportou, saudando o grifo quando ele pousou com um punhal de punção em
seu pescoço vulnerável. Ele sacudiu a cabeça e arrancou a traqueia do bastardo, óleo negro
pulverizando do ferimento.
Mais!
Lazarus usou suas garras para cortar as asas metálicas em tiras... Cortou as escamas tão
facilmente quanto a manteiga.
Um piscar de pensamento racional. Cuidado, preciso do coração.
Colocou o órgão morto e murcho de lado. Então, recomeçou, tomado pela loucura mais uma
vez. Lá foi o rosto. Os ombros. Toda a cavidade torácica, o que restava dos órgãos rasgados em
tantos pedaços que eram irreconhecíveis.
À princípio, o grifo lutou, desesperado por afastar a implacável brutalidade de Lazarus. À
medida que o óleo negro continuava a pulverizar, a fonte de sua vida após a morte drenava,
juntamente com a força. Ossos estalaram e quebraram, até que o grifo não conseguiu mais se
mover.
—Eu vou ficar com isso!— Disse Viola. —E isto. E isto. Isto, isto e isto. Ah! Cameo, você viu?
Chegamos à fonte da mãe dos metais. Estou chorando? Acho que estou chorando. Posso construir
armaduras... a casa dos meus sonhos. Posso proteger a mim e ao meu Fluffikans de todos.
Arqueando, Lazarus examinou a caverna até encontrar Cameo. Ela conseguiu recolocar seus
órgãos internos dentro de seu torso, sua pele no processo de se unir.
Uma linda onda de alívio o varreu. Ela se curaria. E agora saberia a verdade para sempre. Ele
podia defendê-la de qualquer perigo.
Apesar da minha fraqueza, estou mais forte do que nunca.
A realização o reforçou. Isso significava... Poderia ousar mantê-la?
—Aqui, Lazarus,— disse Viola. —Venha me ajudar. É o mínimo que você pode fazer já que te
emprestei meu anel, certo? Você meio que me deve uma. Uma grande. E esta pequena. Ah! E
esta. E por meio eu quero dizer definitivamente.
—Meu anel.— Lazarus levantou-se.
Não podia ir até Cameo assim, não enquanto estava em um estado tão frágil. Respirou fundo
e saiu determinado, concentrando-se em um único pensamento em um esforço para se acalmar.
Estaria beijando sua mulher em algum momento hoje. Terminaria o que começaram...

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Suas veias escaldaram quando a raiva inclinou-se para a excitação. Endureceu como uma
pedra, sua ereção esticando contra a calça de couro, latejando, desesperada pelo aperto da mão
de Cameo, de sua boca. Sua linda boca vermelha, com lábios tão voluptuosos e suaves. Suas
paredes internas quentes e úmidas. Quão fortemente ela apertou o dedo dele.
A mulher tinha sido feita para ele. Ela ganhou vida no círculo de seus braços. Ele e somente
ele poderia levá-la ao clímax.
Só precisava provar isso para ela.
O vermelho diminuiu de sua visão. O gosto amargo de grifo se apagou, e suas presas e garras
se retraíram.
Vou dar-lhe prazer todos os dias, a cada hora, cada...
Entre um batimento cardíaco e o seguinte, sua fraqueza retornou. Suas veias se estreitaram,
os rios de cristal espalhando-se.
Suas mãos fecharam em punhos.
Não, não conseguiria manter Cameo.
—Lazarus?— Sua voz rouca suplicou por ele.
Ele pegou a kris e aproximou-se dela, que não havia se mexido do lugar onde estava no
chão. Enfiou os braços debaixo dela e ergueu-a suavemente, encaixando-a contra o peito.
Iremos nos separar em breve. Devo aproveitá-la enquanto puder.
Com um suspiro, ela relaxou contra ele. —Você sabia que tem pele de grifo debaixo das
unhas?
Ele zombou dela. —Você quer dizer o acessório obrigatório dos reinos espirituais?
Ela bufou, então fungou. —Sinto muito. Eu queria ajudar, não atrapalhar. Pensei que você
estivesse condenado, e não queria... Desculpe.
Condenado? Ele avaliou seus pensamentos.
Ela endureceu, apenas para soltar outro suspiro. —Tudo bem. Faça do seu jeito.— O escudo
caiu, sua mente se abrindo para ele, enchendo-o de satisfação e possessividade.
Um clipe da vida dela tocava dentro de sua cabeça. Mais cedo, uma borboleta tinha voado
pelo acampamento e pousado em Lazarus. Ela entrou em pânico. Ao longo dos séculos, as
borboletas tornaram-se um sinal de catástrofe iminente para ela.
Fazia sentido de uma maneira distorcida, ele supôs. Sobre a possessão de seu demônio –
uma ação contra ela – uma borboleta tinha sido marcada em sua carne.

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Lazarus tinha visto a marca em seus colegas guerreiros, mas nunca sobre ela. Devia estar
escondida sob as roupas...
Rastrearei minha língua em cada centímetro dessa marca.
—As borboletas são atraídas para mim,— ele disse. —Sempre foram. Elas me ajudaram,
nunca me condenaram.
Suas sobrancelhas franziram. —Mas por que elas são atraídos para você?
—Devem ser fêmeas.
Ela gritou uma risada. Então seus olhos se arregalaram de surpresa.
Ele queria bater no peito com orgulho. Eu a diverti. Agora vou acalmar seus medos. —
Borboletas são sinais de sucesso iminente, Luz do Sol. Se alguma delas deixar sua crisálida
facilmente, suas asas ficarão enfraquecidas. Ela deve se esforçar para sair ou nunca terá força para
voar. Mas porque ela voa, traz força para você.
—Você acha?
—Eu sei.
Em uma rara demonstração de carinho, ela acariciou seu peito. A ação simples quase o
deixou de joelhos.
Ele a queria por tanto tempo, e agora ele a tinha. Em seus braços. Em seu reino. Tome-a!
Não aqui, não agora.
Levou-a para Viola, que estava tão encurvada pelos pedaços de metal que não conseguia
endireitar a coluna. —Você nunca conseguirá percorrer o portal.
—Então vou correr. E vou criar um portal bem aqui, obrigada.— Ela acenou com a mão, o
anel que ela tinha dado a ele, então retomado, depois cedido a ele mais uma vez, de volta ao seu
dedo. Quando uma fenda não conseguiu se formar, ela reclamou. —Não está funcionando.
Ele colocou Cameo de pé e tirou o anel do dedo de Viola, dizendo: —Devemos voltar ao
ponto em que entramos. As costuras que mantêm o reino juntos são mais maleáveis lá.
—Você me carrega?— Perguntou a deusa, batendo os cílios.
—Eu não...
Cameo olhou para ele com olhos suplicantes, - e cintilantes? —Ela está deixando você usar o
anel favorito dela. Você não deveria ajudá-la?
Uma Viola sorridente colocou uma mão sobre seu coração. —As pérolas de sabedoria que
você está deixando cair agora são adoráveis, Cameo, minha querida. Embora não seja tão adorável
quanto o meu novo titânio. Olha!— Ela acariciou uma folha de metal.

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Ele deveria permanecer firme e pelo menos fingir ter defesas contra sua mulher guerreira.
—O anel é meu para sempre.— Uma arma que poderia usar a seu favor. —Mas carregarei a deusa
porque você, tão docemente, pediu. Só espero um benefício em troca.
Cameo sorriu, um rápido levantar e abaixar dos lábios, mas um sorriso era um sorriso, e seu
peito inchou de orgulho pela segunda vez. Ele era viciado em sua diversão e queria mais. Queria
um sorriso cheio na próxima vez. Ou uma risada incontrolável.
—Deixe-me adivinhar,— ela disse. —Tenho que passar a noite com você?
Ele rastreou a linha de seu maxilar, deleitando-se com a sensação de sua pele de seda. Então
se inclinou para sussurrar em seu ouvido: —Não seja ridícula, Luz do Sol. Eu nunca deixaria espaço
para interpretação. Eu exigiria que você passasse a noite comigo... Nua e ansiosa pelo meu toque.
Quando ele ergueu a cabeça para contemplar seus olhos - não mais cintilantes, mas
ardentes - uma linda cor escurecia suas bochechas.
—Se eu disser não?— Ela perguntou, seu tom irregular.
—A deusa vai caminhando.
Pequenas respirações ofegantes a deixaram. Uma reação tão reveladora o agradou. Seu
desejo por ele havia crescido, sua habilidade para evitar a tristeza do demônio ficando mais fácil.
Ela queria passar a noite com ele.
—Eu...— Ela começou.
Poeira começou a chover das vigas. Mil rugidos de repente ecoaram pela caverna,
silenciando-a.
—Uh-oh. Mais autômatos,— disse Viola.
Muito mais. Os pensamentos deles bateram na consciência de Lazarus de uma só vez, uma
explosão terrível de ódio, maldade e raiva. Eles sentiram a morte definitiva de seu parente e
tinham fome de vingança.
—Rápido!— Cameo agarrou sua mão e tropeçou para frente. —Não estamos em condições
de lutar em outra batalha.
—Posso lutar contra qualquer um, a qualquer momento e sair vitorioso.— Mas mesmo
quando a repreendeu, determinado a mascarar sua própria condição enfraquecida, sabia que
outra batalha colocaria sua mulher em maior risco e isso ele não permitiria.
Ela vem em primeiro lugar.
Hoje. Apenas hoje.

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Ela escolheu lutar por ele. Preferiu colocar-se em perigo por causa dele. Não porque ele
tivesse ordenado, ou porque seria recompensada. Seu único objetivo tinha sido sua proteção.
A lealdade não era um presente que ele já havia recebido. Até agora. Até ela.
Juliette, que alegou amá-lo, nunca colocou suas necessidades antes da dele. Seus homens
lutaram ao lado dele porque temiam sua ira, por nenhuma outra razão.
Perplexidade o inundou. Ela o escolheria sobre seus irmãos por circunstância? Confiaria que
ele a manteria segura... Confiaria nele para cuidar da caixa de Pandora?
Eu quero que ela me escolha. Sempre, somente a mim.
Os dois lados dele - auto protetor versus possessivo - envolvidos em um violento conflito.
Fique com ela por um dia... fique com ela para sempre... uma semana... para sempre.
Como poderia desistir dela?
Foco!
Beijou os nódulos dos dedos dela antes de puxar de seu aperto. Pegou o coração do grifo.
Mais rumores soaram. Mais poeira choveu. Os grifos aproximavam-se.
Lazarus enroscou a mão livre com Cameo e correu da caverna. Uma vez que limparam a
montanha, Viola pegou velocidade e reivindicou a liderança, sobrecarregada pelos metais, mas
não mais afetada pelo peso volumoso. Sua vontade de sobreviver em seus próprios termos devia
ser mais forte do que quaisquer limitações físicas que ela incorreu.
A deusa não era o elo fraco que ele a considerava.
—Mais rápido!— Ele ordenou, puxando para frente de Viola. Na selva, a gazela mais lenta
era comida.
Apesar da lesão de Cameo, ela correu com elegância inata.
Enquanto corriam em torno de árvores queimadas e manobraram em torno de galhos
afiados e nodosos, Viola decidiu cantar uma música que ela não conseguia lembrar. —Correndo de
algo, de algo, de algo. Segurando algo, algo. Tentando algo, algo, algo.
Esperava que ela esticasse os braços e girasse. Enganada por Narcisismo como ela era, devia
acreditar que nada nem ninguém tentariam prejudicá-la - devia se considerar muito valiosa para
ser prejudicada.
Um dia, alguém provaria que estava errada e ela sofreria muito por isso.
Quando o grupo chegou ao monte de pedras aonde chegaram pela primeira vez, o suor o
encharcava. Seus pulmões queimavam.
Atrás deles, uma nuvem escura de fumaça se movia pelo horizonte, indo direto para eles.

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Lazarus acenou com a mão enquanto esfregava o polegar sobre o anel, criando fricção,
exatamente como Viola tinha feito anteriormente. Depois de ter lido sua mente, ele conhecia a
imagem do reino no qual desejava entrar.
Pulsos elétricos atravessaram a paisagem, criando uma fenda. Partículas de poeira
brilharam, dançando em uma súbita explosão de vento através do portal. Ele puxou Cameo, e a
deusa os seguiu. O portal fechou-se atrás deles.
O alívio o inundou. Eles conseguiram. Escaparam.
Pararam para respirar.
—Uau!— disse Viola. —Aquilo foi...
Outro portal foi aberto, os grifos passando zunindo através dele.
—Droga!— Cameo falou entre os dentes cerrados.
Bem, inferno. Lazarus reforçou seu domínio sobe ela, correu para frente e assobiou. Um
segundo depois, o silvo de suas serpentes do céu flutuava pela terra. Poucos segundos depois, a
horda o encontrou, pairando por cima deles, esperando seu comando.
—Ataquem!— Ele gritou.
—Seus animais de estimação podem vencer?— Cameo perguntou entre respirações
ofegantes. —Estão em número três para um.
—Eles podem. Eles vão. Pobres grifos.

CAPÍTULO 13

“Não há segundas chances para matar à primeira vista.”


—Verdades Eternas para Todo Homem

Cameo sentiu uma mudança em Lazarus assim que seus soldados apareceram. Qualquer
sinal de emoção mais suave evaporou. Ele se tornou um homem sem uma pitada de
vulnerabilidade. Um homem determinado a matar qualquer um que pudesse detectar.
O que ela aprendeu com sua luta com o grifo: se ele decidisse atacar, seu oponente não
sobreviveria.
Nunca, em toda sua vida, viu tanta agressão, raiva tão sombria ou brutalidade tão perversa.
E ela vivia com onze imortais possuídos por demônios!
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Será que Lazarus percebeu que sorria enquanto rasgava o grifo em fitas?
Ficou fascinada com a beleza dele. Sua variedade de tatuagens - as que ela podia ver nos
braços, pelo menos - brilhava com vida e vitalidade, e desejava ver o resto dele desnudado. Ele se
movia rapidamente, com tanta habilidade, e com uma graça tão fluida que parecia deslizar na
água.
Se ele pudesse praticar tal violência sem uma forma corporal, que façanhas poderia realizar
se alguma vez se juntasse à terra dos vivos?
Ao seu grito, seus homens desmontaram as tendas em tempo recorde.
—Monte.— Ele guardou o coração do grifo em uma mochila pendurada no cavalo alado e
saltou sobre a sela.
Cameo ofereceu a mão, e ele puxou-a na frente dele.
Os ferimentos em seu ombro e no meio do corpo pulsavam, mas ela engoliu seu gemido.
Nenhuma razão para fazê-lo sentir-se mal - do jeito que Tristeza sempre fazia com ela - quando ele
só queria ajudá-la.
—Onde estão as crianças?— Viola girou em círculo, os delicados traços contorcidos de
preocupação.
—Seu futuro marido está aqui, deusa.— Urban trotou seu cavalo ao lado dela.
Ever cavalgou atrás dele. —Sua paixão é oficialmente assustadora, irmão.
—Concordo,— disse Viola, mesmo quando exalou com alívio. —Não quero me gabar, mas eu
só concordaria em me casar... comigo mesma.
—Vou fazê-la mudar de ideia,— insistiu o menino.
Que o Senhor ajudasse as senhoras quando ele se tornasse um adulto.
Desde o seu nascimento, Urban e Ever foram protegidos do resto do mundo. Com suas
habilidades, eles tinham que ser. Além disso, cada vez que estavam irritados, chifres brotavam de
suas cabeças e garras estendiam de seus dedos. Pele bronzeada se transformava em escamas
coloridas, e os olhos ficavam vermelhos. Jovens como eram, tinham pouco controle sobre a
transformação.
—Você tem o anel. Pode usá-lo para levar todos para o portal. Eu os encontrarei lá.— Viola
os incentivou a seguir. —Vão. Agora!— Então desapareceu antes que alguém pudesse protestar.
—Viola pode se teleportar.— Lazarus disparou as rédeas do garanhão. —Bom saber.
Ele coletava informações sobre os outros, apenas no caso de o aliado se tornar inimigo, ela
adivinhou.

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Estou conhecendo-o melhor, Cameo percebeu.


—Não quero usar o anel enquanto os grifos estão tão perto,— disse ele.
—Concordo.
Enquanto ele liderava as pessoas para longe do acampamento e as criaturas acima para o
sangue, ela decidiu monitorar a batalha e jogou uma perna sobre a cabeça do cavalo, com cuidado
para não impedir suas asas. Então passou a outra perna ao redor da cintura de Lazarus,
empurrando-o. Espalmando a semiautomática, examinou o céu e ofegou.
As serpentes do céu e os grifos colidiram com tanta força que uma explosão de ar aquecido
detonou, tremendo até o chão. Presas cortando. Garras rasgando. Os grifos utilizavam suas asas
com ponta de metal. As serpentes do céu usavam suas caudas como chicotes, às vezes amarrando,
às vezes se envolvendo em torno de focinhos, pescoços e membros para distender e quebrar.
Antes, o nível de ameaça a impulsionou para o modo de sobrevivência, afogando o demônio.
Agora Tristeza exigia o que ele considerava que lhe era devido.
As serpentes do céu te odeiam e, no entanto, lutam para protegê-la, simplesmente porque
Lazarus exigiu. Muitos morrerão hoje. Os sobreviventes vão te culpar. E com razão. Quanto tempo
o desejo de Lazarus por você vai durar, então, hmm? Um dia, você vai olhar para trás e
compreender que este é o momento em que você trocou a afeição dele por segurança.
Uma pontada de tristeza quase a cortou em duas. Elas também o protegem, ela retrucou.
Tristeza mostrou uma imagem dentro de sua cabeça. A última cena que Cameo espiou no
espelho: Lazarus se afastava, sem olhar para trás.
A tristeza redobrou.
—Você está literalmente vigiando minhas costas?— Diversão sombria envolvia a voz de
Lazarus.
—Senhor, sim senhor. Sargento Cameo reportando-se para a missão.
—Missão... ou desejo?— Ele estava duro, longo e grosso entre as pernas dela, a ereção
esfregando contra seu núcleo aquecido enquanto o cavalo galopava.
Ela gemeu, incapaz de escapar da fricção deliciosa, a pressão constante.
—Você é muito preciosa, Luz do Sol.— Ele mordeu no lóbulo de sua orelha, acendendo uma
onda de arrepios dentro dela.
Ela? Preciosa? Nenhuma descrição que alguém já usou para ela. Se derreteu contra ele. A
barba raspou sua bochecha. Seus seios incharam para ele e os mamilos ficaram duros. Calor
chocante a atravessava, lânguido e sensual.

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Tão facilmente seduzida. Ele quer sua noite, nada mais...


Suas mãos apertaram-se em seus punhais. O demônio arruinava tudo!
—Diga-me,— ordenou Lazarus suavemente. —O que Tristeza empata foda falou de mim
desta vez?
—Por que você não lê minha mente como sempre?
—Porque suspeito que você tenha uma bomba lá.
Os cascos trotavam cada vez mais rápidos. Ela viu um homem aparecer no meio das
serpentes do céu e ignorá-las. Ele se curvou através dos grifos, usando as asas para cortar e rasgar
os membros daqueles que estavam no caminho.
Ele usava uma tanga. Seus músculos eram maiores que os de Lazarus e a metade superior
dele era safira, a metade inferior era esmeralda.
Ele abriu as longas asas emplumadas, apenas para retraí-las e flechar através dos animais.
Em cada mão ele agarrava uma pequena machadinha.
—Quem é ele?— Ela perguntou.
Lazarus lançou um olhar sobre o ombro e franziu a testa. —Não sei. Mas permitirei que viva,
já que não está prejudicando meus animais de estimação.
Verdade. Mesmo que os grifos e as serpentes do céu tratassem o recém-chegado como um
inimigo, mordendo-o e cortando-o.
—Eu me pergunto por que ele está te ajudando,— Disse ela.
—Ou você. Talvez ele seja outro dos emissários de Hades.
—Outro?
Ele desconsiderou sua pergunta, dizendo: —Talvez ele esteja acalentando as serpentes do
céu em uma falsa sensação de segurança. Não importa. Elas também o derrotarão.
—Como você pode ter tanta certeza?
—Meu pai as treinou exatamente como me treinou.
Então... elas foram deixados em situações perigosas para se defender? —Conheço a rainha
Hera...
—Antiga rainha,— ele falou. —O título foi destituído.
—Certo. A antiga rainha escondeu seu pai, sim?
Sua expressão torceu-se com raiva. —Sim.
—Diga-me.— Ela esfregou a bochecha contra a dele. —Por favor.

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—Ele... perdeu a mobilidade. Ele conseguia andar muito mal, mas não conseguia balançar
uma espada. Ela entrou e matou minha mãe enquanto ele e eu assistimos. Ele não conseguiu fazer
nada sobre isso e meus esforços foram ineficazes. Então, ela o levou.
Dizer você era apenas uma criança não aliviaria a culpa dele. A culpa sempre encontrava um
jeito de picar e despedaçar um coração que buscava a absolvição.
—Você não é mais um menino,— ela disse. —Você é um homem. O mais forte que conheço.
Uma pausa pesada. Então, com os dentes cerrados, ele disse: —Eu sou como meu pai.
—Como?
—Eu sou... Não quero mais falar disso.— Ele a ajustou mais firmemente contra ele, os
polegares roçando contra a parte inferior de seus seios.
Uma distração? Que pena. Ela ignorou o ressurgimento do calor em seu corpo. —A rainha,
eu lembro, detestava a espécie masculina. Por que ela manteria seu pai?
Ah, Cameo ouviu os rumores. Zeus trancou Hera em sua torre, escravizando-a e
engravidando-a. Então, quando finalmente a quebrou, casou-se e soltou-a. Ao longo dos anos que
se seguiram, Hera provou ser inquebrável, dormindo com qualquer homem que o rei dos gregos
considerava inimigo, ou amigo. Fez acordos secretos com outras rainhas poderosas para garantir
que os machos mais poderosos dos mitos e lendas perdessem tudo o que lhes fossem caros.
O formidável Typhon e sua esposa foram pegos na mira?
—Um troféu, talvez,— respondeu Lazarus finalmente.
Ela apoiou a cabeça em seu ombro e envolveu os braços ao redor dele, oferecendo conforto.
—Eu sinto muito.
—O relacionamento de Tiphon com minha mãe o enfraqueceu.
Cameo ouviu amargura... e acusação? Será que ele acha que ela o enfraquecia?
Uma fraqueza detectada poderia ser a razão pela qual ele exigiu uma única noite e evitava
mais alguma coisa. Para ganhá-lo, teria que provar que ela o fortaleceria.
Ela fortaleceria? Ela poderia?
Ele acrescentou: —Hera não tinha vontade de machucar uma criança, ou pelo menos
afirmou, mas sabia que eu me tornaria um homem. Ela usou a Haste para cortar uma parte de
meu espírito. O que significa que o dono do artefato tinha o poder de me controlar. Quando fiquei
mais velho, ela deu a Haste para Juliette. Deu a Harpia um pedaço de mim, como se eu fosse uma
propriedade.
Seu aperto sobre ele aumentou. —Sinto muito,— repetiu, lágrimas brilhando em seus olhos.

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—Eu punirei as duas mulheres. Preciso puni-las.— O ódio atropelou suas palavras, dando ao
seu tom uma ferocidade assustadora. —Eu também vou manter um troféu.
O demônio ronronou de alegria, sentindo o que Cameo não sentiu. A necessidade de
vingança era apenas outra forma de Tristeza. Enquanto Lazarus permanecesse focado nos erros
cometidos contra ele, nunca veria o que estava certo.
Pobre Cameo. Nunca é a prioridade. Sempre o consolo.
Eu não sou o consolo dele!
Mas... não era? Lazarus nunca colocaria as necessidades de Cameo acima de seu desejo de
vingança. Com ele, ela sempre viria em segundo lugar. Se é que ela tinha algum lugar. E esse era
um pensamento deprimente.
Por uma vez, Lazarus não tentou provocá-la para que melhorasse seu mau humor, e isso a
preocupou.
Anime-se! Sua visão de mim não importa. Graças ao anel de Viola, nos despediremos em
breve. Na verdade, nunca mais nos veremos novamente.
O encorajamento não conseguiu animá-la.
À medida que seu grupo se movia, o único som ouvido era o estrondo de cascos de cavalo e
respirações ofegantes. Eventualmente, estavam longe o suficiente da ação - e dos grifos que
certamente tentariam segui-los - para abrir um novo portal que levasse diretamente ao lar.
Lazarus teve que abrir o portal várias vezes para permitir que todo o contingente de
soldados atravessasse. Ele e Cameo entraram por último.
—Estamos aqui,— disse ele, com a voz baixa.
Já?
Para seus homens, ele falou, —Parem.— Ele desmontou e ajudou Cameo e Ever a fazer o
mesmo antes de pegar o manto que continha o coração do grifo sobre o ombro.
Viola apareceu como prometido, os metais roubados em nenhum lugar, os braços segurando
a Princesa Fluffikans.
Urban recusou o auxílio de Lazarus e saltou por conta própria para se curvar. —Minha mais
linda majestade.
—Curve-se com um pouco mais de postura, garoto.— Viola tocou-o suavemente no queixo.
—Não sou um garoto, sou um guerreiro.
O ar fétido flutuou para Cameo, e ela enrugou o nariz. Uma paisagem lúgubre e cinzenta
cercava seu grupo. Árvores nuas caíram, como se tivessem sido derrotadas pela vida e acabassem

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de desistir. Pelo menos quinze animais diferentes estavam espalhados por um solo manchado de
sangue, cada um em um estágio diferente de decomposição. Os insetos rastejaram através de
órbitas vazias e troncos ocos. Pequenas criaturas malditas mastigavam os ossos.
As sobrancelhas de Viola estavam arqueadas em... confusão? —Algo está errado. Bem, não
importa. Já enfrentei coisas piores.
Ever bateu palmas e correu para frente, os braços estendidos. —Veja! Um cãozinho! Ele
pode nos acompanhar? Por favor?
—Ever,— Cameo a chamou. —Pare!
Lazarus uniu os dedos deles e apertou. A outra mão permaneceu em seu bolso, remexendo
no que quer que fosse que ele guardava ali. —A menina está bem, prometo a você. Pelo menos
fisicamente. Qualquer outra pessoa teria corrido na direção oposta.
Ele a levou para frente e... O terreno mudou em um piscar de olhos. Cameo ofegou. Aqui, o
sol brilhava em um céu gloriosamente azulado. As árvores eram altas, folhas exuberantes e cor de
âmbar. A cor da felicidade, assim como os olhos de Lazarus. Ela inalou profundamente. O ar
cheirava limpo e fresco.
As carcaças desapareceram. Assim como os insetos e os cadáveres dos animais.
Ever bateu o pé. —Não é justo. Eu quero meu cachorro.
—A tia Katarina encontrará o cão perfeito para você,— disse Urban. —Ela prometeu,
lembra?
—Como isso é possível?— Cameo exigiu de Lazarus. Ele era responsável, tinha certeza.
—Você sabe da minha capacidade de ler mentes. Eu também sou capaz de... afetá-las. Posso
criar ilusões. Normalmente, essas ilusões funcionam,— ele acrescentou secamente.
Não havia nada que este homem não pudesse fazer? —Então você criou o terreno podre?
—Sim.
Claro. Porque quem em seu juízo perfeito gostaria de continuar por um lugar assim?
—Onde está o portal?— Ela perguntou. Não me diga. Eu não quero ir.
Ele fez um gesto para duas árvores altas, o ar entre os troncos brilhando como um tecido
coberto com poeira de diamante.
A umidade em sua boca secou. A visão ganhou vida.
—Vamos enviar seus amigos para casa.— Lazarus marchou para o portal. Ele olhou na
distância, os minutos passando.
Pensando em me manter?

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129
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Ele deve estar. Suas palavras implicavam que ela deveria permanecer no reino. Sua pulsação
disparou.
Ele tirou o coração do grifo da bolsa e uma lâmina da bainha na cintura. Com um único
movimento do pulso, cortou o órgão em dois. Gosma preta escorria das câmaras.
Mãos cintilantes saíram do portal e pegaram metade do coração. O ar com poeira de
diamantes ondulou com mais força, de cima para baixo. Ele guardou a outra metade na mochila.
Para Cameo usar amanhã?
—Tudo bem, pequenos terrores.— Viola colocou a Princesa Fluffikans no chão e bateu
palmas. —Estão prontos para ir para casa?
Ever fez beicinho. —Acho que sim.
Urban encolheu os ombros. —Se devemos.
—Vocês devem,— disse Cameo. —Seus pais provavelmente destruíram Budapeste no
esforço para encontrá-los.
As crianças se encolheram.
Viola ligou um braço com Urban e o outro com Ever e olhou para Cameo sobre o ombro. —
Dê um beijo de adeus em Lazarus por mim... e use a língua. Eu usaria.— Ela piscou, depois
avançou com sua carga a reboque.
Passaram pelo portal, Fluffy em seus calcanhares, e desapareceram.
Os tremores atrapalharam Cameo quando Lazarus girou nos calcanhares e prendeu-a no
lugar com seu olhar quente. —Fique. Mais uma noite.
—Eu...— Quero. Tanto.
Ansiava por noites cheias de prazer, manhãs eróticas e dias felizes. As consequências que se
danem. Graças ao espelho, sabia exatamente o que aconteceria se viajasse por esse caminho.
Quando ela e Lazarus se separassem, e eles se separariam, Tristeza poderia deixá-la manter
sua memória, como havia feito na primeira visão... ou poderia apagá-la, esperando que ela
cometesse o mesmo erro novamente. Curiosa sobre um imortal chamado Lazarus que poderia ou
não ser a chave de sua felicidade, que talvez tenha pensado ou não em matá-la antes que ela o
deixasse.
E então havia um caminho completamente desconhecido. Passar uma única noite com ele. O
que aconteceria então?
Não tinha ideia se a humilhação, a rejeição e o perigo a aguardavam...
Sem grande risco, não haveria recompensa.

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Senhores do Submundo 13

Vou rodar os dados. Vou correr o risco na segunda visão.


Havia coisas que ela queria fazer no mundo mortal. Coisas para Lazarus...
—Não,— grunhiu, então sacudiu a cabeça para dar ênfase. —Não vou ficar a noite.
A luz do sol acariciou suas feições quando ele envolveu suas bochechas. Ele era tão lindo,
com aqueles olhos escuros sardônicos, tão negros que de repente pareciam azuis. Com aquele
espesso leque de cílios. Essas maçãs do rosto fortes. O nariz afilado como uma lâmina. Aqueles
lábios suaves que foram feitos para beijar. Correção: feitos para beijá-la. A barba escura por fazer
em sua mandíbula.
O pomo de Adão dele estremeceu, um sinal de que seu escrutínio o agradou - o que a
agradou. —Posso forçá-la a ficar,— ele disse. —Posso mantê-la aqui até o portal fechar.
Oh, não, não, não. Seus amigos costumavam agir como ditadores, e isso a irritava. O homem
de suas fantasias a trataria como igual. —E eu posso usar seu coração para reabri-lo.
Um pequeno sorriso, que rapidamente se desvaneceu. —Não terminamos, Luz do Sol. De
uma maneira ou de outra, vou vê-la novamente. Vou te encontrar. Sempre vou te encontrar.— As
palavras foram jogadas sobre ela, mas ela as adorou, mesmo assim. Adorou tanto quanto Tristeza
odiou.
Estendeu as mãos para brincar com as pontas dos cabelos escuros de Lazarus. —Talvez eu
retorne... por causa da caixa.
Ele deu uma sacudida brusca de cabeça. —A caixa não está aqui.
—Você não pode saber...
—Eu sei! Não está escondida aqui, juro.
—Rumores...
Mais uma vez, ele a cortou. —Os rumores afirmam que a caixa está em um domínio
espiritual. Há milhares.
Bem, merda. Era assim, então. O fim. —Você sentirá minha falta?
—Sim,— ele falou entre os dentes cerrados.
Satisfação irrompeu... e morreu. Isso não pode ser o fim. —Vou fazer um pacto com você. Se
você encontrar um caminho através do portal, eu te recompensarei. Eu te beijarei...— Ela traçou a
ponta do dedo pelo centro de seu peito. —Em qualquer lugar que você desejar.
As pupilas dele expandiram, efeitos de luz ardendo profunda e intensamente em suas
profundezas. —Me beije.

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Senhores do Submundo 13

Sim. Ela ergueu a ponta dos pés e apertou os lábios contra os dele. Ele abriu sem hesitação,
rolando a língua contra a dela, provando-a como se fosse um bom vinho, mas também
reivindicando o controle - reivindicando-a. Ele sugou e mordiscou, deslizou as mãos pelos braços
dela, em torno dos quadris e segurou seu bumbum.
Com um puxão vigoroso, ele a revolveu contra ele. Mmm. Ele era duro e forte e não estava
se contendo. Cada deslizamento de sua língua ofereceu um toque de satisfação para gozar, e a
provocava com um vislumbre de satisfação.
E... e... a felicidade brilhou dentro dela, pura e incandescente, a única chama em um mundo
de escuridão. A luz pela qual ela sempre ansiou, mas sempre foi negada. A doçura que nunca
conheceu, nem mesmo com Alex.
Lazarus não tinha ilusões sobre quem ou o que ela era. Ele a conhecia, e gostava dela,
mesmo assim. Só por isso, ela amav... gostava dele também.
Tristeza lutou contra ela, enchendo-a de melancolia, afogando sua luxúria.
Chorando, Cameo quebrou o beijo e recuou. Lazarus a alcançou, mas ela recuou. —Eu sinto
muito.
—Cameo.— O grunhido voltou à sua voz. —Você é minha, e quero o que é meu.
Tão possessivo. Arrepios caíram em cascata através dela, varrendo a tristeza. Bem-vindo de
volta, desejo.
Não haveria mais beijos para alimentar seus sonhos e deixá-la selvagem, talvez até louca.
Forçou-se a caminhar para trás, ampliando a distância entre ele e se aproximando das árvores
gêmeas.
—Acho que seu beijo me deixou grávido,— disse ele. —É melhor ficar até sabermos com
certeza.
—Se você me quiser, Darkpit, terá que vir me buscar.— Qualquer coisa é possível.
—Fique.
Tentada, oh, estava tentada. Se permanecesse, a curto ou em longo prazo, eles tinham um
presente, mas talvez não um futuro. Eu quero um futuro. Esta é a minha única esperança.
Outro passo para trás. —Lembre-se de sua recompensa.
Com a expressão agonizante, ele a seguiu. —Não vou esquecer. Você vai?
Argh. E se ela o esquecesse? —É um risco que temos que correr.
—Por quê? Por que temos que correr esse risco?
—Porque eu quero mais de uma noite.

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—Você não pode ter.— Suas mãos apertaram nas laterais do corpo. —Fique aqui,— ele
insistiu. —Seus mamilos estão duros. Aposto que sua calcinha está encharcada. Deixe-me aliviar os
dois antes de ir.
A luxúria se enroscou dentro dela, e seus joelhos quase dobraram. Requereu todo o seu
poder, mas ela sacudiu a cabeça, tirou a outra metade do coração da sacola, soprou um beijo para
ele e correu pelo portal.

CAPÍTULO 14

“Nunca peça. Sempre exija.”


—Verdades Eternas para Todo Homem

Lazarus ficou em pé por um longo tempo, sem ser visto por seus homens. Loucura soprando
dentro dele, jogando a devastação e a turbulência em sua mente.
Ele não havia dado a Cameo seus presentes. O dar e receber teriam sido definitivos demais.
Então, ela o deixou, mesmo assim. Mas não antes de provocá-lo.
Se você me quer, Darkpit, terá que vir me buscar.
Uma impossibilidade, maldição! E mesmo assim, ele ainda queria uma noite com ela. Ele
merecia uma noite com ela. Ganhou esse direito dentro daquela caverna, quando matou o grifo.
Mas não iria ganhar.
Agora, tudo o que tinha eram lembranças dela.
Logo ela não teria nada dele.
Socou uma árvore, deixando um orifício em formato de punho no tronco.
Poderia ter matado Cameo a qualquer momento; deveria tê-la matado, sua primeira e única
fraqueza. Em vez disso, ajudou a ela e a quem ela amava. Salvou-a dos grifos. Provocou-a e a
beijou, dando-lhe um gosto do prazer. O primeiro gosto de prazer dela. O único.
Possessividade o agarrou pela garganta e apertou.
Deveria tê-la desnudado, deveria ter passado a língua em seus mamilos e lavado a doçura
entre suas pernas com a língua. Ela teria gemido e puxado os cabelos dele, teria implorado por
mais.
Eles teriam se consumido.
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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Demônio maldito! Lazarus acariciou o punho da kris.


Ele sabia onde a caixa de Pandora estava escondida e não tinha contado a ela.
Se ele recuperasse a caixa, Cameo seria forçada a retornar ao Reino de Grimm e Fantica. Ele
a veria novamente. Talvez ameaçasse o demônio. Deixe-a manter as memórias ou morra.
Uma ameaça que Lazarus nunca conseguiria continuar fazendo.
Por outro lado, Cameo poderia usar a caixa para se prejudicar.
Vou mantê-la segura - até mesmo de si mesma.
Todo músculo em seu corpo tensionou até os ossos. O plano era sensato. Ele a traria de
volta. Cameo ficaria... chateada quando descobrisse seu engano, é claro. Não, não engano. Ele
havia omitido a verdade. Praticamente o mesmo. Ele teria prazer em sua irritação.
Um dia, ela agradeceria.
Cautela atenuou sua ânsia. Ele não estava no seu melhor. Apenas o pensamento de ver
Cameo fez com que suas veias queimassem quentes e latejantes. Os cristais haviam esticado nos
braços, pernas e... Peito? Ah sim. O calor secou o lugar acima de seu coração. Tinha que ser os
cristais. Não, digamos, culpa por não ter contado a Cameo sobre a caixa.
Testou sua amplitude de movimento, notou uma ligeira resistência e franziu o cenho. Não
ótimo, mas não terrível, tampouco.
Agitando o anel no ar, esfregou o polegar sobre o metal imaginando o Reino dos Crânios.
Um espaço protegido por Hilda, a Mortífera.
Hilda era uma esfinge, prima de grifos. Tinha rosto humano, o corpo de leão e asas de águia.
Lazarus a conhecia bem, o mundo imortal tão pequeno quanto grande. Seus pais - ambos
igualmente atrozes - já haviam sido amigos, então passaram muitos anos juntos. Compartilhavam
uma amargura mútua.
O anel vibrou, correntes elétricas arrasando pelo ar como um raio, criando uma nova fenda.
Além da floresta, um escritório apareceu. Lazarus entrou, o portal se fechou atrás dele.
Uma decoração comum. Paredes beges lisas, com algumas imagens impessoais. Um armário
de arquivos, uma mesa e uma vitrine de vidro. Uma pequena caixa branca descansava em uma das
prateleiras e parecia ser feita de falanges e metacarpos.
Um poder familiar pulsava daquela prateleira, acariciando-o. Seu sangue borbulhou.
Seu olhar se deslocou para o crânio humano ao lado da caixa. Franziu a testa. Os dentes
haviam sido afiados ao ponto de navalha. Algo sobre isso...

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134
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Não importava. —Mostre-se, Manhilda. Ele abriu sua mente para a dela, mas ela ergueu
uma barreira. Ou prefere o nome de Hildabesta?
O espaço em frente à estante brilhou antes que ela aparecesse. Um monstro em mais do
que uma maneira. Ela se espalhava para cima e para os lados, desenvolvendo músculos em cima
de músculos. Um bigode grosso e preto levou a uma barba mais espessa e bochechas exageradas.
As veias se sobressaíam em seu pescoço.
Uma coleira de metal espetado rodeava seu pescoço.
Colocar uma coleira em uma Esfinge era o mesmo que escravizá-la. O mestre poderia forçar
a besta a fazer qualquer coisa. Mas quem colocou uma coleira nela? Muito poucos imortais eram
fortes o suficiente para derrotar uma Esfinge.
Lazarus não teve que se perguntar por que ela tinha sido escravizada. Seu mestre
desconhecido a obrigava a proteger a caixa de Pandora.
Uma couraça cobria seu amplo peito e algemas de couro envolviam seus pulsos. Seus únicos
adornos. Com quatro pernas, ela tinha a opção de andar como animal ou humano. Escolha da
senhora.
Quando a maioria das pessoas olhava para ela, viam um homem magro com olhos
vermelhos. Uma ilusão.
Poucos imortais poderiam derrotá-la, sim, mas ainda menos podiam sustentar uma ilusão
contínua. A pequena lista de potenciais mestres diminuiu ainda mais.
—Olá, oi Lazarus.— Subindo até o topo das pernas traseiras, ela tinha pelo menos dois
metros e meio de altura. —Nos encontramos de novo.
Na última vez que ele esteve aqui, Cameo estava ao seu lado. Ele havia dito a sua μονομανία
somente que a “besta” o tinha espancado em uma briga - e ele se divertiu grandemente ao se
referir à besta na forma masculina. Lazarus tinha deixado de lado um detalhe crítico. A idade dele.
Ele tinha quatro anos.
—Boa notícia,— disse ele. —Esta é a última vez que nos encontraremos. Hoje você morre. A
menos que queira entregar a caixa de Pandora?
—Para você, aquele que impediu que outros me achassem e me libertassem? Nem mesmo
se me ordenassem.
Lazarus estivera aqui duas vezes antes. A primeira vez, com Cameo. A segunda, ele voltou
para lançar uma ilusão, escondendo a caixa de todos os que a procuravam. Naquela época já sabia

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que a caixa poderia ser usada contra Cameo. Não que seus amigos iriam machucá-la
intencionalmente. Mas por que correr o risco?
A verdadeira razão era que precisava manter sua Luz do Sol longe do item que ela mais
desejava, mesmo negando-lhe a oportunidade de lutar por isso.
Necessário. O demônio a deprimia. Um dia, ela poderia tentar acabar com sua vida.
Novamente! Com a caixa, ela poderia se matar em segundos, antes que alguém tivesse a
oportunidade de detê-la.
Se ela morrer, ela se juntará a mim na vida após a morte... para sempre...
Esqueça o fato de que ela o arruinaria. Ele queria que ela vivesse a vida de seus sonhos.
—Você está chateada porque não tinha ninguém para matar e comer?— Esfregou os punhos
sob os olhos, imitando lágrimas. —Pobre Hildabesta.
Ela passou a língua sobre as presas manchadas de sangue. —Eu vou gostar de comer você.
Lembro-me o quanto seus órgãos são doces.
Só uma vez ela conseguiu acorrentá-lo e cortar o tronco dele. Ao contrário de outras
crianças imortais, que teriam morrido depois de perder cada órgão vital, Lazarus se regenerou e se
recuperou.
Nunca poderá morrer. As palavras de seu pai ecoavam em sua cabeça.
Lazarus estalou os ossos no pescoço e considerou brevemente usar as pontas de diamante
que havia roubado para Cameo, apenas para decidir que não queria que fossem salpicados de
sangue e... outras coisas.
—Quem conseguiu colocar uma coleira em você?— Perguntou em tom de conversa.
Hilda afiou um conjunto de garras dianteiras contra a outra. —Algumas perguntas não
podem ser respondidas.
Seu mestre havia ordenado seu silêncio sobre o assunto, então. Ele - ou ela – viria atrás da
caixa. Que venha. Lazarus mataria o mestre tão facilmente quanto matou o escravo.
Puxou suas espadas curtas das bainhas ancoradas nas costas, o metal assobiando e deu um
passo à frente...
Uma parede invisível o deteve. Franzindo o cenho, atacou repetidamente, tentando criar
uma fissura. As armas se curvaram enquanto a parede permanecia ilesa.
Hildabesta deu um sorriso presunçoso. —Você deseja passar? Responda-me. O homem que
fez isso não precisa disso. O homem que o compra não irá usá-lo. O homem que o usa não saberá
que está usando. O que é isso?

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136
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Seus enigmas estúpidos. Na pressa de assegurar o retorno de Cameo, Lazarus tinha


esquecido o caminho da Esfinge. Nenhum homem poderia se aproximar sem primeiro responder
um enigma. Uma das razões pelas quais as criaturas eram cães de guarda tão excelentes.
Da última vez, sempre que Lazarus ou Cameo se aproximaram da parede, experimentaram
vertigem antes de serem teleportados para o canto mais distante da sala.
Desta vez, Lazarus não estava morto. Estava mais forte, apesar dos cristais, e muito mais
determinado.
Rolou o enigma de Hilda em sua mente, e decidiu que ela tinha feito uma pergunta fácil. Ela
queria lutar contra ele.
O homem que faz isso, não tinha necessidade disso... porque ele estava vivo. O homem que
o comprava, não o usaria... porque ele estava vivo. O homem que o usava não sabia que estava
usando... porque ele estava morto.
—A resposta é um caixão,— disse Lazarus. —O que você precisará hoje.
Um som alto soou, uma rajada de ar quente sobre ele. O muro acabava de cair.
Satisfação escureceu os olhos dela. —Você realmente acredita que pode ser melhor que eu?
—Acredito.— Sorrindo o próprio sorriso de satisfação, ele jogou suas espadas danificadas no
chão e seguiu em direção a oponente. Fariam isso no mano a mano. Ou melhor, de mãos para
patas.
Sem aviso, ela passou as garras contra ele. Ele esquivou, apenas para se colocar no caminho
de outra garra. A dor rasgou sua barriga, deixando-o momentaneamente imobilizado. Como
qualquer predador, ela usou sua paralisia em vantagem própria, travando na parte de trás de suas
coxas e puxando.
Ele bateu no chão com um forte estrondo. Estrelas passaram piscando por sua visão.
Em vez de lançar seu próximo ataque, como qualquer pessoa sã, ela o olhou. Com os olhos
presos aos dele, ergueu os dedos até a boca. Sua língua saiu, lambendo o sangue dele.
—Delicioso,— ela disse.
A fúria ardia por ele. Talvez humilhação. —Você é uma tola. Deveria ter me matado
enquanto tinha a chance. Você não terá outra.
—Já está pronto para mais? Sei que eu estou.
Lazarus saltou. Desta vez, quando ela passou por ele, ele caiu de bruços, espalmando suas
duas adagas. Ela perdeu, e ele esfaqueou os dois pés dela.

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137
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Seu rugido ecoou pelas paredes, agitando a sala inteira. Garras rasgavam suas costas.
Ignorando o mais recente ataque de dor, ele rolou para o lado. Quando ela tentou atacá-lo
novamente, ele pegou seus pulsos, levantou as pernas e cruzou os tornozelos na nuca dela.
Ele ficou de costas desta vez, lançando-a sobre a cabeça. Os punhais caíram de seus pés. Ele
acabou por cima dela, seus joelhos prendendo os ombros. A raiva contorceu suas feições em um
monte de feiura.
Não tão presunçosa agora, não é?
Sorrindo, deu um soco no queixo dela. Seus nódulos se quebraram, mas o queixo dela
também. Ela se curvou, mas a ação não conseguiu desalojá-lo. Então suas asas se abriram e o
bateram através do quarto. Alimentado por adrenalina, o impacto mal foi registrado. Ele saltou e
cuspiu uma pena. Ela ficou em pé nas quatro patas.
Circularam um ao outro, cada passo que ela dava deixando uma marca da pata
ensanguentada.
—Há algo diferente em você.— Seu olhar deslizou sobre ele. —Mas o que?
Se ela notasse os cristais, sua fraqueza, ele...
Não importa. Hilda morreria hoje.
Ele lhe soprou um beijo. —Não sou mais uma criança, mas um homem. Não um homem
como você, é claro, mas todos têm uma cruz a suportar.
O sarcasmo em seu tom fez exatamente o que ele esperava. Provocada além da razão, ela
mergulhou nele, presas a mostra, garras prontas. Ele disparou as adagas caídas e abaixou-se.
Quando Hilda subiu a cabeça, perdendo-o por apenas alguns centímetros, usou uma mão para dar
um soco e cortar seu peitoral - através do corpo, do esterno ao púbis. A outra mão cortou a asa.
Sangue e órgãos choveram sobre ele. Um grito dolorido misturou-se com seu grunhido
satisfeito enquanto ela flutuava no chão acarpetado. Agindo rapidamente, sabendo que ela
regeneraria todos os membros que tinha perdido, ele se atirou em cima dela e moldou seu rosto
com as mãos. Pele na pele.
Os olhos dela se arregalaram quando percebeu seu propósito final. Ela ficou louca, lutando
contra ele com todo o seu poder. Escorregadia como estava, embebida com o próprio sangue, ele
perdeu o controle sobre ela. Droga! Ele voltou, derrubando-a enquanto tentava sentar-se. Ela deu
um soco no rosto dele, deu joelhadas em suas bolas. O ar jorrou de seus pulmões. O cotovelo dela
colidiu com sua bochecha, e ele cambaleou.

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138
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Senhores do Submundo 13

Quando ela tentou ficar de pé, ele a chutou no maxilar. Sem piedade. Ela caiu. Ele pulou em
cima dela mais uma vez e cavou as garras em suas têmporas, segurando forte.
—Isso está acontecendo,— ele grunhiu, envergonhado de estar ofegante. —Aceite como um
homem.
—Se eu aceitasse como um homem,— ela grunhiu de volta, —eu estaria chorando.— Ela
afastou as mãos dele aos tapas, as garras o rasgando, deixando sua bochecha tão crua como carne
de hambúrguer.
Mesmo quando grunhia de dor, ela rolou para o lado e socou seu peito. Mas sua força
diminuiu. A ação apenas o derrubou no meio da sala.
Quando ela conseguiu ficar de pé, ele já a tinha alcançado novamente. Continuando
inclinado, ele chutou os tornozelos dela. Ela se debatia quando caiu. Quando pousou, ele rolou em
cima dela. Ela lutou para dominá-lo. Socando. Mordendo. Arranhando.
Sangue corria pelos olhos dele. Dele? Ou dela? Ela mordeu seu ombro arrancando um
pedaço de carne e osso. A dor o tomou. Ele rugiu para as vigas, pontos de luz piscando em seus
olhos.
Dominado pela raiva, Lazarus ergueu a cabeça, afundou os dentes no pescoço vulnerável - e
rasgou a traqueia de Hilda. Ela ofegou, a ferida aberta sugando qualquer quantidade de ar que
pudesse roubar. Ele rolou pela última vez, terminando em cima, empurrando os joelhos para
dentro do tronco dela e agarrando suas bochechas.
Com a virada de um interruptor mental, o calor fluiu para fora dele e dentro dela, calor tão
intenso. O suor de repente a encharcou. Sua carne começou a se transformar em pedra...
No início, ela se debateu. À medida que sua pele e pelos se endureciam, beges e castanhos
escurecendo em cinza, seus movimentos diminuíram...
Bastardo, ela articulou com os lábios a última palavra antes de ser petrificada.
De acordo com seu conhecimento, o processo não podia ser desfeito. O que significava que
ele ganhara.
Aliviado, entrou em colapso ao lado dela. O processo sempre o drenava, o motivo pelo qual
só usava a habilidade quando não tinha uma audiência.
—Eu te avisei,— ele brincou.
Estudou sua mais nova estátua. Suas feições agonizantes estavam para sempre congeladas,
os olhos olhando para cima, pedindo misericórdia, a boca aberta e as presas reveladas. Os braços
estavam estendidos, as mãos fechadas em punhos. Ambos os conjuntos de pernas também

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Senhores do Submundo 13

estavam estendidos, agora empurrando oxigênio. Sua asa quebrada estava em um ângulo
estranho, enquanto a outra se envolveu para tentar protegê-la. Sua cavidade torácica estava
aberta, ainda não curada.
Ela teria um lugar de honra em seu jardim.
Uma última coisa a fazer...
Atravessou um suporte e saiu do outo lado da sala, parando diretamente em frente à vitrine.
O poder que encontrou mais cedo o roçou, seu sangue começando a zumbir novamente.
Tirou os restos de sua camiseta, enrolou o tecido ao redor do punho e perfurou o painel que
protegia a caixa.
O vidro quebrou e cortou o algodão. As picadas afiadas retalhavam seus dedos, e carmesim
surgiu como contas de mil pequenas feridas.
Preparando-se, pegou a caixa... Apenas para se imobilizar. A pulsação de poder não estava
vindo dela. Franziu a testa e se concentrou no crânio, a verdadeira fonte. Por que seus dentes
foram afiados como lâminas de barbear... Se não para proteger algo importante?
Atuando por instinto, colocou a mão dentro da boca aberta. Aqueles dentes agarraram seu
pulso, e ele sibilou, mas não retirou a mão. Seus dedos bateram contra um objeto pequeno
ancorado no interior, e o poder o atingiu, puro e não diluído. Os arranhões em seu estômago e
costas foram curados. Os cortes nos nódulos fecharam-se.
Esse era o mesmo poder que experimentara nas poucas vezes que encontrou Kadence, a
deusa da Opressão. Após sua morte, seus ossos foram usados para fazer a caixa.
A satisfação borbulhou dentro dele. Agarrou o item, seja lá o que fosse, e puxou. Os dentes
do crânio permaneceram embutidos em sua pele. Veneno destilava dos incisivos, mas isso não o
deteve. Um a um, jogou os pedaços de esmalte no chão. Então examinou o pequeno pingente que
libertou.
Definitivamente feito de ossos, assim como a caixa. Dedos e juntas. E sim, pertenciam a
Kadence. Os ossos foram quebrados, as peças soldadas e tingidas de vermelho para se
assemelharem a uma maçã.
Uma maçã. A tentação original. Mas...
Esta era a infame caixa de Pandora?
Problema: os outros senhores se lembravam de uma caixa literal, como a que encontraram
da primeira vez.

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140
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Possibilidade: Quem fez a caixa poderia tê-la refeito depois que ela foi aberta. Uma boa
estratégia. A melhor forma de escondê-la. Mas quem fez a primeira caixa? E por quê?
Os senhores acreditavam que um ser vivo ainda estava preso por dentro. A Estrela da
Manhã. Não um demônio, mas uma criatura capaz de destruir Lucifer e seu mal com um único
toque. Capaz de libertar os senhores dos seus demônios, também, garantindo que os guerreiros
vivessem.
Lazarus fez sua pesquisa. Alguns disseram que a Estrela da Manhã era um Enviado, o melhor
assassino de demônios que já havia vivido. Outros alegaram que a Estrela da Manhã era um
descendente literal de seres celestiais conhecidos como Starlights, tão brilhantes que o sol
choraria de inveja. Outros ainda sugeriram que o ser era um gênio, concedente de desejos.
O próximo problema, ou talvez o maior paradoxo: Lazarus adoraria usar a Estrela da Manhã,
mas para fazê-lo, teria que abrir a caixa. Cameo poderia morrer antes que ele tivesse a chance de
usar a Estrela, salvando-a.
Ela poderia ser salva?
E por falar em sua μονομανία, como conseguiria entrar em contato com ela? Ele tinha o que
ela ansiava.
Ela esperava que ele aparecesse na sua porta, todo lembra que você disse que me
recompensaria se eu escapasse do reino do espírito?
Ele sabia o que pediria. A boca dela no seu pau.
Lazarus pendurou o pendente com uma corrente em volta do pescoço e puxou os restos
arruinados de sua camisa sobre a cabeça, escondendo o artefato sob o tecido. Usando o anel,
criou um portal para o Reino de Grimm e Fantica. Arrastou Hilda e acabou na frente do outro
portal. Aquele que levava ao mundo mortal. Para Cameo.
Olhou furiosamente para o ar brilhante. Você tirou minha mulher de mim.
Uma estranha sensação de puxão o atraiu para mais perto. Sua mente girou enquanto
firmava os calcanhares. A caixa de Pandora, tentando alcançar os demônios?
Não, não poderia ser. A sensação se originou em suas veias. Nos cristais. Ele não entendeu,
mas esperava o pior e recuou.
Seus homens estavam exatamente como os deixara. Suas serpentes do céu, também.
Árvores foram derrubadas, mas grifos também. Seus corpos estavam aos pedaços em toda a
floresta.
—Bons meninos e meninas,— elogiou. Para seus soldados, falou, —Corda.

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141
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Um dos homens correu para frente para oferecer o item desejado. Lazarus ancorou uma
extremidade em Hilda e a outra na sela de seu garanhão, garantindo que o comprimento trançado
não se enrolaria nas asas do corcel. Ele montou.
—Você, você e você.— Apontou para seus homens mais fortes. —Acampem aqui. Quando a
mulher de cabelos escuros voltar, protejam-na com suas vidas e a acompanhem até o palácio. O
resto de vocês... vamos para casa.

