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FIGURAS DE LINGUAGEM

Em língua portuguesa nós podemos utilizar as figuras de linguagem - recursos para modificar o sentido de palavras,
frases ou expressões buscando um efeito. Estes recursos podem estar relacionados com o significado das palavras,
com a sintaxe, com a lógica ou com o som. Na aula de hoje veremos as figuras semânticas, ou seja, quando utilizamos
palavras em sentido figurado (conotativo).

Sentido figurado: quando o significado usual da palavra é ampliado ou alterado no contexto em que é utilizada. Por
exemplo a palavra “cobra”. Normalmente ela é utilizada para indicar um tipo réptil peçonhento. Mas se utilizamos
cobra para qualificar uma pessoa, o sentido da palavra muda e passa a significar “desagradável”, entre outros. Ela é
uma cobra = ela é uma pessoa desagradável.

FIGURAS SEMÂNTICAS

As figuras de palavras ou semânticas consistem nas figuras de linguagem em que há o emprego de palavras com um
sentido conotativo ou figurado, isto é, que extrapola o significado original das palavras.

#1 COMPARAÇÃO (OU SÍMILE)

Esta é uma das figuras de linguagem que mais utilizamos. Utilizamos a metáfora para mostrar que existe uma
semelhança entre dois elementos por meio de uma comparação. Por exemplo: “Maria Rita é bela como uma flor”.
Tanto Maria quanto a flor são belas. Queremos comparar a beleza de Maria com outra beleza do mundo. Nesta frase,
escolheu-se uma flor, mas poderia ter sido uma paisagem, uma música, um poema, entre outros. Assim, ressaltamos
um atributo que queremos comparar e trazemos uma palavra para comparar (“como”, “que nem”, “assim como”, “tal
qual”).

# 2 METÁFORA

Também muito utilizada, a metáfora também sugere uma ligação entre dois seres ou entidades diferentes a partir de
uma característica em comum. Diferentemente da comparação, não utilizamos as palavras comparativas (“como”)
para fazer esta ligação. Por exemplo: Maria é uma flor. Nesta frase afirmamos que Maria é uma flor para sugerir que
as características de Maria se aproximam com a de uma flor: cheirosa, delicada, bela, por exemplo.

#3 ANALOGIA

A analogia é outro tipo de comparação, porém, entre elementos distintos. Utilizamos a analogia para conseguir
comunicar algo complexo, como, por exemplo, a vida. Muitas vezes, ao compararmos algo complexo com algo mais
simples a pessoa, ou pessoas, que nos ouve, entenderá mais facilmente. Por exemplo: Esta árvore, cheia de galhos,
folhas e flores me lembram de minha adolescência: eu possuía muitos caminhos para escolher, alguns com folhas,
outros com flores.

#4 METONÍMIA

Outra figura de linguagem relacionada a semelhanças. Utilizamos a metonímia, muitas vezes, sem perceber. É quando
usamos uma palavra para nos referirmos a muitas coisas. Por exemplo, quando queremos dizer que gostamos de ler
todos os livros da escritora Cecília Meireles, podemos dizer apenas: “Gosto de ler Cecília Meireles”.

#5 PERÍFRASE

Usamos para substituir algo por uma característica marcante. Geralmente é utilizada para evitar a repetição de nomes.
Se já utilizamos a palavra leão em nosso texto ou fala, na próxima vez podemos usar a perífrase e chamá-lo por uma
de suas características marcantes: “rei da selva”.

#6 ANTONOMÁSIA

É parecida com a perífrase, mas é utilizada para pessoas. Se já utilizamos o nome do jogador de futebol Pelé em nosso
texto ou fala, na próxima oportunidade podemos utilizar antonomásia e chamá-lo de “rei do futebol”, ou seja, um
conjunto de palavras que caracteriza esta pessoa que estamos nos referindo.
#7 SINESTESIA

Esta figura é bastante utilizada em poesias e músicas e busca misturar os sentidos humanos (olfato, paladar, tato,
audição, visão). O silêncio, por exemplo, envolve a audição, porém, podemos chamá-lo de “amargo”, palavra que está
relacionada ao paladar. Exemplo: “Um silêncio amargo envolveu os alunos.”

#8 HIPÉRBOLE

Outra figura de linguagem muito utilizada. Ela busca causar impacto ao exagerar algo. Quando estamos com fome,
podemos usar a hipérbole e dizer: “Estou morta de fome”. A intenção é dar ênfase no que queremos comunicar.
Chamar a atenção de nosso leitor ou ouvinte com termos exagerados é uma estratégia de convencimento.

#9 EUFEMISMO

Se, em vez de exagerar, queremos suavizar algo, utilizamos os eufemismos. Assim, o eufemismo pode ser visto como
o oposto da hipérbole. Utilizamos o eufemismo quando queremos ser menos diretos ou depreciativos. Em vez de dizer
que alguém morreu, por exemplo, podemos dizer que alguém “descansou em paz”.

#10 CATACRESE

Utilizamos para nomear coisas que não tem nome. Por exemplo, quando seguramos uma xícara seguramos o quê? Se
não sabemos, podemos utilizar a catacrese e chamar de “asa da xícara”. Pegamos uma palavra que existe “asa”, ou
seja, algo lateral, e aplicamos à parte da xícara que não sabemos como nomear.

#11 PLEONASMO

É considerado um vício de linguagem, ou seja, devemos evitar. Ocorre quando utilizamos uma palavra ou expressão,
numa mesma frase, com o mesmo significado. A frase se torna, assim, redundante, pois afirmamos a mesma coisa
duas vezes. Por exemplo: subir para cima, descer para baixo.

#12 ANÁFORA

Bastante utilizada na poesia e na música, a anáfora acontece quando repetimos palavras ou expressões, geralmente
no começo da frase. Usamos a anáfora quando queremos enfatizar uma mensagem. Por exemplo:

Era uma estrela tão alta!


Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
(Manuel Bandeira)

#13 AMBIGUIDADE

Outra figura de linguagem muito utilizada na poesia. Em textos ou falas, porém, deve ser evitada, por ser considerada
um vício de linguagem. Ela ocorre quando uma frase fica com duplo sentido, ou seja, confunde a interpretação de
quem ouve ou lê. Ocorre quando, por exemplo, usamos o pronome “seu” ou “sua” de maneira inadequada: “Joana
pediu a João que pegasse sua mochila na sala.” De quem era a mochila? Está ambíguo. Também ocorre em caso de
sintaxe inadequada: “O garoto mal-humorado resmungou durante a prova.” O garoto estava mal-humorado ou ele é
sempre mal-humorado? Não sabemos. Está ambíguo. Outro caso, é no uso dos verbos no gerúndio: “A garota viu o
vizinho correndo.” Quem estava correndo? Não está claro, está ambíguo.

#14 ALEGORIA

Usamos alegorias para ampliar o significado de algo. “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. (...) Há coros
numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente… Este trecho, escrito por Machado de Assis, busca mostrar
como um de seus personagens enxerga a vida. Para isso, ele a compara com uma orquestra. A orquestra, como a vida,
tem começo, meio e fim.

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