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APGAFYA
- SOI II
Júlia Morbeck
@med.morbeck
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APG 01
↠ O sistema nervoso é o principal sistema de controle e ↠ O encéfalo e a medula espinal são contínuos entre si
comunicação do corpo. Cada pensamento, ação, instinto no forame magno (SEELY, 10ª ed.).
e emoção refletem a sua atividade. Suas células
↠ O SNC é o centro de integração e comando do
comunicam-se por meio de sinais elétricos, que são
sistema nervoso, pois recebe sinais sensitivos, interpreta-
rápidos e específicos e, normalmente, produzem
os e determina as respostas motoras com base em
respostas quase imediatas (MARIEB, 7ª ed.).
experiências pregressas, reflexos e condições atuais
↠ Com apenas 2 kg de peso, cerca de 3% do peso (MARIEB, 7ª ed.).
corporal total, o sistema nervoso é um dos menores,
↠ O SNC processa muitos tipos diferentes de
porém mais complexos, dos 11 sistemas corporais. Esta
informações sensitivas. Também é a fonte dos
rede intrincada de bilhões de neurônios e de um número
pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria
ainda maior de células da neuróglia está organizada em
dos sinais que estimulam a contração muscular e a
duas subdivisões principais: o sistema nervoso central e o
liberação das secreções glandulares se origina no SNC
sistema nervoso periférico (TORTORA, 14ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
Morfologia do sistema nervoso central e periférico
Encéfalo
BÔNUS
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• O diencéfalo dá origem ao tálamo, ao hipotálamo, ao circundando uma região interna de substância cinzenta.
epitálamo e ao terceiro ventrículo No entanto, os núcleos de substância cinzenta também
• O mesencéfalo forma estrutura de mesmo nome e o
estão situados na substância branca do tronco encefálico
aqueduto do mesencéfalo
• O metencéfalo dá origem à ponte, ao cerebelo e à parte (MARIEB, 7ª ed.).
superior do quarto ventrículo
• O mielencéfalo forma o bulbo (medula oblonga) e a parte BULBO (MEDULA OBLONGA)
inferior do quarto ventrículo.
↠ O bulbo é contínuo com a parte superior da medula
↠ O tronco encefálico é contínuo com a medula espinal espinal; ele forma a parte inferior do tronco encefálico. O
e é composto pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo. bulbo se inicia na altura do forame magno e se estende
Posteriormente ao tronco encefálico se encontra o até a margem inferior da ponte por uma distância de
cerebelo. Superiormente ao tronco encefálico se localiza aproximadamente 3 cm (MARIEB, 7ª ed.).
o diencéfalo, formado pelo tálamo, pelo hipotálamo e pelo
epitálamo. Apoiado no diencéfalo está o telencéfalo
(cérebro), a maior parte do encéfalo (TORTORA, 14ª ed.).
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IMPORTANTE: Logo acima da junção do bulbo com a por contrações espasmódicas do diafragma que geram um som agudo
medula espinal, 90% dos axônios da pirâmide esquerda durante a inspiração (TORTORA, 14ª ed.).
cruzam para o lado direito, e 90% dos axônios da pirâmide ↠ Lateralmente a cada pirâmide encontra-se uma
direita cruzam para o lado esquerdo. Este cruzamento é protuberância oval chamada de oliva. Na oliva se localiza o
conhecido como decussação das pirâmides e explica por núcleo olivar inferior, que recebe eferências do córtex
que cada lado do encéfalo é responsável pelos cerebral, do núcleo rubro do mesencéfalo e da medula
movimentos voluntários do lado oposto do corpo espinal. Neurônios do núcleo olivar inferior projetam seus
(TORTORA, 14ª ed.). axônios para o cerebelo, onde regulam a atividade dos
↠ O bulbo também apresenta diversos núcleos. neurônios cerebelares. Ao influenciar a atividade neuronal
(Lembre-se de que núcleo é um agrupamento de corpos cerebelar, o núcleo fornece instruções que o cerebelo
celulares neuronais no SNC.) (TORTORA, 14ª ed.). utiliza para ajustar a atividade muscular, à medida que
Seguindo pelo centro do tronco encefálico, há um você aprende novas habilidades motoras (TORTORA, 14ª
agrupamento de pequenos núcleos que constituem a ed.).
formação reticular. Os núcleos da formação reticular Duas estruturas ovais, chamadas olivas, sobressaem-se na superfície
compõem três colunas em cada lado, que se estendem anterior do bulbo, lateralmente às terminações superiores das
por todo o comprimento do tronco encefálico: os núcleos pirâmides. As olivas são núcleos envolvidos com o equilíbrio, a
coordenação e a modulação do som oriundo da orelha interna (SEELY,
da rafe adjacente à linha média, que são ladeados pelo 10ª ed.).
grupo nuclear mediano e depois pelo grupo nuclear lateral
(coluna medial e coluna lateral) (MARIEB, 7ª ed.).
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Por fim, o bulbo contém núcleos associados aos cinco ventrículo (abaixo). Da mesma forma que o bulbo e a
pares de nervos cranianos (TORTORA, 14ª ed.). ponte, o mesencéfalo contém núcleos e tratos
(TORTORA, 14ª ed.).
PONTE
↠ A cavidade central do mesencéfalo é o aqueduto do
↠ A ponte está logo acima do bulbo e anterior ao mesencéfalo, que divide o mesencéfalo em teto,
cerebelo, com cerca de 2,5 cm de comprimento. Assim posteriormente, e pedúnculos cerebrais, anteriormente
como o bulbo, a ponte é formada por núcleos e tratos. (MARIEB, 7ª ed.).
Como diz o próprio nome, a ponte liga partes do encéfalo
entre si. Estas conexões são possíveis graças a feixes de ↠ O teto do mesencéfalo consiste em quatro núcleos
axônios (TORTORA, 14ª ed.). que formam saliências na superfície dorsal, coletivamente
denominados corpos quadrigêmeos. Cada saliência, por
↠ A ponte é dividida em duas estruturas principais: uma sua vez, é denominada colículo; as duas saliências
região ventral e outra dorsal. A região ventral da ponte superiores são os colículos superiores, e as duas
forma uma grande estação de transmissão sináptica inferiores, os colículos inferiores (SEELY, 10ª ed.).
composta por centros dispersos de substância cinzenta
conhecidos como núcleos pontinhos. Vários tratos de Os colículos superiores recebem aferências sensoriais dos sistemas
visual, auditivo e tátil, e estão envolvidos nos movimentos reflexos da
substância branca entram e saem destes núcleos, e cada
cabeça, olhos e corpo a esses estímulos, como sons muito altos, luzes
um deles conecta o córtex de um hemisfério cerebral piscando ou uma dor muito forte. Por exemplo, quando um objeto
com o córtex do hemisfério do cerebelo contralateral. brilhante surge repentinamente no campo visual de uma pessoa,
(TORTORA, 14ª ed.). ocorre um reflexo que movimenta os olhos em direção ao objeto,
focando-o. Os colículos inferiores estão envolvidos na audição e
↠ A região dorsal da ponte é semelhante às demais integram as vias auditivas do SNC. (SEELY, 10ª ed.).
regiões do tronco encefálico – bulbo e mesencéfalo. Ela
contém tratos ascendentes e descendentes e núcleos de
nervos cranianos (TORTORA, 14ª ed.).
↠ O mesencéfalo se estende da ponte ao diencéfalo e ↠ O núcleo rubro recebe essa denominação porque as
tem cerca de 2,5 cm de comprimento. O aqueduto do amostras de tecido cerebral fresco aparecem em
mesencéfalo (aqueduto de Silvio) passa pelo mesencéfalo, tonalidade rósea, como resultado do abundante
conectando o terceiro ventrículo (acima) com o quarto
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suprimento sanguíneo local. Ele auxilia na regulação e consciência a partir do qual o indivíduo pode ser despertado. Por outro
coordenação das atividades motoras (SEELY, 10ª ed.). lado, lesões do SRAA podem levar ao coma, estado de inconsciência
do qual a pessoa não pode ser despertada (TORTORA, 14ª ed.).
Cerebelo
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situam os neurônios que conduzem impulsos nervosos do ↠ Uma lâmina em forma de Y composta de substância
cerebelo para outros centros encefálicos (TORTORA, 14ª branca, a lâmina medular, divide os núcleos do tálamo em
ed.). três grupos: grupo anterior, grupo mediano e grande
grupo lateral (MARIEB, 7ª ed.).
Os impulsos aferentes de todos os sentidos conscientes, exceto o
olfato, convergem no tálamo e comunicam-se por sinapses em pelo
menos um de seus núcleos (MARIEB, 7ª ed.). Por esta razão, o tálamo
é considerado o centro de retransmissão sensorial do encéfalo
(SEELY, 10ª ed.).
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Meninges
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VENTRÍCULO
O SNC se forma como um tubo oco, que no adulto pode ser reduzido
significativamente em algumas áreas, no adulto, e expandido em outras.
O interior dos ventrículos é revestido por uma camada única de células
epiteliais, as células ependimárias. Cada hemisfério cerebral contém
uma destas cavidades, os ventrículos laterais. Os ventrículos laterais
são separados entre si pelo septo pelúcido, o qual se encontra na linha
mediana, imediatamente inferior ao corpo caloso, e em geral são
fundidos entre si (SEELY, 10ª ed.). Durante a infância, a medula espinal e a coluna vertebral crescem, se
alongando, como parte do crescimento total do corpo. A medula
As células ependimárias são células cúbicas ou colunares que, de maneira espinal para de crescer entre 4 e 5 anos de idade, mas a coluna
semelhante a um epitélio, revestem os ventrículos do cérebro e o canal central
vertebral continua crescendo. Desse modo, a medula espinal do adulto
da medula espinal (ver adiante). Em alguns locais, as células ependimárias são
não acompanha toda a extensão da coluna vertebral. A medula espinal
ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR)
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). do adulto varia entre 42 a 45 cm de comprimento. Seu diâmetro
máximo é de aproximadamente 1,5 cm na região cervical inferior e é
Uma pequena cavidade na linha média, o terceiro ventrículo, está ainda menor na região torácica e em sua extremidade inferior
localizada no centro do diencéfalo, entre as duas metades do tálamo. (TORTORA, 14ª ed.).
Os dois ventrículos laterais comunicam-se com o terceiro ventrículo
por meio do forame interventricular. O quarto ventrículo está situado ↠ Em uma vista externa da medula espinal, são
na porção inferior da ponte e superior do bulbo, na base do cerebelo observadas duas intumescências. A superior, a
(SEELY, 10ª ed.). intumescência cervical, se estende da quarta vértebra
LÍQUIDO CEREBROESPINHAL cervical (C IV) até a primeira vértebra torácica (T I). Os
nervos dos membros superiores são derivados desta
O líquido cerebrospinal (LCS) é um líquido claro, semelhanteao plasma
região. A inferior, chamada intumescência lombar, se
sanguíneo, porém com menor quantidade de proteínas. Ele banha o
encéfalo e a medula espinal, fornecendo proteção ao SNC. O LCS estende da nona até a décima segunda vértebra torácica
permite que o encéfalo flutue no interior da cavidade craniana, de (T XII). Os nervos dos membros inferiores se originam
modo a não repousar diretamente sobre a superfície do crânio ou da desta região (TORTORA, 14ª ed.).
dura-máter. Além disso, protege o encéfalo de impactos causados por
movimentos rápidos da cabeça, bem como fornece alguns nutrientes ↠ Abaixo da intumescência lombar, a medula espinal se
aos tecidos do SNC (SEELY, 10ª ed.). termina em uma estrutura cônica e afilada conhecida
Medula Espinal como cone medular, que se estende até o nível do disco
intervertebral entre a primeira e a segunda vértebras
↠ A medula espinal passa pelo canal vertebral da coluna lombares (L I–L II) em adultos. Do cone medular surge o
vertebral. O canal vertebral é formado de forames filamento terminal, uma extensão de pia-máter que se
vertebrais sucessivos das vértebras articuladas. A medula estende inferiormente, se funde com a aracnoide-máter
espinal estende-se do forame magno na base do osso e com a dura-máter, e ancora a medula espinal no cóccix
occipital até o nível da primeira ou segunda vértebra (TORTORA, 14ª ed.).
lombar (L I ou L II). Nessa extremidade inferior, a medula
espinal afunila no cone medular (“cone da medula espinal”).
Um filamento longo de tecido conjuntivo, o filamento
terminal, estende-se do cone medular e conecta-se ao
cóccix inferiormente ancorando a medula espinal de
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Uma secção transversal revela que a medula espinal consiste em uma ↠ O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS),
porção esbranquiçada superficial e uma porção acinzentada profunda. sistema nervoso autônomo (SNA, divisão autônoma do
A substância branca consiste em axônios mielinizados, que formam as
sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica) e
vias nervosas, e a substância cinzenta consiste em corpos celulares de
neurônios, dendritos e axônios. Uma fissura mediana ventral e um sulco sistema nervoso entérico (SNE) (TORTORA, 14ª ed.).
mediano dorsal são fendas profundas que separam parcialmente as
duas metades da medula espinal. A substância branca em cada metade ↠ O SNP é dividido funcionalmente em sensitivo e motor
da medula espinal é organizada em três colunas, ou funículos, (MARIEB, 7ª ed.).
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↠ As entradas sensitivas e as saídas (motoras) do SNP ↠ Os neurônios têm morfologia complexa, mas quase
são subdivididas em somáticas (inervação do tubo todos apresentam três componentes:
externo) ou viscerais (inervação dos órgãos viscerais ou
tubo interno). Dentro da divisão sensitiva, as aferências são • Dendritos: prolongamentos cujo diâmetro
diferenciadas em gerais (disseminadas) ou especiais diminui à medida que se afastam do pericário.
(localizadas, isto é, sentidos especiais). O componente São ramificados e numerosos e constituem o
motor visceral do SNP é a divisão autônoma do sistema principal local para receber os estímulos do meio
nervoso (SNA), que possui as partes parassimpática e ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de
simpática (MARIEB, 7ª ed.). outros neurônios (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
A maioria das células nervosas tem numerosos dendritos, que
Neurônios aumentam consideravelmente a superfície celular, tornando possível
receber impulsos trazidos por numerosas terminações axonais de
↠ As células nervosas ou neurônios são responsáveis outros neurônios (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
pela recepção e pelo processamento de informações,
Os neurônios que têm um só dendrito (bipolares) são pouco
atividades que terminam com a transmissão de sinalização
frequentes e localizam-se somente em algumas regiões específicas.
por meio da liberação de neurotransmissores e de outras Ao contrário dos axônios, que mantêm o diâmetro constante ao longo
moléculas informacionais (JUNQUEIRA, 13ª ed.). de seu comprimento, os dendritos tornam-se mais finos à medida que
se ramificam, como os galhos de uma árvore (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso
A composição do citoplasma da base dos dendritos, próximo ao
(uma unidade funcional é a menor estrutura que pode
pericário, é semelhante à do corpo celular; porém, não há complexo
realizar as funções de um sistema) (SILVERTHORN, 7ª de Golgi (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
ed.).
A maioria dos impulsos que chegam a um neurônio é recebida por
↠ Os neurônios são formados pelo corpo celular, ou pequenas projeções dos dendritos, os espinhos dendríticos. São
pericário, constituído pelo núcleo e por parte do formados por uma parte alongada presa ao dendrito e terminam com
uma pequena dilatação. Os espinhos dendríticos são muito numerosos
citoplasma. O pericário emite prolongamentos, cujo e um importante local de recepção de sinalização (impulsos nervosos)
volume total é geralmente maior do que o do corpo que chega à membrana dos dendritos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
celular (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
• Corpo celular ou pericárdio: é o centro trófico
da célula, onde se concentram organelas, e que
também é capaz de receber estímulos
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
O corpo celular, ou pericário, é a porção do neurônio que contém o
núcleo e o citoplasma que envolve o núcleo. Na maioria dos neurônios
o núcleo é esférico e aparece pouco corado, pois seus cromossomos
são muito distendidos, indicando a alta atividade sintética dessas células
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
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O corpo celular dos neurônios é rico em retículo endoplasmático CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS
granuloso, que forma agregados de cisternas paralelas, entre as quais
existem numerosos polirribossomos livres. Esses conjuntos de De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classificados
cisternas e ribossomos são vistos ao microscópio óptico como nos seguintes tipos: (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
manchas basófilas espalhadas pelo citoplasma, os corpúsculos de Nissl
• Neurônios bipolares: que têm um dendrito e um axônio.
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
• Neurônios multipolares: que apresentam vários dendritos e
O complexo de Golgi localiza-se exclusivamente no pericário e é um axônio
formado por vários grupos de cisternas localizados em torno do • Neurônios pseudounipolares: que apresentam junto ao
núcleo. As mitocôndrias existem em quantidade moderada no corpo celular um prolongamento único que logo se divide
pericário, mas são encontradas em grande número nas terminações em dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro para
axonais (JUNQUEIRA, 13ª ed.). o SNC.
Alguns axônios são curtos, mas, na maioria dos casos, são mais longos A maioria dos neurônios é multipolar (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
do que os dendritos das mesmas células. Os axônios das células
motoras da medula espinal que inervam os músculos do pé de um Os neurônios podem ainda ser classificados segundo a sua função. Os
adulto, por exemplo, podem ter mais de 1 m de comprimento motores controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). endócrinas e fibras musculares. Os sensoriais recebem estímulos
sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo. Os interneurônios
Geralmente, o axônio se origina de uma pequena formação cônica estabelecem conexões entre neurônios, sendo portanto, fundamentais
que se projeta do corpo celular, denominada cone de implantação. O para a formação de circuitos neuronais desde os mais simples até os
trecho do axônio que parte do cone de implantação, denominado mais complexos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
segmento inicial, não é recoberto por mielina. É um trecho curto, mas
muito importante para a geração do impulso nervoso, fato que se Obs.: No SNC os corpos celulares dos neurônios localizam-se somente na
deve à existência de grande quantidade de canais iônicos para Na+ em substância cinzenta. A substância branca não apresenta pericários, mas apenas
sua membrana plasmática (JUNQUEIRA, 13ª ed.). prolongamentos deles. No SNP os pericários são encontrados em gânglios e
em alguns órgãos sensoriais, como a mucosa olfatória (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
O citoplasma do axônio, ou axoplasma, é muito pobre em organelas.
Tem poucas mitocôndrias, algumas cisternas do retículo Células da neuroglia do SNC
endoplasmático liso e muitos microfilamentos e microtúbulos. A
ausência de retículo endoplasmático granuloso e de polirribossomos A neuróglia ou glia constitui aproximadamente metade do volume do
demonstra que o axônio é mantido pela atividade sintética do SNC. Seu nome deriva da concepção de antigos histologistas que
pericárdio (JUNQUEIRA, 13ª ed.). acreditavam que a neuróglia era a “cola” que mantinha o tecido
nervoso unido. Agora sabemos que a neuróglia não é uma mera
CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS NERVOSAS expectadora e de fato participa ativamente nas funções do tecido
nervoso. Geralmente as células da neuróglia são menores que os
As dimensões e a forma das células nervosas e seus prolongamentos neurônios, mas são 5 a 25 vezes mais numerosas. Ao contrário dos
são muito variáveis. O corpo celular pode ser esférico, piriforme ou neurônios, a neuroglia não gera ou propaga potenciais de ação e pode
anguloso. Em geral, as células nervosas são grandes, podendo o corpo se multiplicar e se dividir no sistema nervoso maduro. Quando ocorre
celular medir até 150 µm de diâmetro. Uma célula com essa dimensão, uma lesão ou uma doença, a neuróglia se multiplica para preencher
quando isolada, é visível a olho nu. Todavia, os neurônios denominados os espaços anteriormente ocupados pelos neurônios (TORTORA, 14ª
células granulosas do cerebelo estão entre as menores células dos ed.).
mamíferos, tendo seu corpo celular 4 a 5 µm de diâmetro
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Sob a designação de neuróglia ou glia incluem-se
vários tipos celulares encontrados no SNC ao lado dos
neurônios (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
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ASTRÓCITOS
↠ Os astrócitos são células de forma estrelada com
múltiplos prolongamentos irradiando do corpo celular. Eles
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têm muitos feixes de filamentos intermediários ↠ A micróglia secreta diversas citocinas reguladoras do
constituídos pela proteína fibrilar ácida da glia, os quais são processo imunitário e remove os restos celulares que
um importante elemento de suporte estrutural dos surgem nas lesões do SNC (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
prolongamentos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS
↠ Há dois tipos de astrócitos: fibrosos e protoplasmáticos.
Os astrócitos fibrosos têm prolongamentos menos ↠ Células ependimárias alinham os ventrículos (cavidades)
numerosos e mais longos, e se localizam do encéfalo e o canal central da medula espinal. Células
preferencialmente na substância branca. Os astrócitos ependimárias especializadas e vasos sanguíneo formam o
protoplasmáticos, encontrados principalmente na plexo corioide, que estão localizadas dentro de certas
substância cinzenta, apresentam maior número de regiões dos ventrículos. O plexo corioide secreta o líquido
prolongamentos, curtos e muito ramificados (JUNQUEIRA, cerebrospinal que flui pelos ventrículos do encéfalo
13ª ed.). (SEELY, 10ª ed.).
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série de membranas firmemente embrulhadas, ricas em intracelular despolariza a membrana celular e gera um sinal elétrico
fosfolipídeos, com pouco citoplasma prensado entre as (SILVERTHORN, 7ª ed.).
camadas de membrana. As membranas fortemente O movimento de íons através da membrana também pode
embrulhadas constituem a bainha de mielina e dão uma hiperpolarizar a célula. Se a membrana celular subitamente se torna
aparência branca aos axônios mielinizados por causa da mais permeável ao K+, sua carga positiva é perdida de dentro da célula
e esta se torna mais negativa (hiperpolariza). Uma célula também pode
alta concentração de lipídeos (SEELY, 10ª ed.). hiperpolarizar, se íons carregados negativamente, como o Cl-,
entrarem na célula a partir do líquido extracelular (SILVERTHORN, 7ª
↠ A bainha de mielina não é contínua, mas é
ed.).
interrompida a cada 0,3-1,5 mm. Nesses locais, existem
leves constrições onde as bainhas de mielina das células Como uma célula muda a sua permeabilidade iônica? A maneira mais
simples é abrir ou fechar canais existentes na membrana. Os neurônios
adjacentes mergulham em direção ao axônio, mas não o
contêm uma grande variedade de canais iônicos com portão que
cobrem, deixando uma área descoberta de 2-3 µm de alternam entre os estados aberto e fechado, dependendo das
comprimento. Essas interrupções da bainha de mielina são condições intracelulares e extracelulares (SILVERTHORN, 7ª ed.).
os nódulos de Ranvier. Embora o axônio não seja coberto
Os canais iônicos, em geral, são denominados de acordo com os
por mielina no nódulo de Ranvier, as células de Schwann principais íons que passam através deles. Existem quatro tipos
ou os oligodendrócitos se estendem pelo nó e se principais de canais iônicos seletivos no neurônio: (1) canais de Na+, (2)
conectam umas às outras (SEELY, 10ª ed.). canais de K+, (3) canais de Ca2+e (4) canais de Cl-. A facilidade com
que os íons fluem através um canal é denominada condutância do
↠ Axônios não mielinizados descansam em invaginações canal (G) (SILVERTHORN, 7ª ed.).
das células de Schwann ou dos oligodendrócitos. A A grande maioria dos canais com portão é classificada dentro de uma
membrana plasmática celular envolve cada axônio, mas destas três categorias: (SILVERTHORN, 7ª ed.).
não o em rola muitas vezes (SEELY, 10ª ed.).
• Os canais iônicos controlados mecanicamente são
encontrados em neurônios sensoriais e se abrem em
resposta a forças físicas, como pressão ou estiramento.
• Os canais iônicos dependentes de ligante da maioria dos
neurônios respondem a uma grande variedade de ligantes,
como neurotransmissores e neuromoduladores
extracelulares ou moléculas sinalizadoras intracelulares.
• Os canais iônicos dependentes de voltagem respondem a
mudanças no potencial de membrana da célula. Os canais
de Na+ e K+ dependentes de voltagem possuem um
importante papel na inicialização e na condução dos sinais
elétricos ao longo do axônio.
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Quando um potencial de ação acontece em um neurônio, ele é A habilidade de um neurônio de responder ao estímulo e disparar um
chamado potencial de ação nervoso (impulso nervoso) (TORTORA, potencial de ação é chamada de excitabilidade celular (SILVERTHORN,
14ª ed.). 7ª ed.).
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↠ Os potenciais de ação iniciam quando os canais iônicos movendo para dentro da célula. Enquanto a
dependentes de voltagem se abrem, alterando a permeabilidade ao Na+ continuar alta, o potencial de
permeabilidade da membrana (P) para Na+ (PNa) e K+ (PK) membrana desloca-se na direção do potencial de
(SILVERTHORN, 7ª ed.). equilíbrio do sódio (ENa) de +60 mV. (Lembre-se que o
ENa é o potencial de membrana no qual o movimento de
Na+ para dentro da célula a favor do seu gradiente de
concentração é contraposto pelo potencial de membrana
positivo. O potencial de ação atinge seu pico em +30 mV
quando os canais de Na+ presentes no axônio se fecham
e os canais de potássio se abrem 5. (SILVERTHORN, 7ª
ed.).
↠ Assim que o potencial de membrana da célula fica ↠ A retenção de K+ e o vazamento de Na+ para dentro
positivo, a força elétrica direcionando o Na+ para dentro do axônio faz o potencial de membrana retornar aos -70
da célula desaparece. Entretanto, o gradiente de mV 9, valor que reflete a permeabilidade da célula em
concentração do Na+ se mantém, e o sódio continua se repouso ao K+, Cl- e Na+ (SILVERTHORN, 7ª ed.).
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assim minimizando o vazamento do fluxo corrente para fora da célula. indireta de comunicação. Em resposta a um impulso
O axônio não mielinizado possui uma baixa resistência ao vazamento nervoso, o neurônio pré-sináptico libera um
de corrente, uma vez que toda a membrana do axônio está em
contato com o líquido extracelular e contém canais iônicos pelos quais
neurotransmissor que se difunde pelo líquido da fenda
a corrente pode vazar (SILVERTHORN, 7ª ed.). sináptica e se liga a receptores na membrana plasmática
do neurônio pós-sináptico (TORTORA, 14ª ed.).
Sinapses
↠ O neurônio pós-sináptico recebe o sinal químico e, na
↠ A região onde o terminal axonal encontra a sua célula- sequência, produz um potencial pós-sináptico, um tipo de
alvo é chamada de sinapse. O neurônio que transmite um potencial graduado. Desse modo, o neurônio pré-sináptico
sinal para a sinapse é denominado célula pré-sináptica, e converte o sinal elétrico (impulso nervoso) em um sinal
o neurônio que recebe o sinal é chamado de célula pós- químico (neurotransmissor liberado). O neurônio pós-
sináptica. O espaço estreito entre duas células é a fenda sináptico recebe o sinal químico e, em contrapartida, gera
sináptica. Apesar de as ilustrações caracterizarem a fenda um sinal elétrico (potencial pós-sináptico) (TORTORA, 14ª
sináptica como um espaço vazio, ela é preenchida por ed.).
uma matriz extracelular com fibras que ancoram as
células pré e pós-sinápticas no lugar (SILVERTHORN, 7ª ↠ A maior parte das sinapses no sistema nervoso são
ed.). sinapses químicas, as quais utilizam moléculas neurócrinas
para transportar a informação de uma célula à outra. Nas
↠ As sinapses são locais de grande proximidade entre sinapses químicas, o sinal elétrico da célula pré-sináptica é
neurônios, responsáveis pela transmissão unidirecional de convertido em um sinal neurócrino que atravessa a fenda
sinalização. Há dois tipos: sinapses químicas e sinapses sináptica e se liga a um receptor na sua célula-alvo
elétricas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). (SILVERTHORN, 7ª ed.).
A grande maioria das sinapses no corpo são sinapses químicas, em A composição química neurócrina é variada, e essas moléculas podem
que a célula pré-sináptica libera sinais químicos que se difundem funcionar como neurotransmissores, neuromoduladores ou neuro-
através da fenda sináptica e se ligam a um receptor de membrana hormônios. Os neurotransmissores e os neuromoduladores atuam
localizado na célula pós-sináptica. O SNC humano também possui como sinais parácrinos, com as suas células-alvo localizadas perto do
sinapses elétricas, em que a célula pré-sinápticas e a célula pós- neurônio que as secreta. Em contrapartida, os neuro-hormônios
sináptica estão conectadas através de junções comunicantes. As sãosecretados no sangue e distribuídos pelo organismo
junções comunicantes permitem que correntes elétricas fluam (SILVERTHORN, 7ª ed.).
diretamente de uma célula à outra. A transmissão de uma sinapse
elétrica além de ser bidirecional também é mais rápida do que uma Em geral, se uma molécula atua principalmente em uma sinapse e
sinapse química. (SILVERTHORN, 7ª ed.). gera uma resposta rápida, ela é chamada de neurotransmissor, mesmo
ela também atuando como um neuromodulador. Os
SINAPSES ELÉTRICAS neuromoduladores agem tanto em áreas sinápticas quanto em áreas
não sinápticas e produzem ação mais lenta (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ As sinapses elétricas transmitem um sinal elétrico, ou
Os receptores neurócrinos encontrados nas sinapses químicas podem
corrente, diretamente do citoplasma de uma célula para ser divididos em duas categorias: receptores de canal, que são canais
outra através de poros presentes nas proteínas das iônios dependentes de ligante, e receptores acoplados à proteína G
junções comunicantes. A informação pode fluir em ambas (RPG). Os receptores de canais medeiam a reposta rápida, alterando o
as direções em quase todas as junções comunicantes, fluxo de íons através da membrana, por isso eles são chamados de
receptores ionotrópicos (SILVERTHORN, 7ª ed.).
porém, em alguns casos, a corrente pode fluir em apenas
uma direção (uma sinapse retificadora) (SILVERTHORN, Os receptores ionotrópicos são proteínas compostas por quatro ou
7ª ed.). cinco subunidades que dão origem a uma macromolécula. Estes
alteram a sua forma tridimensional quando há ligação do
SINPASES QUÍMICAS neurotransmissor, que leva à abertura do canal. Isto significa que a
ativação do canal iónico é feita pelo próprio neurotransmissor
↠ Apesar das membranas plasmáticas dos neurônios pré (COSTA,2015).
e pós sinápticos em uma sinapse química estarem
próximas entre si, elas não se tocam. Elas são separadas
pela fenda sináptica, um espaço de 20 a 50 nm que é
preenchido com líquido intersticial (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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ACETILCOLINA
↠ A acetilcolina (ACh) possui uma classificação química
específica e é sintetizada a partir da colina e da acetil-
coenzima A (acetil-CoA). A colina é uma molécula
pequena também encontrada em fosfolipídeos de
Neurotransmissores membrana. A acetil-CoA é o intermediário metabólico que
liga a glicólise ao ciclo do ácido cítrico (SILVERTHORN, 7ª
↠ Os neurotransmissores são compostos químicos ed.).
sintetizados nos neurônios responsáveis pela sinalização
↠ A síntese de ACh a partir desses dois precursores é
celular por meio de sinapses (DINIZ et. al., 2020).
realizada em uma reação enzimática simples, que ocorre
no terminal axonal. Os neurônios que secretam ACh e os
@jumorbeck
21
receptores que se ligam à ACh são descritos como neurotransmissor da divisão simpática autônoma do SNP.
colinérgicos. (SILVERTHORN, 7ª ed.). Todas as três moléculas derivadas do triptofano podem
agir como neuro-hormônios (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Os receptores colinérgicos possuem dois subtipos
principais: nicotínicos, assim denominados porque a ↠ Os neurônios que secretam a noradrenalina são
nicotina é um agonista, e muscarínicos, da palavra denominados neurônios adrenérgicos, ou neurônios
muscarina, um composto agonista encontrado em alguns noradrenérgicos (SILVERTHORN, 7ª ed.).
tipos de fungos (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Os receptores adrenérgicos são divididos em duas
↠ Os receptores colinérgicos nicotínicos são classes: (alfa) e(beta), cada uma com vários subtipos.
encontrados no músculo esquelético, na divisão autônoma Como os receptores muscarínicos, os receptores
do SNP e no SNC. Os receptores nicotínicos são canais adrenérgicos são acoplados à proteína G (SILVERTHORN,
de cátions monovalentes, pelos quais tanto Na+ quanto K+ 7ª ed.).
atravessam. A entrada de sódio na célula excede a saída
de K+, uma vez que o gradiente eletroquímico para o Na+ AMINOÁCIDOS
é mais forte. Como resultado, a quantidade de Na+ que ↠ Vários aminoácidos atuam como neurotransmissores
entra despolariza a célula pós-sináptica e a probabilidade no SNC. O glutamato é o principal neurotransmissor
de ocorrer um potencial de ação é maior (SILVERTHORN, excitatório do SNC, já o aspartato é um neurotransmissor
7ª ed.). excitatório apenas em algumas regiões do cérebro. O
↠ Os receptores colinérgicos muscarínicos possuem glutamato também age como um neuromodulador
cinco subtipos relacionados. Todos são receptores (SILVERTHORN, 7ª ed.).
acoplados à proteína G ligados a sistemas de segundos ↠ Os neurotransmissores excitatórios despolarizam as
mensageiros. A resposta do tecido à ativação dos suas células-alvo, geralmente abrindo canais iônicos que
receptores muscarínicos varia conforme o subtipo do permitem a entrada de íons positivos na célula
receptor (SILVERTHORN, 7ª ed.). (SILVERTHORN, 7ª ed.).