Lazarus posicionou Hilda no Jardim do Perpétuo Horror. Somente o melhor para sua mais
nova adição. Seu corpo quebrado estava debaixo de um troll agachado que havia invadido uma
aldeia próxima e matado os machos para roubar as fêmeas.
Satisfeito com sua seleção, Lazarus entrou no palácio. Nenhum servo se apressou a
cumprimentá-lo. Na verdade, os salões estavam estranhamente quietos. Ele retirou dois punhais
ao abrir sua mente para avaliar a situação.
Conversa mental dos soldados que haviam retornado com ele. Eles se perguntavam sobre
Cameo, o que ela significava para o rei deles. Os únicos outros ocupantes estavam... sonhando?
Nada mais explicava a imagem de um elefante dançando usando um tutu, um carro falante e um
robô excitado.
Virou a esquina, entrando na sala de jantar, e descobriu corpos de soldados e criados caídos
sobre os móveis e espalhados no chão.
Finalmente - uma resposta das amazonas que ele aprisionou. Os sacos de veneno tinham
sido chamarizes. Elas já tinham transformado seu sangue em veneno - para outros.
Ele tinha sido enganado, distraído por um estratagema, enquanto outro era tramado. Ele
tinha feito o que elas queriam que ele fizesse.
E agora, sentiu outra presença. Alguém que ele já havia avisado para ir embora.
—Rathbone!— Ele gritou. Invadiu a Grande Sala e passou pelas portas arqueadas
requintadamente pintadas que levavam à sua sala do trono.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

O macho de cabelos escuros reclinou no trono, uma perna cruzada sobre a outra em uma
pose preguiçosa e relaxada. Havia apenas um sinal externo de sua impaciência - ele tamborilava os
dedos contra os braços da cadeira.
—Olhe para você,— disse Rathbone. —Vivo e bem. E praticamente sem camisa.
Determinado a fazer tremer os corações das donzelas não é?
—O que você está fazendo aqui?— Perguntou Lazarus.
—Protegendo o seu povo na sua ausência. Obrigada. De nada.— O rei do submundo acenou
para a parede mais distante. —Contemple.
Ele se virou para ver as Amazonas suspensas no ar.
—Elas escaparam e tentaram um golpe.— Rathbone sorriu sem humor. —A rainha tem
planos para você. Uma escravidão mascarada como um casamento.
Seu aperto nas adagas se intensificou. Ela pensa em me escravizar? Ela vai morrer!
—Elas receberão lugares privilegiados no meu Jardim do Perpétuo Horror até o final do
dia.— Não agradeceria a Rathbone. As palavras seriam uma admissão de que precisava de ajuda.
Não precisava. Poderia ter recuperado o palácio por conta própria, sem problema.
O medo das amazonas deixou um aroma acre no ar. As fêmeas lutaram coletivamente
contra a prisão de Rathbone... e falharam.
—Excelente. Estou indo, então.— Rathbone se levantou. —Mas temo que devo ouvir sua
decisão. A guerra não mais fomenta. A primeira batalha entre pai e filho foi travada. Um ataque
furtivo. Uma das casas de Hades foi destruída, todos dentro dela capturados ou mortos.
Uma perda sempre irritava, mas uma perda no início de uma guerra devastava. A motivação
entre as tropas despencava.
Comece da maneira que você espera terminar. Palavras que sua mãe há muito tempo havia
falado para ele. Ela se referia a seus relacionamentos românticos, oferecendo a seu único filho um
conselho para ajudá-lo nos próximos anos.
Nunca se alinhe com o lado perdedor. As perdas dele se tornam suas. Palavras que seu pai
falou.
Lucifer sempre pudera contar com o apoio de Lazarus. Mas...
—Muito bem,— disse. —Vou lutar por Hades.— Por Cameo. Só separou-se dela algumas
horas, e ansiava por ela como ansiaria por um membro faltante. —No entanto, o período de
tempo não mudou. Vou usar meu mês para arrumar minha própria casa.— Para recuperar minha
mulher. Até que tivesse sua noite com ela, ele seria inútil.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

—Você é necessário agora.


—E daí? A guerra pode ter começado, mas não vai terminar em breve. Coloque o seu melhor
jogador no final para garantir a vitória.
O macho franziu os lábios, mas assentiu. —Eu provavelmente deveria avisá-lo. Hera escapou
do Tártaros. A rainha grega agora está livre.
Todo músculo em seu corpo ficou tenso. Fora do Tártaros, Hera era um jogo justo.
Vingança... finalmente ao seu alcance...
Não revele nada. —Ex-rainha,— ele disse com um tom chocantemente uniforme.
—Você a caçará?— Perguntou Rathbone.
—Você sabe que não posso deixar os reinos espirituais.— As palavras foram ditas
entredentes. O bastardo me provoca!
A cabeça de Rathbone inclinou-se para o lado. —Você é Lazarus, único filho do Monstro, não
é?
—Sim,— retrucou Lazarus.
—Então não sei de mais nada.— Sorrindo, Rathbone desapareceu.

As pessoas sofriam tragédias todos os dias. Elas choravam, soluçavam e um dia acordavam e
sua dor diminuiu misteriosamente. Cameo sofreu durante séculos, sua dor constante. Mas agora,
sem Lazarus, seu sofrimento era pior.
Ela estava em casa apenas há dois dias e já sentia falta dele, como se tivesse perdido um
membro. E ela deveria saber! Durante seu encarceramento, os Caçadores cortaram suas mãos e
pés para impedir que lutasse.
Metade do dia desejava esquecer Lazarus - e se odiava por isso. Havia lamentado o horror
de perder sua memória por tanto tempo, que se esqueceu da paz que poderia ganhar sem ela.
A única razão pela qual Tristeza lhe permitiu manter suas preciosas... odiadas... amadas...
realmente odiadas lembranças - era para garantir que ela nunca sentisse paz.
No entanto, isso importava? A outra metade do dia, Cameo desejava voltar para o guerreiro,
mesmo assim.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Por uma noite. Apenas uma noite.


Uma noite com ele tinha que ser melhor do que mil noites sem ele, certo?
Toda vez que pensava em voltar, o demônio ameaçava tomar suas memórias, apesar da
visão que ela tivera.
Não posso perder as lembranças de Lazarus. A maneira como ele sorria para ela a aquecia...
a maneira como ele a provocava a acalmava... ambas eram preciosas para ela. E seu beijo de
despedida... a incendiou, mudando o próprio tecido de seu ser.
Sou a mulher de Lazarus.
Precisava de uma distração e, lembrando o tratamento de Lazarus nas mãos de Juliette, a
Erradicatora, sabia exatamente o que fazer.
Enviou mensagem de texto para sua amiga Gwen, a Harpia consorte de Sabin, detentor da
Dúvida. Quando a resposta chegou, um arrepio de antecipação a atravessou. Colocou algumas
roupas em uma mochila e suas armas favoritas.
Enquanto entrava no corredor, a alegria e risadas flutuavam da sala de jantar no andar de
baixo.
Uma vez que Urban e Ever se reuniram com seus pais frenéticos - e as preocupações e os
temperamentos se acalmaram - todos os que não estavam no submundo ajudando Hades tinham
celebrado. Houve festas, karaokê ruim e muita bebida. Vinho de ambrosia para adultos, sucos
para as crianças.
Como todas as celebrações no passado, Cameo tinha observado a distância, não querendo
arruinar a diversão de todos.
Agora, dirigiu-se ao quarto de Viola. Toda grande guerreira deveria ter um companheiro,
alguém para protegê-la, e a deusa seria a dela.
—A caixa de Pandora está em jogo. Eu repito. A caixa de Pandora está em jogo.— A voz de
Torin surgiu dos alto-falantes estrategicamente colocados no teto. —Isso não é um exercício de
treinamento. Danika pintou uma nova cena, e Keeley finalmente conseguiu usar os artefatos para
entrar no escritório onde a caixa estava sendo mantida. Palavra-chave: Estava.
As comemorações no andar de baixo cessaram abruptamente. Cameo congelou, a mente
girando.
Danika era o Olho que Tudo vê, capaz de examinar os céus e o inferno, bem como o passado
e o futuro. Ela pintava as coisas que via.

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Keeley tratava as pinturas de Danika como mapas e os usava em conjunto com outros três
artefatos. A Gaiola da Compulsão, a Capa da Invisibilidade e, claro, a Haste Divisora.
Perguntas foram gritadas de diferentes áreas da casa. —Nós temos a caixa?
—Onde está a caixa agora?
—A Estrela da Manhã ainda está dentro dela?
—A caixa não está em nossa posse,— disse Torin, e suas palavras foram recebidas com
gemidos. —Ela foi mudada de lugar ou tomada. As mulheres estão procurando, e vão encontrá-la.
Não venham batendo na minha porta para repetir suas perguntas. Minhas respostas não vão
mudar. Eu lhes contei tudo o que sei.
Enquanto os murmúrios se levantavam da cozinha, o coração de Cameo trovejava. Quem
estava com a caixa? Teria sido aberta? Ela e seus entes queridos estavam destinados a morrer?
Uma sensação de urgência a atacou, seu grande arrependimento de repente desobstruído.
Se seus dias estivessem contados, queria sua noite com Lazarus, queria o prazer que ele lhe
prometeu.
Prazer que não poderia experimentar se estivesse morta.
Quando os imortais possuídos pelos demônios de Pandora faleciam, seus espíritos acabavam
dentro de um Reino Prisão. Baden, ex-guardião da Desconfiança, e Pandora, ex-dona da caixa,
escaparam do lugar apenas se tornando escravizados por Hades. Não, obrigada, de nada.
Se perguntando o que poderia ter sido... fantasiando, mas nunca sentindo Lazarus contra
ela... dentro dela... essa seria a verdadeira Tristeza.
Cameo lançou os dados sobre seu futuro e deixou Lazarus para trás, esperando que ele
encontrasse um caminho para o mundo mortal. Um erro, percebeu agora. Um erro que ela
poderia corrigir.
Novo plano. Encontre e lute contra Juliette, depois volte para Lazarus.
Lançou-se em movimento, passando por uma câmara cheia de cães do inferno, rondando,
rosnando e grunhindo. Baden tinha se casado com uma mulher que treinava os cães do tamanho
de cavalos.
Treinados, não domesticados.
Cada um dos cães mal mostrou as presas afiadas enquanto davam a Cameo um olhar de
irritação. Ela parecia um petisco? Oookay. Se movendo. Pegou o ritmo, virou a esquina...
E bateu em William, o Sempre Excitado, filho de Hades.

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Desde que o objeto da afeição de William tinha casado com outro homem, ele estava louco.
Um louco - tosse inexistente - com um parafuso a menos.
De acordo com as senhoras da casa, William era a razão pela qual Hades havia perdido a
primeira batalha contra Lucifer.
Ele a olhou com olhos mais azuis do que qualquer oceano. —Olhe para onde você está indo,
Tristeza.
—Tá certo. Mas é melhor você observar seu tom,— ela retrucou. —Por que está bancando o
emburradinho, afinal? Por que não está lutando por sua garota? O tempo é curto e...
Ele se encolheu, e ela apertou os lábios. Certo. Lazarus podia tolerar sua voz, mas poucos
outros tinham a mesma força. Enquanto estava aqui, precisava observar sua boca.
—O covarde do marido dela a escondeu de mim.— William levantou uma garrafa de uísque
meio vazia até os lábios.
O demônio riu. Não a considera meio cheia?
Isso importa? A garrafa é recarregável.
Gulp, gulp, gulp. Com a mão livre, William limpou a boca. —Alguém já mencionou que você
parece a morte?
—Todos sempre mencionam,— ela murmurou.
—Bem, você parece,— ele falou entredentes, talvez não percebendo que ela concordou com
ele. —Agora saia do meu caminho antes que eu seja forçado a cortá-la.— Apesar da ameaça, ele
tropeçou ao redor dela quando ela permaneceu no lugar.
Seus ombros roçaram os dela, sua tristeza pulsando sobre a pele. Tristeza ruminou com
prazer.
Uma lágrima quente deslizou pela bochecha de Cameo. —William,— ela chamou.
Ele estremeceu, mas a ignorou, e então se foi.
Com um suspiro, ela continuou em frente - e quase bateu em outro guerreiro.
Sabin, detentor da Dúvida, olhou para ela. —Sei o que você está planejando, e não estou a
bordo. Eu te proíbo de sair! Precisamos de você conosco, procurando a caixa.
—Você me proíbe?— Ela esbravejou com indignação. —Diga-me que você está brincando.
O grande guerreiro de cabelos negros com feições endurecidas pelas batalhas se encolheu,
assim como William, irritando-a. —Você sabe que não tenho senso de humor, Cam. Vamos. Ele a
forçou pelo corredor e a empurrou para dentro do quarto dele. —Vamos conversar sobre isso em
semiprivacidade.

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A linda Gwen estava de frente para uma cama amarrotada, mastigando o lábio inferior. Seus
cachos loiros morango estavam empilhados em um bolo bagunçado sobre a cabeça, e seu
pequeno corpo estava empacotado dentro de uma pequena camiseta e shorts mais curtos do que
qualquer coisa que Lazarus tivesse dado a Cameo.
Sabin apontou um dedo acusador para ela. —Acabamos de tê-la de volta. Nós...
Cameo deu um soco na cara dele.
Enquanto a cabeça dele se movia para o lado e o sangue escorria do lábio, Gwen aplaudiu. A
Harpia amava seu marido, mas também amava o poder das meninas.
Nos céus, Sabin tinha sido nomeado general do exército de Zeus. Lucien também. Eles
davam as ordens, dois grandes e maus Papais Smurfs contra Cameo, a pequena Smurfette. Eles
continuaram a dar ar ordens aqui no mundo mortal. Bem, não mais! Ela estava se encarregando
de sua vida.
—Que gancho de direita perfeito. Você melhorou e estou impressionado.— Ele esfregou
dois dedos no galo que ela deixara para trás. —Mas Juliette é um problema. Não precisamos de
mais problemas agora.
—Ela machucou meu amigo e ela pagará.— Sabendo que Sabin iria surtar se ela
mencionasse seu plano de retornar a Lazarus, mesmo por uma única noite, ela não ofereceu nada
mais.
—Seu amigo. Você quer dizer Lazarus, o homem que nosso irmão decapitou.— Ele olhou
para o teto e murmurou. —Diga-me que a mulher que eu treinei não é tão tola.
Sussurros de Dúvida passaram por sua mente. E se Lazarus só quisesse estar com você para
punir Strider? E se ele estivesse dormindo com outra pessoa? E se...
Ela jogou os braços para o ar. —Coloque uma focinheira no seu demônio. Agora!
—Desculpa,— ele murmurou.
—Olhe, sei que você está preocupado comigo, mas eu sou uma garota grande. Eu fiz isso.—
Ela deu um tapinha na bochecha dele. —Eu te amo mesmo que você seja um idiota e eu
retornarei.— Depois de passar uma noite com Lazarus, perdida em um mar de paixão.
—Sim, mas você vai voltar inteira?— Sabin brincou.
—Sem promessas.
—Se você atacar Juliette,— Gwen disse, —toda a família Eagleshield irá atrás de você.

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—Conheço os riscos. Eu não ligo.— Lazarus disse a Urban que o melhor presente para dar ao
seu namorado era a cabeça cortada de um inimigo. Cameo o presentearia com algo ainda melhor -
as mãos de Juliette.
Ele vivia por essa vingança, e ela iria dá-la a ele.
Tentando comprar a afeição dele? Tristeza a menosprezou. Que vergonha!
—Cameo...
—Eu vou, e ponto final!— Ela saiu marchando do quarto.
Para sua surpresa, Viola esperava no corredor, vestida como uma gata, com roupas de
couro, pronta para a batalha. A princesa Fluffikans dançava entre os tornozelos dela.
—A missão de lutar contra Juliette Eagleshield ainda está de pé?— Viola perguntou.
Como ela sabia?
Bem, não era necessário um leitor de mentes para descobrir a resposta. Torin. Seus
microfones e câmeras de segurança estavam em todos os lugares. Além disso, ele conhecia Cameo
melhor do que a maioria. Ele a viu em seus piores momentos e até a ajudou a juntar os pedaços.
Apesar de seu relacionamento romântico falido, ele a amava, queria o melhor para ela. Queria que
estivesse protegida. Conhecendo o plano de Cameo para falar com Viola ou não, ele agiu de
acordo.
—Isso...— Cameo sacudiu. Uma borboleta tinha acabado de atravessar o corredor para
pousar no ombro da deusa. Um sinal de destruição iminente.
Ou sucesso iminente, de acordo com Lazarus.
Respire fundo. O sinal - bom ou ruim - não importava, decidiu. Seus objetivos eram muito
importantes. Não podia recuar.
Ela assentiu. —Absolutamente está de pé.

CAPÍTULO 15

“Seja o monstro que os outros monstros temem.”


—Verdades Eternas para Todo Homem

Lazarus voltou ao portal. Ele dispensou seus soldados, preferindo estar sozinho com sua
loucura.
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O mundo mortal estava a apenas cinco passos de distância. Seus inimigos estavam lá. Cameo
estava lá.
Havia ficado três dias sem ela. Muito tempo. Um fato que o desnorteou. Na última vez em
que se separaram, a separação o irritou, mas ele conseguiu suportar. Desta vez, não estava
suportando. Seu humor ficava mais sombrio a cada segundo.
Sua conversa com Rathbone continuou a passar por sua mente, torturando-o.
—Você a caçará?
—Você sabe que não posso deixar os reinos espirituais.
—Você é Lazarus, único filho do Monstro, não é?
—Sim.
—Então não sei de mais nada.
O guerreiro acreditava que Lazarus poderia passar pelo portal sem acabar no vazio? Por
quê? Como? Nada mudou. Ele...
Isso não é verdade. Muitas coisas mudaram. Sua aliança com Hades. Isso o teria fortalecido?
A atração que o portal agora tinha sobre ele. Por quê? A maçã pendurada no pescoço... Um ser
vivo pode ou não estar preso dentro dele. Outro meio de força? O espelho mágico. Uma vez que
revelou possíveis futuros para Cameo, ele o trouxe com ele. Talvez tivesse o poder de reuni-lo com
sua mulher, talvez não.
Desesperado o suficiente para tentar qualquer coisa.
Porém. Mais de suas veias preencheram com cristais. Logo não poderia esconder a
transformação dos outros. Certamente uma fraqueza.
Se ele acabasse no vazio, perderia um tempo precioso. Outro imortal poderia assumir seus
domínios, roubar seu exército. Quando voltasse, teria que perder mais tempo lutando contra o
novo rei.
Se acabasse no mundo mortal, teria que desistir de seu exército, mesmo assim.
Mordeu a língua até provar o gosto metálico de sangue. Teria que casar com uma rainha
mais cedo e não mais tarde. Não haveria maneira mais rápida de recuperar o poder que perderia.
Uma chance de vingança valia o risco? Não. Ele podia esperar, como sempre planejara
esperar, para que Hera e Juliette morressem e acabassem nos reinos espirituais.
Poderosos imortais morriam todos os dias. Ele era uma prova disso.
Cameo valia o risco, considerando que não poderia mantê-la?

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Não havia necessidade de refletir sobre a resposta. Sim. Cameo valia a pena qualquer risco, e
a ironia não estava perdida. Ela era a guardiã da Tristeza, mas só ela poderia fazê-lo feliz.
Com uma mão, Lazarus pegou o espelho. Com a outra, alcançou sua mochila e retirou um
coração de amazona recém-arrancado.

Cameo e Viola entraram na Downfall lado a lado. A discoteca imortal estava localizada no
terceiro andar dos céus, onde o mal e o bem colidiam frequentemente. Era de propriedade de três
Enviados. As paredes e o chão pareciam ser feitos de nuvens finas e brancas, permitindo que os
ocupantes vissem o céu negro e as estrelas brilhantes além e embaixo do prédio. Um fenômeno
surpreendente, já que essas nuvens eram sólidas ao toque.
O aroma de licor, sexo e perfumes fortes pendia no ar. O calor propiciava duas situações,
encorajar a beber ou a se despir. Provavelmente ambos.
Cameo viu os espelhos no teto e gemeu. Todo demônio vinha com uma série de falhas, e os
espelhos eram uma falha para os narcisistas. Sempre que Viola via seu reflexo, ficava fascinada.
Qualquer um poderia atacá-la, e ela nunca perceberia antes, nem reagiria até que fosse muito
tarde.
—Não olhe para cima,— disse Cameo. —Por favor.
—Por quê?— Claro que Viola tentou olhar.
Cameo pegou no queixo dela e manteve seu olhar. —Confie em mim.
—Há um espelho, não há?— A deusa mastigou o lábio inferior. —Certamente, posso dar
uma olhadinha... Eu sou linda demais.
—Absolutamente. Dê uma olhada. Fique vulnerável a todos no clube. Você poderia se tornar
uma piñata11 imortal. O sonho de todas as meninas!
Um estremecimento balançou Viola nos saltos de prostituta. —Certo. Sem olhares. Estamos
aqui para encontrar um delicioso beefcake12 e...

11

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—Não. Para encontrar a Harpia. Juliette. Sem beefcake.— Como se alguém a tentasse.
Enquanto Cameo se lembrasse de Lazarus, ele seria seu padrão. Ninguém poderia se comparar.
Viola balançou as sobrancelhas para um shifter urso. —Pode ser uma fatia de beefcake?—
Fluffy sentou-se a seus pés, grunhindo a qualquer homem que passasse. —Estou com fome de
distração.
—Bem, considere que hoje você vai consumir baixas calorias, sem glúten e cem por cento
vegano.
Um homem que ela não conhecia a olhou, desviou o olhar e depois a encarou. Ele passou a
língua pelos lábios como se já pudesse provar seu beijo.
Ele não a queria, na verdade. Ontem, depois de ter tomado a decisão de passar uma noite
com Lazarus, o desejo começou a ferver dentro dela. Desejo que ela agora irradiava, bem como a
tristeza. Os homens que ela encontrou reagiam com entusiasmo.
Quando este caminhou em sua direção, seu deslizamento gracioso sugerindo que era um
vampiro, ela segurou uma adaga em advertência. Ele sorriu com satisfação, revelando os caninos e
continuou vindo.
Ela disse: —Quer ter uma discussão sobre coisas profundas e significativas?
Enquanto sua voz flutuava acima da música, ele se encolheu e recuou.
—Sim, foi o que pensei,— murmurou, escondendo sua dor por trás de uma máscara
inescrutável. Sou repelente de homem.
Tristeza riu com sua alegria habitual. Lazarus se alegrou de se livrar de você.
Ela engoliu um grito de angústia. O demônio adorava salpicá-la com afirmações às quais ela
não podia refutar. Uma arma insidiosa em seu arsenal de maldade.
Lazarus ficaria feliz em vê-la? Ou tinha percebido que estava melhor sem ela?
—Dica de amiga,— disse Viola por trás da mão. —Quando o homem bonito quiser flertar
conosco e pagar nossas bebidas e aperitivos... Ei, quer dividir as batatas fritas com queijo?
—Não. Qual é a sua dica de amiga? Eu não deveria falar?
—Não seja ridícula.— A deusa acenou com uma mão desdenhosa. —Eu sugeriria que você
roubasse a carteira dele antes de falar.
Não é um conselho muito ruim.

12 Homem atraente e musculoso na gíria americana. Mas separadamente as palavras beef significa carne e cake significa bolo.

E devido a isso Cameo e Viola fazem trocadilhos relacionados aos carinhas sarados que elas provavelmente encontrarão na
boate.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Cameo fez o melhor para bloquear Tristeza de seus pensamentos enquanto examinava o
clube. Uma banda ao vivo tocava em um palco no canto, calcinhas espalhadas em torno de seus
pés. Na pista de dança, machos e fêmeas de todas as raças imortais se retorciam em maliciosa
harmonia. Vários bartenders ocupavam um bar cheio demais.
Um dos bartenders, um homem bonito com o cabelo rosa, olhou para Viola e deixou cair um
copo. A cor drenou de seu rosto, deixando-o pálido.
—Você o conhece?— Perguntou Cameo, apontando. Ele tinha um aspecto muito distinto.
Lágrimas de sangue estavam tatuadas nos cantos de seus olhos e um anel de aço projetava-se do
lábio inferior.
—Eu não diria que o conheço. Diria que uma vez o destruí,— respondeu Viola, o tom
brando, mas olhos torturados. —Tenho certeza de que ele não tem sentimentos afetuosos por
mim.
Uma lista de coisas que Cameo confiava mais do que as garantias de Viola: chiclete grudado
no fundo das mesas, um inimigo armado em suas costas e um buffet de jantar oferecido por
Lucifer, o Destruidor.
O bartender correu por uma porta nos fundos, desaparecendo de vista. Em segundos,
apareceu outro macho. Asas brancas e douradas arqueadas sobre os ombros. Era um Enviado.
Cameo nunca o conheceu, mas, a julgar pelos cabelos brancos reveladores, pele de alabastro com
cicatrizes e olhos vermelhos que proclamavam sua identidade, era Xerxes. Um dos proprietários
do clube.
Seu olhar pousou em Viola e estreitou-se.
—Você o conhece?— Cameo apontou. Se o assassino de demônios tivesse uma queixa
contra Narcisismo, ele teria uma queixa contra Tristeza também.
—Definitivamente não.— Viola se curvou para acariciar Fluffy atrás das orelhas. —Agora. O
que eu estava dizendo? Tenho certeza que você estava atenta a cada palavra.
Cameo assistiu com medo quando Xerxes moveu o olhar pelo clube e deu um sinal quase
imperceptível para...
Outro Enviado, que atravessou a multidão, indo direto para Viola. Cameo o encarou,
maravilhada. Ele parecia... não podia ser... mas sua imagem nunca mudou. Cabelos pretos
ondulados, olhos azuis vibrantes e feições cinzeladas geralmente encontradas em fantasias
femininas - ou no reflexo de William, o Sempre Excitado.

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Eles não podiam ser gêmeos. Este cara parecia mais jovem e menos endurecido pela vida.
Bem, isso, e ele tinha magníficas asas de ouro branco.
De jeito nenhum William estava relacionado a um Enviado. De jeito nenhum, não, não.
O macho parou na frente de Viola e sorriu o sorriso de um pecador. Exatamente como
William. —Olá, senhoras. Eu sou Axel, o homem dos seus sonhos.
Algo que William teria dito.
Cameo assentiu com uma saudação, querendo dilatá-lo com perguntas. Não há motivo para
arruinar sua noite.
—Na verdade,— Viola disse, —Sou a mulher dos meus sonhos, e estou em um
relacionamento comprometido comigo mesma.
—Estou intrigado.— Ele ofereceu seu braço, e a deusa aceitou sem hesitação, como se sua
admiração fosse devida. —Me diga mais.
—Prepare-se para ficar fascinado.
Os dois se afastaram, sua conversa logo afogada pela música. Como companheiros.
—Viola,— ela chamou. —O perigo com desconhecidos é real. Você não deveria...
Sem olhar para trás, a deusa fez o sinal de joinha com o polegar. As pessoas ao seu redor
começaram a soluçar.
Os ombros de Cameo levantaram. Ela não iria perseguir sua amiga, tratando Viola do jeito
que Sabin a tratara. Como se ela fosse inválida incapaz de se proteger. Confiava em Viola para
cuidar da própria segurança.
Cameo voltou sua atenção para caçar sua presa. Graças a Gwen, sabia que Juliette
Eagleshield estaria... Lá!
Oh, uau, Cameo tinha esquecido como ela era linda. Alta e tonificada com cabelos escuros e
olhos cor de lavanda. Um homem poderia ficar bêbado olhando aqueles olhos.
A Harpia bebeu uma dose rapidamente, ergueu os braços e gritou: —Uhu!— Ela usava uma
regata roxa e minissaia, a riqueza de tatuagens nas pernas exibidas perfeitamente. Em vários
lugares, diferentes símbolos se uniram, criando uma ilusão de ótica, fazendo com que sua pele
parecesse tão delicada quanto renda.
Quando Juliette jogou a cabeça para trás e riu, um toque de inveja cortou Cameo.
Por que Lazarus iria querer você, uma festa de auto piedade esperando por acontecer, e não
ela, uma festa de prazer?

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Cameo levantou o queixo. A resposta não importava. Juliette havia cortado as mãos de
Lazarus. Mais de uma vez! Hoje Cameo cortaria as dela.
Determinada, fechou a distância.
Xerxes entrou em seu caminho, parando-a. —Lutas não são permitidas dentro do clube.—
Seus olhos vermelhos brilhavam tão ameaçadores quanto inusitados. De perto, suas cicatrizes se
destacavam em contraste com a pele pálida, e ficou óbvio que eram marcas de garras.
Não havia como evitar. Ela tinha que falar. —Como sabe que planejo lutar?
Ele encolheu os ombros ligeiramente antes de apontar para a mão dela. —Você está
agarrando uma adaga.
Ela estava... Oops. Não se lembrava de segurar uma.
Cameo guardou a arma. —Feliz agora?
—Não.— Movendo-se com uma velocidade que ela não conseguia acompanhar, ele
reivindicou a adaga e sua gêmea.
Tanto faz! Da cabeça aos pés, ela era uma arma.
—Vou guardá-las até que você esteja pronta para sair,— disse. —Não temos motivo para
brincar com a tentação.
—Bem. Mas só para que fique claro, vou empurrar aqueles punhais em seus olhos se você
ou seus amigos prejudicarem Viola.
Surpresa se registrou em seu rosto, suavizando as feições. —Nenhum mal virá para ela.
Ela acreditou. Os Enviados eram incapazes de mentir.
—E nem a você,— acrescentou. —A menos que cause problemas aqui.— Ele se afastou,
desaparecendo na multidão, apesar de seu tamanho e aparência única, uma façanha que exigia
talento.
Bem. Era hora de causar problemas.
Finalmente, Cameo chegou às Harpias. Nada em sua voz, além de mágoa e desespero, ela
disse, —Juliette, a Erradicadora.
Juliette se encolheu, mas rapidamente cobriu a ação arqueando uma sobrancelha escura. —
Cameo, Mãe da Melancolia. Sugiro que dê o fora. Seu amigo matou meu consorte.
Ela passou a língua pelos dentes. —Ele não era seu consorte. Ele era seu escravo. E por que
eu sairia? Vou limpar o chão com a sua cara.

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A Harpia ficou tensa, mesmo quando as lágrimas encheram seus olhos. Na verdade, todas as
Harpias à mesa ficaram tensas. Seis no total. Significado, seis pares de olhos lacrimejantes focados
em Cameo e cintilando com fúria. Estamos com um bom começo, então.
—Olhem para quem decidiu roubar um par de bolas.— Juliette passou a língua sobre a
borda afiada de um incisivo, imitando Cameo. —Muito ruim para você, sabemos que as bolas
pertencem ao Hades. Estamos em diferentes lados da guerra, e você acha que ele pode protegê-
la. Notícia de última hora. Ele não pode. Não se engane, vou arrancar seus membros e enviá-los
para sua família.
A multidão de imortais percebeu a discussão e formou um círculo em torno de Cameo e das
Harpias. A música parou e o silêncio reinou. Então os murmúrios começaram a se erguer da
multidão.
—Você está filmando isso?
—É Cameo, detentora de Tristeza? Aposto cinco dólares que estamos prestes a descobrir se
vermelho sangue é a cor que mais combina com ela.
—Uma vez vi Juliette arrancar a coluna de um homem - pela boca. Cameo vai se dar mal.
Todos assumiram que a Harpia a venceria? Uau! Isso a irritou.
Sua derrota será humilhante, disse Tristeza e vangloriou-se.
Tristeza ameaçava afogá-la. Não! Aqui não. Agora não. Eu posso fazer isso. Eu vou fazer isso.
Se conseguisse controlar seus pensamentos, conseguiria controlar suas emoções. Ela conseguiria.
Três Enviados se dirigiram para frente do círculo - Xerxes e os outros proprietários, Bjorn e
Thane, lançando as pessoas fora do caminho.
Sem luta no clube? —Hipócrita,— ela murmurou.
Bjorn tinha cabelos escuros, pele bronzeada e o mais espetacular par de olhos coloridos
como o arco-íris. Thane tinha cachos loiros inocentes, mas olhos azuis endurecidos. Todos os três
machos irradiavam maldade quando cruzaram os braços sobre seus enormes tórax, desafiando
Cameo e Juliette a fazer o primeiro ataque.
Cameo manteve sua posição. —Você machucou Lazarus,— ela sibilou para Juliette. —Agora
eu machucarei você.
Os olhos de lavanda se estreitaram para pequenas fendas. —Lazarus é meu consorte, agora
e para sempre, na vida e na morte. Meu! Ele não é nada para você.

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Pegando emprestada uma página do livro de estratégias de Viola, Cameo afofou o cabelo
como se não tivesse nenhuma preocupação. —Você tem certeza? Acabei de passar o fim de
semana com ele.
Tremores passaram pela Harpia. —Você o encontrou nos reinos espirituais?
—Encontrei... beijei.
—Beijou...— Com um grito, Juliette se lançou para ela.
Pouco antes do contato, uma mancha preta bateu na Harpia, derrubando-a. Fluffy, Cameo
percebeu, chocada até o fundo da alma. Ele agarrou o rosto de Juliette, um feixe de raiva, e a
Harpia gritou de dor.
A multidão ofegou coletivamente e recuou. Alguém deve ter tropeçado em outra pessoa,
porque uma luta entrou em erupção. Os Enviados entraram em ação, fazendo o melhor para parar
o pior da violência.
Uma das amigas de Juliette puxou uma adaga fina e prateada da pulseira de couro ao redor
do pulso. Uma adaga que ela balançou para Cameo.
Reflexos bem aperfeiçoados, Cameo deu um soco. Seus nódulos quebraram o osso da
bochecha da Harpia.
Viola apareceu em um sopro de fumaça carmesim. Não mais angelical, parecia o demônio
que vivia dentro dela. Dois chifres se estendiam de seu couro cabeludo. Escamas vermelhas
haviam substituído sua pele, e seus olhos brilhavam como rubis radioativos. Caninos afiados e
mortais cresceram de suas gengivas, e suas unhas se alongaram em garras. O cheiro de enxofre
saltou dela.
A deusa cortou o pescoço da oponente de Cameo - como se fosse um pedaço de manteiga.
O sangue pulverizou, a Harpia agarrou o tecido recém-rasgado, desesperada para respirar, mas
incapaz.
Os Enviados concentraram seus esforços em Viola, mas não conseguiram detê-la. Ela era
simplesmente muito forte. Enquanto ela trabalhava através das Harpias, cortando qualquer uma
ao alcance, a mesa caiu e vidros quebraram.
Cameo aproveitou a oportunidade para atacar Juliette, que ainda não havia conseguido se
esquivar do diabo da Tasmânia. Ela chutou a vaca no estômago... então chutou novamente
quando a Harpia se encolheu, engasgada.
Fluffy soltou-a - mas levou um pedaço da orelha da Harpia.
Cameo deu um tapa na cara da Harpia, enviando-a tropeçando na multidão amotinada.

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Juliette ofegando e bufando, jogou outra mulher em cima de Cameo - uma sereia - fazendo
as duas tropeçarem para trás. Enquanto lutava para se firmar, a Harpia pegou um pedaço de vidro
quebrado e saltou.
O impacto levou Cameo para trás. Quando ela bateu em uma mesa, Juliette tentou golpeá-la
duas vezes. Cameo se esquivou as duas vezes, tropeçou sobre uma cadeira, mas de alguma forma
manteve um aperto no pulso da Harpia, salvando-se do desmembramento.
Um braço musculoso, de repente, enrolou a cintura de Juliette, tirando-a de cima de Cameo.
—Solte-me!— A Harpia gritou, lutando pela liberdade.
Sem dizer uma palavra, Thane a levou para a varanda, abriu as asas e lançou-se no céu.
Cameo saltou, com a intenção de correr para... não tinha certeza. Não podia segui-los. Um
braço musculoso enrolou-se em torno dela. Um braço com cicatrizes. Xerxes. Bjorn, ela notou,
finalmente conseguiu segurar Viola enquanto uma rosnante Fluffy atacava seus tornozelos.
—Quebre nossas regras,— disse Xerxes com os dentes cerrados, —e enfrente nossa ira.
—Machuque-a,— uma voz áspera e masculina anunciou, —e morra.
O coração de Cameo disparou contra suas costelas. O resto dela se imobilizou, vibrando
com... antecipação?
Ah sim. A multidão se separou, e um Lazarus furioso surgiu.

CAPÍTULO 16

“Se você facilita algo para si mesmo, facilita o trabalho de seu inimigo. Portanto, torne-o difícil.
Melhor ainda, torne-o inclemente. Torne-o muito, muito difícil.”
—Verdades Eternas para Todos os Homens

O homem que segurava Viola em seus braços, entregou-a para um Enviado caído chamado
McCadden, como se ela fosse leve como uma sacola de calcinhas. O bartender tatuado com
cabelos cor-de-rosa apertou-a junto ao corpo e, num esforço para escapar do caos que eclodiu ao
surgimento de Lazarus, correu da sala.
Sem asas, ele não podia deixar o prédio. Precisaria de ajuda. A menos que possuísse a
capacidade de se teleportar?

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Pouco antes de McCadden aparecer na esquina que conduzia a um corredor de escritórios, o


olhar de Viola pegou o de Cameo. A linda moça parou de encarar seu homem com admiração para
procurar Viola. Certamente, uma façanha de força inimaginável, considerando que o maravilhoso
Lazarus havia sido decapitado e agora andava entre os vivos. A beleza de cabelos escuros
pretendia lançar um resgate para ela? Que fofo.
Eu fiz uma amiga verdadeira?
Viola balançou a cabeça, dizendo silenciosamente a Cameo que recuasse. Ela ficaria bem. Ela
devia McCadden, e, pelo menos por uma vez, pagaria sua dívida. Enfrentaria sua ira em vez de
usar sua habilidade de desaparecer em um piscar de olhos. Por que... porque sim!
Cameo assentiu com a cabeça.
Fluffy mordiscou os calcanhares de McCadden, recusando-se a deixar sua mãe fora de sua
visão.
O Enviado caído a levou para um escritório luxuoso com espaço suficiente entre cada peça
de mobiliário para receber o fácil deslizamento de asas. Ele fechou a porta, fechando-a com ele.
Sozinho. Uma risada suave ecoou entre eles, um alerta ameaçador.
Viola se afastou de seu abraço, ficou em pé e virou as costas para ele, algo que normalmente
não teria feito. Não confie em ninguém além de si mesma. Bem, e Fluffy. Mas esse homem não a
machucaria; sabia disso com todas as fibras de seu ser.
Além disso, Fluffy ficou de guarda sobre ela. Estava em frente à ela, as presas descobertas
em advertência.
—Você sabe quem eu sou, deusa?— Perguntou McCadden suavemente.
—Eu...— Narcisismo costumava limpar sua memória da mesma maneira que Tristeza tão
frequentemente limpava a de Cameo. Mas ele não tinha apagado os bons tempos em um esforço
para mantê-la atolada em lamentações. Ele apenas apagou as coisas que ela tinha feito para
arruinar sua alta opinião de si mesma, tudo em um esforço para mantê-la orgulhosa. Uma
condição que uma vez elogiara. Eu sou maravilhosa. Por que lutar contra isso?
Mais cedo ou mais tarde, o orgulho sempre a levava a uma queda muito dura.
Um dia, Narcisismo percebeu que a felicidade de Viola manchava a dele. Ele se fortalecia
apenas quando dilacerava os outros. Incluindo sua hospedeira. Ele só desfrutava de seu poder
quando enfraquecia intencionalmente os outros. Novamente, incluindo sua hospedeira. Ele sentia-
se no controle somente quando fazia com que outros perdessem o deles. Sim, incluindo sua
hospedeira.

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Essa era a natureza de um demônio. De todos os demônios. Os demônios não eram algo que
você poderia aceitar e aplacar. Não eram ursos de pelúcia que só precisavam do amor de uma boa
mulher. Não era um mal que poderia ser usado para sua vantagem. Eles destruíam. Sempre.
Devastavam simples e fácil. E só desejavam mais destruição, cada vez mais devastadoras.
Às vezes, quando o restante do orgulho de Viola queimava até as cinzas, Narcisismo
enfraquecia-se e se retirava para o fundo de sua mente, sua presença dificilmente discernível. Ela
se lembraria das coisas que havia feito e dito e seu coração se quebraria. Cairia de joelhos e
soluçaria, forçada a reconhecer que, ao render-se ao mal, ela se tornara má.
Mas o demônio sempre se recuperava e o ciclo sempre recomeçava. Ela se reconstruía, mas
destroçava os outros. E isso a destroçava. Angústia que rivalizava com a de Cameo. Um
ressurgimento do orgulho.
Esta era uma vez que queria cair de joelhos e soluçar. Não que faria isso na frente de uma
audiência, especialmente uma audiência que incluía McCadden. O homem tolo faria tudo o que
estava ao seu alcance para consolá-la.
Ela não merecia nenhum consolo.
—Sim,— ela disse. —Eu sei.
—Fico feliz por isso.
—Não deveria.— Ela envolveu os braços em torno de si mesma para mascarar seu tremor.
Ela havia pegado as peças de seu coração destruído inúmeras vezes, e poderia fazê-lo novamente.
—Já provei que sou sua queda.
Quando ele não ofereceu resposta, ela andou pelo escritório. O recinto espaçoso tinha um
teto alto e abobadado, estantes de livros emoldurados em ouro e colunas esculpidas para
assemelhar-se a imortais específicos. Ela reconheceu Thane, Bjorn e Xerxes, mas não a fêmea que
parecia estar engolida por chamas.
Obviamente, uma Fênix... A esposa de Thane? Sim, sim claro. De acordo com as fofocas, o
Enviado com aparência mais angelical estava absolutamente fascinado por sua ardente Elin. Por
que ele não ergueria uma estátua em homenagem a ela?
Oh, ser amada dessa maneira.
Eu amo você, disse o demônio.
Mentiroso!
—Você sempre foi minha queda,— disse McCadden, com a voz suave.
As palavras a arrancaram de seu indulto momentâneo.

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Ele quis dizer o que dissera literalmente. Ele desistiu de seu lugar entre os Enviados,
permitindo que suas asas fossem cortadas, sua posição nos exércitos fosse despojada e sua casa
fosse dada a outro, simplesmente pela chance de estar com ela.
Narcisismo tinha se alimentado da adoração dele. Afinal, Enviados eram o seu lanche
favorito. Talvez porque os Enviados carregassem um pedaço de Amor em seus corações, um
presente de sua exaltada linhagem. Eram filhos da Verdadeira Divindade, que era mais poderosa
do que os gregos, os titãs e qualquer outra raça de imortais. Os Demônios desprezavam a
Divindade Verdadeira e seus seguidores, e desfrutavam de grande alegria ao vê-los enfrentar a
destruição.
Narcisismo usava Viola para fazer seu trabalho sujo.
Como a deusa da Vida após a Morte, ela poderia drenar a força da vida de qualquer pessoa.
Simplesmente precisava de permissão, fosse permissão consentida de forma consciente ou
involuntária.
Na noite em que conheceu McCadden, sentiu um alvo fácil. Rejeitado por sua família por...
uma razão que ela escolheu não ouvir, ele estava desesperado por carinho. Ela sorriu e ligou o seu
charme, e em apenas algumas semanas ele entregou sua força de vida em uma bandeja de prata,
permitindo que ela alimentasse Fluffy, mantendo seu animal de estimação amado vivo por mais
um século ou dois.
Não me sentirei culpada, não me sentirei culpada, maldição, não me sentirei culpada.
Depois, ela se afastou de McCadden, deixando-o para seu destino condenado, certo de que
nunca mais falaria com ele.
Como ele pode me olhar com tanta bondade?
Ela queria que ele a arrasasse e gritasse com ela.
—Ainda te amo,— disse ele.
Ela balançou a cabeça, inflexível. —Você não pode. Eu o sentenciei ao inferno.
Ele bateu um punho contra o peito, inflexível. —Eu sei o que sinto.
Os olhos dela queimavam. Não chore. Aqui não. —Os sentimentos mudam,— ela sussurrou.
—Além disso, olhe onde seus sentimentos te trouxeram.
Mil gritos eclodiram dentro de sua cabeça - e eram todos dela. Queria gritar com ele: Você é
um idiota! Proteja-se de danos adicionais! Ela só faria o que se provasse melhor para ela e para o
animal de estimação e, portanto, para o demônio.

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161
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Senhores do Submundo 13

Ela servia ao demônio há tanto tempo, que ele ganhara uma fortaleza dentro dela. Algemou-
a com grilhões invisíveis. Agora ele era dono dela.
Mas era assim que o mal trabalhava, não era?
No início, a escuridão do demônio não tinha sido senão uma pequena semente. Quanto mais
atenção ela dava a ele, quanto mais ela o regava, maior e mais forte ele ficava. Até que suas raízes
ancorassem profundamente dentro dela, seus ramos e folhas a protegendo de qualquer indício de
luz.
—Meu irmão prometeu encontrá-la e recuperar o que você roubou de mim,— disse ele.
—Não resta mais nada para reclamar.— Era a verdade. Em breve, a Fluffy mortal precisaria
de outra infusão de poder, e Viola procuraria outro Enviado. Qualquer imortal serviria, mas oi?,
por que não matar dois pássaros com uma só pedra? Salvar Fluffy e aplacar Narcisismo.
Além disso, os Enviados tinham as forças de vida mais puras. —Odeio ser a portadora de
más notícias, mas se o seu irmão lutar comigo, farei com ele o que fiz com você.
Não posso perder meu bebê. Simplesmente não posso. Ele se tornara seu melhor amigo, sua
única fonte de conforto... sua família. Sua família super-protetora, com presas, raivosa e feliz.
Ela se odiaria por ferir outro imortal, e provavelmente choraria, mas faria o que precisava
ser feito sem hesitação.
McCadden apertou os punhos e ela notou as pequenas garras que saíam por debaixo de
suas unhas. Ele começara sua transformação, então. Muitas vezes, os Enviados passavam a ter a
mesma aparência dos demônios que anteriormente eles caçaram.
—O nome do meu irmão é Brochan,— ele continuou como se ela não houvesse falado. —Ele
é... era... o melhor matador de demônios já nascido. Ele cortava hordas como manteiga.
—Seu nome é Quebrado13? Sério?— Pobre cara tinha sido ferrado desde o primeiro dia.
McCadden continuou. —Pronuncia-se B-R-O-C-H-A-N. Talvez você tenha ouvido falar dele?
Ele caiu, mas ainda possui asas. Ele escapou para o céu antes que as asas pudessem ser
removidas.— A inveja agora deixava o tom dele mais profundo. Ele sentia falta das asas, e ela não
se sentiria culpada - não podia se sentir. —A maldade o infectou, torceu-o... transformou-o em um
monstro.
Caído... com asas... torcido...
Monstro.

13Broken em inglês é quebrado. E tem a mesma pronúncia que Brochan (uma palavra gaélica usada tanto na Escócia quanto
na Irlanda).

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162
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Tinha que ser a sombra dela. Aquele que a chamava de “abandonada”.


Durante alguns segundos, seu coração esqueceu-se de bater. Agora, pelo menos, sabia o que
a besta de pele azulada e de olhos prateados havia planejado para ela.
Ele planejava destruí-la. Puni-la por seus crimes contra seu irmão.
Mas por que ele já não havia atacado? Tivera várias oportunidades, e, no entanto, só a
avisara.
Talvez ele tentasse atraí-la para um falso senso de confiança? Talvez planejasse fazer com
ela, o que ela havia feito com seu irmão, de bom grado cedendo seu coração para ele, deixando-a
com nada?
Ela deveria temer a próxima batalha, mas estava em uma expectativa que nunca
experimentara.
—Se você ficar aqui,— McCadden disse, —Eu a protegerei do meu irmão. Os outros também
a protegerão. Eles juraram isso.
Quebre-o de uma vez por todas. Termine com ele, então ele vai parar de cuidar de mim e
começar a cuidar de si mesmo.
—Os outros são tolos,— disse ela. Por fim, encontrou seu olhar, permitindo que suas feições
se endurecessem bem diante dos olhos dele. —Mas você é pior. Você procura proteger aquele
que te feriu - aquele que te prejudicará novamente - e você pediu aos seus amigos que façam o
mesmo.
Seja cruel para ser gentil. Um lema tão enganador como o demônio, mas um no qual ela se
agarrou, para que finalmente não desmoronasse.
A devastação escureceu os olhos dele e sim, as presas se estenderam das gengivas. Tornava-
se um dos demônios que ele havia matado uma vez.
—Você não quis dizer isso.— Pela primeira vez, ele balbuciou.
Seja. Cruel. Para. Ser. Gentil. Ela girou uma mecha do cabelo pálido em torno do dedo e
ofereceu o sorriso mais amoroso. —Você não é o primeiro homem a se apaixonar por mim, e não
será o último. Pelo menos os outros tiveram as bolas para me odiar depois. Sugiro que faça o
mesmo antes que eu tome mais do que sua masculinidade.
O corpo dele estremeceu... ou vibrou com a crescente raiva. Quando ele deu um passo
agressivo em sua direção, as portas se abriram e a besta - Brochan - entrou na sala. Ele pousou
entre Viola e McCadden, seu olhar em Viola.
Fluffy grunhiu, seu pequeno corpo vibrando de fúria.

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Ela nunca esteve tão perto de seu perseguidor, só o viu a distância, em diferentes alturas.
Em um terreno nivelado, ele se elevava sobre ela, uma fortaleza de músculos e hostilidade. Suas
asas se abriram, esticando de parede a parede, as pontas negras com odor de sangue e cinzas. Seu
rosto... antes ela pensava que de alguma maneira se cruzava entre o grotesco e o requintado.
Agora ela sabia. Ele era magnífico. Tinha tantos cílios que se enroscavam nas extremidades. E
sardas! Tinha três sardas embaixo do olho esquerdo. Seu queixo tinha uma fenda adorável,
basicamente um sinal que dizia Lamba aqui.
Narcisismo começou a se perguntar se fazer uma criatura tão poderosa se apaixonar por ela,
seria o seu maior sucesso. As primeiras faíscas de pânico floresceram no peito de Viola.
Brochan estendeu um dedo em forma de garra, apontando para ela. —Abandonada.
McCadden pegou seu irmão pelo ombro, mas Brochan o sacudiu facilmente e se moveu em
direção a ela.
Com o coração batendo contra as costelas, Viola pegou Fluffy em seus braços e se
teleportou. Recuando. Algo que dissera a si mesma que não faria.
Mas precisava de tempo. Hora de planejar seu próximo passo.

Lazarus lutou para controlar a raiva que borbulhava, o choque impressionante e a excitação
abrasadora.
Cameo estava aqui, finalmente ao seu alcance, e outro homem ousara colocar os braços ao
redor dela. A possessividade o consumiu, e as veias de Lazarus queimavam à medida que novos
cristais se formaram.
Decidiu lidar primeiro com o choque, não querendo obstáculos para o seu prêmio. Sua
mulher, e a morte do Enviado que a abraçava.
Ele conseguiu! Realmente entrou no mundo mortal.
Ao entrar no portal, experimentou uma privação sensorial total. Pensou que tinha jogado e
perdido. O conhecimento despertou seu monstro interior, suas presas e garras voltando, os
cristais em suas veias latejando. Mas, enquanto latejavam, as luzes começaram a pulsar e a

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desfocar. Segundos depois, ele caiu, desceu, desceu, pousou em um campo aberto de flores
silvestres. Ninguém estava por perto. Nem espírito, nem humano, nem imortal.
Cauteloso, incerto, mas não ousando ter esperanças, se teleportou para uma casa que ele
havia construído e escondido há séculos em uma das terras que formaram um arquipélago das
Ilhas Subantártica da Nova Zelândia. Um lugar que ele não tinha conseguido alcançar dentro dos
reinos espirituais.
Ver sua casa o levou a ficar de joelhos. Sim, a madeira tinha apodrecido, e sim, o tempo e a
vida selvagem deixaram sua marca, mas o que isso importava? Lazarus estava vivo. Vivo! Depois
de ser decapitado.
Seu pai estava certo. Ele viveria para sempre. Não tinha certeza de como ou por que,
exatamente, mas agora suspeitava que os cristais fossem o catalisador. A maneira como
latejaram...
Impossível. Os cristais eram sua queda. Eles não o fortaleceram; Eles o enfraqueceram, e um
homem fraco não sobrevivia a nada. Os movimentos de Lazarus já eram mais lentos que o
habitual, sua amplitude de movimento era mais limitada.
Ele pensou, Encontre e seduza Cameo. Mate Juliette e Hera antes que seja tarde demais.
Envolveu-se em uma ilusão de invisibilidade e apareceu em Budapeste. Varreu a casa de
Cameo, uma verdadeira fortaleza, permanecendo invisível para os ocupantes. Depois de ler uma
mente ou doze, descobriu que ela tinha saído mais cedo naquela manhã. Ele tinha escondido o
espelho mágico no quarto dela, feliz que o vidro tivesse sobrevivido à jornada, e partiu em sua
caçada.
Murmúrios encheram sua cabeça, puxando-o para o presente.
—É Lazarus, o Cruel e Incomum?
—Cara! Não tinham cortado o pescoço dele?
Lazarus respirou profundamente, os aromas mais fortes aqui do que no reino espiritual.
Detectou notas de álcool e ambrosia, uma mistura de perfumes imortais, madeira, aço e
argamassa utilizados para construir o clube e um dilúvio de muitas outras coisas a serem
identificadas. Não, não muitas - três se destacaram sobre todas. Rosas, bergamota e neroli.
Ele endureceu, sua ereção esticando contra a coxa da calça de couro.
Seu olhar encontrou Cameo e o resto do mundo desapareceu. Lá estava ela, a μονομανία
responsável por sua dor... e seu prazer. Apenas passaram dias, mas sua beleza o atingiu de novo,
como se estivesse vendo-a pela primeira vez. Seus cachos negros estavam presos em um alto rabo

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de cavalo que se movia para frente e para trás. Seus olhos de prata líquidos ardiam de tristeza,
sim, mas também de calor.
Ela o atraía, mas ele também a atraía. Pelo menos estavam nesta bagunça juntos.
Seus lábios vermelho-rubi suavizaram, como se estivessem se preparando para seu beijo.
Tenha certeza, vou beijar você assim que estivermos sozinhos, Luz do Sol. E então vou coletar
minha recompensa...
À medida que seu corpo vibrou com necessidade, ele abriu sua mente para ela, excluindo
todos os outros. Muitos pensamentos ao mesmo tempo poderiam incapacitá-lo. O escudo dela
estava no lugar.
Tristeza teria apagado sua memória?
Pronto para a guerra, Lazarus deu um passo à frente. Dois shifters de ursos reagiram à
agressão que ele irradiava, entraram no caminho e rosnaram. Lazarus agarrou um pelo pulso e
puxou antes que o soco pudesse pousar, girando o bruto para que suas costas pressionassem
contra o peito de Lazarus, criando um escudo. O outro gêmeo acabou batendo no próprio irmão.
Quando o que estava em seus braços caiu, inconsciente, Lazarus bateu no maxilar do irmão.
Quando ele caiu, Lazarus deu um passo sobre ele, mais uma vez a caminho em direção a sua
mulher.
O Enviado soltou Cameo. Sem hesitar, ela correu através de parte da multidão - e um grupo
de Harpias - para estar diante dele.
Ela se lembrava. Alívio o inundou.
—Você está aqui e está vivo,— ela sussurrou. Estendeu a mão trêmula para roçar a ponta
dos dedos em sua mandíbula.
O toque simples ameaçava desarmá-lo, as sensações muito mais intensas agora que ele
tinha um corpo físico. O calor de sua pele, a suavidade incomparável, o atrito causado pelo
pequeno calo na palma da mão...
Nunca conseguiria deixá-la ir.
Preciso deixar!
—Você é tangível para mim no reino mortal e...— Com um suspiro, ela se afastou dele. —
Cheio de eletricidade? Você está literalmente enviando arrepios através de cada centímetro de
mim.
Eletricidade? —O magnetismo humano é forte aqui.— Com muita dificuldade controlou a
vontade de gritar, Toque-me novamente. Não pare nunca. —Alguém te machucou?

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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—Não, eu estava machucando todo mundo até os enviados pararem as festividades.


Ela falou tão baixinho que ele teve que se esforçar para ouvir. Alguma pessoa -
provavelmente várias pessoas - a fizeram sentir-se mal por sua voz. Ninguém mais tinha coragem?
Apertou a mão dela, estremecendo de prazer. O quanto a conexão de ambos era correta...
Mais uma vez, ela se afastou dele. Franzindo o cenho, esfregou a palma da mão, como se a
tivesse queimado.
Os arrepios a faziam sentir dor?
O que diabos...
Caixa de Pandora. A caixa de Pandora pendia ao redor de seu pescoço, escondida por sua
camisa e pressionada contra a pele. Como ele poderia ter esquecido? O poder da caixa o usou
como um condutor?
A culpa passou por ele. Esta mulher - sua mulher - havia procurado a caixa de Pandora há
séculos. Ele planejava usá-la para atraí-la para seu reino, mas nunca pretendia entregá-la a ela.
Muitos riscos envolvidos.
Os amigos dela queria destruir a caixa. Parte de Cameo provavelmente também queria
destruí-la. O que aconteceria quando - se - a Estrela da Manhã escapasse? Alguém poderia
aproveitar o poder da criatura, talvez até usar esse poder contra Cameo? E se os Senhores
decidissem esconder a caixa, e Tristeza mais tarde convencesse Cameo a acabar com a própria
vida, bem como a vida de seus entes queridos?
Ah sim. Muitos riscos. E muitas incógnitas. Lazarus não mencionaria a caixa para ela. Não
correria o risco.
Deveria tê-la deixado com o espelho, e teria se não tivesse temido que os Senhores
sentissem sua presença na fortaleza, não conseguissem perceber o que era e a abrisse.
Devia protegê-la. Ele criou uma ilusão. Qualquer um que olhasse em sua direção veria um
homem e uma mulher a poucos metros de distância, as cabeças curvadas enquanto conversavam.
Na realidade, ele rasgou a bainha da camisa de Cameo.
—Uh, o que você está fazendo?— Ela perguntou.
—Vou explicar mais tarde.— Alguma versão diluída da verdade, de qualquer maneira. Puxou
um pingente de maçã debaixo da camisa e amarrou a tira de tecido em torno do pingente antes de
escondê-lo novamente, evitando qualquer contato com sua pele.
—Lindo,— ela disse.—Eu nunca teria pensado que você é um cara que gosta de maçãs.

