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De que forma o sistema capitalista influencia a questão prisional?

O capitalismo é um sistema econômico que visa o acúmulo de capital e a


exploração da força de trabalho. Atualmente o sistema capitalista é adotado em
quase todos os países do mundo, segundo o autor Karl Marx “a estrutura
econômica da sociedade capitalista nasceu da estrutura econômica da
sociedade feudal. A decomposição desta liberou elementos para a formação
daquela.”(MARX, O capital,2013, p. 836). Com o repentino crescimento do
capitalismo houve um grande desenvolvimento na área tecnológica e a
ascensão social de uma parte da sociedade, em contra partida provocou
pobreza, privação e uma grande parte da sociedade foi marginalizada.

É possível ver que esse sistema exclui grande parte da sociedade, causando
miséria, marginalização social, ausência do sentimento de pertencimento já
que sua mão de obra não é considerada tão necessária. Devido a isso vemos
trabalhadores se sujeitando a trabalhos precários, com um salário baixo e
tendo que buscar maneiras de sobreviver, mesmo que isso signifique ir contra
as ordens sociais impostas pela sociedade.

Desde quando surgiu o capitalismo é notável o crescente onda de violência,


por meio de roubos, sequestros e homicídios, deixando a sociedade
desprotegida e insegura achando que com ampliação dos sistemas prisionais
terão paz e ordem, o que é uma mentira. É essencial repensar a atuação das
instituições penais que buscam reeducar suas detentas e detentos, já que só
com oportunidades de reinserção social é que será possível a cada um deles
construir novos caminhos.

Destacando o território brasileiro, as primeiras prisões femininas foram criadas


na década de 1940 muito depois do crescimento do sistema capitalista.
Destaca-se que em 1937 foi criado primeiro presídio feminino brasileiro, era
comandando pela Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom
Pastor, esse presídio foi destinado a criminosas, mas recebia também
prostitutas, moradoras de rua e mulheres que eram consideradas
“desajustadas”.Logo após os década de 40, foram criadas outras penitenciarias
femininas como no estado de São Paulo em 1941 e no Rio De Janeiro no ano
de 1942. Nessa época os afazeres dentro dos sistemas prisionais femininos se
alinhavam ao machismo enraizado na sociedade, eles queriam ressaltar a
feminilidade dessas mulheres para faz de as pessoas acreditarem que
mulheres não seriam capazes de cometer crimes se fossem mais femininas.
Elas bordavam, cozinhavam, faziam bordado e costura. Quando falamos sobre
o sistema penitenciário feminino é importante lembra o que segundo o Doutor
Borges: “O tratamento para mulheres presas é pior que o dispensado ao
homem, que também sobre com as precárias condições na prisão, mas a
desigualdade de tratamento é decorrente de questões culturais e com direitos
ao tratamento condizente com as suas particularidades e necessidades. Em
nossa Constituição Federal possui um principio na qual regula tais
necessidades, é o principio da individualização da penal, conforme o artigo 5º,
inciso XLVIII, segundo o qual “...a pena será cumprida em estabelecimentos
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado
(BORGES, Direito penal democrático, 2005, p. 87)

Referências:

BORGES, Paulo César Corrêa. Direito penal democrático. 1. Ed. São Paulo:
Lemos e Cruz, 2005.

MARX, K. O Capital – Livro I – crítica da economia política: O processo de


produção do capital. Tradução Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.

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