AMINAS ↠ O principal neurotransmissor inibidor no encéfalo é o
↠ Os neurotransmissores do tipo aminas são todos ativos ácido gama-aminobutíruco (GABA) (SILVERTHORN, 7ª
no SNC (SILVERTHORN, 7ª ed.). ed.).
A 5-HT é sintetizada por células específicas do trato gastrointestinal, ↠ Os receptores AMPA são canais de cátions
denominadas células enterocromafins (cerca de 90%), além de monovalentes dependentes de ligante similares aos
neurônios do sistema nervoso entéric e pelas plaquetas (DINIZ et. al., receptores-canais nicotínicos de acetilcolina. A ligação do
2020).
glutamato abre o canal, e a célula despolariza devido ao
Como funções, tem-se que a 5-HT coopera na modulação influxo de Na+ (SILVERTHORN, 7ª ed.).
hidroeletrolítica e da motilidade gastrointestinal, além de atuar sobre o
humor, emoções, o comportamento do indivíduo (incluindo o PEPTÍDEOS
comportamento sexual), ciclos de sono, temperatura, êmese, tônus
vascular periférico e cerebral. Todavia, o aspecto mais relevante para ↠ Entre esses peptídeos existe a substância P, envolvida
a 5-HT está relacionado aos transtornos psiquiátricos, sendo que na em algumas vias da dor, e os peptídeos opioides
depressão há redução dos níveis desse neurotransmissor no SNC
(encefalina e endorfinas), substâncias que medeiam o
(DINIZ et. al., 2020).
alívio da dor, ou analgesia (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ A histamina, sintetizada a partir da histidina, possuiu um
papel nas respostas alérgicas, além de atuar como um ↠ Os peptídeos que agem tanto como neuro-hormônios
neurotransmissor (SILVERTHORN, 7ª ed.). quanto como neurotransmissores incluem a
colecistocinina (CCK), a arginina vasopressina (AVP) e o
↠ O aminoácido tirosina é convertido em dopamina, peptídeo natriurético atrial (ANP) (SILVERTHORN, 7ª ed.).
noradrenalina e adrenalina. A noradrenalina é o principal
@jumorbeck
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LIPÍDEOS
↠ As moléculas lipídicas neurócrinas incluem vários
eicosanoides, que são ligantes endógenos para
receptores canabinoides. O receptor canabinoide CB1 é
encontrado no cérebro, e o CB2 é localizado nas células
imunes (SILVERTHORN, 7ª ed.).
@jumorbeck
23
Referências
@jumorbeck
1
APG 02
@jumorbeck
2
Circulação: LCS é um meio para trocas secundárias de nutrientes e ↠ As características do líquido cefalorraquidiano que
excretas entre o sangue e o tecido encefálico resultam são as seguintes: pressão osmótica quase igual
FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LCS à do plasma; concentração de íons sódio, também quase
igual à do plasma; íons cloreto, cerca de 15% mais alta do
↠ A maior parte do LCS é produzida pelos plexos que no plasma; íons potássio aproximadamente 40%
corióideos, redes de capilares localizadas nas paredes dos mais baixa; glicose, cerca de 30% mais baixa (GUYTON &
ventrículos. Células ependimárias, ligadas entre si por HALL, 13ª ed.).
junções oclusivas, recobrem os capilares dos plexos
corióideos. Substâncias selecionadas (principalmente água) ↠ O líquido cerebrospinal (LCS) é uma solução salina
do plasma sanguíneo, filtradas dos capilares, são (SILVERTHORN, 7ª ed.).
secretadas pelas células ependimárias para produzir o ↠ O LCS contém pequenas quantidades de glicose,
líquido cerebrospinal. Esta capacidade secretória é proteínas, ácido láctico, ureia, cátions (Na+, K+, Ca2+ e
bidirecional e responsável pela produção contínua de LCS Mg2+) e ânions (Cl– e HCO3–); ele também contém alguns
e pelo transporte de metabólitos do tecido encefálico de leucócitos. (TORTORA 14ª ed.).
volta para o sangue (TORTORA, 14ª ed.).
SECREÇÃO DO LCS
Devido às junções oclusivas entre as células ependimárias, as
substâncias que entram no LCS pelos capilares corióideos não passam ↠ O LCS é secretado continuamente pelo plexo coroide,
entre estas células; em vez disso, elas devem passar pelas células
ependimárias. Esta barreira hematoliquórica permite a entrada de
uma região especializada nas paredes dos ventrículos. O
algumas substâncias no LCS, mas exclui outras, protegendo o encéfalo plexo coroide é muito similar ao tecido renal e consiste
e a medula espinal de substâncias sanguíneas potencialmente nocivas. em capilares e um epitélio de transporte derivado do
Ao contrário da barreira hematencefálica, formada principalmente por epêndima (SILVERTHORN, 7ª ed.).
junções oclusivas das células endoteliais dos capilares encefálicos, a
barreira hematoliquórica é composta pelas junções oclusivas das células ↠ A secreção de líquido para os ventrículos pelo plexo
ependimárias (TORTORA, 14ª ed.).
coroide depende, em sua grande parte, do transporte
↠ O líquido cefalorraquidiano é formado na ativo de íons sódio, através das células epiteliais que
intensidade/velocidade de cerca de 500 mililitros por dia, revestem o exterior do plexo (GUYTON & HALL, 13ª ed.).
o que é três a quatro vezes maior do que o volume total
de líquido em todo o sistema liquórico (GUYTON & HALL,
13ª ed.).
➢ Em torno de dois terços ou mais desse líquido
surgem como secreção dos plexos coroides
nos quatro ventrículos cerebrais, principalmente
nos dois ventrículos laterais (GUYTON & HALL,
13ª ed.).
➢ Pequenas quantidades adicionais de líquido são
secretadas pelas superfícies ependimárias de
todos os ventrículos e pelas membranas
aracnoides (GUYTON & HALL, 13ª ed.).
➢ Pequena quantidade vem do cérebro pelos
espaços perivasculares que circundam os vasos
sanguíneos cerebrais (GUYTON & HALL, 13ª ed.).
↠ O liquor normal do adulto é límpido e incolor, apresenta ↠ Os íons sódio, por sua vez, também puxam consigo
de zero a quatro leucócitos por mm3 e uma pressão de grande quantidade de íons cloreto, porque a carga
5 cm a 20 cm de água. obtida na região lombar com positiva do íon sódio atrai a carga negativa do íon cloreto.
paciente em decúbito lateral. Embora o liquor tenha mais Esses dois íons combinados aumentam a quantidade de
cloretos que o sangue, a quantidade de proteínas é muito cloreto de sódio, osmoticamente ativo, no líquido
menor do que a existente no plasma. O volume total do cefalorraquidiano, o que então causa o transporte
liquor é de 100 mL a 150mL, renovando-se osmótico, quase imediato, de água através da membrana,
completamente a cada oito horas (MACHADO, 3ª ed.).
@jumorbeck
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constituindo-se, dessa forma, na secreção liquórica por trás do bulbo e embaixo do cerebelo (GUYTON &
(GUYTON & HALL, 13ª ed.). HALL, 13ª ed.).
@jumorbeck
4
A coleta da amostra de LCR pode ser realizada por três vias clássicas,
sendo a lombar a mais utilizada na rotina, seguida pela suboccipital e a
via ventricular (GNUTZMANN, 2016).
@jumorbeck
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Embriogênese
@jumorbeck
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↠ A crista neural dá origem às células que formam a ↠ O fechamento dos neuróporos coincide com o
maior parte de SNP e SNA (MOORE, 10ª ed.). estabelecimento da circulação vascular para o tubo neural.
As células neuroprogenitoras da parede do tubo neural
↠ A fusão das pregas neurais e a formação do tubo
se espessam para formar o encéfalo e a medula espinhal.
neural começa no quinto somito e prossegue nas
O canal neural forma o sistema ventricular do encéfalo e
direções cranial e caudal até que somente pequenas
o canal central da medula espinhal. (MOORE, 10ª ed.).
áreas do tubo permaneçam abertas em ambas as
extremidades (MOORE, 10ª ed.). DESENVOLVIMENTO DAS MENINGES ESPINAIS
↠ As meninges (membranas que recobrem a medula
espinhal) se desenvolvem das células da crista neural e do
mesênquima entre o 20° e o 35° dias. As células migram
para circundar o tubo neural (primórdio do encéfalo e da
medula espinhal) e formam as meninges primordiais
(MOORE, 10ª ed.).
@jumorbeck
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@jumorbeck
8
↠ Quando as células neuroepiteliais cessam a produção Em todo SNC, a superfície da dura-máter em contato com a aracnoide
constitui um local de fácil clivagem, onde, muitas vezes, em situações
de neuroblastos (neurônios primordiais) e glioblastos
patológicas, pode acumular-se sangue externamente à aracnoide,
(células de suporta do SNC), diferenciam-se em células constituindo o chamado espaço subdural, que não existe em condições
ependimárias, que formam o epêndima (epitélio normais (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
ependimário) o qual recobre o canal central da medula
espinhal (MOORE, 10ª ed.). ↠ A superfície interna da dura-máter no cérebro e a
superfície externa da dura-máter do canal vertebral são
Histologia revestidas por um epitélio simples pavimentoso de
origem mesenquimatosa (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
MENINGES
↠ Três projeções da dura-máter separam partes do
↠ O SNC está contido e protegido na caixa craniana e encéfalo: (TORTORA, 14ª ed.).
no canal vertebral, envolvido por membranas de tecido
conjuntivo chamadas de meninges (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ➢ a foice do cérebro separa os dois hemisférios
(lados) do cérebro;
↠ Elas são formadas por três camadas, que, do exterior ➢ a foice do cerebelo separa dos dois hemisférios
para o interior, são as seguintes: dura-máter, aracnoide e cerebelares;
pia-máter (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ➢ o tentório (ou tenda) do cerebelo separa o
telencéfalo (cérebro) do cerebelo.
@jumorbeck
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PLEXOS COROIDES
↠ Os plexos coroides são compostos por pregas da pia-
máter ricas em capilares fenestrados e dilatados, situados
no interior dos ventrículos cerebrais. Formam o teto do
terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos
ventrículos laterais (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
@jumorbeck
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CANAL EPENDIMÁRIO
↠ Em cortes transversais da medula espinal, observa-se
que as substâncias branca e cinzenta localizam-se de
maneira inversa à do cérebro e cerebelo: externamente
está a substância branca, e internamente, a substância
cinzenta, que, em cortes transversais da medula, tem a
forma de uma borboleta ou da letra H (JUNQUEIRA, 13ª
ed.).
@jumorbeck
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Referências
@jumorbeck
1
APG 03
@jumorbeck
2
DURA-MÁTER
↠ A meninge mais externa é a dura-máter, formada por
abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e
resistente. A dura-máter espinhal envolve toda a medula,
como se fosse um dedo de luva, o saco dural
(MACHADO, 3ª ed.).
ARACNÓIDE
↠ Esta membrana intermediária, delgada e avascular é
formada por células e fibras finas e dispersas de material
elástico e de colágeno (TORTORA, 14ª ed.).
PIA-MÁTER
↠ A pia-máter é a meninge mais delicada e mais interna.
Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da
medula e penetra na fissura mediana anterior
(MACHADO, 3ª ed.).
@jumorbeck
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TOPOGRAFIA VERTEBROMEDULAR
↠ Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, ↠ A medula espinal é composta pelos segmentos
aproximadamente ao nível do forame magno do osso cervical, torácico, lombar e sacral, nomeados de acordo
occipital. O limite caudal da medula tem importância clínica com a porção da coluna vertebral onde os nervos entram
e, no adulto, situa-se geralmente na 2ª vértebra lombar e saem. A medula espinal dá origem a 31 pares de nervos
(L2). A medula termina afilando-se para formar um cone, espinais, que saem da coluna vertebral através dos
o cone medular. que continua com um delgado filamento forames intervertebrais e sacrais. Cada nervo espinal é
meníngeo, o filamento terminal (MACHADO, 3ª ed.). constituído de um feixe de axônios, células de Schwann
↠ A medula apresenta forma aproximadamente e bainhas de tecido conectivo (SEELY, 10ª ed.).
cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido ↠ Os nervos que suprem os membros inferiores e
anteroposterior. Seu calibre não é uniforme, pois outras estruturas na porção inferior do corpo surgem das
apresenta duas dilatações denominadas intumescência regiões lombar e sacral. Eles deixam a intumescência
cervical e intumescência lombar. situadas nos níveis lombossacral e o cone medular, descem pelo canal
cervical e lombar, respectivamente (MACHADO, 3ª ed.). vertebral, e saem através dos forames intervertebrais e
↠ Estas intumescências correspondem às áreas em que sacrais da segunda vértebra lombar até a quinta vértebra
fazem conexão com a medula as grossas raízes nervosas sacral. As várias raízes (origens) dos nervos espinais que
que formam os plexos braquial e lombossacral. destinadas se estendem inferiormente a partir da intumescência
lombossacral e do cone medular se assemelham a uma
à inervação dos membros superiores e inferiores,
respectivamente. A formação destas intumescências se cauda de cavalo e são, por essa razão, chamadas de
deve à maior quantidade de neurônios e, portanto, de cauda equina (SEELY, 10ª ed.).
fibras nervosas que entram ou saem destas áreas e que A diferença de tamanho entre a medula e o canal vertebral, bem
são necessárias para a inervação dos membros como a disposição das raízes dos nervos espinhais mais caudais,
(MACHADO, 3ª ed.). formando a cauda equina, resultam de ritmos de crescimento
diferentes, em sentido longitudinal, entre medula e coluna vertebral.
Até o quarto mês de vida intrauterina, medula e coluna crescem no
mesmo ritmo. Por isso, a medula ocupa todo o comprimento do canal
vertebral, e os nervos, passando pelos respectivos forames
intervertebrais, dispõem-se horizontalmente, formando com a medula
um ângulo aproximadamente reto. Entretanto, a partir do quarto mês,
@jumorbeck
4
a coluna começa a crescer mais do que a medula, sobretudo em sua Os cornos posteriores contêm corpos celulares e axônios de
porção caudal. Como as raízes nervosas mantêm suas relações com interneurônios, bem como axônios de neurônios sensitivos. Lembre-
os respectivos forames intervertebrais, há o alongamento das raízes se de que os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão
e diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes localizados no gânglio sensitivo do nervo espinal (TORTORA, 14ª ed.).
fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula, levando
à formação da cauda equina (MACHADO, 3ª ed.). Nos cornos anteriores encontram-se núcleos motores somáticos, os
quais são agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores
Ainda como consequência da diferença de ritmos de crescimento somáticos que geram os impulsos nervosos necessários para a
entre coluna e medula, há um afastamento dos segmentos medulares contração dos músculos esqueléticos (TORTORA, 14ª ed.).
das vértebras correspondentes. Assim, no adulto, as vértebras T11 e
T12 não estão relacionadas com os segmentos medulares de mesmo Entre os cornos posteriores e os anteriores estão os cornos laterais,
nome, mas sim com segmentos lombares. O fato é de grande os quais são encontrados apenas nos segmentos torácico e lombar
importância clínica para diagnóstico, prognóstico e tratamento das alto da medula espinal. Os cornos laterais contêm neurônios motores
lesões vértebromedulares. Assim, uma lesão da vértebra T 12 pode autônomos, agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores
afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3 irá afetar apenas autônomos que regulam a atividade dos músculos cardíacos, dos
as raízes da cauda equina, sendo o prognóstico completamente músculos lisos e das glândulas (TORTORA, 14ª ed.).
diferente nos dois casos (MACHADO, 3ª ed.).
↠ A comissura cinzenta forma a barra transversal do H
FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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↠ Na substância cinzenta da medula espinal e do Os nervos são muito vascularizados, sendo percorridos
encéfalo, agrupamentos de corpos celulares neuronais longitudinalmente por vasos que se anastomosam, o que permite a
retirada do epineuro em um trecho de até 15 cm sem que ocorra
constituem grupos funcionais conhecidos como núcleos. lesão nervosa. Por outro lado, os nervos são quase totalmente
Os núcleos sensitivos recebem aferências (influxo) de desprovidos de sensibilidade. Se um nervo é estimulado ao longo de
receptores por meio de neurônios sensitivos, e os seu trajeto, a sensação geralmente dolorosa é sentida não no ponto
núcleos motores originam eferências para tecidos estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva (MACHADO, 3ª
ed.)
efetores por meio de neurônios motores (TORTORA, 14ª
ed.). Costuma-se distinguir em um nervo uma origem real e uma origem
aparente. A origem real corresponde ao local onde estão localizados
SUBSTÂNCIA BRANCA os corpos dos neurônios que constituem os nervos, como a coluna
anterior da medula, os núcleos dos nervos cranianos ou os gânglios
↠ A substância branca formada por fibras, a maior parte sensitivos, no caso de nervos sensitivos. A origem aparente
delas mielínicas, que sobem e descem na medula e corresponde ao ponto de emergência ou entrada do nervo na
superfície do sistema nervoso central (MACHADO, 3ª ed.)
podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou
cordões: (MACHADO, 3ª ed.). ↠ As fibras que formam as vias ascendentes da medula
relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que
➢ funículo anterior: situado entre a fissura mediana
penetram pela raiz dorsal do nervo espinhal, trazendo
anterior e o sulco lateral anterior;
impulsos aferentes de várias partes do corpo
➢ funículo lateral: situado entre os sulcos lateral
(MACHADO, 3ª ed.).
anterior e lateral posterior;
➢ funículo posterior: entre o sulco lateral posterior CURIOSIDADE - TORTORA
e o sulco mediano posterior, este último ligado
Os diversos segmentos da medula espinal variam em tamanho,
à substância cinzenta pelo septo mediano formato, quantidades relativas de substância cinzenta e substância
posterior. Na parte cervical da medula, o funículo branca, e distribuição e formato da substância cinzenta. Por exemplo,
posterior é dividido pelo sulco intermédio a quantidade de substância cinzenta é maior nos segmentos cervical
posterior em fascículo grácil e fascículo e lombar porque estes segmentos são responsáveis pelas inervações
sensitiva e motora dos membros. Além disso, mais tratos sensitivos e
cuneiforme. motores são encontrados nos segmentos superiores da medula
espinal do que nos inferiores. Portanto, a quantidade de substância
↠ Os cornos anteriores e posteriores dividem a
branca diminui do segmento cervical para o segmento sacral da
substância branca de cada lado em três grandes áreas medula espinal.
chamadas de funículos. Cada funículo, por sua vez,
Existem duas razões principais para esta variação:
apresenta diferentes feixes de axônios com uma origem
ou destino comuns que transmitem informações ➢ à medida que a medula espinal sobe do segmento sacral
semelhantes. Estes feixes, que podem se estender por para o segmento cervical, mais axônios ascendentes se
juntam à substância branca para formar mais tratos
grandes distâncias para cima ou para baixo na medula
sensitivos;
espinal, são conhecidos como tratos (TORTORA, 14ª ed.). ➢ à medida que a medula espinal desce do segmento cervical
para o segmento sacral, os tratos motores diminuem sua
Lembre-se de que tratos são feixes de axônios no SNC, enquanto os
espessura, pois mais axônios descendentes deixam estes
nervos são feixes de axônios no SNP (TORTORA, 14ª ed.).
tratos para realizar sinapse com neurônios da substância
Os tratos sensitivos (ascendentes) são formados por axônios que cinzenta
conduzem impulsos nervosos em direção ao encéfalo. Os tratos
compostos por axônios que levam os impulsos nervosos que saem do NERVOS ESPINAIS
encéfalo são chamados de tratos motores (descendentes)
(TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os nervos espinais são vias de comunicação entre a
medula espinal e regiões específicas do corpo. A medula
VIAS ASCENDENTES espinal parece ser segmentada, pois os 31 pares de
Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervos espinais se originam, em intervalos regulares, dos
nervosas, reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o sistema forames intervertebrais. De fato, considera-se que cada
nervoso central aos órgãos periféricos (MACHADO, 3ª ed.) par de nervos espinais surge de um segmento espinal. Na
A função dos nervos é conduzir, através de suas fibras, impulsos medula espinal não existe segmentação óbvia; no
nervosos do sistema nervoso central para a periferia (impulsos entanto, por questões de conveniência, a nomeação dos
eferentes) e da periferia para o sistema nervoso central {impulsos nervos espinais se faz de acordo com o segmento nos
aferentes) (MACHADO, 3ª ed.) quais estão localizados. Existem 8 pares de nervos
@jumorbeck
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cervicais (C1-C8), 12 pares de nervos torácicos (T1–T12), 5 dura-máter das meninges espinais se funde com o
pares de nervos lombares (L1–L5), 5 pares de nervos epineuro no momento em que o nervo passa pelo
sacrais (S1–S5) e 1 par de nervos coccígeos (Co1) forame intervertebral (TORTORA, 14ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ Cada nervo espinal e craniano é formado por vários ↠ Logo após passar pelo seu forame intervertebral, um
axônios e apresenta membranas protetoras de tecido nervo espinal se divide em vários ramos. O ramo posterior
conjuntivo. Axônios dentro de um nervo, mielinizados ou (dorsal) supre os músculos profundos e a pele da face
não, são envolvidos pelo endoneuro, a camada mais posterior do tronco (TORTORA, 14ª ed.).
profunda. O endoneuro é uma malha de fibras de ↠ O ramo anterior (ventral) supre os músculos e as
colágeno, fibroblastos e macrófagos. Vários axônios com estruturas dos quatro membros, bem como a pele das
seu endoneuro se agrupam em feixes chamados de faces lateral e anterior do tronco (TORTORA, 14ª ed.).
fascículos, cada qual envolvido pelo perineuro, a camada
média (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Além dos ramos anterior e posterior, os nervos
espinais dão origem a ramos meníngeos. Estes ramos
↠ O perineuro é uma camada mais espessa de tecido entram novamente no canal vertebral pelo forame
conjuntivo. Ele é composto por até 15 camadas de intervertebral e suprem as vértebras, os ligamentos
fibroblastos em uma rede de fibras de colágeno vertebrais, os vasos sanguíneos da medula espinal e as
(TORTORA, 14ª ed.).
meninges (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A camada externa, que cobre todo o nervo, é PLEXOS
conhecida como epineuro. Ele é formado por fibroblastos
e fibras colágenas grossas. Projeções do epineuro ↠ Os axônios dos ramos anteriores dos nervos espinais,
também preenchem os espaços entre os fascículos. A com exceção dos nervos torácicos T2 a T12, não
@jumorbeck
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chegam diretamente às estruturas corporais supridas por dois nervos cranianos, o acessório (XI) e o hipoglosso (XII)
eles. Em vez disso, eles formam redes em ambos os lados (TORTORA, 14ª ed.).
do corpo, por meio da ligação de vários axônios de ramos
anteriores de nervos adjacentes. Esta rede axônica é
chamada de plexo (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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NERVOS FASCÍCULOS
PLEXO LOMBAR
↠ As raízes (ramos anteriores) dos nervos espinais L1 a
↠ O plexo braquial fornece quase toda a inervação dos L4 formam o plexo lombar. Ao contrário do plexo
ombros e dos membros superiores. Cinco grandes ramos braquial, existem poucas interconexões entre as fibras do
terminais se originam do plexo braquial: (TORTORA, 14ª plexo lombar (TORTORA, 14ª ed.).
ed.).
↠ De cada lado das quatro primeiras vértebras lombares,
➢ O nervo axilar supre os músculos deltoide e o plexo lombar se projeta obliquamente para fora, entre
redondo menor. as cabeças superficial e profunda1 do músculo psoas maior
➢ O nervo musculocutâneo inerva os músculos e anteriormente ao músculo quadrado do lombo. Entre as
anteriores do braço. cabeças do músculo psoas maior, as raízes dos plexos
➢ O nervo radial supre os músculos da região lombares se separam em divisões anterior e posterior, as
posterior do braço e do antebraço. quais dão origem aos ramos periféricos dos plexos
➢ O nervo mediano inerva a maioria dos músculos (TORTORA, 14ª ed.).
da região antebraquial anterior e alguns
↠ O plexo lombar supre a parede abdominal
músculos da mão.
anterolateral, os órgãos genitais externos, e parte dos
➢ O nervo ulnar supre os músculos anteromediais
membros inferiores (TORTORA, 14ª ed.).
do antebraço e a maioria dos músculos da mão.
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específico – modificação dos ambientes interno Os receptores do sistema sensorial variam amplamente em
ou externo – por meio da geração de um complexidade, desde terminações ramificadas de um neurônio
sensorial único até células complexas extremamente organizadas,
potencial graduado chamado de potencial como os fotorreceptores (SILVERTHORN, 7ª ed.).
gerador (ou receptor. Se um potencial gerador
atinge o limiar de despolarização, ele irá gerar Um neurônio sensorial tem um campo receptivo
um ou mais impulsos nervosos no neurônio Os neurônios somatossensoriais e visuais são ativados pelos estímulos
sensitivo (TORTORA, 14ª ed.). que ocorrem dentro de uma área física específica, conhecida como
campo receptivo do neurônio (SILVERTHORN, 7ª ed.).
Todas as vias sensoriais possuem certos elementos em comum. Elas
começam com um estímulo, na forma de energia física, que atua em No caso mais simples, um campo receptivo está associado a um
um receptor sensorial. O receptor é um transdutor, o qual converte o neurônio sensorial (o neurônio sensorial primário na via), o qual, por
estímulo em um sinal intracelular, que normalmente é uma mudança sua vez, faz sinapse com um neurônio do SNC (o neurônio sensorial
no potencial de membrana (SILVERTHORN, 7ª ed.). secundário) (SILVERTHORN, 7ª ed.).
Se o estímulo produz uma mudança que atinge o limiar, são gerados Além disso, os neurônios sensoriais de campos receptivos vizinhos
potenciais de ação que são transmitidos de um neurônio sensorial até podem apresentar convergência, ou seja, diversos neurônios pré-
o sistema nervoso central (SNC), onde os sinais de entrada são sinápticos enviam sinais para um menor número de neurônios pós-
integrados (SILVERTHORN, 7ª ed.). sinápticos (SILVERTHORN, 7ª ed.).
Como os receptores convertem os diversos estímulos físicos, como O tamanho dos campos receptivos secundários determina o quanto
a luz ou o calor, em sinais elétricos? uma dada área é sensível a um estímulo (SILVERTHORN, 7ª ed.).
O primeiro passo é a transdução, a conversão da energia do estímulo ➢ Centro de integração: uma ou mais regiões de
em informação que pode ser processada pelo sistema nervoso. Em substância cinzenta no SNC atuam como um
muitos receptores, a abertura ou fechamento de canais iônicos
centro de integração. No tipo mais simples de
converte a energia mecânica, química, térmica ou luminosa
diretamente em uma mudança no potencial de membrana reflexo, o centro de integração é uma simples
(SILVERTHORN, 7ª ed.). sinapse entre um neurônio sensitivo e um
neurônio motor. A via reflexa que apresenta
Alguns mecanismos de transdução sensorial envolvem a transdução
do sinal e sistemas de segundos mensageiros, que iniciam a mudança apenas uma sinapse no SNC é chamada de arco
no potencial de membrana (SILVERTHORN, 7ª ed.). reflexo monossináptico. Os centros de
integração são mais frequentemente
O estímulo abre ou fecha canais iônicos na membrana do receptor,
direta ou indiretamente (via segundo mensageiro). Em muitas
compostos por um ou mais interneurônios, os
situações, a abertura de canais provoca influxo de Na+ ou de outros quais podem transmitir impulsos para outros
cátions no receptor, despolarizando a membrana. Em alguns casos, a interneurônios ou para um neurônio motor. Um
resposta ao estímulo é uma hiperpolarização, quando o K+ deixa a arco reflexo polissináptico envolve mais de dois
célula (SILVERTHORN, 7ª ed.).
tipos de neurônios e mais de um tipo de sinapse
A mudança no potencial de membrana do receptor sensorial é um no SNC (TORTORA, 14ª ed.).
potencial graduado, chamado de potencial receptor. Em algumas
células, o potencial receptor desencadeia um potencial de ação que Alguns estímulos chegam ao córtex cerebral, onde geram a
percorre a fibra sensorial até o SNC. Em outras células, o potencial percepção consciente, porém, outros agem inconscientemente, sem
receptor influencia a secreção de neurotransmissores pela célula a nossa consciência. A cada sinapse ao longo da via, o sistema nervoso
receptora, o que, por sua vez, altera a atividade elétrica do neurônio pode modular e ajustar a informação sensorial (SILVERTHORN, 7ª ed.).
sensorial associado (SILVERTHORN, 7ª ed.).
➢ Neurônio motor: impulsos gerados pelos centros
➢ Neurônio sensitivo: os impulsos nervosos se de integração se propagam para fora do SNC
propagam, a partir do receptor sensitivo, pelo em um neurônio motor que se estende até a
axônio do neurônio sensitivo até as terminações parte do corpo que executará a resposta
axônicas, que estão localizadas na substância (TORTORA, 14ª ed.).
cinzenta da medula espinal ou do tronco ➢ Efetor: a parte do corpo que responde ao
encefálico. Nestes pontos, interneurônios enviam impulso nervoso motor, como um músculo ou
impulsos nervosos para a área do encéfalo uma glândula, é chamada de efetor. Esta
responsável pela percepção consciente de que resposta é conhecida como reflexo. Se o efetor
aconteceu um reflexo (TORTORA, 14ª ed.). é um músculo esquelético, o reflexo é chamado
de reflexo somático. Se o efetor é um músculo
liso, um músculo cardíaco ou uma glândula,
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então o reflexo é conhecido como reflexo os estímulos que ativam os receptores tônicos são
autônomo (TORTORA, 14ª ed.). parâmetros que devem ser monitorados continuamente no
corpo (SILVERTHORN, 7ª ed.).