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167
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

—Por quê? É o fruto proibido. O pecado original.— Ele se inclinou e ofereceu a mão para ela.
Uma pequena hesitação antes de aceitar. Eeeeee ela suspirou de alívio.
—Melhor,— ela disse com um aceno de cabeça.
Um suspiro de alívio escapou dele. Deixou cair a ilusão e levou-a de volta ao Enviado. O
homem precisava entender o erro de seus caminhos - e as consequências que enfrentaria. —Você
não a toca. Nunca. Entendido?
O macho de olhos vermelhos e cabelos brancos olhou-o de cima abaixo e sorriu sem humor.
—Cuidado, guerreiro. Meu cartão de dança está cheio, mas não me importo de acrescentar o seu
nome.
Cameo se moveu entre eles para agir como mediadora. —Aprecio a rotina macho-man,
Darkpit, mas você precisa saber uma coisa. Juliette estava aqui.— As pessoas perto deles se
encolheram, no entanto, ela continuou. —Thane voou para longe com ela. Se nos apressarmos,
podemos segui-los.
Juliette. Perto. Vingança, finalmente. Mais cedo do que mais tarde. Pontos vermelhos
piscavam em sua visão, sua raiva ressurgindo. Era hora de criar um novo Jardim do Perpétuo
Horror. Juliette Eagleshield poderia ter a honra do primeiro lugar. Segui-la. Agora!
Não. As coisas mais importantes primeiro. Ele veio aqui por Cameo, desafiando o tempo,
espaço e morte para estar com ela. A vingança já havia sido sua prioridade número um, mas aqui,
agora, o prazer de sua mulher importava mais do que qualquer outra coisa.
Manteria seu plano original. Teria sua noite com ela, depois caçaria Juliette.
Primeiro, precisava de um quarto. Explodiu através dos blocos mentais do Enviado. O nome
de Xerxes o atingiu antes de inúmeras imagens do abuso e tortura que ele suportou em sua vida
longa demais. Lazarus apertou os dentes e empurrou até encontrar as plantas do clube.
O bastardo sentiu sua intrusão e empurrou-o com uma força rivalizada apenas por
Rathbone.
—Nunca mais...— Xerxes falou entre os dentes cerrados.
—Considere o sexto quarto de hóspedes na ala oeste ocupado pelo resto da noite.— Lazarus
apertou a mão de Cameo e a levou para longe da multidão.
Quando saíram das áreas públicas, ficou claro que todo o edifício foi projetado para
confundir intrusos. Os guardas armados andavam em certos corredores e em frente a portas
específicas, mas ninguém se moveu contra Lazarus. Os Enviados podiam se comunicar

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telepaticamente, e Xerxes deve ter manifestado sua benção. Provavelmente porque eram aliados
com Hades e, portanto um do outro.
Quando Lázarus chegou ao seu destino, abriu a porta e acenou para que Cameo entrasse. Ela
passou por ele, deixando uma nuvem doce e perfumada em seu rastro, e ele a seguiu, a boca
enchendo de água.
A porta se fechou com um clique ameaçador.
Ele olhou seu entorno com uma varredura rápida. O quarto era pequeno, mas elaborado,
cada peça de mobiliário finamente feita... E destinada a amantes. Os espelhos decoravam o teto e
as cobertas na cama estavam salpicadas com pétalas de rosa frescas.
—Espere.— Cameo esticou o braço para mantê-lo à distância. —E Juliette?
—Pode esperar. Você e eu não.— Soltou a mão dela, consumiu seu espaço pessoal... e a
beijou.
Ela o acolheu ansiosamente, devolveu seu abraço apaixonadamente, sem nenhuma
sugestão de tristeza. Ela não era apenas doce; era seu doce favorito. Não era apenas embriagante;
Era consumidora. Ela não era apenas sua μονομανία; naquele momento, ela era tudo para ele.
Ele agarrou sua nuca, os cachos sedosos deslizando através de seus dedos. Pequenos sons
como miados emitidos por ela e ele grunhiu em aprovação. Seus sentidos aumentaram quando
sua respiração se misturou com a dela, tornando-se necessária para sua sobrevivência. Sua linha
de vida.
A excitação explodiu em seu interior. Necessidade se agarrou a ele. Ondas de sensação
pulsavam por ele e através dele. Os cristais doíam, talvez até se espalhassem, mas não se
importava.
Devorou-a com abandono, com medo de que nunca se satisfizesse, aterrorizado que sua
sede nunca seria saciada e ele sempre quisesse mais. Precisasse de mais.
De muitas maneiras, ela era dona dele. Ele era mais escravo dela do que já tinha sido de
Juliette.
O pensamento deveria tê-lo feito entrar em pânico. O fez entrar em pânico. E, no entanto,
ele permaneceu lá, não querendo deixá-la ir embora. Minha!
Ofegando, levantou a cabeça e riscou a ponta do dedo sobre os lábios vermelhos e sexies. —
Você me encontrou,— ela falou com a voz rouca.
Ele quase gargalhou uma negação, quase a agarrou e a puxou para outro beijo escaldante.
Não posso pressioná-la tanto rápido demais. Tristeza usaria a oportunidade de atacar.

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—Eu sempre vou encontrar você, Luz do Sol.


—Porque você quer fazer sexo comigo.— Um traço de amargura... um de grande excitação.
—Eu quero. Então, vamos fazer?

CAPÍTULO 17

“Sempre erre no lado da morte.”


—Verdades Eternas para Todo Homem
—Verdades Eternas para Homens Sem Mulher

Tremores embalaram Cameo, e mel quente parecia fluir sobre ela da cabeça aos pés. Em um
instante, o anseio que ela tinha lutado tão diligentemente para impedir ressurgia com força
inegável. Ela tremia. Seu sangue estava aquecido até o ponto de ebulição. Sua barriga se apertava.
Ela doía entre as pernas.
Tristeza sibilou, agindo como uma criança petulante. Ele chutou seu crânio novamente,
fazendo com que um estranho frisson provocasse os cantos de sua mente.
Eu vou fazer isso. Vou jogar os dados. Dormirei com Lázarus, e rezarei para manter minha
memória. Rezarei para que ele me queira depois.
Se perdesse uma única lembrança dele... o jeito como ele a olhava durante esse encontro,
como se ela fosse a coisa mais certa em um mundo errado, a sensação de suas mãos em sua carne
sensível, emaranhada em seus cabelos, o jeito que seus lábios forçaram os dela a moldarem-se
aos dele... não, ela preferiria morrer.
—Tire a camisa,— ela grunhiu. Deixe-me ver pelo que estou arriscando minha sanidade -
minha vida.
Um músculo tensionou e relaxou na mandíbula dele. —Minha roupa permanece. A sua sai
agora.
Ele estava brincando? Só podia estar brincando. Mas...
O espelho previu isso. Quantas vezes fizeram amor dentro da visão e ele permaneceu
completamente vestido.
—De jeito nenhum,— disse ela. —Tire a roupa.

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—Senhoras primeiro... cavalheiros nunca.— Ele pegou a camisa que tinha rasgado, mas ela
afastou as mãos dele com um golpe.
—Olho por olho,— ela insistiu.
—Prefiro tetas.
—Muito ruim.— Ela insistiu. —Você quer ver o meu corpo, então deve mostrar o seu.
—Tudo bem.— Ele puxou a camisa sobre a cabeça e ficou perfeitamente imóvel enquanto
ela o examinava, sequer ousando respirar.
Por que essa resistência? Ele era magnífico. Fileiras de músculos subiam alto o suficiente em
lugares em seus braços, peito e abdômen, que criavam vales suavemente sombreados que a
hipnotizavam. A tentavam. Aprofundavam seu desejo de tocar, provar e explorar. Do pescoço para
baixo, uma cornucópia de belas tatuagens cobria cada centímetro de pele. Rosas espinhosas e
crânios emparelhados magistralmente com insetos assustadores e, sim, até borboletas. Os dois
mamilos eram perfurados, e ele tinha uma trilha escura de pelos sob o umbigo que terminava
abaixo da cintura da calça.
Pura perfeição masculina.
Seu cérebro se derreteu. Os ovários explodiram.
Sob as tatuagens, linhas brilhantes arrastavam em torno de seus bíceps. Ferimentos, ele os
chamou uma vez. Estavam mais espessas agora, mais longas também.
Enquanto as observava, ele estendeu a mão para cobrir as linhas com a mão. Ele era tão
autoconsciente? Ou temia ser ainda mais ferido?
—Terei cuidado com seus ferimentos,— ela assegurou calmamente. Mas, como um ato de
misericórdia, voltou sua atenção para os colares pendurados entre os peitorais. O anel de Viola e o
pingente de maçã que ele havia coberto com a tira de tecido da camisa.
Cameo estendeu a mão... Outra estranha pulsação de poder roçou sua pele e sua frequência
cardíaca aumentou, passando de sessenta para seiscentos em um piscar de olhos.
Qualquer que fosse a sensação, antagonizava Tristeza. Seus murmúrios se tornaram
maldições.
—Por que você cobriu o pingente?— Ela perguntou.
Seu olhar se afastou do dela. —É um artefato antigo. Perigoso.
E ele queria protegê-la disso? —Qual tipo de artefato?— Em seu conhecimento, a única
maçã mítica pertencera a Branca de Neve, cuja história era muito mais complicada do que os
humanos sabiam... e muito mais verdadeira. —Não é perigoso para você?

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—Um artefato de vida e morte,— disse ele. —E sim, é, mas eu gosto de perigo.
—Você o usou para retornar ao mundo mortal?— Ela lambeu os lábios - e ainda sentia o
sabor da essência dele. —Você agora é Lazarus 2.0?
—Eu sou o original. Lazarus 1.0, de alguma forma feito corpóreo para todos os reinos. Por
que mexer com a perfeição?
Por que, de fato? —Estou lutando para acreditar que você é real e que está realmente aqui.
Quero dizer, você estava morto. E se você estiver aqui, deve ser classificado como um zumbi?
—Talvez eu seja um zumbi.— Ele olhou para os seios dela e grunhiu. —Seiosssssss.
Uma risada – Não. Graças a Tristeza, o riso morreu no fundo de sua garganta. Demônio
estúpido!
A decepção brilhava nos olhos de Lazarus, mas recuou enquanto ele continuava a olhar seus
seios. Quando seus mamilos ficaram arrepiados para ele, apareceu um brilho predatório.
—Não se preocupe.— O tenor de sua voz caiu para uma rouquidão áspera. —Eu vou te fazer
gozar.
—Certo. Você, Lazarus, é um lothario.
—Sem remorso.— Ele roçou o nó do dedo contra o mamilo dela, enviando ondulações de
prazer diretamente ao seu núcleo úmido. —Este lothario já se cansou de falar. Beije-me,—
ordenou. —Não seja gentil. Seja áspera. Não se contenha.
—Seus ferimentos...
—Beije-me.
Sim... Atordoada de vontade ergueu-se a ponta dos pés e envolveu os braços ao redor dele.
Seus lábios se encontraram com pressa frenética, a língua varrendo sua boca, provando-a,
reconhecendo-a, entregando novos golpes de paixão... Devorando-a. A doçura dele a emocionou.
O chocolate que ela tanto amava misturou-se com um calor ardente pelo qual ansiaria desde
sempre.
—Não quero parar com um beijo e alguns toques desta vez,— ele brincou. —Tenho que
fazer mais. Muito mais.
Chegou o momento da verdade. Se ela dissesse que não, ele iria parar. Provavelmente a
deixaria completamente. Não haveria uma noite, talvez nenhum futuro. Jogue os dados, baby.
—Sim,— ela sussurrou. —Por favor.

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Triunfo sombreou sua expressão enquanto a caminhava para trás. Seus joelhos atingiram a
beirada da cama, e ela caiu no colchão. Manteve as unhas em seus ombros, então ele não teve
escolha senão segui-la.
Ela nunca gostou de ser mantida presa pelo peso de um homem; muitas vezes, sentia-se
presa e vulnerável. Mas com Lazarus, o epítome da masculinidade crua, força selvagem e
agressão, nunca se sentira mais segura.
—Camisa. Fora. Agora,— ele ordenou.
O pendente envolto roçou sua clavícula, energia pura zunindo por ela. Ela estremeceu
quando Tristeza berrou.
—Sério. O que é isso?— Ela perguntou. Ele havia dito “um artefato de vida e morte” mas o
que isso significava, exatamente?
Lazarus empalideceu. —Foi-se. Viu?— Ele tirou os colares e os colocou no bolso da calça. —
Agora. Camisa fora, Luz do Sol. Mostre-me o que estive perdendo. Estou com vontade de provar.
Uma recusa em responder. Uma mudança de assunto. Novamente.
Um tópico para outro dia, então. E ela não desistiria na próxima vez.
Hoje era uma história diferente, inteiramente. Dedicado ao êxtase.
Cameo tirou a camisa rasgada e rasgou o fecho central do sutiã, liberando seus seios. O ar
frio acariciou seus mamilos, que ficaram mais altos. Lazarus sustentou o peso sobre os joelhos,
liberando as mãos... envolveu e amassou seus seios e acariciou os botões endurecidos entre os
dedos.
—Lazarus...
—Pequenos pedaços perfeitos,— elogiou.
Ondas de prazer a deixaram trêmula e esses tremores só se intensificaram quando ele
inclinou a cabeça para sugar seus mamilos.
—Não me esqueci da minha recompensa.— Ele beijou e lambeu o caminho até o umbigo,
fazendo sua barriga se apertar. —Você me dará prazer, mas só depois que eu te fizer gozar. Duas
vezes.
Duas vezes! Uma vez seria um sonho, mas duas? Sim por favor. Agora estou ficando
gananciosa.
Ela correu os dedos através de seus cabelos macios como veludo, raspando o couro
cabeludo, exortando-o ou silenciosamente comandando-o para prová-la em outro lugar, não tinha

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certeza. As sensações que ele despertou nela... Muito intensas, intensas demais, mas suspeitava
que entraria em combustão interna se ele fosse embora agora.
O golpe quente da língua dele atravessou a cintura de sua calça, deixando fogo e arrepios
em seu rastro. Ele a olhou através de espessos cílios pretos, seus olhos gêmeos como o céu da
meia-noite exibindo um milhão de estrelas brilhantes. —Quero estar com você, Cameo. Todo o
caminho, sem me conter. Diga sim.
Seus ossos se liquefizeram. Sim! Por favor! O grito de seu coração. E, no entanto, ela
hesitou. E se ele não conseguisse lhe dar prazer durante o ato? E se Tristeza apagasse sua
memória antes de ele atingir o clímax? E se ela dormisse com ele, e ele se afastasse depois? Mais
do que nunca, queria passar seu tempo com ele, um relacionamento real, não apenas uma
aventura.
Conseguiu coaxar, —Não. Sem sexo. Podemos fazer qualquer outra coisa. Quero fazer todo o
resto.
Ele se tornou seu único colete salva-vidas numa terrível tempestade. Não podia deixá-lo ir
embora. Ainda não.
—Por quê?— Ele puxou o botão na calça dela. —Você ainda acha que não vai gostar?
—Sim.— Não. Talvez. E se ela simplesmente odiasse sexo? Um peixe morto. Uma rainha de
gelo. Toda a esperança seria perdida.
Ok, vamos acabar com isso. Se ele a fizesse gozar. Ótimo. Maravilhoso. E se ela não pudesse
fazê-lo gozar?
Assim que seu prazer diminuísse, Tristeza lutaria para tomar o controle. Cameo não passaria
de um corpo frio e seco que Lazarus teria usado. Ele ficaria com nojo dela.
—Sinto muito,— ela disse.
Enquanto ele lambia seu umbigo, os dedos percorreram suas pernas, atrás de seus joelhos,
acariciando a pulsação lá. Contra sua carne úmida, ele sussurrou roucamente, —Não se desculpe
Luz do Sol. Você quer o que quiser e tomarei o que posso obter.— Sua mão deslizou, levantou e
apertou sua bunda. —Avise-me se você ficar triste demais para continuar, tá bom?
Ele desabotoou a calça de couro de Cameo e tirou o tecido com os dentes. Dentes que
roçavam sua calcinha encharcada...
Seus ossos liquefeitos pegaram fogo. —Lazario!— O apelido saiu ofegante, sua mente feliz
de alguma forma transformando seu nome em lothario.

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—Não há nada mais doce do que minha Luz do Sol. Acho que você vai gostar do que virá
depois.— Ele não se incomodou em tirar a calça dela, não a empurrou para os tornozelos ou
mesmo manobrou a calcinha para fora do caminho. Como se estivesse drogado e precisasse de
outra dose agora, agora, agora, ele lambeu e sugou-a através da renda frágil.
As costas dela se arquearam por vontade própria, um gemido explodindo. Com medo de
arrancar os cabelos dele em sua excitação, estendeu as mãos e se agarrou à cabeceira. Durante
todo o tempo ele continuou a lamber. Chupar. Lambeeeer. Chuuupar. Incapaz de se controlar, ela
se contorceu contra ele, os quadris rolando.
—Lazarus, eu...
—Lazario. Como um apelido especial. Somente seu.
—Sim. Sim!— Tudo isso era tão novo para ela. Tão surreal, perfeito e maravilhoso. Era...
prazer não diluído, não poluído, algo que nunca pensara experimentar. —Não pare. Por favor, não
pare.
Claro, Lazarus, sendo Lazarus, acabou com o doce tormento antes que ela pudesse gozar.
Argh! —Eu amaldiçoo seu nome e o dia em que você nasceu, seu bastardo empata orgasmo!
Ele sorriu para ela, perverso e brutal ao mesmo tempo, e tão surpreendentemente sexy que
ela suspeitava - rezava - para que esta imagem fosse marcada para sempre em sua mente, e não
haveria nada, absolutamente nada, que Tristeza poderia fazer para apagá-la.
—Você me agradecerá em breve... Cami.
Mmm. Ela gostava de ter outro apelido especial.
Ele desabotoou a calça e tirou o zíper liberando a ereção maciça de sua gaiola. Com o olhar
quente sobre ela, acariciou-se, para cima para baixo. —Você confia em mim?
Ela lambeu os lábios, assentiu com a cabeça. —Confio.
—Então confie que não tomarei mais do que você me ofereceu... Não importa o quanto você
possa me implorar o contrário.— Ele se abaixou lentamente, apoiando seu peso com uma mão,
que descansava ao lado da cintura dela. Ele usou a outra mão para...
Ela gemeu antes de ofegar com choque e arrebatamento. Ele envolveu seu pênis em torno
do fundo de sua calcinha, a parte mais íntima dele pressionando contra a parte mais íntima dela. O
resto dele estava enrolado em torno do tecido fino - e agora encharcado. Ele não tinha entrado
nela e, no entanto, conseguiu se encaixar contra seu núcleo dolorido.

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Ele pegou sua bunda para levantá-la... então, oh, então, esfregou-se contra ela. Um golpe
longo e firme. Esfregou várias vezes, cobrindo seu comprimento com sua excitação. Outro gemido
explodiu dela, este quebrado nas bordas. A intensidade do prazer! Nada poderia comparar.
Esfrega, esfrega... ela cantou o nome dele... ele atingiu o local onde ela mais doía,
aumentando sua necessidade.
—É tão gostoso Luz do Sol. Você é tão gostosa. Não pense que um dia terei o suficiente de
você.
Ela queria oferecer uma resposta inteligente, mas não conseguiu recuperar o fôlego. Além
disso, sua mente estava embaçada, os pensamentos fragmentados.
—Você gosta disso?— Ele perguntou.
Palavras incoerentes se derramaram dela e não tinha certeza se implorava que ele parasse...
não, não, não pare nunca... ou para se mover mais rápido... sim, sim, mais rápido! O prazer
continuou a construir, criando pressão, uma pressão abrasadora que exigia que arqueasse seus
quadris e se esfregasse contra ele.
Dentro dela, um frenesi enlouquecido aumentou. Uma loucura selvagem, as sensações tão
intensas que temia morrer e perder a melhor parte. Necessidade pulsava da cabeça aos pés, até
criou uma canção de paixão. Toque-o... Prove-o... Devore-o.
Isso era... Vida. A vida que ela sempre sonhara ter. Quando novos gemidos surgiram, lutou
contra o desejo de fazer o que ele suspeitava e implorá-lo para tomá-la. Para dar-lhe mais, dar-lhe
tudo. Nunca se sentira tão vazia. Ele tinha que preenchê-la... por favor... por favor!
—Lazario... Não posso... Preciso...
—Isto é o que você terá comigo, minha Cami. Êxtase. Todas - as - vezes.
—Todas as vezes?— Ele acabou de oferecer-lhe o relacionamento que ela desejava? Nunca
deveria confiar em um homem perdido no calor da paixão. —Quer dizer, mais de uma vez?
—Mais do que muitas. Comigo.— Mais rápido... mais rápido... —Só comigo.
Ele tinha oferecido!
—Esta noite,— disse ele, inclinando-se para correr o lóbulo de sua orelha entre os dentes —
Eu te farei gozar mil vezes, de mil maneiras diferentes. As veias nos braços dele se destacaram
quando usava mais de sua força incrível para...
Uau. Esta noite, ele havia dito. A palavra ecoou em sua mente, suas esperanças
despencando. E ainda assim, sua felicidade física continuou a ampliar; era maravilhosos e terrível,
extraordinária e excruciante; ela iria explodir, e apenas pedacinhos permaneceriam.

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Desesperada por alívio, segurou os seios, beliscou os mamilos. Acho que estou perdendo a
cabeça!
Rastreou o estômago, circundou o umbigo... e acariciou a ponta molhada de sua ereção. Ele
respirou fundo.
—Adoro a sensação de seu pênis. Duro e quente como aço.
Um novo grunhido retumbou profundamente no peito dele. —Olhe para minha mulher
enquanto ela toma o que quer. Possuindo seu prazer. Possuindo o meu.
Quão orgulhoso ele parecia.
Tão intoxicado.
Ele estava tão capturado pelo prazer quanto ela e o conhecimento a derrubou, destruindo o
pouco que restava de seu controle. A pressão dentro dela finalmente explodiu. Gritou enquanto a
satisfação passou por cada um de seus membros e se juntou em seu centro. Abalos secundários a
sacudiram. Os tremores a reduziram a uma boneca de pano.
Isso foi... Ela... Merda! Isso foi... Uau!
Como ela viveu sem isso?
Desfrutou da visão de seu Lazario lindo e consumido pela luxúria. Suas feições estavam
tensas, os dentes expostos. Os cantos dos lábios dela se levantaram... continuaram a levantar...
até que ela pensou que poderia estar... sorrindo para ele.
Seu olhar se encontrou com o dela. Um segundo depois, ele jogou a cabeça para trás e rugiu
para o teto.

Siobhan estudou seu novo ambiente, um quarto tão feminino quanto masculino. A cama
king-size tinha lençóis azul marinho, um edredom marrom, mas uma única tira de renda de cor
creme adornava as bordas. Armas diferentes pendiam nas paredes, algumas modernas, algumas
antigas. Uma penteadeira mais cheia de armas do que de artigos de higiene pessoal.
A câmara pessoal de Cameo, Siobhan suspeitava.
Lazarus a havia depositado aqui e desapareceu. Ele não tinha ideia de que duas amazonas o
seguiam. A notícia de sua última ação como rei de Grimm e Fantica se espalhou por todas as

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tribos, entre os vivos e os mortos. Ele transformou um contingente de amazonas em pedra, e


agora estava marcado para a morte. Novamente.
Ele descobriria o golpe pretendido em breve. E era melhor destruir seus novos inimigos. Se
as amazonas tivessem sucesso e ele morresse antes de se comprometer com Cameo, Siobhan
seria forçada a passar mais cem anos em cativeiro. Tudo porque decidiu ajudar o casal e mostrou a
Cameo dois futuros possíveis. Não havia como voltar atrás.
A maldição exigia que ela juntasse os casais, e se falhasse, sofreria as consequências.
Negação gritou dentro de sua cabeça. Como poderia ajudar Cameo?
Usar suas visões para convencer alguém a redecorar o quarto, torná-lo mais romântico?
Ninguém amava o romance mais do que Siobhan. Talvez ela convencesse alguém a redecorar o
quarto ao seu gosto. Haveria um sofá de veludo - roxo! Armários e outras peças seriam feitos de
ébano puro. O candelabro gotejaria com diamantes dourados. Uma cama de dossel de estilo
gótico com um candelabro separado que pendia do centro substituiria a monstruosidade de trenó
sobre a qual ela descansava. O armário transbordaria com os melhores vestidos das melhores
costureiras do mundo.
Suas quinquilharias favoritas decorariam a cômoda. Uma ampulheta segurada pelas mãos
cortadas de sua irmã. Um estojo cheio de venenos e uma variedade de coroas.
A porta de repente foi aberta e sua respiração ficou presa na garganta. Um visitante!
Um guerreiro de cabelos negros e olhos azuis entrou intempestivamente, e nossa, ele era
lindo além de comparação, apesar das cavidades em suas bochechas e da barba de uma semana
em seu queixo. Apesar, até mesmo, das roupas desgrenhadas que usava, o tecido rasgado e
manchado com sangue seco.
—Cameo,— disse ele. Ou melhor, falou arrastado. —Eu vim ouvir suas desculpas.
Imagens do futuro do guerreiro passaram por sua mente, ensinando-lhe muito sobre ele. Ele
era William, o Sombrio, embora seus amigos se referissem a ele como o Sempre Excitado. Suas
conquistas eram lendárias. Ele dormiu com rainhas e deusas, e matou reis e deuses.
Ele era o filho adotivo de Hades...
Ela ofegou com indignação. Hades adotou um filho? Quando? Por quê?
Siobhan procurou as visões para obter informações sobre a mãe... uma pequena loira que
William parecia ter se encontrado pela primeira vez em... não tinha certeza de quando, dias,
meses e anos se embaçaram.

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Mil imagens novas vieram em sua mente, e ela se encolheu. Todo caminho levava esse
homem ao mesmo fim: A morte.
Como ela, ele suportava o pesado fardo de uma maldição. Ao contrário dela, ele possuía um
livro escrito em código. Foi-lhe dito que o código o liberaria. Ele tinha esperança.
Se eu salvá-lo de uma morte certa e ajudá-lo a se apaixonar, eu poderia reduzir mais de cem
anos da minha sentença. Então... Finalmente, abençoadamente, ela seria livre.
A perspectiva a atormentou. Mas...
Ajudar o filho amado de Hades? Nunca!
Embora... pela liberdade, ela faria muito, muito pior.
Bem! Ela o ajudaria. Mas como? Antes de Lazarus ter saído, ele a cercou com uma ilusão
impenetrável. William não podia vê-la... poderia?
Olhando para onde ela estava, ele caiu de joelhos ao lado da cama. A garrafa de uísque rolou
de seu aperto, o pouco líquido remanescente espalhando pelo chão. Tormento e esperança
lutaram pelo domínio, apertando suas feições.
Ele sabe o que-quem-eu sou, Siobhan percebeu com pouca surpresa. Poucos conseguiam
descobrir.
—Há uma garota. O nome dela é Gillian. Ela...— Ele esfregou a mão pelo rosto. —Ela era
muito jovem para mim. Era. Agora não é mais. Ela foi abusada por homens que deveriam protegê-
la, só viu o pior em nós e quero mostrar-lhe o melhor. Quando ela mais precisou de mim, recusei-
me a me vincular a ela. Eu não queria me arriscar a me transformar em humano ou assistir seu
amor por mim se transformar em ódio. Essa é a única razão pela qual ela tentaria me matar como
a maldição prevê, certo? Porque ela me odiaria? Então outro homem apareceu, deu um único
olhar para ela e viu o que eu vi desde o início. Um tesouro pelo qual vale a pena esperar. Ele fez o
que eu não queria e agora ela está ligada a ele, corpo e alma. Anseio matá-lo, mas machucá-lo
consequentemente a machucará. Não posso machucá-la. Mostre-me o meu fim,— ele grunhiu. —
Mostre-me quem me matará. Se eu soubesse...
Ele achava que saber quem o mataria permitiria que ele desistisse de Gillian. Ele também
achava que Gillian era a única para ele. E ela era... se ele fizesse certas escolhas. Se fizesse outras
escolhas, havia outra mulher...
Se ele soubesse sobre a outra mulher, ele a mataria logo que Siobhan revelasse sua
identidade. Porque, neste momento, a mulher era estranha para ele. Ela significava nada para ele.

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Não era nada - não, não é verdade. Em sua mente, ela era pior do que nada; ela era um obstáculo
para o felizes-para-sempre com Gillian.
O que fazer, o que fazer. Se Siobhan o ajudasse e falhasse...
Quando o espelho permaneceu limpo e sem imagens, William amaldiçoou e tentou se
levantar.
—Hades.— Uma palavra suavemente falada, e ainda assim, Siobhan reagiu como se tivesse
sido perfurada no intestino.
O rei do submundo viria? Ela finalmente enfrentaria seu inimigo?
Sim! Ele apareceu em uma névoa de sombras, enviando seu coração para o excesso de
velocidade.
Estava mais bonito que nunca, e ele não tinha o direito. Maior e mais musculoso, com
cabelos negros e olhos correspondentes. Olhos tão negros que eram piscinas infinitas. Usava um
terno risca de giz, o ajuste perfeito para o corpo poderoso, os únicos sinais de sua natureza
incivilizada, as estrelas tatuadas em cada um dos nódulos.
Ela bateu contra a prisão de seu espelho - bang, bang, bang - desesperada para alcançá-lo e
arrancar seus olhos com as unhas.
—Como eu, você tem o poder de ver além de qualquer ilusão, não é?— William perguntou
ao pai.
—Ai sim. A boneca explosiva tem talento.
—Cameo é incapaz de lançar ilusões.— William farejou o ar. —Sinto o cheiro de Lazarus, o
Cruel e Incomum... e os Senhores do Submundo não vão adorar a escolha de namorado de sua
menina.
Hades continuou a encará-la. —Você está certo em ambos os aspectos.
—Sei que o espelho é o que acho que é. Posso ver o poder irradiando dele. O que eu não sei
é como ativá-lo.
—Ela, não ele. Ela decide quem vê e quem não vê.— Hades se teleportou, aparecendo
diretamente na frente dela, agachado no alto do colchão. —A deusa de Muitos Futuros ainda está
presa lá dentro. Posso senti-la.
Ela bateu mais forte no espelho. A mão dele disparou, tocando onde ela tocou, e ela ofegou.
Um fluxo de calor penetrou na prisão gelada. Enquanto tremores a percorriam o painel ondulou.
As pupilas de Hades se expandiram com excitação.
Bang, bang, bang. Como gostaria de substituir a excitação dele por dor.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

—Você está brincando comigo?— William jogou os braços para cima. —Está ficando
excitado por um espelho? Duvido que Taliyah aprove.
Taliyah, a Coração Frio? A Harpia maligna que Siobhan tinha visto entrar e sair dos possíveis
futuros de William, por causa de sua amizade com os Lordes do Submundo. Hades estava
namorando com ela?
Ele merece sofrer!
—Taliyah não fala comigo há semanas,— disse Hades, o tom cortante.
Boa garota!
Mais uma vez, Siobhan abriu a mente aos dias e anos vindouros, mas desta vez, por mais
que investigou, ela viu... nada. Nem um único caminho e ela amaldiçoou. O futuro de Hades devia
estar tão entrelaçado com o dela que não conseguiu ver nada que acontecesse com ele.
Bem, bem. Parecia que a sorte dela estava finalmente virando.
—Como Lazarus adquiriu o espelho?— Perguntou William.
Hades ficou tenso, a coluna vertebral se esticando. —Vou descobrir.
—Ela é nossa aliada. Não podemos roubá-la sem comprometer sua fidelidade e a fidelidade
dos outros Senhores.
Hades esfregou dois dedos contra o queixo recém barbeado. —Talvez possamos oferecer
uma troca.
Sim, por favor. Ele sabia o quanto Siobhan o odiava? Suspeitava que ela só planejaria sua
queda?
Uma repentina agitação no corredor sacudiu ambos os machos. O som de passos de crianças
correndo e os passos de pais os perseguindo.
—Não coloque outro soldadinho de brinquedo no vaso sanitário, Urban,— gritou uma
mulher. —Estou falando sério!
Hades e William compartilharam um olhar de determinação antes de se teleportarem,
deixando Siobhan sozinha... mas não precisava ser a deusa de Muitos Futuros para saber que ela
veria a dupla pai e filho novamente... E muito, muito em breve.

CAPÍTULO 18

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Senhores do Submundo 13

“Para garantir que suas habilidades permaneçam afiadas, mate dê prazer a sua mulher todos os
dias.”
—Verdades Eternas para Homens sem Mulheres.
—A arte de manter sua mulher feliz.

O. Mundo. Balançou.
Lazarus vacilou enquanto limpava Cameo, depois a si mesmo. Endireitou sua calça antes de
prender o fecho do sutiã dela, cobrindo seus lindos seios. Um disfarce necessário. Um olhar para
sua perfeição feminina, e estaria em cima dela de novo... e de novo...
Fechou a calça, mas deixou as camisetas dos dois no chão, com a intenção de desfrutar de
um pequeno contato pele a pele.
Devia ir embora. Ele a fizera gozar e ele gozou. Um milagre, ela diria. Sua mente deveria
estar livre do nevoeiro da paixão, a vingança contra Juliette sua prioridade número dois.
Sua prioridade número um? Interromper as novas formações de cristal. Lava fluía através de
suas veias, e seus músculos doíam. Sinais reveladores de crescimento iminente.
Mesmo assim, se arrastou para a cama com Cameo e a puxou para perto. Seu sorriso tinha
acabado com ele. Nunca mais seria o mesmo. O rosto dela inteiro tinha iluminado, e a felicidade
brilhava através de seus poros. Não havia visão mais bonita em qualquer reino.
Estava viciado, já queria outro.
Primeiro, tinha perguntas para ela. Mais tarde, exploraria cada polegada de seu belo corpo,
veria e tocaria sua tatuagem de borboleta... iria ver e tocar toda ela. Não se conteria. Então, ela o
abençoaria com outro sorriso.
Tanto em sua vida como na sua morte, estivera com muitas mulheres, mas ninguém jamais
significou mais do que sua μονομανία. Compartilhou algo com ela que nunca havia compartilhado
com outra. Um vínculo emocional.
—Não sei como,— ela disse, a voz ríspida e trágica, a respiração quente agarrando seu peito
—mas você, Cuddles,14 faz tudo ficar melhor.
—Claro que faço.— Para você, só você.
—Correção. Você faz a maioria das coisas ficarem melhores.
—Desculpe, mas não aceito alteração.

14
Pessoa que abraça, que fica aconchegada.

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Senhores do Submundo 13

Em seus braços, ela tinha sido Cameo, uma mulher sem um demônio. Feliz e contente.
Nunca tinha visto uma visão mais magnífica. Sua pele tinha corado e brilhava de saúde, vitalidade -
e prazer, tanto prazer. Os olhos dela brilhavam como diamantes recém-lapidados em uma
montagem de platina. Seus lábios inchados de beijos brilharam com sua essência.
Serei para sempre assombrado por ela.
—Estou surpreso por estar disposto a baixar a guarda em um ambiente desconhecido,—
disse ela.
—Como você se atreve.— Ele deu um rosnado fingido. —Nunca abaixei minha guarda.
Ela arqueou uma única sobrancelha negra. —Então você não deu atenção total ao meu
corpo?
Ele soltou risada, impressionado por sua sagacidade. —Pela primeira vez você me
encurralou. Se eu disser que sim, você me chamará de mentiroso. Se disser que não, vai me
chamar de amante horrível. De qualquer maneira, estarei com um monte de problemas de
homem.
—Bem, não posso exatamente acusá-lo de ser um amante ruim enquanto ainda estou
sentindo os espasmos do meu primeiro orgasmo.— Enquanto esfregava a bochecha macia contra
o peito dele, ele passou um braço em volta de sua cintura. —Eu realmente cheguei ao orgasmo.
Um orgasmo de verdade, não falso.
—Confie em mim, Luz do Sol. Eu percebi. Além disso, não tinha planos de parar minha
sedução experiente até você entrar em erupção.
—Bem, obrigada.— Ela beijou a cavidade de seu pescoço, onde sua pulsação ainda tinha que
diminuir, seus lábios macios, doces e generosos. —Mas também não, obrigada! Como eu deveria
viver sem pelo menos um orgasmo por dia?
Ele quase engasgou com outra risada. —Você não deveria.
—Exatamente!
Algo escuro torceu no peito dele, seu bom humor evaporando. E se, quando Lazarus se
separasse dela, ela se virasse para outro homem?
—Ei. Você ficou tenso.— Ela franziu o cenho para ele. —Por quê?
—Talvez esteja sentindo falta do seu sorriso.
—Por favor. Você nunca viu meu sorriso.
Ela já esqueceu? —Luz do Sol, você sorriu depois que gozou.

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—O que? Eu sorri?— As extremidades de seu cabelo faziam cócegas na pele enquanto


sacudia a cabeça. —Não posso sorrir.
—Você pode. Você sorriu.— Ela tinha esquecido. Pobre Cameo. Pobre Lazarus. Em quanto
tempo ela o esqueceria? E como ele reagiria quando isso acontecesse?
A autopreservação disse, Você se alegrará. Sem fraqueza.
O resto dele gritou, Mate o demônio!
Lazarus sabia resultado de seu caso com Cameo desde o início. De uma maneira ou de outra,
ele a perderia. Pensou ter aceitado o fim deles. Agora, com ela aconchegada contra ele, só queria
se enfurecer. Nunca mais tocar sua suavidade? Ou deslizar contra o calor líquido que apenas ele
poderia causar? Nunca mais ouvir sua voz mudar de trágica para ofegante quando gemia com
prazer? Nunca mais vê-la desabrochar enquanto a satisfação queimava séculos de desesperança
até as cinzas? Nunca mais vê-la sorrir?
Não haveria outra oportunidade de fazê-la sorrir.
Desesperado por descobrir se a memória dele já começava a se dissipar, ele abriu sua mente
para a dela... e roçou em seu escudo.
—Pare com isso agora mesmo antes que eu remova algo que você não quer perder.— Ela
passou a ponta do dedo ao redor de seu mamilo e ele estremeceu - de uma maneira muito
máscula. —O que você quer saber?
—Se o demônio começou a corromper nossas memórias.
—Não.— Ela suspirou. —Eu queria ter a capacidade de ler mentes. Poderia ler a sua depois
que Tristeza apagasse minhas memórias.— Seu queixo tremia. —Eu poderia me lembrar dos seus
olhos.
A culpa que ele experimentou anteriormente retornou, apenas mais nítida. Ele agora tinha
os meios para libertá-la do demônio. Também tinha meios para matá-la.
Não posso arriscar. Lazarus fez tudo em seu poder para transformar seu próprio coração em
pedra. Por que trazer a caixa de Pandora, afinal? Ele e Cameo se separariam em breve e ele nunca
usaria a coisa contra ela. A manteria segura, nunca permitindo que alguém a usasse contra ela.
Incluindo a própria Cameo.
E se ela tivesse aprisionado Juliette e Hera, mas nunca contasse a ele?
A pergunta era um veneno injetado diretamente em sua mente. Inescapável e sem antídoto.

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Manter silêncio sobre a caixa era o mesmo. Se Cameo descobrisse seu engano, ficaria ferida;
se enfureceria e buscaria vingança, e com razão. Se descobrisse o quanto ela chegou perto de
conseguiu atingir um objetivo ao longo da vida e descobrisse que Lazarus foi quem a traiu...
Não. Absolutamente não! Seu silêncio não era uma traição, mas uma gentileza. Ele protegia
Cameo.
Faça perguntas, receba respostas, dê-lhe outro orgasmo e vá embora. Essa era a maneira
pela qual sua segunda chance na vida tinha que acontecer. Teria que construir um novo exército e
atacar o Eagleshield de todos os lados. Um novo exército levava tempo. —Você disse que estava
com medo que o sexo comigo fosse ruim. Eu aliviei suas preocupações?
Ela rastreou uma das veias cristalizadas em seus bíceps. —Primeiro responda uma pergunta
para mim. São por causas desses... Ferimentos que você se recusou a tirar a roupa?
Compartilhar seu segredo? Sua vergonha? Seu medo de que acabaria como seu pai,
derrotado, preso e escondido do resto do mundo?
Ele confiava em Cameo, mas não confiava na família dela. Se ela contasse a um amigo - seja
consciente ou inconscientemente - e esse amigo contasse a outro, assim por diante e assim por
diante, logo toda a comunidade imortal saberia sobre sua fraqueza.
Enquanto os cristais permanecessem adormecidos sem contato com Cameo, ganhando vida
somente em sua presença, o dano causado era permanente.
Ele se tornaria um alvo para cada vampiro, shifter ou bruxa na esperança de ganhar um
Nome. Olhem para mim. Olhem. Eu sou o aquele que derrubou o único filho do Monstro.
Juliette poderia usar sua fraqueza contra ele. Hera também.
—Talvez eu ache que estou gordo,— ele finalmente murmurou. —Essa calça faz meu
traseiro parecer grande?
Os cantos da boca dela se contraíram, dando-lhe a esperança de que ele veria... não, a
careta voltou. —Fala sério. Você está escondendo uma tatuagem horrorosa, não é? Talvez o nome
de uma ex-namorada tatuado dentro de um coração? Ah! Eu sei. O rosto de um homem na sua
coxa. Ou um foguete que se assemelha a um pênis?
—Estou fazendo uma anotação mental para fazer cada uma dessas tatuagens. Elas parecem
o máximo.
—Sim, mas qual nome vai entrar no coração?
—O meu. Eu sempre amei mais a mim mesmo.
Ela bateu os cílios. —Nós temos muito em comum. Também amo mais a mim mesma.

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Sua tentativa de flertar era adorável. —Que mentirosa danadinha. Eu sou seu favorito.
Admita.
—Darkpit, você mal consegue chegar aos dez melhores.
Lazarus era um bastardo egoísta, ganancioso ao extremo, e tão possessivo que queria sitiar
todos os aspectos da vida de sua mulher, mesmo que não estivessem juntos. —Dê-me nomes. De
manhã, serei o único que restará.— Meio provocação, meio promessa sem adornos. —Você terá
que me conceder o primeiro lugar.
Ela bufou. Então ficou em silêncio. Então se endureceu. Suas defesas baixaram, a mente de
repente se abriu para a dele, o escudo desapareceu. Seu relacionamento com Alex e o sofrimento
que o homem causou consumiram seus pensamentos. Então, o tormento que os Caçadores
causaram.
Estava confinada a uma cela úmida e escura que cheirava a suor, urina e outras coisas que
Lazarus não podia suportar contemplar. Estava acorrentada a uma parede, exceto pelas vezes que
tinha sido acorrentada a uma estrutura de tortura, cada um dos membros deslocados. Atiçadores
de fogo quentes haviam sido pressionados em sua pele coberta de sujeira, apêndices removidos
enquanto gritava de dor. Enquanto o demônio ria. Ria.
O bastardo não tinha o direito!
Lazarus lutou para controlar uma onda de raiva negra. Calma. Fica frio.
Galen, líder dos Caçadores, entrou, exigindo saber mais sobre os outros guerreiros possuídos
por demônios. Informações que Cameo se recusou a dar, independentemente da quantidade de
ossos que o macho tivesse quebrado, ou quantas vezes cortou a carne já ferida... Ou quando
cortou a língua dela.
Não quer falar? Bem. Agora você não pode falar.
Galen era um guerreiro possuído por demônio. O guardião da Inveja e Falsa Esperança. De
acordo com os rumores, os Senhores o acolheram novamente junto a eles.
A fúria de Lazarus só piorou. Ele não era tão indulgente e acrescentou o nome “Galen” a sua
lista de vingança. O macho se tornaria a atração das estrelas no próximo Jardim do Perpétuo
Horror.
Quanto à Tristeza, Lazarus desejava usar a caixa, para poder rir quando o demônio fosse
arrancado de Cameo.
Continuou a escavar suas memórias, um detalhe estranho chamando sua atenção.
Embaçado nas bordas. Por quê? Seguiu o fio e pousou no meio da memória de Tristeza.

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Lazarus começou a cavar os pensamentos do demônio e respirou fundo. A criatura maligna


não podia limpar a mente do Cameo sem sua permissão. E quando essa permissão foi concedida?
Ele podia fazer mais do que limpar as memórias. Podia distorcê-las, fazendo com que ela visse o
passado através de uma lente amarelada.
Lazarus descobriu um fato que Tristeza tentou desesperadamente esconder.
Cameo não amou Alex, não da maneira profunda e romântica que ela acreditava. Ela adorou
sua habilidade de falar com ele sem causar afluxo de lágrimas. Minha querida Cami. Durante
séculos, ela desejara companheirismo, compreensão e adoração.
A verdade era que Alexander tinha sido uma pequena bandagem colocada sobre um
ferimento maciço em sua alma. O humano não a ajudou, mas também não a machucou. Na época,
ela nunca tinha experimentado nada melhor.
E o quanto isso era triste?
Alexander tinha sido um homem problemático, procurando alguém, qualquer um, para
culpar por suas próprias feridas. Cameo ofereceu conforto e, a princípio, o humano sentiu-se
grato, até mesmo em dívida com ela. Lazarus podia ver a gratidão em seus olhos. À medida que os
dias, semanas e meses se passaram, a Tristeza pessoal de Cameo alimentou a do humano. Ele
continuou a sofrer, eventualmente, passou a considerá-la a solução perfeita para sua dor.
No dia em que os caçadores se aproximaram dele com contos de demônios liberados da
caixa de Pandora, Alex estava apto para ser usado.
—Lazarus. Pare!— Uma onda de tristeza se derramava dela, varrendo-os em um oceano de
dor. Então, sua mente ficou inescrutável, seu escudo voltou ao lugar. Ela se sentou, os cabelos
encaracolados e escuros como uma cachoeira em cascata ao redor dos ombros fortes, mas
delicados. —Minha cabeça não é seu playground pessoal.
Quando ela jogou as pernas sobre a lateral da cama, ele a apertou pela cintura para mantê-
la prisioneira. —Não vou me desculpar. Conheço você melhor agora. E gosto ainda mais. E você
não tem nada para se envergonhar. As ações de Alexandre revelam a fraqueza dele, não a sua.
Os tremores a sacudiram na gaiola de seus braços, provocando a necessidade que sempre
fervia no sangue dele. —Meu passado está fora dos limites, a menos que eu escolha compartilhá-
lo. Ou talvez você esteja bem comigo explorando o seu sem permissão?
Sua culpa ressurgiu, uma âncora caiu no meio do oceano. Já estava negando tanto a ela. —
Você tem razão. Desculpe-me, Luz do Sol.

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Pouco a pouco, ela relaxou contra ele. —Eu disse a você que um punhado de pessoas
cometeu suicídio depois de passar algum tempo comigo, certo?
—Certo.— Você também me disse que tentou se matar, ele acrescentou silenciosamente,
desgostoso pelo pensamento. E se ela tivesse conseguido?
—No momento em que conheci Alex, tive o pior da tristeza contido, exceto quando eu
falava. Eu me permiti ter esperanças, mas deveria ter ficado longe dele. Também deveria ter
ficado longe de você.
—Não!— A negação se precipitou dele com mais força do que pretendia. Calma! Ele poderia
estar melhor sem sua uονομανία, mas certamente estava mais feliz por tê-la ao seu lado. —Você
está permitindo que Tristeza fale por você agora.
Lazarus viveu por muito tempo, lutou contra muitos adversários diferentes. Os demônios
eram doentios, detestáveis e rancorosos, sem exceções; não possuíam um único fragmento de
Deus. Desfrutavam da corrupção e destruição, alimentando as carcaças daqueles que corrompiam
e destruíam com sucesso. Não poderiam ser domesticados ou resgatados porque não queriam ser
domesticados ou resgatados.
—Como não posso?— disse Cameo. —Nós somos um.
Lazarus penteou os dedos pelos cabelos, acalmando-a do jeito que a mãe dele o acalmava,
as poucas vezes que podiam ficar juntos. —Não, você está separada. Sou atraído por você, não por
Tristeza. Ele, eu odeio. Ele toma o que me pertence.— As lembranças que ela tinha de Lazarus.
Seu sorriso ainda o assombrava. Precisava de outro. Em breve. —Para mim, você é Branca de
Neve, e ele é uma amálgama dos sete anões, operando independentemente de seus comandos.
Algumas das tensões escorreram dela, suas belas curvas derretidas nele, mesclando-se a ele.
—Engraçado. Eu também pensei em Branca de Neve. Sua maçã...
Ele se enrijeceu e ela balançou a cabeça, acrescentando, —Mas não sou gentil e suave com
as palavras como ela foi criada para ser. Na verdade, enquanto eu estava no seu reino, eu estava
mais confortável comparando-me com uma vilã como a Rainha Má. E caso você não tenha
percebido, Tristeza não é nenhum Feliz, Soneca, Dunga, Dengoso, Atchim ou propenso a medicina.
Ele é apenas o Zangado. Então ele não pode ser uma amálgama dos anões.
—Eu não disse quais anões, disse? Ele é angústia, aflição, tristeza, depressão, mágoa,
desespero e desamparo.

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Quando ela timidamente bateu os cílios para ele, maliciosamente raspou a unha em seu
peito. —Seja honesto. Você está realmente tentando me convencer de que você é o Príncipe
Encantado.
—Seus lábios podem me chamar por qualquer nome, Luz do Sol, e eu responderei com um
beijo.
A boca de Cameo se contraiu e, sob sua braguilha, seu eixo endureceu e doeu.
Ela se aproximou e beijou o peito dele - mais baixo do que ele esperava e ainda não era
suficientemente baixo. —Quero tanto estar livre de Tristeza. Agora que senti o gosto do prazer?
Darkpit, não posso mais viver com o demônio. Simplesmente não posso.
O pânico o queimou e marcou-o, ofuscando sua excitação. —Você não vai se machucar
Cameo. Não permitirá que o mal venha até você.— Preciso remover o demônio. Ele é o perigo.
Como?
—A ordem de um rei?— Ela perguntou, e ele pensou que sentiu uma lágrima quente deslizar
pelos músculos do seu estômago. Uma maldita lágrima.
A ordem foi emitida por um homem. Seu homem. Mas ele se viu dizendo, —Vou encontrar
uma maneira de ajudá-la a destruir o demônio. Uma maneira que você permaneça segura.—
Feche a boca. Não ofereça mais. Você não pode - Mas algo dentro dele se quebrou. Sua
resistência? Essa lágrima...—Até então, vou ficar com você, protegê-la. Até mesmo de você, se for
necessário.
O olhar dela encontrou o dele, e sim, havia lágrimas em seus cílios. Suas tripas se torceram.
—Sou só o caso de uma noite, lembra-se?— Olhou para ele. —Não quero você me rondando
só porque tem medo de eu dar fim a minha vida.
Ela acabou de lhe dar uma saída fácil. Uma maneira de dizer adeus agora... ou em uma
hora... talvez na parte da manhã. Talvez em um dia. Não mais de dois. Deveria sair e correr, nunca
olhando para trás. Quanto mais tempo ficava com ela, mais rápido sua saúde declinaria, mais
mobilidade perderia. Precisava estar em sua melhor forma caso esperasse derrotar Juliette e Hera.
O tempo não era seu amigo, não mais. No reino do espírito, ele teve décadas, séculos e até
milênios para fortalecer as defesas de seu palácio, cultivar seu exército e treinar seus homens para
serem os melhores dos melhores. Aqui no mundo mortal, onde Juliette e Hera moravam, ele tinha
menos de quatro semanas para se organizar antes de se tornar uma engrenagem na guerra de
Hades. Uma guerra que exigiria toda a sua atenção.

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—Além do mais,— acrescentou Cameo, —estarei ocupada. Tenho que encontrar a caixa de
Pandora. Ela agora está em jogo. Torin disse que alguém a encontrou.
Eeeee sua culpa o usou como um saco de pancadas, batendo-o até ficar roxo. No entanto,
sua determinação permaneceu firme. Nunca daria a caixa a essa mulher. Se alguma vez Tristeza a
dominasse, ela poderia usá-la para facilitar um final rápido e certo.
—Alguma ideia sobre o culpado?— Ele perguntou.
—Ainda não.
Nem agora nem nunca. Tomaria precauções. —Que tal encontrar seu prazer?— Ele se
inclinou para desenhar seu mamilo com os dentes. —Você não deveria aproveitar esta
oportunidade para me usar e abusar? Por sinal, estou nomeando seus mamilos. Este é Travesso.
Gemendo, ela deslizou as mãos nos cabelos dele. —Qual é o nome do outro?
Ele voltou sua atenção para a pequena beleza em questão. —Esse é Legal. E você vai se
lembrar do nosso tempo juntos... a cada segundo. Eu prometo.
—Só porque você o decreta, não fará com que aconteça.
—O demônio precisa da sua permissão para limpar sua mente.
Cameo se sacudiu, afastando Lazarus. —O que? De jeito nenhum!— Ela o empurrou,
ampliando a distância entre eles. —Eu nunca concordaria em me separar de minhas memórias.—
Ela abriu a boca para dizer mais, apenas para morder o lábio inferior. —Não o faria,— reiterou
com muito menos força. —E como você pode saber algo assim?
—Como você acha?— Ele agarrou seus ombros, empurrou-a para trás e rolou sobre ela,
prendendo-a ao colchão. —Tristeza te deixa tão desamparada que você implora por um novo
começo.— O que significava que ela se separara voluntariamente da lembrança de Lazarus.
O conhecimento se estabeleceu, mas com dificuldade.
Ele separou suas pernas, sua metade inferior se acomodou mais confortavelmente contra a
dela. Dureza contra suavidade, necessidade contra necessidade. Então ele levantou seu queixo,
olhando-a com força suficiente para que seu olhar se encontrasse com o dele.
—Sempre que o demônio inundar você com tristeza, pense nisso.
Ela lambeu seus lábios vermelhos lustrosos, deixando um vislumbre de intenção não
disfarçada. —Você em cima de mim?
—Não Luz do Sol. Pense nas coisas que eu te faço sentir.— Esfregou a ponta do nariz contra
o dela antes de se mudar para acariciar a bochecha com a dele e depois morder o lóbulo de sua
orelha.

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Parecendo desossada, ela disse, —Dê-me outro orgasmo?


—Você está pedindo ou perguntando?
—Perguntando.— Embora suas pálpebras estivessem pesadas e encapuzadas de desejo, ele
podia ver seus olhos brilhantes com um desafio perverso. —A primeira vez poderia ter sido um
acaso.
—Um acaso? Um acaso!— Esfregou sua ereção contra seu núcleo. —Luz do Sol, vou te dar
três orgasmos hoje.
Ela ofegou com fingido horror. —Não, por favor. Qualquer coisa menos isso. Absolutamente
qualquer coisa, ó grande e poderoso rei de Grimm e Fantica.
Garota engraçada. —Continue falando. Atreva-se. Você está prestes a ganhar um quarto.
—Eu te devo um beijo especial, lembra?
—Como se eu pudesse esquecer.
Ela abriu a boca para responder. Ele engoliu as palavras, pressionando os lábios contra os
dela e enfiando a língua.
—Lazario.— Gemendo, ela amoleceu contra ele e envolveu os braços ao redor de seu
pescoço.
Ele quase uivou em triunfo. Adorava quando ela se agarrava a ele, seu tesouro de
feminilidade dele para saquear. —Vou explorar cada centímetro de você,— disse. —Não deixarei
nenhuma parte intocada. Então você poderá me dar esse beijo especial.
Uma batida dura soou na porta. —Vocês vão querer se vestir agora.— A voz de Thane
explodiu pelo quarto. —Juliette, a Erradicadora, voltou - com todo o seu clã.

CAPÍTULO 19

“Nunca permita que seu latido seja pior do que sua mordida. Os dois devem ser igualmente
terríveis.”
—A Arte de Manter sua Mulher Feliz
—Transformando-se no Monstro que Você Nasceu Para Ser

Cameo saltou da cama, sua mente correndo com um milhão de pensamentos diferentes,
mas também formigando, como se Tristeza ainda estivesse chutando em seu crânio. Não, não
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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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chutando - ela não sentia nenhuma dor - mas dançando sobre seu córtex cerebral. Uma sensação
estranha, que nunca experimentou até mais cedo, quando Lazarus chegou ao clube.
Sensibilidade sensual aumentada? Desejo simples e licencioso?
Fúria? A chegada de Juliette interrompeu o segundo orgasmo de Cameo.
Juliette pagaria.
Tremendo, Cameo vestiu a camiseta. Enquanto Lazarus vestia a dele, seus movimentos eram
afiados por uma raiva negra que ela somente vislumbrou dentro da caverna do grifo. Ele deveria
estar muito feliz. Um dos seus sonhos estava prestes a se tornar realidade.
Ela guardou uma das adagas dele e verificou a pequena semiautomática que guardara na
bota. Excelente. Totalmente carregada.
—Espero que você não se importe, mas estou pegando isso emprestado,— disse a ele.
Ele a olhou. —Fique com elas. São suas. Mas fique aqui.— Quase como uma reflexão tardia,
acrescentou, —Por favor.
Como a única mulher em um grupo de homens fortes e corpulentos, ela tinha ouvido uma
variação desse comando - fique aqui - tantas vezes que perdeu a conta.
—Vai se ferrar, Darkpit.— Tivera que batalhar muito para que seus amigos do sexo
masculino simplesmente a considerasse igual. Ao fazê-lo, teve que suportar o ridículo. O que os
homens consideravam força em outros homens, eles consideravam malicioso nela. Teve que lutar
para ser ouvida depois de ouvir as explicações condescendentes de seus amigos. —Sua ex-amante
precisa aprender que sou uma formidável inimiga. Aparentemente, você também. Além disso, ela
precisa saber que seu traseiro pertence a mim.
—Cameo...
—Não. Sem desculpas sobre o grande homem forte que protege a pequena mulher fraca. Se
você me quiser na sua cama, terá que me aceitar ao seu lado. Nenhum outro resultado é
tolerável.— Certo, ela acabou de fazer uma grande aposta. Antes, Lazarus só havia pedido uma
noite com ela. Ele acabou de pedir por mais, mas não porque gostava dela ou não podia continuar
sem ela. Por temer por sua segurança.
Oh, sabia que ele ainda a desejava. Seu pau ficava duro como um AK-47 totalmente
carregada cada vez que ele olhava em sua direção. O desejo era suficiente para anunciar sua
felicidade e sustentá-la?
Ele foi claro desde o início que queria casar com uma rainha, não por amor. Que queria uma
aliança, um exército. Ele não a considerava mulher para se casar.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

O lembrete doeu, e Tristeza regozijou-se.


Seus olhos se estreitaram quando ele espalmava um punhal. —Seu coração é muito doce.
—Você está falando sobre meu coração, ou um dos corações que mantenho em uma jarra
em casa?
Ele lhe deu um beijo. —Eu sei o que você está fazendo. Exalando escapadas violentas, então
terei que vê-la como guerreira em vez de uma mulher passional, mas não vai...
Ela agarrou suas bolas e torceu. —Eu sou uma guerreira.
—Funcionar,— ele terminou com uma nota alta. Quando ela o soltou, esfregou suas
preciosas bolas. —Muito bem. Você pode vir comigo.
—Caramba. Você está me deixando ir com você? Você é legal. Simplesmente o melhor!
Ele continuou como se ele não tivesse falado. —Se você se machucar, mesmo um único
arranhão...
—Você ficará com raiva e as pessoas vão morrer, blá, blá, blá. Não podemos ter seu
encontro de uma noite incapaz de desempenhar as suas funções, agora, não é mesmo?
—Oh, você executará suas funções direitinho, ou as pessoas não vão simplesmente morrer,
Luz do Sol. Elas vão implorar para morrer.
Como ele poderia ser tão sexy e tão exasperante ao mesmo tempo? —Pare de conversar e
vá exibir a primeira parte de “A busca da vingança de Lazarus”.
Seu olhar escuro a manteve cativa por uma eternidade feliz, aquelas íris de ébano se
aprofundando e girando, quase a hipnotizando. Então ele saiu pela porta. Ela correu atrás dele. O
corredor havia sido esvaziado de guardas. Dentro do clube, Enviados empurraram os restantes dos
convidados para fora. Visitantes que ficaram felizes de sair. Ninguém queria estar no caminho de
uma harpa enfurecida, muito menos de um clã inteiro.
Haveria carnificina.
Cameo foi para uma das janelas na parte de trás. Um belo jardim florescia com rosas
noturnas, as pétalas macabras vermelhas como sangue. Na frente estavam as Harpias bem
armadas e cercavam o prédio perfeitamente iluminado por estrelas cintilantes e o brilho de uma
lua vibrante.
Juliette estava na liderança, o vento levantando suas tranças escuras e a bainha da curta saia
de couro.
Lazarus vai ser escravizado. Tristeza fingiu sufocar um soluço. Ele vai culpá-la, odiá-la.

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—Há mais de uma centena de Harpias lá fora e só nós dois aqui,— disse Cameo, fazendo o
melhor para ignorar o demônio.
—Eu sei! Pobres Harpias.— Lazarus parou diretamente atrás dela e descansou uma mão em
seu quadril.
O estranho formigamento começou de novo, mas, quando o calor da respiração dele
acariciou o topo de sua cabeça, ela estremeceu de prazer.
Tristeza sibilou e até caiu no silêncio.
—Se eu liberar o demônio,— disse ela, recusando-se a reivindicá-lo com a palavra meu, —
ele pode incapacitar as forças das Harpias com tristeza. Podemos catá-las uma a uma sem arriscar
sermos feridos.
—E te incapacitar no processo, certamente.
—Sim,— admitiu. Terrivelmente. Ceder as rédeas de controle permitia que Tristeza a
preenchesse com tanto desespero que ela desejaria a morte. Somente com o tempo e um milagre,
se livraria de suas garras.
—Não.— Lazarus sacudiu a cabeça, determinado. —Nós lutaremos.
Não estava disposto a conseguir sua vingança da maneira mais fácil? Um choque!
Mais sexy do que exasperante...
—O clube foi limpo.— Thane se aproximou, as pontas das asas roçando contra o chão. —As
Harpias me deram um ultimato. Mate Cameo, ou comece uma guerra. Eu não aprecio ultimatos,
então decidi começar uma guerra. Estaremos com vocês nesta batalha.
Ao lado dele estava Bjorn e um Berserker com mais de 2 metros de altura - o chefe da
guarda do clube. Bjorn assentiu com a cabeça e o Berserker deu um passo à frente, dizendo, —Eu
também.— Onde estava Xerxes?
Ela esperava que Lazarus protestasse. Sua vingança, sua batalha. Ele aumentou seu choque,
assentindo em concordância.
Espera. Ele concordou com a ajuda deles como meio de protegê-la?
Mais irritante do que sexy.
Ela não era fraca. E provaria isso!
Não havia nenhum sinal de Viola ou do bartender que fugiu com ela. Que pena. Teria sido
bom lutar ao lado da deusa e seu companheiro peludo. Meus novos melhores amigos.
Quem você está enganando? Você não tem amigos. O que você poderia oferecer a eles?

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Tristeza queria pressioná-la antes da grande batalha para que ela fosse derrubada rápida e
facilmente. Uma tática que usara muitas vezes antes.
O que eu tenho a oferecer? Ela perguntou ao demônio. Fácil. A mesa. Eu construí.
—A propósito, vocês escolheram o lado certo,— Lazarus disse aos outros. —Eu convoquei
minhas serpentes do céu.
Ele as convocou? Quando?
Ele disse, —Elas devem chegar...
Gritos agudos ecoaram pelo clube.
Mais de uma dúzia de serpentes pairavam no céu, as asas membranosas deslizando para
cima e para baixo. Seus enormes corpos em tons de joia irradiavam tensão enquanto as caudas
estavam enroladas, prontas para atacar. Veneno pingava de suas presas. Com cada exalação,
chamas azuis brilhantes estalavam dentro de suas narinas.
Lazarus ofereceu um sorriso frio. —Agora.
—É claro que você será responsável por qualquer dano que ocorra ao edifício,— disse
Thane.
—Claro.— Lazarus apontou para Juliette. —Fique a vontade para enviar a conta aos parentes
mais próximos dela.
Metade do exército das Harpias virou-se para encarar as serpentes do céu, enquanto a outra
metade permaneceu focada no clube. Então. Elas estavam dividindo suas forças. Uma escolha
perigosa, colocando as Harpias em uma grave desvantagem desde o início. Mas, então, não era
como se Lazarus lhes deixasse muita escolha.
Cameo gostava disso nele.
Xerxes apareceu ao lado de Thane, saindo de uma porta invisível. Ele estendeu o braço na
direção de Cameo, um punhal descansando na palma da mão.
Lazarus o pegou pelo pulso, impedindo-o de entrar em contato com ela. —Mantenha suas
mãos para si mesmo.
—Minha adaga!— Ela guardou a arma que pegou de Lazarus e reclamou a adaga.
Xerxes arqueou uma sobrancelha branca, e Lazarus o soltou com um golpe.
Movimento fora da janela chamou sua atenção. Ela gemeu. Grifos se juntaram à festa. Grifos
vivos. Eles se separaram das serpentes do céu, prontos para lutar pelo Time das Harpias.
—Como ela convocou os grifos?— Cameo perguntou.

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—As notícias das minhas façanhas viajaram rápido.— Lazarus encolheu os ombros. Lendo a
mente da Harpia? —Os grifos a encontraram.
Juliette sorriu. —Lazarus!— Sua voz ecoou pelo clube. —Não consigo expressar a profunda
felicidade que sinto ao saber que meu consorte vive. Junte-se a mim, meu amor. Não há
necessidade de lutar. Nós nascemos para ficar juntos.
Se a Harpia ainda não tivesse assinado sua própria sentença de morte, bem, ela teria feito
isso agora. Lazarus gritou a maldição mais obscena que Cameo já ouviu.
—Juliette, a Erradicadora, é minha para matar,— ele falou aos Enviados. O olhar dele ficou
preso em Cameo. —E você...
—Ei, não se preocupe comigo. Na batalha, a distração mata tão brutalmente quanto
qualquer espada.— Vou deixá-la para você. E antes que você me dê ordens contrárias, vou me
colocar em perigo, desnecessariamente ou não. Mas também vou ganhar.
Um músculo pulou debaixo dos olhos dele. —Você já lutou contra Harpias? Antes de hoje?
—Todos nós não lutamos?
—E você?— Ele perguntou aos outros.
Os olhos das cores do arco-íris de Bjorn falavam com descontentamento um diga-me que
você está brincando. —Vivemos há milhares de anos, e Harpias não têm nenhum filtro ou limites.
O que acha?
—Certo.— Lazarus assentiu. —Então, você sabe que é preciso quebrar as asas delas para
retardá-las ou enfraquecê-las.
As asas das Harpias eram pequenas e, geralmente, se agitavam rapidamente para evitar
serem agarradas. Cameo nunca lidou com esse feito especial, mas havia uma primeira vez para
tudo.
—Pare de se preocupar,— disse ela. —Está tudo dominado.
Lazarus pressionou um beijo rápido em seus lábios. —Seja cuidadosa. Ou algo parecido.—
Então se concentrou nos outros, os olhos de obsidiana crepitando como as chamas emitidas pelas
serpentes do céu. O resto dele parecia frio como o gelo. —Esteja preparada. No segundo em que
pisarmos lá fora as Harpias dispararão suas flechas. Concentre-se nelas. Minhas serpentes do céu
lidarão com os grifos.
Em união, os Enviados estenderam as mãos. As espadas de fogo apareceram.
—Suas serpentes do céu lidarão comigo?— murmurou Cameo.

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—Elas sabem da sua briga com as serpentes do meu reino, se é o que está perguntando,—
respondeu Lazarus. —Devo proteger você da ira delas, ou você gostaria de afirmar sua
independência mais uma vez?
Idiota. —Eu gostaria de afirmar minha independência bem na sua...
—Matar!— Com isso, Lazarus esmagou a porta, lascas cortantes disparando em todas as
direções. O movimento foi tão inesperado para as Harpias quanto para Cameo.
Ela o seguiu, permanecendo em seus calcanhares, e os Enviados foram atrás dela. Como
Lazarus previu, as flechas foram lançadas.
Você não pode ganhar, Tristeza sussurrou, não querendo desistir. Você vai perder, de uma
forma ou de outra. Talvez vença a luta, mas definitivamente perderá Lazarus. Se não hoje,
amanhã. Como todos os outros, ele se cansará das tentativas mal sucedidas de te animar.
Cameo o desligou. Distração matava e tristeza debilitava. Concentrou-se na batalha. Aquilo
para o qual foi criada para fazer. O mundo ao redor desacelerou, mas seu ritmo permaneceu
rápido quando balançou os braços e inclinou os pulsos. As flechas esbarravam em suas adagas,
inúteis.
As serpentes do céu desencadearam uma tempestade de fogo, aumentando o calor. A
fumaça formou uma nuvem de escuridão à medida que as gotas de suor escorreram pelas
têmporas e coluna de Cameo.
Um forte grito de guerra soou. Harpias se precipitaram para frente, três castores ansiosos
encontrando Cameo no meio do caminho. Ela se preparou para o impacto e...
Lazarus bateu nas fêmeas, como uma bola de boliche para pinos.
Você só pode estar brincando comigo.
Outras Harpias surgiram sobre as companheiras caídas, seus olhares trancados em Cameo.
Felizmente, Lazarus estava preocupado com... Franziu o cenho. Por que ele estava se movendo tão
devagar, permitindo que as mulheres cravassem suas garras nele? Uma estratégia de batalha?
Esperando dar às Harpias uma falsa sensação de vitória?
Sim ou não, ela não poderia ajudá-lo agora. O novo grupo chegou até ela. Bloqueou uma
mordida e depois um golpe. Surpresa escureceu os olhos delas.
O que, esperavam derrubá-la facilmente?
Ela não atacaria as asas delas, decidiu. Sem dúvida, o movimento era esperado. Em vez
disso, girou, caindo agachada e com uma perna esticada. Uma Harpia tropeçou, depois outra.
Quando caíram, apunhalou os punhais em seus torsos.

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À principio, as mulheres não perceberam que foram feridas. A adrenalina disparava por seus
corpos, provavelmente amortecendo a dor. Mas Cameo permaneceu agachada. Quando as
fêmeas tentaram ficar de pé, provavelmente pensando que a atacariam enquanto estava caída,
seus intestinos derramaram a seus pés. Gemidos de agonia surgiram no ar.
Minha deixa. Determinada a acabar com suas oponentes, Cameo saltou. Com golpes
rápidos, esfaqueou uma no coração e a outra no pescoço. Infelizmente, elas tinham uma amiga. A
menina passou as garras pela bochecha de Cameo.
Sua carne rasgou, queimando como se estivesse mergulhada em ácido. Seus joelhos
dobraram e golpearam o chão. Enfurecida pela raiva, a Harpia a seguiu.
Ignorando o influxo da dor, Cameo afundou a adaga na traqueia de sua atacante. A menina
empurrou antes de cair.
Grupo um - Derrubado.
Diferentes sons foram registrados, fazendo suas orelhas se contraírem. Chamas estalando,
grunhidos e gemidos, rugidos, o estalar de ossos quebrados, outros uivos. Onde estava Lazarus?
Ela se pôs de pé...
Um forte peso bateu nela, lançando-a pelo jardim.
Perdeu a respiração, feixes de luz piscando através de sua visão, momentaneamente a
cegando. Um punho duro bateu sua bochecha ferida uma vez, duas vezes. Um punho frio.
Soqueira de bronze? Sua mandíbula saiu do lugar, e seu cérebro bateu contra o crânio. O sangue
vazava dos lados de sua boca quando ondas de dor pungente a atingiam.
Não pare. Continue lutando. Ela permaneceu no chão e chutou as pernas. Ao mesmo tempo,
a Harpia se inclinou para entregar o próximo soco. Perfeito. Cameo cruzou as coxas, travando no
pescoço da garota. Ela rolou de bruços, forçando a Harpia a ficar de cara no chão.
Crack! A testa da Harpia encontrou-se com uma rocha, e a rocha ganhou.
Embora sua oponente forçasse as pernas em uma tentativa de se levantar, o golpe a
enfraqueceu, permitindo que Cameo ficasse de pé e golpeasse uma bota em seu rosto.
Apague Harpia.
Zonza, ofegante, ela procurou o campo de batalha. As serpentes do céu diluíram o rebanho
do inimigo, enquanto os Enviados derrubaram sua justa parcela de Harpias - sem realmente matar
as mulheres. Bjorn e Xerxes estavam no processo de confinar as fêmeas machucadas dentro de
uma gaiola camuflada por pedras.

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Apenas Juliette permaneceu de pé. Bem, não de pé. Não exatamente. Lazarus a tinha pela
garganta, as pernas tremendo no ar. Ela enfiava as garras nele, desesperada por ganhar a
liberdade.
Carmesim o salpicou da cabeça aos pés, especialmente na parte inferior da calça. Sua camisa
e uma boa porção da pele haviam sido trituradas. A tensão óbvia apertou a pele ao redor de seus
olhos e boca, o peso de Juliette aparentemente mais do que ele podia tolerar. Seus lábios estavam
afastados dos dentes com uma expressão feroz.
A carne bronzeada da Harpia... Ficou cinza?
O olhar selvagem de Juliette se aproximou do seu entorno, provavelmente procurando
qualquer coisa ou qualquer pessoa que pudesse usar contra o atormentador. Quando viu Cameo,
ela ofegou, —Caixa. Saiba... quem... caixa.
Apenas uma caixa importava para Cameo. Pandora. Juliette sabia quem a possuía?
Coração batendo contra as costelas, Cameo chamou, —Lazarus.— Com a mandíbula ainda
fora de lugar, ela balbuciou o nome dele.
Ele não tomou conhecimento dela. Sua sede de vingança era tão grande que teria perdido o
controle de tudo o resto? Ou simplesmente não se importava com o que ela tinha a dizer?
Depois de tudo o que fizeram na cama, a segunda possibilidade doeu mais do que as
pancadas que ela tomou.
—Lazarus,— ela repetiu, saltando para frente. Tropeçou sobre um corpo, mas permaneceu
de pé e continuou correndo. —Solte-a. Você deve soltá-la.— Se Juliette soubesse quem estava
com a caixa, Cameo precisava dela viva. Pelo menos por um tempo.
Sim, a Harpia provavelmente mentiu para se salvar. E se assim fosse, sua morte seria mil
vezes pior. Mas é mais seguro do que remediar quando as vidas dos entes queridos de Cameo
estavam em jogo.
Bateu em Lazarus, esperando que ele tropeçasse; ele caiu no chão, em vez disso, perdendo o
controle sobre Juliette. A Harpia rolou e se levantou.
Nãaaaao! Cameo tentou pegá-la, mas mesmo sem fôlego, Juliette conseguiu se safar pela
esquerda e, em seguida, disparou pela direita. Ela correu, e Cameo a perseguiu. Aproximaram-se
da borda da nuvem. A Harpia teria que parar e...
Juliette mergulhou, sumindo de vista. Cameo derrapou até que parou, antes que também
caísse para a morte.

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Um dos grifos apareceu embaixo de Juliette, pegando a Harpia nas costas e o alívio tomou
Cameo. Haveria outra luta, outra chance de obter respostas.
As serpentes do céu restantes sibilaram para ela, lembrando-lhe que um inimigo ainda
espreitava nas proximidades. Os animais de estimação de Lazarus adorariam puni-la... e Lazarus
também.
Ele rugiu. —Por que, Cameo? Diga-me por que.
Ela fechou os olhos e apoiou a mandíbula contra o ombro. Com um empurrão, forçou a
mandíbula a voltar ao lugar e quase se dobrou de dor.
Quando se acalmou, disse, —Você a ouviu.— Apontou na direção que Juliette voou. —Sua
consorte pode saber onde encontrar a caixa de Pandora.
—Ela nunca foi minha.— Ele se aproximou de Cameo, seu olhar cuspindo fogo contra ela. —
E ela não sabe.
—Como você pode ter certeza?
Os olhos dele se encheram de culpa e raiva. Por que culpa? —Eu apenas sei.
—Bem, quero falar com ela antes de você matá-la. Ok?
Uma serpente do céu pousou atrás dele e gritou.
—Não,— gritou Lazarus. Seu olhar permaneceu em Cameo enquanto ele falava muito
irritado com a criatura, —Ela não deve ser prejudicada. Nunca. Não por você.
Não por você. E isso não era reconfortante?
—Vou voltar para Budapeste,— disse ela. —Você pode vir comigo, ou pode ficar aqui. Agora
não me importo exatamente. Na verdade, eu me importo. Fique aqui!— Imitando o comando dele
para ela. Como um cara se sentiria sobre o chauvinismo invertido? —Quando meus ferimentos
curarem, vou encontrar Juliette e conversar com ela. E ela deve estar viva. A segurança da minha
família é mais importante do que sua vingança. Você me ouviu?
—Acho que todos te ouviram,— ele estalou.
Cameo esbravejou, olhando primeiro para a serpente do céu, depois para os Enviados. —É
melhor alguém se oferecer para me dar uma carona para casa, ou vou começar a cantar uma
canção de ninar.
Todos os três Enviados e seu amigo Berserker imploraram pelo privilégio. E, ok, uau, a
serpente do céu se prostrou para permitir um fácil acesso às suas costas.
Talvez a batida em seu crânio tivesse destruído seu senso de autopreservação desde que
decidiu ir com a serpente do céu. Claro, ela gostaria de arrancar seu couro e sugar a medula de

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seus ossos, mas e daí? Se ela a comesse, a comeu. Se a soltasse no ar, ela cairia. Ela morreria ou
sobreviveria. No momento, não tinha certeza de qual queria que acontecesse.
O que a criatura não faria? Passar um sermão nela.
Serpente do céu para a vitória. Todos a bordo do SS Express.
Ela se aproximou apenas para pausar e olhar para Lazarus. —Os humanos vão nos ver e irão
se assustar?
—Não. Ele vai se camuflar.
Camuflar? Um sopro de fumaça branca flutuou das narinas da serpente do céu, cobrindo-o e
escondendo-o.
—Bem. Isso explica como você chegou tão longe sem ser detectado,— ela disse, marchando
para frente.
—Cameo!— Lazarus gritou seu nome, de alguma forma transformando três sílabas em um
comando áspero.
—Não! Nossa conversa acabou.— Ela se instalou em seu transporte.
—Irei atrás de você,— disse ele. —Eu sempre irei atrás de você.
Ele havia dito essas palavras antes. A primeira vez, elas eram uma promessa, doce e
reconfortante. Hoje, pareciam um aviso.

CAPÍTULO 20

“Nunca se desculpe. Sempre se desculpe, mas apenas com sua mulher.”


—Se Tornando o Monstro que Você Nasceu para Ser
—A Arte de Manter sua Mulher Feliz

Três dias. Três torturantes dias, Lazarus permaneceu separado de sua Cameo. Ele atingiu seu
limite.
Rangeu os molares, a mandíbula doendo em protesto. Ainda tinha que sair do quarto de
hóspedes de Downfall. Por causa de Juliette, não estava forte o suficiente para se juntar a sua
μονομανία. Quase no fim da batalha, a Harpia enfiou as garras em sua virilha e, com um grito de
vitória, removeu um de seus testículos. Ele tinha sido muito lento para detê-la.

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Ele usou seu tempo para criar um invólucro de couro para a caixa de Pandora, alinhando-a
com uma corrente fina de malha como uma camada adicional de proteção. A técnica era
impecável, e ainda assim não era páreo para Cameo.
Surpreendentemente, a separação dela o torturou muito mais do que a perda de seu
testículo. Deveria ter se curado por agora. Sem Cameo, sem piora. No entanto, começou a se
regenerar apenas nesta manhã.
Seja qual for o motivo, Juliette pagaria por seu aprisionamento e pelos dias separados de sua
mulher. Ela pagaria com a vida, sim, mas primeiro ela sangraria.
Ele sentia falta de Cameo. Sentia falta de sua inteligência e ferocidade. Almejava seus doces
beijos e seu gosto decadente. Desejava seus sedutores ronronos de excitação. Ansiava por ter as
unhas dela em suas costas mais uma vez, as pernas enroladas em sua cintura. Sonhava com a
maneira que ela encharcava a calcinha por ele. Até mesmo a maneira com a qual ela lutou contra
aquelas Harpias...
Acima de tudo, precisava ver o sorriso dela novamente, por mais raro que ele fosse. Agora
era um viciado, com a necessidade de se saciar, ansioso e com dedos engatilhados, pronta para
rasgar em frangalhos qualquer pessoa que ousasse entrar em seu caminho.
Ele a via por quem ela era - forte, inteligente, corajosa - tudo isso e muito mais. Ela merecia
ser sua parceira, não apenas uma decoração bonita ao seu lado.
Ele quase entrou nas sombras, sua vingança pessoal contra Juliette e Hera esquecida, apenas
para observá-la. Ela manejava uma espada tão habilmente quanto fez uma a partir de sucata, a
arma como uma extensão de seu braço. Ela se movia como ondulações na água, tão suave que
parecia inofensiva até que fosse tarde demais.
Ontem ele se esgotou e convocou o Enviado com olhos de arco-íris. Bjorn. O mais velho.
—Tenho a sua palavra de que essa conversa não irá adiante?— Lazarus perguntou.
—Você a tem,— o Enviado respondeu. Incapaz de mentir, ele efetivamente se vinculou ao
silêncio sobre o assunto.
Que foi a única razão pela qual Lazarus continuou. —Você está vivo há muito tempo. Há
tanto tempo quanto eu. O que você sabe sobre Hera? Sobre... Meu pai?
—Muito pouco sobre o seu pai. Hera e sua mãe, eu sabia. Uma vez, elas foram amigas.
Amigas? A notícia veio como um choque. Como uma amiga poderia matar a outra sem
piedade? —Quando elas se tornaram inimigas?
—Quando seu pai sequestrou sua mãe.

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Um simples caso de ciúmes? Hera queria Typhon? Por quê?


Ele mudou a maré da conversa, dizendo, —Você conhece uma maneira de remover o
demônio de Cameo e mantê-la viva?
Bjorn tinha batido seus dedos no queixo. —Um recipiente vazio se deteriora. É por isso que
ela morrerá quando ele for removido. Se você conseguir revivê-la depois, o que não é uma
garantia, seu espírito teria que ser remendado - ou curado - e preenchido novamente. Amor ao
invés do ódio. Alegria ao invés de tristeza.
Fazia sentido, mas era muito arriscado. Nem ele nem Cameo sabiam como amar. E ele já
chegara a conhecer alegria? Verdadeira alegria?
Lazarus caminhou pelo quarto que compartilhara com Cameo e fez uma careta conforme a
sensível carne se regenerando esfregava contra sua calça de couro. Deveria deixá-la ir agora em
vez de mais tarde. Deveria esforçar-se para montar um exército. Sim, deveria. Mas ficar longe da
guardiã da Tristeza estava parecendo cada vez menos uma opção para ele.
Ele havia dito que iria ajudá-la a controlar o demônio. Dissera que a protegeria, mesmo de si
mesma.
Preciso protegê-la.
Estúpido!
Ele tinha milhares de anos. Tinha experimentado o melhor e o pior que a vida tinha a
oferecer, e ainda assim, não possuía defesas contra Cameo. Sua mera existência a tornava uma
inimiga. Sem ela, ele viveria. Seria forte, um líder entre os homens. Mas sem ela, ele não viveria
bem.
Sou o filho de meu pai.
Nunca! Nunca teria Cameo contra a vontade dela.
Ele seria romântico pra caralho com ela.
Droga! A necessidade de tê-la ameaçava substituir sua vontade de sobreviver. Ele a desejava
antes; ela havia sido uma tentação. Agora, era uma necessidade, essencial para sua existência.
Era assim que seu pai se sentia sobre sua mãe? Enlouquecido? Esse tinha sido o começo do
fim para Typhon?
Hora do vai ou racha, Lazarus percebeu. Precisava decidir. Afastar-se de Cameo para
sempre, ou se jogar totalmente de cabeça. Aceitar os cristais e o resultado final - uma vida nas
sombras, incapaz de lutar - ou afastar-se dos cristais e ganhar suas guerras pessoais.

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Se escolhesse o primeiro, não poderia haver meio termo. Ele cometeu esse erro antes,
exigindo que Cameo aceitasse sexo casual. Pela quantidade de vezes e pelas tantas maneiras
como ela havia sofrido, ela precisava de segurança vinda de seu homem. Ela merecia saber que
era adorada. Só então ele ganharia sua confiança. Só então ela compartilharia seu corpo... e
escolheria lembrar-se de seu sorriso.
Em troca, ela poderia ajudar Lazarus a realizar sua vingança. Que melhor guerreiro para ter
ao seu lado? Ele poderia ter tudo, sua mulher e sua vingança, antes que os cristais o consumissem.
Mas. Sempre havia um “mas”. Se Lazarus planejava passar o que restava de seus dias com
Cameo, tinha que contar a ela sobre a caixa de Pandora. Precisava contar antes que ela desafiasse
Juliette por informações que a Harpia não tinha e não poderia ter.
E se ela usasse a caixa para se machucar?
Ele poderia destruir a caixa e simplesmente mostrar-lhe os destroços.
Ela o odiaria.
E quanto à Estrela da Manhã? A preciosidade estava pendurada em seu pescoço mais uma
vez. Envolveu a mão ao redor dela e apertou. Se destruísse a caixa de Pandora, também poderia
destruir a Estrela da Manhã. Ou então a misteriosa criatura finalmente seria libertada?
A Estrela da Manhã poderia salvar Cameo?
Se houvesse sequer uma chance, ele não podia destruir a caixa. O risco superava a
recompensa. Isso significava que ele não poderia contar a Cameo sobre isso, não importava o
quanto ela merecesse a verdade.
Não podia comprometer o bem-estar dela. Ou o futuro dela. E não se sentiria mais culpado
por isso. Não se sentiria! Ela significava muito para ele, e o que ele fez, fez por ela.
Ele a protegeu. Fim da história.
Novo plano, próximo passo. Mataria Juliette antes que Cameo tivesse a chance de conversar
com ela. Então, voltaria sua atenção para Hera, arrancaria a informação da localização de seu pai e
finalmente mataria a mulher que havia assassinado sua mãe, bem como o homem que a
escravizou. Agiria rapidamente. Então passaria o resto de seus dias com Cameo, gozando do
contentamento que só ela poderia lhe dar.
Um plano sólido.
—Olá, Lazarus.
A voz familiar flutuou do espaço atrás dele, cada músculo de seu corpo se retesando.
Segurando um punhal em cada mão, ele girou...

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E ficou cara a cara com Hera.


Lazarus lançou uma ilusão, escondendo sua fúria atrás de uma máscara impassível,
apagando qualquer sinal da preciosidade embaixo de sua camisa e das armas presas ao seu corpo.
Deixe-a acreditar que estava desarmado.
Os anos tinham sido gentis com ela, tornando-a mais bonita do que nunca. Seu cabelo
parecia um caimento de musgo misturado com exuberantes flores cor-de-rosa. Seus olhos eram,
em essência, um mapa aéreo da Terra, azul com manchas verdes e marrons. O complemento
perfeito para a linda tonalidade caramelo de sua pele.
Ela usava um vestido feito inteiramente de pétalas de rosa encantadas, o doce perfume das
flores flutuando dela.
Uma vadia como ela deveria cheirar a enxofre!
Não esperava que ela viesse até ele. Não esperava que se lembrasse do menininho que tinha
deixado órfão. Conforme Lazarus se transformava em um homem, mantivera suas intenções para
com ela, para si mesmo.
—Hera. Há muito sonhei em vê-la novamente.
—Você foi decapitado. Acho difícil acreditar que você sonha, quem dirá viver,— ela disse em
forma de conversa.
—Você não ficou sabendo? Não posso ser morto.
—Faz sentido, suponho. Você é, afinal, filho de seu pai.— Seus lábios franziram. —Typhon.
Um porquinho tão escorregadio que conseguiu escapar da morte... até agora.
Ela percebeu que acabara de confirmar a sobrevivência de seu pai? —Você matou minha
mãe. Sua amiga,— ele terminou com raiva. —Quem é o verdadeiro porco nesta situação?
Raiva obscureceu suas feições. Então ele detectou um crepitar de poder semelhante ao dele
- e ao de seu pai - e a expressão dela ficou inescrutável. Ela tinha a capacidade de lançar ilusões,
também?
—Você sabe por que estou aqui?— Ela perguntou.
—Oh, sim. Para morrer em minhas mãos.
—Você tem a caixa de Pandora. Minha caixa. Você matou minha escrava.
Sua ilusão encobriu seu choque. Hera, a Corneadora, havia sido a mestre de Hilda.
—Eu sei que a caixa está próxima,— ela disse. —Posso sentir. Não minta para mim, Lazarus.
Veja bem, antes de ser presa no Tártaros, passei meus dias matando os machos que provaram ser
qualquer tipo de ameaça para o sexo mais justo. Eu era muito boa. Muito boa.— Ela enrolou um

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fio de cabelo em torno do dedo, fingindo inocência. —Cale-se e me devolva a caixa agora, ou você
irá se juntar à minha lista de pessoas indesejáveis.
—Você mesma disse que a Morte não pode colocar suas sujas mãos em mim.— Ele manteve
seu tom agradável. —Eu escolho a opção C e vou cortá-la em pedaços.
—Boa sorte com isso.— Ela passeou pelo quarto com indiferença não disfarçada, arrastando
a ponta do dedo ao longo do topo da cômoda antiga... da penteadeira... de um dos postes da
pesada cama, onde os lençóis amassados ainda traziam um fraco vestígio do aroma de Cameo.
Lazarus não possuía nada daqui, e, no entanto, sua sensação de posse queimava.
Vingança exigia que matasse sua inimiga. Agisse agora. Mas permaneceu no lugar. Nunca
comece uma briga que você não pode ganhar. Enfraquecido como estava - e tão poderosa quanto
ela era - ele tinha que prosseguir com cuidado... sorrateiramente.
—Que hipócrita você se tornou na velhice, hein.— Ele permitiu que um frio sorriso
escorregasse através de sua ilusão, a verdade em seu olhar atrevido, uma óbvia provocação. —
Você, a vingadora dos violados, conhecida por punir quem se atrevesse a tomar algo que não
fosse oferecido livremente - você roubou a caixa de Pandora e impediu que os demônios fossem
colocados de volta dentro dela. Você libertou esses demônios em um mundo desavisado. Durante
séculos, eles pilharam, saquearam e destruíram inocentes.
Uma risada amarga preencheu o espaço entre eles. —Você está certo. Eu sou uma hipócrita.
E sou punida todos os dias pelas minhas escolhas.
Tentando virar o jogo contra ele e ganhar sua simpatia? Nunca! —Lamento por você,— ele
disse, e secou uma lágrima imaginária.
—Tenho certeza de que lamenta.— Ela encontrou seu olhar com implacável determinação.
—Onde está minha caixa?
—Onde está o meu pai?
Ela levantou uma sobrancelha. —Você deseja salvá-lo?
—Eu desejo matá-lo.
Uma pausa carregada de tensão. Então, —Onde está minha caixa, Lazarus?
—Onde está meu pai?— Ele disse, andando em direção a ela.
—Aprendi bem minha lição, Lazarus. Deixar você viver foi um erro. Diga-me onde você está
guardando minha caixa, ou vou destruir sua família, começando com sua prole.
—Não tenho nenhuma prole.— Ele colocou as mãos na virilha. —Mas você é bem-vinda a
pegá-los diretamente da fonte.

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Ficando pálida, ela deu um meio giro, sempre o mantendo dentro de suas vistas. —Eu o
salvei de se tornar uma cópia do seu pai. Quando criança, poupei sua vida. Você me deve.
—Você me escravizou e relegou os cuidados da minha alma para uma Harpia. Eu não te devo
nada além de uma morte dolorosa.
—Corajosas palavras. Tolas palavras. Não me obrigue a desmembrar sua preciosa Cameo do
mesmo jeito que desmembrei Echidna.
Sua voz oscilou ali no final? —Obrigá-la?— O ódio que ele nutria há tanto tempo explodiu
dentro dele, estilhaços emocionais penetrando em cada centímetro de seu corpo. As feridas
sangraram mais raiva, apenas raiva.
—Nunca gostei de fazer mal para minhas companheiras fêmeas.
—Toque em Cameo, e eu irei...— Não havia ameaça grande o suficiente.
—O que? Paralisar como seu pai, incapaz de se mover, preso dentro de algum tipo de
crisálida?— Ela riu. —Eu o chequei não muito tempo atrás. Um destino trágico para um macho,
uma vez tão forte.
Um destino que Lazarus compartilharia.
Ele já tinha se resignado a isso - ou pensava que já tivesse. Se ficasse com Cameo,
continuaria a enfraquecer. Talvez agora fosse o momento de atacar. Talvez nunca tivesse mais
poder do que tinha agora.
Decisão tomada.
Sem calcular sua intenção, Lazarus se atirou em Hera. O ombro dele atingiu fortemente na
parte mais macia da barriga dela, e ele berrou com satisfação com o som de angústia que ela
emitiu. Conforme ele a seguiu até o chão, ela recebeu todo o peso do impacto, a parte de trás de
seu crânio sendo esmagada.
Apesar da lesão, ela bateu com a testa no queixo dele. Adrenalina correndo, ele quase não
registrou a pancada. Não perdendo um segundo, puxou o cotovelo e empurrou o braço para
frente em um soco. O golpe não encontrou nada além de ar quando ela desapareceu.
Esperando que ela voltasse, ele se levantou rapidamente. Andou pelo quarto por cinco
minutos... dez... mas ela nunca apareceu.
Novo plano. Enfraquecido ou não, retornaria para o lado de Cameo. Hoje. Agora. Juntos
caçariam e matariam Hera e Juliette. Encontrariam e matariam seu pai. Confiava em Cameo e
admirava suas habilidades.
Ele não precisava de um exército. Só precisava dela.

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—Arrastem seus traseiros para fora. Nossa milionésima reunião familiar está prestes a
começar.— A voz de Torin ecoou pelo sistema de som que ele instalou dentro da fortaleza.
Ótimo! Maravilhoso! Cameo sabia o que seria discutido. Ou melhor, sobre quem estariam
discutindo.
Quando disse para seus amigos que Juliette talvez, possivelmente, soubesse onde encontrar
a caixa de Pandora, emoção e esperança floresceu. A Harpia tornou-se a inimiga dos Senhores.
Lazarus teria perdoado Cameo por salvar a vida de seu algoz?
De jeito nenhum. Caso contrário, ele estaria aqui.
O perdi antes de sequer tê-lo.
Todos entraram na grande sala. Cameo reivindicou um lugar na frente, com os braços
cruzados sobre o peito enquanto encontrava o olhar de cada ocupante: Torin, Keeley, Maddox,
Ashlyn, Sienna, Sabin, Gwen, Gideon, Scarlet, Amun, Haidee, Danika, Kaia, Aeron e Olivia, a
Enviada.
Lucien, Anya, Reyes, Kane, Josephina, Strider, Baden e Katarina estavam atualmente no
submundo com Hades.
Galen, o ex-inimigo que virou quase amigo, entrou na sala e desabou no sofá. Uma
tempestade ganhando forma dentro de seus olhos azuis céu. Seu cabelo pálido estava arrepiado
em completa desordem. Ele acabara de voltar de uma missão secreta para... Hades? Para si
próprio? Ele deve ter falhado.
Kaia, a ruiva, cutucou o ombro de Cameo, toda “tenho tudo sob controle”. —Calem-se e
escutem. Todo o clã Eagleshield declarou guerra à nossa menina Cam. Eles esperam que todos os
Skyhawks façam o mesmo porque sempre guardamos um rancor contra o homem de Cam, o
deliciosinho, Lazarus.
Como os Eagleshields se atreviam a tentar recrutar seus amigos!
Você não tem amigos, Tristeza sussurrou.
Eu tenho! Eu sei que tenho.
Um coro de “booo” soou da multidão.

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Viu? Ela disse ao demônio. Amigos.


—Recusamos, obviamente. Com espadas.— Gritos de ovação irromperam, e Kaia fez uma
reverência agradecendo. Quando a sala se acalmou, ela acrescentou, —Muito tempo atrás,
Lazarus destruiu uma das nossas aldeias, mas hoje, nós o perdoamos oficialmente. Por causa de
Cameo e também porque gostaríamos de uma oportunidade de torturá-lo lentamente. Da
maneira mais não-violenta possível.— Seu olhar se dirigiu para Cameo. —A morte é muito rápida e
definitivamente permanente demais.
—A informação é que Lazarus realmente voltou dos mortos,— Gwen disse. —Como isso é
possível?
Todos os olhos pousaram em Cameo. —Eu não sei.— A aparência física dele mudou, as
linhas gravadas em seus braços se tornaram mais grossas e escuras, sua aversão à isso piorou. —E
nem ele sabe.
Seus amigos se encolheram com o som de sua voz. Pior, eles se encolheram com mais vigor
do que o habitual.
Eu te disse, Tristeza provocou.
Ela pressionou os lábios. Não tinha planos de contar a ninguém sobre as linhas de Lazarus,
de qualquer maneira. Seu segredo era dele para compartilhar.
—Vou perguntar por aí,— Sienna disse. —Alguém saberá de alguma coisa.— Como a nova
detentora da Ira, distribuir castigos tornou-se seu negócio favorito. Ela estalou os dedos. —E esse
alguém vai abrir o bico.
—As mentes curiosas querem saber,— Kaia dava saltinhos. —Cada centímetro do novo e
vivo Lazarus, funciona?
Tipo, se o seu coração batia? Ela assentiu.
Kaia ofereceu um sorriso malicioso. —De quantos centímetros estamos falando? Hein, hein.
Conte-me!
Tente: Gigante. E meu. Todo meu.
Cameo silenciosamente articulou com a boca. Foco, pessoal!
—São menos de dezesseis? Dezessete?— Ela insistiu. —Juliette se gabava de manter as
bolas dele em sua mala de troféus. Aparentemente, ela cortou uma para, de tempos em tempos
lembrar Laz quem era o chefe. Conseguiu a outra durante a última batalha. Eu simplesmente me
perguntava se ele teria sofrido alguma redução.

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Ele havia sido ferido? Ela tinha assumido que o sangue que o sujava, pertencia às suas
vítimas.
Como eu pude tê-lo deixado para trás?
Antes que Tristeza pudesse usar sua culpa contra ela, ela se virou para Aeron. —Depois que
você morreu, a Única Verdadeira Divindade deu-lhe um novo corpo. Ele é o único ser capaz de tal
façanha, não é?— Ele criou os Enviados, anjos e até mesmo humanos, do nada.
Quanto às outras espécies?
Histórias afirmavam que anjos caídos uma vez se uniram com humanos para criar
semideuses - os Titãs, Gregos e os Não Mencionados. Embora tenham escolhido deixar a palavra
“semi”. Esses semideuses haviam se unido com outros semideuses, e diferentes raças de imortais
nasceram. Shifters, Berserkers, sereias, ninfas e um punhado de outros. E ainda, outros
semideuses haviam se unido com demônios, criando Harpias, vampiros e bruxas. No entanto,
nenhum desses seres sabia como criar um corpo do nada - ou qualquer outra coisa.
—Que eu saiba, sim.— A voz de Aeron era tão áspera como sempre. —Não sei como Ele fez
isso. Acordei no céu, já unido ao meu novo corpo.
Então, ainda estamos na primeira casa. Fantástico.
Melancolia flutuou de Tristeza, um perfume tóxico. Sienna fungou. Kaia e Gwen se viraram
para, furtivamente, secar suas lágrimas.
Aqui vou eu, fazendo todos ao meu redor miseráveis de novo.
—Estou saindo.— Com a cabeça baixa, Cameo andou a passos largos para o corredor.
—Precisamos discutir sobre a caixa,— Sabin a chamou.
Ela parou tempo suficiente para responder. —Não se preocupe. Juliette Eagleshield vai me
contar tudo o que sabe antes que eu arranque a cabeça dela.— Acabou o papel de boazinha,
vamos recomeçar a tortura.
Cameo desceu as escadas. Ao longo do caminho, passou por uma borboleta voando e
ignorou o formigamento de inquietação. Fechou-se dentro de seu quarto e relaxou no assento
acolchoado na frente da penteadeira... Onde o espelho de Lazarus agora estava pendurado.
No começo, não tinha ideia de que o espelho estava em seu quarto. Ela tinha visto uma
boneca inflável. Então tocou no espelho e a ilusão se desvaneceu, o vidro aparecendo diante de
seus olhos. Um presente de Lazarus. Estava admirada por sua consideração... e aterrorizada com o
que veria a seguir.
A história havia provado que apenas mágoa esperava por ela.

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Lágrimas escorriam por suas faces enquanto breves dores começavam a mordiscar sua alma
como ratos famintos que finalmente encontraram um pedaço de queijo. Tristeza e
arrependimento apressaram-se por sua mente, pequenas baratas que moravam nas sombras.
Apesar de sua despedida explosiva, sentia falta de Lazarus com cada segundo que passava.
Sentia falta de seu toque. Seu gosto. Sua risada que parecia um latido, um pouco rouca nas
bordas. Não eram muitas pessoas que conseguiam fazê-lo rir; ela foi uma das poucas raras. Até
sentia falta de seus comentários irritantes.
Com ele, sentiu-se viva pela primeira vez desde sua possessão, tão perto da felicidade, que
quase pôde vociferar uma risada.
Lazarus te abandonou, não quer ter nada a ver com você. Tristeza ronronou como um
gatinho bem alimentado. Talvez você se sinta melhor se o esquecesse.
Nunca!
Talvez...
Lazarus acreditava que o demônio precisava de permissão para apagar sua memória. No
começo, ela descartou a ideia como absurda. Não saber as coisas que ela tinha feito e dito era
uma tortura. Agora, no entanto, estava possuída por uma tortura ainda pior. Sabendo das coisas
lascivas que fizera e dissera, das coisas lascivas que Lazarus havia feito e dito - e sabendo que
nunca mais experimentaria isso novamente.
Não, não. A perda de memória seria pior, sem dúvida, e não podia deixar Tristeza convencê-
la de que finalmente conheceria a paz.
Nenhuma “paz” poderia ser comparada com a memória do primeiro beijo deles. Os
pequenos detalhes, tanto quanto os grandes. O brilho irônico em seus olhos escuros quando ele a
provocou. A rouquidão da voz dele quando ela o satisfez. A maneira como as gotas de suor
escorriam pelas ondulações de seus músculos.
Cameo olhou para o espelho, desesperada. —Mostre-me o futuro,— sussurrou. —Por favor.
Para sua surpresa, o vidro se tornou liquefeito, ondas agitando-se de cima para baixo.
Eventualmente, essas ondas se dividiram e duas imagens apareceram, uma à direita, outra à
esquerda. Na primeira, Lazarus esfaqueou Hera com uma versão em miniatura da Haste Divisora.
O cabo tinha sido cortado em dois, a ponta bulbosa empurrada para o centro para abrir espaço
para uma adaga retrátil. Na visão, Cameo assistiu o assassinato com um ar de alívio. Ele conseguiu.
Conseguiu sua vingança e sobreviveu.

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A cena se transformou, revelando as consequências de sua vitória. O corpo imóvel de Cameo


queimava no topo de uma pira. Seus amigos a cercavam, as cabeças curvadas com tristeza e pesar
– engraçado, as terríveis emoções ainda eram cortesia dela.
—Se Lazarus matar Hera, eu morrerei?— Perguntou ao espelho.
Tremendo, se concentrou na outra metade do espelho e piscou em choque enquanto
observava sua imagem atuar na segunda cena. Nela, ela entrou na frente de Hera, salvando a vida
da antiga rainha – e causando seu próprio fim.
Sem esperança. Condenada se eu o fizer, condenada se não fizer. A menos que pudesse, de
alguma forma, mudar seu futuro.
Por que Cameo protegeria a deusa que matou a mãe de Lazarus?
A cena mudou, revelando as consequências de sua escolha. Desta vez, Cameo estava deitada
na cama, rindo enquanto um caleidoscópio de borboletas dançava sobre sua cabeça.
Uau. Ela sobrevivera? E ria? Com borboletas?
Talvez não devesse tentar mudar seu futuro, afinal. Seguir a liderança do espelho na
primeira vez funcionou muito bem para ela.
Mas... Borboletas?
Se uma delas deixar sua crisálida muito facilmente, suas asas serão enfraquecidas. Ela deve
se esforçar para sair, ou nunca terá a força para voar.
Lembrou-se das palavras de Lazarus, e se virou para contemplar uma enxurrada de
borboletas empoleiradas fora de sua janela. E se os insetos não fossem um símbolo de destruição,
mas em vez disso - engoliu em seco - um presságio de sucesso? E se sinalizassem a aproximação
de Lazarus? Ele disse que elas gravitavam para ele.
Seu coração saltou. Teria ele a perdoado pela suspensão temporária da execução de
Juliette?
Talvez sim, mas... Descansou os cotovelos na penteadeira e inclinou a testa contra o topo de
suas mãos. Ele a desprezaria para sempre por salvar Hera. Portanto, salvar a deusa não poderia
levar à felicidade de Cameo.
Mas vamos lá! E se ela perdesse Lazarus de qualquer maneira? A primeira visão mostrou sua
morte, e na segunda, ele não estava em nenhum lugar perto de sua cama.
E ainda assim, eu ri. Por quê?
Ele estava por perto?
Muitas perguntas não respondidas.

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Uma batida soou em sua porta. O espelho voltou ao normal, revelando seu reflexo e a
desordem de seu quarto. Bom, isso era bom.
Levantou-se com pernas trêmulas e grunhiu, —Entre.
Viola arrastou-se para dentro, seu animal de estimação pressionando-se alegremente em
seus calcanhares. Hoje Viola usava uma camiseta surrada onde se lia Estou Namorando uma
Supermodelo. Eu! A gola foi rasgada e a bainha desfiada. Seus shorts curtos estavam riscados com
manchas de grama. Lama começava a endurecer em suas botas de vaqueira.
Fluffy usava uma roupa combinando.
A dupla tinha retornado para a fortaleza ontem. A deusa se recusava a falar sobre o que
havia acontecido na boate, e Cameo não tinha pressionado por respostas.
—Como sou sua melhor amiga,— Viola disse, —fui eleita para te contar as más notícias.
Ah, não. —O que aconteceu? Alguém morreu? Quem morreu?
Tristeza riu.
—Uau,— Viola disse. —Sua mente imediatamente vai totalmente para o pior cenário, não é?
Ela se forçou a inspirar e expirar com resignação. —O que aconteceu?— Repetiu o mais
calmamente possível.
—Gwen e Kaia acabaram de receber notícias de Juliette.— O olhar de Viola pousou no
espelho e se alargou, sua boca se abrindo em um suspiro sonhador. Como se estivesse em transe,
ela avançou, seus braços se estendendo para tocar. —Oh! Uma beleza!
Cameo agarrou um cobertor e correu em direção ao espelho, com a intenção de intervir
antes que Viola se perdesse em seu reflexo. Missão cumprida.
—Como encontrar Juliette é uma má notícia para mim?— Cameo perguntou, limpando as
mãos como sinal de um trabalho bem feito.
—Quem falou sobre isso ser uma má notícia para você? É uma notícia totalmente ruim para
ela. Eu me esqueci de mencionar que a tola Harpia lançou um desafio para você? Ela quer fazer
uma competição de família contra família e lutar contra você mano a mano. A vencedora pode
ficar com Lazarus.
As mãos de Cameo fecharam-se em punhos. —Mano a mano? Feito. Mas Lazarus não é peão
de ninguém. Ele escolherá a mulher com quem quer estar.
Não será ela, e não será você, o demônio cantarolou. Esse avião já decolou.
—Ela não se importa com livre arbítrio, então você precisa se preparar. Venha.— Viola se
afastou, claramente esperando que Cameo a seguisse.

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Pés tão pesados quanto pedras, ela se arrastou atrás de sua amiga. Entraram na sala de
artefatos, onde a Haste Divisora, a Jaula da Compulsão, a Capa de Invisibilidade e as pinturas
criadas pelo Olho-Que-Tudo-Vê estavam armazenadas.
Poder deixou o ar mais espesso. E poeira. Muita, mas muita poeira. Cameo tossiu.
Seu olhar se fixou na Haste Divisora. Possuía um longo eixo metálico e uma ponta bulbosa de
vitrais. Um toque e ela acabaria em outro reino.
—Por que estamos aqui?— Perguntou. —Não quero deixar o mundo mortal.
—Dãã.— Viola tirou um pedaço de pano do bolso e cuidadosamente enrolou a parte
bulbosa. —Como você sabe, tornei como minha obrigação aprender mais sobre a Haste Divisora
enquanto estive presa dentro do reino espiritual...
—Você não estava presa. Na segunda vez você entrou de boa vontade. E tinha o anel!—
Cameo a lembrou.
—Enfim. A Haste Divisora. Tenho a sensação de que você vai precisar dela.— Conforme Viola
falava, ela curvou-se e torceu a Haste... em entalhes naturais que Cameo nunca tinha percebido,
encurtando-a, fazendo com que uma ponta mais afiada emergisse do topo.
Seu estômago torceu em um nó apertado. A Haste Divisora tinha encolhido em uma versão
miniatura de si mesma, tornando-se a espada que ela tinha visto no espelho. O que significava que
o artefato acabara de se tornar a arma que Lazarus usaria para matar Hera... Ou Cameo.
Entãooo. O espelho tinha mostrado dois possíveis futuros, e agora Cameo precisava escolher
qual deles desejava materializar.
Sem necessidade de refletir. O segundo. Claro que escolheria o segundo. Nele ela sorria!
E quanto a Lazarus? Sua felicidade arruinaria a dele?

CAPÍTULO 21

“Seu reino jamais encontrará paz enquanto seus inimigos ainda viverem sua mulher estiver
chateada.”
—A Arte de Manter Sua Mulher Feliz

Lazarus entrou na fortaleza de Budapeste como se ele fosse o dono da porra toda. Em sua
cabeça, ele era. Decidira ir fundo com Cameo, então ela tinha que ir fundo com ele. Nenhum outro
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resultado era aceitável. O que pertencia a ele agora pertencia a ela e vice-versa. Portanto, ele era
dono da fortaleza.
Parou no saguão. Talvez a proximidade de Cameo o fortalecesse de alguma forma, da
mesma forma que o enfraquecia em outras, porque seu testículo finalmente terminou de se
regenerar. Um processo agonizante que ele não demonstrou estar passando nem com palavras
nem com ações.
—Bem vindo.— Uma voz desencarnada derramou-se de um sistema de intercomunicação.
Uma voz que ele sabia que era de Torin, o fantoche de Doença, que uma vez namorou Cameo. O
macho viveria apenas porque nunca a havia tocado.
Com as câmeras colocadas ao redor do perímetro, Torin sabia de sua chegada no segundo
que ele tinha se teleportado na frente da porta. Lazarus tinha aberto sua mente para os ocupantes
antes de entrar e não sentiu nenhum desejo de ataque.
Talvez porque Torin o tivesse anunciado. —Temos uma visita. Não o matem.
Lazarus virou uma das câmeras enquanto se lançava em movimento. Urgência o dominava,
chicoteando seu flanco; aumentou a velocidade enquanto percorria um lance de escadas.
No segundo andar, viu uma mulher que conhecera há muito tempo. Ele era um menino e ela
era noiva de Hades. Keeley, a Rainha Vermelha. Typhon tinha arrastado Lazarus para o submundo
para dar seus cumprimentos.
Naquela época, ela tinha cabelos vermelhos e olhos castanhos. Hoje, seus longos cachos
estavam rosa, os olhos tão verdes quanto a grama. Amanhã? Quem saberia que cor seria. Suas
características estavam conectadas ao calendário e mudavam a cada estação.
Observou enquanto a mulher entrava e saia dos quartos, enchendo uma bolsa com
diferentes itens. —Ela vai precisar disso...— um vaso —... e disso...— ela puxou um prego da
parede —... e, definitivamente, disso!— Um par de óculos de natação.
Seu olhar insondável pousou nele, e ela ofereceu um sorriso distraído. —Hey, Lazy. Eu
estava querendo te dizer... Alguma coisa? Preciso achar o antigo quadro de cortiça. Se você está
procurando por minha garota, ela está no quarto, preparando-se para o desafio. Boas notícias! Ela
aceitou.
Que quadro de cortiça? Que desafio? E aceitou o que, exatamente?
Lazarus não esperou para perguntar. Em vez disso, partiu em ritmo acelerado pelo corredor,
passando por uma porta aberta onde Sabin, Guardião da Dúvida, estava parado no centro do
lugar, tomando uma xícara de café e encarando-o de baixo para cima. Ou de cima para baixo. O

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macho tinha mais de dois metros. Sem camisa, a enorme tatuagem de borboleta em seu lado
direito não podia passar despercebida. A marca de seu demônio.
Logo eu vou ver - e lamber - a marca da minha Luz do Sol.
—Se você machucar Cameo,— Sabin disse, —eu arrancarei suas duas cabeças.
Sob qualquer outra circunstância, Lazarus teria atacado sem aviso prévio. Me ameace e
morra. Mas ele disse, —Justo.— Se ele machucasse Cameo, merecia qualquer dor que o guerreiro
servisse.
Franzindo o cenho, Sabin esfregou os braços. —Há algo diferente em você. Você está me
fazendo... formigar.
Lazarus passou a língua pelos dentes. O guerreiro sentiu a caixa de Pandora, apesar do
revestimento de couro e da corrente de metal. Com Hera colada em seu calcanhar, teve que trazer
o pendente com ele. —O que você está sentindo é provavelmente atração sexual. Desculpe, mas
você apenas terá que lidar com isso.
A consorte de Sabin, Gwen, dirigiu-se até ele e mostrou suas presas para Lazarus. —Não
sinto nada diferente, mas definitivamente usarei seu crânio como privada.
Gwen era uma Harpia do Clã Skyhawk, mas ele não nutria por ela nenhum ressentimento.
Era esperto o suficiente para saber que não podia odiar toda uma raça pelos pecados de uma
única pessoa.
Cada outra porta aberta tinha outro guerreiro em seu lugar, esperando para aterrorizá-lo.
Esta era a Caminhada da Dor Prometida, não era? Tanto faz. Estava namorando Cameo. Isto teria
que acontecer mais cedo ou mais tarde.
—Estou sentindo o formigamento também, e definitivamente não é atração sexual,—
Maddox, Guardião da Violência, tinha cabelos pretos e olhos violetas, um macho tão letal, quanto
bonito. —Pode ser raiva, no entanto. Deixe Cameo chateada, e eu vou jogar Pesque e Pague com
seus órgãos internos.
—Não sinto essa sua nova atração, mas realmente quero dar umazinha com você,— Gideon,
Guardião da Mentira, tinha uma vibração meio punk rock, com múltiplos piercings e cabelos azuis
que eram uma perfeita combinação com seus olhos. Ele não podia pronunciar uma única verdade
sem sofrer dores debilitantes. Ele acrescentou, —E para sua informação, Cameo não é como uma
irmã para mim. Não vou me importar se você usar e abusar dela, e certamente não usarei seu
crânio rachado como uma ajuda masturbatória.