Como os reflexos são de modo geral previsíveis, eles fornecem ➢ Receptores fásicos: são receptores de adaptação rápida
informações úteis sobre a saúde do sistema nervoso e podem ajudar que disparam quando recebem um estímulo, mas param
muito no diagnóstico de doenças. Lesões ou doenças em qualquer de disparar se a intensidade do estímulo permanecer
parte do arco reflexo podem causar a ausência de reflexos ou sua constante. Os receptores fásicos sinalizam especificamente
exacerbação (TORTORA, 14ª ed.). as alterações em um parâmetro. Assim que o estímulo
estiver em uma intensidade estável, os receptores fásicos
RECEPTORES adaptam-se a esse novo estado e se desligam. Esse tipo
de resposta permite que o corpo ignore a informação que
O termo receptor sensorial refere-se à estrutura neuronal ou epitelial
foi avaliada e considerada como não ameaçadora à
de transformar estímulos físicos ou químicos em atividade bioelétrica homeostasia ou ao bem-estar (SILVERTHORN, 7ª ed.).
(transdução de sinais) para ser interpretada no sistema nervoso central
(MACHADO, 3ª ed.). Fibras aferentes somáticas exteroceptivas
Pode ser um terminal axônico ou células epiteliais modificadas
conectadas aos neurônios, como as células ciliadas da cóclea ↠ Há quatro modalidades somatossensoriais: tato,
(MACHADO, 3ª ed.). propriocepção, temperatura e nocicepção, que inclui dor
e prurido (SILVERTHORN, 7ª ed.).
CLASSIFICAÇÃO MORGOLÓGICA DOS RECEPTORES
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ser estudada devido ao seu pequeno tamanho. Entretanto, ↠ A ativação da via nociceptiva inicia respostas
os corpúsculos de Pacini, que respondem à vibração (alta adaptativas protetoras. Os sinais aferentes dos
frequência), são um dos maiores receptores do corpo, e nociceptores são levados ao SNC por dois tipos de fibras
muito do que se conhece dos receptores sensoriais primárias: fibras(A-delta) e fibras C
somatossensoriais vem de estudos dessas estruturas (SILVERTHORN, 7ª ed.).
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ A sensação mais comum transmitida por essas vias é
Os corpúsculos de Pacini são constituídos de terminações nervosas percebida como dor, mas quando a histamina ou algum
encapsuladas em camadas de tecido conectivo. Eles são encontrados outro estímulo ativa um subgrupo de fibras C, percebe-
nas camadas subcutâneas da pele e nos músculos, nas articulações e
nos órgãos internos (SILVERTHORN, 7ª ed.). se a sensação chamada de prurido (coceira)
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
Os corpúsculos de Pacini são receptores fásicos de adaptação rápida,
e esta propriedade permite que eles respondam a um estímulo tátil, ↠ Os reflexos nociceptivos protetores iniciam com a
mas logo o ignore. Por exemplo, você sente sua camisa assim que a ativação de terminações nervosas livres. Os canais iônicos
coloca, mas logo os receptores do tato se adaptam (SILVERTHORN,
7ª ed.).
respondem a estímulos químicos, mecânicos e térmicos
dando origem a potenciais graduados, os quais disparam
RECEPTORES DE TEMPERATURA potenciais de ação se o estímulo for suficientemente
intenso. Muitos desses canais são canais de potencial
↠ Os receptores de temperatura são terminações
receptor transitório (TRP), da mesma família de canais dos
nervosas livres que terminam nas camadas subcutâneas
termorreceptores (SILVERTHORN, 7ª ed.).
da pele. Os receptores para o frio são primariamente
sensíveis a temperaturas mais baixas do que a do corpo. PROPRIOCEPTORES
Os receptores para o calor são estimulados por
temperaturas na faixa que se estende desde a ↠ A sensibilidade proprioceptiva também é chamada
temperatura normal do corpo (37 °C) a até propriocepção. A propriocepção permite que o indivíduo
aproximadamente 45 °C. Acima dessa temperatura, os reconheça quais partes do corpo pertencem a si. Elas
receptores de dor são ativados, gerando uma sensação também permitem que nós saibamos onde nossa cabeça
de calor doloroso (SILVERTHORN, 7ª ed.). e nossos membros estão localizados e como eles estão
se movendo, mesmo que nós não olhemos para eles, de
↠ Existe um número consideravelmente maior de modo que possamos caminhar, digitar ou nos vestir sem
receptores para o frio do que para o calor. Os receptores utilizar os olhos. A sinestesia é a percepção dos
de temperatura adaptam-se lentamente entre 20 e 40 movimentos corporais (TORTORA, 14ª ed.).
°C. Fora da faixa de 20 a 40 °C, em que a probabilidade
de dano tecidual é maior, os receptores não se adaptam ↠ As sensações proprioceptivas surgem em receptores
(SILVERTHORN, 7ª ed.). chamados de proprioceptores. Como os proprioceptores
se adaptam lentamente e apenas um pouco, o encéfalo
↠ Os termorreceptores utilizam uma família de canais recebe continuamente impulsos nervosos relacionados
catiônicos, chamada de potencial receptor transitório, ou com a posição das diferentes partes do corpo e faz
canais TRP, para iniciar um potencial de ação ajustes para garantir a coordenação. (TORTORA, 14ª ed.).
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Três tipos de proprioceptores: os fusos musculares
NOCICEPTORES dentro dos músculos esqueléticos, os órgãos tendíneos
dentro dos tendões e os receptores cinestésicos
↠ Os nociceptores são neurônios com terminações
articulares dentro das cápsulas das articulações sinoviais
nervosas livres, os quais respondem a vários estímulos
(TORTORA, 14ª ed.).
nocivos intensos (químico, mecânico ou térmico) que
causam ou têm potencial para causar dano tecidual FUSOS MUSCULARES
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Fusos musculares são os proprioceptores localizados
↠ Os nociceptores são encontrados na pele, nas nos músculos esqueléticos e que monitoram mudanças
articulações, nos músculos, nos ossos e em vários órgãos no comprimento dos músculos esqueléticos e participam
internos, mas não no sistema nervoso central dos reflexos de estiramento (TORTORA, 14ª ed.).
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
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↠ Cada fuso muscular consiste em várias terminações As informações sensoriais para o controle
nervosas sensitivas de adaptação lenta que envolvem postural – MOCHIZUKI; AMADIO, 2006.
entre três e dez fibras musculares especializadas,
chamadas de fibras musculares intrafusais (TORTORA, 14ª O sistema somatossensorial difere de outros sistemas
ed.). sensoriais porque seus receptores estão pelo corpo e
não estão concentrados em locais especializados do
↠ Os fusos musculares estão distribuídos na maioria das corpo humano e porque responde a muitos diferentes
fibras musculares esqueléticas e estão alinhados tipos de estímulos agrupados em quatro categorias:
paralelamente a elas (TORTORA, 14ª ed.). toque, temperatura, posição do corpo e dor.
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APG 04
Objetivos
Anatomia do Telencéfalo
Córtex cerebral
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substância branca contendo axônios que se projetam Na face medial do cérebro, o limite anterior do lobo occipital é o sulco
entre os hemisférios (TORTORA, 14ª ed.). parietoccipital. Em sua face dorsolateral, este limite é arbitrariamente
situado em uma linha imaginária que une a terminação do sulco
Sulcos e giros parietoccipital, na borda superior do hemisfério, à incisura pré-occipital,
localizada na borda inferolateral, a cerca de 4 cm do polo occipital
(MACHADO, 3ª ed.).
↠ A superfície do cérebro do homem apresenta
depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros
cerebrais. A existência dos sulcos permite considerável
aumento de superfície sem grande aumento do volume
cerebral e sabe-se que cerca de dois terços da área
ocupada pelo córtex cerebral estão "escondidos" nos
sulcos (MACHADO, 3ª ed.).
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LOBO TEMPORAL
↠ Apresentam-se, na face dorsolateral do cérebro, dois
sulcos principais: (MACHADO, 3ª ed.).
ÍNSULA
↠ Afastando-se os lábios do sulco lateral, evidencia-se
ampla fossa no fundo da qual está situada a ínsula, lobo
cerebral que, durante o desenvolvimento, cresce menos
que os demais, razão pela qual é pouco a pouco
recoberto pelos lobos vizinhos, frontal, temporal e parietal
(MACHADO, 3ª ed.).
Entre os sulcos lateral e temporal superior está o giro temporal ↠ A ínsula tem forma cônica e apresenta alguns sulcos
superior; entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior situa- e giros. São descritos os seguintes: sulco circular da ínsula,.
se o giro temporal médio; abaixo do sulco temporal inferior, localiza- sulco central da ínsula, giros curtos e giro longo da ínsula
se o giro temporal inferior que se limita com o sulco occípito-temporal.
geralmente situado na face inferior do hemisfério cerebral (MACHADO, 3ª ed.).
(MACHADO, 3ª ed.).
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Alguns reflexos são naturais, como quando você tira a mão de uma
superfície quente mesmo antes de ter a percepção consciente que
ela de fato está quente. Outros reflexos são aprendidos ou adquiridos.
Por exemplo, você adquire muitos reflexos enquanto está aprendendo
a dirigir. Pisar no pedal do freio durante uma situação de emergência
é um destes reflexos (TORTORA, 14ª ed.).
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em um neurônio motor que se estende até a • A acetilcolina liberada pelos impulsos nervosos
parte do corpo que executará a resposta. na JNM dispara um ou mais potenciais de ação
• Efetor: a parte do corpo que responde ao musculares no músculo estirado (efetor),
impulso nervoso motor, como um músculo ou fazendo com que este se contraia. Assim, o
uma glândula, é chamada de efetor. estiramento muscular é seguido pela contração
muscular, a qual diminui o estiramento.
Esta resposta é conhecida como reflexo. Se o efetor é um músculo
esquelético, o reflexo é chamado de reflexo somático. Se o efetor é ↠ No arco reflexo descrito antes, os impulsos nervosos
um músculo liso, um músculo cardíaco ou uma glândula, então o
reflexo é conhecido como reflexo autônomo (TORTORA, 14ª ed.).
sensitivos entram na medula espinal pelo mesmo lado que
os impulsos nervosos motores saem. Esta disposição é
Reflexos espinais somáticos conhecida como reflexo ipsolateral. Todos os reflexos
monossinápticos são ipsolaterais (TORTORA, 14ª ed.).
REFLEXO DE ESTIRAMENTO
Além dos grandes neurônios motores que inervam as fibras
↠ O reflexo de estiramento causa a contração de um musculares esqueléticas comuns, neurônios motores de menor
músculo esquelético (o efetor) em resposta a seu diâmetro inervam fibras musculares especializadas menores, as quais
estiramento (TORTORA, 14ª ed.). se situam dentro dos próprios fusos musculares. O encéfalo regula a
sensibilidade dos fusos por meio de vias que convergem para estes
↠ Este tipo de reflexo ocorre por meio de um arco neurônios motores menores. Esta regulação garante uma adequada
sinalização do fuso muscular em uma ampla faixa de comprimentos
reflexo monossináptico. Ele pode acontecer pela ativação musculares durante contrações voluntárias e reflexas. Por meio do
de um único neurônio sensitivo, que faz uma sinapse no ajuste da intensidade na resposta de um fuso muscular a um
SNC com um único neurônio motor (TORTORA, 14ª ed.). estiramento, o encéfalo determina um nível basal de tônus muscular
– o menor grau de contração presente enquanto um músculo está
↠ Os reflexos de estiramento podem ser gerados em repouso (TORTORA, 14ª ed.).
através da percussão de tendões ligados a músculos nas
↠ Embora a via reflexa de estiramento seja por si só
articulações do cotovelo, punho, joelho e tornozelo
monossináptica (apenas dois neurônios e uma sinapse),
(TORTORA, 14ª ed.).
ocorre, ao mesmo tempo, um arco reflexo polissináptico
↠ O reflexo de estiramento funciona da seguinte para os músculos antagonistas. Este arco envolve três
maneira: (TORTORA, 14ª ed.). neurônios e duas sinapses. Um axônio (ramo) colateral do
neurônio sensitivo do fuso muscular também faz sinapse
• Um discreto estiramento muscular estimula com um interneurônio inibitório no centro de integração.
receptores sensitivos no músculo, chamados de Por sua vez, o interneurônio faz sinapse com um
fusos musculares. Os fusos controlam as neurônio motor que em geral estimula os músculos
mudanças no comprimento do músculo. antagonistas, inibindo-o. Desse modo, quando o músculo
• Em resposta ao estiramento, o fuso muscular estirado se contrai durante um reflexo de estiramento, os
gera um ou mais impulsos nervosos que se músculos antagonistas relaxam (TORTORA, 14ª ed.).
propagam em um neurônio sensitivo somático
da raiz posterior do nervo espinal até a medula Esta conformação, na qual os componentes de um circuito neural
simultaneamente causam a contração de um músculo e o relaxamento
espinal. de outro, é chamada de inervação recíproca. Ela evita conflitos entre
• Na medula espinal (centro de integração), o músculos com funções opostas e é vital para a coordenação dos
neurônio sensitivo faz uma sinapse excitatória movimentos corporais (TORTORA, 14ª ed.).
com um neurônio motor no corno anterior,
↠ Os axônios colaterais do neurônio sensitivo do fuso
ativando-o.
muscular também conduzem impulsos nervosos para o
• Se o estímulo é suficientemente intenso, um ou
encéfalo por meio de vias ascendentes específicas. Desta
mais impulsos nervosos são gerados no
maneira, o encéfalo recebe aferências sobre o estado de
neurônio motor e se propagam por seu axônio,
estiramento ou contração dos músculos esqueléticos e
o qual se estende da medula espinal até a raiz
consegue controlar os movimentos musculares. Os
anterior, passando pelos nervos periféricos, até
impulsos nervosos que chegam ao encéfalo também
o músculo estimulado. As terminações axônicas
permitem que se perceba conscientemente a ocorrência
do neurônio motor formam junções
de um reflexo (TORTORA, 14ª ed.).
neuromusculares (JNM) com as fibras
musculares esqueléticas do músculo estirado.
@jumorbeck
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↠ O reflexo de estiramento atua como um mecanismo ↠ O neurônio sensitivo do órgão tendinoso também faz
de retroalimentação para controlar o comprimento do sinapse com um interneurônio excitatório na medula
músculo por meio de sua contração (TORTORA, 14ª ed.). espinal. Este, por sua vez, faz sinapse com neurônios
motores que controlam os músculos antagonistas. Desse
REFLEXO TENDINOSO modo, enquanto o reflexo tendinoso gera o relaxamento
↠ O reflexo tendinoso atua como um mecanismo de do músculo ligado ao órgão tendinoso, ele também
retroalimentação para controlar a tensão muscular por estimula a contração da musculatura antagonista. Aqui
meio do seu relaxamento, antes que a força do músculo temos outro exemplo de inervação recíproca. O neurônio
se torne intensa o suficiente para romper seus tendões. sensitivo também envia impulsos nervosos para o
Embora o reflexo tendinoso seja menos sensível que o encéfalo por meio de tratos sensitivos, informando-o,
de estiramento, ele pode anular este reflexo quando a assim, sobre a tensão muscular de todo o corpo
tensão é excessiva, fazendo com que você deixe cair no (TORTORA, 14ª ed.).
chão um objeto muito pesado, por exemplo (TORTORA,
REFLEXOS DE RETIRADA E EXTENSOR CRUZADO
14ª ed.).
↠ Outro reflexo que envolve um arco polissináptico
↠ Assim como o reflexo de estiramento, o reflexo
ocorre quando, por exemplo, você pisa em um prego.
tendinoso é ipsolateral. Os receptores sensitivos
Em resposta a este estímulo doloroso, você
responsáveis por este reflexo são chamados de órgãos
imediatamente retira sua perna. Este reflexo, chamado de
tendinosos (órgãos tendinosos de Golgi, os quais se
reflexo de retirada ou flexor, funciona desse modo:
situam dentro de um tendão, próximo a sua junção com
(TORTORA, 14ª ed.).
o ventre muscular (TORTORA, 14ª ed.).
• Quando você pisa no prego, ocorre a
↠ Os órgãos tendinosos detectam e respondem a
estimulação dos dendritos (receptor sensitivo)
modificações na tensão muscular causadas por
de um neurônio sensível à dor.
estiramento passivo ou contração (TORTORA, 14ª ed.).
• A seguir, este neurônio sensitivo gera impulsos
↠ Um reflexo tendinoso funciona da seguinte maneira: nervosos, os quais se propagam em direção à
(TORTORA, 14ª ed.). medula espinal.
• Na medula espinal (centro de integração), o
• À medida que a tensão aplicada sobre um neurônio sensitivo ativa interneurônios que se
tendão aumenta, o órgão tendinoso (receptor estendem por vários níveis medulares.
sensitivo) é estimulado (despolarizado até seu • Os interneurônios ativam neurônios motores em
limiar); vários segmentos medulares.
• São gerados impulsos nervosos que se Consequentemente, os neurônios motores
propagam para a medula espinal através de um geram impulsos nervosos, que se propagam em
neurônio sensitivo; direção às terminações axônicas.
• Na medula espinal (centro de integração), o • A acetilcolina liberada pelos neurônios motores
neurônio sensitivo ativa um interneurônio causa a contração dos músculos flexores da
inibitório que faz sinapse com um neurônio coxa (efetores), o que proporciona a retirada da
motor; perna. Este reflexo é protetor, pois a contração
• O neurotransmissor inibitório hiperpolariza o dos músculos flexores afasta o membro da fonte
neurônio motor, diminuindo a geração de de um potencial estímulo danoso.
impulsos nervosos;
• O músculo relaxa e alivia o excesso de tensão; ↠ O reflexo de retirada, assim como o de estiramento,
é ipsolateral – os impulsos aferentes e eferentes se
↠ Assim, à medida que aumenta a tensão no órgão propagam no mesmo lado da medula espinal (TORTORA,
tendinoso, aumenta a frequência de impulsos inibitórios; a 14ª ed.).
inibição dos neurônios motores que inervam o músculo
com tensão excessiva (efetor) gera o seu relaxamento. ↠ Afastar o membro superior ou inferior de um estímulo
Portanto, o reflexo tendinoso protege o tendão e o doloroso envolve a contração de mais de um grupo
músculo de lesões por tensão exagerada (TORTORA, 14ª muscular. Consequentemente, vários neurônios motores
ed.). devem simultaneamente enviar impulsos para vários
@jumorbeck
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músculos do membro. Como os impulsos nervosos de deslocado para o pé que deve agora sustentar
um neurônio sensitivo sobem e descem na medula espinal o corpo inteiro. Um reflexo semelhante ocorre
e ativam interneurônios em vários segmentos, este tipo com a estimulação dolorosa do membro inferior
de reflexo é chamado de intersegmentar. Por meio de esquerdo ou de ambos os membros superiores.
arcos reflexos intersegmentares, um único neurônio
↠ Ao contrário do reflexo de retirada (flexor), que é um
sensitivo pode ativar uma série de neurônios motores,
reflexo ipsolateral, o reflexo extensor cruzado envolve
estimulando, assim, mais de um efetor (TORTORA, 14ª
um arco reflexo contralateral: os impulsos sensitivos
ed.).
entram por um lado da medula espinal e os impulsos
↠ Por outro lado, o reflexo monossináptico de motores saem pelo lado oposto. Desse modo, o reflexo
estiramento envolve músculos que recebem impulsos extensor cruzado sincroniza a extensão do membro
nervosos de apenas um segmento medular (TORTORA, contralateral com a retirada (flexão) do membro
14ª ed.). estimulado (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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Apenas os NMI fornecem informações do SNC para as fibras NEURÔNIOS DOS NÚCLEOS DA BASE
musculares esqueléticas. Por esse motivo, eles também são chamados
de via final comum (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os neurônios dos núcleos da base ajudam os
↠ Os neurônios localizados em quatro circuitos neurais movimentos fornecendo informações para os neurônios
distintos, porém altamente interativos, são chamados motores superiores. Circuitos neurais interconectam os
coletivamente de vias motoras somáticas e participam do núcleos da base com as áreas motoras do córtex cerebral
controle do movimento por fornecerem informações (através do tálamo) e do tronco encefálico. Esses circuitos
para os neurônios motores inferiores: (TORTORA, 14ª ed.). ajudam a iniciar e a encerrar os movimentos, evitam
movimentos indesejáveis e estabelecem um nível normal
NEURÔNIOS DO CIRCUITO LOCAL de tônus muscular (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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↠ As vias motoras diretas fornecem informações para ↠ As vias motoras diretas, que também são conhecidas
os neurônios motores inferiores através de axônios que como vias piramidais, consistem em axônios que descem
se estendem diretamente a partir do córtex cerebral a partir das células piramidais. As células piramidais são os
(TORTORA, 14ª ed.). neurônios motores superiores com corpos celulares em
formato de pirâmide localizados na área motora primária
↠ As vias motoras indiretas fornecem informações para
e na área pré-motora do córtex cerebral (áreas 4 e 6,
os neurônios motores inferiores a partir dos núcleos da
respectivamente) (TORTORA, 14ª ed.).
base, do cerebelo e do córtex cerebral (TORTORA, 14ª
ed.).
Os músculos do polegar, dos dedos, dos lábios, da língua e das pregas ↠ As vias motoras diretas consistem nas vias
vocais possuem as maiores representações; o tronco apresenta uma corticospinais e na via corticonuclear (TORTORA, 14ª ed.).
representação bem menor. Esse mapa muscular distorcido do corpo
é chamado de homúnculo motor. Comparando as figuras é possível
VIAS CORTICOESPINAIS
observar que as representações motora somática e somatossensorial
são semelhantes, porém não são idênticas para a maior parte do ↠ As vias corticospinais conduzem impulsos para o
corpo (TORTORA, 14ª ed.).
controle de músculos nos membros e no tronco. Os
axônios dos neurônios motores superiores no córtex
cerebral formam os tratos corticospinais, que descem
através da cápsula interna do encéfalo e do pedúnculo
cerebral do mesencéfalo.
↠ Os impulsos nervosos para os movimentos voluntários Desse modo, o córtex cerebral direito controla a maior parte dos
músculos no lado esquerdo do corpo e o córtex cerebral esquerdo
se propagam do córtex cerebral para os neurônios controla a maior parte dos músculos no lado direito do corpo
motores inferiores por vias motoras diretas (TORTORA, (TORTORA, 14ª ed.).
14ª ed.).
@jumorbeck
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@jumorbeck
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@jumorbeck
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Referências
@jumorbeck
1
APG 05 – “SERÁ QUE É DA IDADE?”
1- Compreender as áreas funcionais do cérebro ↠ Do ponto de vista funcional, as áreas corticais não são
(diencéfalo e telencéfalo); homogêneas. A primeira comprovação desse fato foi feita
*principais áreas de Brodmann em 1861, pelo cirurgião francês Paul Broca, que pôde
2- Estudar o metabolismo da glicose no sistema correlacionar lesões em áreas restritas do lobo frontal
nervoso; (área de Broca) com a perda da linguagem falada
*metabolismo e envelhecimento (MACHADO, 3ª ed.).
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de uma área de associação unimodal se fazem integradoras mais complexas, tais como memória,
predominantemente com a área primária de mesma emoções, raciocínio, vontade, juízo crítico, traços de
função (MACHADO, 3ª ed.). personalidade e inteligência (TORTORA, 14ª ed.).
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determina movimentos de grupos musculares do lado ↠ É muito menos excitável que a área motora primária,
oposto (MACHADO, 3ª ed.). exigindo correntes elétricas mais intensas para que se
obtenham respostas motoras. As respostas obtidas são
A inervação motora do corpo é contralateral; ou seja, o giro motor
primário esquerdo controla músculos do lado direito do corpo e vice- menos localizadas do que as que se obtêm por estímulo
versa (MARIEB, 3ª ed.). da área 4, e envolvem grupos musculares maiores, como
os do tronco ou da base dos membros. Nas lesões da
↠ O mapeamento do córtex motor primário de acordo área pré-motora, esses músculos têm sua força diminuída
com a representação das diversas partes do corpo, ou (paresia), o que impede o paciente de elevar
seja, a somatotopia pode ser representada por um completamente o braço ou a perna. (MACHADO, 3ª ed.).
homúnculo de cabeça para baixo. É interessante notar a
grande extensão da área correspondente à mão, quando ↠ Essa região controla habilidades motoras aprendidas de
comparada com as áreas do tronco e membro inferior uma forma padronizada ou repetitiva, como tocar um
(MACHADO, 3ª ed.). instrumento musical e digitação (MARIEB, 3ª ed.)
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↠ A principal função desta área é integrar entradas estendem a quase todo o lobo temporal, correspondendo
sensoriais (temperatura, pressão e outras) que chegam às áreas 20, 21 e 37 de Brodmann e a uma pequena
até ela pelo córtex somatossensorial primário para parte do lobo parietal (MACHADO, 3ª ed.).
produzir um entendimento do objeto que está sendo
↠ Estudos mostraram que, na verdade, são várias as
sentido: seu tamanho, textura e relação de suas partes
áreas visuais secundárias, das quais as mais conhecidas
(MARIEB, 3ª ed.).
são V2, V3, V4 e V5. Elas são unidas por duas vias
Por exemplo, quando você toca em seu bolso, seu córtex corticais originadas em Vl: a dorsal, dirigida à parte
somatossensorial de associação vasculha suas memórias de posterior do lobo parietal, e a ventral, que une as áreas
experiências sensoriais passadas para perceber o objeto que você
sente como moedas ou chaves. Pessoas com danos nessa área não
visuais do lobo temporal. Aspectos diferentes da
podem reconhecer estes objetos sem olhar para os mesmos percepção visual são processados nessas áreas
(MARIEB, 3ª ed.). (MACHADO, 3ª ed.).
Sua lesão causa agnosia tátil, ou seja, incapacidade de reconhecer ↠ Assim, na via ventral estão áreas específicas para
objetos pelo tato (MACHADO, 3ª ed.).
percepção de cores, reconhecimento de objetos e
Áreas visuais reconhecimento de faces. Na via dorsal, estão áreas para
percepção de movimento, de velocidade e
ÁREA VISUAL PRIMÁRIA (V1) representação espacial dos objetos. Em síntese, a via
ventral permite determinar o que o objeto é, e a dorsal,
↠ A área visual primária, V1, localiza-se nos lábios do sulco onde ele está, se está parado ou em movimento
calcarino e corresponde à área 17 de Brodmann também (MACHADO, 3ª ed.).
chamada de córtex estriado (MACHADO, 3ª ed.).
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ÁREA AUDITIVA DE ASSOCIAÇÃO ↠ Sabe-se, hoje, que a área vestibular localiza-se no lobo
parietal, em uma pequena região próxima ao território da
↠ Mais posterior, permite a percepção do estimulo área somestésica correspondente à face. Assim, a área
sonoro, o que "ouvimos" como uma fala, um grito, música, vestibular está mais relacionada com a área de projeção
trovão, barulho e muito mais. Memórias dos sons da sensibilidade proprioceptiva do que com a auditiva
anteriormente escutados parecem ser estocadas aqui (MACHADO, 3ª ed.).
para referência. A área de Wemicke, inclui partes do
córtex auditivo (MARIEB, 3ª ed.). Áreas associativas multimodais
Córtex olfatório (olfato) O córtex associativo multimodal nos permite dar significados à
informação que estamos recebendo, armazená-la na memória se for
↠ O córtex olfatório primário localiza-se na porção necessário, juntá-la com nosso conhecimento e experiência prévia e
decidir qual atitude (ação) teremos. Uma vez que tenha sido decidido
mediana do lobo temporal (área 28), em uma pequena
o curso da ação, nossas decisões são retransmitidas ao córtex pré-
região chamada de lobo piriforme, em forma de anzol, o motor que, por sua vez, comunica com o córtex motor. O córtex
unco (MARIEB, 3ª ed.). associativo multimodal parece ser o local onde as sensações, os
pensamentos e as emoções se tomam conscientes, sendo o que nos
↠ O córtex olfatório é parte do rinencéfalo primitivo faz ser o que somos (MARIEB, 3ª ed.).
("nariz cerebral"), que inclui todas as porções do cérebro
que recebem sinais olfatórios - o córtex orbitofrontal, o ↠ Segundo Luria, as áreas terciárias ocupam o topo da
unco e regiões associadas localizadas na porção mediana hierarquia funcional do córtex cerebral. Elas são
dos lobos temporais, e os tratos e bulbos olfatórios supramodais, ou seja, não se relacionam isoladamente
salientes que se estendem para o nariz. (MARIEB, 3ª ed.). com nenhuma modalidade sensorial. Recebem e integram
as informações sensoriais já elaboradas por todas as áreas
Córtex gustatório (paladar) secundárias e são responsáveis também pela elaboração
das diversas estratégias comportamentais (MACHADO, 3ª
ÁREA GUSTATIVA PRIMÁRIA ed.).
↠ O córtex gustatório, uma região envolvida na ÁREA ASSOCIATIVA ANTERIOR
percepção do estímulo do paladar, está localizado na
ínsula, abaixo do lobo temporal (MARIEB, 3ª ed.). ↠ É uma grande região localizada na parte anterior do
lobo frontal muito desenvolvida em primatas,
Fato interessante é que a simples visão ou mesmo o pensamento em
especialmente em humanos – áreas 9, 10, 11 e 12; a área
um alimento saboroso ativa a área gustativa da ínsula. Demonstrou-se
também que na área gustativa existem neurônios sensíveis não só ao 12 não é mostrada, pois ela só pode ser visualizada em
paladar, mas também ao olfato e à sensibilidade somestésica da boca uma vista medial. Esta área tem muitas conexões com
sendo, pois capaz de avaliar a importância biológica dos estímulos outras áreas corticais, tálamo, hipotálamo, sistema límbico
intraorais (MACHADO, 3ª ed.). e cerebelo (TORTORA, 14ª ed.).
Área sensorial visceral ↠ A área associativa anterior no lobo frontal, também
↠ O córtex da ínsula localizado posteriormente ao córtex chamada de córtex pré-frontal, é a mais complicada de
gustatório está envolvido na percepção consciente de todas as regiões corticais. Ela está envolvida com o
sensações viscerais. Estas incluem distúrbios estomacais, intelecto, as habilidades de aprendizagem complexas
bexiga cheia e a sensação de que seus pulmões irão (denominadas cognição), a evocação da memória e a
explodir quando você prende sua respiração por um personalidade (MARIEB, 3ª ed.).
longo período (MARIEB, 3ª ed.). Um indivíduo que apresente lesões em ambos os córtices pré-frontais
geralmente se torna rude, insensível, incapaz de aceitar conselhos,
Córtex vestibular (equilíbrio) temperamental, desatento, menos criativo, incapaz de planejar o futuro
e incapaz de antecipar as consequências de comportamentos ou
↠ Tem sido difícil de terminar a parte do córtex palavras grosseiras e inapropriadas (TORTORA, 14ª ed.).
responsável pela percepção do equilíbrio, ou seja, da
↠ Do ponto de vista funcional pode-se dividir a área pré-
posição da cabeça no espaço. Todavia, estudos recentes
frontal em duas subáreas, dorso lateral e orbitofrontal
de imageamento localizaram esta região na porção
(MACHADO, 3ª ed.).
posterior da ínsula, escondida por trás do lobo temporal
(MARIEB, 3ª ed.).