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Uma mulher grávida de cabelos escuros enrolou o braço ao redor da cintura de Gideon. Ela
ofereceu para Lazarus um suave e doce sorriso. —O que o meu marido quer dizer é que ele foderá
com sua cabeça até o inferno e de volta.— Aquele doce sorriso nunca vacilou.
Maldição, mas Lazarus gostou dessas pessoas.
Amun, Ex-Guardião de Segredos, estava ao lado de sua mulher, a totalmente tatuada
Haidee. —Machuque Cam e vou cortar sua garganta enquanto você estiver dormindo e dançar em
seu sangue.
Legal.
Aeron, Ex-Guardião da Ira, beijou sua mulher, uma Enviada de cabelos escuros, antes de
encontrar o olhar de Lazarus. —Apesar de ter retornado dos mortos... você não retornará de novo
quando eu terminar com você, se ferrar tudo com Cameo.
—Ótimo papear com vocês, garotos.— Lazarus alcançou o quarto de Cameo e entrou sem
bater. Fechou a porta com uma suave risadinha, quase superada por uma mancha opressiva de
tristeza.
Ainda não o percebendo, sua μονομανία se precipitava aqui e ali. Pela primeira vez desde
que se separaram, ele sentiu como se pudesse respirar. Apesar do humor sombrio que ela
emanava, ele finalmente estava em casa. Tensão evaporada, excitação tomando seu lugar.
—Eu quero mais do que uma noite com você,— ele anunciou.
Ela girou, cabelo negro como azeviche dançando com o movimento. Suas bochechas
delicadas coraram lindamente, mas seus espessos cílios estavam bagunçados e úmidos, seus olhos
prateados rodeados com vermelho. Ela estivera chorando?
Um rosnado ressoou no fundo de seu peito.
—Lazarus. Você está aqui.— A tristeza em sua voz continha uma borda afiada e o rasgou
completamente por dentro. —Não estava segura de que fosse vê-lo de novo.
Permanecer no lugar se provou um feito Hercúleo. Se a tocasse, a conversa terminaria. —
Diga-me qual o problema, Luz do Sol, e eu vou resolvê-lo.
Uma nova rodada de lágrimas brotou, e seu queixo começou a tremer. —Sinto muito que eu
tenha arruinado tudo para você. Senti sua falta... irei perdê-lo em breve... nosso tempo juntos é
limitado, até mesmo contaminado, e... e...
Tristeza usou sua separação para atingi-la, ele percebeu. Dentes rangendo, Lazarus estendeu
a mão e envolveu ao redor da preciosidade, ainda escondida debaixo da camisa. Cada vez mais
ansiava matar o demônio, para ensinar-lhe o erro de seu comportamento.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Não posso arriscar atingir Cameo.


—Se você matar Hera,— ela disse e fungou, —eu morrerei.
Suas sobrancelhas franziram. —Como você sabe?
—O espelho me mostrou.
—Lembre-se, o espelho mostra possíveis futuros.— Mas ele não podia tolerar o pensamento
da morte dela de nenhuma maneira. —Agora que sei, posso tomar medidas para garantir que
você permaneça segura.— E ele o faria. —Sempre me recusei a pedir ajuda a alguém. Eu
acreditava que precisar de ajuda significava que eu era fraco. Mas estou lhe pedindo. Ajude-me a
encontrar Juliette. Vamos matá-la juntos. Quanto mais rápido, melhor. Tenho certeza de que há
um estudo lá fora que irá confirmar que casais que matam juntos, ficam juntos. Além disso, se ela
soubesse onde encontrar a caixa de Pandora, ela teria usado isso para matar você à essa altura.
Quando Juliette estiver apodrecendo em um túmulo, podemos nos concentrar em Hera. Prendê-la
longe, se necessário. E uma vez que ela seja derrotada, podemos encontrar e matar meu pai.
A esperança brilhou em seus olhos, apenas para ser apagada. Lágrimas escorreram pelas
suas bochechas, destruindo-o. —Você quer seu pai morto? Isso é tão triste. Quero dizer, eu sabia
que ele era um estúpido, mas certamente você tem algumas boas lembranças.
Se ela não estivesse tão chateada, ele teria ficado divertido. Um coração tão suave para uma
guerreira tão endurecida. —Typhon escravizou e estuprou minha mãe. Eu vou celebrar a morte
dele.
—Oh, Lazarus. Eu sinto muito. Não é de admirar que você queira se casar com uma rainha
para ter um exército. Um exército que eu não posso te dar.— Fungou. —E graças a mim, você está
sem um testículo...
—Você, Luz de Sol, é um exército de um só,— ele interveio. —Vou liderá-la. E a seus amigos.
Ela bufou agora. —Você vai me liderar? Nos liderar? Uau. Que honra. Todo mundo ficará...
Contente. Eu prevejo zero problema com seu plano.
Ele fingiu choque. —Será que a Mãe da Tristeza acaba de fazer uma piada?
—Ela certamente fez, e sua piada tem até um desfecho ainda mais cômico. Adivinhe qual? É
você. Porque a primeira vez que você emitir uma ordem para meus amigos, eles se revezarão te
socando. Alguns podem até chutar suas bolas.
Seu olhar deslizou sobre ela, se prolongando em seus lugares favoritos. —Você ficará
satisfeita em saber que meu testículo cresceu novamente. Talvez você deva dar um beijo de boas
vindas nele?

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Ela envolveu os braços ao redor da cintura, de repente varrida por uma nova maré de
tristeza. —Você não deveria deixar meus lábios em qualquer lugar perto de suas joias. Eu
mencionei que eu arruíno tudo?
Maldito demônio. Hora de arrancar suas garras de cima das emoções dela.
Lazarus suspirou. —Você está certa. Você arruinou minha vida bem ordenada, meu plano de
casar com uma rainha que eu não amaria e provavelmente sequer gostaria, e destruiu qualquer
chance que eu tinha de ter uma existência pacífica. Você é terrível. Você tem zero qualidade
positiva.
Ela ficou boquiaberta. —Eu devo ter algumas qualidades positivas.
—Por favor. Você está apenas se iludindo. Você é impossivelmente irremediável. Vá,
admita.— Ele colocou o suficiente de zombaria em sua voz para provocar um santo. —Admita para
que eu possa te encher de beijos de piedade.
—Não farei tal coisa. Vá dar beijos de piedade em si mesmo!
Incapaz de ficar longe - e incerto de por quanto tempo mais conseguiria esconder seu sorriso
- ele fechou a distância e a puxou com força contra o sólido comprimento de seu corpo. —Aceite
minha oferta, e eu vou te dar um beijo de melar calcinha.
Arrepios fizeram com que os mamilos dela esfregassem contra seu peito. Ele ficou imóvel,
cada célula de seu corpo pegando fogo e queimando seu controle. Ela ficou imóvel, embora a
pulsação na base de seu pescoço tenha acelerado.
—Suspeito que você me dará beijos de melar calcinha, de qualquer jeito,— sussurrou.
Ele amava quando ela estava certa.
Lazarus reivindicou seus lábios com uma demanda feroz. Ela deu boas vindas para o forte
empurrão de sua língua, mas não retornou sua paixão volátil. Inaceitável. Quando ele abriu sua
mente para a dela, ouviu o lamento do demônio.
A Vingança será minha.
Levantou Cameo em seus braços e a levou para a cama - onde a lançou no colchão.
—Agora, somos as únicas duas pessoas no recinto.— Levando as mãos sobre a cabeça, ele
tirou a camisa. Depois de remover o pingente de maçã, colocou-o na gaveta superior de sua mesa
de cabeceira.
Mais tarde, criaria uma ilusão para escondê-lo melhor. E não se sentiria culpado.
Ela olhou para a gaveta, as engrenagens em sua cabeça claramente girando. —Você ainda
não me disse... — ela começou.

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—Concentre-se em seu homem. Ou melhor, seu buffet de deleites masculinos.


Seu olhar o acariciou, pupilas negras derramando-se sobre a íris prateada. Ela lambeu os
lábios, e a visão de sua pequena língua rosa quase o abateu. —A maior coisa em você... é o seu
ego. E é por isso que não deveria admitir isso, mas dane-se. Você é tão bonito.
—Você é a mais bonita.— Suas tatuagens falharam em esconder o ataque do cristal.
Desesperado por qualquer contato que ela permitisse, ele se arrastou sobre ela. Ela tracejou
o coração humano gravado no centro de seu peito, e os punhais perfurando cada uma das
cavidades do coração. Então a ponta de seus dedos circulou seu umbigo e seu estômago se
apertou com desejo.
—Você quer outro orgasmo, Luz do Sol?— A pergunta não foi nada além de um resmungar.
Ele queria dar-lhe seus orgasmos. Plural. Como se dissesse, milhares.
A respiração prendeu na garganta dela. —Eu quero. Realmente, realmente quero. Mas
primeiro quero ver aqueles testículos que você mencionou. Uma garota precisa inspecionar sua
mercadoria.
A luta para esconder o sorriso dele se intensificou. —O que você me dará em troca da minha
cooperação?
Como ele esperava, o resto de sua tristeza deu lugar à determinação. —Que tal a
oportunidade de sobreviver a este duelo?
—Qual é a minha opção? Morrer de prazer?
—Sim. Não!— Ela sacudiu um punho para ele.
Rindo, ele ficou de joelhos. Seus olhos presos um ao outro, prata líquida contra o preto.
Lentamente, ele desabotoou a calça, deixando a antecipação se construir. À medida que a
necessidade alcançava suas extraordinárias feições, seu divertimento escoava. Ainda mais
lentamente, ele baixou o zíper.
Ela engoliu. —Sem roupa interior?
—Porque se incomodar? Suspeito que minha mulher me prefere despido.— Afastou o
tecido, sua ereção se libertando. Deu um aperto em seus testículos antes de envolver os dedos em
torno da base do eixo. —Vê. Sua mercadoria está perfeita. Feliz agora?
—Acho que estou chegando lá.— A rouquidão em sua voz tirou uma gota de umidade de sua
ereção. —Sei que você está completamente curado, mas vou te prescrever uma receita de um
pouco de Cameo, e ordeno que você me tome duas vezes por dia.

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Seu aperto flexionou-se por vontade própria. Puta merda. Com um feroz rosnado, ele se
abaixou e lhe deu outro ardente beijo. Ele a devorou, e ela o devorou de volta, o beijo
rapidamente se tornando fora de controle. Seu interior ficando derretido, e seu eixo doendo.
Cameo era mais viciante do que qualquer droga.
Não conseguia ter o suficiente dela, essa mulher que o encantara além de qualquer razão.
Ela era paixão e prazer, de repente, sua única razão para respirar.
Lutando contra tremores, ele a despiu. Sua mente quase não conseguia calcular a majestade
de sua beleza. A pele de alabastro. Aqueles mamilos escuros já enrijecidos e prontos para ele.
Quão delicada sua estrutura óssea parecia... um engano. Não havia mulher mais forte.
Entre suas pernas, uma pequena cabeleira espessa de cachos úmidos implorava por sua
atenção. Indefeso para obedecer... Sentou-se em cima de suas pernas e colocou as pernas dela por
fora das dele. A mulher que afirmava que não conseguia gozar estava rosa, molhada e bastante
ansiosa.
Correu o dedo pelo seu centro antes de deslizar dentro dela. Seus quadris se arquearam, e
ela choramingou. Quando tirou o dedo, ela gemeu com decepção.
—Vou lhe dar mais. Em um momento.— Ele a virou e recebeu a primeira visão completa de
sua borboleta. As antenas descansavam entre os ombros, o tórax estava perfeitamente alinhado
com sua coluna e o abdômen terminava na divisão de seu traseiro. Suas asas de cima se envolviam
em torno dos quadris enquanto as partes de baixo se envolviam em torno das coxas. As cores...
Mil cores brilhavam dentro de um contorno negro irregular: uma mistura feminina de roxo e rosa,
com manchas prateadas para combinar com seus olhos.
Fascinado, delineou a borboleta com a língua e deslizou o dedo de novo para dentro de
Cameo. Calor molhado o recebeu e ele grunhiu com satisfação. Ela ofegou, suas paredes internas
espremendo-o, criando uma prisão que ele adorou.
Colocou um segundo dedo, e ela sussurrou seu nome. —Lazario.— O encantamento em sua
voz inchou seu peito com orgulho. —Não pare. Por favor.
—Nunca.— Dentro... Ele inclinou o pulso. Fora...
Agora ela gritou. Um xingamento ou um pedido, ele não tinha certeza. Acelerou o ritmo.
Dentro e fora, dentro e fora. Os quadris dela se contorciam enquanto seus dedos deslizavam de
volta para dentro. Sua cabeça bateu sobre o travesseiro, fitas de seda negra em desordem. Ela
agarrou o lençol e mordeu o lábio inferior, as unhas cortando o algodão. Ela era a imagem da
paixão e êxtase.

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Dentro, fora. Dentro, fora, dentro, fora. Cada vez mais rápido. Ele roçou o polegar sobre o
coração incandescente e ela estremeceu. Então ele fez isso novamente... e novamente.
—Lazario!— Ela culminou, suas paredes internas apertando.
—Minha Cami.
Quando ela ficou lânguida, ele a virou. A satisfação dele irradiava enquanto ela sorriu para
ele, indecente e lânguida.
Esse sorriso... seu sonho de consumo.
Necessidade selvagem pulsava dentro dele, seu próprio orgasmo quase disparando. Segurou
sua ereção, comandando roucamente, —Toque-me, Luz do Sol. Por favor.
Ela deslizou a ponta do dedo ao longo dos lábios vermelhos e inchados. —Com minhas mãos
ou minha boca? Devo-lhe uma recompensa, afinal.
—Mãos. Boca.— Me dê. —Os dois.— Aceitaria qualquer coisa que ela quisesse dar. Tomaria
tudo.
—Vou te devorar,— ela prometeu, e ele ficou tenso, pronto, tão condenadamente pronto.
—Mas somente depois de remover suas roupas de couro.
Um piscar de pânico resfriou seu ardor. —Eu quero você agora. Bem assim.
—Tire a roupa,— ela disse com uma sacudida de cabeça. Com os olhos presos ao dele, ela se
sentou. Seus seios perfeitos balançaram e por um momento, ele esqueceu o próprio nome. —Ou
manterei meus lábios para mim mesma, e você desejará que seu testículo nunca tenha se
regenerado.
—Por que quer que eu tire a roupa?— Ele exigiu.
—Quero ver tudo de você.— Luminosos olhos de prata suplicantes, seus cílios tão longos
que lançavam sombras sobre as bochechas. —Do jeito que você me viu.
Sim, mas ele viu sua beleza e força. Ela veria nele a sua vergonha e fraqueza. Teria que
explicar o que aconteceu com seu pai, o que aconteceria um dia com Lazarus. Ela podia insistir que
se separassem. Em algum nível, ela se preocupava com ele. Por que mais ela confiaria nele para
lhe dar prazer? Ela o desejaria saudável e inteiro. Ela odiaria o quanto seu senso de
autopreservação se corroía cada vez que se aproximava dela.
O medo de perdê-la o consumia.
Calma. Fica frio. Ela estava aqui, em seus braços. Viva e bem. Precisava dela de uma maneira
que nunca precisara de ninguém ou de nada. E devia a ela. Ele tinha a caixa de Pandora. Não podia
arriscar falar sobre o artefato, mas poderia arriscar isso. Sua vergonha secreta. Se ela pensasse em

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romper com ele, como os seres humanos gostavam de dizer, encontraria uma maneira de fazê-la
mudar de ideia.
—Muito bem.— Ficou parado, envergonhado por seus tremores. Arrancou as botas e - faça
isso, apenas faça isso - tirou a calça, deixando as pernas abertas.
Por vários segundos agonizantes, ela o olhou todo. Os cristais tinham se espalhado, se
ramificando dos quadris para os tornozelos, cada rio reluzente uma lembrança ardente de seu
destino odiado.
—Você é... magnífico,— ela disse, a voz pesada com... admiração? —Essas linhas. São como
as que estão em seus braços. Aquelas que você chamou de feridas. Vou machucá-lo se eu tocá-
las?
—Você vai me machucar se não tocar.
—Por que escondê-las, então?
—As linhas... significam uma mudança que eu não consigo parar.— Não desejando encontrar
seu olhar, voltou para a cama para se instalar contra um monte de travesseiros. —Uma mudança
que superou meu pai e, em última análise, levou à sua destruição.
—Você quer dizer o dia em que Hera o atacou?— Sua cabeça inclinou para o lado. —Não
entendi.
E ele não a ajudaria a entender. Não aqui, não agora. O demônio usaria as informações
contra ela.
—Depois.— Lazarus acenou uma mão imperial em direção ao seu eixo inchado. —Eu fiz a
minha parte. Hora de fazer a sua.
—Muito bem.— Ela se acomodou entre as pernas dele, permanecendo de joelhos e apertou
a mão sobre seu coração. —Dê-me um momento para me recuperar da sua investida romântica.
Seu tom seco ganhou um brilho.
Os olhos dela brilharam com um pouco de diversão, e seu pânico recuou. Sua irritação,
também, até que a excitação permaneceu. Abaixou-se, inclinou-se e acariciou a língua sobre um
de seus mamilos. Uma sensação pura e bruta o incendiou e ele respirou fundo.
Seus lábios deixaram uma trilha de fogo nos músculos que delineavam seu estômago. —
Você diz que é como seu pai. Ele é conhecido como o Monstro. É por causa do tamanho do pênis?
Lazarus quase engasgou com a própria língua. —Por que você pergunta?
—Porque o seu pode qualificar-se como um monstro, também. Diga-me a verdade. Você
pensou que eu teria medo disso, não é?

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—Não. Temi sua reação às marcas nas minhas pernas. Elas são...
—Letal às minhas inibições? Exatamente certo.
—Eu... não sei o que dizer agora.— Ela o deixou perplexo.
—Bem, essa é uma primeira vez, não é?— Ela voltou sua atenção para a coxa e lambeu a
veia cristalizada saindo de sua virilha até o joelho.
O contato foi um choque para ele. Seu corpo inteiro estremeceu de prazer.
Quando seguiu outra veia, ela estendeu a mão e envolveu os dedos em torno da base de sua
ereção. Gemendo, ele se arqueou ao seu toque - e, finalmente, seus lábios se fecharam ao redor
dele. Ela o sugou para baixo, para baixo, até o fundo da garganta. Ele rugiu. O calor ardente... as
profundidades molhadas e sedosas de sua boca... era demais para sobreviver e ainda não o
suficiente para salvá-lo. Gotas de suor escorreram pelas têmporas. Ele agarrou o lençol. Dentro
dele, o êxtase e a pressão combinavam, atormentando-o.
Minha mulher. Minha. Nunca desistirei dela.
Ela sugou-o como se fosse um deleite saboroso. Como se não pudesse ter o suficiente dele.
Como se nunca teria o suficiente dele.
Ela era dona dele.
—Sim. Sim!— Queria dar o mundo a ela. Todo reino. Toda joia. Queria jogar seus inimigos
aos seus pés. Queria fazer amor com ela todas as noites e despertar com ela todas as manhãs.
Seus dentes rasparam levemente sobre a cabeça de seu eixo. Seus quadris dispararam por
vontade própria, enviando-o mais fundo na garganta. Enquanto ela gemeu sua aceitação, o som
enviando vibrações suaves ao longo de sua ereção, a satisfação o percorreu, exigindo o que lhe
era devido.
Lazarus entrou em erupção, gozando mais forte do que nunca.

Cameo se aninhou ao lado de Lazarus. Qualquer um que já tivesse namorado alguém


provavelmente diria que seu apego era uma roubada, mas ela intensificou seu abraço, recusando-
se a soltá-lo.
Acho que estou me apaixonando por ele.

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Bem, por que não se apaixonaria? Cada vez que ele lutava - seja com Amazonas, shifters de
urso ou Harpias - ele verificou Cameo primeiro para se certificar de que ela estava ilesa. Quando
Tristeza a criticou, ele moveu o céu e a terra para fazê-la feliz. Ele assegurou seu orgasmo antes de
procurar o dele.
Em muitos aspectos, ela vinha antes de sua vingança, e essa percepção a emocionou. Talvez
tivessem a chance de ir adiante, afinal.
E as visões?
O demônio bateu em seu crânio, e um formigamento familiar, mas ainda estranho ressoou
abaixo da superfície de sua pele. Um mergulho que experimentara desde a chegada de Lazarus.
Um formigamento que não entendia - assim como não entendia o medo que ele sentia dos rios
brilhantes que atravessavam suas pernas.
—Conte-me sobre a mudança que atingiu seu pai,— disse. —O que levou à destruição dele?
Ele ficou tenso, mas admitiu, —As linhas que você vê nos meus membros... são cristais e
estão lentamente me matando.
Ela se sentou abruptamente. Ele a puxou de volta para o seu lado antes que ela pudesse
pular da cama. —Mas... você não pode ser morto. Não por muito tempo. Sua ressurreição é a
prova disso.
—Destruição não precisa significar morte. Como você acha que Hera conseguiu capturar
meu pai, o homem mais forte que existe? Porque ele também começou a cristalizar.
Horror transformou seu sangue em lodo gelado. —O que causa isso? Existe uma maneira de
detê-lo?
—Não importa.— Ele penteou os dedos pelos cabelos, acariciando-a. —Eu aceitei meu fim.
Você aceitará também.
Ela agitou violentamente a cabeça. —Nunca aceitarei seu fim.
Ele beijou sua têmpora, suspirando. —Você deve aceitar.
—Do jeito que você aceitou o meu quando eu falei sobre a visão?— Ela respondeu.
—Isso é diferente. O seu pode ser prevenido por uma mudança de ação. Os cristais estão se
espalhando, limitando meu alcance de movimento. Um dia eles vão me cobrir.
Perdê-lo, depois que acabou de encontrá-lo? Não! —Deve haver um antídoto.
—Confie em mim. Esgotei meus recursos durante minha busca. Não há. E agora, estou
voltando meus esforços para outra coisa. Antes do meu último suspiro, vou procurar a destruição
de nossos inimigos.

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Não meus. Não seus. Mas nossos. —Lazarus.— Eu não quero continuar sem ele. —Podemos
conversar com Torin e Keeley. Eles podem ajudá-lo...
—Não. Não aceitarei a ajuda de ninguém além de você. Fazer isso revelaria minhas
fraquezas. Vou arriscar ser sequestrado como meu pai, condenado a viver uma existência
conscientemente paralisado, incapaz de mudar meu destino. E você não vai terminar comigo por
isso,— ele disse. Um comando, não uma pergunta.
—Claro que não!— Por que ele pensaria algo tão horrível? E ele estava falando sério sobre
não aceitar nenhuma ajuda? Seu orgulho era tão grande assim? A recompensa - mais tempo com
ela - não seria suficiente? —Mas vou encontrar uma maneira de salvá-lo.
Já havia uma ideia se enraizando. A caixa de Pandora... A Estrela da Manhã supostamente
ainda está presa dentro dela. E se o ser pudesse remover os cristais?
Para libertar a Estrela da Manhã, Cameo teria que encontrar e abrir a caixa. Acabaria se
matando e aos seus amigos no processo. Droga! Tinha que haver outra maneira.
—Espero que você não se importe,— ele disse, —mas já planejei nossa semana. Primeiro,
vamos caçar e matar Juliette. Em segundo lugar, caçamos e aprisionaremos Hera. Viu? Uma
mudança de ação, um novo resultado. Você viverá. Em terceiro lugar, passaremos todos os
minutos na cama, fazendo lembranças para durar mais de mil vidas.
Teria que convencê-lo a conversar com Keeley, a mulher mais velha na criação, e Torin, o
melhor pesquisador do planeta. —Na verdade, eu atacarei Juliette. Tentei te contar mais cedo,
mas você me distraiu. Ela desafiou-me a um duelo e afirma que a vencedora ficará com você.
A tensão irradiava dele. —Não haverá duelo. O golpe da morte é meu para desferir.
Pelo menos ele não tinha assumido que Juliette ganharia. Esse era o lado bom, mas oi, o
lado bom das coisas era novo para ela, então não iria reclamar. —Pensei que você tivesse dito que
vamos trabalhar juntos.
—Nós vamos. Vou dar ordens, e você irá obedecê-las.
—Vai sonhando, Homem das Cavernas. Tenho gerenciado minha agenda sem um Secretário
de Guerra há séculos, obrigada.
—Que pena. Sonhei em matar aquela Harpia durante séculos.
Cameo afofou seu travesseiro. —Antes, você estava sozinho. Agora você tem a mim.
Portanto, seus sonhos precisam de uma revisão.
—Eu tenho você.— Ele acariciou sua bochecha. —E eu gosto de você assim. Admitindo
abertamente que você é minha.

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Tentando distraí-la? —Você vai me dar sua benção. Vai me assistir lutar contra sua inimiga
em seu nome. Vai me incentivar enquanto chuto a bunda dela. Considere o seu presente para
mim... Já que lhe dei o presente da minha presença.
Ele apertou os dentes. —Alguém está andando muito com Viola, pelo que vejo.
Outro lado bom: ele não a contradizia.
—Estou mesmo. Eu gosto dela,— admitiu. —Posso querer ser ela quando eu crescer.
Ele beliscou a ponte do nariz. —Você percebe que o que está pedindo vai contra todas as
fibras do meu ser, sim?
—Sim.
—E ainda assim você pede.
—Errado.— disse ela. —Não me lembro de ter pedido, apenas de ter te contado. Quero
dizer, o que mais vou ganhar no nosso negócio? A sua lista de tarefas beneficia apenas você. E a
minha lista? Falar com Juliette, encontrar a caixa de Pandora. Encontrar uma maneira de liberar a
Estrela da Manhã. Talvez, apenas talvez, salvar você no processo.— Porque não quero lembrar-me
de você apenas para viver sem você.
—Você não pode confiar em nada que a Harpia disser.— Tão rígido quanto o aço, ele soltou
um som que parecia parte grunhido, parte suspiro. Ela notou que ele não tinha dúvidas sobre a
Estrela da Manhã. Ele deve ter ouvido os rumores. —Mencionei que passaríamos nosso tempo
livre na cama, sim? Os orgasmos devem ser números de um a dez em sua lista.
—Orgasmos são dois a dez.
—Pelo menos eles estão na lista.— Ele esfregou uma mão pelo rosto. —Provavelmente eu
deveria ter me interessado por uma mulher mais fraca.
—Você se interessou por mulheres mais fracas. Todo mundo que você namorou antes de
mim.— Cameo rolou em cima dele, algo estranho acontecendo com seu rosto. Os cantos de seus
lábios estavam... se levantando? Um sorriso estava prestes a florescer! Um milagre que apenas
Lazarus poderia realizar.
Tristeza parecia ter passado por sua mente para petrificar os músculos em volta da boca, e o
desejo de sorrir desapareceu.
—Então,— ela disse, e suspirou. —Dê-me sua benção.
Ele envolveu seu rosto com as mãos grandes, fortes e calosas. —Você não vai confiar nela?
—Claro que não.— Mas mesmo assim, Cameo verificaria quaisquer ligações sobre a caixa.

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Lazarus olhou para o teto, como se estivesse orando por paciência. —Quando você me olha
assim, Luz do Sol, não posso negar nada a você. Você tem minha benção.

CAPÍTULO 22

“Se você é realmente o rei do seu castelo, sua mulher é a rainha. Trate-a como tal.”
—A Arte de Manter Sua Mulher Feliz

Lazarus manteve Cameo na cama até o último segundo possível. Quando não pôde mais
postergar o inevitável, a teleportou para uma parte remota do Alasca. Uma floresta cercada por
montanhas de gelo e supostamente, território neutro para Harpias. Foram os primeiros a chegar.
O duelo começaria em uma hora. Apenas tempo suficiente para estudar o terreno, verificar
armadilhas e garantir que Cameo tivesse todas as vantagens.
Ele ergueu duas tendas lado a lado, uma vez que quatro dos amigos de Cameo insistiram em
vir para forçar as Eagleshields a jogar pelas regras. Kaia e Gwen, Keeley e Viola. Ele se sentiu... em
dívida.
Uma sensação estranha. Especialmente porque ainda acreditava que matar Juliette era seu
trabalho. Seu privilégio.
Suas mãos enrolaram-se em punhos. Tinha que ser assim. Entendia o modo de vida das
Harpias melhor do que a maioria. Os clãs eram predatórios; quando sentiam fraqueza, atacavam.
De um modo ou outro, Cameo teria que provar sua força, ou as Eagelshields a veriam para sempre
como presa fácil. E então a provocariam, mesmo que Lazarus decapitasse Juliette antes da luta.
—Você tem um ritual pré-batalha?— Ele perguntou para Cameo.
—Não temos todos?
—Faça-o.— Ele a beijou, demorando o maior tempo possível antes que seu corpo começasse
a insistir que fizesse mais. —Quero fazer outra varredura para achar armadilhas.
—Senhor, sim, senhor.
Ele beliscou o nariz dela antes de se retirar e caminhar por mais de um quilômetro ao redor
do acampamento. Neblina dançava na frente de seu rosto toda vez que exalava. Talvez o território
estivesse neutro. Não havia minas terrestres, nenhuma cova escondida ou exércitos situados,
prontos para atacar.
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Satisfeito, voltou para as tendas para descobrir que algumas Eagleshields finalmente haviam
chegado. Estavam bebendo cerveja e escalando árvores, e acenaram quando o viram.
—Juliette trouxe uma sela,— alguém falou. —Ela está planejando montar fortemente em
você esta noite.
Vermelho piscou através de sua visão. Continue caminhando. Se ele matasse uma Harpia
agora, o clã poderia protestar mais tarde.
Entrou no relativo calor da barraca e fez um balanço da situação.
A caixa - mais uma vez pendurada ao redor de seu pescoço.
O anel que conseguiu de Viola - pendurado ao lado da caixa.
As joias que ele obtera para Cameo - ainda queimando um buraco em seu bolso.
Cada vez mais, o primeiro item o enchia de uma culpa abrasadora da qual não conseguia
escapar. Se Cameo descobrisse que ele tinha a caixa, ela o desprezaria. E nunca o perdoaria.
Estarei congelado na minha forma de cristal. O que isso vai importar?
Poderia lidar com o ódio dela, mas não com sua morte.
Problema: em um estado congelado, seria incapaz de protegê-la ou a caixa. Se alguém
roubasse a relíquia e a usasse contra Cameo...
Ele amaldiçoou. Talvez desse a caixa para algum dos Senhores sob a condição de que Cameo
nunca soubesse sobre ela, a visse ou a tocasse. Amun, ex-guardião dos Segredos, aperfeiçoou a
arte de ficar silencioso. Durante sua possessão, ele não conseguia pronunciar uma única palavra
sem derramar inúmeras confidências, então ele não dizia nada.
Lazarus podia confiar nele?
Talvez. Provavelmente. A menos que a própria culpa de Amun o levasse a confidenciar isso
para seus amigos. E isso chegaria até Cameo...
Lazarus não estava disposto a correr riscos com a vida dela. Se fosse passar a eternidade
preso no lugar como as estátuas que ele criara, precisava saber que Cameo não só viveria, mas
prosperaria.
—Você está andando de um lado para o outro.— Cameo disse, calma e fria, mas não
exatamente tranquila. Tristeza escorria de seu tom.
Seu olhar a buscou. Seu olhar sempre a buscava. Ela sentou-se na frente de uma fogueira
crepitante, afiando uma espada que ele nunca a vira usar. Um pedaço de tecido preto cobria uma
porção do punho da espada.
—Nervoso por mim?— Ela perguntou.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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—Você ganhará.— Uma ordem. Sentou-se ao lado dela, tirou o anel de seu pescoço e
arrastou a corrente sobre sua cabeça. Se ela morresse hoje...
Ela não morreria hoje. Não estava pronto para deixá-la ir.
Estaria pronto para isso algum dia?
Mesmo assim, precisava se preparar para o pior. O anel poderia ser a única saída dela, do
reino da prisão. Ele colocou o peso do anel por debaixo da camisa dela.
Se o pior acontecesse, eu a encontrarei. Eu sempre a encontrarei.
—Se você acha que vou ganhar,— ela disse, —por que está...
—Sempre tenho um plano B.— Ele cavou dentro do bolso e retirou o soco-inglês de
diamante. —Isso é para você. Faça-me um favor e o deixe ensopado com o sangue de Juliette.
Sua mão tremia enquanto ela deslizava a linda arma no lugar, as joias brilhavam na luz.
Como pareciam adoráveis pressionados contra a pele clara.
—Obrigada pelo presente e por confiar sua raiva a mim,— ela disse. —Não vou decepcioná-
lo.
—Não, você não vai.— A gratidão dela o afetou de forma inesperada, fazendo com que ele
se sentisse como se tivesse acabado de ser atingido com uma flecha no coração. —Você é a
guerreira mais forte que conheço.
Ela colocou a espada de lado e empurrou a perna sobre a dele para se acomodar em seu
colo. Sua fragrância deliciosa envolveu-o enquanto ela alisava seus cabelos com os dedos.
—Você ficará ressentido comigo por eu roubar sua vingança?— Ela perguntou.
Ele agarrou sua cintura e puxou-a diretamente contra seu eixo endurecido. Ambos arfaram.
—Esperei muito tempo para matar Juliette, sonhei com isso, almejei por isso.
Apertando o queixo dele com dois dedos, ela inclinou a cabeça dele, forçando seu olhar a
encontrar o dela. Excitação havia intensificado suas íris prateadas para um cinza chumbo. —Você
não respondeu minha pergunta.
Porque ele não tinha resposta. Só sabia que não podia impedi-la de lutar sem magoá-la;
portanto, não a impediria.
Agarrou seu maxilar, simplesmente curtindo a aparência dela, a suavidade de sua pele e a
surpreendente conexão que compartilhavam. Então deslizou as mãos em seus cabelos e puxou os
fios de seda. —Por que você está tão determinada a conversar quando podíamos estar nos
beijando?

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Os olhos dela se estreitaram em câmera lenta, como se seu corpo tivesse que alcançar seus
pensamentos. —Por que você usa beijos como meio de parar qualquer conversa pessoal?
—Com você, usarei qualquer desculpa para te beijar. —Ele virou-se rapidamente, colocando-
a deitada de costas enquanto pairava sobre ela. Ela ofegou; ele pressionou sua boca na dela,
roubando um rápido sabor.
—Não devemos,— ela sussurrou, soando deliciosamente escandalizada. Necessidade a fez
estremecer. —Não há tempo suficiente. As pessoas estão lá fora. Elas vão nos ouvir.
—Sempre há tempo. E deixe as pessoas ouvirem.
Deixe Juliette ouvir. Deixe-a saber.
Um meio insignificante de vingança, mas se isso servisse para incomodar a Harpia? Sexo pelo
triunfo, tornaria a vitória de Cameo muito mais doce.
Ajoelhou-se entre as pernas dela, ansiando despi-la completamente, dedicar horas à
borboleta tatuada em suas costas, mas ela estava certa; o tempo não era amigo deles.
Desabotoou as calças dela, abaixou o zíper... Então torceu um dedo na beirada de sua
calcinha para afastar o tecido, revelando o playground mais quente e rosa que ele já havia visto.
Ela disse seu nome com rouquidão. Um apelo. Que ele atenderia. Inclinou a cabeça para
lambê-la e ela gritou seu nome.
A mulher era doce em todos os lugares. Ele não se contentou em lamber. Sugou e
mordiscou, e ela se contorceu contra ele, até começou a entoar seu nome. Ele regozijou-se
conforme a tristeza facilmente desaparecia de sua voz; ele ouviu sua paixão.
Desistiria de boa vontade de sua vingança por isso. Como poderia ressentir-se dela?
—Irei ter você todos os dias que estivermos juntos. Exatamente assim,— ele soprou contra
sua carne macia.
—Sim.— Tremores cobriram as coxas dela. —Sim!
Sua orelha crispou-se enquanto passos ecoavam do lado de fora da tenda.
Aproximadamente quinze segundos até que alguém cruzasse a entrada. Ele rosnou com
frustração.
Não estava pronto para parar. Nunca estaria pronto!
Lazarus... devorou-a... completamente. Com uma forte pressão da língua, levou-a a um
clímax rápido e brutal. Quando ela convulsionou com satisfação, ele endireitou suas roupas,
ajustou sua ereção e a puxou para uma posição sentada. Cabelos escuros caíram por seus braços
em ondas emaranhadas.

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Tempo perfeito.
—Ei!— Kaia enfiou sua cabeça pela entrada. —O sino da partida está prestes a tocar.
Cameo lutou para acalmar-se. Suas bochechas possuíam um brilho rosado, e seus lábios
estavam ligeiramente inchados de serem mordidos.
A ruiva piscou para ele. —Motivando apropriadamente nossa menina, hein?
A cor das bochechas de Cameo apenas se aprofundou.
—Algo assim,— ele murmurou.
Kaia tinha motivos para odiá-lo. Quando criança, ela o libertara das correntes de Juliette. Em
troca, ele massacrou muitos de seus amigos em sua enlouquecida tentativa de escapar. Não que
isso tenha feito algum bem para ele. Enfraquecido como estava, Juliette o encontrara - e o puniu –
a propósito.
Mas. Anos depois, Juliette ordenara que ele separasse Kaia e Strider por qualquer meio
necessário. Quanto mais sanguinolento fosse, melhor. Forçado pela Haste Divisora, Lazarus teria
condenado o par para sempre. Ele recuperou o livre arbítrio apenas o tempo suficiente para
permitir que Strider o decapitasse, garantindo que o casal feliz recebesse o seu felizes-para-
sempre.
Sua dívida com Kaia havia sido paga na íntegra.
Lazarus reivindicou a mão de Cameo e a levantou. Com uma graça fascinante, ela envolveu
sua nova espada na bainha pendurada em suas costas.
Atuando instintivamente, ele a puxou contra ele. —Não pense em mim enquanto estiver lá.
Mantenha sua mente na tarefa em questão, e apenas na tarefa em questão - ganhar. Nada mais,
nada menos.
Enquanto parte dele teria gostado de ver Juliette sofrer por horas, a outra parte preferia que
Cameo estivesse em segurança... e de volta em seus braços. —Além disso, se você matá-la em
menos de cinco minutos,— acrescentou, —vou recompensá-la.
As pálpebras dela se tornaram mais pesadas, o olhar quente. —Com suas mãos ou sua boca?
—Não seja tola. Com meu pau.
Quando ela choramingou sua aprovação, ele inclinou a cabeça para pressionar um forte
beijo em seus lábios, dando-lhe o ar de seus pulmões. Nunca conseguiria o suficiente dela. Ela
amoleceu contra ele, empurrando a língua contra a dele e...

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Ela se afastou de seu abraço. Arfando, disse, —Juliette estará morta em menos de cinco
minutos, você tem minha palavra. Certifique-se de que seu zíper esteja baixado e seu monstro
esteja pronto.— Com a cabeça erguida, ela saiu da tenda.
Ele pegou dois punhais e a seguiu para fora, o ar frio batendo em suas bochechas. Todo o clã
Eagleshield chegara, centenas de Harpias congestionando a área.
Os amigos de Cameo saíram das sombras para liderar o caminho. O grupo deles avançou,
perigo em cada passo, e ele nunca esteve mais orgulhoso. Minha mulher tem isso.
Adiante, uma multidão ainda maior de Harpias havia formado um círculo - um círculo de
desprezo.
—Fora do nosso caminho,— Keeley ordenou. —Não sou chamada de Rainha Vermelha por
nada. Corpos explodem em minha presença.
—Ou eles poderiam ficar no nosso caminho, e eu poderia usar seus crânios cortados para
criar bolsas de grife,— Viola disse.
Kaia e Gwen não disseram uma palavra, simplesmente empurraram e afastaram qualquer
um que fosse tolo o suficiente para permanecer no lugar. Cameo chegou ao centro do círculo,
onde Juliette esperava.
A visão de sua antiga atormentadora deu vida nova à fúria com a qual ele havia vivido desde
o primeiro encontro deles.
Como nos dias de antigamente, ela usava um peitoral bronze, pulseiras de couro com uma
tanga combinando, e proteções de canela e coxas bronzes. Quantas vezes ele a vestira e despira?
Cameo usava couro preto com uma armadura feita de pequenos anéis metálicos ligados
entre si, para cobrir suas áreas mais vulneráveis: coração, estômago, bíceps, coxas e panturrilha.
Eram mais leves do que a armadura volumosa de Juliette. E melhor ainda, Cameo havia feito cada
uma das peças, a habilidade era notável.
Conforme caminhava, ela prendeu os cabelos em uma trança. Uma trança que mais tarde,
ele desfaria. Seguraria os fios enquanto beijaria e a lamberia da cabeça aos pés. Ela gritaria seu
nome, as unhas cavando nas costas dele. Exigiria que ele a tomasse - completamente, sem se
segurar.
Uma Eagleshield andou entre os combatentes para dizer, —Tudo bem. Vamos começar esta
festa. Não há regras. A luta durará o tempo que for necessário, e apenas uma mulher sairá
vitoriosa. A vencedora reivindicará o direito de propriedade de Lazarus, o Cruel e Incomum.
Enquanto as Harpias aplaudiam, ele queimou com indignação.

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—Desfrute de seus pensamentos sobre reivindicá-lo - eles serão tudo o que você terá. Não é
como se você já o tivera. Mas eu sim. Eu o tenho. Ele me escolheu por vontade própria. Nenhuma
necessidade de Haste Divisora ou compulsão.— Cameo desembainhou sua espada, o metal
sibilando.
Enquanto a maioria da multidão titubeava ou gritava, ele sorriu e jogou um beijo para sua
mulher. Ela acabara de reivindicá-lo publicamente.
Juliette guinchou quando desembainhou a própria espada. —A Mãe da Melancolia morrerá
hoje!
Aplausos ressoaram mais uma vez.
—O que vocês estão esperando?— Sorrindo, a locutora correu para trás. —Vão!
O sino de partida. A multidão assobiou e gritou conselhos conforme Cameo e Juliette se
rodeavam, duas predadoras famintas com uma refeição à vista. Cameo escorregou, mas conseguiu
permanecer de pé, a sola das botas oferecendo pouca proteção contra o gelo liso que cobria o
chão.
Droga! Por que não tinha considerado seus sapatos?
—Curiosa sobre a caixa de Pandora?— Juliette perguntou. Suas botas possuíam pequenas
pontas de metal, fazendo sua marcha suave e graciosa.
—Onde está?— Cameo exigiu, e Juliette se encolheu. —Você sabe?
Lazarus endureceu. Ela perguntou. Por que ela perguntou? Ela disse que não confiaria na
Harpia.
—Você deve questionar meu consorte,— Juliette, presunçosa agora. —De acordo com Hera,
ele a roubou.
Ele amaldiçoou. Cameo se abalou e perdeu o apoio nos pés. Claro, Juliette escolhera esse
momento para atacar, pulando para Cameo e balançando a espada.
—Não!— Ele gritou.
No último segundo, Cameo saiu do caminho e bloqueou. O impacto fez com que ela
escorregasse, e desta vez não conseguiu deter sua queda.
Juliette impulsionou sua espada com uma precisão mortal, mas Cameo rolou no segundo
que ela atingiu o chão e a ponta afiada atingiu o gelo.
Com um impulso das pernas, Cameo deslizou entre as pernas de Juliette e saltou atrás da
Harpia, uma semiautomática na palma da mão e apontada. Estrondo! Estrondo! Droga! Mesmo de
perto, as balas zuniram pela armadura de Juliette sem causar-lhe danos corporais.

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Franzindo o cenho, a Harpia virou-se e jogou uma adaga. A arma cortou o pulso de Cameo.
Ela deixou cair a arma, e uma presunçosa Juliette a pegou.
Lazarus acomodou o peso nos calcanhares. Não se mexa. Não. Se. Mexa. Cameo está bem.
Juliette disparou em Cameo, esvaziando o cartucho. Milagre de milagres, Cameo conseguiu
se esquivar de cada bala.
Deixando cair a arma vazia, a Harpia aproximou-se de seu alvo... ainda mais perto. Cameo
arrancou a adaga e bloqueou o próximo ataque da espada de Juliette. Ela se desviou, girou e
atacou. Clang, clang, clang.
As fêmeas começaram uma dança brutal, movendo-se quase rápido demais para
acompanhar. Quase. Ainda assim ele desviou o olhar, para não pisar entre as duas combatentes e
quebrar o pescoço de Juliette como um galho. Seu olhar pousou em uma mulher que deslizava
sobre o gelo exatamente fora do círculo, e ele se endureceu.
Hera.
Ela o observou com firmeza enquanto riscava a ponta do dedo pelo bíceps, deixando-o saber
que tinha notado os cristais em seu braço.
Os pontos vermelhos voltaram para sua visão. Permaneça no lugar. Não se mexa. Um
comando das profundezas de sua alma. Se distraísse Cameo, anunciando seus danos, ele se
arrependeria para sempre.
Essa era a esperança de Hera? Impulsioná-lo a ação, fazê-lo tornar-se o catalisador da morte
de Cameo?
Vaca! Ele intensificou o aperto em seus punhais, mas não fez mais nada. Uma tarefa mais
fácil do que deveria ter sido, considerando a ira que vivia dentro dele. Mas então, lembrou-se da
visão do futuro do Cameo. Mate Hera, mate Cameo.
Uma escravidão, chegando. Ele venceria a rainha e salvaria a garota.
Quando Cameo resmungou de dor, sua atenção retornou à luta, embora mantivesse Hera
em sua visão periférica. Se ela fizesse um jogo contra sua mulher, ele estaria pronto.
Juliette deu um golpe, cortando o pescoço vulnerável de Cameo. Sangue derramou do
ferimento, respingos carmesins decorando o gelo. Ele inalou bruscamente, sem saber o quanto o
ferimento era profundo. Ela caiu de joelhos, a próxima colisão derrubando a adaga de sua mão.
Seus movimentos diminuíram, mas ainda assim conseguiu virar para trás, evitando outro
ferimento. Quando se endireitou, estava coberta de lascas de gelo, o corpo despojado de armas. A
soqueira de diamante e as poucas adagas que lhe restaram foram roubadas pelas Eagleshields.

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235
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Kaia e Keeley conseguiram recuperar a soqueira de diamante e a jogaram para Cameo. Ela a
pegou enquanto Juliette, sorridente, mergulhava em cima dela.
Pouco antes do impacto, Cameo agachou-se. A Harpia ergueu a cabeça, e Cameo acertou na
borda de seu peitoral, empurrando-a para parar e lançando-a pelo ar. Juliette perdeu o aperto na
espada quando pousou e ofegou para respirar.
Cameo montou nos ombros dela quando caiu, a soqueira de diamante destroçando o rosto
da Harpia. Sangue pulverizou o gelo. Um dente disparou pelo ar. Por fim, Juliette ficou livre,
jogando Cameo de costas.
Em uníssono, ficaram de pé e se enfrentaram.
As Eagleshields ofereceram sugestões a Juliette. —Arranque o coração dela ainda batendo!
—Chute-a onde ela faz bebês!
—Arranque os globos oculares dela como troféus!
Juliette ergueu um braço, e as vacas a aplaudiram.
Cameo olhou ao redor, um olhar de resignação escurecendo seus traços. Ela ergueu o
queixo... E cantarolou uma melodia suave e assombrosa.
Maldições soaram. As Harpias cobriram as orelhas. Hera se encolheu.
Cameo continuou a cantarolar. Algumas das Harpias caíram de joelhos. Outras soluçaram e
fugiram correndo da clareira. Mesmo Kaia, Gwen e Keeley choraram. Viola empalideceu.
Lazarus começou a tremer. Em segundos, a tristeza o lavou, enchendo-se e quase o
afogando. E quando finalmente drenou, deixou um filme pegajoso para trás. A voz de Cameo
nunca o atingiu tão forte ou tão profundamente. Só queria tomá-la em seus braços e protegê-la
das travessuras com as quais ela tinha que viver todos os dias, a cada hora, a cada minuto.
Esta vez foi diferente.
Ele não tinha nenhuma defesa contra um súbito ataque de lembranças. Toda ação da qual já
se arrependeu. Flashes de todos que ele já amou e perdeu. Seguiram os pensamentos negros:
Nunca terei o que mais desejo. Só serei forte o suficiente para vencer Hera sem Cameo ao meu
lado. Já estou enfraquecido... Mas acho que não conseguirei sobreviver sem Cameo. Esta é uma
situação impossível. Não há esperança. Sem esperança.
—Pare!— Juliette comandou, pressionando as palmas das mãos contra as orelhas. —Você
tem que parar com isso!

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Cameo cantou sua resposta, as palavras mais nítidas do que qualquer arma que ela tinha
usado. —Não há regras, lembra?— Ela pegou a espada caída da Harpia e aproximou-se
lentamente.
Juliette curvou-se e soluçou. A voz de Cameo continha mil desapontamentos e
arrependimentos, cada um sangrando no próprio Lazarus... Oferecendo um convite para
finalmente acabar com seu sofrimento. Aqui e agora. O mundo seria um lugar melhor sem ele.
Muito melhor.
A misteriosa melodia tinha vida própria, uma vida sombria e desoladora. E tão poderosa que
lançou uma sombra terrível sobre a terra. O ar frio tornou-se gelado. Os pássaros chiaram e
voavam das árvores. Não, não das árvores, mas nas árvores. Tentando se matar? Qualquer coisa
para escapar da brutal espiral de desesperança e desespero!
Lazarus tremia mais forte quando percebeu que pressionou a ponta de uma adaga no peito,
pronto para mergulhar a lâmina no coração.
Morte... O único modo de experimentar a paz...
Ele não conseguia parar-se. Pare, preciso parar...
No último segundo, levantou a adaga e esfaqueou um de seus ouvidos. Repetiu o
movimento com o outro. Dor aguda explodiu dentro de sua cabeça e um líquido quente escorreu
pelo pescoço; pelo menos a sensação de desespero desapareceu.
Trincou os dentes, sabendo profundamente até a alma, que acabou de experimentar uma
amostra do que Cameo experimentava diariamente. Como ela conseguiu sobreviver até hoje?
Sua pobre e querida mulher.
As palavras tinham poder para construir ou derrubar, e ela certamente provou isso neste
dia. Ela destruiu todas as suas defesas, deixando apenas uma vulnerabilidade bruta. Para Juliette,
também.
A Harpia caiu de joelhos enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto. Ela rastejou para
uma adaga caída, embora tenha parado no meio do caminho para vomitar. Com dois golpes
rápidos, ela se esfaqueou nos ouvidos. Mas estava muito atrasada.
Cameo bateu uma vez, duas, e ambas as mãos de Juliette bateram no chão. A Harpia gritou
de agonia, apertando o peito.
Com um sorriso frio sem qualquer tipo de diversão, Cameo deixou cair a espada e pegou a
estranha arma que Viola atirou para ela. Tirou o pano na ponta e Lazarus acalmou-se, sem sequer
ousar respirar enquanto o reconhecimento o atingia. A Haste divisora.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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—Não!— Juliette gritou. Ele não podia ouvir sua voz, mas podia ler seus lábios.
Em uma tentativa desesperada de escapar de Cameo e da Haste, ela se aproximou da
multidão. Quando ninguém se prontificou a ajudá-la, ela se levantou nas pernas instáveis,
balançando.
—Isto é por Lázarus.— Cameo apunhalou a Harpia na garganta. —Você o escravizou no
campo das Harpias. Agora eu escravizo você nos Reinos do espírito.
Mais uma vez ele teve que ler os lábios.
Com outro empurrão, Cameo fez com que a ponta bulbosa voltasse para o outro lado de
Juliette. O sangue borbulhou de sua boca. Um segundo depois, ela desapareceu, a ponta da Haste
brilhante e azul cintilante, carregada pela morte de uma nova força vital.
Tudo o que restava de Juliette era a piscina carmesim que ela deixara para trás.
E estava feito. Simples assim. Uma de suas maiores inimigas tinha sido morta. Esperava
sentir prazer e satisfação, ou ao invés disso, decepção e ressentimento. Mas, enquanto avançava,
experimentou apenas alívio. Cameo permaneceu ilesa.
Depois de revestir cuidadosamente a Haste em couro, pegou a arma do aperto de Cameo e a
puxou para dentro de seus braços. Recusou-se a contemplar o que isso significava para ele. O que
significava para seu relacionamento.
Sobre a cabeça de Cameo, encontrou o olhar de Hera, e ele sorriu. Lágrimas brilhavam nos
olhos dela. Porque ela acabou de perder uma amiga, ou porque Tristeza também a encheu de
pesar?
A deusa desapareceu. Enfraquecida? Deve haver uma fenda na armadura dela...
Poderia não haver uma melhor chance de atacar. Deveria persegui-la. Mas quando se
preparou para se teleportar, percebeu que Cameo não havia retornado seu abraço. Franziu a testa
e se afastou para olhá-la.
Tristeza pulsava dela. Seus olhos prateados estavam opacos, a expressão contorcida de dor.
O demônio assumira o comando.
Seu olhar se encontrou com o dele, lágrimas presas em seus cílios. —Mate-me,— ela
sussurrou. —Por favor.

CAPÍTULO 23

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238
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

“Você não pode tomar o castelo de um homem forte antes de enfraquecê-lo. Uma vez que o
tome, o entregue à sua mulher para mantê-lo em segurança.”
—A Arte de Manter sua Mulher Feliz

Tristeza consumiu Cameo. Em todos os sentidos da palavra. O demônio lembrava-lhe uma


família de cupins; ela era a casa em ruínas, a base já estava cheia de buracos. A cada hora - cada
minuto - ele lembrava-lhe de cada tortura que ela já sofrera. Da morte de Alex e da destruição de
Lazarus.
Minha culpa. Tudo minha culpa.
Cem por cento da população sente que estariam melhores sem você...
Durante a luta com Juliette, Cameo fez o impensável. Permitiu que Tristeza a preenchesse
com o pior de seu sofrimento, instigando o pior de seus arrependimentos. O transbordamento
atingiu o ápice, derrotando o oponente. Mas a vitória chegou por um preço terrível. Pensamentos
obscuros agora dominavam a mente de Cameo, e não importava o quanto tentasse, ela não
conseguia escapar deles.
Sem esperança, sem esperança. Não acreditava mais que poderia viver uma vida melhor.
Lazarus estava morrendo, cristais crescendo dentro de suas veias, e não tinha ideia de como salvá-
lo.
Sua mente doeu. Sua alma doeu. Quem ela estava enganando? Cada parte dela doía.
Tristeza usou seu medo e preocupação por Lazarus, tocando seu coração como um violino.
—Uma terrível melodia a assombra,— ela ouviu Lazarus explicar a seus amigos. Ele estava
certo. Nunca se sentiu tão sozinha ou desamparada.
Logicamente sabia que os sentimentos eram uma mentira. Claro que sabia. Seus amigos a
amavam e fariam qualquer coisa em seu poder para ajudá-la. Lazarus disse que planejava ficar
com ela durante o resto dos seus dias. Mas a verdade e a lógica não significavam nada agora.
Lágrimas derramaram-se por suas bochechas e tremores a abalaram. Deitou-se na cama sem
ter ideia de como Lazarus a tinha levado para casa. Não porque o demônio tivesse apagado sua
memória, mas porque ela retraiu-se mentalmente. Um dia arrastou-se para outro, a agonia dentro
dela nunca amenizando.
Em meio a isso tudo, não desejava comer ou beber - apenas me deixe morrer - mas Lazarus,
o Cruel e Incomum, forçou comida e água por sua garganta. Teria lutado contra ele, mas não
possuía a energia.

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239
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Também não tinha vontade de tomar banho, mas mais de uma vez ele a tinha levado para o
banheiro, a despiu e a ensaboou. Novamente, não tivera energia para lutar contra ele. Não que
isso importasse. Ele nunca a assediou e ela... não havia se importado. Não se importava. De
verdade.
Ele frequentemente passeava pelo quarto com espadas amarradas nas costas e adagas na
mão, como se esperasse que Hera ou o pai dele aparecessem. Seus dois últimos inimigos, sem
contar Tristeza, que ele tinha ameaçado em uma ocasião, ou em vinte.
Cameo cochilava intermitentemente, seus sonhos turbulentos. O demônio adorava mostrar
para ela, maneiras com as quais poderia ser magoada. Durante as últimas noites, vira o funeral de
Lazarus em constante repetição.
Quando acordou, Maddox estava sentado numa cadeira ao lado da cama e olhava para ela.
—Deseja que eu jogue seu visitante pela janela?
—Você pode tentar,— Lazarus respondeu em seu nome. —Além disso, não sou o visitante
aqui. Você é. O que é dela é meu.
—Você fala como um marido,— Maddox disse. —Não me recordo de assistir a um
casamento.
—Eu falo como o homem dela. Exatamente o que sou.
—Então faça um melhor trabalho de cuidar dela!
Lazarus soltou uma série de maldições, e Maddox respondeu da mesma maneira. Ambos os
machos eram bestas perversas claramente competindo pelo título de rei da selva.
Como guardião da Violência, Maddox tinha um temperamento mais volátil do que a maioria.
O grande bruto andou em direção a Lazarus, perigo irradiando dele. Cameo assistia, distante da
situação... mas também maravilhada pela mesma.
Lazarus o encontrou a meio caminho, completamente imperturbável. Assim que estavam
dentro de alcance um do outro, ele usou a coxa de Maddox como um banquinho, envolvendo uma
perna ao redor do pescoço do guerreiro, deslocando seu peso e o empurrando para o chão. Ao
pousar, ele rolou, jogando Maddox em suas costas e permanecendo elevado sobre o amigo dela.
Com um rugido, Maddox o chutou no peito, lançando-o para trás. Em segundos, ambos os
machos estavam de pé e trocando socos. Uma exibição espetacular de agressão masculina, sim,
mas uma que ela deveria parar.
Para fazê-lo, teria que falar. Se falasse, só pioraria as coisas.
Não posso vencer. Destinada a ferir todos à minha volta.

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240
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Além disso, se Lazarus quisesse matar Maddox, o homem estaria morto. Rasgado em tiras
como o grifo. Sua habilidade a impressionou.
Os meninos continuaram lutando, destruindo seu quarto, destruindo cada peça do
mobiliário, incluindo a cama. Um dos dosséis tombou e o pé da cama quebrou, esmagando o
colchão em um estranho ângulo. Se Lazarus não tivesse trancado seu espelho no armário mais
cedo, também o teria perdido.
No final, Lazarus agarrou o pescoço de Maddox - um fato que enviou os outros guerreiros da
residência ao limite. Aeron e o recém-chegado Paris entraram no quarto.
—O que...
—Você não tinha o direito!
Outra luta eclodiu.
Lazarus ganhou aquela batalha também, porém não tão rápido ou tão facilmente. Seus
movimentos se tornaram mais lentos, como se estivesse enfraquecido. Talvez estivesse. Aqueles
cristais...
Vou perdê-lo de uma maneira ou de outra.
O resto de sua família correu para o quarto dela, viram Maddox, Aeron e Paris inconscientes
no chão - e uma explosão de risos logo se ouviu. Coisa engraçada. As risadas apenas obscureceram
seu humor.
Não é justo! Eles fazem o que não posso.
O que você nunca fará, Tristeza prometeu.
Lucien, guardião da Morte, deu um tapinha no ombro de Lazarus. Em algum momento, ele
também deve ter retornado do submundo. —Eu gosto de você. Gosto muito de você.
Galen inclinou-se contra a parede e cruzou os braços sobre o peito. —Sim, bem, eu acho que
ele não gosta de você.
Lazarus apontou um dedo acusador para o guerreiro. —Seus Caçadores uma vez cortaram a
língua de Cameo.
—Eu sei.— O belo loiro estendeu os braços. —Não precisa agradecer.
Um feroz rosnado ecoou por toda a sala, a promessa de uma morte muito, muito ruim. A
parte mais feminina dela respondeu ao som, e pensou, esperou, que conseguiria se retirar das
profundezas do sofrimento... mas falhou.
—Ei,— Galen acrescentou. —Ela é quem é por causa de seu passado. Você gosta de quem
ela é ou não?

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241
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
Gena Showater
Senhores do Submundo 13

Seus ouvidos ficaram atentos enquanto ela esperava a resposta.


—Eu... gosto,— Lazarus admitiu de má vontade.
Ele gosta de mim! Mais uma vez, ela tentou se levantar, mas novamente falhou.
—Uau. Galen não está errado.— Anya nivelou um olhar de desgosto em Lucien, seu noivo.
—Isso significa que tenho que perdoar o bastardo por deixar seu pessoal me estacar na parede?
—Não,— Lucien disse. Ao mesmo tempo, Galen disse,— Sim!
Torin, que costumava permanecer dentro de seu próprio quarto, não importava o que
acontecesse, estava no meio da multidão. Desde que aprendera que seu sangue continha o
antídoto para a doença do seu demônio, ele se tornara muito mais sociável.
Removendo as luvas de couro, moveu-se em direção a Galen. Então, com um sorriso
perverso, ele deu um tapinha na bochecha do homem alado.
Galen recuou.
Torin disparou para fora do quarto, falando, —Boa sorte em tentar obter uma dose do meu
sangue, otário.
Galen xingou e o perseguiu.
Uma faísca de irritação aqueceu o peito de Cameo. A provocação era pior do que as risadas.
Eles estavam se divertindo, brincando, enquanto ela sofria horrivelmente.
Como se percebendo sua mudança de humor, Lazarus relaxou no colchão, sentando-se ao
lado dela e uniu seus dedos. Ele esfregou o polegar sobre seus nódulos feridos. —Volte para mim.
Ela tentou. Tentou tão duramente, desesperada para fazer isso por ele. Mas a tristeza
permaneceu, arranhando-a e rasgando-a, deixando seu interior destruído. Lágrimas encheram
seus olhos, e seu queixo tremia.
Ele abriu a boca para dizer mais, mas Sabin deu um passo à frente e bateu palmas uma vez,
duas vezes. —Tudo bem. A festa acabou. Todos somos parte da mesma equipe e temos coisas
para discutir.— Ele era o autêntico belicista15, sempre colocando negócios antes do prazer. —Na
semana passada, duas novas batalhas foram travadas entre Hades e Lucifer. Hades ganhou a
primeira rodada, graças aos Cães Infernais de Katarina. Eles desfrutaram de um pequeno jogo
encantador chamado Buscar o Fêmur, rompendo sobre as fileiras inimigas para coletar seus
prêmios. A segunda rodada foi um empate com perdas maciças de ambos os lados.

15
Um líder ou ativista soberano ou político, que incentiva ou defende a agressão ou a guerra contra outras nações ou grupos.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Murmúrios e especulações surgiram. Como emboscar Lucifer, líder dos Precursores - aqueles
que concediam presciência 16 . Como alcançar o máximo de resultados. A interação apenas
entristeceu Cameo ainda mais.
Esses homens e mulheres eram uma unidade. Parte da mesma equipe, como Sabin havia
dito. Cameo sempre esteve à margem.
—Fora!— Lazarus rugiu, a voz dura ecoando das paredes. —Agora. Todos.
Protestos irromperam. Quando ele se levantou, esses protestos acabaram e passos soaram.
Apenas Ashlyn permaneceu. Bem, Ashlyn e os homens inconscientes no chão. Ninguém
tinha se incomodado em arrastá-los para fora. A mulher tomou o lugar de Lazarus na cama.
Ele olhou para ela, fazendo o possível para intimidá-la, mas ela permaneceu longe de se
intimidar.
—Meu marido está cochilando a poucos metros de distância. Eu ficarei, e vou ajudar minha
amiga,— ela disse. —Tente me impedir. Atreva-se.
Ela tinha um dom. Quando entrava em uma sala, podia ouvir todas as conversas que já
ocorreram dentro dela. Considerando que acabara de usar as próprias palavras de Lazarus contra
ele, ela deve ter ouvido algumas das coisas que o guerreiro dissera a Cameo.
—Tudo bem,— ele resmungou.
—Tão amável.— Por mais de uma hora, Ashlyn leu das páginas de um livro de romance.
Contos de fadas para adultos, ela dissera. Oh, ser parte de um conto de fadas com Lazarus,
destinado a ter um felizes para sempre.
Impossível. É isso, disse Tristeza. O melhor que você vai conseguir.
Cameo acreditou nele.

No dia seguinte, Lazarus a alimentou e a banhou, como de costume, permanecendo


impessoal e pessoal ao mesmo tempo. Ele a tocou sem nenhum sinal externo de emoção, mas
seus dedos se demoraram sobre seus seios e entre suas pernas. Primeiramente, ela experimentou
um formigar de excitação. Com a excitação veio a esperança.

16 A presciência significa conhecimento de algo antes que aconteça ou exista.

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243
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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O demônio sussurrou, Ele vai morrer. Eu me pergunto se você será o motivo.


Ela chorou. Lazarus a secou e a levou de volta para a cama.
Quanto tempo mais ele viveria? Quanto tempo mais a toleraria?
Viola a visitou e tomou cuidado com suas maneiras, estendendo-se ao lado de Cameo para
contar tudo sobre a armadura que ela havia projetado, com a intenção de manter a si mesma e
seu animal de estimação a salvo de uma fera alada com a morte em sua mente. Tudo o que ela
precisava era que Cameo a fizesse.
Cameo caiu em uma leve soneca, acordando quando ouviu a voz de Lazarus. Ele falava em
Typhonish, e parecia com raiva. Através das sombras do quarto, ela o vislumbrou de pé na
varanda, vento chicoteando seus cabelos como uma tempestade enfurecida. Nenhum sinal de
Viola ou de qualquer outra pessoa. Até que um raio atingiu o céu. Por uma fração de segundo, ela
viu uma serpente do céu empoleirada no corrimão, as garras enroladas em torno da barra de
ferro.
Seu coração agitou-se e...
Nada. Ela fechou olhos. Quando acordou depois, a tempestade havia acabado.
Lazarus abriu a porta do quarto e dois risonhos Urban e Ever correram para dentro. O
menino pulou no final da cama. Quando Cameo não reagiu, ele colocou fogo em sua coberta. Ever
extinguiu as chamas com uma camada de gelo.
A vida continua sem mim.
Cameo suspirou e os gêmeos pararam de rir. Ever soluçou, e Urban se entristeceu.
Com um suspiro próprio, Lazarus empurrou as crianças para o corredor e gritou por seus
pais.
Que tipo de monstro você é, fazendo aqueles doces bebês chorarem? Tristeza perguntou.
Arranhar, rasgar. A tristeza acentuou-se, e suas feridas internas começaram a sangrar.
Lazarus voltou para o seu lado e alisou os cabelos que se agarravam à a bochecha úmida. —
O que vou fazer com você, Luz do Sol?
O demônio tinha um milhão de respostas, nenhuma delas boa.
A mente de Cameo brincou com um jogo de associação de palavras, fazendo um pulo
“nenhuma delas boa” para “nada de bom pode acontecer” para “lembre-se de que ele está
destinado a morrer” para “todo mundo vai morrer em algum momento” para “a caixa de Pandora
irá matar à todos nós”. Juliette dissera que Lazarus já possuía a caixa. Será que ela falou a verdade,
ou tentou conduzir uma separação entre seu consorte e sua nova companhia?

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Definitivamente uma separação. De jeito nenhum Lazarus manteria este enorme segredo.
Ele sabia o quanto Cameo queria - precisava - daquela caixa. Como a própria sobrevivência de seus
entes queridos dependia disso.
Por que ele iria querer a caixa de Pandora, afinal?
Bem, essa pergunta era fácil de responder. A Estrela da Manhã.
Mas se Lazarus tivesse a caixa e quisesse a Estrela da Manhã, por que não abrir a caixa e
pegá-la?
Outra resposta fácil. Ele temia matar Cameo no instante em que levantasse a tampa.
Ele deveria me matar. Eu sou melhor morta. Todos estarão melhores.
—Basta!— Lazarus disse, a fúria em sua voz era inconfundível. —Nunca mais pense assim.
Ninguém estará melhor sem você. Entendido?
Com suas palavras, algo dentro de Cameo quebrou. Seu olhar que tantas vezes ardia para
ela, prometendo prazeres incontáveis. Suas mãos e corpo haviam tocado suas curvas nuas em
mais de uma ocasião, dispostos a servir aqueles prazeres. Agora, tudo o que ela podia fazer era
rezar pela morte?
Cameo enrolou-se em seu travesseiro e soluçou até que não tivesse mais lágrimas. —Meus
dias de sentir prazer acabaram.— Foi a primeira vez que ela falou em dias - semanas? - e sua
garganta ferida protestou.
—Eles estão apenas começando. Você sabe disso.— Dedos suaves pentearam seus cabelos,
traçaram os cumes de sua espinha antes de forçá-la a rolar para o lado e olhar para ele. —Está não
é você, Luz do Sol.— Ele a abraçou por trás e beijou sua nuca. —Lute contra o demônio. Lute por
mim.
Que bem lutar já fizera por ela? Sempre acabava nessa condição. —Vá embora. Por favor.
Apenas vá embora.
Pela primeira vez desde que se conheciam, ele se encolheu ao som de sua voz.
Não, não pela primeira vez. Após a batalha com Juliette, ela vira o sangue escorrendo de
seus ouvidos. Assim como a Harpia, ele se esfaqueou para escapar da voz de Cameo.
Ele não disse nada mais.
Ele só está garantindo que você não pronuncie outra resposta.
—Essa é uma mentira do demônio!— Ele ralhou. —Eu odeio vê-la dessa maneira.

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Senhores do Submundo 13

—Não se preocupe. Você vai se cansar disso - de mim - em breve. Então irá embora, e não
terá que me ver, de jeito nenhum.— Embora ela pensou que seus dutos lacrimais estivessem
secos, uma nova chuva derramou-se em suas bochechas, escaldando sua pele.
A cama se mexeu, sinalizando que Lazarus havia levantado. Passos se ouviram, criando uma
trilha sonora ameaçadora. Luzes inundaram o quarto, afugentando sombras preciosas.
Ela se encolheu, piscando rapidamente para acalmar a queimação em seus olhos cansados.
—Apague as luz,— ela ordenou.
—Se você a quer apagada, pode levantar seu traseiro e apagá-la. Eu a mimei por tempo
suficiente.— Com uma carranca sombria, ele marchou de volta para a cama.
A visão dele e de sua crepitante fúria intimidou Tristeza, o demônio se escondendo no fundo
da sua mente, a nuvem de opressão levantando-se... mas ele provara as doces rédeas do controle
e se recusava a abandoná-las com tanta facilidade. Ele sibilou e arranhou, e a turbulenta
tempestade de condenação voltou.
Lazarus arrancou as cobertas de cima dela, o ar frio de repente a envolveu. Após o último
banho, ele a vestiu com uma regata e calcinha. Com movimentos firmes e sem se importar com
sua carne macia, ele a pegou e a colocou sobre o ombro da mesma forma que um bombeiro. Com
passos longos e sem elegância, ele fez seu caminho até a porta e a abriu.
Um por um, seus amigos saíram de seus quartos.
Ele rosnou, —Isso está acontecendo. Não tentem me impedir.
—Impedi-lo? Estou muito ocupado te incentivando.— Maddox, que se recuperara de sua
coluna quebrada, soou francamente amigável naquele momento. —Você deveria ter feito isso há
dias atrás.
Lazarus bateu na bunda de Cameo. Bem ali. Na frente de todos. A picada afiada a fez ofegar.
—Posso ficar com ele, Lucien?— Anya bateu palmas. —Por favorzinho, ele será o recheio do
bolo. Pelos últimos cinco segundos, eu sempre quis um como ele!
—Só se eu puder ficar com ele também,— Lucien respondeu. —Embora ainda haja alguma
coisa sobre ele. Morte fica louca toda vez que ele está perto.
—Mentira, não é.— A negação veio de Gideon.
—Você tirou as palavras da minha boca,— Strider disse. —Ou o teria feito, se tivesse dito a
verdade e mencionado Derrota. Então qual é o problema? Como você provoca os demônios,
homem morto?
Os amigos dela sentiram a caixa, também?

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Senhores do Submundo 13

Lazarus ignorou a pergunta e deu outro tapa no traseiro de Cameo. Seus dentes detrás se
apertaram.
—O que vocês fizeram com ela da última vez que ela ficou assim?— Lazarus perguntou a
ninguém em particular.
—Nós esperamos,— Sabin disse. —Tudo o que tentávamos a fazia piorar.
—Bem, eu cansei de esperar.— Lazarus contornou o grupo e desceu as escadas.
Para o aborrecimento dela, todos o seguiram, ansiosos para descobrir o que ele faria em
seguida. Kane, o recém-coroado rei dos Fae, estava entre eles. Quando ele retornou do
submundo? Até mesmo Torin foi junto, o traidor!
Por que ele a namorou, afinal? Que par inapropriado eles haviam sido, incapazes de se
tocarem. Ou melhor, relutantes em se tocarem, porque ela poderia tocá-lo; ela não teria ficado
doente - provavelmente - mas teria se tornado uma portadora, como ele. Eles não sabiam sobre
sua cura naquela época.
Eles se deram prazer enquanto o outro assistia. Bem, ela fingia que se dava prazer. Fingia
cada orgasmo. Deveria dizer a ele? Ele voltaria para seu quarto com raiva, e ela teria um
espectador a menos.
—Não se preocupe Luz do Sol,— Lazarus disse. —Vou garantir que ele saiba até o fim do dia.
Seus dentes se apertam com um pouco mais de força. Ela ergueu o escudo em torno de sua
mente. —Ao contrário de Tristeza, não sinto prazer em ferir os outros. Não diga uma palavra para
ele.
Gemidos varreram através da multidão, mas desta vez Lazarus não deu atenção à sua voz.
O demônio espreitou das sombras, desesperado para recuperar cada centímetro de terreno
que havia perdido. Não conseguiu manter Kane, não conseguiu manter Torin, não conseguirá
manter Lazarus.
Ela choramingou. Lazarus deu outro tapa em seu traseiro.
Agora ela xingou e bufou. Como ele ousa! —Se você gostasse de mim e me respeitasse de
algum modo, não me trataria assim.
—É porque eu gosto e a respeito que estou te tratando dessa maneira.— E só para ser do
contra, ela tinha certeza, ele lhe deu outro tapa. Ele usou mais força, definitivamente deixando
uma impressão da palma de sua mão.
Raiva acendeu. Por que ele estava fazendo isso? Onde a estava levando?

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Ele chutou a porta da frente e foi para fora. A luz do sol infiltrou-se em sua pele, aquecendo
o profundo frio que ela não havia percebido que sentia. Ele parou em algum lugar do jardim da
frente e a soltou.
Poft! Espessa e grudenta lama a salpicou da cabeça aos pés, gotas caindo em seu cabelo e
até nos cílios.
Como ele ousa! Uma falta prolongada de mobilidade a deixara fraca, e suas pernas
tremeram conforme ficava em pé. Lama escorria de suas mãos.
Lazarus cutucou um dedo no peito dela, e seus pés escorregaram de debaixo dela. Ela caiu, e
dessa vez ficou caída, olhando para ele.
—Isso deveria me deixar furiosa?— Ela exigiu. Porque está funcionando!
—Não seja tola.— Ele tirou a camisa, mostrando o peito tatuado... Todas aquelas gloriosas
juntas de músculos. —O que acontecerá a seguir deverá deixa-la furiosa.

CAPÍTULO 24

“Com um inimigo, a morte deve sempre vir antes da rendição. Com sua mulher, sua rendição
acontecerá de um jeito ou de outro. Por que lutar contra isso?”
—A Arte de Manter sua Mulher Feliz
—O Segredo do Meu Sucesso

Viola não podia acreditar na reviravolta dos acontecimentos. Ela assobiou e aplaudiu. Os
caras aplaudiram.
—Tire tudo!— Anya fez torcida.
—O que acontece em seguida?— Cameo perguntou a Lazarus.
Um lento sorriso alcançou seu lindo rosto, e ele estalou os dedos. —Eu prefiro te mostrar.
Viola assistiu quando ele atirou na guardiã da Tristeza uma bola de lama atrás da outra,
inveja criando um aperto em torno do seu coração. Eu quero esta... esta... diversão. Essa
aceitação.
Quando Cameo se abaixou e se esquivou dos mísseis, resmungando de indignação e
cuspindo lama, Lazarus soltou uma gargalhada.

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Senhores do Submundo 13

O som enferrujado encantou todos ao seu redor. As mulheres se pavonearam como se ele
tivesse acabado de se transformar no príncipe de conto de fadas dos seus sonhos. Os homens
simplesmente ficaram olhando.
Pela primeira vez desde o seu retorno da região selvagem do Alasca, uma nuvem de
escuridão saiu de Cameo.—Darkpit,— ela disse, —você vai pagar por isso.
Um milagre aconteceu. Ninguém se encolheu ou chorou ao som de sua voz. Não que Cameo
ou Lazarus parecessem notar. Estavam muito absorvidos um no outro.
—Se você quiser que esse ataque selvagem termine, vai ter que me impedir,— Lazarus disse.
—Eu respondo apenas a beijos.
Os espectadores esperaram com a respiração em suspenso por sua resposta.
—Não se atreva...— começou ela. Uma bola de lama salpicou seu rosto. —Você vai se
arrepender...—Mais lama no rosto dela.
O sorriso de Lazarus foi presunçoso. —Eu não me arrependo de nada.
O guincho de fúria de Cameo fez todos torcerem. Então a beldade de cabelos escuros lançou
uma bola de lama em seu homem. A substância pegajosa encharcou sua camisa, e uma luz
perversa brilhou em seus olhos, misturando-se com alívio.
Ele realmente se importava com o bem-estar de Cameo, Viola percebeu. Aqueles duas
crianças malucas poderiam ir longe.
Lazarus derrubou Cameo no lago, água suja espirrando em volta deles. Eles lutaram e se
pressionaram juntos, disputando a supremacia, fazendo o melhor para imobilizar o outro. Estavam
agindo como crianças e - cara! Os outros também estavam.
Maddox, Sabin, as Harpias e todos os outros que seguiram o par improvável até o lado de
fora correram para o lago de lama para lançar seus próprios mísseis.
Viola, a única resistente, permaneceu no lugar. Ela praticava o decoro em todas as situações.
Quando você pensa em classe e sofisticação, você pensa em deusa da Vida após Morte e seu
demônio da Tasmânia de estimação. Toda maldita vez.
Urban, o rato, jogou lama nela, mas ela fez um mergulho experiente e desviou.
Até Strider, guardião da Derrota, juntou-se às festividades. Que idiota! Se ele perdesse um
único desafio, mesmo um tão inocente como este, sofreria uma dor inimaginável. Por que
arriscar? E, no entanto, ele riu quando prendeu sua consorte no chão e encheu suas calças com
lama.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Maddox segurou seu filho de cabeça para baixo, que se contorciam e riam, ameaçou
mergulhar seus rostos no lago. —Você precisa parar de importunar Viola. Estou falando sério.
—Eu não importuno,— o menino protestou. —Eu a cortejo!
Gwen atacou Sabin, colocando-o de joelhos. —Você merece isso. Você sabe que merece.
Receba seu castigo como um bom menino.
Torin cobriu a boca com uma mão enluvada, tentando esconder um sorriso enquanto sua
esposa - namorada, tanto faz! - fazia nado de costas no lago.
—Entre. A água está morna,— Keeley chamou. Como uma Curadora, a pequena linda de
cabelos cor-de-rosa havia sido criada muito antes dos humanos. Uma vez que fora um espírito de
luz, era encarregada da proteção da Terra, ligada a ela e à suas estações. Ela ainda estava
conectada à própria terra. Terra a curava e a revitalizava. —Não se preocupe em se sujar.
—Sim, mas minha mente já está suja,— Torin respondeu. —Eu provavelmente deveria
manter meu corpo limpo. Você sabe, para equilibrar as coisas.
Uma Cameo encharcada de lama correu pela borda do lago enquanto Lazarus lançava
punhados de lama nela. Ela gritou como uma lunática e o empurrou.
—Fique parada, mulher, e experimente a plenitude da minha ira,— Lazarus ordenou.
—Nunca!— Cameo sacudiu um punho no ar. —Você pode pegar sua ira e enfiá-la onde o sol
não brilha!
Absolutamente, positivamente, horrivelmente infantil. E, no entanto, dentro de Viola, o
aperto de inveja apenas se tornou mais afiado.
Ninguém se importa o suficiente comigo para jogar lama em mim, ela lamentou. Sou
praticamente invisível. Essas pessoas seriam mais felizes sem mim...
Ah, não. Desde que Cameo havia cedido completamente ao seu lado sombrio, esses tipos de
pensamentos estavam vindo com mais frequência, como se a Tristeza tivesse vencido Narcisismo e
se derramado dentro de Viola. Ou talvez os dois trabalhassem juntos agora?
Ela sentia falta dos dias em que Narcisismo amava seu orgulho próprio, mesmo quando isso
a destruía. Mas supôs que a culpa era dela mesma. Como arruinara um relacionamento após o
outro, ela passou a se odiar, e seu demônio descobriu um novo amor: erguer a si mesmo,
enquanto a derrubava. Infelizmente, ele nunca passaria a odiar a si mesmo.
Ela merecia seu rancor, na verdade. Derrubara outras pessoas por séculos. Este era o
retorno.
—Babaca!— Alguém falou, puxando-a de seus pensamentos.

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Senhores do Submundo 13

Um par de lindas asas brancas flamejou das costas de Olivia enquanto ela risonhamente
empurrava Aeron para a lama.
Fluffy correu em círculos ao redor dos pés de Viola, perseguindo sua cauda. A atmosfera
excitante elevou seu nível de energia.
Ela examinou o quintal. Galen estava de fora, recostado contra uma árvore, os braços
cruzados sobre o peito. Ele era tão intruso quanto ela, sem saber como se inserir, sem saber onde
- ou se - ele se encaixava na loucura.
Se você quiser resultados diferentes, você deve fazer algo diferente.
Muito bem. Ela se forçaria a brincar.
Com uma careta, Viola avançou lentamente em direção ao lago nojento. Antes que pudesse
se convencer a mergulhar um dedo do pé, Cameo, a vaca, se esgueirou atrás dela e a empurrou
para dentro.
Quando ela se sentou, lama grudada em seus cílios, sua melhor amiga, uma vez deprimida,
moveu os punhos para o céu. —Eu sou a rainha do lago da selva. Ouça meu rugido!
Um sorriso brincou nos cantos da boca de Viola. Talvez brincar não fosse tão ruim. —Você
pode ter vencido a batalha,— ela disse, juntando uma bola de lama, —mas nunca vencerá a
guerra.— Ela lançou seu suprimento abundante, mas Cameo conseguiu se esquivar.
—Eu sou intocável! Imbatível! Maravilhosa demais para lidarem!— A queridinha
excessivamente confiante fez uma pequena dança ridícula, ganhando outra risada enferrujada de
Lazarus.
Viu! Eu sou alguém. Sou necessária aqui. Ninguém ficaria feliz sem mim.
Um movimento na distância atraiu seu foco. Viola ficou quieta, examinando a floresta densa
e vibrante com enormes nogueiras, carvalhos e um salgueiro. O céu criou um pano de fundo cinza
escuro; as tempestades podem ter acabado, mas o sol ainda não tinha recebido o memorando.
Fluffy sentiu seu desconforto e sossegou, o pelo em suas costas se levantou. Demônios da
Tasmânia eram conhecidos por suas fúrias selvagens e propensão para morder.
Onde tinha...
Lá! Dois carvalhos se elevavam lado a lado e, apesar da falta de vento, um galho em cada
árvore balançava, como se os dois estivessem apertando as mãos, um acordo feito com o diabo.
Uma ameaça? Um animal selvagem? Será que o Enviado caído a havia encontrado?
Por que seu sangue esquentou com o pensamento?

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Fluffy emitiu um suave, mas feroz, grunhido de aviso, enquanto se movia para frente de
Viola, montando guarda. Ela se arqueou para cima, escorregou e lutou para se endireitar.
Enquanto isso, as folhas davam outra sacudida, o transgressor - transgressores? - escondidos pelas
sombras.
Várias coisas pareceram acontecer em um piscar de olhos.
Um galho fino disparou das sombras. Não, não um galho. Uma flecha. O míssil mortal cortou
o ar com uma velocidade que nenhum humano teria sido capaz de rastrear. Destino: o coração de
Cameo.
Agindo por instinto, Viola apareceu na frente de sua amiga - e pegou a flecha em um punho
apertado.
Narcisismo berrou de indignação. Ela se atreveu a colocar-se em perigo para salvar outra
pessoa? O horror!
Isso mesmo, ela retrucou, a flecha quebrando-se em seu punho. E irei fazer de novo.
Eu vou te punir...
Ela estremeceu.
—Viola,— Cameo ofegou. —Você... Eu...
Ao redor dela, os guerreiros pararam de rir. Todos congelaram. Então o caos irrompeu.
—Você é o alvo,— Lazarus gritou para Cameo. —Abaixe-se e fique abaixada.— Com a
furtividade de um predador, ele disparou do lago, não se dirigindo para a cobertura, mas para as
árvores. Seus braços e pernas moveram-se rapidamente, ferozmente, sua velocidade logo
rivalizando com a flecha. E, no entanto, seus movimentos eram... Duros, sem sua graça habitual.
Ele foi ferido?
Maddox e Ashlyn apressaram as crianças para dentro do castelo enquanto todos, exceto
Cameo e Viola, correram atrás de Lazarus.
—Obrigada.— Cameo se aproximou ao lado de Viola. —Se a flecha tivesse atingido seu alvo,
eu teria sentido dor e o demônio teria atacado, desesperado para recuperar seu poder sobre mim.
Eu te devo muito.
—O que posso dizer?— Ela afofou o cabelo, uma ação tão enraizada quanto a respiração. —
Salvar vidas é o que heroínas supermodelos fazem. Nós não podemos evitar.
O olhar de Cameo correu para o caminho que Lazarus havia tomado. —Acho que eu curto
heroínas supermodelos. Se você não for cuidadosa, vou me apaixonar por você e pedir para se
casar comigo.

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O elogio era melhor que um banho quente. —Você não seria a primeira. Ou a última.
Cameo pegou a parte quebrada da flecha, estudou-a, e franziu os lábios. —Eu reconheço
essa técnica.
Ao longe, um Lazarus salpicado de lama emergiu da linha de árvores. Ele carregava uma
Amazona debaixo de cada braço. Os senhores e suas damas seguiam atrás dele e, uau, isso era
muito sexy de se ver.
—O que Amazonas querem conosco?— Anya perguntou.
Lazarus soltou as Amazonas aos pés de Cameo. Um fio havia sido usado para fixar o par
como porcos em um espeto. Provavelmente graças a Keeley, que poderia germinar uma planta da
semente à maturidade em um piscar de olhos.
Enquanto as Amazonas lutavam por liberdade, Lazarus agarrou-as pelo cabelo, segurando
suas cabeças num ângulo desconfortável. Uma posição em que as duas não poderiam lutar sem
quebrar os pescoços.
Os outros guerreiros miravam semiautomáticas, espadas, e o próprio arco que as Amazonas
usaram.
—Desafio vocês a fazerem outro movimento,— Strider disse com um sorriso maligno.
—Por favor, façam um movimento,— Kaia implorou. —Eu amo ver meu homem em ação.
Vantagem? Sexo pós-batalha. Já disse o suficiente.
Lazarus olhou para Viola, os olhos negros ferozes. —Obrigado por salvar Cameo do dano.—
Seu tom tinha uma qualidade irregular, como se as palavras tivessem sido empurradas através de
uma janela de vidro quebrado. —Eu te devo um favor. O que você quiser.
Parte de sua fúria era dirigida a si mesmo, ela podia dizer. Ele havia falhado em perceber as
Amazonas antes que elas atirassem em sua mulher, afinal.
—Sim, você me deve.— Viola esfregou as mãos. O que deveria escolher? O coração do irmão
de McCadden? Uma serpente do céu para ela? A força vital de Lazarus?
Oh! Havia muitas opções. —Talvez você me deva dois favores?— Ela disse, unhas batendo
contra o queixo. —Quero dizer, eu salvei mais do que Cameo. Eu salvei o dia.
Ele correu a língua sobre os dentes. —Um favor. Não mais.
Seus ombros caíram um pouco. —Tudo bem. Vou nomear o meu prêmio em uma data
posterior.— Precisava de tempo para pensar sobre isso.

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253
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Para Cameo, ele disse, —Você se lembra da mulher que matou minha guarda, tenho certeza.
Sua tribo - aquelas que ainda vivem - recebeu a notícia que eu a coloquei no meu Jardim do Horror
Perpétuo. Elas buscam vingança.
—As estátuas,— Cameo disse, arregalando os olhos. —Você transformou a Amazona em
pedra.
Ele deu um breve aceno de cabeça.
Ele poderia transformar as pessoas em pedra? Quão legal era isso!
Essas jovens Amazonas pareciam ser de um dos clãs asiáticos. Sua beleza era de cair o
queixo. Elas marcaram seus rostos e corpos com símbolos que ela não reconhecia.
A mais velha cuspiu em Cameo. —Você escolheu estar com um assassino. Você sofrerá o
mesmo destino dele.
Lazarus soltou um som profano antes de berrar, —Hipócrita! Você tentou matar uma mulher
que nunca te machucou. Não cometa erros. Você será a peça central do meu mais novo Jardim do
Horror Perpétuo, um conto de advertência para qualquer outro que pense em machucar o que é
meu. Suas próximas ações simplesmente decidirão como você será posicionada. Eu sugiro que
você se desculpe.
Silêncio.
Um pássaro grasnou. Um cachorro latiu. O círculo de guerreiros que cercava as Amazonas
começou a se mexer de um pé para o outro. Ansiedade?
Amazonas eram conhecidas em todo o mundo imortal por sua relutância em desistir, não
importando as probabilidades contra elas.
Lazarus aumentou seu aperto no cabelo da cuspidora, inclinando seu rosto mais para cima.
Ela gritou.
—Desculpe,— ela rosnou para Cameo.
A mão de Viola tremulou sobre o coração. Oh, ter um homem tão forte e ameaçador quanto
Lazarus devotado a ela!
Ele olhou para Cameo, seu olhar escuro procurando. Ele pedia permissão para seus próximos
atos? Consciência estava latente entre os dois, aquecendo o ar. Suor escorria na parte de trás do
pescoço de Viola, seu corpo doendo pelo que nunca conheceu - paixão nascida de um desejo
autêntico, em vez dos truques de seu demônio.

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Finalmente Cameo assentiu. Ela devia suspeitar do que Viola sabia. Se libertadas, as
Amazonas atacariam de novo e de novo, e não se importariam com quem fosse machucado, desde
que seu objetivo fosse alcançado.
Lazarus sorriu seu sorriso mais letal.
Uma tensão estranha e terrível desceu sobre as Amazonas, e sua pele começou a ficar cinza.
Uma ofegou com o choque enquanto a outra amaldiçoou. Conforme a carne delas endurecia em
pedra, ambas gritaram com horror.
Quando o processo foi concluído, Lazarus esfregou as mãos, como se tivesse feito um bom
trabalho.
Murmúrios se levantaram da multidão.
—Eita,— Kaia disse. —Lazarus fez o que acho que acabou de fazer?
—Precisamos de mais estátuas! Estátuas nuas!— Anya pulou para cima e para baixo. —
Todos, atraiam seus inimigos aqui e pronto.
—Se Cameo não tiver seus bebês,— Sabin disse, —eu terei.
Viola foi praticamente empurrada para fora do caminho enquanto os guerreiros cercavam as
estátuas, admirando os detalhes extraordinários.
Bem, isso foi adorável, indo de heroína a nada em um estalar de dedos. Ela xingou e bufou
até que seu olhar colidiu com os olhos brancos prateados do monstro que ela viu pela primeira vez
no reino espiritual.
Brochan retornou. Ele ficou um pouco além do círculo de seus companheiros. Ninguém mais
o notou.
Abandonada, ele articulou com os lábios, e o coração dela se agitou no peito. O ébano
profundo em suas penas se espalhou. Quase nenhum branco permaneceu. Dois chifres brotaram
de sua cabeça.
Fluffy se arrastou para cima em seu corpo para se empoleirar em seus ombros. Ele imitou o
rosnado de Lazarus, desafiando o monstro a dar um passo mais perto.
Embora Brochan tivesse vindo para roubar a força vital de McCadden de Fluffy, como
prometeu que faria, ele permaneceu à distância mais uma vez. Ele gostava dela?
Não posso culpá-lo.
Ela jogou-lhe um beijo, testando sua reação. Ele piscou em confusão antes de sua expressão
endurecer. Deu um passo em direção a ela, apenas para parar. Suas mãos com garras se fecharam
em punhos ao lado do corpo.

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Ele lançou-se no ar, logo desaparecendo nas nuvens. Muitas pessoas ao redor para mexer
com ela?
Não importa. Viola o tirou da cabeça. Por enquanto.
Um caleidoscópio de borboletas apareceu acima de Lazarus. Cameo endureceu antes de
estender o braço e permitir que um dos insetos pousasse na ponta de seu dedo.
Observando-a, Viola de repente queria vomitar. Nem Cameo nem Lazarus podiam ver o
mundo invisível ao redor deles, onde fantasmas e demônios sem corpos andavam. Sendo a deusa
da Vida após a Morte, Viola tinha poderes e habilidades que poucos - ok, ninguém - poderiam se
equiparar. Suas habilidades eram insuperáveis. Lendárias. Ela era única, uma em um bilhão e
tinha...
Perdeu a linha de pensamento. Uma névoa negra agora cercava o casal.
Horror irradiava de Lucien. Como o guardião da Morte, ele devia estar vendo a névoa
também. Devia saber exatamente o que isso significava.
De um jeito ou de outro, Lazarus ou Cameo iriam morrer. E em breve.

CAPÍTULO 25

“O que você ama, seu inimigo ama tirar de você.”


—O Segredo do Meu Sucesso
—O Segredo da Sobrevivência

Apesar da excitação quase o queimando vivo, Lazarus não foi capaz de abalar sua fúria
autodirigida. Por toda a semana passada, estivera dedicado à recuperação de Cameo, com muito
medo de sair do seu lado, constantemente cercado pelo pensamento amedrontador. Será que ela
vai machucar a si mesma?
Ele tinha sido atingido por desamparo e um sentimento selvagem de posse. Não posso
perdê-la.
Mate o demônio, reviva a garota.
Deveria ter ido embora quando suas serpentes do céu lhe contaram sobre Hera, como ela
atacara seus antigos aliados e destruíra cada lar que Lazarus conhecera no mundo mortal, tudo

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em uma tentativa de encontrar a caixa de Pandora. Mas ele ficara parado, determinado a proteger
Cameo. Determinado, e ainda assim não conseguiu impedir que o inimigo atacasse.
Estava envergonhado. Ela era sua μονομανία. Deveria ter cuidado melhor dela.
Ela não apenas arruína meu corpo, ela arruína minha concentração.
Antes de brincar na lama, deveria ter aberto sua mente para identificar as Amazonas.
Deveria ter erguido defesas. O fato de não ter planejado adiante... Apenas o preocupava sobre a
felicidade de Cameo...
Deveria ir embora. Não, deveria se teleportar. O ato o levaria mais longe, mais rápido. Ele
não era bom para ela. Logo não seria capaz de protegê-la. Os cristais se tornaram mais espessos
nos braços e nas pernas e rastejaram mais profundamente em seu peito. No momento em que
atingissem seu coração, ele não teria defesa contra ninguém, nem mesmo contra os shifters
coelhos e humanos insignificantes.
Mesmo assim ainda não conseguia se forçar a ir embora.
Mais tarde. Lidaria com as piores decisões mais tarde. Mas não hoje.
Conduziu Cameo pelos corredores da fortaleza e entrou no quarto deles, onde trancou a
porta, prendendo-os lá dentro. Puxou-a para o banheiro, sua intenção clara. Ela não ofereceu
protestos.
Ele a banhara todos os dias durante uma semana, cada banho um exercício de seu rigoroso
controle. Ter suas curvas nuas em seus braços tinha sido tanto o céu quanto o inferno.
Girou os registros, a água jorrando do bocal.
—Espere.— Ela colocou a mão em seu bíceps e apertou suavemente. —Agora que estou
pensando claramente... ou mais ou menos claramente... as palavras de Juliette continuam se
repetindo em minha mente. Diga-me, Lazarus. Por favor. Você sabe onde está a caixa de Pandora?
Ele ignorou a explosão de pânico, mal resistindo à vontade de envolver com as mãos o
pingente coberto de couro escondido sob sua camisa. Ele só não estivera em sua posse apenas
quando ele dava banho em Cameo; não queria arriscar que entrasse em contato com a pele dela,
ele temia o pior. Mas agora temia mais que Hera o encontrasse, então sempre o mantinha em
uma corrente em seu pescoço ou em suas vistas.
A ex-rainha vadia deveria saber o que Cameo significava para ele. Pior, sabia como os cristais
enfraqueceram Typhon, permitindo que ela atacasse a mãe de Lazarus. Ela já suspeitava que a
mesma mudança estava tomando conta de Lazarus. Agora ela esperava pelo momento perfeito
para atacar.

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Todos os dias ele esperava que ela aparecesse na fortaleza.


—Lazarus,— Cameo incitou, e seu lábio inferior tremeu.
—A hora da conversa acabou.— Ele despiu-se, sem delicadeza nenhuma. Armas caíram no
chão. Arrancou o colar sobre a cabeça e o deixou cair ao lado de uma adaga. Seu eixo estava longo
e grosso e mais duro que o titânio que encontraram dentro da caverna do grifo.
Ela ficou diante dele completamente vestida, seu olhar se aquecendo enquanto passava por
ele. A distração funcionou. Ela tremeu enquanto traçava as pontas dos dedos ao longo das veias
de cristal que decorava seus ombros. —Tem que haver uma maneira de te salvar,— ela
resmungou.
Tristeza não se intrometeria. —Há,— ele respondeu. Deixando-a. Um feito impossível, como
ele já havia provado.
Esperança iluminou seus traços. —Como?
—Conversaremos. Mais tarde.— Vapor escapou do box e os envolveu. Lá fora, um trovão
ressoou. Uma nova tempestade amadurecia. Através da janela, relâmpagos brilhavam. —Eu quero
você,— ele murmurou. Cada centímetro dela. Nada negado para ele.
A língua dela deslizou sobre seus lábios muito vermelhos, deixando um rastro de umidade
brilhante. O escudo em torno da mente dela desapareceu sem qualquer exploração, seus
pensamentos inundando-o. Ela queria que ele sentisse a luxúria crepitante dentro dela, queria
estar vulnerável para ele e por ele. Seus mamilos doíam por seu toque, sua língua - apenas pelo
toque dele. Sua barriga estremeceu e entre suas pernas, ela pulsava de necessidade.
Ela o imaginou empurrando dentro dela, e adorou. Ele adorou.
O controle de ferro de Lazarus rompeu-se completamente. Com um rosnado animal, apoiou-
a na parede. Bela fêmea. Minha cativa disposta. Arrancou as roupas dela, enchendo as mãos com
seus belos seios, os doces e pequenos mamilos enrugando contra as palmas das mãos dele. Minha
mulher.
Devo diminuir o ritmo.
Devo saborear.
—Eu farei qualquer coisa que você desejar,— ele sussurrou em seu ouvido. —Diga-me Cami.
Diga-me o que você quer.
Calafrios cascateavam através dela. —Eu quero me lavar... e depois poderemos ficar muito
sujos.

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A ânsia em sua voz corroeu as bordas de sua calma fachada. Ele tinha sentido falta disso.
Sentiu sua falta tão profundamente que não tinha certeza de como respirara sem ela.
Beliscou o lóbulo de sua orelha antes de pegá-la e colocá-la dentro do box. O vapor
adensara, envolvendo os dois com um abafado abandono, transformando o pequeno recinto em
um mundo de sonhos.
—Vou te fazer gozar tantas vezes que você vai enlouquecer.
—Lazario!— As unhas dela roçaram em seus ombros.
—Minha Cami.
Água quente derramou-se sobre eles enquanto ele ensaboava a lama de suas curvas
extraordinárias. Pequenos gemidos e choramingos escaparam dela, deixando-o louco de luxúria.
Pressionou-a contra o azulejo frio e beijou-a com uma profunda ferocidade. Ela sozinha
detinha o poder de lhe dar fôlego. Ela era a única âncora em meio a uma tempestade violenta.
Ela se derreteu contra ele, os mamilos roçando em seu peito, o atrito enlouquecedor.
Esfregando a ereção contra ela, tirando novos gemidos, segurou e massageou seus belos seios.
Mas o contato não era o suficiente. Com ela, nada seria suficiente. Ele sempre desejaria mais.
—Estou desesperado para entrar em você.— Precisava marcá-la, precisava unir seu corpo ao
dele, agora e sempre.— Você assombra todas as minhas horas acordado, e estrela todos os meus
sonhos.
Ela mordeu o lábio inferior dele. —Vocês é meu sonho.— Os braços dela o envolveram e
esfregou a coxa contra a dele.
Ele pegou sua parte inferior e levantou-a, forçando-a a envolver a outra perna ao redor de
sua cintura. Então enterrou seu eixo contra o núcleo dela com força total.
Com seu escudo mental derrubado, Lazarus ouviu seu demônio sussurrar palavras de
descontentamento - irá esquecer-se disso - em um esforço para semear a discórdia e, portanto, a
tristeza. Raiva surgiu através dele, colocando os cristais em suas veias em chamas.
—Vou fazer tão gostoso que o demônio não conseguirá apagar, amor.
Amor. Ele a chamou de amor. Era isso o que ela havia se tornado para ele? E ele pronunciou
suas palavras como uma promessa. Mesmo que ela implorasse ao demônio por uma total limpeza
de memória, a imagem de Lazarus a assombraria para sempre.
—Sim. Por favor, sim.
Ele a beijou, gananciosamente bebendo dela. As unhas dela percorreram o cabelo dele e se
afundaram no couro cabeludo. Uma ação nascida do mesmo desespero contra o qual ele lutou

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desde que retornou à fortaleza, fazendo seu coração disparar contra as costelas. Sua paixão
alimentou a dele.
—Eu já estou tão perto,— ela murmurou. —Eu vou...
Ele parou, levando sua rápida queda ao esquecimento. Gritando em frustração, ela bateu os
punhos em seus ombros, com força suficiente para machucá-lo.
—Agora, agora. Não há motivo para irritação. Você matou Juliette em menos de cinco
minutos.— Ele lambeu o canto de sua boca, a abertura de seus lábios, antes de sua língua fazer
um jogo carnal com a dela. —Eu te devo uma recompensa...
Forçou as pernas dela a se abaixarem. Então fez algo que só fizera com ela. Voluntariamente
caiu de joelhos, concedendo-lhe uma posição de poder. Por que não? Ela o escravizara de
maneiras que Juliette não havia feito. Maneiras que ele apreciava.
Através de seus cílios, olhou para cima no paraíso. A profundidade tentadora de seu umbigo.
A força do abdome. Seus seios adornados por mamilos endurecidos. Um rubor rosa manchava a
superfície de sua pele enquanto gotas de água derramavam-se sobre ela. Sua língua capturou uma
na parte de fora de sua coxa.
Os dedos dela percorreram seus cabelos. Mordendo o lábio inferior, ela aplicou pressão em
sua nuca para atraí-lo para ela. —Me tome, então.— O comando de uma rainha. A rainha dele. —
Me tome gostoso.
Lazarus inclinou-se, tão perto que podia sentir seu cheiro único de almíscar... ela prendeu a
respiração, esperando, ansiosa... antes que ele levantasse e sugasse seus mamilos, provocando e
instigando-a. Ela fez um som de frustração seguida por um som áspero de necessidade.
Ele passou a língua pelos cumes inchados até que ambos estivessem inchados e
esperançosamente latejantes. Conforme seus quadris se retorciam, ele beijou a parte externa de
seu umbigo, mergulhou dentro dele... depois lambeu, para baixo, como se finalmente fosse lhe
dar o que ela mais queria... apenas para virar sua cabeça e morder seu quadril, onde as asas de
sua borboleta tatuada brilhavam em sua pele.
—É o suficiente! Eu preciso... Pooor favooor.
—Não posso resistir a um apelo tão doce.— Deslizou as mãos para cima, para as pernas
dela. Quando alcançou a fonte de seu desejo, enfiou um dedo profundamente dentro, ao mesmo
tempo lambendo seu pequeno feixe de nervos.
Ela gritou o nome dele, do jeito que ele gostava.

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Porra, ela tinha um gosto tão bom! Era ainda mais inebriante que ambrosia. Seu pequeno
pirulito perfeito. Sua língua e seus dedos trabalhavam em conjunto, impulsionando sua
necessidade ainda mais alto - impulsionando sua própria necessidade mais alto. Suas paredes
internas estavam quentes e molhadas e tão maravilhosamente apertadas ao redor de seu dedo.
Seu eixo sofria com dor e prazer.
—Lazario...— Um gemido.
Minha mulher deseja mais. Enfiou outro dedo dentro dela, esticando-a, preparando-a para
uma penetração mais íntima.
Então seus lábios macios se separaram e ela gemeu seu nome. —Por favor... Por favor...
Enlouquecido, ele se levantou e desligou a água. Pegou-a no colo, os movimentos
chocantemente não afetados pelos cristais. Sua paixão era simplesmente grande demais. Levou-a
para o quarto e deitou-a na cama, prendendo seu corpo sob o dele. Pele molhada contra pele
molhada. Longos cabelos de ébano se derramavam sobre os travesseiros como fitas encharcadas
em uma tempestade. Seus braços e pernas se envolveram ao redor dele. Sem outra consideração,
ele a penetrou.
As costas dela se curvaram. Ela fechou os olhos e gritou quando chegou ao clímax em torno
de seu eixo. Prazer se transformou em agonia enquanto ele lutava contra sua própria necessidade
de gozar. Nada nunca tinha sido tão bom, tão certo, mas se forçou a permanecer imóvel.
Saborear. Não estava pronto para que isso acabasse.
Quando ela cedeu contra a cama, um monte ofegante e lânguido, ele teve um lampejo de
pensamento racional. —Deveria ter nos protegido disso antes. Controle de natalidade?— Suor
escorreu pelas suas costas, apenas para evaporar-se sobre sua pele superaquecida.
Se tivesse que se retirar dela, ele o faria. Sofreria, mas o faria. Nunca quisera ter filhos,
nunca quisera que seu amor por seu filho fosse usado contra ele, nunca desejara condenar uma
criança a uma eternidade amaldiçoada, enfraquecido por algo tão inócuo - e insidioso - quanto
cristais.
—Eu tomo uma injeção a cada três meses.— Ela praticamente ronronou as palavras. —Pode
deixar rolar.
Arrebatado com alívio, Lazarus enganchou os braços sob os joelhos dela e inclinou o corpo
para uma penetração mais profunda. Com seu primeiro impulso, seu contentamento lânguido
desapareceu. Gemendo, ela se arqueou para recebê-lo ainda mais profundamente.

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Deslizou para fora com uma lenta reverência e depois empurrou de volta. O êxtase! Sua pele
se tensionou sobre seus ossos. Fora... dentro. Fora, dentro. A pressão dentro dele se construiu.
Suas paredes internas escorregadias e quentes, aumentou sua velocidade até que estava batendo
dentro dela, de novo e de novo. A cama balançou, a cabeceira batendo na parede. Fotografias
caíram, vidros quebraram-se.
—Mais um beijo. Mais um toque,— ela implorou. —Mais um pouco de tudo.
Bateu sua boca na dela, novamente sem delicadeza nenhuma. Ela encontrou sua ferocidade
com pura agressão feminina. Suas respirações se misturaram. Através da conexão de suas mentes,
ele sabia o quão perto ela estava de um segundo clímax. Como ela sofria desesperadamente,
como se nunca tivesse experimentado satisfação.
Ergueu a cabeça e murmurou, —Olhe para mim, minha linda μονομανία.
Seus olhos se abriram, encontrando os dele, as íris prateadas selvagens com luxúria. Então
ela gritou seu nome, suas paredes internas apertando seu comprimento. Ele sentiu o prazer dela,
tanto fisicamente quanto emocionalmente, e seu próprio clímax rasgou através dele.
Com um rugido, ele jorrou dentro dela.

Cameo abriu os olhos, despertada do mais doce sono de sua vida. Lazarus cochilava ao seu
lado, os braços ao redor dela, e seu coração se derreteu. Era a primeira vez que ele dormia desde
sua crise de depressão?
Um sorriso terno se formou em seus lábios. Pobrezinho, querido. Ele cuidou tão bem dela.
Ela se espreguiçou e sorriu para a adorável dor nos músculos há muito tempo sem uso. Sim, ele
cuidara muito bem dela, e em mais de uma maneira.
Sexo com ele havia sido uma eternidade mutável. Ele a catapultou para alturas que ela não
sabia que existiam. Ele fez o impossível e acalmara a Tristeza. E através disso tudo, olhou para ela
e a tocou como se ela fosse um tesouro precioso ao invés de uma detestável âncora.
Viver sem ele não seria possível agora.
Talvez ele sentisse o mesmo por ela? Ele a chamou de monomania. Soletrava μονομανία, a
palavra grega para torção ou obsessão.

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Uma única dúvida a incomodava, no entanto. Quando ela mencionou a caixa de Pandora,
alguma emoção sombria brilhou em seus olhos. Culpa? Raiva? Se ela fosse sua obsessão, ele teria
dito a ela se encontrara o artefato. Ele não permitiria que ela duvidasse e se preocupasse
desnecessariamente.
Apesar de seu apelido, Lazarus era gentil e carinhoso. Pelo menos, ele era gentil e carinhoso
com ela.
Receio formigou ao longo de sua nuca quando viu que os cristais haviam se espalhado mais
abaixo em seu peito. Ela queria muito conversar com Torin e Keeley, mas não trairia a confiança
de seu homem. Nem mesmo para salvar a vida dele.
Afinal, havia uma maneira de impedir isso. Ele mesmo disse.
Tudo o que ele precisasse fazer, ele faria. Tudo o que ela precisasse fazer, ela faria. Fim da
história.
Tão cuidadosamente quanto possível, se retirou do abraço dele. Já lamentando a perda de
seu calor e dureza, vestiu uma roupão e foi na ponta dos pés até a penteadeira, onde se sentou e
espiou no espelho.
—Ajude-me a ajudá-lo,— sussurrou. —Mostre-me o que fazer.
O espelho permaneceu intacto.
—Por favor,— disse, desesperada.
Nada. Nenhuma mudança.
Por quê! Por que o espelho a negaria agora?
Tristeza riu, e seus ombros se estreitaram. Mas ela percebeu a ação e forçou seus ombros a
se alinharem. Não! Sem mais tristeza.
O demônio parou de rir.
Uma batida suave soou na porta. Quando Lazarus não pareceu notar, Cameo se levantou e
foi na ponta dos pés até a entrada. Torin estava no corredor, o cabelo branco em completa
desordem e a expressão sombria.
Os nervos de repente se agitaram, ela fechou a porta atrás dela. —O que está errado?
Ele não pôde mascarar sua hesitação. —Eu queria falar com você por uma semana, mas...
Sim. Vamos lá. Assim que você partiu para encontrar Lazarus, comecei a investigar o passado dele.
Quando Keeley viu minhas anotações, algumas lembranças se encaixaram para ela.
Seu estômago revirou com um influxo de preocupação. —Eu não vou te contar nada do que
sei, mas vou ouvir o que você descobriu.

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—Ele está morrendo,— seu amigo anunciou, e ela cambaleou para trás, batendo na porta.
—Algumas horas atrás, Lucien e Viola confirmaram isso. Sendo eles a Morte e a Vida Após a
Morte, eles veem o que não podemos. Um fim para você ou Lazarus. Mas sei que é para Lazarus.
As veias dele estão se enchendo de estranhos cristais, não é? Keeley me informou que a mesma
transformação aconteceu com o pai dele... depois que ele conheceu a mãe de Lazarus.
Horror petrificou seus músculos. Ela não conseguia se mexer, não conseguia respirar. Os
olhos esmeralda de Torin se encheram de pena, mas ele não disse mais nada. Nenhuma outra
palavra era necessária.
Depois que ele conheceu a mãe de Lazarus...
Cameo era a condenação de Lazarus. Ela fizera com que os cristais se espalhassem.
No fundo de sua mente, Tristeza começou a rir de novo. Só uma questão de tempo antes que
você queira esquecer o macho, né?
—Eu não queria te dizer,— Torin disse, —não queria causar outro episódio.
Episódio. Que palavra inocente e insuficiente para o dilúvio de tristeza que ela tantas vezes
suportara.
Ele continuou. —Perguntei a Keeley se há uma maneira de salvá-lo, mas toda vez que ela
pensa nele, ela se vê presa em duas palavras. Bem, três palavras se você contar o nome dele.
Lazarus, rei e borboletas.
Então. Cameo estava certa o tempo todo. Borboletas realmente anunciavam condenação.
Tonta, estendeu a mão, encontrou e girou a maçaneta, fechando a porta na cara de Torin.
Lágrimas encheram seus olhos quando correu de volta para o quarto e encontrou Lazarus sentado
na beira da cama.
Ele usava uma camisa enrugada e uma calça. Suas armas já estavam no lugar. Enquanto ele
calçava a bota, raiva brilhava em seus olhos.
—Você sabe,— ele disse com a voz baixa.
—Sei que sou eu quem está matando você?— Um caroço farpado cresceu dentro de sua
garganta. —Sim. Quero que você vá embora, Lazarus. Agora. Nunca mais volte. Você não é mais
bem-vindo aqui.
Ele puxou a segunda bota e ficou de pé em toda a sua altura de dois metros e dez.
Recusando-se a encará-lo, Cameo foi até o armário, onde tirou seu roupão e vestiu um sutiã
esportivo, uma calça de couro de combate e uma regata.

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Quando saiu, ele estava ali para encontrá-la, apoiando-a na parede. —Eu não vou desistir de
você,— ele disse asperamente.
Uma promessa. Uma promessa que fez com que seu coração se dividisse ao meio e
sangrasse em seu peito. —Você não tem escolha.
—Eu sempre tenho escolha.
Oh, sério? Ela deu um tapa nele com toda força. Sangue escorreu da boca dele conforme sua
cabeça chicoteava para o lado. Seu olhar se estreitou em pequenas fendas.
—Eu te ataquei,— ela cuspiu para ele. —Vá em frente. Diga-me que sou sua inimiga agora.
As mãos dele envolveram seu pescoço vulnerável. Em vez de apertar, ele roçou o polegar
sobre a pulsação selvagem. —Você nunca será minha inimiga. Bata-me o quanto quiser amor. Eu
nunca vou revidar.
—Não me chame de seu amor.— Ele não quis dizer isso. Ele não podia. O homem que a
amava não a trairia. —Você está escolhendo deixar-me destruir você. Está escolhendo deixar-me
lidar com a culpa e a tristeza quando você tiver ido embora. Você está escolhendo...— Deixar-me.
O queixo dela tremeu. Ela se acalmou antes de começar a soluçar. Não posso fazer isto.
Apontou para a porta, sua mensagem clara.
Lazarus a libertou. Em vez de ir embora, espalmou as mãos contra as têmporas dela e se
inclinou até ficarem cara a cara, respirando a respiração um do outro, do jeito que fizeram quando
se beijaram pela última vez. A memória seria para sempre...
A memória. Os olhos dela se arregalaram. Ela poderia permitir que Tristeza apagasse suas
memórias. E ela se deixaria uma nota, avisando-se sobre Lazarus. Não, uma nota poderia ser
descartada com muita facilidade. Ela poderia se tatuar. Então Lazarus não teria razão para ficar.
Com esse pensamento, ela não conseguia respirar. Esquecer a felicidade que experimentou
com esse homem? Esquecer cada beijo dele, cada toque e a sensação do corpo dele preenchendo
o dela? Esquecer como tivera esperança de um futuro melhor, mesmo que por pouco tempo?
Um rosnado feroz veio dele. —Você não vai se esquecer de mim, Cameo.
—Minha escolha,— ela disse suavemente.
—Faça isso, então. Vá tão longe a ponto de se tatuar. Eu não vou te deixar. Eu vou ficar aqui
e conquistar você de volta para os meus braços.
Preciso manter-me em curso. É para o bem dele. —Você pode tentar, mas vou resistir a
você.— Ela encontraria um jeito.
As mãos dele se fecharam. —Você quer me manter por perto, amor. Confie em mim.