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• Área pré-frontal dorsolateral: Ocupa a superfície Síndrome de negligência ou síndrome de inatenção, que se manifesta
nas lesões do lado direito, ou seja, no hemisfério mais relacionado com
anterior e dorsolateral do lobo frontal. Liga-se ao
os processos visuoespaciais. Ocorre uma negligência sensorial do
corpo estriado (putâmen) integrando o circuito mundo contralateral (MACHADO, 3ª ed.).
cortico-estriado-talâmico-cortical. Este circuito
tem papel extremamente importante nas CÓRTEX INSULAR ANTERIOR
chamadas funções executivas que envolvem o
↠ Nos últimos dez anos, ouve uma explosão de
planejamento execução das estratégias
informações sobre a ínsula, durante muito tempo
comportamentais mais adequadas à situação
considerada como uma das "áreas cegas" do cérebro. A
física e social do indivíduo, assim como
ínsula tem duas partes, anterior e posterior, separadas
capacidade de alterá-las quando tais situações se
pelo sulco central e muito diferentes em sua estrutura e
modificam. Além disso, a área pré-frontal
funções (MACHADO, 3ª ed.).
dorsolateral é responsável pela memória
operacional - que é um tipo de memória de ↠ O córtex insular posterior é característico das áreas
curto prazo, temporária e suficiente para manter de projeção primárias, no caso, as áreas gustativa e
na mente as informações relevantes para a sensoriais viscerais. Já o córtex insular anterior é
conclusão de uma atividade que está em característico das áreas de associação. Estudos
andamento. principalmente de neuroimagem funcional no homem
• Área pré-frontal orbitofrontal: Ocupa a parte mostraram que o córtex insular anterior está envolvido
ventral do lobo frontal adjacente às órbitas em pelo menos nas seguintes funções: (MACHADO, 3ª
compreendendo os giros orbitários. Está ed.).
envolvido no processamento das emoções,
supressão de comportamentos socialmente • Empatia, ou seja, a capacidade de se identificar
indesejáveis, manutenção da atenção. com outras pessoas e perceber e se sensibilizar
com seu estado emocional.
ÁREA ASSOCIATIVA POSTERIOR • Conhecimento da própria fisionomia como
diferente da dos outros.
↠ A área associativa posterior é uma grande região
• Sensação de nojo na presença ou
composta por partes dos lobos temporal, parietal e
simplesmente com imagens de fezes, vômitos,
occipital. Esta área possui papel no reconhecimento de
carniça e outra situação considerada nojenta.
padrões e faces, nos localizando no espaço circundante e
• Percepção dos componentes subjetivos das
ligando diferentes informações sensoriais para formar um
emoções.
todo coerente (MARIEB, 3ª ed.).
Reúne informações já processadas de diferentes modalidades para Áreas relacionadas com a linguagem
gerar uma imagem mental completa dos objetos sob a forma de
percepções, podendo reunir, além da aparência do objeto, seu cheiro, ↠ A linguagem verbal é um fenômeno complexo do qual
som, tato, seu nome. Esta área está envolvida não somente na participam áreas corticais e subcorticais. Não resta a
sensação somática, mas na visual, possibilitando a ligação de elementos menor dúvida, entretanto, que o córtex cerebral tem o
de uma cena visual em um conjunto coerente. Participa também no
papel mais importante (MACHADO, 3ª ed.).
planejamento de movimentos e na atenção seletiva (MACHADO, 3ª
ed.). ↠ Admitia-se, com base nos trabalhos de Geschwind, a
↠ A área parietal posterior é importante para a existência de apenas duas áreas corticais principais para a
percepção espacial, permitindo ao indivíduo determinar as linguagem: uma anterior e outra posterior, ambas de
relações entre os objetos no espaço extrapessoal. Em associação terciária. A área anterior da linguagem
lesões bilaterais, o doente fica incapaz de explorar o corresponde à área de Broca e está relacionada com a
ambiente e alcançar objetos de interesse. Ela permite expressão da linguagem. A área posterior da linguagem
também que se tenha uma imagem das partes ela é conhecida também como área de Wernicke e está
componentes do próprio corpo e sua relação com o relacionada basicamente com a percepção da linguagem
espaço, razão pela qual já foi também denominada área (MACHADO, 3ª ed.).
do esquema corporal (MACHADO, 3ª ed.).
@jumorbeck
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ÁREA DA BROCA e ÁREA DE WERNICKE para a área de Broca. A linguagem e a escrita também
dependem destas duas áreas (MACHADO, 3ª ed.).
↠ A área de Broca fica anterior à região inferior da área
pré-motora e se sobrepõe às áreas 44 e 45 de
Brodmann. Considera-se estar presente em apenas um
hemisfério (normalmente o esquerdo) e ser uma área
motora especial da fala, que controla músculos envolvidos
na fonação (MARIEB, 3ª ed.).
@jumorbeck
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HIPOTÁLAMO
↠ Denominado devido à sua localização abaixo do (hypo)
tálamo, o hipotálamo cobre o tronco encefálico e forma
a parede ínfero-lateral do terceiro ventrículo (MARIEB, 3ª
ed.).
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supraquiasmático (nosso relógio biológico), ele instante pelo sangue capilar, uma vez que o total de
ajusta o ciclo de sono em resposta às glicose armazenada sob a forma de glicogênio nos
informações do ciclo claro/ escuro recebidas das neurônios não seria capaz de suprir as demandas
vias visuais. funcionais por mais do que 2 minutos (GUYTON & HALL,
13ª ed.).
EPITÁLAMO
Característica especial do aporte de glicose para os neurônios é que
↠ O epitálamo, pequena região superior e posterior ao seu transporte para os neurônios através da membrana celular não
tálamo, é composto pela glândula pineal e pelos núcleos depende da insulina, embora a insulina seja necessária para o
transporte de glicose para a maioria das outras células do corpo.
habenulares (TORTORA, 14ª ed.).
Portanto, em pacientes com diabetes grave com secreção
praticamente zero de insulina, a glicose ainda se difunde facilmente
↠ Formado pela glândula pineal (que produz melatonina)
para os neurônios - o que é muito importante, porque impede a perda
e pelos núcleos habenulares (envolvidos com o olfato) de função mental em pessoas com diabetes. Entretanto, quando o
(TORTORA, 14ª ed.). paciente diabético é tratado com doses altas demais de insulina, a
concentração de glicose no sangue pode cair para valores
Metabolismo da glicose no sistema nervoso extremamente baixos, porque a insulina excessiva faz com que quase
toda a glicose no sangue seja transportada rapidamente para o
↠ Como outros tecidos, o cérebro precisa de oxigênio número enorme de células não neurais sensíveis à insulina em todo o
e nutrientes para suprir suas necessidades metabólicas. corpo, principalmente as células musculares e os hepatócitos. Quando
isso acontece, não sobra glicose suficiente no sangue para suprir as
Entretanto, há peculiaridades especiais do metabolismo
necessidades dos neurônios de forma correta, e a função mental se
cerebral (GUYTON & HALL, 13ª ed.). torna então gravemente prejudicada, levando às vezes ao coma e,
mais frequentemente, a desequilíbrios mentais e distúrbios psicóticos -
Em condições de repouso, mas na pessoa acordada, o metabolismo
todos eles causados pelo tratamento com doses excessivas de insulina.
cerebral equivale a cerca de 15% do metabolismo total do corpo,
(GUYTON & HALL, 13ª ed.).
embora a massa encefálica seja somente 2% da massa corporal total
(GUYTON & HALL, 13ª ed.).
DISSERTAÇÕES
O cérebro não é capaz de muito metabolismo anaeróbico. Uma das
razões para isto é a alta intensidade metabólica dos neurônios, de ↠ O metabolismo da glicose produz energia em forma
forma que a maior parte da atividade neuronal depende do aporte de adenosina trifosfato (ATP) que é a fonte de energia
sanguíneo de oxigênio a cada segundo. Juntando esses fatores, é para a sobrevivência celular, portanto o controle rígido do
possível entender por que a cessação súbita do fluxo de sangue para
metabolismo energético é necessário para manutenção
o cérebro ou a falta súbita total de oxigênio no sangue podem causar
inconsciência dentro de 5 a 10 segundos (GUYTON & HALL, 13ª ed.). do SNC, e qualquer perturbação na sua regulação pode
levar a diversos distúrbios cerebrais (WARTCHOW, 2015).
↠ A taxa metabólica cerebral de glicose é alta no córtex
e nas estruturas da substância cinzenta e baixa na ↠ O metabolismo da glicose no cérebro é similar ao
substância branca, com diferenças significativas em varias metabolismo desta hexose em outros tecidos, e inclui três
regiões. A taxa metabólica se reduz levemente ao longo principais vias metabólicas: glicólise, ciclo de Krebs e via
do processo de envelhecimento e é alterada pelo sono, pentose fosfato (KRUGER, 2003)
pelos sonhos e pela ativação funcional (TERRA et. al, 2016)
↠ Na via glicolítica, glicose é metabolizada a piruvato,
↠ A taxa matabólica cerebral da glicose medida através havendo produção de apenas duas moléculas de ATP por
da tomografia por emissão de pósitrons (PET) apresenta molécula de glicose. Sob condição não oxidativa, piruvato
diferenças relacionadas com a idade. Diante disso, o é convertido a lactado, permitindo a regeneração de
metabolismo era baixo no nascimento, alcançando um NAD+ oxidado, o qual é essencial para manter um fluxo
nível de 100g/min aos 2 anos e continuando em elevação glicolítico contínuo (KRUGER, 2003)
até os 3-4 anos, mantendo estabilizado em níveis altos
↠ O metabolismo da glicose cerebral inclui dois processos
até os 10 anos. Por volta dos 10 anos de idade a taxa
principais: transporte de glicose e catabolismo oxidativo
metabólica cerebral da glicose apresentava um declínio
intracelular (WARTCHOW, 2015).
quase uniforme de cerca de 26% (TERRA et. al, 2016)
↠ O transporte fisiológico de glicose depende
↠ Em condições normais, quase toda a energia usada
significativamente da participação de astrócitos, presentes
pelas células cerebrais é fornecida pela glicose
na composição de barreira hematoencefálica (BHE), e
proveniente do sangue. Da mesma forma, como no caso
do oxigênio, a maior parte da glicose é trazida a cada
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APG 06 – PENSO, LOGO CAMINHO?
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muscular. Sherrington chamou esses neurônios de via final comum • Neurônios motores gama: inervam as fibras intrafusais..
para o controle do comportamento (BEAR et. al., 4ª ed.).
O fuso muscular contém fibras musculares esqueléticas modificadas
dentro de sua cápsula fibrosa. Essas fibras musculares são chamadas
de fibras intrafusais para as distinguir das fibras extrafusais, mais
numerosas, que estão fora do fuso e formam a massa muscular. Uma
diferença importante entre os dois tipos de fibras musculares é que
apenas as fibras extrafusais são inervadas pelos neurônios motores alfa
(BEAR et. al., 4ª ed.).
@jumorbeck
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MAPEAMENTO DAS ÁREAS MOTORAS trato na base do bulbo. O trato forma uma protuberância,
O controle dos movimentos do corpo ocorre através de circuitos
chamada de pirâmide bulbar, que passa sobre a superfície
neurais em várias regiões do encéfalo. A área motora primária, ventral bulbar. Quando seccionado, a secção transversal
localizada no giro pré-central do lobo frontal do córtex cerebral, é uma tem aspecto aproximadamente triangular, razão pela qual
região de controle importante para a execução dos movimentos é chamado de trato piramidal (BEAR et. al., 4ª ed.).
voluntários (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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↠ Os axônios dos neurônios motores superiores do cruza a linha média logo após sua origem e desce através
córtex cerebral formam o trato corticonuclear, que desce do tronco encefálico próximo ao fascículo longitudinal
com os tratos corticospinais através da cápsula interna do medial. O trato tetospinal desce através do funículo
encéfalo e do pedúnculo cerebral do mesencéfalo anterior da medula espinal, próximo à fissura mediana
(TORTORA, 14ª ed.). anterior (SNELL, 7ª ed.)
↠ Alguns dos axônios do trato corticonuclear fazem ↠ A maioria das fibras termina na coluna cinzenta anterior
decussação; outros, não. Os axônios terminam nos nos segmentos cervicais superiores da medula espinal em
núcleos motores dos nove pares de nervos cranianos no sinapses com neurônios internunciais. Acredita-se que
tronco encefálico: o oculomotor (NC I I), o troclear (NC IV), essas fibras participem de movimentos posturais reflexos
o trigêmeo (NC V), o abducente (NC VI), o facial (NC VII), em resposta a estímulos visuais (SNELL, 7ª ed.)
o glossofaríngeo (NC IX), o vago (NC X), o acessório (NC
XI) e o hipoglosso (NC XII) (TORTORA, 14ª ed.). TRATO RUBROSPINAL
↠ O núcleo rubro situa-se no tegmento do mesencéfalo
VIAS MOTORAS INDIRETAS
ao nível do colículo superior. Os axônios dos neurônios
↠ As vias motoras indiretas ou vias extrapiramidais nesse núcleo cruzam a linha média ao nível do núcleo e
incluem todos os tratos motores somáticos diferentes dos descem no trato rubrospinal através da ponte e bulbo
tratos corticospinal e corticonuclear (TORTORA, 14ª ed.). para entrar no funículo lateral da medula espinal (SNELL,
7ª ed.).
↠ Axônios dos neurônios motores superiores que
originam as vias motoras indiretas descem provenientes ↠ As fibras terminam em sinapses com neurônios
de vários núcleos do tronco encefálico em cinco tratos internunciais na coluna cinzenta anterior medular. Os
principais da medula espinal e terminam nos neurônios do neurônios do núcleo rubro recebem impulsos aferentes
circuito local ou nos neurônios motores inferiores através de conexões com o córtex cerebral e cerebelo.
(TORTORA, 14ª ed.). Acredita-se que seja uma via indireta importante pela qual
o córtex cerebral e o cerebelo influenciam a atividade dos
TRATOS RETICULOSPINAIS motoneurônios alfa e gama da medula espinal (SNELL, 7ª
↠ Em toda a extensão do mesencéfalo, ponte e bulbo ed.).
existem grupos de células e fibras nervosas dispersas que ↠ O trato facilita a atividade dos músculos flexores e inibe
são coletivamente chamadas de formação reticular. Da a atividade dos músculos extensores ou antigravitacionais
ponte, esses neurônios enviam axônios, cuja maior parte (SNELL, 7ª ed.).
não cruza a linha média, para a medula espinal, formando
o trato reticulospinal pontinho. Do bulbo, neurônios TRATO VESTIBULOSPINAL
similares enviam axônios, que cruzam ou não cruzam a
↠ Os núcleos vestibulares localizam-se na ponte e no
linha média, para a medula espinal, formando o trato
bulbo embaixo do assoalho do quarto ventrículo . Os
reticulospinal bulbar (SNELL, 7ª ed.)
núcleos vestibulares recebem fibras aferentes da orelha
↠ As fibras reticulospinais da ponte descem através do interna através do nervo vestibular e do cerebelo
funículo anterior, enquanto as do bulbo descem no (SNELL, 7ª ed.).
funículo lateral. Os dois conjuntos de fibras entram nas
↠ Os neurônios do núcleo vestibular lateral dão origem
colunas cinzentas anteriores da medula espinal e podem
a axônios que formam o trato vestibulospinal. O trato
facilitar ou inibir a atividade dos motoneurônios alfa e gama
desce, sem cruzar a linha média, através do bulbo e por
(SNELL, 7ª ed.)
toda a extensão da medula espinal no funículo anterior.
↠ Desse modo, os tratos reticulospinais influenciam os As fibras terminam em sinapses com neurônios
movimentos voluntários e a atividade reflexa (SNELL, 7ª internunciais da coluna cinzenta anterior da medula espinal
ed.) (SNELL, 7ª ed.).
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↠ Os circuitos neurais permitem um controle preciso depressão, ansiedade e insônia que podem ocorrer em
sobre grupos musculares antagonistas enquanto o qualquer fase da evolução da doença, mas agravam-se
arremessador flexiona e retrai o seu braço direito. O seu muito quando se instala a insuficiência respiratória (ZANINI
peso se desloca sobre o pé direito, ao passo que o seu et. al., 2015)
braço direito se move para trás. Cada um desses
A ELA foi descrita inicialmente por Jean Martin Charcot
movimentos ativa receptores sensoriais que fornecem
em 1874, sendo uma doença do neurônio motor, cuja
informação que retorna à medula espinal, ao tronco
forma mais prevalente é conhecida como clássica e se
encefálico e ao cerebelo, desencadeando os reflexos
caracteriza por apresentar sinais referentes à lesão de
posturais. Esses reflexos ajustam a posição do corpo, de
neurônio motor inferior (amiotrofia), neurônio motor
modo que o arremessador não perca o equilíbrio e caia
superior (espasticidade) e bulbo (disartria/disfagia) (ZANINI
para trás. Por fim, ele joga a bola, recuperando o seu
et. al., 2015)
equilíbrio em seguida – outro exemplo de reflexo postural
mediado por retroalimentação sensorial (SILVERTHORN, Ocorre uma degeneração dos neurônios motores do
7ª ed.). mesencéfalo e da medula com atrofia das grandes vias
piramidais no córtex motor primário e no trato piramidal
ARTIGOS E TESES
e um acúmulo de glutamato no corpo do neurônio que
EFEITO ODULATÓRIO AGUDO DA ELETROESTIMULAÇÃO leva a sua degeneração (ZANINI et. al., 2015)
SOMATOSSENSORIAL APLICADA EM DIFERENTES FREQUÊNCIAS Núcleos da base
NA EXCITABILIDADE CORTICOESPINHAL
↠ Consideram-se como núcleos da base os aglomerados
No AVE o padrão motor costuma ser o mais
de neurônios existentes na porção basal do cérebro.
comprometido, havendo perda de função, atrofia e
Sendo assim. do ponto de vista anatômico, os núcleos da
fraqueza muscular. No entanto, quando um AVE atinge as
base são: o núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido,
vias neuronais descendentes, causando lesão do neurônio
em conjunto chamados de núcleo lentiforme, o claustrom,
motor superior, este passa a ser definido como
o corpo amigdaloide, o núcleo accumbens e o núcleo
“Síndrome do Neurônio Motor Superior” (SNMS). A
basal de Meynert (MACHADO, 3ª ed.).
SNMS deriva em controle anormal de diferentes grupos
musculares contralaterais à lesão, que podem envolver, ↠ O núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido
inclusive, aqueles responsáveis pelos ajustes posturais integram o chamado corpo estriado dorsal e os núcleos
(GARCIA, 2011) basal de Meynert e accumbens integram o corpo estriado
ventral (MACHADO, 3ª ed.).
Um dos desdobramentos desta doença pode ser a
espasticidade, uma condição que ocorre secundariamente ↠ Os núcleos da base exercem um papel importante no
à lesão do neurônio motor superior e que pode resultar controle da postura e dos movimentos voluntários. À
em sérias complicações quanto à prática das atividades diferença de muitas outras partes do sistema nervoso
da vida diária (AVDs), principalmente quando da acentuada implicadas no controle motor, os núcleos da base não
redução no controle voluntário do movimento e das possuem conexões aferentes ou eferentes diretas com
alterações no tônus muscular (GARCIA, 2011) a medula espinal (SNELL, 7ª ed.).
Na SNMS surgem, além da espasticidade, alterações nos Embora os núcleos da base, em especial o corpo estriado dorsal,
reflexos cutâneos, recrutamento muscular continuem a ser estruturas predominantemente motoras, eles
também estão envolvidos com várias funções não motoras,
descoordenado e reduzido, configurando uma paresia
relacionadas a processos cognitivos, emocionais e motivacionais
(GARCIA, 2011) (MAHADO, 3ª ed.).
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↠ Segue-se o corpo do núcleo caudado, situado no Entre o claustrum e o núcleo lentiforme existe outra
assoalho da parte central do ventrículo lateral, a cauda do lâmina branca, a cápsula externa (MACHADO, 3ª ed.).
núcleo caudado, que é longa, delgada e fortemente
↠ O claustrum tem conexões recíprocas com
arqueada, estendendo-se até a extremidade anterior do
praticamente todas as áreas corticais, mas sua função é
corno inferior do ventrículo lateral (MACHADO, 3ª ed.).
ainda enigmática existindo várias hipóteses sobre seu
↠ A cabeça do núcleo caudado funde-se com a parte funcionamento (MACHADO, 3ª ed.).
anterior do putâmen. Os dois núcleos são, em conjunto,
chamados de estriado, e têm funções relacionadas NÚCLEO ACCUMBENS
sobretudo com a motricidade (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Massa de substância cinzenta situada na zona de união
entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado,
NÚCLEO LENTIFORME
integrando conjunto que alguns autores chamam de
↠ Tem a forma e o tamanho aproximado de uma corpo estriado ventral. E uma importante área de prazer
castanha-do-pará. Não aparece na superficíe ventricular, do cérebro (MACHADO, 3ª ed.).
situando-se profundamente no interior do hemisfério.
↠ Recebe aferências dopaminérgicas principalmente da
Mediaimente relaciona-se com a cápsula interna que o
área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta
separa do núcleo caudado e do tálamo; lateralmente,
eferências para a parte orbitofrontal da área pré-frontal.
relaciona-se com o córtex da ínsula, do qual é separado
O núcleo accumbens é o mais importante componente
por substância branca e pelo claustrum (MACHADO, 3ª
do sistema mesolímbico, que é o sistema de recompensa
ed.).
ou do prazer do cérebro (MACHADO, 3ª ed.).
↠ O núcleo lentiforme é dividido em putâmen e globo
pálido por uma fina lâmina de substância branca O
putâmen situa-se lateralmente e é maior que o globo
pálido, o qual se dispõe mediaimente. Nas secções não
coradas de cérebro, o globo pálido tem coloração mais
clara que o putâmen (daí o nome), em virtude da
presença de fibras mielínicas que o atravessam
(MACHADO, 3ª ed.).
CORPO ESTRIADO
O corpo estriado, também chamado corpo estriado dorsal, é ↠ É uma massa esferoide de substância cinzenta de
constituído pelo núcleo caudado, putâmen e globo pálido. A esse cerca de 2 cm de diâmetro. situada no polo temporal do
esquema tradicional do corpo estriado, veio juntar-se, mais hemisfério cerebral, em relação com a cauda do núcleo
recentemente, o conceito de corpo estriado ventral que apresenta
caudado. Faz uma discreta saliência no teto da parte
características histológicas e hodológicas bastante semelhantes a seus
correspondentes dorsais. Entretanto, uma diferença é que as terminal do como inferior do ventrículo lateral e pode ser
estruturas do corpo estriado ventral pertencem ao sistema límbico, e vista em secções frontais do cérebro (MACHADO, 3ª ed.).
participam da regulação do comportamento emocional. O estriado
ventral tem como principal componente o núcleo accumbens ↠ Tem importante função relacionada com as emoções,
(MACHADO, 3ª ed.). em especial com o medo (MACHADO, 3ª ed.).
CLAUSTRUM ↠ É o componente mais importante do sistema límbico
(MACHADO, 3ª ed.).
↠ É uma delgada calota de substância cinzenta situada
entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Separa-se ↠ Apesar de seu tamanho relativamente pequeno, a
daquele por uma fina lâmina branca, a cápsula extrema. amígdala tem 12 núcleos, o que lhe valeu o nome de
complexo amigdaloide. Os núcleos da amígdala se
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↠ Na via direta, a conexão do putâmen se faz núcleos talâmicos resultando em inibição das áreas
diretamente com o pálido medial e deste para os núcleos motoras do córtex. Na via direta o putâmen inibe o pálido
ventral anterior (VA) e ventral lateral (VL) do tálamo de medial, cessa a inibição deste sobre o tálamo resultando
onde se projetam para as mesmas áreas motoras de ativação do córtex e facilitação dos movimentos. Na via
origem (MACHADO, 3ª ed.). indireta ocorre o oposto. A projeção excitatória do núcleo
subtalâmico sobre o pálido medial aumenta a inibição
deste sobre os núcleos talâmicos resultando em inibição
do córtex e dos movimentos (MACHADO, 3ª ed.).
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Referências
@jumorbeck
APG 07 – “A FUGA E O MEDO” 1
1- Estudar a anatomofisiologia do sistema nervoso ↠ A principal aferência para o SNA é fornecida pelos
autônomo (simpático e parassimpático); neurônios sensitivos autônomos (viscerais). Eles estão
2- Compreender a anatomofisiologia do sistema associados principalmente com interoceptores,
límbico; receptores sensitivos localizados nos vasos sanguíneos,
órgãos viscerais, músculos, e sistema nervoso que
Visão geral da divisão autônoma do sistema nervoso monitoram as condições do ambiente interno
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ É o sistema nervoso autônomo (SNA) que propicia
um controle distinto refinado das funções de muitos Exemplos de interoceptores são os quimiorreceptores que monitoram
órgãos e tecidos, como o miocárdio, músculo liso e os níveis sanguíneos de CO2 e os mecanorreceptores que detectam
o grau de estiramento da parede de órgãos ou vasos sanguíneos
glândulas exócrinas (SNELL, 7ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ A maioria das atividades do sistema autônomo não MACHADO traz a denominação de visceroceptores (receptores
chega à consciência (SNELL, 7ª ed.). situados nas vísceras.
↠ Realmente, como diz o próprio termo autônomo Ao contrário dos estímulos desencadeados pelo perfume de uma flor,
(auto=próprio; nom=governar), esta subdivisão motora por uma linda pintura ou por uma deliciosa refeição, estes sinais
sensitivos não são percebidos, na maioria das vezes, de modo
do sistema nervoso periférico possui uma certa consciente, embora a ativação intensa destes receptores possa gerar
independência funcional. O SNA recebe também a sensações conscientes. Dois exemplos disso são as sensações
denominação de sistema nervoso involuntário, o que dolorosas secundárias a lesões em órgãos viscerais e a angina de peito
reflete seu controle inconsciente, ou sistema motor (dor torácica) causada pela diminuição do fluxo sanguíneo para o
coração (TORTORA, 14ª ed.).
visceral geral, indicando a localização da maioria de seus
efetores (MARIEB, 3ª ed.). Os impulsos nervosos aferentes viscerais, antes de penetrar no
sistema nervoso central, passam por gânglios sensitivos. No caso dos
↠ O sistema nervoso visceral é responsável pela impulsos que penetram pelos nervos espinhais, estes gânglios são os
inervação das estruturas viscerais e é muito importante gânglios espinhais, não havendo, pois, gânglios diferentes para as fibras
para a integração da atividade das vísceras, no sentido da viscerais e somáticas (MACHADO, 3ª ed.).
manutenção da constância do meio interno (homeostase) ↠ Os neurônios motores autônomos regulam as funções
(MACHADO, 3ª ed.). viscerais por meio do aumento (excitação) ou da
↠ Assim como no sistema nervoso somático, distingue- diminuição (inibição) das atividades executadas pelos
se no sistema nervoso visceral uma parte aferente e tecidos efetores – músculos lisos, músculo cardíaco e
outra eferente. O componente aferente conduz os glândulas (TORTORA, 14ª ed.).
impulsos nervosos originados em receptores das vísceras Ao contrário do músculo esquelético, os tecidos inervados pelo SNA
(visceroceptores) a áreas especificas do sistema nervoso geralmente continuam funcionando mesmo que haja um dano a sua
central. O componente eferente traz impulsos de alguns rede nervosa. Por exemplo, o coração continua a bater quando ele é
removido de uma pessoa para ser transplantado; o músculo liso da
centros nervosos até as estruturas viscerais. terminando,
parede do sistema digestório mantém contrações rítmicas
pois, em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco, e independentes; e algumas glândulas produzem secreções na ausência
é chamado de sistema nervoso autônomo (MACHADO, de controle do SNA (TORTORA, 14ª ed.).
3ª ed.).
COMPARAÇÃO ENTRE OS NEURÔNIOS MOTORES SOMÁTICOS E
Alguns autores adotam um conceito mais amplo, incluindo no sistema
AUTÔNOMOS
nervoso autônomo também a parte aferente visceral. Segundo o
conceito de Langley, utilizaremos a denominação Sistema Nervoso ↠ O axônio de um neurônio motor somático mielinizado
Autônomo (SNA) apenas para o componente eferente do sistema
nervoso visceral (MACHADO, 3ª ed.).
se estende da parte central do sistema nervoso (SNC)
até as fibras musculares de uma unidade motora. Por
Convém acentuar que as fibras eferentes viscerais especiais, outro lado, a maioria das vias motoras autônomas é
estudadas a propósito dos nervos cranianos não fazem parte do
sistema nervoso autônomo, pois inervam músculos estriados
formada por dois neurônios motores em série, ou seja,
esqueléticos. Assim, apenas as fibras eferentes viscerais gerais um após o outro (TORTORA, 14ª ed.).
integram este sistema (MACHADO, 3ª ed.).
↠ O primeiro neurônio (neurônio pré-ganglionar) tem
seu corpo celular no SNC; seu axônio mielinizado se
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projeta do SNC até um gânglio autônomo. (Lembre-se gânglios. Os gânglios das raízes dorsais constituem parte da divisão
de que gânglio é um agrupamento de corpos celulares sensorial, e não motora, do SNP (MARIEB, 3ª ed.).
no SNP.) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Todos os neurônios motores somáticos liberam
apenas a acetilcolina (ACh) como seu neurotransmissor,
enquanto os neurônios motores autônomos podem
liberar ACh ou norepinefrina (TORTORA, 14ª ed.).
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atuam de modos completamente diferentes (TORTORA, 14ª Ias das parassimpáticas, nas quais predominam as
ed.). vesículas agranulares. No sistema nervoso
periférico, as vesículas granulares pequenas
contêm noradrenalina, e a maioria das vesículas
agranulares contém acetilcolina (MACHADO, 3ª
ed.).
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NERVOS ESPLÂNCNICOS E GÂNGLIOS PRÉ-VERTEBRAIS Note que a denominação dos ra.mos comunicantes como branco ou
cinzento decorre de sua aparência, se suas fibras são ou não
↠ Da porção torácica do tronco simpático originam-se, mielinizadas (e não tem relação com a substância branca ou cinzenta
a partir de T5, os nervos espláncnicos: maior; menor e do SNC) (MARIEB, 3ª ed.).
imo, os quais têm trajeto descendente, atravessam o
↠ Como os neurônios pré-ganglionares só existem nos
diafragma e penetram na cavidade abdominal, onde
segmentos medulares de T1 a L2, as fibras pré-
terminam nos gânglios pré-vertebrais. Estes se localizam
ganglionares emergem somente destes níveis, o que
anteriormente à coluna vertebral e à aorta abdominal, em
explica a existência de ramos comunicantes brancos
geral próximo à origem dos ramos abdominais desta
apenas nas regiões torácica e lombar alta. Já os ramos
artéria, dos quais recebem o nome (MACHADO, 3ª ed.).
comunicantes cinzentos ligam o tronco simpático a todos
↠ Assim, existem: dois gânglios celíacos, direito e os nervos espinhais (MACHADO, 3ª ed.).
esquerdo, situados na origem do tronco celíaco; dois
↠ Como o número de gânglios do tronco simpático é
gânglios aórtico-renais, na origem das artérias renais; um
frequentemente menor que o número de nervos
gânglio mesentérico superior e outro mesentérico
espinhais, de um gânglio pode emergir mais de um ramo
inferior, próximo à origem das artérias de mesmo nome
comunicante cinzento, como ocorre, por exemplo, na
(MACHADO, 3ª ed.).
região cervical, onde existem três gânglios para oito
Os nervos esplâncnicos maior e menor terminam, respectivamente, nervos cervicais (MACHADO, 3ª ed.).
nos gânglios celíaco e aórtico-renal (MACHADO, 3ª ed.).
Como as fibras parassimpáticas nunca cursam através de gânglios
Apesar de os nervos esplâncnicos se originarem aparentemente de espinais, os ramos comunicantes estão associados apenas com a
gânglios paravertebrais, eles são constituídos por fibras pré- divisão simpática (MACHADO, 3ª ed.).
ganglionares, além de um número considerável de fibras viscerais
aferentes (MACHADO, 3ª ed.). FILETES VASCULARES E NERVOS CARDÍACOS
RAMOS COMUNICANTES ↠ Do tronco simpático, e especialmente dos gânglios
pré-vertebrais, saem pequenos filetes nervosos que se
↠ Unindo o tronco simpático aos nervos espinhais,
acolam à adventícia das artérias e seguem com elas até
existem filetes nervosos denominados ramos
as vísceras. Assim, do polo cranial do gânglio cervical
comunicantes, que são de dois tipos: ramos comunicantes
superior sai o nervo carotídeo interno, que pode
brancos e ramos comunicantes cinzentos (MACHADO, 3ª
ramificar-se, formando o plexo carotídeo interno, que
ed.).
penetra no crânio, nas paredes da artéria carótida interna.
↠ Os ramos comunicantes brancos, na realidade, ligam a Dos gânglios pré-vertebrais, filetes nervosos acolam-se à
medula ao tronco simpático, sendo, pois, constituídos de artéria aorta abdominal e a seus ramos (MACHADO, 3ª
fibras pré-ganglionares, além de fibras viscerais aferentes. ed.).
Já os ramos comunicantes cinzentos são constituídos de
fibras pós-ganglionares, que, sendo amielínicas, dão a este LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES
ramo uma coloração ligeiramente mais escura SIMPÁTICOS, DESTINO E TRAJETO DAS FIBRAS PRÉ
(MACHADO, 3ª ed.). GANGLIONARES
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pelas raízes ventrais dos nervos sacrais correspondentes, mesentérico inferior, que supre o intestino grosso
ganham o tronco destes nervos, dos quais se destacam (MACHADO, 3ª ed.).
para formar os nervos esplâncnicos pélvicos. Por meio
destes nervos, atingem as vísceras da cavidade pélvica, VISÃO FISIOLÓGICA GERAL (DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS
onde terminam fazendo sinapse nos gânglios (neurônios ENTRE O SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO)
pós-ganglionares) aí localizados (MACHADO, 3ª ed.).
↠ De modo geral, o sistema simpático tem ação
↠ Os nervos esplâncnicos pélvicos são também antagônica à do parassimpático em um determinado
denominados nervos eretores, pois estão ligados ao órgão. Esta afirmação, entretanto, não é válida em todos
fenômeno da ereção. Sua lesão causa a impotência os casos. Assim, por exemplo, nas glândulas salivares os
(MACHADO, 3ª ed.). dois sistemas aumentam a secreção, embora a secreção
produzida por ação parassimpática seja mais fluida e
PLEXOS VISCERAIS muito mais abundante (MACHADO, 3ª ed.).
↠ Quanto mais próximo das vísceras, mais difícil se torna ↠ Uma das diferenças fisiológicas entre o simpático e o
separar, por dissecação, as fibras do simpático e do parassimpático é que este tem ações sempre localizadas
parassimpático. Isto ocorre porque se forma, nas a um órgão ou setor do organismo, enquanto as ações
cavidades torácica, abdominal e pélvica, um emaranhado do simpático, embora possam ser também localizadas,
de filetes nervosos e gânglios, constituindo os chamados tendem a ser difusas, atingindo vários órgãos
plexos viscerais, que não são puramente simpáticos ou (MACHADO, 3ª ed.).
parassimpáticos, mas que contêm elementos dos dois
sistemas, além de fibras viscerais aferentes (MACHADO, A base anatômica desta diferença reside no fato de que os gânglios
do parassimpático, estando próximos das vísceras, fazem com que o
3ª ed.). território de distribuição das fibras pós-ganglionares seja
necessariamente restrito. Além do mais, no sistema parassimpático,
↠ Na composição destes plexos, temos os seguintes uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com um número relativamente
elementos: fibras simpáticas pré-ganglionares (raras) e pequeno de fibras pós-ganglionares. Já no sistema simpático, os
pós-ganglionares; fibras parassimpáticas pré e pós- gânglios estão longe das vísceras e uma fibra pré-ganglionar faz
ganglionares; fibras viscerais aferentes e gânglios do sinapse com grande número de fibras pós-ganglionares que se
distribuem a territórios consideravelmente maiores (MACHADO, 3ª ed.).
parassimpático, além dos gânglios pré-vertebrais do
simpático (MACHADO, 3ª ed.). NEUROTRANSMISSORES E RECEPTORES DO SNA
↠ Nos plexos entéricos, existem também neurônios não ↠ Os neurônios autônomos são classificados, conforme
ganglionares (MACHADO, 3ª ed.). o neurotransmissor liberado, em colinérgico ou
adrenérgico. Os receptores dos neurotransmissores são
↠ Os maiores plexos torácicos são o plexo cardíaco, que
proteínas integrais de membrana localizadas na
supre o coração, e o plexo pulmonar, que inerva a árvore
membrana plasmática de um neurônio pós-sináptico ou
brônquica (MACHADO, 3ª ed.).
de uma célula efetora (TORTORA, 14ª ed.).
↠ O abdome e a pelve também apresentam plexos
Infelizmente, para propósitos de memorização, os efeitos da ACh e
autônomos importantes, em geral denominados NA em seus efetores não são necessariamente excitatórios ou
conforme a artéria com a qual são distribuídos. O plexo inibitórios. Essa resposta depende não apenas do neurotransmissor,
celíaco (solar) é o maior plexo autônomo e está localizado mas também do receptor ao qual se liga. Os dois ou mais tipos de
em torno do tronco celíaco. Ele envolve dois grandes receptores para cada neurotransmissor vegetativo permite a este
exercer diferentes efeitos (ativação ou inibição) em diferentes alvos
gânglios celíacos, dois gânglios aorticorrenais e uma densa corporais (MARIEB, 3ª ed.).
rede de axônios autônomos distribuídos no estômago, no
baço, no pâncreas, no fígado, na vesícula biliar, nos rins, NEURÔNIOS RECEPTORES COLINÉRGICOS
nas medulas das glândulas suprarrenais, nos testículos e
↠ Os neurônios colinérgicos liberam o neurotransmissor
nos ovários (MACHADO, 3ª ed.).
acetilcolina (ACh). No SNA, os neurônios colinérgicos
↠ O plexo mesentérico superior envolve o gânglio incluem: (TORTORA, 14ª ed.).
mesentérico superior e inerva os intestinos delgado e
➢ todos os neurônios pré-ganglionares simpáticos
grosso. O plexo mesentérico inferior envolve o gânglio
e parassimpáticos;
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RECEPTORES AGONISTAS E ANTAGONISTAS ➢ Inibição dos processos que não são essenciais
Um agonista é uma substância que ativa um receptor quando se liga durante o enfrentamento de uma situação
a ele, mimetizando o efeito de um neurotransmissor ou hormônio estressora. Por exemplo, os movimentos da
endógenos (TORTORA, 14ª ed.). musculatura do sistema digestório e a produção
Um antagonista é uma substância que bloqueia um receptor quando
de secreções digestórias diminuem ou até
se liga a ele, evitando a ação de um neurotransmissor ou hormônio param.
endógenos (TORTORA, 14ª ed.).
RESPOSTAS PARASSIMPÁTICAS
FISIOLOGIA DO SNA
↠ A parte parassimpática estimula as respostas de
TÔNUS AUTÔNOMO repouso e digestão. As respostas parassimpáticas
permitem que as funções corporais conservem e
↠ A maior parte dos órgãos do corpo recebe inervação
restaurem energia durante períodos de descanso ou
de ambas as partes do SNA, que geralmente provocam
recuperação. Nos intervalos entre períodos de exercício,
efeitos antagônicos. O equilíbrio entre a atividade das
os impulsos parassimpáticos que estimulam as glândulas
partes simpática e parassimpática, conhecido como tônus
digestivas e os músculos lisos do sistema digestório
autônomo, é regulado pelo hipotálamo. De modo geral,
superam os impulsos simpáticos. Ao mesmo tempo, as
quando o hipotálamo aumenta o tônus simpático, ele
respostas parassimpáticas diminuem a funções corporais
diminui o parassimpático e vice-versa. (TORTORA, 14ª ed.).
relacionadas com a atividade física (TORTORA, 14ª ed.).
↠ As duas partes podem afetar os órgãos de maneiras
↠ Cinco atividades estimuladas principalmente pela parte
distintas porque seus neurônios pós-ganglionares liberam
parassimpática são a salivação, o lacrimejamento, a
neurotransmissores diferentes e seus órgãos efetores
micção, a digestão e a defecação. Além destas atividades,
apresentam diferentes receptores adrenérgicos e
existem três respostas conhecidas como as “três
colinérgico (TORTORA, 14ª ed.).
diminuições”: da frequência cardíaca, do diâmetro das vias
RESPOSTAS SIMPÁTICAS respiratórias (broncoconstrição) e do diâmetro das pupilas
(miose) (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Durante estresses físicos ou emocionais, a parte
Os efeitos da estimulação simpática duram mais tempo e são mais
simpática domina a parassimpática. Um tônus simpático
disseminados que os efeitos da estimulação parassimpática por três
elevado favorece funções corporais que permitem a motivos: (TORTORA, 14ª ed.).
realização de atividades físicas vigorosas e a produção
rápida de ATP. Ao mesmo tempo, a parte simpática ➢ os axônios pós-ganglionares simpáticos apresentam maior
divergência; consequentemente, uma quantidade maior de
diminui a atividade das funções corporais relacionadas com tecidos é ativada ao mesmo tempo.
o armazenamento de energia. Além do exercício físico, ➢ A acetilcolinesterase rapidamente inativa a acetilcolina, mas
várias emoções – como o medo, a vergonha ou a raiva a norepinefrina permanece na fenda sináptica por um
– estimulam a parte simpática (TORTORA, 14ª ed.). período maior.
➢ A epinefrina e a norepinefrina secretadas pela medula das
↠ A ativação da parte simpática e a liberação de glândulas suprarrenais intensificam e prolongam as
respostas causadas pela norepinefrina liberada pelos
hormônios pelas medulas das glândulas suprarrenais
axônios pós-ganglionares simpáticos
promovem uma série de respostas fisiológicas conhecidas
como resposta de luta ou fuga, que inclui os seguintes Sistema límbico
efeitos: (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A palavra límbico é relativa a limbo, que significa borda
➢ Dilatação das pupilas ou margem; o termo sistema límbico era usado
➢ Aumento da frequência cardíaca, da força de genericamente para incluir um grupo de estruturas que
contração do músculo cardíaco e da pressão se localizam na zona de fronteira entre o córtex cerebral
arterial e o hipotálamo. Atualmente sabe-se, em virtude das
➢ As vias respiratórias se dilatam, permitindo um pesquisas, que o sistema límbico envolve muitas outras
movimento mais rápido do ar para dentro e para estruturas além da zona de fronteira para o controle das
fora dos pulmões emoções, do comportamento e dos impulsos; também
➢ Liberação de glicose pelo fígado, aumentando parece ser importante na memória (SNELL, 7ª ed.).
seus níveis sanguíneos
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HIPOTÁLAMO
↠O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas
paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que
o separa do tálamo
POSIÇÃO CHAVE DO HIPOTÁLAMO
COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO RELACIONADOS COM A Uma parte importante do sistema límbico é o hipotálamo e suas
estruturas relacionadas. Além de seu papel no controle
EMOÇÃO comportamental essas áreas controlam muitas condições internas do
corpo, como a temperatura corporal, osmolalidade dos líquidos
CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR corporais, e os desejos de comer e beber e o controle do peso
corporal. Essas funções do meio interno são coletivamente chamadas
↠ Apenas a parte anterior do giro do cíngulo relaciona- funções vegetativas do cérebro, e seu controle está intimamente
se com o processamento das emoções. Uma das relacionado ao comportamento (GUYTON, 13ª ed.).
evidências desse fato vem de experiências em que
As estruturas anatômicas do sistema límbico formam complexo
pessoas normais foram solicitadas a recordar episódios interconectado de elementos da região basal do cérebro. Situado no
pessoais envolvendo emoções, enquanto seu cérebro era meio de todas essas estruturas, fica o extremamente pequeno
@jumorbeck
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HABÊNULA
↠ A habênula situa-se no trígono das habênulas, no
Essa imagem mostra a posição-chave do hipotálamo no sistema epitálamo, abaixo e lateralmente à glândula pineal
límbico e mostra, a seu redor, outras estruturas subcorticais do sistema (MACHADO, 3ª ed.).
límbico, incluindo a área septal, a área paraolfatória, o núcleo anterior
do tálamo, partes dos gânglios da base, o hipocampo e a amígdala
(GUYTON, 13ª ed.).
@jumorbeck
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terminal do como inferior do ventrículo lateral e pode ser ↠ Entretanto, a principal e mais conhecida função da amígdala é o
vista em secções frontais do cérebro (MACHADO, 3ª ed.). processamento do medo. Pacientes com lesões bilaterais da amígdala
não sentem medo, mesmo em situações de perigo óbvio, como a
↠ Tem importante função relacionada com as emoções, presença de uma cobra venenosa (MACHADO, 3ª ed.).
em especial com o medo (MACHADO, 3ª ed.). A AMÍGDALA E O MEDO
↠ Apesar de seu tamanho relativamente pequeno, a O medo é uma reação de alarme diante de um perigo. Esta reação
amígdala tem 12 núcleos, o que lhe valeu o nome de resulta da ativação geral do sistema simpático e liberação de adrenalina
complexo amigdaloide. Os núcleos da amígdala se pela medula da glândula suprarrenal. Este alarme, denominado
Síndrome de Emergência de Cannon, visa preparar o organismo para
dispõem em três grupos, corticomedial, basolateral e uma situação de perigo na qual ele deve ou fugir ou enfrentar o perigo
central (MACHADO, 3ª ed.). (to fight or to fiight) (MACHADO, 3ª ed.).
@jumorbeck
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MEMÓRIA
↠ Memória é a capacidade de se adquirir, armazenar e
evocar informações. A etapa de aquisição é a
aprendizagem do mesmo modo que a evocação é a
etapa de lembrança. O conjunto das memórias de um
indivíduo é parte importante de sua personalidade
(MACHADO, 3ª ed.).
MEMÓRIA OPERACIONAL OU DE TRABALHO
HIPOCAMPO
↠ É uma eminência alongada e curva situada no assoalho
do corno inferior do ventrículo lateral acima do giro para-
hipocampal (MACHADO, 3ª ed.).
@jumorbeck
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caminho que leva a um determinado lugar (MACHADO, trato mamilotalâmico, integrando o circuito de Papez.
3ª ed.). Lesões no cíngulo posterior ou dos núcleos anteriores do
tálamo resultam em amnésias (MACHADO, 3ª ed.)
GIRO DENTEADO
FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS DO HIPOTÁLAMO E
↠ É um giro estreito e denteado situado entre a área
entorrinal e o hipocampo com o qual se continua ESTRUTURAS LÍMBICAS ASSOCIADAS
lateralmente (MACHADO, 3ª ed.). Efeitos Causados por Estimulação do Hipotálamo: a
↠ Sua estrutura, constituída por uma só camada de estimulação ou lesões do hipotálamo, além de demonstrar
neurônios, é muito semelhante à do hipocampo. Tem o papel do hipotálamo na regulação das funções
amplas ligações com a área entorrinal e o hipocampo e, vegetativas e endócrinas, pode ter, com frequência,
com este, constitui a formação do hipocampo. Estudos profundos efeitos no comportamento emocional de
recentes mostram que o giro denteado é responsável animais e dos seres humanos (GUYTON, 13ª ed.).
pela dimensão temporal da memória (MACHADO, 3ª ed.) Alguns dos efeitos comportamentais da estimulação são
os seguintes: (GUYTON, 13ª ed.).
CÓRTEX ENTORRINAL
➢ A estimulação da região lateral do hipotálamo,
↠ Ocupa a parte anterior do giro para-hipocampal
não apenas causa sede e fome, mas também
mediaimente a sulco rinal. É um tipo de córtex primitivo
aumenta o nível geral de atividade do animal,
(arquicórtex) e corresponde à área 28 de Brodmann
algumas vezes levando à raiva e à luta.
(MACHADO, 3ª ed.)
➢ A estimulação do núcleo ventromedial e áreas
↠ Recebe fibras do fórnix e envia fibras ao giro denteado adjacentes causa principalmente os efeitos
que, por sua vez, se liga ao hipocampo. O córtex opostos aos ocasionados pela estimulação lateral
entorrinal funciona como um portão de entrada para o hipotalâmica — isto é, sensação de saciedade,
hipocampo, recebendo as diversas conexões que a ele diminuição da alimentação e tranquilidade.
chegam através do giro denteado, incluindo as conexões ➢ A estimulação de zona estreita dos núcleos
que recebe da amígdala e da área septal (MACHADO, 3ª periventriculares localizados imediatamente
ed.) adjacentes ao terceiro ventrículo (ou, também,
pela estimulação da área cinzenta central do
Lesão do córtex entorrinal, mesmo estando intacto o hipocampo,
resulta em grande déficit de memória. O córtex entorrinal é
mesencéfalo, que é contínua com essa porção
geralmente a primeira área cerebral comprometida na doença de do hipotálamo) usualmente leva a reações de
Alzheimer. (MACHADO, 3ª ed.) medo e punição.
➢ O desejo sexual pode ser estimulado em
CÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL diversas áreas do hipotálamo, especialmente nas
↠ O córtex para-hipocampal ocupa a parte posterior do porções mais anterior e mais posterior do
giro para-hipocampal continuando-se com o córtex hipotálamo.
cingular posterior no nível do istmo do giro do cíngulo
(MACHADO, 3ª ed.)
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ARTIGO Referências
Sistema de recompensa dopaminérgico e diferença de FRANÇA, T. A. Plasticidade, topografia e alocação de
gênero em preferências sociais
memórias: uma investigação teórica sobre o código
Nesse estudo, os autores inicialmente comentam que as neural no hipocampo. Universidade Federal do Rio Grande,
mulheres têm maior tendência às escolhas pró-sociais do que Programa de Pós-Graduação, 2019.
os homens, mesmo em casos em que os ganhos secundários
ou estratégicos estão excluídos. FARINAS, M.; ABDO, C. H. N. Sistema de recompensa
dopaminérgico e diferença de gênero em preferências
Escolhas pró-sociais caracterizam-se por serem adversas à sociais Diagnóstico e Tratamento, v. 23, n. 1, pg 24-27,
desigualdade, beneficiando segundos ou terceiros, sendo
2019.
caracterizadas por altruísmo, generosidade e cooperação.
SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica, 7ª ed., Guanabara
Um estudo recente evidenciou que homens e mulheres com
tendência a terem mais parceiros sexuais apresentam Koogan, 2010.
diferentes padrões cerebrais: em um ambiente de laboratório, MACHADO A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional,
os homens com essa tendência apresentam uma combinação
Atheneu, 3ª ed.
de alta ativação do corpo estriado e baixa da amígdala; entre
as mulheres, há alta ativação do corpo estriado e também alta GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed.
ativação da amígdala Editora Elsevier Ltda., 2017
CONCLUSÃO: Diferenças de gênero entre habilidades e MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed.,
tendências comportamentais podem ter uma base biológica Porto Alegra: Artmed, 2008.
subjacente, para além de influências sociais. Esta base biológica
incluiria a atuação hormonal no período gestacional e uma TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
consequente diferenciação de funcionamento das estruturas em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
cerebrais, em especial do sistema de recompensa e do sistema
límbico
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APG 08 - “Os pares de 12”
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↠ Três nervos cranianos (I, II e VIII) contêm axônios de NERVO OLFATÓRIO, I PAR
neurônios sensitivos e são, portanto, chamados de nervos
↠ O nervo olfatório é totalmente sensitivo; ele contém
sensitivos especiais. Na cabeça, eles são exclusivos e
axônios que conduzem impulsos nervosos relacionados
estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão com o olfato (TORTORA, 14ª ed.).
e da audição, respectivamente. Os corpos celulares da
maioria dos nervos sensitivos estão localizados em ↠ O epitélio olfatório ocupa a parte superior da cavidade
gânglios situados fora do encéfalo (TORTORA, 14ª ed.). nasal, cobrindo a face inferior da lâmina cribriforme e se
estendendo inferiormente ao longo da concha nasal
↠ Cinco nervos cranianos (III, IV, VI, XI e XII) são superior (TORTORA, 14ª ed.).
classificados como nervos motores, pois eles contêm
apenas axônios de neurônios motores quando deixam o
tronco encefálico. Os axônios que inervam músculos
esqueléticos são de dois tipos: (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Axônios motores branquiais inervam músculos
esqueléticos que se desenvolvem a partir dos
arcos faríngeos (branquiais). Estes neurônios
deixam o encéfalo por meio de nervos cranianos
mistos e pelo nervo acessório.
➢ Axônios motores somáticos inervam músculos
esqueléticos que se desenvolvem a partir dos ↠ Os receptores olfatórios do epitélio olfatório são
somitos da cabeça (músculos dos olhos e da neurônios bipolares. Cada um apresenta um dendrito
língua). Estes neurônios saem do encéfalo por sensível a odores que se projeta de um lado do corpo
meio de cinco nervos cranianos motores (III, IV, celular e um axônio não mielinizado que se projeta do
VI, XI e XII). Axônios motores que inervam outro lado (TORTORA, 14ª ed.).
músculos lisos, músculos cardíacos e glândulas
↠ Feixes de axônios de receptores olfatórios passam por
são chamados de axônios motores autônomos
cerca de vinte forames olfatórios na lâmina cribriforme do
e fazem parte da divisão autônoma do sistema
etmoide, em cada lado do nariz. Estes cerca de quarenta
nervoso.
feixes de axônios formam os nervos olfatórios direito e
↠ Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, IX e X) esquerdo (TORTORA, 14ª ed.).
são nervos mistos – contêm axônios de neurônios
sensitivos que entram no encéfalo e de neurônios
motores que deixam o encéfalo (TORTORA, 14ª ed.).
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↠ Os nervos olfatórios terminam no encéfalo em massas ↠ O nervo óptico (II) é totalmente sensitivo: ele contém
pares de substância cinzenta conhecidas como bulbos axônios que conduzem os impulsos nervosos relacionados
olfatórios, duas projeções do encéfalo que repousam com a visão (TORTORA, 14ª ed.).
sobre a lâmina cribriforme (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na retina, os bastonetes e os cones iniciam os sinais
↠ Nos bulbos olfatórios, as terminações axônicas fazem visuais, transmitindo-os para as células bipolares, que
sinapse com os dendritos e corpos celulares dos enviam estes sinais para células ganglionares (TORTORA,
próximos neurônios da via olfatória. Os axônios destes 14ª ed.).
neurônios formam os tratos olfatórios, que se estendem
posteriormente a partir dos bulbos olfatórios. Os axônios
dos tratos olfatórios terminam na área olfatória primária,
localizada no lobo temporal (TORTORA, 14ª ed.).
Feixes de axônios
Epitélio Receptores olfatórios passam por 20
olfatório - neurônios bipolates forames na lâmina
cribriforme
Tratos Formam o
Terminam nos
NERVO
olfatórios bulbos olfatórios
OLFATÓRIO
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RAMO INFERIOR -
RAMO SUPERIOR -
músculos
extrínsecos do bulbo
músculo extrinseco ↠ A seguir, o nervo circunda a ponte e sai pela fissura
e levantador da
e axônios
parassimpáticos
pálpebra supeirior orbital superior em direção à órbita. Estes axônios
motores somáticos inervam o músculo oblíquo superior,
outro músculo extrínseco do bulbo do olho que controla
Nervos principalmente motores (ocu/omotor =motor do olho); sua movimentação (TORTORA, 14ª ed.).
apresenta uns poucos aferentes proprioceptivos; cada um dos nervos
inclui: (MARIEB, 3ª ed.).
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Músculo reto
lateral
↠ O nervo abducente tem esse nome porque é ↠ Seus axônios sensitivos se projetam a partir dos
responsável pela abdução (rotação lateral) do bulbo do calículos gustatórios dos dois terços anteriores da língua,
olho (TORTORA, 14ª ed.). entrando no temporal para se unir ao nervo facial. Deste
ponto, os axônios sensitivos passam pelo gânglio
Desequilíbrio homeostático: Na paralisia do nervo abducente, o olho
não pode ser movido lateralmente; no repouso, o bulbo do olho
geniculado, grupo de corpos celulares de neurônios
afetado desvia medialmente (estrabismo interno) (MARIEB, 3ª ed.). sensitivos do nervo facial dentro do temporal, e terminam
na ponte. A partir da ponte, os axônios de estendem até
o tálamo, e dali para áreas gustativas do córtex cerebral
(TORTORA, 14ª ed.).
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se terminam nos núcleos vestibulares da ponte e do como traumatismo, tumores ou infecções da orelha interna
cerebelo. Alguns axônios sensitivos também entram no (TORTORA, 14ª ed.).
cerebelo via pedúnculo cerebelar inferior (TORTORA, 14ª NERVO GLOSSOFARÍNGEO, IX PAR
ed.).
↠ O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo craniano misto
ORELHA (TORTORA, 14ª ed.).
Canais
INTERNA -
semicirculares
Axônios
↠ O nervo glossofaríngeo possui três núcleos: (1) o
núcleo motor principal, (2) o núcleo parassimpático e (3)
o núcleo sensitivo (SNELL, 7ª ed.).
Núcleo vestibular Gânglios
da ponte e ↠ Os axônios sensitivos deste nervo se originam:
cerebelo vestibulares
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ Os axônios sensitivos do ramo coclear se originam no • dos calículos gustatórios do terço posterior da
órgão espiral (órgão de Corti), localizado na cóclea. Os língua;
corpos celulares destes neurônios se situam no gânglio • de proprioceptores de alguns músculos de
espiral da cóclea. A partir daí, os axônios se projetam até deglutição que são inervados pela parte motora;
núcleos bulbares e terminam no tálamo (TORTORA, 14ª • de barorreceptores (receptores de pressão) do
ed.). seio carótico que monitoram a pressão
sanguínea;
Órgão espiral - • de quimiorreceptores (receptores que
Gânglio espiral
Axônios monitoram os níveis sanguíneos de oxigênio e
de gás carbônico) nos glomos caróticos, situados
próximo das artérias carótidas, e nos glomos
paraórticos, localizados perto do arco da aorta;
Tálamo
Núcleos • da orelha externa para transmitir impulsos táteis,
bulbares
álgicos e térmicos (calor e frio).
↠ O nervo vestibulococlear contém algumas fibras ↠ Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão
motoras. No entanto, em vez de inervarem tecidos localizados nos gânglios superior e inferior. A partir destes
musculares, elas modulam as células ciliadas da orelha gânglios, os axônios sensitivos passam pelo forame jugular
interna (TORTORA, 14ª ed.). e terminam no bulbo (TORTORA, 14ª ed.).
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branquiais inervam o músculo estilofaríngeo, que auxilia na e o gânglio inferior (ou nodoso), situado logo abaixo desse
deglutição, e os axônios dos neurônios motores forame (MACHADO, 3ª ed.).
parassimpáticos estimulam a secreção de saliva pela
↠ Entre os dois gânglios, reúne-se ao vago o ramo
glândula parótida (TORTORA, 14ª ed.).
interno do nervo acessório (MACHADO, 3ª ed.).
↠ Os corpos celulares pós-ganglionares dos neurônios
↠ Os axônios sensitivos do nervo vago se originam da
motores parassimpáticos situam-se no gânglio ótico
pele da orelha externa para enviar informações sensitivas
(TORTORA, 14ª ed.).
táteis, álgicas e térmicas; de alguns receptores gustativos
na epiglote e na faringe; e de proprioceptores em
músculos do pescoço e da faringe. Além disso, este nervo
apresenta axônios sensitivos derivados de
barorreceptores no seio carótico e de quimiorreceptores
nos glomos paraórticos (TORTORA, 14ª ed.).
Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo glossofaríngeo causam ↠ Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão
disfagia, ou dificuldade para engolir; aptialia, ou diminuição da secreção localizados nos gânglios superior e inferior; seus axônios
de saliva; perda de sensibilidade na garganta/faringe; e ageusia, ou
então passam pelo forame jugular e terminam no bulbo
perda do paladar. Tais lesões podem ser secundárias a traumas ou
tumores (TORTORA, 14ª ed.). e na ponte (TORTORA, 14ª ed.).
↠ O nervo vago, o maior dos nervos cranianos, é misto Bulbo e ponte Forame jugular
e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral
posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares
que se reúnem para formar o nervo vago (MACHADO, ↠ Os neurônios motores branquiais, que percorrem uma
3ª ed.). curta distância junto com o nervo acessório, se originam
de núcleos bulbares e suprem músculos da faringe, da
↠ O nervo vago possui três núcleos: (1) o núcleo motor laringe e do palato mole que são utilizados na deglutição,
principal, (2) o núcleo parassimpático e (3) o núcleo na vocalização e na tosse (TORTORA, 14ª ed.).
sensitivo (SNELL, 7ª ed.).
↠ Historicamente estes neurônios motores foram
↠ Ele tem este nome devido a sua ampla distribuição no chamados de nervo acessório craniano, mas, na verdade,
corpo. No pescoço, ele é medial e posterior à veia jugular estas fibras pertencem ao nervo vago (X) (TORTORA,
interna e à artéria carótida comum (TORTORA, 14ª ed.). 14ª ed.).
↠ Neste longo trajeto, o nervo vago dá origem a ↠ Os axônios de neurônios motores parassimpáticos do
numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, nervo vago se originam de núcleos bulbares e inervam
entrando na formação dos plexos viscerais que os pulmões, o coração, glândulas do trato gastrintestinal
promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas (TGI) e músculos lisos das vias respiratórias, do esôfago,
e abdominais (MACHADO, 3ª ed.). do estômago, da vesícula biliar, do intestino delgado e de
↠ O vago possui dois gânglios sensitivos, o gânglio boa parte do intestino grosso. Os axônios motores
superior (ou jugular), situado ao nível do forame jugular, parassimpáticos estimulam a contração dos músculos lisos
do TGI, para auxiliar na motilidade deste trato, e na
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secreção das glândulas digestórias; ativam músculos lisos sobem pelo forame magno, e então saem pelo forame
das vias respiratórias para diminuir seu calibre; e diminuem jugular junto com os nervos vago e glossofaríngeo
a frequência cardíaca (TORTORA, 14ª ed.). (TORTORA, 14ª ed.).
Cornos
Neurônios
anteriores da
motores
região cervical
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se ao vago e distribui-se com ele. O ramo externo contém as fibras A patogênese relacionada às alterações no olfato e no paladar
da raiz espinhal, tem trajeto próprio e, dirigindo-se obliquamente para em pacientes com COVID-19 ainda não é totalmente
baixo, inerva os músculos trapézio e estemocleidomastoídeo compreendida. Acredita-se que as alterações no sentido do
(MACHADO, 3ª ed.). olfato se originem de danos ao bulbo olfatório ou nervo olfatório
Desequilíbrio homeostático: Se o nervo acessório é lesado por causados pelo vírus. Foi relatado que o vírus causa danos
doenças como traumatismos, tumores ou AVE ocorre a paralisia dos diretamente na cavidade oral e no epitélio olfatório por meio
músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Nesta condição, o dos receptores da enzima conversora de angiotensina 2
indivíduo não consegue elevar os ombros e tem dificuldade em realizar (ACE2).
a rotação da cabeça. (TORTORA, 14ª ed.).