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—Eu não quero, eu não posso...


—Cameo, eu tenho a caixa.
Não... ele não podia. —Você está mentindo.
—Frequentemente desoriento, desencaminho e engano, mas nunca minto. Eu a encontrei,
lutei por ela, e agora a guardo para salvar sua vida.
Sua dúvida anterior ressurgiu, mas ainda assim ela balançou a cabeça. —Keeley teria
sabido...
—Errado. Eu usei uma ilusão para esconder a presença da caixa.
—Suas ilusões não são fortes o suficiente...
De repente, toda a sala explodiu em chamas laranja-douradas. Estalaram ao redor da cama,
debaixo do espelho que Lazarus lhe dera, e em suas cortinas e tapete. Calor a envolveu, e suor
surgiu em seu lábio superior. Ela abriu a boca para gritar por um extintor, mas as chamas
desapareceram, levando o calor com elas.
—Você estava dizendo?— Lazarus perguntou baixinho.
—Seu... seu bastardo! Você me deixou preocupada que outros imortais encontrassem e
destruíssem a caixa antes que eu pudesse encontrá-la. Você me deixou discutir com Juliette. Você
secretamente riu de mim pelas minhas costas?
—Nunca. Eu só rio de você na sua cara.
Piadas? Agora? Cameo bateu nele novamente. —Onde está?— Ela exigiu saber. —Conte-me.
—Isso, eu não vou fazer.— Ele limpou o novo fluxo de sangue de sua boca antes de colocar
as mãos contra a parede atrás dela, enjaulando-a. —Você a usaria para se matar.
—Eu nunca...— Ela apertou os lábios. Não o faria? Se Tristeza a fizesse miserável o
suficiente... —Dê a caixa para Torin. Ele não me deixaria chegar perto dela, e meus amigos ficarão
protegidos dela.
—E o que receberei em troca?
A questão pairou entre eles, uma corda em volta do pescoço dela. Depois de tudo que ele
fez, como ousava negociar com ela?
Toc, toc, toc.
—Vá embora,— Lazarus gritou, nunca olhando para longe dela. —E então?
Precisando de tempo para pensar, ela se abaixou sob o braço dele para abrir a porta,
esperando encontrar Torin. William e Hades estavam diante dela, armados para a guerra e
carrancudos.

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—Nós queremos o espelho.— William estava firme em seus pés. Na verdade, ele nunca
pareceu mais estável. Determinação o encobria. Ele encontrara Gilly, ou uma nova razão para
viver? —Estamos dispostos a negociar por ele.
Não posso lidar com isso agora. —Não, obrigada,— ela respondeu e tentou fechar a porta.
Nenhum macho se encolheu ao som de sua voz. Ambos bateram com a mão na madeira
antiga, garantindo que a entrada permanecesse aberta.
Lazarus se moveu diretamente atrás dela, seu calor a envolvendo. Nunca esteve tão furiosa
com outro ser. Nem mesmo Galen, depois que ele cortou a língua dela. O homem que ela aceitara
em sua cama, seu corpo, e em seu coração agora dizimado, a traíra. Tinha guardado segredos
dela. Tinha deixado ela se preocupar por nada.
—O que você oferece?— Lazarus perguntou.
Hades arqueou uma sobrancelha, seu semblante tão bonito e sarcástico quanto mortal. —O
que você mais deseja. Dois bilhetes de ida e volta para o templo secreto de Hera.
Cameo inalou bruscamente. A única coisa que Lazarus não poderia recusar. Sua vingança.
Ele endureceu, segundos passando em silêncio. Finalmente, disse, —Não. Se você quer o
espelho, terá que me libertar de seus serviços. Estou farto da guerra, farto da vingança. Desejo
passar o resto dos meus dias com Cameo.
O que? Não! Ele estava desistindo, preparando-se para morrer? —O espelho é meu, não
dele,— ela disse com os dentes cerrados. —Ele me deu de presente. Vocês o querem, tudo bem. É
de vocês.— A coisa amaldiçoada lhe dera esperança. Enganou-a tão completamente quanto
Lazarus. Rir enquanto borboletas voavam lá em cima? Como o inferno! —Mas você vai liberar
Lazarus de seus serviços, assim como ele pediu...— ele não estava em condições de lutar —... e
você vai dar-lhe a cabeça de Hera em uma bandeja.
Se Lazarus fosse aquele a matar a antiga rainha, Cameo morreria. De alguma forma. Se
fizesse Hades realizar a tarefa, ela sobreviveria. Possivelmente. Além disso, ela iria bloqueara
vingança de Lazarus, uma perspectiva que vinha com duas vantagens. Um, iria ensinar-lhe o erro
de seus caminhos. Mexa com a Mãe da Melancolia e sofra. Dois, ele iria começar a odiá-la e iria
deixá-la. Então poderia esquecê-lo, e ele poderia viver uma vida longa sem ser caçado pela antiga
rainha.
Mesmo furiosa como Cameo estava, queria que ele vivesse para sempre.
—Na guerra, você escolhe um lado. Isso não mudou. Então,— Hades disse, —não vou
libertá-lo de meus serviços. Vitória é importante demais. Além disso, não lhe darei a cabeça de

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Hera. Ela e eu temos um entendimento. Minha oferta permanece como está. Dois bilhetes para o
reino dela.
Jogando duro? —Não, obrigada,— ela repetiu, e tentou mais uma vez fechar a porta na cara
dele.
—Ok,— ele disse com pressa, mantendo a entrada aberta com mais força. —Eu posso
adicionar um adoçante. Te darei as ferramentas para derrotá-la por conta própria.— Seu olhar
baixou para o colar em torno do pescoço de Lazarus. Ele franziu a testa e estendeu a mão.
Lazarus bateu em sua mão, e os dois homens se encararam.
—Só um bilhete, então,— ela disse. —Para mim.— Usaria seu bilhete para matar Hera, sem
Lazarus, e esperançosamente colheria os mesmos benefícios. —E as ferramentas.
Tristeza começou a rir de novo. Vai se arrepender disso...
Sentindo como se estivesse morrendo por dentro, Cameo colocou os braços ao redor de si
mesma.
Hades sorriu para ela. —Desculpe boneca, mas não vou mandar você para a toca do leão,
sem um leão. Você está conseguindo dois bilhetes.— Ele acenou com a mão na direção da
penteadeira.
Ela olhou por cima do ombro, com os olhos arregalados quando o espelho desapareceu da
parede.
—Embora eu não consiga passar vocês pelos bloqueios dentro do templo de Hera,— ele
continuou, —posso colocá-los a alguns quilômetros de distância. Mas tenham cuidado. Existem
armadilhas por toda parte. Oh. E lembrem-se. Você não pode soletrar enterro sem o começo da
palavra entretenimento.
Não houve tempo para responder. Assim como o espelho, o quarto desapareceu. Um
segundo depois, um paraíso dourado surgiu.

CAPÍTULO 26

“Faça o que é certo hoje ou sofra as consequências amanhã.”


—O Segredo da Sobrevivência
—Memória de um Rei Enlouquecido

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Ninguém poderia teleportar Lazarus para um novo local quando ele não desejava ser
teleportado. Hoje, ele não tinha vontade de se teleportar, e, no entanto, o rei do submundo
conseguiu fazê-lo.
Sua fraqueza deve estar se manifestando de outras maneiras. Ele teria a força para derrotar
Hera, mesmo com as ferramentas adequadas?
Talvez sim. Talvez não. Mas não conseguiu se arrepender de um segundo gasto com Cameo.
Não havia maior tristeza do que estar sem ela. Apenas lamentava a presença dela aqui. Se não
conseguisse protegê-la...
Tolo! Ela pode se proteger. Ela provou sua habilidade várias vezes. Ele a escolheria acima de
uma rainha com um exército em qualquer dia da semana; não poderia pedir parceira melhor.
Infelizmente, sua parceira atualmente odiava suas tripas.
E por que não odiaria? Ele a colocou diretamente na mira da Morte. Se matasse Hera,
Cameo morria.
Apenas uma possibilidade. Uma que ele planejava evitar... de alguma forma. Talvez pudesse
usar a Haste para escravizar a rainha?
Exceto que a Haste estava de volta à fortaleza.
Bem. Encontraria outra maneira. Não ganhou o apelido “Incomum” à toa. Poderia fazer
qualquer coisa. Hoje, ele e Cameo se tornaram um. No corpo... na alma. Ela se agarrou a ele, o
acolheu, enquanto ele batia dentro dela, gritou seu nome com paixão e súplica, e implorou por
apenas mais um beijo, apenas mais um toque, apenas mais um. Sua luxúria por ele não podia ser
negada.
A luxúria não significa nada. Somente o amor importa.
Ele endureceu. Queria seu amor, percebeu, mas não conseguia lutar por ele. Fazer isso seria
cruel e incomum, e pelo menos uma vez, ele queria ser mais... queria ser melhor. Porque de uma
forma ou de outra, a vida que ele conhecia iria acabar. Realmente queria deixá-la com um coração
partido?
Ele a deixaria com o coração partido. Talvez já tivesse deixado.
Suas mãos fecharam em punhos enquanto examinava o terreno. Este era o reino secreto de
Hera? Uma floresta coberta com árvores douradas, pássaros dourados e macacos dourados.
O chão tremeu sob seus pés. O perigo se aproximava? Abriu a mente, mas não sentiu
nenhum inimigo. Escutou, mas não ouviu nenhum passo. Então, olhou para baixo. Estava dentro
de um pequeno círculo de grama cortada, Cameo ao seu lado. Atrás deles, grama alta era

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intercalada com flores silvestres multicoloridas, as pétalas pontilhadas com orvalho. Ele cheirou.
Orvalho envenenado.
Hades teleportara Lazarus e Cameo no meio de uma armadilha. Uma mina terrestre, para
ser exato. Tinha sido um acidente, sem dúvida - de outra forma, o homem os teria lançado no final
de uma estaca - mas ainda era irritante.
—O que está acontecendo?— Cameo perguntou. —Tremor de terra?
—Pior.— Lazarus pegou as bolsas descansando em seus pés e serpenteou um braço em
torno da cintura dela. O interior tinha ferramentas que precisariam para derrotar Hera. —
Ativamos uma mina terrestre.
Ela ficou rígida, como se ele tivesse acabado de transformá-la em pedra. Ele intensificou seu
aperto, para que ela não tentasse escapar dele e perdesse um membro.
—Não se preocupe amor. Vou nos teleportar antes que ela exploda.— Ele tentou se
teleportar... E falhou. Sua irritação aumentou. Outra fraqueza? Ou o reino negou suas habilidades?
Pelo seu conhecimento, apenas um punhado de reinos possuía o poder de fazê-lo.
Havia apenas outra maneira de evitar as minas terrestres; teriam que mergulhar através das
flores silvestres envenenadas.
—E aí?— Cameo exigiu.
—Novo plano.— Ele tirou o anel da corrente e o colocou no dedo e agitou a mão no ar, com
a intenção de abrir um portal para a segurança. Nada aconteceu. Droga! Não estavam em um
reino espiritual. —Novo plano novo. Ele levantou Cameo, colocando-a contra o peito. Mesmo tão
leve como ela era, a ação desafiou seu vigor e ele fez uma careta. —Enrosque-se em mim e cubra
o máximo possível de sua pele. O orvalho vai queimar buracos em você.
—Solte-me. Estou te machucando. Os cristais estão se fortalecendo, não estão? Você não
deveria...
Ele gostava que Cameo ainda se preocupasse com seu bem-estar, mas outro terremoto
acabara de balançar o chão a seus pés, a vibração como uma segunda mão gigante no relógio da
contagem regressiva. Ficando sem tempo. Com nenhum outro recurso, ele pulou.
Boom.
Rochas e sujeira arrebentaram quando a explosão o arremessou pelo ar. O fogo e o ácido o
lamberam, queimando rapidamente suas roupas e sapatos. Uma árvore parou seu voo. Ele se
curvou, protegendo Cameo enquanto o ombro dele bateu no tronco. Ossos quebraram. Músculos

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rasgaram. Seus pulmões esvaziaram e achataram. Ele caiu no chão, dor e tonturas agredindo-o.
Sua visão escureceu.
Quando o mundo finalmente voltou ao foco, um barulho alto acenou em seus ouvidos.
Cameo agachou-se ao seu lado, sacudindo-o. A preocupação tornou suas bochechas pálidas
como cera.
Ele procurou pelo corpo dela e não encontrou queimaduras ácidas em suas roupas ou pele.
No entanto, fuligem sujava o rosto e os braços.
—... Ok?— Sua voz penetrou em sua consciência quando o zumbido desapareceu. —Onde
você está machucado? O que posso fazer?
—Eu acho... acho que machuquei meu pau. Beije pra melhorar?
A preocupação deu lugar ao alívio e ao aborrecimento, e ela bateu no peito dele.
—Você não é engraçado.— Ela se afastou dele e cavou as mochilas.
—Eu meio que sou.
—Confira nossos suprimentos. Nós temos - Sim! Hades embalou a Haste,— ela disse.
Belo bastardo. Ele resolveu o maior problema de Lazarus. —O que mais?— Ele se acomodou
em uma posição sentada e rolou o ombro em processo de cura para colocar a junta de volta no
lugar.
—Uma muda de roupa, uma caixa de preservativos com o nome Spawn Be Gone,17 dois
cantis de água, uma lata de caviar e uma caixa de bolachas orgânicas, pasta de dente, lenços
umedecidos, um arranhador de costas, uma pequena garrafa de Febreeze, um pacote de tampões
de ouvido...— Ela enrijeceu, trincou os dentes. —Que rato sujo. Ele colocou apenas um par de
fones de ouvido, o que implica que sua voz não é perturbadora para mim.
Lazarus escondeu um sorriso atrás da mão. —Eu o castigaria por você, mas, você sabe, estou
morrendo.— Quando ela olhou para ele, ele disse, —O que? Cedo demais?
Ela mostrou os dentes para ele antes de segurar um leopardo de pelúcia. —Uma versão de
brinquedo de Rathbone, o Único. Eu me pergunto por que ele enviou isso.
Lazarus poderia adivinhar. Com um grunhido, confiscou o boneco e jogou-o no poço que a
terra criou.
—Hey, por que você fez isso?— Cameo exigiu saber. —Ele era fofo.
—E ele teria adorado ouvir você dizer isso, e é por isso que ele tinha que ir.

17 A prole se foi.

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Lazarus examinou à frente e viu um rio cristalino correndo apressado sobre gemas preciosas
do tamanho de rochas. Uma ponte de cristal levava ao único toque de branco no horizonte. Uma
escadaria sinuosa que acabava em um monte coberto de musgo e terminava em frente a colunas
de alabastro. A entrada do templo? Há quanto tempo Hera o visitou?
Escondidos dentro da beleza espetacular estavam sinais de negligência. Ervas daninhas
crescidas, lascas nas gemas preciosas e uma seção removida do meio da ponte.
—Mais alguma coisa nas malas?— Ele perguntou.
—Sim. Binóculos. Um pano quadrado.— Ela ofegou com entusiasmo. —Não um pano, mas a
Capa da Invisibilidade. E isso... Isso pertence a Danika, O-Olho-que-Tudo-Vê.— Ela segurou uma
pequena placa quadrada de quatro por quatro com apenas uma marcação. Um nome na margem.
Danika Lord. —Mas não há imagens?
Franzindo o cenho, ele reivindicou a placa e segurou-a sob um feixe de luz. A superfície...
Algo lhe pareceu estranho. As manchas ligeiramente amareladas, talvez?
Cameo retirou um tubo de metal da mochila, olhou-o e gritou. —Acho que isso veio da
Gaiola da Compulsão.— Ela pegou o azulejo dele e apertou os quatro itens no peito - a Capa, a
Haste, o tubo e o azulejo. —Estes são meus. Tente pegá-los e vou...— Seus lábios se pressionaram
em uma linha firme.
Não poderia pensar em uma ameaça boa o suficiente?
Não importa. Ele já pensou no pior cenário. Se alguma coisa acontecesse com Lazarus aqui -
ou em qualquer lugar - e sua mulher não soubesse onde estava a caixa ou como ela se parecia...
Qualquer pessoa poderia roubá-la.
Seu silêncio poderia custar-lhe muito caro.
Não iria mais esconder. Puxou o colar de debaixo da camisa e acariciou o polegar sobre o
invólucro de couro. —Isto... É o que você passou séculos procurando.
Ela olhou o pingente de couro e bufou. —Boa tentativa, mas não caio nessa.— Mas,
enquanto falava, o olhar permaneceu colado ao artefato que ele havia chamado de “perigoso”.
Franzindo o cenho, ela esfregou a nuca. —O que é isso? Sério.
Ele abriu sua mente, desesperado por conhecer seus pensamentos, mas ela ergueu seu
escudo. Ele não ficou surpreso, mas ainda estava desapontado. Desejava uma conexão com ela. —
É a caixa, eu lhe asseguro. Os ossos foram esmagados e remodelados.
—Impossível. Para ser refeita, ela teria que ser aberta. Eu estaria morta.

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—Foi aberta. Por você e seus amigos. Estou disposto a apostar que Hera foi quem roubou
enquanto vocês estavam distraídos. Então, antes de ocultá-la, ela a refez para garantir que
ninguém a reconhecesse se alguma vez fosse encontrada.
—Então, como você a reconheceu? E quanto a Estrela da Manhã? Ela está dentro?
—Estava escondida dentro de um crânio, ao lado do que eu achava que era a caixa. Conheci
Kadence, a deusa da Opressão. Os ossos dela foram usados para fazê-la e senti seu poder. Quanto
à Estrela da Manhã, não sei.
Cameo inclinou-se para trás, equilibrada nos quadris, as unhas cavando nas coxas. —Todo
esse tempo, você teve a caixa, o artefato capaz de matar as únicas pessoas que eu amo,
pendurando no seu maldito pescoço?— Raiva crepitava em seu tom.
Pise com cuidado. —Você a sentiu. Você e todos os outros.— Os outros. As únicas pessoas
que ela amava, como se Lazarus não tivesse lugar em seu coração. Calma, tranquilo. —Ela nunca
te feriu. Não de verdade. Na verdade, pode tê-la ajudado a suprimir o demônio. É por isso que ela
foi feita, afinal. Para parar o mal.
Ele deveria ter considerado a possibilidade antes, mas não se permitiu. Sua consciência teria
insistido em dar a caixa a Cameo... Então ela não teria necessidade de mantê-lo por perto.
Uma eternidade passou, os únicos sons provenientes do rio correndo e os macacos uivantes.
O ramo acima deles se abalou, folhas douradas chovendo ao redor deles. Finalmente, ela colocou
os outros artefatos no chão e estendeu a mão, com a palma aberta.
Ela acenou com os dedos. —Dê-me a maçã. Ou caixa. Tanto faz!
Ele encontrou e manteve seu olhar, viu um dilúvio de dor e raiva e sentiu como se os
punhais tatuados em seu peito tivessem ganhado vida e o esfaqueado. —Sinto muito se a
magoei,— ele grunhiu. Diante dela, nunca emitiu uma desculpa sincera; agora não podia
desculpar-se o suficiente. —Desculpe por ter esperado para te contar sobre a caixa.
—Que irônico. Você procura o meu perdão e, no entanto, se recusa a perdoar aqueles que o
prejudicaram.— Outra aceno com os dedos. —A maçã.
Ele ainda hesitou, trincando os dentes. —Nossas situações não são as mesmas.
—Não são?
Não! Como poderia fazê-la entender que a segurança dela significava mais para ele do que a
dele? Como poderia provar a intensidade de seus sentimentos por ela? —Quando Hades ofereceu
vingança em um prato de prata, recusei. Escolhi você.
—Você escolheu a morte!

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Com ela, era a mesma coisa. No entanto, manteve essas palavras para si. —Você quer que eu
mate Hera? Não matarei. Não vou te colocar em risco.
—Não. Eu vou matá-la.
E mudar o futuro.
—Ela é uma ameaça para você, e as ameaças são cortadas,— disse ela, a voz firme, mas
vazia. —Depois, você e eu nos separaremos.
Nunca! Ele esfregou a mão livre pelo rosto, limpando a fuligem dos olhos. —Vou ficar com
você até o fim.
A cor sumiu das bochechas dela.
Preciso fazê-la entender. —Deixe-me ficar com você, e confiarei em seus amigos, permitirei
que busquem uma cura.— Um passo importante para ele.
—Há uma cura, seu idiota! - Ela gritou.
- Uma cura diferente,— ele alterou. —Uma que nos permita ficar juntos. Quando voltarmos
para casa, a caixa é sua. Confiarei em você para não se machucar, e você vai confiar em mim
novamente.
—Ou vou pegar a caixa.
À distância, um bando de pássaros dourados levantou voo. Ele pegou um punhal e levantou-
se. —Devemos ir, não devemos ficar em um lugar por muito tempo.
Sempre guerreira, Cameo se moveu ao lado dele. —Se Hera estiver aqui, estará dentro do
templo. Por outro lado, se estivesse aqui, teria sentido nossa presença e nos emboscado.
—Não necessariamente. Se ela pudesse sentir uma invasão, não teria se incomodado com
armadilhas.
Ele abriu a mente, procurando outros seres vivos, na esperança de convocar uma serpente
do céu ou duas. Ignorou os pássaros, macacos, insetos e uma variedade de outros animais, e
concentrou-se em uma presença sombria... Faminta, terrivelmente faminta... E se aproximando
rápido. Inimigo!
—Hora de correr,— disse ele.
Puxou as mochilas para seus ombros, pegou a mão de Cameo e correu para o rio.

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O que ela ia fazer?


Cameo não conseguiu escapar da tumultuada tempestade de emoções que se espalhava por
dentro dela. Lazarus carregava a caixa de Pandora ao redor do pescoço durante todo esse tempo.
Ele havia dito que nunca iria mentir para ela - enquanto já estava preso no meio de uma mentira.
Ele lhe negou a oportunidade de tomar uma decisão embasada com seus amigos: tentar suprimir
os demônios ou destruir a caixa.
O bastardo tinha bloqueado a caixa dela!
Lazarus parou, e ela bateu nas costas dele. No topo de sua lista de tarefas: continue ciente.
O vapor engrossava o ar, dificultando a respiração enquanto examinava o mais novo
terreno. Um campo de flores selvagens estendia-se diante deles, exuberante e adorável e sem o
orvalho envenenado, mas... era uma armadilha. Após uma inspeção mais próxima, percebeu que o
chão era um pântano obscuro.
—Areia movediça,— disse Lazarus. —E lá.— Ele apontou para a direita. —As flores cobrem
outra mina terrestre.
Tristeza riu quando ele a conduziu para a esquerda, longe do templo. Infelizmente, não havia
outro caminho a seguir. Tiveram que ignorar o pântano e voltar a circular.
Permaneceram à margem do campo, apanhados entre a floresta e o pântano, com cuidado
para não pisar em nenhum lugar que não deveriam...
Uma criatura semelhante à enguia explodiu de uma poça de água enlameada, com as presas
arreganhadas. Cameo a pegou pelo pescoço viscoso, impedindo-a de mordê-la. Seu corpo
escorregadio balançou.
—Hum, uma pequena ajuda, por favor.
Com o golpe da adaga, Lazarus tirou a cabeça da criatura. Fazendo uma careta, ela jogou o
corpo ainda tremendo de volta para a poça. Outras enguias - ou o que quer que fossem - saltaram
para lanchar sobre os restos mortais.
Aqui você era predador ou presa. Entenda isso.
—A placa que Hades embalou,— disse Lazarus.
—Sim. O que tem ela?
—Eu tenho uma ideia.— Ele parou sob uma árvore dourada e pescou a peça. Inclinou-a em
direção à luz, depois a moveu em direção às sombras lançadas pela floresta. —Tudo o que ele
forneceu serve para um propósito, exceto essa placa. Por quê?

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—Talvez ela sirva a um propósito. Nós simplesmente não conseguimos vê-lo.


—Exatamente. Hades é conhecido por usar pintura e tintas invisíveis.
Uma centelha de excitação. —Como tornamos visível o invisível?
—Isso, eu ainda não sei.
—Bem, pensemos como Hades.— Eu sou um homem muito importante com um senso de
humor distorcido. Gosto de torturar meus inimigos, provocar meus amigos e ganhar, seja qual for
o custo.— Uau. Hades e Lazarus poderiam ser irmãos de outras mães. Tenho uma obsessão
insalubre por fazer outras pessoas sangrarem. Eu...
Sangrar. Sangue. A fonte da vida. Excitação aquecendo, Cameo tirou uma adaga e arrastou a
lâmina sobre a palma da mão.
Lazarus arrancou a punhal da mão dela, como se ela não tivesse o direito de se ferir - ou
melhor, ainda, de ferir a propriedade dele. —Você não vai se machuc..
—Muito tarde.— Uma piscina carmesim brotou. Ela segurou o punho sobre o azulejo,
deixando as gotículas grossas deslizarem para baixo... Para baixo... E espirrarem na superfície.
As imagens começaram a aparecer na peça.
—Você conseguiu!— Lazarus disse, seu orgulho inconfundível.
Ela ignorou o desejo de se envaidecer sob seus elogios e estudou as imagens. Um mapa?
Sim! A floresta, o pântano e o templo estavam claramente marcados. Assim como as diferentes
armadilhas.
—Se continuarmos nesse caminho por aproximadamente dois quilômetros,— disse Lazarus
—podemos usar essa ponte para chegar ao templo.
—A ponte está com armadilhas.
—Sim, mas podemos ultrapassá-la.
—Como? Caso não tenha notado, nenhum de nós tem asas e os pássaros não são grandes o
suficiente para serem montados.
Ele gentilmente tocou-a no queixo. —Tenha um pouco de fé em seu homem.
A pele dela tingiu, e suas luxúrias recém-despertadas surgiram. Ela tremia. Ele é mais
perigoso do que o reino. Cameo se afastou. —Você quer dizer o homem que mentiu para mim?
—Eu acredito que você quer dizer o homem que admitiu seu crime, mesmo que pudesse
levar o segredo para o túmulo.— Seu olhar passou por ela, e cada músculo em seu corpo ficou
rígido. —Estamos sendo seguidos. Vamos.

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Quando ele pegou em seus dedos e avançou, ela olhou para trás. A uma centena de metros
de distância, uma nuvem de tempestade rolava pelo céu, pulverizando a terra com névoa. As aves
caíram do céu como mísseis emplumados. As árvores secaram.
—Vá, vá, vá,— ela ordenou.
Lazarus pegou o ritmo - até que uma videira se afastasse, se enrolasse em torno de seu
tornozelo e o empurrasse para o ar. Ficou pendurado de cabeça para baixo, as mochilas
escorregando de seus ombros e caindo em Cameo.
Merda! Não havia tempo suficiente de soltá-lo e escapar da névoa da morte.
—Vá.— Ele emitiu o comando desta vez. —Deixe-me.
Tristeza riu.
Determinada a salvar Lazarus, Cameo escavou através dos sacos, retirou a Capa da
Invisibilidade, a Haste e o tubo que foi retirado da Gaiola da Compulsão. —Deixe que a mulher vai
salvar o dia - e o donzelo em em perigo.18

CAPÍTULO 27

“Um homem não pode ser liderado por duas forças opostas, pois a verdade não pode coexistir
com a mentira. O amor não pode coexistir com o ódio.”
—Memórias de um Rei Enlouquecido
—Memórias de um Tolo Insultado

Condicionado pela urgência e pelo medo, Lazarus ergueu a parte superior do corpo e
estendeu os braços, os músculos gritando em protesto. Na última hora, os cristais se espalharam e
engrossaram, diminuindo consideravelmente seus reflexos. Seus dedos encontraram a adaga na
bota. Com uma mão, agarrou a videira que estava enrolada em torno de seu tornozelo. Com a
outra, usou a adaga para serrá-la.
Por fim, a videira quebrou. Preparando-se para o impacto, caiu em direção a um banco de
musgo - apenas para ser pego por outra videira e pendurado de cabeça para baixo uma segunda

18O tema da donzela em apuros ou donzela em perigo é uma personagem modelo clássico na literatura, no cinema e em
outras artes, no mundo todo. A donzela é geralmente uma mulher bela e jovem, em condição de inferioridade de forças, que
está em uma situação difícil e horrenda, ameaçada por um vilão ou um monstro, quando um herói vem em seu resgate.

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vez. Ele desencadeou um fluxo de obscenidades. Ainda assim, a nuvem escura aproximou-se,
dirigida diretamente para Cameo.
Tão graciosa quanto um cisne, ela desdobrou um pano cinza até formar uma capa com
capuz. Quando colocou a capa sobre seus ombros e levantou o capuz, desapareceu. Nem mesmo
Lazarus podia vê-la. Bom, isso foi bom. A nuvem também não podia vê-la.
—Corra,— disse a ela. —Corra, e eu vou te encontrar.— Sempre.
Mas sabia que ela não obedeceria. Ela era Cameo, terrível ao extremo. Quando a nuvem
chegou ao local que a viu pela última vez, ela gritou. Lazarus se encolheu, o som agudo quase
estourando os tímpanos.
Ignorando a própria dor, ele puxou e viu nova videira.
A nuvem trovejava e os raios relampejavam. O que Cameo estava fazendo?
Mais uma videira pegou a adaga do punho de Lazarus e apontou a ponta afiada em seu
coração. Ele amaldiçoou sua distração.
Logo antes do impacto, uma videira coberta de alcatrão bateu na lâmina, salvando Lazarus
de uma lesão. Ele balançou a cabeça, confuso. A videira coberta de alcatrão enrolou em torno da
que segurava o tornozelo dele e apertou. Ele foi solto. Foi derrubado, esperando cair na terra. A
videira coberta de alcatrão o pegou, colocando-o no chão.
Ela está... ajudando-me? Por quê?
Pense nisso mais tarde. Pronto para a batalha, ele se levantou. Cameo se materializou, a
Capa da Invisibilidade em uma piscina aos seus pés. Ela ficou debaixo da nuvem, o braço erguido, a
mão escondida pela escuridão. Não, não escondida. A nuvem diminuiu, revelando a mão e o tubo
que ela segurava.
O orgulho o dominou. Minha mulher. Tão forte! Tão capaz!
Quando cada mancha de escuridão desapareceu, ela baixou o braço. Seus olhos brilhavam
como diamantes, e suas bochechas cintilavam com uma saúde rosada. Folhas frágeis
emaranhavam-se em seus cabelos.
—O que aconteceu?— Ele perguntou.
—A Capa da Invisibilidade me protegeu da névoa enquanto eu penetrava debaixo da nuvem,
coloquei o tubo no centro e comandei que a coisa - seja lá o que fosse - morresse. E aconteceu.
Era preciso. O tubo é da Gaiola da Compulsão. Foi um presente, então nós o possuímos, e
qualquer coisa dentro dele tem que fazer o que mandarmos.
Sua excitação...

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Debaixo de sua braguilha, seu pau endureceu. Com ela, era inevitável. —Você é uma
verdadeira guerreira.— Embora estivesse chateada com ele, ela tinha feito tudo em seu poder
para garantir sua segurança.
Ninguém jamais agiu tão desinteressadamente em seu nome. Ninguém o colocou em
primeiro lugar. Nem mesmo seus pais. O ódio deles um pelo outro havia superado seu amor por
ele.
Desesperado por tocá-la, para garantir a segurança dela, fechou a distância entre eles. —
Você se arriscou para me salvar. Pode realmente me culpar por fazer o mesmo por você?—
Estendeu a mão para ela.
—Não é o mesmo.— Evitando o contato, ela se inclinou para encaixar o tubo em uma das
malas.
Seu coração se encolheu, mas ele continuou. —Por quê?
—O resultado da minha ação é a vida.— Ela dobrou o manto e o escondeu no bolso. —O seu
resultado é a morte.
—Você fala como se eu estivesse perdendo o tempo com você. A verdade é que o tempo
com você não é desperdiçado, mas apreciado.
Franzindo o cenho, ela pegou uma mochila para ele. —Cale-se. Apenas... cale a boca.
Ele se agachou ao lado dela. Ele estava chegando até ela, quebrando sua armadura interna.
Ele tinha que continuar pressionando, não podia permitir que ela refortificasse suas defesas
contra ele. Com ela, ele não tinha defesas próprias. Porque ele a amava...
Respirou fundo. Era isso. Ele a amava. Não por causa do que ela era para ele. Por causa de
quem ela era. Ponto. Ela era uma grande quantidade de contradições. Amável, mas feroz.
Cuidadosa, mas teimosa. Espirituosa, mas taciturna. Protetora, mas facilmente provocada.
Compassiva, mas violenta.
Apesar do demônio, ela era a luz na escuridão de Lazarus. Era inteligente e era... tudo. Antes
dela, ele só conhecera a raiva. De alguma forma, ela o encheu de alegria.
—Cameo,— ele grunhiu.
—Não.— Ela ficou de pé. —Isso não é o que eu quero. Eu quero que você viva. Livre dos
cristais. Livre do perigo.
Ele ficou de pé, esperança cintilando como um farol brilhante dentro dele. Ela também o
amava. Colocar-se em risco como ela fez? Fazer os sacrifícios que fez por ele? Entregar-se a ele de
forma incondicional? Ela deveria amá-lo. —Eu não quero viver sem você.— Ele seguiu a confissão

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brusca removendo a maçã do pescoço e colocando-a em torno do dela, o couro e o fecho da


corrente tocando sua pele, em vez do osso.
Ela levantou o queixo.
—É seu,— ele disse. —Confio que você não vai se machucar. Confio em você para tomar a
decisão - remova a cobertura e toque-a, abra-a, esconda-a ou destrua-a. Tudo o que você quiser.
Eu dou a você, livre de obrigação ou expectativa.— Seus nódulos roçaram seu mamilo enquanto
ele assegurava o pingente pendurado entre seus lindos seios, atraindo outro silvo dela. —Eu lhe
dou meu amor, meu tempo, meu tudo.

Ele está quebrando o que resta da minha resistência.


Cameo cambaleou, a declaração de Lazarus tocando em seus ouvidos. Ele a amava? Ela
balançou a cabeça e afastou-se dele. —Você vai me dar tudo... exceto um futuro com você. Uma
família.
Ele se moveu com ela, dizendo, —Você é minha família.
Ela se virou. Olhar para ele doía. Envolveu os dedos em torno da maçã. Mesmo com a
cobertura, sentiu o calor irradiando dos ossos. Sentiu o poder.
Tristeza gritou e engatinhou para o fundo de sua mente. Subjugado? Um precioso silêncio
reinou... E ainda assim ela experimentou um dilúvio de tristeza.
Lazarus a conhecia, sabia quem e o que ela era, e queria ajudá-la, não destruí-la. Ele a
amava, apesar de suas muitas falhas. E ela...
Não. Não pense nisso. Se cedesse a ele ou a sua emoção, o amaldiçoaria por uma eternidade
encerrado em cristal. Então, teria que deixá-lo ir. Sem desculpas. Além disso, teria que forçá-lo a
deixá-la. E graças ao espelho, sabia que havia uma maneira de fazê-lo...
Medo deslizou por sua espinha.
Lazarus endureceu e disse, —Precisamos de abrigo. Outra nuvem se aproxima.— Ele juntou
as mochilas e empurrou um espesso escudo de folhagem.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Ela o seguiu, passando por uma árvore de algum tipo. Talvez. Ela tinha mais de dois metros
de altura e exalava uma substância preta espessa. Alcatrão? A substância cobria duas videiras que
podiam passar por armas. Borboletas voaram acima dela, criando um dossel colorido.
Desgraça e melancolia...
—Esta coisa... seja lá o que for, me ajudou,— disse Lazarus. —Mas ainda não confio nela.
Não confio em nada neste reino.
Viajaram por mais de uma hora, evitando com sucesso outras armadilhas, videiras furtivas e
insetos mordedores. A nova nuvem da morte continuou a rastreá-los, mas nunca os alcançou.
Lazarus rejeitou duas cavernas antes de se instalar na terceira que era menor que as outras.
Tão pequena, que ambos tiveram que rastejar para dentro. No fundo das entranhas da terra, no
entanto, a caverna abria, permitindo que ficassem de pé. O recinto tinha apenas uma entrada e,
como tal, apenas uma saída - aquela em que passaram.
Deixou cair as mochilas e mexeu dentro delas. Com um grunhido, extraiu o leopardo de
pelúcia que descartou mais cedo. —Eu volto já.
Volto já acabou sendo quinze minutos, nenhum brinquedo à vista.
—O que você fez com o leopardo?— Ela perguntou.
—Coloquei-o em uma poça.— Ao seu lado mais uma vez, ele lhe ofereceu um cantil. Quando
ela matou sua sede, abriu o caviar e bolachas. Comeram em silêncio.
Ele estava chateado com ela? Ele ofereceu seu amor, e ela o desprezou.
Ela teve que desprezá-lo. Não seria sua queda.
Mas... poderia ter mais uma noite com ele. Apenas mais uma. E que noite seria melhor? Se
esperasse até encontrar Hera, os cristais podiam alcançá-lo, ou ele poderia usar suas artimanhas
masculinas para convencê-la a ignorar sua desgraça em favor de sua felicidade temporária. Ele já
tinha chegado tão perto.
—Você me ama, Cameo?
A questão veio do nada. Ou talvez não. Talvez ele tivesse lido sua mente. Talvez começou a
trabalhar essas artimanhas masculinas contra as quais ela não tinha defesa.
Não havia como negar a verdade por mais tempo. Ela o amava com todas as fibras de seu
ser. Ele agradou seu espírito, mente e corpo. Sua irreverência a divertia. Sua determinação
teimosa manteve-o ao seu lado durante a pior fase da sua depressão. Seu cuidado com ela
compensou cada momento de tristeza que ela já suportou.

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De alguma forma, ele se tornou sua âncora nas tempestades da vida. Ele se tornou o sol,
sempre perseguindo sua escuridão. Ele preencheu o vazio com esperança. Lutou por ela quando
ela não podia – não iria - lutar por si mesma.
Ela não colocaria seus desejos diante das necessidades dele.
—Não vou falar sobre isto,— disse ela.
Na parte da manhã, faria o que precisava fazer, por pior que fosse. Deixaria Tristeza tomar
sua memória. Lazarus mataria Hera, como sempre quis. Dessa forma, Cameo não tentaria matar a
deusa por conta própria ou salvá-la.
Dessa forma, Cameo morreria, também. É melhor ir com um resultado conhecido desta
rodada, do que tentar mudar o futuro e possivelmente piorar as coisas. Para si mesma, e para
Lazarus.
Odiava pensar em deixá-lo sozinho para lidar com a culpa, provavelmente com a vergonha.
Mas melhor ele viver com culpa e vergonha do que morrer mais uma vez.
Com prazer, darei a minha vida pela dele.
Sem ela, os cristais deixariam de crescer dentro de Lazarus. Ele teria a força para viver para
sempre.
A tristeza aumentou como uma maré da meia-noite, tentando afogá-la, mas rapidamente
construiu uma barragem ao redor de seu coração. Isso resolveria. Por agora. Ele vinha primeiro.
Cameo usou a pasta de dente e lenços umedecidos para se limpar. Lazarus fez o mesmo,
com a tensão entre eles. Do lado de fora, uma tempestade entrou em erupção, o fraco cheiro de
chuva enchendo a caverna. O trovão ribombou e, através de rachaduras na terra, o relâmpago
piscou.
—Não quero lutar mais com você,— disse ela. O calor se derramou através dela. —Eu só
quero você.
Pulsando com vitalidade e agressão masculina, ele moldou seu rosto com as mãos grandes.
Seu cheiro excitante consumiu seus sentidos. A essência da sedução.
O olhar dele fixou no dela, as pupilas se expandindo e ultrapassando as íris. —Você me quer
como seu homem? Você quer beijos sem fim? A pele escorregadia de suor? Sussurros quentes?
Mãos errantes? Gemidos de prazer? Corpos se roçando? Extremidades interligadas? O resto dos
meus dias?

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Ela estremeceu, e oh, como doía. Mas então, sua capacidade de pintar uma imagem tão
deliciosa e carnal... para fazê-la querer o que ela não poderia ter... era tão boa como as adagas
dela. —Eu quero aqui e agora.
Seu aperto intensificou. —Você me ama?— Ele exigiu novamente.
Recusar responder não faria nenhum bem a ela. —Sim. Eu amo você.— Mais tarde, ele teria
que admitir que a admissão dela não faria nenhum bem a ele.
—Prove, então. Dê-me tudo.
Raios dispararam através das rachaduras e iluminaram o pequeno espaço com flashes
dourados brilhantes. O ar carregou, eletrificou, sensibilizando suas terminações nervosas.
Com um gemido de rendição, Cameo esmagou seus lábios nos dele. Sutileza estava além
dela. Empurrou a língua contra a dele, oferecendo amor... paixão... esta noite. Só esta noite. A
sensação de sua força musculosa era um prazer como nenhum outro.
Um prazer que ela nunca mais experimentaria.
Ele a pressionou no chão, acalmando o calor, e ela rolou sobre ele. Seu cabelo criou uma
cortina escura que os escondeu do resto do mundo. Sua dureza contrastava perfeitamente com a
suavidade dela. Seus mamilos franziram e doeram, e ela tremeu de desejo.
Ela sentiu seu amor por ela, um rio apressado que serpenteava por ambos. Seu amor por ele
brotou como uma árvore plantada ao lado da água, cada vez mais alta, maior, mais forte.
Desesperado por contato pele a pele, ela rasgou a camisa até que o tecido cedeu. Pele
bronzeada. Magníficas tatuagens em exibição. A fome selvagem comeu dentro dela enquanto
lambeu e mordiscou o pescoço dele... o centro do peito. Ela tomou o tempo para homenagear
seus mamilos.
Ele agarrou sua nuca, oferecendo-se em súplica. Um buffet masculino de delícias sensuais,
ele era dela para tomar. E ela tomou, perdida em seu vício por ele.
Sim, sou viciada. Obcecada, mesmo. Felizmente.
Com o nascer do sol, tudo terminaria.
O pensamento a encheu de tristeza.
Não! Não! Não aqui, não agora. Verificou o escudo ao redor de seus pensamentos. Estava
firme e suspirou aliviada. Esta noite faria lembranças para durar toda a vida. Esta noite, apreciaria
o presente que lhe fora dado: um homem maravilhoso que a via como um tesouro em vez de uma
âncora. Esta noite ela fingiria ter um amanhã.

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—Você vale a pena todas as dificuldades que eu já sofri,— ele brincou. —Você é meu
prêmio.
Viu! Um tesouro. —E você é o meu.
—Adoro ser reivindicado por você.— Ele rolou em cima dela, tomando as rédeas de seu
controle amoroso e reivindicando.
Ela cedeu ao seu poder, nenhuma parte de seu corpo fora dos limites para ele. O peso
musculoso que ela admirava a manteve no lugar, uma prisão bem-vinda.
—Onde você quer amar o seu homem?— Ele perguntou. —Em um refúgio de praia? Em
frente a uma lareira?
Uma encenação para ajudá-la a se esquecer do desespero de suas circunstâncias? —Sem
ilusões. Nada falso entre nós novamente. Eu quero você aqui. Agora. Como você é - como nós
somos.
Ele sorriu para ela, suave e doce, e ela jurou que poderia ter um orgasmo simplesmente
olhando para ele. Homem Lindo.
Ele acariciou sua bochecha com a dele antes que sua boca descesse, devorando a dela como
se fosse uma refeição, a última refeição... até que ele já não a beijasse, mas fizesse uma promessa:
nunca deixarei você ir.
Com movimentos habilidosos, ele tirou seu top e sutiã, e jogou ambos de lado. Então, pegou
e amassou os seios. Ela se arqueou contra ele, amando o atrito... calor... fogo. Mmm. Ele está me
queimando de dentro para fora.
—Você é minha, e estamos juntos.— Seus dedos se ligaram com os dela e apertaram antes
de esticar os braços sobre a cabeça, prendendo-a com mais eficácia, deixando-a vulnerável a ele.
—Diga.
—Você é meu,— ela ecoou, —e estamos juntos. —Até amanhã...

CAPÍTULO 28

“Fazer sua mulher feliz = ficar mais feliz.”


—Memória de um Tolo Apaixonado
—Como dar orgasmos Alucinantes

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Uma fome primitiva governava Lazarus. Ele tinha sua mulher em seus braços. Sua primeira e
única. Finalmente, ela lhe pertencia de corpo e alma. Como ele pertencia a ela. Agora e sempre.
Mais do que tirar prazer de Cameo, ele queria dar. Queria entregar-se a ela, a mulher que
ele amou acima de todas as outras. Acima de si mesmo. Acima de sua vingança.
O pai dele estava errado. O amor não era o que enfraquecia um guerreiro. Era o medo de
perder o que você amava que enfraquecia; Rathbone tentou dizer o mesmo a ele, que o medo
arruinava e destruía o que amor empoderava, protegia e melhorava. O amor pegava os pedaços
quebrados de um coração partido e os soldava, tornando-o mais forte do que nunca.
Uma vez um elo fraco, agora indestrutível.
A verdade o atingiu quando Cameo dissera aquelas três lindas palavras. Eu te amo. Ela o
afetava como nenhuma outra, sua paixão ardente correspondia a dele. Ela não era apenas sua
amante; era sua parceira.
O conhecimento só se solidificou quando ele olhou para seus olhos brilhantes e prateados -
olhos que viram além das manchas sombrias espalhadas por seu passado para a criança que
perdera tanto que o homem que ele se tornara se recusara a abandonar a posse de qualquer
coisa. Até mesmo um pedaço de seu coração fragmentado. Uma peça que Cameo poderia ter
roubado facilmente. Em vez disso, ela esperou que ele a doasse... Que lhe entregasse livremente.
Em troca, eu lhe darei o mundo.
Lazarus saqueou sua boca, atiçando seu desejo, assim como o dele. Seus lábios eram macios
e cheios, cedendo sob o dele. Olha essa palavra novamente. Ceder, entregar. Dê mais a ela...
Ao aprofundar o beijo, ela se agarrou a ele, como se ele fosse seu bote salva-vidas e ela um
marinheiro naufragado. Ela gemeu e suspirou seu nome. Durante todo o tempo, se contorceu
contra ele, esfregando seu núcleo contra seu comprimento palpitante. Todo ponto de contato
aquecia o sangue nas veias até um ponto de ebulição. O vapor apenas fortificava os cristais, mas
ele não se importava.
Mordiscou seu queixo, lambeu o elegante comprimento da mandíbula... sugou o pescoço
requintado e a pulsação tão acelerada quanto a dele. Deixou uma marca. Sua marca.
—Eu amo você,— ela sussurrou.
Seu coração pulou com alegria. —Você vai se lembrar disso. E disso.— Ele beijou um círculo
ao redor de cada um dos seios antes de banhar os mamilos com o calor molhado de sua boca. —E
disto.

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Seus quadris continuaram a se contorcer, um rubor irresistível se espalhando por sua carne.
Ela era como uma rosa cor de rosa delgada, sedosa e cheia de orvalho. Ela floresce para mim e
somente para mim.
Com a língua, traçou um coração ao redor de seu mamilo e soprou.
—Lazario!
Ele não ouviu nenhuma tristeza em sua voz, apenas paixão. Até onde chegou esta mulher
maravilhosa, desde as profundidades mais intensas da tristeza até o mais alto pináculo da alegria.
O verdadeiro poder do amor.
Ele a sugou. —Com minha boca e meu corpo, e minha própria alma, honro e reivindico
você.— Moveu-se para o outro seio e pulou a língua para frente e para trás, cada furto
proclamando minha, minha, você é minha. —Hoje, amanhã e todos os dias depois.
—Eu sou sua.— Suas unhas rasparam as costas dele. —Eu sempre serei sua.
Relâmpagos brilharam sobre as rochas, e por um momento, a luz dourada se derramou
sobre ela. Sua beleza era etérea, sobrenatural. Pingos de chuva encontraram sulcos nas rochas e
gotejavam do teto, caindo nele e espirrando sobre ela. Fria e doce, sem sugestão de ácido
ardente. Sua febre da paixão rapidamente aqueceu as gotículas, criando um bom vinho e um doce
ainda mais doce. Ele lambeu cada gota de sua pele, bebendo dela.
O que estavam fazendo não era apenas um ato de intimidade, que significava despertar um
desejo momentâneo. O que estavam fazendo era solidificar uma promessa que fizeram para o
futuro deles.
Um futuro juntos.
Dominado, desesperado por mais, soltou as mãos, tirou as botas e rasgou a cintura de sua
calça de couro. Assim que o zíper cedeu, ele puxou o material pelas pernas com um único
movimento do pulso.
Enquanto o olhar dele a examinava, ela tocou e amassou seus seios, os polegares roçando os
mamilos. As armas estavam amarradas em suas coxas e tornozelos, transformando-a em uma
deusa do sexo e da guerra. Minha deusa. Ele só podia olhar para ela com assombro - até que seu
corpo exigisse que agisse.
Descartou cada arma e lâmina, embora assegurasse que cada uma permanecesse ao
alcance. Sua calcinha recebeu o mesmo tratamento que a calça, deixando-a nua. Seu olhar a
examinou mais uma vez, lânguido e selvagem, saboreando e desejoso de mais.
Ele já viu sua nudez antes, sim, mas toda vez era como a primeira: Uma revelação.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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A maçã coberta pelo couro descansava entre os seios roliços e empinados, onde a pele
acetinada apresentava um rubor mais intenso. Seu corpo possuía uma tonalidade graciosa, bem
como curvas hipnotizantes. As bordas das asas da borboleta abraçavam seus quadris e coxas.
—Separe as pernas para mim, Cami.— O tom rouco de sua voz flutuou entre eles. —Deixe-
me ver cada centímetro do meu amor.
Ela obedeceu, revelando o lindo paraíso rosa que o aguardava. Ele gemeu sua aprovação - e
reverência. Ela não estava apenas molhada, estava encharcada.
Impulsionado por uma excitação feroz, deslizou um dedo dentro dela, fundo, mais profundo
e inalou bruscamente. Seus quadris levantaram-se, suas paredes internas apertando-se sobre ele,
deixando-o louco.
—Você foi criada para mim, Luz do Sol.
Ela colocou o pé no peito dele, logo acima do coração, e gentil, mas insistentemente,
empurrou-o. —Descubra-se. Agora. Mostre-me cada centímetro do meu amor.
Antes, quando ela quisera ver suas pernas, ele hesitou. Desta vez, ficou de pé e despiu-se
com pressa, dominado pela antecipação. Tirou as botas, tirou a calça e deixou cair as armas ao
lado dela.
Seu olhar permaneceu no eixo dolorido, e ela lambeu os lábios. —É o meu monstro.
A rouquidão da risada dele fez com que os olhos prateados dela se derretessem. —Sim, é
todo seu,— disse ele, segurando a base de sua ereção. —Ele não ama sua mulher. Ele a adora.
—Bom. Porque não há outro homem, que eu queira chamar de meu.

Cameo ficou emocionada quando Lazarus se ajoelhou entre suas pernas. Suas terminações
nervosas ardiam. O pouco ar que conseguiu respirar cheirava a Lazarus, champanhe e chocolate.
Tentação e indulgência carnal.
Ele a virou e colocou-a de quatro. A ponta do dedo rastreou a borboleta, o toque enviando
correntes de paixão crua através dela. Esfregou a ereção na fenda de suas coxas, o calor úmido
oferecendo um deslizamento fácil. Um deslizamento perfeito. Ele não estava dentro dela, mas
mesmo assim, o êxtase acenava...

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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A pressão foi construída dentro dela, tornando sua necessidade de libertação - para seu
homem - mil vezes mais forte. —Isso é bom,— ela brincou, —muito bom, mas quero mais.
Ele se inclinou para mordiscar o lóbulo de sua orelha. —Preciso te deixar pronta primeiro.
—Estou pronta! Juro.
—Vamos descobrir.— Ele beijou um caminho por sua coluna, dando a cada canto igual
atenção. Quando chegou ao fim da tatuagem, arrepios a percorreram. Enrolou uma mão ao redor
de sua coxa, afastando ainda mais as pernas. Deslizou a outra mão ao redor de seus quadris... e
entre suas pernas, onde brincava com ela, circulando onde mais precisava dele. Ela balançou os
quadris, procurando seu eixo. —Mmm. Acho que tem razão.
—Preciso ser preenchida,— disse com um gemido. —Por favor, Lazario. Agora.
—Um pedido e um comando transformado em um.— Sua risada suave levou sua respiração
à parte de trás do pescoço, fazendo-lhe cócegas. —Você quer os meus dedos?— Empurrou um
dentro, afastou-se, e ela ofegou... então colocou um segundo, esticando-a, deleitando-a. Dentro,
fora. Dentro-fora. Sua palma pressionou contra sua vagina, elevando a necessidade... ainda mais
alta.
Suas respirações estavam mais rápidas agora, tão rápidas que ela mal podia falar, mas ainda
assim conseguiu dizer, —Eu quero... você... você todinho. Por favor,— Repetiu.
—Então, tudo de mim, você terá, minha Cami.— Lazarus colocou a ponta da ereção em sua
entrada... e mergulhou dentro dela. Esticou-a. Encheu-a. Marcou-a.
A possuiu.
Nunca mais serei a mesma. Suas costas arquearam, as unhas cortando o chão da caverna, e
ela gritou seu nome. —Duro e rápido.
Lazarus desencadeou todo o peso de sua paixão. Bateu dentro e fora dela sem nenhum sinal
de gentileza, lançando-a em uma grande e poderosa tempestade. O prazer saturava os ossos...
doce... tão potente como uma droga, indo direto a sua cabeça.
Pressionou o peito contra as costas dela e lambeu a concha de sua orelha. Seu ritmo nunca
diminuiu, a força que usou nunca aliviando. Demais. Não o suficiente.
—Meu Lazario.— Perdida em abandono, ela cantou seu nome agora. Em seu tom, não se
ouvia tristeza. Nenhum arrependimento ou pesar. Ouviu alegria, e todo o seu corpo sacudiu em
resposta; Bateu nela mais forte, mais rápido, dentro e fora. Ela estava quase lá... —Tão perto.
Ele apertou a mão em torno de seus joelhos para afastar as pernas ainda mais, ao mesmo
tempo pressionando a cabeça dela para frente, fazendo com que suas costas se arqueassem,

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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concedendo-lhe outra polegada dentro dela, batendo-a onde mais precisava dele. Ela gritou em
bem-aventurança, em agonia, as paredes internas apertando-se e soltando-se sobre ele, exigindo
uma recompensa. Uma recompensa que ele deu livremente.
Quando a satisfação a atravessou, Lazarus rugiu. Um som gutural e animal que ecoou
através da caverna muito depois que ele desabou sobre ela, tremores ainda trabalhando em
ambos os corpos.

Quando Lazarus dormiu, Cameo permaneceu acorrentada ao seu lado, brincando com a
maçã-caixa de Pandora. Logo, o sol se elevaria. O hoje desapareceria, e o amanhã estaria aqui.
Sua vida com Lazarus terminaria.
Sua vida acabaria, ponto final.
O que aconteceria se a maçã tocasse diretamente sua pele? Ela tinha que saber.
Se morresse dessa maneira, ela morreu, o fim chegando mais cedo do que esperava. Lazurus
poderia avisar seus amigos. E vivo. Ele viveria.
Não dando a si mesma tempo para pensar ou se preocupar, colocou a ponta dos dedos sob o
invólucro de couro propositalmente. Em um instante, ardente calor cruzou seu corpo e ela
grunhiu.
O que não aconteceu? Morte. Tristeza ficou à margem, escondido no fundo da mente.
Suprimido pela força? Talvez até mesmo ferido?
Lazarus moveu-se contra ela, e ela se imobilizou. Somente quando ele se reacomodou, a
respiração também, ela começou a respirar novamente. Seu braço forte estava sobre ela, a mão
segurando seu seio, como se ele não pudesse suportar cortar sua conexão.
Uma necessidade feroz que ela entendia.
Lágrimas queimaram seus olhos, e um nó de dor cresceu em sua garganta. A barragem ao
redor de seu coração ameaçou quebrar finalmente. Ainda não, apenas um pouco mais. Pesar
bateu e a atacou. Como poderia prosseguir com seu plano de limpeza de memória? Como poderia
se separar de sua única fonte de felicidade?
Facilmente. Para salvar a vida de Lazarus.