Descobriram que o vírus se liga aos receptores ACE no epitélio
NERVO HIPOGLOSSO, XII PAR nasal e causa degeneração da mucosa nasal e subsequente
inflamação e dano aos receptores neurais responsáveis pelo
↠ O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. olfato. Outra hipótese, atualmente a mais aceita, sugere as
Seus axônios motores somáticos se originam de um alterações diretas do sistema nervoso central pelo vírus.
núcleo bulbar (núcleo do nervo hipoglosso), saem do
bulbo pela sua face anterior, e passam pelo canal do Paralisia isolada do nervo abducente associada à doença por
nervo hipoglosso para então inervar os músculos da coronavírus: acompanhamento de 8 meses (MEDEIROS et. al.,
2019)
língua. Estes axônios conduzem impulsos nervosos
relacionados com a fala e a deglutição (TORTORA, 14ª O SARS-CoV-2 possui capacidades neurotrópicas e
ed.). neuroinvasivas. Neurite óptica bilateral, papiledema e paresia
aguda do nervo craniano (NC), incluindo envolvimento do nervo
Os axônios sensitivos não voltam para o encéfalo pelo nervo
abducente e oculomotor, foram relatados.
hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos que se originam de
proprioceptores de músculos da língua, embora comecem seu curso Paciente do sexo masculino de 48 anos que apresentou
em direção ao encéfalo no nervo hipoglosso, deixam o nervo para se paralisia isolada do nervo abducente após COVID-19, sem
juntar a nervos espinais cervicais e terminam no bulbo, entrando na
evidência de envolvimento do NC em neuroimagem. Além
parte central do sistema nervoso pelas raízes posteriores dos nervos
espinais cervicais (TORTORA, 14ª ed.).
disso, descreveu-se a melhora completa e espontânea do caso
em um período de 8 meses.
@jumorbeck
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Referências
@jumorbeck
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APG 09 -SERÁ QUE ELE VAI CONSEGUIR ME OUVIR?
↠ A orelha também possui receptores para o equilíbrio, ↠ A forma do pavilhão nos torna mais sensíveis aos sons
o sentido que ajuda você a manter seu equilíbrio e se que chegam de frente do que de trás (BEAR et. al., 4ª
orientar no espaço (TORTORA, 14ª ed.). ed.).
@jumorbeck
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O rompimento da membrana timpânica é chamado de perfuração do AMPLIFICAÇÃO DA FORÇA DO SOM PELOS OSSÍCULOS
tímpano. Ele pode ser causado pela pressão de um cotonete, por
traumatismo ou por uma infecção na orelha média e em geral se cura O fluido no ouvido interno resiste muito mais ao movimento do que o
em 1 mês (TORTORA, 14ª ed.). ar (i.e., o fluido tem maior inércia), de modo que é necessária uma
pressão maior para vibrar o fluido do que vibrar o ar. Os ossículos
A membrana timpânica pode ser avaliada diretamente pelo uso de um fornecem essa indispensável amplificação da pressão (BEAR et. al., 4ª
otoscópio, um instrumento que ilumina e amplia o meato acústico ed.).
externo e a membrana timpânica (TORTORA, 14ª ed.).
A pressão sobre uma membrana é definida como a força que lhe é
ORELHA MÉDIA imposta dividida pela sua área de superfície. A pressão na janela oval
torna-se maior do que a pressão na membrana timpânica se (1) a força
↠ A orelha média é uma pequena cavidade, cheia de ar sobre a membrana da janela oval for maior do que sobre a membrana
e revestida por epitélio, situada na parte petrosa do timpânica ou se (2) a área de superfície da janela oval for menor do
que a área da membrana timpânica (BEAR et. al., 4ª ed.).
temporal. Ela é separada da orelha externa pela
membrana timpânica e da orelha interna por uma divisão O ouvido médio utiliza ambos os mecanismos. Ele aumenta a pressão
óssea fina que contém duas pequenas aberturas: a janela na janela oval pela alteração tanto da força como da área da superfície.
A força na janela oval é maior porque os ossículos atuam como
do vestíbulo (oval) e a janela da cóclea (redonda) alavancas (BEAR et. al., 4ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
3
O músculo tensor do tímpano está ancorado por uma extremidade Eustáquio poderá, novamente, aliviar o desconforto que você pode
ao osso da cavidade do ouvido médio e, pela outra extremidade, está sentir (BEAR et. al., 4ª ed.).
ligado ao martelo. O músculo estapédio também se estende desde o
ponto de sua fixação no osso até onde se liga ao estribo. Quando Durante a deglutição e ao bocejar, ela se abre, permitindo que o ar
esses músculos se contraem, a cadeia de ossículos torna-se muito entre ou saia da orelha média até que a pressão nela seja igual à
mais rígida e a condução do som ao ouvido interno fica muito pressão atmosférica. A maioria das pessoas já experimentou a
diminuída. O início de um som barulhento dispara uma resposta neural sensação de estalo na orelha quando as pressões se igualam. Quando
que faz esses músculos se contraírem, uma resposta chamada de as pressões estão balanceadas, a membrana timpânica vibra
reflexo de atenuação. A atenuação do som é muito maior para livremente conforme as ondas sonoras chegam nela. Se a pressão
frequências baixas do que para frequências altas (BEAR et. al., 4ª ed.). não estiver equilibrada, podem ocorrer dor intensa, prejuízo auditivo,
zumbido nas orelhas e vertigem (TORTORA, 14ª ed.).
Como demora uma fração de segundo para que os músculos tensor
do tímpano e estapédio se contraiam, eles podem proteger a orelha A tuba auditiva também é uma rota para patógenos que saem do
interna de sons altos prolongados, mas não de sons curtos, como o nariz e da garganta para a orelha média, causando o tipo mais comum
de um tiro (TORTORA, 14ª ed.). de infecção auditiva (TORTORA, 14ª ed.).
• os canais semicirculares;
• o vestíbulo;
• a cóclea.
↠ O labirinto ósseo é revestido por periósteo e contém
a perilinfa. Esse líquido, que é quimicamente semelhante
ao líquido cerebrospinal, reveste o labirinto
↠ A parede anterior da orelha média contém uma membranáceo, uma série de sacos e tubos epiteliais
abertura que leva diretamente para a tuba auditiva, dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo formato
conhecida também pelo epônimo trompa de Eustáquio. A geral do labirinto ósseo, abrigando os receptores para a
tuba auditiva, contendo osso e cartilagem elástica, conecta audição e o equilíbrio (TORTORA, 14ª ed.).
a orelha média com a parte nasal da faringe ou ↠ O labirinto membranáceo epitelial contém a endolinfa.
nasofaringe (porção superior da garganta). Ela O nível de íons potássio (K+) na endolinfa é incomumente
normalmente encontra-se fechada em sua extremidade alto para um líquido extracelular e os íons potássio
medial (faríngea) (TORTORA, 14ª ed.). desempenham um papel na geração dos sinais auditivos
Quando você está em um avião ascendendo ou em um carro (TORTORA, 14ª ed.).
seguindo para o alto de uma montanha, a pressão do ar ambiente
O interior do labirinto membranoso é preenchido por um líquido, a
diminui. Contudo, enquanto a válvula na tuba de Eustáquio estiver
endolinfa, de composição e origem diferentes da perilinfa. Ele é
fechada, o ar no ouvido médio permanece na pressão do ar antes de
formado principalmente por epitélio de revestimento simples
você começar a subir. Pelo fato de a pressão no interior do ouvido
pavimentoso, circundado por uma delgada camada de tecido
médio estar mais alta do que a pressão do ar no exterior, a membrana
conjuntivo (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
timpânica protrai, e você sente uma pressão desagradável ou dor
ouvido. Bocejo ou deglutição abrem a tuba de Eustáquio e podem Apesar de localizado profundamente dentro do osso, o epitélio do
igualar a pressão do ar do ouvido médio à pressão do ar do ambiente, labirinto membranoso tem origem ectodérmica, pois deriva de uma
aliviando, assim, a dor. O oposto pode acontecer à medida que você invaginação ectodérmica da parede lateral do esboço cefálico do
estiver descendo. A pressão do ar exterior será, então, mais alta do embrião. Esta invaginação se transforma gradualmente em uma
que a pressão interna do ouvido médio e a abertura da tuba de vesícula, a vesícula ótica, que perde contato com o ectoderma,
@jumorbeck
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alongando-se no esboço do futuro osso temporal. A vesícula única aparentemente para modificar sua sensibilidade. Os
inicial prolifera e cresce irregularmente, originando os vários corpos celulares dos neurônios sensitivos encontram-se
compartimentos do labirinto membranoso no adulto (JUNQUEIRA, 13ª
ed.).
localizados nos gânglios vestibulares (TORTORA, 14ª ed.).
O epitélio das suas paredes, em certas regiões, estabelece contato ↠ Anteriormente ao vestíbulo encontra-se a cóclea, um
com os nervos vestibular e coclear, espessando-se e diferenciando-se canal espiral ósseo que lembra a casca de um caracol e
em importantes estruturas dotadas de receptores sensoriais, que são realiza quase três voltas ao redor de um núcleo ósseo
as máculas, as cristas e o órgão espiral de Corti. (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
central chamado de modíolo (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Em uma extremidade de cada canal encontra-se um A cóclea (do latim para “caracol”) tem uma forma em espiral que
lembra uma concha de caracol (BEAR et. al., 4ª ed.).
alargamento redondo chamado de ampola. As partes do
labirinto membranáceo que se encontram dentro dos A cóclea humana enrolada é aproximadamente do tamanho de uma
canais semicirculares ósseos são chamados de ductos ervilha (BEAR et. al., 4ª ed.).
semicirculares. Essas estruturas se conectam ao utrículo Na base da cóclea, existem dois orifícios cobertos por membrana: a
do vestíbulo (TORTORA, 14ª ed.). janela oval, a qual vimos que está abaixo da platina do estribo, e a
janela redonda (BEAR et. al., 4ª ed.).
↠ O nervo vestibular, parte do nervo vestibulococlear
(VIII) consiste nos nervos ampular, utricular e sacular. Esses ↠ A cóclea é adjacente à parede do vestíbulo, na qual a
nervos contêm neurônios sensitivos de primeira ordem e rampa do vestíbulo se abre. A perilinfa no vestíbulo é
neurônios motores que formam sinapses com os contínua com aquela da rampa do vestíbulo (TORTORA,
receptores de equilíbrio. Os neurônios sensitivos de 14ª ed.).
primeira ordem carregam a informação sensorial
proveniente dos receptores e os neurônios motores
carregam sinais de retroalimentação para os receptores,
@jumorbeck
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↠ O órgão espiral é uma lâmina espiral de células A audição é a nossa percepção da energia das ondas sonoras, que
epiteliais, incluindo células epiteliais de sustentação e cerca são ondas de pressão com picos de ar comprimido alternados com
de 16.000 células ciliadas, que são os receptores da vales, onde as moléculas do ar estão mais afastadas (SILVERTHORN,
7ª ed.).
audição. Existem dois grupos de células ciliadas: as células
ciliadas internas estão organizadas em uma única fileira, A questão clássica sobre a audição é “Se uma árvore cai na floresta
enquanto as células ciliadas externas estão organizadas sem ninguém para ouvir, ela emite som?” A resposta fisiológica é não,
pois som, assim como dor, é uma percepção que resulta do
em três fileiras (TORTORA, 14ª ed.). processamento do cérebro de uma informação sensorial. A queda da
árvore emite ondas sonoras, mas não existe som a menos que alguém
↠ Na porção apical de cada célula ciliada encontram-se
ou alguma coisa esteja presente para processar e perceber a energia
entre 40 e 80 estereocílios, que se estendem para a da onda como um som (SILVERTHORN, 7ª ed.).
endolinfa do ducto coclear. Apesar de seu nome, os
O som é a interpretação do cérebro da frequência, amplitude e
estereocílios são microvilosidades longas e semelhantes a
duração das ondas sonoras que chegam até as nossas orelhas. Nosso
cérebro traduz a frequência das ondas sonoras (o número de picos
@jumorbeck
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das ondas que passam em um determinado ponto a cada segundo) A intensidade, ou amplitude, é a diferença de pressão entre os trechos
no tom de um som (SILVERTHORN, 7ª ed.). de ar rarefeitos e comprimidos (BEAR et. al., 4ª ed.).
As ondas de baixa frequência são percebidas como sons baixos ou A exposição à música alta, ao barulho da turbina de aviões, a
graves, como o estrondo de um trovão distante. As ondas de alta motocicletas acelerando, a cortadores de grama e a aspiradores de pó
frequência criam sons altos ou agudos, como o som de uma unha danifica as células ciliadas da cóclea. Como a exposição prolongada ao
arranhando um quadro negro (SILVERTHORN, 7ª ed.). barulho causa perda auditiva, os empregadores nos EUA devem exigir
que os trabalhadores utilizem protetores auditivos quando os níveis de
A frequência do som é o número de trechos de ar comprimidos ou ruído ocupacional excedem 90 dB. Shows de rock e até mesmo fones
rarefeitos que passam pelos nossos ouvidos a cada segundo (BEAR et. de ouvido podem facilmente produzir sons acima de 110 dB. A
al., 4ª ed.). exposição contínua a sons de alta intensidade é uma causa de surdez,
a perda auditiva significativa ou total (TORTORA, 14ª ed.).
Fisiologia da audição
@jumorbeck
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@jumorbeck
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Via auditiva
@jumorbeck
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A perda auditiva central resulta de dano nas vias neurais entre a orelha
e o córtex cerebral ou de danos no próprio córtex, como poderia
ocorrer em um acidente vascular encefálico. Essa forma de perda
Se não ouvirmos o início de um som, por este ser um tom contínuo
auditiva é relativamente incomum (SILVERTHORN, 7ª ed.).
e não um ruído repentino, não poderemos saber os tempos de
A perda auditiva sensório-neural origina-se de lesões em estruturas da chegada inicial do som aos dois ouvidos. Assim, tons contínuos
orelha interna, incluindo morte de células pilosas, como resultado de acrescentam uma certa dificuldade para a localização do som, por
exposição a sons altos. Atualmente, a perda de células pilosas é estarem sempre presentes em ambos os ouvidos. A única coisa que
irreversível em mamíferos (SILVERTHORN, 7ª ed.). pode ser comparada entre tons contínuos é o tempo no qual a
mesma fase da onda sonora alcança cada ouvido (BEAR et. al., 4ª ed.).
Mecanismos de localização do som
As coisas são mais complicadas com tons contínuos de frequências
altas. Felizmente, o encéfalo dispõe de outro processo para a
↠ O conhecimento atual dos mecanismos subjacentes à
localização de sons de altas frequências. Existe uma diferença de
localização do som sugere que empreguemos técnicas intensidade interauricular entre os dois ouvidos, uma vez que a sua
diferentes para localizar as fontes de som no plano cabeça efetivamente lança uma sombra sonora. Existe uma relação
horizontal (esquerdo-direito) e no plano vertical (acima- direta entre a direção do som que chega e a direção para a qual a
abaixo) (BEAR et. al., 4ª ed.). sua cabeça emite uma sombra sonora para um ouvido (BEAR et. al.,
4ª ed.).
Se você fechar os seus olhos e tapar um ouvido, poderá localizar um
pássaro cantando enquanto ele voa sobre a sua cabeça quase tão
bem como se você estivesse com os dois ouvidos abertos. Entretanto,
se você tentar localizar a posição horizontal de um pato grasnando
enquanto nada em um lago, descobrirá que é muito menos capaz de
fazer isso utilizando apenas um ouvido. Assim, uma boa localização
horizontal requer uma comparação dos sons que alcançam os dois
ouvidos, ao passo que, para uma boa localização vertical, isso não é
necessário (BEAR et. al., 4ª ed.).
@jumorbeck
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Se o som vem diretamente da direita, o ouvido esquerdo o escutará Períodos prolongados de privação sensorial nesse período
com uma intensidade significativamente menor. Com sons oriundos podem causar deficiências permanentes nas habilidades de
diretamente da frente, a mesma intensidade alcança os dois ouvidos, processamento auditivo
e com sons vindos de direções intermediárias, ocorrem diferenças de
intensidade intermediárias. Os neurônios sensíveis às diferenças de Desenvolvimento do sistema auditivo no período gestacional
intensidade podem utilizar essa informação para localizar o som (BEAR
et. al., 4ª ed.). O sistema auditivo no feto e na criança tem uma sequência
própria de desenvolvimento. A parte estrutural da cóclea na
Resumiremos os dois processos para a localização do som no plano
orelha média está formada na 15ª semana de gestação e é
horizontal. Com sons na faixa de 20 a 2.000 Hz, o processo envolve
anatomicamente funcional na 20ª semana gestacional.
retardo temporal interauricular. De 2.000 a 20.000 Hz, utiliza-se a
diferença de intensidade interauricular. Esses dois processos em O sistema auditivo se torna funcional em torno da 25ª e 29ª
conjunto constituem a teoria duplex de localização do som (BEAR et.
semana gestacional quando as células ganglionares do núcleo
al., 4ª ed.).
espiral da cóclea conectam as células ciliadas internas ao tronco
LOCALIZAÇÃO DO SOM NO PLANO VERTICAL cerebral e ao lobo temporal do córtex
↠ A comparação das aferências provenientes de ambos Os neurônios sintonizados para as frequências agudas estão na
região caudal e os neurônios sintonizados para as frequências
os ouvidos não é muito útil para localizar sons no plano
graves estão na extremidade rostral ou frontal do córtex
vertical, pois, como as fontes sonoras emitem sons que auditivo.
se movem para cima ou para baixo, não há diferença no
retardo de tempo interauricular, nem na variação de Na vida intrauterina o feto é capaz de conhecer a voz materna,
intensidade interauricolar (BEAR et. al., 4ª ed.). músicas simples e sons comuns ao ambiente. O
desenvolvimento auditivo e o desenvolvimento da memória, no
↠ As curvas sinuosas do ouvido externo são essenciais período intrauterino, capacitam o bebê a reconhecer diferenças
para estimar a elevação de uma fonte sonora. As no tom, padrões sonoros, intensidade e ritmo. Apesar desse
saliências e as depressões aparentemente produzem aprendizado a criança só será exposta ao espectro sonoro
reflexões do som que entra no ouvido. A combinação dos completo após o nascimento, e é evidente que as experiências
sons, direto e refletido, é sutilmente diferente quando pré-natais irão auxiliá-la a reconhecer alguns sons nas primeiras
semanas de vida, porém após o nascimento os sons ambientais
vem de cima ou de baixo (BEAR et. al., 4ª ed.).
se tornam uma fonte primordial de novas informações.
@jumorbeck
12
VIRAL PARASITÁRIA
@jumorbeck
13
BACTERIANA
• Sífilis (Treponema pallidum): a transmissão é
maior durante a fase primária, afetando quase
80% dos conceptos nesta fase. Estudos
mostram que a taxa de CIUR chega a 12,8% dos
fetos infectados, sendo comumente
acompanhado de periostite
hepatoesplenomegalia, hidropisia fetal, anemia e
periostite (GAMA, 2019).
• Clamídia;
• Listeriose;
Referências:
@jumorbeck
1
APG 10 – “RECONSTRUÇÃO”
↠ O tecido ósseo é o componente principal do esqueleto Todos os ossos são revestidos, em suas superfícies externas e
internas, por membranas conjuntivas denominadas, respectivamente,
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
periósteo e endósteo (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
FUNÇÕES Obs.: A matriz mineralizada torna o tecido ósseo difícil de ser cortado
no micrótomo. Por isso, técnicas especiais são utilizadas para seu
➢ Serve de suporte para os tecidos moles e estudo. Uma das mais empregadas não preserva as células, mas
protege órgãos vitais, como os contidos nas possibilita uma observação minuciosa da matriz com suas lacunas e
caixas craniana e torácica, bem como no canal seus canalículos ósseos. A técnica consiste na obtenção de fatias muito
raquidiano; (JUNQUEIRA, 13ª ed.). finas de tecido ósseo, preparadas por desgaste (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
➢ Aloja e protege a medula óssea, formadora das Obs.: Outra técnica muito utilizada por possibilitar o estudo das células
células do sangue; (JUNQUEIRA, 13ª ed.). baseia-se na descalcificação do tecido ósseo após sua fixação em um
➢ Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, fixador histológico comum. Em seguida, o fragmento ósseo é
submetido à técnica histológica rotineira e corado (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
transformando suas contrações em movimentos
úteis; e constitui um sistema de alavancas que Células do tecido ósseo
amplia as forças originadas na contração
muscular; (JUNQUEIRA, 13ª ed.). OSTEÓCITOS
➢ Os ossos funcionam como depósito de cálcio,
↠ Os osteócitos são células achatadas encontradas no
fosfato e outros íons, armazenando-os e
interior da matriz óssea e ocupam espaços denominados
liberando-os de maneira controlada para manter
lacunas. Cada lacuna contém apenas um osteócito
constante a sua concentração nos líquidos
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
corporais; (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
➢ São capazes ainda de absorver toxinas e metais
pesados, minimizando, assim, seus efeitos
adversos em outros tecidos. (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
CARACTERÍSTICAS
↠ O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido
conjuntivo, formado por células e por material extracelular
calcificado, a matriz óssea (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ As células do tecido ósseo pertencem a duas linhagens
diferentes:
➢ as células da linhagem osteoblástica, formadas
pelos osteoblastos e osteócitos, são derivadas de
células osteoprogenitoras de origem
mesenquimal; (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
➢ as células da linhagem osteoclástica são os
osteoclastos, originados de monócitos ↠ Das lacunas partem vários canalículos que contêm
produzidos na medula hematopoética. prolongamentos dos osteócitos, os quais fazem contato
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). com prolongamentos de osteócitos adjacentes por meio
de junções comunicantes, por onde podem passar
Matriz Óssea
Os ossos são cobertos por um periósteo, exceto nas áreas onde se ↠ Observando-se macroscopicamente um osso serrado,
articulam com outro osso. Neste último caso, a superfície de articulação verifica-se, do ponto anatômico, que sua superfície é
é coberta por cartilagem (ROSS, 7ª ed.). formada por tecido ósseo sem cavidades visíveis, o osso
↠ A camada mais externa do periósteo contém compacto, e, interiormente, por uma parte com muitas
principalmente fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de cavidades intercomunicantes, o osso esponjoso
Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o
periósteo ao osso (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ O tecido ósseo primário tem fibras colágenas dispostas ↠ As lamelas ósseas que se reúnem em conjuntos de
em várias direções sem organização definida, tem menor lamelas podem ter dois tipos de arranjos espaciais:
quantidade de minerais (mais facilmente penetrado pelos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
raios X) e maior proporção de osteócitos do que o tecido
ósseo secundário. Os osteócitos do osso primário se
dispõem de maneira aparentemente desorganizada, e a
➢ Lamelas planas se dispõem paralelamente umas canal revestido de endósteo, o canal de Havers, que
às outras, formando pilhas de lamelas de tecido contém vasos e nervos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
ósseo
A diáfise dos ossos é quase toda composta de osso lamelar e se
➢ Lamelas curvas em forma de anéis se dispõem constitui em um bom material para analisar a distribuição e a
em camadas concêntricas em torno de um canal organização das lamelas nesse tipo de osso (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
central
Suas lamelas ósseas organizam-se em arranjo bastante característico,
↠ Separando conjuntos de lamelas, ocorre formando quatro arranjos principais: os sistemas de Havers, os
sistemas circunferenciais interno e externo e os sistemas
frequentemente o acúmulo no meio extracelular de uma intermediários. Esses quatro sistemas são facilmente identificáveis em
substância cimentante, que consiste em matriz cortes transversais à diáfise (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
mineralizada, porém com pouquíssimo colágeno
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Os sistemas de Havers são formados por lamelas
dispostas concentricamente, e os outros três são
compostos de pilhas de lamelas planas ou levemente
curvas (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
O tecido ósseo secundário ou lamelar formado por sistemas de Havers
é característico da diáfise dos ossos longos, embora sistemas de
Havers pequenos sejam encontrados no osso compacto de outros
locais (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
meio de túneis transversais ou oblíquos à diáfise, situados ↠ Osteoblastos que acabam sendo totalmente envolvidos
no interior do osso, chamados de canais de Volkmann. pela matriz passam para a categoria de osteócitos. Como
Estes se distinguem dos de Havers por não serem vários desses grupos surgem quase simultaneamente no
envolvidos por lamelas ósseas concêntricas. Os canais centro de ossificação, há confluência de pontes ou traves
vasculares existentes no tecido ósseo se formam pela de tecido ósseo recém-formadas, mantendo espaços
deposição de matriz óssea ao redor de vasos entre si preenchidos por células mesenquimais, células
preexistentes (JUNQUEIRA, 13ª ed.). osteoprogenitoras e vasos sanguíneos, o que confere ao
osso uma estrutura esponjosa. As células
Histogênese mesenquimatosas presentes nesses espaços dão origem
↠ O tecido ósseo é formado por dois processos: à medula óssea (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
ossificação intramembranosa, que ocorre no interior de
uma membrana conjuntiva, ou ossificação endocondral,
que se inicia sobre um molde de cartilagem hialina que é
gradualmente substituído por tecido ósseo (JUNQUEIRA,
13ª ed.).
➢ As cavidades previamente ocupadas pelos Destes, o hormônio da paratireoide e o calcitriol são os mais
condrócitos são invadidas por capilares importantes em seres humanos adultos (SILVERTHORN, 7ª ed.).
sanguíneos e células osteogênicas vindas do HORMÔNIO DA PARATIREOIDE
tecido conjuntivo adjacente. Essas células se
diferenciam em osteoblastos, que depositarão ↠ Quatro pequenas glândulas paratireoides repousam
matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem sobre a superfície dorsal da glândula tireoide. Elas
calcificada. Os osteócitos derivados dos secretam o hormônio da paratireoide (PTH) (também
osteoblastos são envolvidos por matriz óssea; chamado de paratormônio), um peptídeo que possui
dessa maneira, aparece tecido ósseo onde antes função principal de aumentar as concentrações
havia tecido cartilaginoso, sem que ocorra plasmáticas de Ca+2 (SILVERTHORN, 7ª ed.).
transformação deste tecido naquele. Os tabiques
. ↠ O estímulo para a liberação do PTH é a diminuição
de matriz calcificada da cartilagem servem
das concentrações plasmáticas de Ca+2, monitorada por
apenas de ponto de apoio para a deposição de
um receptor sensível ao Ca+2 (CaSR), localizado na
tecido ósseo.
membrana celular. O CaSR, um receptor acoplado à
Regulação bioquímica do tecido ósseo proteína G, foi o primeiro receptor de membrana
identificado cujo ligante era um íon, em vez de uma
EQUILÍBRIO DO CÁLCIO molécula orgânica (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ A maior parte do cálcio do corpo – 99%, ou
aproximadamente 1,1 kg – é encontrada nos ossos.
Entretanto, esse pool é relativamente estável, por isso é
a menor fração corporal de cálcio não ósseo que é mais
crítica para o funcionamento fisiológico (SILVERTHORN,
7ª ed.).
• Líquido extracelular;
• Ca+2 intracelular;
• Matriz extracelular (osso).
PTH, eles não possuem receptores para PTH. síntese de calcitriol. Essa ação assegura a absorção máxima de Ca+2
Em vez disso, os efeitos do PTH são mediados a partir da dieta em um momento em que a demanda metabólica para
Ca+2 está alta (SILVERTHORN, 7ª ed.).
por um conjunto de moléculas parácrinas,
incluindo a osteoprotegerina (OPG) e um fator
de diferenciação de osteoclastos, chamado de
RANKL.;
➢ O PTH aumenta a reabsorção renal de cálcio: a
reabsorção regulada de Ca+2 ocorre no néfron
distal. O PTH aumenta simultaneamente a
excreção renal do fosfato, reduzindo sua
reabsorção. Os efeitos opostos do PTH sobre o
cálcio e o fosfato são necessários para manter
suas concentrações combina das abaixo de um
nível crítico. Se as concentrações excedem tal
nível, formam-se cristais de fosfato de cálcio que
precipitam fora da solução. As elevadas
concentrações de fosfato de cálcio na urina são
uma das causas da formação de cálculos renais.
➢ O PTH aumenta indiretamente a absorção
intestinal de cálcio pela sua influência na vitamina
D3.
CALCITRIOL
↠ A absorção intestinal de cálcio é estimulada pela ação
de um hormônio conhecido como calcitriol ou vitamina D3.
CALCITONINA
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ O terceiro hormônio envolvido no metabolismo de
↠ O corpo forma calcitriol a partir da vitamina D que foi
cálcio é a calcitonina, um peptídeo produzido pelas células
obtida pela dieta ou sintetizada na pele pela ação da luz
C da tireoide (SILVERTHORN, 7ª ed.).
solar sob os precursores formados a partir de acetil-CoA
(SILVERTHORN, 7ª ed.). ↠ As suas ações são opostas às do hormônio da
paratireoide. A calcitonina é liberada quando as
↠ A vitamina D é modificada em dois passos – primeiro
concentrações plasmáticas de Ca+2 aumentam
no fígado, e então nos rins – para formar a vitamina D3
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
ou calcitriol. O calcitriol é o principal hormônio responsável
por aumentar a absorção de Ca+2 a partir do intestino Experimentos realizados em animais mostram que a calcitonina diminui
delgado. Além disso, o calcitriol facilita a reabsorção renal a reabsorção óssea e aumenta a excreção renal de cálcio
(SILVERTHORN, 7ª ed.).
de Ca+2 e ajuda a mobilizar Ca+2 para fora do osso
(SILVERTHORN, 7ª ed.). ↠ A calcitonina aparentemente desempenha um papel
secundário no equilíbrio diário do cálcio em seres
↠ A produção de calcitriol é regulada no rim por ação
humanos adultos.
do PTH. Concentrações plasmáticas diminuídas de Ca+2
estimulam a secreção de PTH, que estimula a síntese de A calcitonina tem sido utilizada medicamente para tratar pacientes com
calcitriol (SILVERTHORN, 7ª ed.). doença de Paget, uma condição ligada à genética na qual os
osteoclastos são superativos e o osso se torna enfraquecido devido à
↠ A absorção renal e intestinal de Ca+2 aumenta o Ca+2 reabsorção. A calcitonina nesses pacientes estabiliza a perda óssea
sanguíneo, desligando o PTH em uma alça de anormal, levando os cientistas a especularem que esse hormônio é
mais importante durante o crescimento na infância, quando uma
retroalimentação negativa, que diminui a síntese de deposição óssea líquida é necessária, e durante a gestação e a
calcitriol (SILVERTHORN, 7ª ed.). lactação, quando o corpo da mãe precisa de suprimento de cálcio
para ela e para o seu filho (SILVERTHORN, 7ª ed.).
A prolactina, o hormônio responsável pela produção do leite em
mulheres que estão amamentando (lactantes), também estimula a
A calcitonina é mais efetiva em reduzir os níveis sanguíneos de Ca +2 • Vitaminas. A vitamina A estimula a atividade dos
nas crianças. Nos adultos, seus efeitos parecem ser insignificantes osteoblastos. A vitamina C é necessária para a síntese de
(MARIEB, 3ª ed.). colágeno a principal proteína óssea. A vitamina D ajuda a
construir osso aumentando a absorção do cálcio
Esse controle hormonal não atua para preservar a força do esqueleto proveniente dos alimentos do trato gastrintestinal para o
ou o seu bem-estar, mas para manter a homeostase do cálcio no sangue. As vitaminas K e B12 também são necessárias para
sangue. De fato, se os níveis de cálcio permanecem baixos por um a síntese de proteínas ósseas (TORTORA, 14ª ed.).
longo período, os ossos tomam-se tão desmineralizados que
• Hormônios. Durante a infância, os hormônios mais
desenvolvem grandes buracos semelhantes a furos. Assim, os ossos
importantes para o crescimento ósseo são os fatores de
atuam como um local de armazenamento, a partir do qual o cálcio
crescimento insulina-símiles (IGFs), produzidos pelo fígado
iônico é removido conforme necessário (SILVERTHORN, 7ª ed.).
e tecido ósseo. Os IGFs estimulam os osteoblastos,
promovem a divisão celular na lâmina epifisial e no
FATOR DE CRESCIMENTO DO FIBROBLASTO 23 E OSTEOCALCINA periósteo e intensificam a síntese das proteínas necessárias
para construir osso novo. Os IGFs são produzidos em
↠ Várias descobertas recentes de novos hormônios
resposta à secreção do hormônio de crescimento do lobo
produzidos por osteoblastos e osteócitos incluíram o anterior da glândula hipófise. Os hormônios da tireoide (T3
esqueleto no grupo dos órgãos endócrinos responsáveis e T4) secretados pela glândula tireoide também provocam
pela homeostasia dos minerais e nutrientes. Tais o crescimento ósseo por estimulação dos osteoblastos.
hormônios são os seguintes: (ROSS, 7ª ed.). Além disso, o hormônio insulina do pâncreas promove o
crescimento ósseo pelo aumento da síntese de proteínas
➢ O fator de crescimento do fibroblasto 23 (FGF ósseas (TORTORA, 14ª ed.).
23), que é produzido pelos osteócitos, regula os Obs.: Na puberdade, a secreção de hormônios conhecidos como
níveis séricos de fosfato por meio de alteração hormônios sexuais causa um efeito profundo sobre o crescimento
dos níveis de vitamina D ativa e atividade de ósseo. Os hormônios sexuais englobam os estrogênios (produzidos
pelos ovários) e androgênios como a testosterona (produzido pelos
transportadores de fosfato específicos no rim. O
testículos). Esses hormônios são responsáveis pela intensificação da
FGF23 é um importante fator que ajuda o PTH atividade dos osteoblastos, pela síntese de matriz extracelular óssea e
na eliminação do excesso de fosfato liberado da pelo “estirão de crescimento” que ocorre durante a adolescência. Os
hidroxiapatita durante a reabsorção óssea. estrogênios também promovem alterações no esqueleto típicas das
➢ A osteocalcina, que é produzida pelos mulheres, como alargamento da pelve. Por fim, os hormônios sexuais,
sobretudo os estrogênios nos dois sexos, cessam o crescimento nas
osteoblastos, está ligada a uma nova via de lâminas epifisiais (de crescimento), interrompendo o alongamento dos
regulação da energia e metabolismo da glicose. ossos. Em geral, o crescimento em comprimento dos ossos termina
Tem como alvo os adipócitos e as células mais cedo nas mulheres do que nos homes devido aos níveis mais
produtoras de insulina no pâncreas. elevados de estrogênios (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Como a camada de osteóide tem sempre uma ↠ A lei de Wolff afirma que um osso cresce ou remodela em resposta
espessura constante e a mudança da matriz não- às demandas impostas sobre ele. O primeiro aspecto a ser
compreendido é que a anatomia do osso reflete o estresse que ele
mineralizada para a mineralizada é súbita, parece que o enfrenta. Por exemplo, um osso é estressado sempre que sustenta
osteóide deve amadurecer por cerca de uma semana peso ou é submetido à tração muscular. Porém, esse estresse em
antes que possa calcificar (MARIEB, 3ª ed.). geral encontra-se fora do centro e tende a curvar o osso (MARIEB,
3ª ed.).
O sinal preciso para iniciar a calcificação ainda é controverso.
Entretanto, um fator crítico é o produto das concentrações locais de ↠ O encurvamento comprime o osso em um lado e submete-o à
íons cálcio e fosfato (PI) (o produto Ca+2 x Pi). Quando este produto tensão (estiramento) no outro lado. Assim, ambas as forças são
alcança um certo nível, pequenos cristais de hidroxiapatita formam-se mínimas em direção ao centro do osso (elas anulam uma à outra), o
espontaneamente e a seguir catalisam a cristalização adicional de sais que possibilita que o osso seja "oco" e consequentemente leve
de cálcio na área. Outros fatores envolvidos são as proteínas da matriz, (usando osso esponjoso em vez de osso compacto) sem estar
que ligam e concentram cálcio, e a enzima fosfatase alcalina (produzida ameaçado (MARIEB, 3ª ed.).
pelos osteoblastos), a qual é essencial para a mineralização (MARIEB,
3ª ed.). ↠ Outras observações da lei de Wolff incluem: (MARIEB, 3ª ed.).
CONTROLE DO REMODELAMENTO
↠ O remodelamento que ocorre continuamente no
esqueleto é regulado por duas alças de controle que
atendem a diferentes "mestres". Uma é o mecanismo
hormonal de retroalimentação negativa que mantém a
homeostase do Ca+2 no sangue. A outra envolve
respostas às forças mecânicas e gravitacionais que atuam
sobre o esqueleto (MARIEB, 3ª ed.).
Reparo Ósseo
ARTIGO: OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA REMODELAÇÃO Em adolescentes com excesso de peso, os efeitos da
ÓSSEA (SOARES; FILHO, 2017) obesidade sobre a massa óssea e sua relação com marcadores
bioquímicos de remodelação óssea não são totalmente
Vários estudos indicam que a atividade física está positivamente elucidados.
relacionada com a DMO (Densidade mineral óssea), sendo um
importante fator para a sua manutenção. É consensual, na
literatura especializada, que atividades físicas de maior
sobrecarga, decorrente do peso corporal, bem como o
Referências:
treinamento de força, causam estímulos osteogênicos, devido
PAWLINA, W. Ross Histologia: Texto e Atlas, 7ª edição.
ao aumento do estresse mecânico localizado nos ossos A
realização de atividade física é recomendada devido à Guanabara Koogan, RJ, 2016
possibilidade de potencializar o pico de massa óssea. SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:
Uma possível justificativa para o aumento da DMO com o Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
treinamento de força é o efeito piezoelétrico ósseo. A força JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e
mecânica, quando aplicada sobre o tecido ósseo, forma sinais
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018
endógenos que interferem nos processos de remodelação
óssea. Esses sinais são captados por um sistema TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
mecanossensorial, no qual o osteócito é a principal célula em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
responsável por traduzir a força mecânica em sinais
bioquímicos que regulam o turnover ósseo. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed.,
Porto Alegra: Artmed, 2008.
ARTIGO: O IMPACTO DO EXCESSO DE GORDURA CORPORAL SOBRE A FIGUEIREDO, M. H.; VALE, F. Compartimento de
REMODELAÇÃO ÓSSEA DE ADOLESCENTES (FIORELLI, 2016) remodelação óssea: estudo experimental em modelo
animal. Dissertação de candidatura ao grau de mestre,
A adolescência é uma fase mediada por intensas Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 2016.
transformações físicas, psíquicas, comportamentais e sociais.
Esse momento merece destaque, principalmente no que diz JACOBY, J. T. Análise da densidade mineral óssea e de
respeito à aquisição do conteúdo mineral ósseo, quando a marcadores de remodelação óssea de pacientes
massa óssea adquirida no período entre 10 a 20 anos de idade brasileiros com glicogenoses hepáticas. Dissertação de
é considerada um dos fatores mais importantes na prevenção candidatura ao grau de mestre, Universidade Federal do
da osteopenia/osteoporose e fraturas por fragilidade, que
Rio Grande do sul, 2021.
ocorrem durante a fase adultícia e a senilidade.
↠ A margem superior do ílio, a crista ilíaca, termina glútea anterior e linha glútea inferior. Os músculos glúteos
anteriormente em uma espinha ilíaca anterossuperior se fixam ao ílio entre essas linhas (TORTORA, 14ª ed.).
romba (TORTORA, 14ª ed.). Essa crista é mais espessa em
uma região chamada de tubérculo ilíaco (MARIEB, 3ª ed.). ÍSQUIO
Quando você coloca as mãos sobre os quadris, você as apoia sobre a ↠ O ísquio, a parte posteroinferior do osso do quadril
margem superior espessada das asas, as cristas ilíacas (MARIEB, 3ª ed.). (com um formato semelhante a um L, ou a um arco),
compreende um corpo superior e um ramo inferior
↠ Abaixo da espinha ilíaca anterossuperior encontramos
(TORTORA, 14ª ed.).
a espinha ilíaca anteroinferior. Posteriormente, a crista
ilíaca termina em uma crista ilíaca posterossuperior aguda ↠ O ramo é a parte do ísquio que se funde com o púbis.
(TORTORA, 14ª ed.). Os acidentes anatômicos do ísquio englobam a
proeminente espinha isquiática, a incisura isquiática menor
↠ A espinha ilíaca ântero-superior é um ponto de
abaixo da espinha e um túber isquiático rugoso e espesso
referência anatômico especialmente importante. Ela é
(TORTORA, 14ª ed.).
facilmente palpável e é visível em pessoas magras. A
espinha ilíaca póstero-superior é mais difícil de palpar, mas Sua espinha isquiática projeta-se medialmente para a cavidade pélvica
sua posição é evidenciada pelas covinhas na pele na e serve corno um ponto de fixação para o ligamento sacroespinal,
que se origina no sacro. Logo abaixo da espinha isquiática, situa-se a
região sacral (MARIEB, 3ª ed.). incisura isquiática menor. Vários nervos e vasos sanguíneos passam
por essa incisura para suprir a área urogenital (MARIBE, 3ª ed.).
IMPORTANTE: As espinhas servem de pontos de inserção
dos tendões dos músculos do tronco, quadril e coxas Quando sentamos, nosso peso é completamente sustentado pelos
(TORTORA, 14ª ed.). túberes isquiáticos, que são as partes mais fortes dos ossos do quadril
(MARIEB, 3ª ed.). Uma vez que essa tuberosidade proeminente se
↠ Abaixo da espinha ilíaca posteroinferior está a incisura encontra logo abaixo da pele, é comum que comece a doer após um
isquiática maior, pela qual passa o nervo isquiático, o nervo tempo relativamente curto na posição sentada sobre uma superfície
dura (TORTORA, 14ª ed.).
mais longo do corpo, juntamente com outros nervos e
músculos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Juntos, o ramo e o púbis circundam o forame
obturado, o maior forame do esqueleto. O forame é assim
chamado porque, mesmo que vasos sanguíneos e nervos
passem por ele, ele é quase que completamente fechado
pela fibrosa membrana obturadora (TORTORA, 14ª ed.).
PÚBIS
↠ O púbis, que significa osso púbico, é a parte
anteroinferior do osso do quadril. Um ramo superior, um
ramo inferior e um corpo entre os ramos compõem o
púbis (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Os outros acidentes notáveis do ílio são três linhas em ↠ A sínfise púbica é a articulação entre os dois púbis dos
sua face lateral chamadas de linha glútea posterior, linha ossos do quadril e consiste em um disco de
fibrocartilagem (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Inferiormente a essa articulação, os ramos inferiores ↠ A pelve falsa faz parte do abdome e ajuda na
dos dois ossos púbicos convergem para formar o arco sustentação das vísceras abdominais. Porém, isso não
púbico (TORTORA, 14ª ed.). O grau de abertura desse determina nenhuma limitação para o parto (MARIEB, 3ª
arco ajuda a diferenciar a pelve masculina da pelve ed.).
feminina (MARIEB, 3ª ed.).
↠ O espaço encerrado pela pelve maior é parte do
Nos estágios finais da gravidez, o hormônio relaxina (produzido pelos abdome inferior; contém a parte superior da bexiga
ovários e pela placenta) aumenta a flexibilidade da sínfise púbica a fim urinária (quando cheia) e o intestino grosso nos dois
de facilitar o parto do bebê. O enfraquecimento da articulação, junto
com o centro de gravidade já alterado decorrente do útero
gêneros, e o útero, os ovários e as tubas uterinas na
aumentado, também altera a marcha da mãe durante a gravidez mulher (TORTORA, 14ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
➢ Abdução e adução
↠ A massa óssea está no seu máximo por volta dos 30 entanto, homens mais velhos também desenvolvem
anos de idade, e homens geralmente possuem ossos mais osteoporose (SILVERTHORN, 7ª ed.).
densos do que mulheres pelos efeitos da testosterona e A osteoporose é uma doença complexa com componentes
maior peso corpóreo. Após 35 anos de idade, tanto o genéticos e ambientais. Os fatores de risco incluem tipo
homem quanto a mulher sofrem perda óssea a uma taxa corporal pequeno e magro, idade pós-menopausa, fumo e baixa
de 0,3 a 0,5% ao ano. Essa perda pode aumentar em 10 ingestão de Ca+2 na dieta (SILVERTHORN, 7ª ed.).
vezes nas mulheres após a menopausa, quando elas
Os fármacos mais efetivos para a prevenção e o tratamento da
podem perder a massa óssea a uma taxa de 3 a 5% ao osteoporose atuam mais diretamente sobre o metabolismo ósseo. Eles
ano por aproximadamente 5 a 7 anos (SEELY, 10ª ed.). incluem bifosfonatos, que induzem a apoptose dos osteoblastos e
suprimem a reabsorção óssea, e teriparatida, um derivado do PTH
↠ A princípio, osso esponjoso é perdido quando as que estimula a formação de novo osso. A teriparatida consiste nos
trabéculas se tornam mais finas e fracas. A habilidade das primeiros 34 aminoácidos dos 84 aminoácidos que formam a molécula
trabéculas de fornecer suporte também diminui assim de PTH e precisa ser injetada, em vez de ser ingerida por via oral.
Atualmente, os estudos clínicos estão focados na investigação de se
que elas se desconectam umas das outras. Por fim,
alguma combinação de bifosfonatos e teriparatida é mais eficaz no
algumas das trabéculas desaparecem por completo. A combate à osteoporose do que a ação individual desses fármacos
perda de osso trabecular é maior nas trabéculas que (SILVERTHORN, 7ª ed.).
estão sob menor estresse. Em outras palavras, indivíduos
Para evitar a osteoporose na idade avançada, as mulheres jovens
mais sedentários experimentam maior perda óssea precisam manter uma dieta adequada em cálcio e realizar exercícios
(SEELY, 10ª ed.). com sustentação do peso do corpo, como corrida ou exercícios
aeróbios que aumentem a densidade óssea. A perda de massa óssea
↠ Uma perda lenta de osso compacto começa por volta inicia aos 30 anos, muito antes de as pessoas pensarem estar em risco,
de 40 anos e aumenta após os 45 anos. Entretanto, a e muitas mulheres sofrem de baixa massa óssea (osteopenia) muito
taxa de perda de osso compacto é aproximadamente antes de estarem cientes do problema. O exame da massa óssea
(densitometria óssea) pode ajudar no diagnóstico precoce da
metade daquela vista no trabecular (SEELY, 10ª ed.).
osteopenia (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Ossos se tornam mais finos, mas suas dimensões Medidas preventivas para evitar acidentes domésticos em
externas são pouco alteradas, porque a maior parte do
idosos
osso compacto é perdida abaixo do endósteo nas
superfícies internas. Além disso, o osso compacto ↠ O processo de transição demográfica iniciou-se nos
remanescente enfraquece devido ao remodelamento países desenvolvidos e já alcança os países em
ósseo incompleto. Em um osso jovem, quando os ósteons desenvolvimento. Este processo é causado pelo declínio
são removidos, os espaços resultantes são preenchidos da taxa de mortalidade e fecundidade, resultando no
com ósteons novos. Com o envelhecimento, os ósteons envelhecimento da população (RODRIGUES et. al, 2016).
novos não conseguem completar os espaços produzidos
quando os ósteons velhos são removidos (SEELY, 10ª ed.). ↠ A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o idoso
regularmente por meio da idade cronológica a partir de
OSTEOPOROSE 60 anos em países em desenvolvimento e em países
A manutenção da DMO é muito importante para a prevenção desenvolvidos a partir de 65 anos (GARCIA et. al., 2020).
da osteoporose, caracterizada por uma diminuição acentuada
da DMO, no qual a matriz e os minerais ósseos são perdidos ↠ Quedas em idosos são consideradas um problema de
devido ao excesso de reabsorção óssea em relação à saúde pública, devido ao seu alto índice que vem
formação. Esse processo é normalmente associado ao avanço aumentando a cada ano (PAIVA et. al., 2019).
da idade e à ocorrência da menopausa e leva a uma maior
↠ Definimos queda como um acontecimento não
incidência de fraturas. Embora a perda óssea seja mais intensa
nas mulheres, os homens também apresentam uma diminuição ocasional, onde o indivíduo muda sua posição inicial
devido a idade avançada (CADORE et. al., 2005). bruscamente para o mesmo nível ou para um nível mais
baixo (PAIVA et. al., 2019).
A maior parte da reabsorção óssea ocorre no osso trabecular
esponjoso, particularmente nas vértebras, nos quadris e nos ↠ A incidência de quedas é alta em idosos. Este evento
punhos (SILVERTHORN, 7ª ed.). pode ocasionar graves consequências, como: a
diminuição da autonomia e capacidade funcional, o
A osteoporose é mais comum em mulheres após a
menopausa, quando a concentração de estrogênio cai. No isolamento social e até mesmo provocar a morte. As
quedas podem ser ocasionadas por vários fatores, como:
psicológicos, fisiológicos ou ambientais, que na maioria das ➢ Selecionar os sapatos adequados para o idoso
vezes se encontram associados (RODRIGUES et. al, 2016). (sola antiderrapante);
➢ Colocar grades na cama dos idosos;
O principal fator psicológico relacionado às quedas é o próprio medo
de cair. Estudos mostram que indivíduos que sofrem uma queda
desenvolvem um medo de cair, que pode levar a comportamentos
ATIVIDADE FÍSICA
cautelosos auxiliares na prevenção de quedas ou reduzir a confiança,
↠ A prática de atividade física regular pode minimizar o
o que pode causar um maior risco de quedas (RODRIGUES et. al, 2016).
risco de queda, favorecendo a melhora da saúde do idoso,
Dentre os fatores fisiológicos, podemos citar àqueles que são inerentes sendo uma medida importante na prevenção de queda e
ao processo de envelhecimento, como: a hipotrofia, sarcopenia,
oferecendo ao idoso mais confiança para realizar suas
diminuição da mobilidade articular, mudanças no equilíbrio, diminuição
da acuidade visual, entre outros (RODRIGUES et. al, 2016). atividades diárias (PAIVA et. al., 2019).
Juntamente com o processo fisiológico, estão os fatores ambientais. A ↠ A atividade física poderia contribuir em todos os
estrutura das cidades em geral não está muito bem preparada para processos: desde o retardo de algumas alterações
receber os idosos, ao passo que existem muitas calçadas desniveladas, fisiológicas – contribuindo para a manutenção da força,
ruas esburacadas, degraus muito altos para entrada nos ônibus,
semáforos com tempo de travessia muito curto, etc (RODRIGUES et.
melhora da flexibilidade e do equilíbrio - até mesmo para
al, 2016). evitar o surgimento do medo de cair, pois os indivíduos
reconhecerão a própria independência e as suas
Além disso, a residência dos idosos muitas das vezes não está adaptada
limitações (RODRIGUES et. al, 2016).
às suas necessidades, por exemplo: presença de tapetes, pisos
escorregadios, degraus, ausência de bancos ou barras de apoio no
↠ Mostrou que o treinamento de seis meses de
banheiro, ausência de corrimão nas escadas, entre outros (RODRIGUES
et. al, 2016). exercício direcionados para a prevenção de quedas
resultou na melhora do equilíbrio e da marcha, através do
↠ A prevenção de quedas e suas consequências é um aumento do comprimento das passadas e da diminuição
urgente desafio de saúde pública internacional. Várias do tempo de execução do Time up and Go Test (TUGT)
intervenções têm sido descritas: abordagem multifatorial (RODRIGUES et. al, 2016).
dos fatores de risco identificados, programas de exercício
físico, revisão terapêutica, correção de deficiências visuais, ↠ Uma atividade realizada por muitos idosos é a dança
tratamento da hipotensão postural, abordagem de de salão, que o ajuda não somente na manutenção do
alterações do ritmo e de frequência cardíaca, tratamento corpo, como também da alma. A dança de salão pode
de afecções do pé, modificação de fatores de risco ser caracterizada como uma expressão corporal em que
ambientais do domicílio e a educação do indivíduo vivenciamos emoções, alegria e liberdade (PAIVA et. al.,
(BENTO; SOUSA, 2017). 2019).
Referências
↠ Sua superfície superior é lisa, mas a superfície inferior Curiosamente, seu nome deriva de uma palavra que significa "pá", pois
apresenta acidentes ósseos devido à presença de em culturas ancestrais as escápulas de animais eram utilizadas como
pás (MARIEB, 3ª ed.).
ligamentos e músculos fixados à clavícula. O tubérculo
conóide, por exemplo, é um ponto de ancoragem para ↠ Cada escápula tem três margens. A margem superior
um ligamento que se fixa na escápula (MARIEB, 3ª ed.). é a mais curta e mais forte. A margem medial, ou margem
vertebral, é paralela à coluna vertebral. A margem lateral
(ou axilar) espessa, margeia a axila e termina na posição
superior em uma fossa rasa, a cavidade glenoidal (glenoidal
= em forma de poço). Essa cavidade articula -se com o
úmero, formando a articulação do ombro (MARIEB, 7ª
ed.).
ESCÁPULA
↠ Cada escápula é um osso grande, triangular e plano,
situado na parte superior e posterior do tórax, entre os ↠ A face anterior ou costal da escápula é côncava e
níveis da segunda e sétima costelas (TORTORA, 14ª ed.). relativamente sem características especiais. Sua face
posterior apresenta uma proeminente espinha que é
facilmente palpada. A espinha da escápula termina no local da antiga placa epifisial – de crescimento). Logo
lateralmente em uma projeção alargada triangular abaixo do colo anatômico localizam-se o tubérculo maior,
denominada acrômio ("ponta do ombro"). O acrômio lateralmente, e o tubérculo menor, na região mais medial;
articula-se com a extremidade acromial da clavícula, os dois tubérculos são separados pelo sulco
formando a articulação acromioclavicular (MARIEB, 3ª ed.). intertubercular, também chamado de sulco bicipital. Os
tubérculos são locais de fixação para os músculos do
↠ A partir da margem superior da escápula projeta-se
manguito rotador. O sulco intertubercular guia o tendão
anteriormente o processo coracóide; corac significa "em
do músculo bíceps braquial até seu ponto de fixação na
forma de bico de corvo", mas este processo assemelha-
borda da cavidade glenoidal (MARIEB, 3ª ed.).
se mais a um pequeno dedo dobrado. O processo
coracoide ajuda a fixar o músculo bíceps braquial. É ↠ Distal aos tubérculos encontra-se o colo cirúrgico,
limitado pela incisura da escápula (uma passagem para um assim denominado porque esta é a região do úmero onde
nervo) medial.mente e pela cavidade glenoidal lateral as fraturas são mais frequentes. Aproximadamente na
mente (MARIEB, 3ª ed.). metade do corpo do úmero, na região lateral, está a
tuberosidade para o músculo deltóide, uma saliência que
↠ Várias fossas grandes aparecem em ambas as faces
é o ponto de inserção do músculo deltóide (MARIEB, 3ª
da escápula e são denominadas de acordo com sua
ed.).
localização. As fossas infra-espinal e supra-espinal estão
localizadas, respectivamente, abaixo e acima da espinha
da escápula. A fossa subescapular é a concavidade rasa
formada por toda a face anterior da escápula (MARIEB,
3ª ed.).
Membro superior
ESQUELETO DO BRAÇO
ÚMERO
↠ Próximo à tuberosidade, o sulco do nervo radial corre
↠ O úmero, ou osso do braço, é o mais longo e maior
obliquamente em direção à região posterior do corpo do
osso do membro superior. Sua extremidade proximal se
úmero, marcando o curso do nervo radial, um importante
articula com a escápula e a distal com dois ossos, a ulna
nervo do membro superior (MARIEB, 3ª ed.).
e o rádio, formando a articulação do cotovelo (TORTORA,
14ª ed.). ↠ O corpo (diáfise) do úmero é praticamente cilíndrico
em sua extremidade proximal, porém, de maneira
↠ Na extremidade proximal do úmero encontra-se a
gradativa, se torna triangular até ficar achatado e largo em
cabeça, que é lisa e tem formato hemisférico. A cabeça
sua extremidade distal (TORTORA, 14ª ed.).
do úmero se encaixa na cavidade glenoidal da escápula,
o que permite ao braço permanecer livre como um ↠ Na extremidade distal do úmero estão dois côndilos, a
pêndulo em relação à cintura escapular (MARIEB, 3ª ed.). tróclea ("polia"), medialmente, que se assemelha a uma
ampulheta, e o capítulo, lateralmente, que tem um
↠ Imediatamente inferior à cabeça, encontra-se uma
formato arredondado. Esses côndilos articulam-se com a
leve constrição, o colo anatômico (distal à cabeça e visível
ulna e o rádio, respectivamente. O par de côndilos é
como um sulco oblíquo que consiste, no úmero adulto,
flanqueado pelos epicôndilos medial e lateral (locais de (do lado do polegar) e a ulna, medialmente. Quando a
fixação muscular) (MARIEB, 3ª ed.). palma da mão está virada posteriormente, a extremidade
distal do rádio cruza sobre a ulna e os dois ossos formam
O nervo ulnar corre por trás do epicôndilo medial, sendo responsável
pela sensação dolorosa e o formigamento sentido quando se bate o uma letra X (MARIEB, 7ª ed.).
cotovelo (MARIEB, 3ª ed.).
ULNA
↠ A ulna (“cotovelo”) está localizada na parte medial
(dedo mínimo) do antebraço e é mais longa que o rádio
↠ Acima da tróclea, na superfície anterior, está a fossa (TORTORA, 14ª ed.).
coronóidea, enquanto que na superfície posterior
↠ Sua principal função é formar a articulação do
encontra-se a fossa do olécrano, que é mais profunda.
cotovelo juntamente com o úmero. A extremidade
Essas duas depressões permitem aos processos
proximal da ulna é parecida com uma chave inglesa; ela
correspondentes da ulna moverem-se livremente
sustenta dois processos proeminentes, o olécrano e o
durante a flexão e a extensão do cotovelo. Uma pequena
processo coronóide, os quais são separados por uma
fossa radial, lateral à fossa coronóidea, recebe a cabeça
concavidade profunda a incisura troclear (MARIEB, 3ª ed.).
do rádio quando o cotovelo é flexionado (MARIEB, 3ª ed.).
Juntos, esses dois processos se prendem à tróclea do úmero,
ESQUELETO DO ANTEBRAÇO formando uma articulação em dobradiça que permite ao antebraço
realizar os movimentos de flexão e extensão. Quando o antebraço é
↠ Formando o esqueleto do antebraço, há dois ossos completamente estendido, o olécrano é "travado" na fossa do olécrano,
longos paralelos, rádio e ulna, que se articulam com o impedindo a hiperextensão do antebraço (movimento posterior, além
úmero (proximalmente) e com os ossos do carpo da articulação do cotovelo) (MARIEB, 3ª ed.).
(distalmente). O rádio e a ulna também articulam -se entre ↠ O olécrano, localizado posteriormente, forma o ângulo
si, tanto proximal como distalmente, nas pequenas do cotovelo quando o antebraço é flexionado e é a parte
articulações radiulnares. Além disso, eles estão interligados óssea que repousa sobre a mesa quando você se apóia
ao longo de todo o seu comprimento por um ligamento sobre os cotovelos (MARIEB, 3ª ed.). A incisura troclear é
plano chamado membrana interóssea (“entre os ossos”). uma grande área curva entre o olécrano e o processo
Na posição anatômica, o rádio encontra -se lateralmente
coronoide que forma parte da articulação do cotovelo para o tendão do músculo bíceps braquial (TORTORA, 14ª
(TORTORA, 14ª ed.). ed.).
↠ Na região lateral do processo coronóide encontra-se ↠ Na região distal, onde o rádio é mais expandido,
uma pequena depressão, a incisura radial, onde a ulna se localiza-se a incisura ulnar (medial), que se articula com a
articula com a cabeça do rádio (MARIEB, 3ª ed.). ulna, e o processo estilóide do rádio (lateral) (local de
fixação de ligamentos que passam para a articulação do
↠ Logo abaixo do processo coronoide está a
punho). Entre esses dois acidentes, a superfície articular
tuberosidade da ulna, na qual o músculo braquial se insere
do rádio é côncava na região que se articula com os
(TORTORA, 14ª ed.).
ossos carpais do punho (MARIEB, 3ª ed.).
↠ Na região distal, a diáfise da ulna torna-se mais estreita Obs.: Enquanto a ulna contribui de forma mais importante para a
e termina na cabeça da ulna, semelhante a uma maçaneta. articulação do cotovelo, o rádio é o principal osso do antebraço que
Medialmente à cabeça encontra-se o processo estilóide contribui para a articulação do punho. Quando o rádio se move, a mão
da ulna, do qual parte um ligamento que segue para o acompanha o movimento (MARIEB, 3ª ed.).
punho (MARIEB, 3ª ed.). INTERESSANTE: Os processos estiloides do rádio e da ulna podem ser
palpados distalmente, segurando -se o lado dorsal do antebraço
↠ A cabeça da ulna é separada dos ossos que formam adjacente ao carpo com o polegar e o indicador da mão oposta. Nessa
a articulação do punho por um disco de fibrocartilagem; posição, o polegar apalpa o processo estiloide do rádio e o dedo
por isso, a ulna não contribui significativamente para os indicador apalpa o processo estiloide da ulna. O processo estiloide do
rádio encontra -se cerca de 1 cm mais distalmente em relação ao
movimentos da mão (MARIEB, 3ª ed.).
processo estiloide da ulna (MARIEB, 7ª ed.).
FALANGES
↠ As falanges, ou ossos dos dedos, formam a parte distal
da mão. Há 14 falanges nos cinco dedos de cada mão e,
assim como os metacarpais, os dedos são numerados de
I a V, começando do polegar, no sentido de lateral para
medial. Um único osso de um dedo é chamado falange
(TORTORA, 14ª ed.).
Apenas o escafóide e o semilunar articulam-se diretamente com o
rádio para formar a articulação do punho (MARIEB, 3ª ed.)
↠ Cada falange consiste em uma base proximal, uma
diáfise intermediária e uma cabeça distal. O polegar possui
↠ Os ossos carpais da fileira distal (de lateral para medial) duas falanges chamadas de falange proximal e falange
são: (MARIEB, 3ª ed.) distal. Os outros 4 dedos apresentam três falanges,
chamadas falange proximal, média e distal (TORTORA, 14ª
➢ o trapézio ("pequena mesa");
ed.).
➢ o trapezóide ("quatro lados");
➢ o capitato ("forma de cabeça"); ↠ Em ordem a partir do polegar, esses outros 4 dedos
➢ o hamato ("gancho"). são comumente chamados dedo indicador, dedo médio,
O capitato é o maior osso carpal; sua projeção arredondada, a cabeça,
dedo anular e dedo mínimo. As falanges proximais de
se articula com o semilunar. O hamato recebe essa nomenclatura por todos os dedos se articulam com os ossos metacarpais
conta de uma grande projeção em forma de gancho em sua face (TORTORA, 14ª ed.).
anterior (TORTORA, 14ª ed.).
As articulações entre as falanges são chamadas articulações
interfalângicas (TORTORA, 14ª ed.).