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289
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Ele mataria Hera. Cameo não o impediria. Ela morreria, de alguma forma, livre de Tristeza,
não mais uma ameaça para a vida de Lazarus.
Todos ganhariam.
Lazarus... rei... borboletas.
As palavras que Keeley falou com Torin passaram por sua mente. Talvez Lazarus tenha razão.
Talvez as borboletas representassem a esperança. Sem Cameo e a borboleta dela, ele prosperaria.
As lágrimas transbordavam, escorrendo por seu rosto, queimando sua pele. Durante tanto
tempo, sua memória tinha sido tudo para ela. Ela apreciou o que manteve e lamentou o que
perdeu. Encontrar Lazarus - amar Lazarus - tornaram suas lembranças ainda mais preciosas para
ela.
Cada sorriso dele. O jeito que ele a provocava. Cada toque. A forma como seus músculos
ondulavam quando ele se movia. Cada um dos seus beijos. O gosto que ele tinha, embriagando
seus sentidos. Cada reivindicação. O jeito que ele olhava para ela, luxúria e carinho nos olhos
escuros.
Não posso viver sem essas memórias.
Não preciso viver sem elas.
Sim, precisava. Por ele.
As mãos trêmulas, Cameo tirou o colar e colocou suavemente a corrente em volta do
pescoço de Lazarus. Tristeza não podia limpar sua memória enquanto ela usava a caixa.
O demônio surgiu na frente e no centro, irritado como o inferno e determinado a arruinar
qualquer felicidade que ela tivesse conseguido em sua ausência.
Tarde demais. —Tome minhas memórias dele,— ela sussurrou.
Parte dela esperava que ele recusasse. Por mais miserável que ela estivesse, por mais
miserável que continuaria sendo, sua tristeza certamente o capacitaria durante séculos. Mas ele
sabia tão bem quanto ela o quão profundamente a perda de sua memória a devastaria. A reação
de Lazarus acabaria com ela, porque ela saberia, no fundo, que sua mente tinha sido violada, algo
precioso tirado dela.
Com uma risada alegre, Tristeza cortou suas garras em seus arquivos mentais, cortando os
momentos mais amados de sua vida. Ela se encolheu, a dor afiada e certeira.
Necessário.
Cameo virou a cabeça para olhar para Lazarus, para despedir-se pela última vez.

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290
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Franziu o cenho. Um homem nu estava ao lado dela; lapidado com músculos e fortemente
tatuado. Linhas grossas esticadas em seus braços, peito e pernas, como se suas veias estivessem
cheias de brilho. Ele era lindo. Magnético. Perigoso?
Com o coração disparado, ela se afastou. O demônio tomou suas lembranças novamente,
não foi?
Desgraçado! Ela estendeu a mão para golpear os punhos em suas têmporas, talvez agitando
o demônio.
Seu companheiro de cama piscou e abriu os olhos escuros, emoldurados por cílios
incrivelmente longos. Ele era mais do que lindo. Era robusto e forte, e ela se perguntou se ela
tinha se apaixonado por sua aparência. Porque uau!. Mas... ela odiava sexo. Ele a teria forçado?
—Luz do Sol?— Ele a procurou. —Volte para a cama, amor.
Ela recuou, ampliando a distância entre eles.
Amor. Ele a chamou de amor. Ele não a forçou. Eles tinham um relacionamento.
Provavelmente a fez feliz, e o demônio decidiu atacar.
Não posso viver assim.
—Quem é você?— Ela sussurrou.

Lazarus vestiu-se e armou-se enquanto Cameo fazia o mesmo, com o cuidado de mantê-lo
dentro de sua visão periférica. Ela permaneceu o mais longe possível dele. Apenas horas antes, ela
tinha prometido amá-lo para sempre. A caixa de Pandora agora pendia ao redor do pescoço dele;
Ela devolveu a sua prezada posse, esqueceu-se dela, esqueceu-se dele. Ela desejara
voluntariamente que Tristeza limpasse suas lembranças.
Por que diabos?
Desejou poder odiá-la por isso, mas se apaixonou por ela ainda mais profundamente.
Ninguém nunca o colocou em primeiro lugar. Até ela. Sempre ela.
Ainda estava furioso por dentro. Com um ato, ela destruiu o coração que confiou a ela. Ele
queria sua Cameo de volta. Sua Luz do Sol. Sentia-se como se tivesse morrido hoje, junto com seus
sonhos. Os restos estavam aqui, nessa caverna que se tornou sua sepultura.

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291
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
Gena Showater
Senhores do Submundo 13

—Eu sou seu homem.— Acredite em mim. Lembre-se de mim. —Você me ama e eu te amo.
Em sua declaração, os olhos dela se arredondaram como pires. Sua mente permaneceu
aberta para ele, o escudo abaixado. Ela podia ver o tormento gravado em cada linha em seu rosto,
sentiu que era genuíno e odiava que tivesse machucado o homem que provavelmente lhe
mostrou o significado de felicidade. Provavelmente, o caralho. Ele tinha mostrado!
—Onde estamos?— Ela perguntou.
—Em algum lugar sem importância.— Ele rangeu os dentes quando se aproximou dela. A
cada passo, a dor o ricocheteava. Os cristais tinham engrossado e espalhado, tão perto de seu
coração. Seu fim se aproximava.
Cameo recuou. Um músculo pulou sob os olhos dele, mas continuou movendo-se em
direção a ela, mesmo assim. Quando a pressionou contra uma parede rochosa, lutou contra o
desejo de beijá-la - não suportava a rejeição após sua completa rendição - e tirou a corrente para
passá-la sobre a cabeça dela.
—Isto é seu.— Ele acomodou a caixa entre seus seios, esperando que a ação familiar
estimulasse um piscar de seu passado.
Ela piscou com surpresa e alívio, sua cabeça de repente sua. A paz e a quietude reinavam. —
O demônio...— Ela apertou os lábios.
Ele leu seus pensamentos, sabia que ela temia sua reação ao descobrir a verdade sobre seu
mal. —Eu sei tudo sobre ele.— Sua voz estalou como um chicote. Ressentia-se da necessidade de
explicar. —Quando você usa o pingente, seu poder suprime o demônio. Quando está perto do
pingente, seu poder irrita o demônio, mas não é suficientemente forte para suprimi-lo.
A língua dela deslizou sobre o lábio inferior. Antes que ela o destruísse, teria se inclinado
para capturar sua língua com a dele. Se a beijasse agora, ela o morderia.
—O que é tão especial sobre o pingente?— Ela perguntou.
—Simplesmente tudo.— A frustração e a raiva enfureciam-no. Queria sua Cameo de volta.
Aquela que derretia quando olhava para ele. Que o beijou com paixão e admiração. Que se
agarrava a ele. Aquela que o amava.
Aquela sem a qual ele não poderia viver.
O demônio limpou as memórias dela. Com permissão ou não, o demônio pagaria.
Lazarus pressionou sua testa contra a de Cameo. Embora ela tenha endurecido, permitiu
que o contato continuasse sem protestar. Ele respirou seu cheiro. Rosas, bergamota e neroli.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Ele não chorou quando sua mãe morreu, seu corpo em pedaços aos seus pés. Não chorou
quando Juliette cortou suas mãos ou seu testículo. Não chorou quando foi decapitado e enviado
para os reinos do espírito, seu futuro alterado para sempre.
Sempre considerou as lágrimas uma fraqueza.
Aqui, agora, as lágrimas fluíram por suas bochechas sem que conseguisse controlar. Ele
perdeu algo precioso hoje.
Talvez a perda de memória tenha sido a melhor?
Embora o pensamento o irritasse, não podia negar sua veracidade. Desta forma, quando
Lazarus lhe dissesse adeus, quando acabasse encerrado em pedra pela eternidade, ela não
choraria, quebrando-o. Ela não sentiria nada e poderia viver sua vida sem arrependimento.
Ele faria qualquer coisa para salvá-la de um momento de dor.
—Vamos levá-la para casa,— ele grunhiu. —Há coisas que você e seus amigos precisam
saber.— Esqueça Hera. Esqueça a vingança.
O ódio deixou de ser importante. A vida não era sobre quem ele matou, mas sobre quem ele
amava.
Boom.
Uma explosão acima da caverna abalou as paredes. Pedaços de rocha rolaram do teto.
Poeira coagulou-se no ar.
Não pode desmoronar agora. Preciso levar Cameo para a segurança.
Cameo estendeu a mão para se prender contra a parede.
Ele se afastou dela sem beijá-la ou gritar obscenidades. A coisa mais difícil que já havia feito.
Apesar da dor que o escalava com cada movimento que fazia, pegou as mochilas. —Não podemos
ficar aqui.— Não podia deixá-la para trás enquanto explorava a área para um portal. Ela não tinha
ideia de quantos perigos os cercavam. —Fique diretamente atrás de mim.
—Espera,— ela falou enquanto caminhava para a entrada estreita.
Ele parou, ousando esperar que ela tivesse se lembrado de algo sobre ele.
—Você nunca me disse seu nome.
Os fragmentos de seu coração murcharam. —Sou Lazarus, conhecido por todos como o
homem de Cameo.

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CAPÍTULO 29

“Quando tudo der errado, regozije-se. Alguma coisa agora vai dar certo.”
—Como Dar Orgasmos Alucinantes
—Como os Rapazes se Tornam Homens

O espelho de Siobhan pendia nos aposentos privados de Hades. A cama tinha um painel de
1,80m, e ele a colocou no centro, dando-lhe uma visão direta de seu colchão enquanto ele
descansava contra um monte de travesseiros.
Ela tinha batido na parede de sua prisão até a carne ser arrancada de suas mãos. Gritara até
que sua garganta se tornara tão crua quanto carne moída e a respiração tornou-se um ato de pura
tortura. Hades simplesmente a olhara, esperando que ela se rendesse e lhe mostrasse diferentes
possíveis futuros.
A competição de observação definitiva. Quem se curvaria primeiro?
Bem, não havia motivo para se comprometer. Não havia motivo para ajudá-lo. Escaneou seu
novo ambiente. O quarto espaçoso estava cheio de veludos finos, móveis antigos e artefatos
místicos. Um buquê de rosas vermelhas decorava a mesa de cabeceira. Uma espada azul brilhante
descansava na cômoda. Um retrato de uma mulher de cabelos cor-de-rosa pendia sobre a
cabeceira da cama - Keeley, a Rainha Vermelha. Uma vez noiva de Hades.
Por que ele tinha um retrato de sua antiga noiva? Ele ainda a amava?
Siobhan odiava a mulher por isso. Amar um homem como Hades a tornava uma idiota.
—Posso fazer isso o dia todo,— disse Hades, a voz um ronronado de seda. Aparentava ser
um macho mimado em cada centímetro de seu corpo. Uma tigela feita de vidro de dragão
incandescente descansava ao lado dele, transbordando de uvas. Ele jogou uma fruta na boca e
mastigou, o movimento da mandíbula de alguma forma sensual, até mesmo indecente. —Me dê o
que eu quero. Mostre-me quem ganhará a guerra e como a vitória será alcançada.
Ele queria uma vantagem sobre o inimigo. Ela queria mostrar-lhe uma perda devastadora.
Estratégia. Liderança. Ataque.
Ela teria que prosseguir com cautela. Feri-lo sob o pretexto de ajudá-lo significava ferir a si
mesma. Se ela mostrasse a morte dele, sem encontrar seu verdadeiro amor, adicionaria tempo a
sua sentença. Se o ajudasse agora, talvez pudesse, finalmente, ganhar sua liberdade.
Ajude agora, machuque-o mais tarde.

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Senhores do Submundo 13

Decisão tomada.
Ela ajudou. O primeiro problema surgiu. Siobhan não conseguiu ver o futuro de Hades.
Porque eu escapo e o forço a ocupar meu lugar? Dedos cruzados!
À medida que o vidro ondulava e se separava, Hades se sacudiu, seu fruto esquecido. Com
nenhum outro recurso, revelou o mesmo futuro que ela mostrou a Cameo. Desta vez, no entanto,
a visão de Siobhan se lançou no futuro. Ela viu o que aconteceria se Lazarus matasse Hera e
estremeceu.
Demônios. Tantos demônios.
Em um loop estranho e emaranhado, o passado começou a se misturar com o futuro. Há
muito tempo, a antiga rainha dos gregos fez um acordo com Lucifer, o Destruidor. Se ela o
ajudasse a capturar a Estrela da Manhã, Lucifer faria o que Hera não conseguiu. Ele puniria o
marido dela, Zeus. Ela concordou com seus termos e sorrateiramente retirou mil demônios dos
reinos do inferno... Escondendo-os dentro do próprio corpo. Planejava soltar os demônios na
Terra, onde a Estrela da Manhã vagava, para que pudessem caçar a criatura. Mas os demônios não
queriam deixá-la. Eles gostaram da sua nova casa. Gostavam de enlouquecê-la. Vincularam-se a
ela.
Em um momento raro de lucidez, ela criou uma caixa feita dos ossos de sua amiga, a deusa
da Opressão. Hera usou a caixa para extrair um quarto dos demônios dentro dela, sem perceber
que a caixa tinha uma capacidade limitada. Sortuda. O processo da remoção quase a matou. Mas,
quando estava a beira da morte, de alguma forma encontrou uma maneira de se salvar...
Novamente, Siobhan não conseguiu ver como.
Como a Estrela da Manhã ficou presa dentro da caixa? Siobhan não conseguiu ver. Também
não conseguia ver como Hera se salvara. Muitos furos entre passado e futuro...
Passado: Lucifer traiu Hera e contou a Zeus o que sua esposa planejou. Ele ofereceu o
mundo ao semideus em troca da caixa.
Zeus roubou a caixa, mas ao invés de entregá-la ao Destruidor, colocou-a nas mãos de uma
mulher que Hera não mataria, graças a sua moral distorcida e uma mulher que Lucifer não poderia
seduzir. A leal Pandora. Então os Lordes do Submundo roubaram e abriram a caixa.
No caos que se seguiu, Hera recuperou a caixa e arruinou-a. Uma vez que tinha sido
esvaziada, conseguiu remover outro quarto dos demônios que a possuíam, deixando-a com
apenas metade dos invasores demoníacos. Isso significava que quinhentos permaneceram dentro

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Senhores do Submundo 13

dela, e duzentos e cinquenta ainda enchiam a caixa. Quanto à Estrela da Manhã? Ninguém sabia
se escapara ou permanecia dentro da caixa. Nem mesmo Hera.
Presente: se Lazarus matasse Hera, como a previsão de uma das visões de Siobhan, os
demônios de Hera seriam soltos em um mundo mal preparado. Os demônios estariam
enlouquecidos, livres para causar estragos em inocentes.
Lazarus, Cameo e até Hera tomaram decisões que resultaram em um resultado definido. De
uma maneira ou de outra, Lazarus enfrentaria sua inimiga, e iria enfrentá-la hoje.
Um pálido Hades saltou da cama. —William!— Ele gritou. Seu filho saíra horas atrás para
procurar Gillian, uma mulher que ele esperava roubar de seu marido. —Volte para mim. Agora.
Haverá problemas.

As últimas palavras de Lazarus tocaram a mente de Cameo várias vezes. Lazarus, conhecido
por todos como o homem de Cameo. Ele quisera dizer exatamente isso. O jeito que a olhava sem
nenhuma tentativa de disfarçar o fogo, a luxúria e o anseio de seus olhos. Ela estremeceu.
Principalmente, porém, ele a olhava com sentimento de traição.
Seus ombros caíram. Ela machucou esse homem. Seriamente.
Quando deixaram a caverna, ele não a olhou, e ela não precisava adivinhar o motivo. Seus
olhos o olhavam como o estranho que ele se tornara e cada olhar o lembrava do que ele havia
perdido. O que poderiam ter compartilhado. Ele deve ter se sentido como se estivesse recebendo
um golpe de adaga no intestino.
Ela se sentia assim!
Como ele a convenceu a dormir com ele? Ele teria gostado? Cameo teria chegado ao clímax?
Não precisava se perguntar. Sim. Sim, ela tinha. A satisfação ainda cantava em suas veias,
uma vibração suave contra seus ossos.
Seu primeiro orgasmo e ela não conseguia se lembrar. Como detestava Tristeza! Ele tomou
algo precioso dela. Ele sempre tomava suas preciosidades dela.
Não havia escapatória. Exceto pela morte.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Quando a floresta se abriu, revelando um banco de musgo, um rio turbulento e uma ampla
escadaria de mármore que começava dentro da água, Lazarus parou. Cada quilômetro que
percorriam, o ritmo dele diminuía um pouco mais e seus passos se tornaram muito mais
laboriosos. Ele deveria estar machucado, mas quando ela o questionou sobre possíveis
ferimentos, ele disse, —Quer saber o que há de errado comigo? Lembre-se.
—Não posso,— ela rebateu. —O demônio...
—Ele não pode levar suas memórias sem sua permissão.
A afirmação ainda rodava em sua cabeça.
Lazarus, conhecido por todos como o homem de Cameo.
Sem sua permissão.
Lazarus. Permissão.
Uma mentira, certamente. Por que ela concederia permissão? Não havia nenhuma razão
grande o suficiente.
E ainda assim, uma suspeita terrível a atingiu. Se não pudesse lembrar os motivos que
permitiu que Tristeza limpasse uma parte seleta de seu passado, estaria destinada a repetir os
mesmos erros, certo? Não era essa a verdadeira definição de Tristeza?
—O portal que a levará para casa está perto,— disse Lazarus. Ele apertou um punhal em
cada mão enquanto procurava armadilhas.
Claramente de guarda, ele começou a subir os degraus, aproximando-se da entrada de um
templo.
Cameo estava colada aos seus calcanhares. —Como você sabe?
Ela notou que ele nunca se encolhia quando ela falava, e isso sempre a emocionava.
—Portais irradiam certo tipo de poder. Já estive em torno deles para perceber.— O tom
formal que ele usou a desconcertou.
Ela sentia falta do calor que ele demonstrou na caverna. Talvez ele precisasse de uma
lembrança do passado dos dois. —Você disse... que você me ama?— As palavras eram mais uma
questão do que uma declaração. Como alguém poderia amá-la? —O que o fez se apaixonar por
alguém como eu?
Debaixo da camisa, os músculos das costas dele ficaram tensos. —Você quer dizer alguém
forte e corajosa? Alguém que não se rende ao medo, mas o supera? Alguém que é uma arma
tanto quanto as espadas que ela cria? Alguém tão solitária quanto eu, que sonha com um feliz
para sempre? Alguém que sorri somente para mim e por mim? Alguém que potencializa minha

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força com apenas um olhar? Alguém que nunca colocou uma condição sobre seus sentimentos por
mim, que me ama e quer o melhor para mim?
Ela respirou fundo. Ele jogou a última frase para ela como se as palavras fossem bombas
prontas para detonar.
—Por que algum dia me apaixonaria por alguém assim?— Ele perguntou suavemente.
Seu coração bateu mais forte. As coisas que ele dizia a ela... —Alguém que inspira tristeza.
—Você não inspirou tristeza em mim... até hoje.

Lazarus ficou em silêncio. Se continuasse a falar, falaria com raiva. O controle é desgastante.
Enquanto conduzia Cameo através da floresta, ignorando diferentes armadilhas e predadores, seu
humor apenas piorou. Quero o que é meu! Ou seja, o carinho dela. Ela se tornou a melhor amiga
que ele já teve. Alguém que Lazarus confiou com todos os aspectos de sua vida.
Ela se tornou sua família.
Mas ele não tinha muito tempo. Cada passo se tornou um exercício de agonia.
Leve Cameo para casa, para a segurança. Diga adeus. Ela o beijaria uma última vez? Ou ele
passaria o resto da eternidade lembrando seu olhar vazio?
Ele deu um passo a mais, depois outro. Apesar de todas as dificuldades que já haviam
sofrido na floresta, Lazarus suspeitava que Hera tinha guardado a pior armadilha do templo. Um
meio de proteger o portal. Só que ele chegou ao topo sem um único incidente.
O templo em si havia sido esvaziado. Sem mobiliário, nem portal, também. Sem pulsação de
poder. Nenhum sinal de Hera ou do pai de Lazarus. A única indicação de que alguém já estivera
aqui era uma mancha cor de ferrugem sob uma enorme teia de aranha no chão de mármore.
Uma chama de raiva escapou de seu controle e ele bateu o punho em uma coluna de
alabastro. Como deveria levar Cameo para casa e para sua família? Ele prometeu. Lazarus não
podia falhar com ela!
—Lazarus?
E ele não conseguia se obrigar a olhar para esses olhos de prata líquidos novamente. —O
que?— Falou entredentes, olhando o chão entre eles.

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—Há um leopardo de pelúcia preso em sua mochila. Não estava lá antes. Ou, se estava, não
reparei.
Rathbone! Lazarus puxou a mochila para frente e, com certeza, o brinquedo sorriu para ele.
Não importava quantas vezes Lazarus lançara a mais nova encarnação do guerreiro em algum
lugar da selva - em poços e areia movediça - o soberano imortal voltava.
Com um movimento do pulso, Lazarus jogou o bicho de pelúcia pelos degraus do templo.
—Qual é o seu problema com brinquedos?— Cameo perguntou. —E por que o trouxe se
você não...
—Você quer respostas? Lembre-se!— Ele respondeu. Então, esfregou uma mão sobre o
rosto. Desse jeito ele a afastaria.
Hora de planejar seu próximo passo. Sentiu o poder do portal da floresta, mesmo nos
degraus. O poder só se intensificou quando ele subiu. A menos que Hera pudesse lançar ilusões?
Quando ela apareceu na Downfall, ele suspeitara disso.
Ela o enganou da mesma maneira que enganou tantos outros?
Cameo caminhou pela câmara vazia, percorrendo as pontas dos dedos sobre as colunas. —
De quem é esse templo?— Perguntou hesitante, como se não desejasse irritá-lo novamente.
—Hera, antiga rainha dos gregos. Nunca confie nela. Ela quer matá-la.
—Eu. Por quê?
—Muitas razões.— Por que não contar a ela? Quando ele a deixasse, ela precisaria
permanecer constantemente em guarda. —Eu prometi matá-la. Você é minha mulher, a única
alavanca que ela tem contra mim. E você tem a caixa de Pandora.
Ela bufou. —Ok, certo.
—Eu nunca menti para você, amor. Nunca mentiria.— Sua orelha se contraiu quando um
cascalho rolou na distância. Ele tinha duas adagas prontas em sua mão quando se virou...
Um redemoinho formou-se entre ele e Cameo, afastando-os. Qualquer outro dia, ele
poderia ser forte contra uma explosão, mas não agora, não assim. Atravessou a entrada e caiu
vários passos, seu corpo danificado gritando em protesto.
A adrenalina surgiu, apagando as bordas mais afiadas da dor, permitindo que se levantasse e
corresse novamente para o templo.
O redemoinho parou na borda, revelando uma presunçosa e sorridente Hera. Ela pressionou
uma Cameo surpreendentemente calma em uma coluna, a ponta da espada presa em seu
pescoço.

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Terror enrolou suas garras em volta do pescoço de Lazarus e apertou. Ele se imobilizou,
sequer ousou respirar, para que não fazer a deusa atacar. Este. Este medo paralisante, nascido
quando um garoto foi forçado a assistir sua mãe ser assassinada, era por isso que ele sempre
abominou a fraqueza.
O olhar de Cameo permaneceu constante, a cor em suas bochechas se aprofundando em vez
de empalidecer. Ela estava se preparando para lutar?
—Deixe-a ir,— ele ordenou à deusa. Devo proteger Cameo a todo custo! —Ela não fez nada
para você.
Hera levantou o queixo. —Eu amei sua mãe e, no entanto, rasguei-a membro por membro.
Farei o mesmo para a hospedeira de Tristeza sem hesitação.
—Você quer a caixa de Pandora, e me quer morto para que você esteja a salvo da minha
ira.— Ela não tinha ideia de quão perto estava do objeto de seu desejo, o pingente escondido
debaixo da camisa de Cameo e sua ilusão. Finalmente, Lazarus se forçou a se mover, colocando a
ponta de uma adaga contra sua própria garganta. —Você nunca terá o primeiro, mas posso dar-
lhe o segundo.
Agora Cameo ficou pálida. —Não! Não!
—Quieta!— Hera apertou os olhos e balançou a cabeça. Com a mão livre, bateu no rosto de
Cameo uma vez, duas, como se fosse para desalojar um pensamento... ou uma voz? Lazarus
testemunhou a mesma ação de cada um dos Senhores em algum momento. —Por que você quer
salvar essa mulher de mim, afinal? Ela é sua fraqueza.
—Errado. Ela é a minha maior força.
Hera empalideceu. —Impossível. Zeus não a criou para ser uma guerreira. Oh, não! Não meu
marido. Ele sempre considerou as mulheres uma espécie inferior. Ele criou Cameo e Pandora para
serem prostitutas, responsáveis por agradar os – entre aspas - verdadeiros soldados. Por que você
acha que Cameo estava inclinada a namorar dois de seus amigos?
Cameo ficou tensa como se estivesse preparada para atacar. —Isso não é verdade.
Hera se encolheu.
Lazarus mascarou seus traços para não revelar nada além de leve desprezo. —De novo,
deusa. Cameo foi criada para ser minha companheira perfeita.
Os olhos de Hera - aqueles olhos detestados que refletiam a visão aérea da Terra - cheios de
arrependimento, tristeza... alívio? Ela balançou a cabeça uma segunda vez, gritando, —Ninguém

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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

tem um companheiro perfeito. Os homens têm obsessões, pelo menos por um tempo. E eu vou
ter a caixa. Eu preciso ter.
Precisa. Por quê?
A resposta não importava, na verdade. Ele não daria a ela. Nunca. A caixa poderia ser usada
para matar Cameo.
—Sou o único que sabe onde está, e com a ilusão no lugar, você nunca vai achar,— disse
Lazarus. —Envie Cameo para casa, e conversaremos.
Ela olhou para ele. —O seu pai não era tão protetor da sua mãe. Você acha que ele sabia o
quanto Echidna queria morrer? Como ela me implorou para puni-lo com seu assassinato?
As palavras o abalaram. —Você mente.
—Não, mas eu mato.— Hera apertou a espada um pouco mais fundo, tirando uma gota de
sangue da pulsação vulnerável de Cameo. —Me. Dê. A. Caixa.
Os lábios de Cameo se separaram, um som suave deixando-a.
A raiva de Lazarus continuou a crescer, escaldando as rédeas de seu controle, logo
crescendo em um fogo selvagem. Esqueceu os cristais à medida que seus músculos e ossos se
expandiam, enquanto as presas rompiam de suas gengivas e as garras se estendiam das pontas
dos dedos.
O monstro estava de volta.
Quando deu um passo à frente, Hera gritou, —Não se mexa!
Um rugido animal ecoou por toda a câmara, e Lazarus quase sorriu. Rathbone também
estava de volta. O leopardo - não mais um bicho de pelúcia, mas o verdadeiro animal - entrou em
ação, fechando os dentes em torno do pulso de Lazarus e depois jogando-o pelo quarto. Ele bateu
em Hera, derrubando-a e a espada escorregou de sua mão.
Cameo correu pelo chão e reclamou a arma.
Lazarus saltou para empurrar sua bota para a garganta da deusa, prendendo-a no chão sujo
enquanto a imagem de Rathbone se deslocava para a de um homem trajando roupas de couro.
Ele sorriu para Lazarus. —Ter um amigo é melhor do que ter um inimigo. Admita.
—Um verdadeiro amigo teria atacado a vilã em vez de me jogar pelo quarto,— ele
respondeu secamente.
Em pânico, Hera lutou contra sua pressão. —Solte-me!

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301
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

—Você ameaçou minha mulher. Você morrerá de uma maneira ou de outra neste dia.— Ele
a olhou. —Como morrerá é a sua única escolha. Diga-me onde está o meu pai, e acabarei com
você, rápida e facilmente.
Apesar da irregularidade de suas inalações, ela soltou uma pequena risada. —Como todos
do seu tipo, você é um tolo. Você nunca vê o que está bem na sua frente.
O que isso significava? Lazarus viu seu pai, mas não conseguiu reconhecê-lo?
—Você também está facilmente distraído,— ela disse, sorrindo agora, sem pânico. Sua pele
escureceu, girando rapidamente para névoa, até que um pequeno tornado tomasse seu lugar.
Ele bateu as garras contra ela, com a intenção de arrancar sua traqueia se alguma parte dela
permanecesse dentro do vento, mas ela se afastou e ele cortou o mármore.
O tornado bateu em Rathbone, lançando-o através do templo. O guerreiro bateu o rosto no
chão. Então o tornado executou uma curva aguda e bateu em Cameo. Lazarus gritou uma negação
enquanto se imobilizava. Esperava que sua Luz do Sol recuasse, mas quanto mais perto os ventos
chegavam até ela, mais fracos sopravam.
Algo impedia o poder de Hera. O demônio de Cameo?
Não, a rainha não estava soluçando. A Caixa de Pandora? Não, ela não era possuída por
demônios.
A maneira como ela balançava a cabeça...
Ela estava possuída?
O tornado morreu, e Hera apareceu mais uma vez. Cameo estava pronta. Ela plantou um pé
na lombar de Hera, usando a deusa como apoio para passar sua outra perna ao redor do pescoço
da vaca e derrubá-la. Enquanto elas caíam, Cameo girou para garantir que caísse por cima. Sem
pausa, empurrou uma adaga no peito de Hera.
Hera grunhiu com surpresa. Lazarus ficou boquiaberto, impressionado. Essa é minha mulher.
O ferimento não mataria a deusa, mas definitivamente a enfraqueceria. O sangue se juntou
em torno dela, e qualquer movimento que fizesse para se libertar só enviaria a lâmina mais fundo.
Recuperando-se rapidamente, Rathbone agachou-se ao lado dela, selvagemente quebrando
os ossos em ambos os braços da deusa. Hera gritou, os gritos claramente não provocaram
compaixão em Rathbone enquanto fazia o mesmo com as pernas.
—Pronto.— O rei limpou as mãos num trabalho bem feito. —Ela não se moverá por um
tempo. Pergunto-me se quebrar sua mandíbula a deixaria calada? Nunca ouvi sons como os que

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302
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

ela está fazendo. Parece o inferno. Esfregou a mandíbula com dois dedos. —Sim, acho que vou
quebrar.
Hera se calou.
—Ou não. Boa garota.
Lazarus vasculhou a mochila e retirou a Haste, bem como o pedaço de tubo que havia sido
retirado da Gaiola da Compulsão. Suas presas e garras se retraíram, a adrenalina caindo. Os
cristais queimavam, crescendo mais perto de seu coração.
Conclua isso. Antes que seja tarde. —Você sabe onde está o portal?— Perguntou a
Rathbone.
—Eu sei.— Pegou um punhado de terra do chão e jogou-o no lado direito do templo. Não
havia parede, apenas uma queda livre de um quilômetro de comprimento para pousar, e ainda
assim os grãos foram apanhados em uma grande seção de ar, formando uma entrada.
Finalmente. Algo funcionou a seu favor.
Seu olhar procurou e encontrou Cameo. Sua linda Cameo. —Eu te amo. Eu sempre vou te
amar.
—Lazarus.— Tristeza irradiava dela. Ela o alcançou. —Não diga adeus. Ainda não. Eu vou
ficar aqui com você. Podemos...
Ele bloqueou o timbre rouco de sua voz e encarou Rathbone. —Leve-a em segurança para
casa.— Lazarus ficaria aqui... para sempre. Mataria Hera. Observaria enquanto seu cadáver
apodrecia, contente em saber que seu espírito havia entrado no reino do espírito. Ele usaria a
Haste e o tubo da Gaiola para se certificar disso.
Se suas suspeitas estivessem corretas e ela realmente abrigasse um demônio, acabaria no
Reino da Prisão.
De qualquer maneira, ela morreria.
Quanto a Typhon, Lazarus o caçaria se tivesse mais dias. Com Hera fora de cena, seria mais
fácil matar seu pai. Mas Lazarus não tinha mais dias, e teria que se resignar ao saber que o
bastardo ainda vivia. Saber que Typhon estava preso dentro de uma prisão de cristal suavizava o
golpe.
Rathbone pegou Cameo em seus braços e foi para o portal.
—Eu não vou embora.— Ela lutou contra o guerreiro - lutou sujo e não poupou seus socos -
mas ele nunca a soltou.
Mesmo sem a memória, ela queria ajudar Lazarus.

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303
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Seu peito queimou enquanto ia em direção da deusa, fazendo tudo o que estava ao seu
alcance para mascarar a dor, com a intenção de acabar com ela de uma vez por todas.
—Não sei por que, mas não consigo passar.— Rathbone bateu os punhos em uma parede
invisível.
Estavam presos? Tinha que ser culpa de Hera. —Derrube a parede, - ele ordenou a Hera.
Ofegando, ela arrancou a lâmina do peito e apontou a ponta embebida em sua direção. Seu
aperto estava trêmulo, mas ficou claro que seus ossos já começaram a se curar. —Dê-me... a
caixa...
—Não é mais uma negociação. Derrube a parede.
Com um grito, ela se levantou e se lançou em um ataque completo. Puxou a espada para ele,
mas ele se esquivou. Por pouco. Enfraquecido, tropeçou. Enquanto tropeçava, ela mudou de foco,
atacando Cameo e Rathbone.
Lazarus rugiu uma negação, mas não precisava se incomodar. Rathbone bloqueou. Cameo
puxou uma espada da bainha às suas costas e juntou-se à briga. Ela atacou. Hera defendeu. Clang.
Clang .
Lazarus saltou no meio, bloqueando o próximo golpe antes de atacar. O tubo encontrou o
crânio de Hera. Ela cambaleou, mas não estava fora de combate.
Ela reagiu rapidamente e retomou a luta. Sabia quando fazer fita, pular e esquivar. Sabia
quando girar e quando manter a posição, e o que era pior, ela feria mais do que era ferida. Lazarus
foi o destinatário da maioria dos golpes, seus reflexos quase completamente inexistentes. Pelo
menos, ela estava se cansando, seus movimentos diminuíram. Toda vez que respirava, ela sibilava.
Quando Cameo conseguiu um golpe maciço em sua barriga, cortando seu estômago, Hera
tentou deixar o templo. Qualquer outro dia, em qualquer outro lugar, Lazarus poderia ter se
teleportado ou mergulhado na frente de Hera para detê-la. Hoje, ele só conseguiu lançar uma
ilusão, a habilidade tão forte como sempre, apesar das suas limitações físicas.
Ele conjurou o pior dos piores. A forma monstruosa de Typhon em seu auge.
Typhon tinha cabelos e olhos escuros, como Lazarus, e as orelhas pontudas em ambas as
extremidades, as pontas tão altas e grossas que pareciam chifres. Chamas vermelhas crepitavam
nas narinas e na boca. Ele tinha um peito largo em forma de barril, com uma imagem da mãe de
Lazarus marcada no centro, serpentes enrolando de seu couro cabeludo em vez de cabelos.

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304
A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

Das costas de Typhon esticaram três conjuntos de asas. Uma se estendeu do topo de seus
ombros, a outra entre os ombros e a última nos ossos do quadril. As duas primeiras foram
projetados para trás, enquanto a terceira o envolvia, oferecendo proteção para a barriga e virilha.
Suas pernas eram tão grossas quanto troncos de árvores e cobertas de escamas veiadas com
fogo fundido - com um único corte, o fogo se espalharia, queimando todos que entrassem em
contato com as brasas. Suas mãos e pés eram garras.
Hera gritou e balbuciou. —Você não pode... você não pode estar aqui. Não desse jeito. Sua
crisálida...
Crisálida. A palavra balançou no cérebro de Lazarus. Como a crisálida de uma borboleta,
feita de pupa e seda, não de cristal?
Lazarus... rei... borboletas.
—Ele não é real,— disse ela. —Não pode ser real.
A última vez que Hera enfrentou o pai de Lazarus, ele estava enfraquecido, mal conseguiu se
mover. Na ilusão, ele estava em plena força. Um homem que ela não poderia vencer.
O fantasma de Typhon respirou um rio de fogo contra Hera, batendo no chão bem em frente
a ela. As chamas ricochetaram para cima, vários pousando em suas botas. Ela lutou para remover
o calçado, e finalmente conseguiu. Bolhas apareceram em suas mãos.
—Você estava dizendo?— Lazarus sorriu. —Se Typhon não é real, por que você está
queimada?
A boca de Hera se abriu e fechou. Se ela tivesse nascido com a capacidade de lançar ilusões,
saberia que a mente tinha o poder de infligir a lesão esperada.
Quando Rathbone voltou sua atenção para o muro invisível, Cameo concentrou-se na deusa,
uma arma na mão, a testa franzida com confusão enquanto observava o monstro.
Lazarus avançou em direção a Hera e estremeceu. Os cristais... pupa? Ou talvez uma mistura
de ambos no caso dele? Estavam se espalhando até agora, subindo pelo pescoço, nas bochechas e
tapando os ouvidos. O silêncio mortal o alcançou. Não ouvia nada, nem um trêmulo toque. A
substância encheu seus pulmões. A respiração tornou-se mais difícil.
Faltavam apenas alguns minutos.
Embora quisesse ir para Cameo, encarar seu rosto lindo quando encontrasse seu fim, ele
avançou para Hera. A deusa não tinha lugar para ir. O fogo de Typhon a cercou. Ela estreitou os
olhos, ergueu o queixo. Sempre rebelde contra o inevitável.
Matarei a ameaça à minha mulher, seja bem-vinda eternidade. Ele balançou.

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Um olhar de horror contorceu as feições de Cameo. Ela gritou e pulou na frente de Hera.
Não houve tempo para puxar o braço ou mudar a direção da arma. A Haste perfurou o peito de
Cameo. Ela ofegou e caiu. Ele rugiu.
Não! O que ela tinha feito? O que ele fez?
Ele machucou a mulher que amava. Ele poderia tê-la matado...
Não! Não, não! —Por quê? Por que você fez isso?— Ele tentou arrancar a Haste. Em
qualquer momento, o artefato sugaria seu espírito através de um portal... Mas a ponta da arma
permanecia presa no peito dela. Para removê-lo, teria que remover toda a caixa torácica. Seus
pulmões entrariam em colapso e seu coração já danificado iria parar.
As lesões a deixariam agonizando, mas se curariam.
Primeiro... empurrou o cano sobre a Haste, embainhando-a. —Viva para sempre,— ordenou.
—Exijo que o demônio a deixe. Exijo que seu espírito permaneça dentro de seu corpo. Você me
ouviu? Eu possuo o tubo e, portanto, a compulsão. Foi um presente. Exijo que você viva. Obedeça-
me!
Sangue surgiu dos cantos da boca dela enquanto tentava falar.
Ela ainda estava morrendo.
Não! Ele deu um último puxão, a Haste finalmente se soltando. Levou apenas metade da
caixa torácica dela com ele. Suas costas se curvaram quando as pernas e o peito entraram em
colapso. Ela soltou outro grito quando os joelhos cederam, e ele jogou os artefatos de lado. Sob
sua pele, veios pretos apareceram, tentáculos parecendo se contorcer dentro deles. Todo o seu
corpo foi tomado.
O demônio estava deixando-a?
O preto logo se transformou em cinza e cinza em azul, até que o arabesco de veias debaixo
de sua pele parecia normal e saudável. Então uma névoa negra subiu de sua camisa, não, sua
camisa, mas do pingente debaixo da camisa.
Sim! Seu demônio.
A névoa pairava sobre ela, olhos de néon brilhando de dentro. Aqueles olhos se fixaram em
Lazarus. Presas lançaram-se contra ele antes que a névoa saísse do templo, desimpedidas pela
parede invisível.
Sua Cami sobreviveu?

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Senhores do Submundo 13

Lazarus caiu de joelhos, sabia que ficaria congelado nesta posição humilhante pelo resto de
sua vida, mas não se importava. Precisava tocar Cameo, precisava saber qual seria seu destino.
Tremendo, passou a ponta dos dedos sobre a suavidade de sua bochecha.
A cor saudável desapareceu, deixando o branco como giz. Ela ofegou e sibilou. Mas não
entrou no reino do espírito. Por quê?
—Ele... se foi,— disse ela. —Tristeza... foi embora... limpa... felicidade... eu lembro...
Ela se lembrava... De Lazarus?
Ele queria gritar de alegria. Queria soluçar. O que aconteceria depois? Ela não podia morrer.
Não podia!
—Minha maçã!— Hera, que estava no outro lado de Cameo, pegou o pingente.
Rathbone pegou seu pulso e lutou com ela. Deixando Lazarus livre para dizer adeus.
Não! De jeito nenhum. Este não seria o fim de Cameo. Somente o dele.
—Por quê?— Ele exigiu.
—Ela estava... prestes a... apunhalar você.
Hera lançou uma ilusão, então. E Cameo pensou que estava salvando-o. Ele, um homem do
qual ela nem se lembrava naquele momento.
Como ele poderia deixá-la ir?
Lazarus... rei... borboletas.
As borboletas sempre foram atraídas para ele. Por quê? Por que gostavam dele? Ele era...
Ele poderia ser...
Lagartas se transformavam em borboletas quando entravam em uma crisálida.
Hydra, seu antepassado, não poderia ser morto. Typhon não podia ser morto. Crisálida...
Como espírito, Lazarus passou por um portal destinado aos mortais. Por causa da crisálida ou
formação de crisálida. Por que elas fizeram seu corpo físico mudar... Se regenerar?
Porque elas o fortaleceram ao invés de enfraquecê-lo?
Crisálida... A borboleta não conseguia escapar sem lutar para se libertar. Ele poderia lutar
para se libertar? Estaria mais forte se - quando - emergisse?
Seu pai não tinha lutado para sair de sua crisálida. Mas, então, seu pai odiava sua
μονομανία. Ele não tinha motivos para lutar. Lazarus amava sua Luz do Sol. E o amor superava o
ódio sempre.
Lazarus... rei... borboletas.
E se ele pudesse ajudar Cameo com a pupa?

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Senhores do Submundo 13

E se ele a matou?
Não havia tempo para debater. A respiração dela estava mais rápida agora, cada vez mais
fraca. Nenhum deles tinha opções. Hera parecia fortalecer, a cor voltando para suas bochechas.
Ao mesmo tempo, a ilusão de Typhon começou a desaparecer, assim como a ilusão em torno da
maçã.
Com um grunhido, Lazarus usou o que restava de sua força para desembainhar uma adaga e
cortar o pulso. Ele colocou o ferimento sobre Cameo, deixando sua pupa e sangue se derramar
sobre ela.
Seu olhar permaneceu bloqueado nela - nenhum movimento, nenhuma pulsação –
enquanto a pupa continuou a crescer e se espalhar por ele... Não! Ainda não! Precisava saber se
ela sobreviveu. Precisava vê-la sorrir uma última vez. Mas a substância atingiu seus olhos,
cegando-o... Então, finalmente, entrou nas câmaras de seu coração, deixando-o consciente do
mundo, mas completamente incapacitado.

CAPÍTULO 30
30

“Todo fim anuncia um novo começo. Nunca desperdice o seu.”


—Como os Rapazes se Tornam Homens
—A Promessa Mais Escura
Legenda: A História de Lazarus e Sua Cameo

Memórias inundaram Cameo, dominando-a completamente. Ela viveu nessas memórias, o


resto do mundo esquecido. Lembrou-se de todas as vezes que sorriu ou riu.
A vez que Torin lhe disse, —Se Doença espalhasse Ebola em vez do terrível resfriado, as
pessoas teriam uma chance de sobrevivência!
Quando Maddox disse, —Você bate como uma cadela. Se as cadelas batessem como
caminhões.
Kane falou com provocação, —O fato de que Tristeza e Desastres não conseguem fazer um
relacionamento funcionar? Um dos maiores mistérios da vida.
Lembrou-se das vezes em que se sentiu valorizada. Quando Sabin e Strider a presentearam
com as cabeças de seus torturadores. Quando Amun levou um tiro por ela. Quando Lucien, Gideon
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A PROMESSA MAIS SOMBRIA
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Senhores do Submundo 13

e Reyes fizeram um jantar de Ação de Graças, só porque ela mencionou que queria passar o
feriado como uma pessoa normal. Quando Paris e Aeron apareceram em um bar imortal depois
que ela concordou em ter um encontro com um shifter para uma noite de diversão que ela nunca
esqueceria. O shifter fugiu depois de apenas dez minutos em sua companhia, mas seus meninos
ficaram para dançar com ela. E depois chutaram a bunda do shifter, é claro.
Aqueles guerreiros a amaram sem exceção. E, no entanto, ela permitiu que Tristeza limpasse
sua mente de cada memória. Todas as vezes, se importou com o medo de conhecer - e perder - a
verdadeira felicidade. Ele a enganou. Na verdade, ela se enganou. Não se deixou acreditar que
coisas boas poderiam acontecer com ela. Ela esperava o pior, e tinha conseguido.
Ela criou sua própria Tristeza. Congratulou-se com sua própria destruição. Criou suas
próprias ilusões emocionais, acreditando nelas até se tornarem realidade.
O pior de tudo, desistiu de suas lembranças com Lazarus, porque não acreditava que seu
felizes para sempre era possível.
Lazarus! Ele brincou na lama com ela. Provocou-a e protegeu-a. Ele lhe deu vários orgasmos,
abraçou-a apertado e a amou quando ela não era digna de ser amada.
Ele... a apunhalou.
Sim. Sim, ele a apunhalou. Mas só porque Cameo saltou entre ele e Hera. Hera, que quase o
apunhalou.
Embora Cameo não tivesse memória de Lazarus na época, ela permaneceu altamente
sintonizada com ele, consciente de todos os seus movimentos. O corpo dela doía, como se
estivesse lembrando seu toque e querendo mais. O desejo de ficar com ele a atormentava. Ele
parecia estar sentindo grande dor com cada movimento que fazia, mas ainda assim, continuou
movendo-se pelo templo, continuou lutando contra a deusa. Cameo queria desesperadamente
tranquilizá-lo, ajudá-lo e protegê-lo.
Se ela tivesse conservado sua memória, teria desejado as mesmas coisas, apenas em um
nível muito mais intenso.
Ah sim. Ela criou sua própria Tristeza.
Agora Lazarus estava... ela franziu a testa. Onde ele estava? A última coisa que se lembrava,
ele estava agachado ao seu lado. Ele cortou o próprio pulso e...
Ele cortou o pulso! Seu estômago torceu em mil nós. Ele cortou o pulso enquanto os cristais
cresciam sobre sua carne, não mais se contentando em ficar debaixo da superfície da pele.
E se ele estivesse morto? E se ela estivesse morta e ele estivesse vivo, mas preso? E se...

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Não, sem mais pensamentos depressivos, sem qualquer brilho de esperança. Quaisquer que
sejam as circunstâncias, havia uma solução.
—... que diabos aconteceu?
A voz cortou sua consciência. Hades. Ela viajou para o submundo?
—Hera pode extrair habilidades. Ela roubou de Typhon e depois de Lazarus e usou seu poder
para lançar uma ilusão.— A voz de Rathbone agora. —Fez Cameo pensar que Lazarus estava
prestes a ser golpeado.
Outra ilusão. Bem, Cameo não conseguia se arrepender de suas ações. A Haste fez como o
próprio nome implicava, separando o demônio de seu espírito. O corte havia sido limpo, e a ferida
espiritual cauterizada por Lazarus. Por seu amor por ele, e seu amor por ela. Entretanto, Tristeza
não entrou na caixa. A caixa tinha tentado sugá-lo para dentro - eles sentiram a sua atração, mas o
demônio encontrou um bloqueio e se libertou.
Agora ele percorria o reino de Hera. A menos que tivesse encontrado uma saída?
—Onde está Hera agora?— William, o Sempre Excitado, exigiu saber.
—Ela escapou após sua chegada,— Rathbone ralou.
—Então ela vive.— O alívio vibrava de Hades. —Ela está possuída por centenas de demônios.
No momento em que morrer, eles serão liberados. Devemos prosseguir com cautela ou Lucifer a
usará e seus demônios para sua vantagem.
Muita conversa fiada sobre Hera. Conte-me sobre Lazarus!
Ele deu a Cameo um pouco de seu sangue. Seu corpo começou a curar. Ela lhe devia a vida.
Cameo atravessou o atoleiro de seus pensamentos. A consciência acenou... ela lutou mais
forte... pronto!
Com um suspiro, sentou-se e piscou. Seu olhar encontrou o homem que ela amava, e o
choque a paralisou. Ele estava agachado ao lado dela, a mão estendida. Pupa misturada com
cristais o cobria da cabeça aos pés, moldando seu corpo. Duas borboletas estavam empoleiradas
em sua cabeça.
—Lazarus.— Ela se pôs de joelhos e afagou seu rosto freneticamente. —Estou viva, não
estou morta. Volte para mim. Por favor.
Nenhuma reação. Debaixo dos brilhantes cristais, ela podia ver o esboço de seu belo rosto.
Seus olhos não olhavam para nada. Seu peito não subiu ou desceu com a respiração.
Inaceitável!

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Uma mão forte e reconfortante apertou seu ombro. —Desculpe, querida. Vamos levá-la para
casa.
—Não.— Ela afastou William com um golpe. Podia sentir a atração da verdadeira felicidade
pela primeira vez em séculos, mas um sofrimento familiar tentou trancá-la em uma armadilha de
urso, apertando espinhos de metal ao redor de seu coração. Novamente inaceitável. —Não vou
sair sem Lazarus.
Ela cortaria e retalharia o túmulo de cristal até chegar a ele!
—Escutem-na.— Rathbone esfregou seu maxilar em fase de cura. Cameo acidentalmente o
quebrou enquanto lutava para escapar. —Ela está falando sério.
—Lazarus... ou o que resta dele... pode ir conosco,— disse William. O pesar revestia cada
palavra.
—Sim,— ela disse, e assentiu com a cabeça. Sim. Seus amigos a ajudariam. —Leve-nos para
casa.

Os dias passaram e Lazarus continuou preso dentro da crisálida, e Cameo permaneceu


próxima, deixando seu quarto apenas uma vez para entregar a maçã para Torin guardar.
—Preciso de você, Lazarus.— Ela andava na frente dele. —Venha até mim.
A primeira vez que agarrou uma picareta de gelo, com a intenção de libertar Lazarus, Keeley
entrou no quarto, gritando, —Não se atreva! Corte uma borboleta de sua crisálida, e ela será
enfraquecida. Faça-a se esforçar para se libertar e ela ficará mais forte.
Exatamente o que Lazarus dissera uma vez. —Ele não é uma borboleta,— ela respondeu.
Mas ela parou, sua mente disparando. As borboletas encheram a fortaleza desde o retorno dele.
Estavam empoleiradas em Lazarus, algumas vezes até o cobriam completamente.
—Ele é!— Keeley disse. —Finalmente encontrei informações sobre ele no meu Corkboard.—
Corkboard - como ela se referia ao seu cérebro milenar. —Ele é o filho de Typhon, o último rei vivo
das borboletas.

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—Uh, não há como Typhon ou Lazarus serem os malditos reis de borboletas.— Cameo viu o
Monstro pela primeira vez dentro do templo de Hera. Para ser honesta, descrevê-lo como
monstro era ser gentil. —Ele saberia disso. E ele não é delicado. Ou pequeno. Ou alado.
Keeley sacudiu os punhos em direção ao céu. —Por que todos dependem de suas próprias
experiências e não acreditam em meu relato em primeira mão? Olhe. Conheci Typhon. Ele era um
homem horrível. Sua grande-mais-que-muitos-outros-grandes avó, porém, era Hydra, e Hydra
teve um caso secreto com o rei dos Lepidópteros - que eram guerreiros sem igual. Eles marcaram
cada soldado, arma e armadura com a marca da borboleta. Um símbolo do renascimento, já que
sempre voltaram dos mortos.
Mas... —Se eles eram capazes de voltar dos mortos, onde estão agora?
—Talvez não fossem fortes o suficiente para se libertar da crisálida? Typhon não era. Falo
sério, ele não é. Ele ainda está preso. Eu questionei William e Hades sobre o Reino secreto de
Hera. O Monstro está lá. Sua crisálida está infectada - provavelmente por causa do ódio em seu
coração - e destilando veneno.
Destilando. Alguma coisa no reino destilava sem dúvida. A árvore coberta de alcatrão que
ajudou Lazarus a escapar das videiras homicidas. A árvore seria seu pai, a crisálida escondida
debaixo do lodo? Talvez seu pai não fosse todo ruim?
Deixa pra lá. Estuprador. Todo ruim.
—Uma crisálida não é feita de cristal,— disse Cameo.
—Não. Não para insetos. Para imortais como Lazarus, são feitas de pupa e cristal. De
qualquer maneira, preciso ir. Há uma maratona de Psych que não posso perder. Estou aprendendo
a ser uma detetive.— Keeley pulou em direção à porta do quarto antes de pausar e olhar por cima
do ombro. —Conselhos de exibição da Rainha Vermelha. Você precisa dar a Lazarus uma razão
para continuar lutando para se libertar.— Então ela se foi.
Agora Cameo sentou-se na cama, diretamente na frente de Lazarus. Esfregou a mancha no
peito. O lugar onde a Haste a atravessou. Uma linha fina marcava o centro do seu peito. Uma
cicatriz... que parecia ser asas se ramificando de ambos os lados da linha. Outra borboleta, pensou
com um sorriso. Um sorriso real!
—Zeus e o resto dos gregos escaparam do Tártaros,— ela disse a Lazarus. —Eles se juntaram
a Lucifer na guerra com Hades e suas forças se tornam mais fortes a cada dia. Hera foi descoberta
no terceiro céu, escondendo-se entre os Enviados. Preciso de você aqui, lutando ao meu lado.

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Lucien quase morreu na última batalha, e Maddox ainda não se recuperou de seu mais novo
conjunto de ferimentos.
Nada. Nenhuma reação.
—Você já conheceu Atlas e Nike? São o deus grego e deusa Titã da Força. Estão casados
agora e se aliaram a Hades. Eles o convenceram a concordar com a mãe de todas as batalhas, que
acontecerá em uma semana. Eu vou estar lá, no meio da briga. Você realmente quer que eu vá
sem você?
Ainda nada.
Suas unhas cavaram nas coxas. Não desistindo. Nunca desistindo.
—Eu roubei a devoção de seus animais de estimação. Eles voam fora da minha varanda, e
dou-lhes relatórios sobre sua condição. Você nunca me disse que os pequenos insetos podiam
falar onze línguas diferentes, mas escolheram falar em Typhonish, o único que eu não sabia,
simplesmente para me irritar.
Eeeeeee nada.
Tudo bem. Era hora de jogar duro. Literalmente!
—A tatuagem de borboleta nas minhas costas desapareceu. Mas tenho outra, graças a
você.— Cameo arrancou a camisa, rasgou o fecho central do sutiã e tirou a calça e calcinha,
ficando nua. O ar fresco soprou sobre ela e Cameo se inclinou para trás, ancorando seu peso nos
cotovelos e oferecendo a Lazarus uma visão frontal completa.
—Viu?— Ela riscou a ponta dos dedos sobre o peito. —O que você acha?
Seu coração disparou enquanto esperava. Esperava, rezava. Mas nada aconteceu.
Ela subiu na cama. Os lençóis cheirando a Lazarus, chocolate doce e champanhe
embriagador.
—Isto é o que você está perdendo.— Uma nota rouca entrou em sua voz. —E você está me
negando o que estou perdendo. Seu beijo... seu toque... sua possessão dura e rápida.— Ela
segurou os seios, provocou os mamilos. O prazer a queimou. —Aposto que consigo gozar sem
você... mas não será tão divertido. Eu vou...
A crisálida quebrou. Os fragmentos de pupa cristalizada voavam em todas as direções.
Lazarus levantou-se, de pé em seus dois metros e dez de altura. Suas mãos estavam fechadas, o
peito subindo e descendo rapidamente.

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Ela ofegou, o olhar preso ao dele. Seus olhos estavam... mudados. Estavam escuros, mas
agora suas íris pareciam estar cercadas pela pupa que ele havia quebrado e sua pele brilhava
como se estivesse mergulhada em pó de diamante. Ou tivesse brincado com uma stripper.
—Você conseguiu!— Ela gritou. —Você se libertou!
—Eu consegui.
Ao som de seu timbre baixo e sexy, nada além de uma alegria predatória e genuína explodiu
dentro de Cameo. —Eu deveria ter ficado nua dias atrás.— Uma risada escapou dela, então. Uma
risada genuína.
Ele respirou fundo. —Essa é a risada que sonhei ouvir, mas é melhor na realidade, muito
melhor do que tudo o que eu imaginava. Sua risada é mágica. Um feitiço de encantamento. Um
encantamento destinado a atrair, fascinar e seduzir, e se eu já não te amasse, me apaixonaria
nesse momento.
Ela se acalmou, de repente, pega em um turbilhão de sensações. Ardor, calor, dores e
necessidades, tantas necessidades. Ele atravessou a cama e pairou sobre ela, suas palmas nas
têmporas dela. Olharam-se por um longo tempo, absorvendo o momento. Eles tinham um futuro!
Ele abaixou a cabeça e a beijou. Seus lábios suaves a saborearam e depois a devoraram.
Quando levantou a cabeça, ambos estavam sem fôlego e ofegantes.
—Eu te amo mais do que jamais conseguirei expressar, Luz do Sol. Você é minha luz nos dias
mais sombrios. Para mim, você é a coisa mais importante. Você sempre será a coisa mais
importante. Nada e ninguém virão antes de você.
—Também te amo. Você é a minha coisa mais importante... embora no espírito da
divulgação completa, você está amarrado ao seu pênis.
Ele riu alto. —Essa é minha doce Cameo sem uma pitada de Tristeza?
—É de fato. Mas você pode me chamar de Rainha Cameo,— ela corrigiu com um sorriso. —
Aparentemente você é rei das borboletas, e como sua mulher, eu reivindico a metade de suas
posses. Começando com isso...— Ela segurou seu eixo, e ele sibilou em uma respiração. —Mmm,
seu amor por mim está crescendo.
Ele mordiscou o lábio inferior dela. —Teremos uma vida gloriosa juntos. Isso é um
comando... e uma promessa.
—Seremos felizes,— disse ela, e mordiscou os lábios dele também.
—Felizes,— Ele confirmou. —E Luz do Sol? Tenho a sensação de que meu amor por você
crescerá todas as manhãs, tardes e noites.

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Ela riu. —Sim!


Ele se abaixou para reivindicar outro beijo e Cameo se perdeu na promessa de uma
eternidade para sempre.

FIM

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