COMPONENTES ANATÔMICOS
➢ Cápsula articular: Saco fino e frouxo (qualidades
que contribuem para a liberdade de movimento
da articulação) que envolve de maneira
completa a articulação e se estende da cavidade
glenoidal até o colo anatômico do úmero. A
parte inferior da cápsula é sua área mais fraca
(TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento coracoumeral: Ligamento largo e
forte que reforça a parte superior da cápsula
articular e se estende do processo coracoide da
escápula até o tubérculo maior do úmero. O
ligamento reforça as partes superior e anterior
da cápsula articular (TORTORA, 14ª ed.). Ajuda a
sustentar o peso do membro superior (MARIEB,
3ª ed.).
➢ Ligamentos glenoumerais: Três espessamentos
da cápsula articular sobre a face anterior da
articulação que se estendem da cavidade
glenoidal até o tubérculo menor e o colo
anatômico do úmero. Esses ligamentos são
muitas vezes indistintos ou ausentes e conferem
apenas um reforço mínimo. Eles desempenham
função na estabilização articular quando o úmero
se aproxima ou excede seus limites de
movimento (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento transverso do úmero: Lâmina
estreita que se estende entre os tubérculos Obs.: Tendões musculares que cruzam a articulação do ombro
maior e menor do úmero. O ligamento atua contribuem de forma mais significante para a sua estabilidade. Um
como um retináculo (faixa de retenção de estabilizador importante é o tendão da cabeça longa do músculo
bíceps braquial. Este tendão liga-se à margem superior do lábio
tecido conjuntivo) para segurar o tendão da glenoidal, atravessa a cavidade articular e, então, passa dentro do sulco
cabeça longa do músculo bíceps braquial intertubercular do úmero. Ele segura a cabeça do úmero contra a
(TORTORA, 14ª ed.). cavidade glenoidal. Quatro outros tendões (e os músculos associados)
➢ Lábio glenoidal: Margem estreita de formam o manguito rotador. Esse manguito envolve a articulação do
ombro e mescla-se com a cápsula articular (MARIEB, 3ª ed.).
fibrocartilagem em torno da circunferência
externa da cavidade glenoidal, que aprofunda MOVIMENTOS DO OMBRO
discretamente e aumenta discretamente esta
cavidade (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A articulação do ombro possibilita flexão, extensão,
➢ Bolsas: Quatro bolsas estão associadas à hiperextensão, abdução, adução, rotação medial, rotação
articulação do ombro. São elas as bolsas lateral e circundução do braço (TORTORA, 14ª ed.).
subtendínea do m. subescapular, subdeltóidea,
ARTICULAÇÃO DO COTOVELO
↠ A articulação do cotovelo é uma diartrose cilíndrica
que permite apenas extensão e flexão (MARIEB, 7ª ed.).
COMPONENTES ANATÔMICOS
➢ Cápsula articular: A parte anterior da cápsula
articular cobre a região anterior da articulação
do cotovelo, a partir das fossas radial e coronoide
do úmero até o processo coronoide da ulna e o
ligamento anular do rádio. A parte posterior se
estende do capítulo, da fossa do olécrano e do
epicôndilo lateral do úmero até o ligamento
anular do rádio, o olécrano da ulna e a parte
posterior da incisura radial (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento colateral ulnar: Ligamento espesso e
triangular que se estende do epicôndilo medial
do úmero até o processo coronoide e o
olécrano da ulna. Parte desse ligamento
aprofunda o encaixe para a tróclea do úmero
(TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento colateral radial: Ligamento forte e
triangular que se estende do epicôndilo lateral do
úmero até o ligamento anular do rádio e a
incisura radial da ulna (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento anular do rádio: Forte faixa que
circunda a cabeça do rádio, mantendo-a na
incisura radial da ulna (TORTORA, 14ª ed.).
chamados de músculos axiais, pois se originam no infraespinal, o qual repousa ao longo da sua
esqueleto axial (TORTORA, 14ª ed.). margem superior.
➢ O músculo coracobraquial é alongado e estreito
↠ Os outros 7 músculos, os músculos escapulares, se
e está localizado no braço.
originam na escápula. Dos dois músculos axiais que
movimentam o úmero: (TORTORA, 14ª ed.).
➢ O músculo peitoral maior é grande, espesso e
em forma de leque, recobrindo a parte superior
do tórax e forma a dobra anterior do tórax. Esse
músculo apresenta duas origens: uma cabeça
clavicular menor e uma cabeça esternocostal
maior
➢ O músculo latíssimo do dorso é largo e triangular,
localizado na parte inferior do dorso, que forma
a maior parte da parede posterior da axila. A
ação muscular reversa (AMR) do músculo
latíssimo do dorso possibilita que a coluna
vertebral e o tronco sejam elevados, como nos
exercícios na barra. É comumente chamado de
“músculo do nadador” porque suas muitas ações
são usadas na natação; consequentemente,
muitos nadadores apresentam esses músculos
A porção média do volumoso músculo deltóide do ombro é o motor
bem desenvolvidos. primário da abdução do braço. Os principais adutores são o peitoral
maior anteriormente e o Iatíssimo do dorso posteriormente (MARIEB,
↠ Entre os músculos escapulares: (TORTORA, 14ª ed.). 3ª ed.).
➢ O deltoide é espesso e forte, recobrindo a MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO
articulação do ombro e formando o contorno MÚSCULOS AXIAIS QUE MOVIMENTAM O ÚMERO
arredondado do ombro. Esse músculo é local PEITORAL MAIOR Clavícula (cabeça Tubérculo maior e
frequente de injeções intramusculares. Os clavicular), esterno lábio lateral do
e cartilagem costais sulco
fascículos do músculo deltoide se originam de 3 das costelas II a VI intertubercular do
pontos diferentes e cada grupo de fascículos úmero
movimenta o úmero de maneira diferente LATÍSSIMO DO DORSO Processos Sulco
espinhosos de T VII intertubercular do
➢ O músculo subescapular é grande e triangular, a L V, vértebras úmero
preenchendo a fossa subescapular da escápula lombares, cristas do
e formando uma pequena parte do ápice da sacro e ílio, costelas
IX a XII via fáscia
parede posterior da axila. toracolombar
➢ O músculo supraespinal, que é arredondado e MÚSCULOS ESCAPULARES QUE MOVIMENTAM O ÚMERO
recebeu sua denominação por conta de sua DELTOIDE Extremidade Tuberosidade do
localização na fossa supraespinal da escápula, acromial da músculo deltoide
clavícula, acrômio do úmero
está localizado profundamente em relação ao da escápula e
músculo trapézio. espinha da
➢ O músculo infraespinal é triangular e também escápula.
recebeu sua denominação por conta de sua SUBESCAPULAR Fossa subescapular Tubérculo menor
da escápula do úmero
localização na fossa infraespinal da escápula. Supraespinal Fossa supraespinhal Tubérculo maior
➢ O músculo redondo maior é plano e espesso, da escápula do úmero
localizado abaixo do músculo redondo menor Infraespinal Fossa infraespinal Tubérculo maior
da escápula do úmero
que também ajuda a formar parte da parede Redondo maior Ângulo inferior da Lábio medial do
posterior da axila. escápula sulco
➢ O músculo redondo menor é alongado e intertubercular do
úmero
cilíndrico, muitas vezes inseparável do músculo
Redondo menor Margem lateral Tubérculo maior quando algum peso é levantado lentamente
inferior da escápula do úmero
durante a flexão do antebraço (TORTORA, 14ª
CORACOBRAQUIAL Processo coracoida Meio da face
da escápula medial da diáfase ed.).
do úmero ➢ O músculo tríceps braquial é grande e está
localizado na face posterior do braço. É o mais
IMPORTANTE: Quatro músculos profundos do ombro – subescapular,
poderoso dos extensores do antebraço na
supraespinal, infraespinal e redondo menor – fortalecem e estabilizam articulação do cotovelo. Como quer dizer sua
a articulação do ombro. Esses músculos unem a escápula ao úmero. nomenclatura, apresenta três cabeças de
Seus tendões achatados se fundem para formar o manguito rotador origem, uma da escápula (cabeça longa) e duas
(musculotendíneo), um círculo quase completo de tendões em torno
do úmero (cabeças lateral e medial). A cabeça
da articulação do ombro, como o punho de uma camisa de manga
comprida. O músculo supraespinal está especialmente sujeito ao longa cruza a articulação do ombro; as outras
desgaste devido à sua localização entre a cabeça do úmero e o cabeças não antebraço (TORTORA, 14ª ed.).
acrômio da escápula, o que faz com que seu tendão seja comprimido ➢ O músculo ancôneo é pequeno e está localizado
durante os movimentos do ombro, sobretudo abdução do braço. Esse na parte lateral da face posterior do cotovelo
problema é ainda mais agravado pela má postura, com ombros
curvados e caídos para frente (TORTORA, 14ª ed.).
que ajuda o músculo tríceps braquial na
extensão do antebraço na articulação do
cotovelo (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Alguns músculos que movimentam o rádio e a ulna
estão envolvidos na pronação e na supinação nas
articulações radiulnares (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Os pronadores, como os próprios nomes
sugerem, são os músculos pronador redondo e
MÚSCULOS DO BRAÇO QUE MOVIMENTAM O RÁDIO E A ULNA pronador quadrado (TORTORA, 14ª ed.).
➢ O supinador do antebraço é apropriadamente
↠ A maioria dos músculos que movimenta o rádio e a chamado de músculo supinador. A ação vigorosa
ulna promove a flexão e a extensão do cotovelo, a qual do músculo supinador é usada quando torcemos
consiste em uma articulação em dobradiça. Os músculos um saca-rolha ou apertamos um parafuso com
bíceps braquial, o braquial e o braquiorradial são flexores. uma chave de fenda (TORTORA, 14ª ed.).
Os músculos extensores são os músculos tríceps braquial
No braço, os músculos bíceps braquial, braquial e coracobraquial
e ancôneo (TORTORA, 14ª ed.). compõem o compartimento anterior (flexor). O músculo tríceps
braquial forma o compartimento posterior (extensor) (TORTORA, 14ª
➢ O músculo bíceps braquial é grande e está
ed.).
localizado na face anterior do braço. Como indica
seu nome, possui duas cabeças (longa e curta),
ambas na escápula. O músculo se estende pela
articulação do ombro e do cotovelo. Além da
sua função na flexão do antebraço na
articulação do cotovelo, também faz supinação
do antebraço nas articulações radiulnares e
flexiona o braço na articulação do ombro
(TORTORA, 14ª ed.).
➢ O músculo braquial é profundo ao músculo
bíceps braquial. É o flexor mais vigoroso do
antebraço na articulação do cotovelo. Por isso é
o “burro de carga” dos flexores do cotovelo
(TORTORA, 14ª ed.).
➢ O músculo braquiorradial flexiona o antebraço na
articulação do cotovelo, especialmente quando
há necessidade de um movimento rápido ou
aos outros três músculos e é o maior músculo superficial espessada em bandas fibrosas chamadas retináculos. O retináculo dos
no antebraço (TORTORA, 14ª ed.). músculos flexores está localizado sobre a face palmar dos ossos
carpais. Os tendões flexores longos dos dedos e do punho e o nervo
↠ Os músculos do compartimento anterior profundo mediano passam profundamente ao retináculo dos músculos flexores.
O retináculo dos músculos extensores está localizado sobre a face
estão organizados na seguinte ordem, de lateral para dorsal dos ossos carpais. Os tendões extensores do punho e dos dedos
medial: flexor longo do polegar (o único flexor da falange passam profundamente a ele (TORTORA, 14ª ed.).
distal do polegar) e flexor profundo dos dedos (que
termina em quatro tendões que se inserem nas falanges
distais dos dedos) (TORTORA, 14ª ed.).
Os músculos tenares, junto com o músculo adutor do polegar, formam indicador ou entre o polegar e os primeiros dois dedos) (TORTORA,
a eminência tenar, o contorno arredondado na lateral da palma 14ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
no capitato, nos proximal do polegar elevação, depressão, protração, retração, rotação para
ossos pelo
cima e rotação para baixo (PACHECO, 2010).
metacarpais I e I I. A tendão contendo
cabeça osso
transversa origina- sesamoide
↠ Através desse sinergismo conseguimos realizar todos
se no osso os movimentos do ombro com seus ângulos máximos
metacarpal III que são: (PACHECO, 2010).
HIPOTENAR (FACE MEDIAL DA PALMA)
ABDUTOR DO DEDO Pisiforme e tendão Face medial da ➢ No plano sagital o movimento de flexão é de 0
MÍNIMO do M. falange
a 180º, a extensão é o retorno à posição
flexor ulnar do proximal do dedo
carpo mínimo anatômica e a hiperextensão é de 0 a 45º
FLEXOR CURTODO Retináculo dos Face medial da (PACHECO, 2010).
DEDO MINIMO músculos falange ➢ No plano frontal tem os movimentos de
flexor e hamato proximal do dedo
mínimo abdução e adução, com a abdução atingindo
OPONENTE DO DEDO Retináculo dos Face medial do 180º e a adução o retorno a posição anatômica
MÍNIMO músculos osso (PACHECO, 2010).
flexores e hamato metacarpal V (dedo
mínimo) ➢ No plano transverso tem os movimentos de
INTERMEDIÁRIO (PALMAR MÉDIO) rotação medial e rotação lateral. A partir da
LUMBRICAIS Faces laterais dos Faces laterais dos posição neutra é possível realizar 90º em cada
tendões e tendões do direção. Ainda no plano transverso os
flexor profundo dos extensor dos
dedos de dedos nas movimentos de abdução horizontal e adução
cada dedo falanges proximais horizontal, estes movimentos iniciam com 90º de
de cada abdução do ombro. A abdução horizontal é de
dedo
aproximadamente 30º, e a adução horizontal é
INTERÓSSEOS Laterais das diáfises Laterais das bases
PALMARES dos das de 120º, e circundação que exprime todos
ossos metacarpais falanges proximais movimentos realizados pelo ombro (PACHECO,
de todos de todos
os dedos (exceto I I) os dedos (exceto I I)
2010).
INTERÓSSEOS Lados adjacentes Falange proximal São dezesseis músculos envolvidos com todos os movimentos do
DORSAIS dos ossos dos
ombro, e podemos dividir em cinco músculos do cíngulo do membro
metacarpais segundo a quarto
superior e onze com o ombro. Os cinco músculos do cíngulo do
dedos
membro superior são: trapézio, serrátil anterior, rombóides, levandador
da escápula e peitoral menor. E os onze músculos do ombro que são:
deltóide, peitoral maior, redondo maior, latíssimo do dorso,
Biomecânica do ombro coracobraquial, manguito rotador: o supra-espinhoso, infra-espinhoso,
redondo menor e subescapular, bíceps braquial e tríceps braquial
↠ O ombro é uma articulação tipo esferóide, possuindo (PACHECO, 2010).
movimentos nos três planos: sagital, frontal e transverso.
Fazem parte dessa articulação os ossos: úmero, escápula
e clavícula, quatro articulações a esternoclavicular,
acromioclavicular e glenoumeral e a escapulotorácica, os
ligamentos que dão estabilidade e os dezesseis músculos
envolvidos com o complexo do ombro (PACHECO, 2010).
↠ O tecido cartilaginoso é um tipo especializado de tecido ↠ É o tipo mais frequentemente encontrado no corpo
conjuntivo cuja consistência é rígida. Desempenha a e, por isso, o mais estudado. A fresco, a cartilagem hialina
função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies é branco-azulada e translúcida (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
articulares, absorvendo choques mecânicos, e diminui o
↠ Recobre as superfícies articulares dos ossos longos
atrito, facilitando o deslizamento dos ossos nas
(articulações com grande mobilidade). Além disso, esse
articulações (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
tipo de cartilagem constitui o primeiro esqueleto do
↠ A cartilagem é essencial para a formação e o embrião, que posteriormente é substituído por um
crescimento dos ossos longos na vida intrauterina e esqueleto ósseo (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
depois do nascimento (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos em
↠ Como os demais tipos de tecido conjuntivo, o crescimento, observa-se o disco epifisário, formado por
cartilaginoso contém células, chamadas condrócitos, e cartilagem hialina, que é responsável pelo crescimento do
abundante material extracelular, que constitui a matriz osso em extensão durante a vida intrauterina e após o
extracelular cartilaginosa nascimento até o fim do crescimento corporal
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ Os condrócitos alojam-se em pequenas cavidades da
matriz, chamadas lacunas. Uma lacuna pode conter um ou
mais condrócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
As funções do tecido cartilaginoso dependem principalmente da
estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno e
elastina. Além disso, há grande quantidade de macromoléculas de
proteoglicanos (proteínas + glicosaminoglicanos), ácido hialurônico e
diversas glicoproteínas associadas às fibras de colágeno e elásticas
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ O tecido cartilaginoso não contém vasos sanguíneos, ↠ A cartilagem hialina é formada, em 40% do seu peso
sendo nutrido pelos capilares do pericôndrio, e é seco, por fibrilas de colágeno tipo II associadas a ácido
desprovido de vasos linfáticos e de nervos. As cartilagens hialurônico e a outros glicosaminoglicanos, proteoglicanos
que revestem a superfície dos ossos nas articulações muito hidratados e glicoproteínas (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
móveis não têm pericôndrio e recebem nutrientes do
↠ Em preparados rotineiros, a matriz cartilaginosa é
líquido sinovial presente nas cavidades articulares.
basófila (p. ex., se cora em azul pela hematoxilina)
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ Há três tipos de cartilagens para atender às diversas
↠ Dentre as proteínas, um componente importante da
necessidades funcionais do organismo: cartilagem hialina,
matriz da cartilagem hialina é a glicoproteína estrutural
que é a mais comum, cuja matriz contém delicadas fibrilas
condronectina, uma macromolécula com regiões de
constituídas principalmente de colágeno tipo II; cartilagem
ligação para condrócitos, fibrilas colágenas tipo II e
elástica, que contém menos fibrilas de colágeno tipo II e
glicosaminoglicanos. Assim, a condronectina participa da
abundantes fibras elásticas; e cartilagem fibrosa ou
associação do arcabouço macromolecular da matriz com
fibrocartilagem, que apresenta matriz constituída
os condrócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
preponderantemente por fibras de colágeno tipo I
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ As moléculas de proteoglicanos assemelham-se a
escovas de limpar tubos de ensaio, em que a proteína
(eixo proteico) representa a parte central, e as moléculas
de glicosaminoglicanos correspondem aos pelos da
escova. No tecido conjuntivo propriamente dito, e localizados vasos sanguíneos e linfáticos, inexistentes no interior do
especialmente na cartilagem hialina, inúmeros tecido cartilaginoso (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
proteoglicanos podem estabelecer ligações não ↠ O pericôndrio é formado por um tecido conjuntivo
covalentes com uma única molécula de ácido hialurônico, que possui muitas fibras de colágeno tipo I e poucas
produzindo enormes agregados moleculares (medindo células na sua região mais externa; porém, torna-se
até 4 µm) muito importantes para manter a rigidez da gradativamente mais rico em células na região do
matriz cartilaginosa (JUNQUEIRA, 13ª ed.). pericôndrio adjacente à cartilagem (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ Os condrócitos são também células secretoras de seguida, inicia-se a síntese da matriz extracelular, que
colágeno, principalmente do tipo I , proteoglicanos e afasta os condroblastos uns dos outros. A diferenciação
glicoproteínas, como a condronectina (JUNQUEIRA, 13ª das cartilagens ocorre do centro para a periferia, de modo
ed.). que as células mais centrais já apresentam as
características de condrócitos, enquanto as mais
periféricas ainda são condroblastos típicos. O mesênquima
da superfície de cada peça de cartilagem forma o
pericôndrio (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
CRESCIMENTO
↠ O crescimento da cartilagem ocorre por dois
processos: intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos
preexistentes; e aposicional, a partir das células do
pericôndrio (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
Nos dois casos, os novos condrócitos formados logo produzem fibrilas
colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ Uma vez que as cartilagens são desprovidas de
capilares sanguíneos, a oxigenação dos condrócitos é ↠O crescimento intersticial é menos importante e quase
deficiente, fazendo com que essas células vivam sob só ocorre nas primeiras fases da vida da cartilagem. À
baixas tensões de oxigênio. A cartilagem hialina degrada a medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o
glicose principalmente por mecanismo anaeróbio, com crescimento intersticial deixa de ser viável, e a cartilagem
formação de ácido láctico como produto final. Os passa a crescer somente por aposição. Por esse
nutrientes transportados pelo sangue chegam pelo mecanismo, células da parte profunda do pericôndrio
pericôndrio, atravessam a matriz da cartilagem por difusão multiplicam-se e diferenciam-se em condrócitos, que são
e alcançam os condrócitos mais internos (JUNQUEIRA, 13ª adicionados à cartilagem (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
ed.).
CARTILAGEM ELÁSTICA
Os mecanismos dessa movimentação de moléculas são principalmente
a difusão através da água de solvatação das macromoléculas e o A cartilagem elástica é encontrada no pavilhão auditivo, no conduto
bombeamento promovido pelas forças de compressão e auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem
descompressão exercidas sobre as cartilagens. A falta de capilares cuneiforme da laringe (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
sanguíneos limita a espessura máxima das peças cartilaginosas
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Basicamente, é semelhante à cartilagem hialina, mas
inclui, além das fibrilas de colágeno (principalmente do tipo
HISTOGÊNESE II), uma abundante rede de fibras elásticas contínuas com
as do pericôndrio. A elastina confere a esse tipo de
↠ No embrião, os esboços das cartilagens surgem no
cartilagem uma cor amarelada quando examinada a fresco
mesênquima. A primeira modificação observada durante
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).
a histogênese da cartilagem consiste no arredondamento
das células mesenquimatosas, que retraem seus ↠ Assim como a cartilagem hialina, a elástica apresenta
prolongamentos e, multiplicando-se rapidamente, formam pericôndrio e cresce principalmente por aposição.
aglomerados. As células assim formadas têm citoplasma Contudo, ela é menos sujeita a processos degenerativos
muito basófilo e recebem o nome de condroblastos. Em patológicos do que a hialina (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
DISCOS INTERVERTREBAIS
Localizado entre os corpos das vértebras e unido a elas por
ligamentos, cada disco intervertebral é formado por dois
componentes: o anel fibroso e o núcleo pulposo, que é uma
parte central derivada da notocorda do embrião (JUNQUEIRA,
13ª ed.).
Objetivo grande na articulação entre o fêmur e a tíbia (um dos ossos da perna),
que é vertical. Isso pode contribuir para a maior incidência de
1- Estudar a anatomia dos ossos, músculos e problemas no joelho em atletas do sexo feminino. (MARIEB, 7ª ed.).
articulações do membro inferior. ↠ Sua extremidade proximal se articula com o acetábulo
Membros inferiores do osso do quadril. Sua extremidade distal se articula com
a tíbia e a patela (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Os membros inferiores sustentam todo o peso do
corpo na posição ereta e são submetidos a forças
excepcionais quando saltamos ou corremos. Portanto, não
é surpreendente que os ossos dos membros inferiores
sejam mais grossos e mais fortes do que os dos
membros superiores. Os três segmentos de cada
membro inferior são a coxa, a perna e o pé (MARIEB, 3ª
ed.).
Ossos
ESQUELETO DA COXA
FÊMUR
↠ O fêmur é o único osso da coxa (MARIEB, 7ª ed.).
nascimento e diminui gradualmente (torna-se mais agudo) até ser ↠ Uma área deprimida entre os côndilos na face
alcançado o ângulo do adulto (115 a 140°, média de 126°) (MOORE, 8ª posterior é chamada fossa intercondilar (profunda, em
ed.)
forma de U, e superior a esta fossa situa-se a face
poplítea, uma área lisa na diáfise do fêmur). A face patelar
lisa se encontra localizada entre os côndilos na face
anterior, articula-se com a patela (TORTORA, 14ª ed.).
↠ O colo do fêmur é uma região estreitada distal à ↠ Localizada anteriormente na articulação do joelho
cabeça. A fratura de quadril refere-se mais (TORTORA, 14ª ed.).
frequentemente à fratura do colo do fêmur do que à ↠ A larga extremidade proximal desse osso sesamoide
fratura dos ossos do quadril (TORTORA, 14ª ed.). incrustado no tendão do músculo quadríceps femoral é
↠ O trocanter maior e o trocanter menor são projeções chamada de base; a extremidade pontiaguda distal é
da junção do colo com a diáfise que servem de pontos chamada de ápice (TORTORA, 14ª ed.).
de inserção para os tendões de alguns músculos da coxa ↠ A face articular posterior contém duas faces, uma para
e das nádegas (TORTORA, 14ª ed.). o côndilo medial e a outra para o côndilo lateral do fêmur.
↠ O trocanter maior é a proeminência palpável e visível O ligamento da patela fixa a patela à tuberosidade da tíbia
anteriormente à concavidade lateral do quadril. É um (TORTORA, 14ª ed.).
referencial comumente usado para localizar a área de ↠ A junção patelofemoral, entre a face posterior da
injeções intramusculares na face lateral da coxa. O patela e a face patelar do fêmur, é o componente
trocanter menor é inferior e medial ao trocanter maior intermediário da articulação do joelho (TORTORA, 14ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ A patela aumenta o efeito de alavanca do tendão do
↠ Entre as faces anteriores dos trocanteres, músculo quadríceps femoral, mantém a posição do
encontramos uma linha intertrocantérica estreita. Uma tendão quando o joelho flexiona e protege a articulação
crista chamada crista intertrocantérica aparece entre as do joelho (TORTORA, 14ª ed.).
faces posteriores dos trocanteres (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Localizada medialmente (MARIEB, 7ª ed.) ↠ A incisura fibular se articula com a extremidade distal
da fíbula para formar a sindesmose tibiofibular
O termo tíbia quer dizer flauta, pois os ossos tibiais de pássaros eram (TORTORA, 14ª ed.).
usados antigamente para fazer instrumentos musicais (TORTORA, 14ª
ed.). De todos os ossos longos do corpo, a tíbia é a mais frequentemente
fraturada e, também, o local mais constante de fratura aberta
↠ A tíbia se articula em sua extremidade proximal com (composta ou exposta) (TORTORA, 14ª ed.).
o fêmur e a fíbula e em sua extremidade distal com a
fíbula e o tálus do tornozelo (TORTORA, 14ª ed.). FÍBULA
ESQUELETO DO PÉ
↠ O esqueleto do pé compreende os ossos tarsais, os
ossos metatarsais e as falanges, ou ossos do dedo do pé
(TORTORA, 14ª ed.).
TARSO
↠ O tarso (tornozelo) é a região proximal do pé que
consiste em 7 ossos tarsais, incluindo o tálus e o calcâneo,
localizados na parte posterior do pé (TORTORA, 14ª ed.).
O peso do corpo é suportado principalmente pelos dois maiores ossos
tarsais, mais posteriores: o tálus (“tornozelo”), que se articula com a
tíbia e a fíbula superiormente, e o robusto calcâneo (“osso do
calcanhar”), que forma o calcanhar do pé (MARIEB, 7ª ed.).
↠ O espesso tendão calcâneo, ou de Aquiles, dos ↠ O metatarso, região intermediária do pé, consiste em
músculos da panturrilha fixa-se à superfície posterior do cinco ossos metatarsais numerados de I a V, de medial
calcâneo (MARIEB, 3ª ed.). para lateral. Assim como os metacarpais da palma da mão,
cada metatarsal consiste em uma base proximal, uma
↠ A parte do calcâneo que toca o solo é a tuberosidade diáfise intermediária e uma cabeça distal (TORTORA, 14ª
do calcâneo, e sua projeção em forma de prateleira que ed.).
suporta parte do tálus é o sustentáculo do tálus ("suporte
para o tálus") (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Os ossos metatarsais se articulam proximalmente com
o primeiro, o segundo e o terceiro cuneiformes e com o
As articulações entre os ossos tarsais são chamadas articulações
cuboide para formar as articulações tarsometatarsais.
intertarsais (TORTORA, 14ª ed.).
Distalmente, eles se articulam com a fileira proximal de
↠ O tálus, o osso tarsal mais superior, é o único osso do falanges para formar as articulações metatarsofalângicas
pé que se articula com a tíbia e com a fíbula. Ele se articula (TORTORA, 14ª ed.).
de um lado com o maléolo medial da tíbia e do outro lado
↠ O primeiro metatarsal é mais espesso que os outros
com o maléolo lateral da fíbula (TORTORA, 14ª ed.).
porque sustenta mais peso (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A tíbia articula-se com o tálus na tróclea do tálus
(MARIEB, 3ª ed.).
Essas articulações formam a articulação talocrural (tornozelo)
(TORTORA, 14ª ed.).
ARCOS DO PÉ
cápsula articular relativamente fina está presente apenas ↠ Três tipos de ligamentos estabilizam e reforçam a
nas regiões lateral e posterior do joelho, onde ela cobre cápsula da articulação do joelho. Dois tipos de ligamentos,
a maior parte dos côndilos do fêmur e da tíbia. capsulares e extracapsulares, atuam para prevenir a
Anteriormente, onde a cápsula está ausente, três amplos hiperextensão do joelho e são estirados quando o joelho
ligamentos seguem da patela até a tíbia (MARIEB, 3ª ed.). é estendido. Dentre eles estão incluídos os seguintes:
(MARIEB, 3ª ed.).
↠ Eles são o ligamento patelar, que é flanqueado pelos
retináculos ("retentores") lateral e medial da patela, que se ➢ Os ligamentos extracapsulares colaterais fibular
fundem imperceptivelmente com a cápsula articular de e tibial também são críticos na prevenção da
cada lado. O ligamento patelar e os retináculos são rotação lateral ou medial quando o joelho é
realmente continuações do tendão da volumosa estendido. O ligamento colateral tibial é largo e
musculatura do quadríceps da região anterior da coxa. Os plano, situa-se entre o epicôndilo medial do
médicos percutem o ligamento patelar para testar o fêmur e a diáfise da boia, abaixo de seu côndilo
reflexo de estiramento do joelho (MARIEB, 3ª ed.). medial, e se funde ao menisco medial.
➢ O ligamento poplíteo oblíquo é realmente parte
do tendão do músculo semimembranáceo que
se funde com a cápsula e estabiliza a região
posterior da articulação do joelho.
➢ O ligamento poplíteo arqueado forma um arco
superiormente à cabeça da fíbula, por cima do
músculo poplíteo, e reforça a cápsula articular
posteriormente.
↠ Observe que os dois ligamentos cruzados projetam- trava a articulação tomando-a uma estrutura rígida que não pode ser
se até o fêmur, sendo denominados de acordo com o flexionada novamente até que seja destravada. Esse destravamento é
realizado pelo músculo poplíteo, que gira o fêmur lateralmente sobre
seu local de fixação na tíbia. O ligamento cruzado anterior a tíbia, relaxando e distorcendo os ligamentos (MARIEB, 3ª ed.).
liga-se à área intercondilar anterior da tíbia. A partir daí,
se dirige posteriormente, lateralmente e para cima para
fixar-se ao fêmur no lado medial do côndilo lateral. Esse
ligamento previne o deslizamento para a frente da tíbia
em relação ao fêmur e impede a hiperextensão do joelho.
Encontra-se um pouco relaxado quando o joelho está
flexionado, e estirado quando o joelho é estendido
(MARIEB, 3ª ed.).
Outro resultado notável é que a equipe de natação apresentou valores ARTICULAÇÃO TIBIOFIBULAR
de CTX-II significativamente menores em comparação ao grupo de
controle. Em outras palavras, a natação foi um fator de proteção para ↠ A articulação tibiofibular é uma articulação sinovial plana
o colágeno articular na população investigada. Este resultado é entre a face articular plana na cabeça da fíbula e uma
provavelmente devido a uma combinação de fatores conhecidos por face articular semelhante em posição posterolateral no
proteger as articulações, incluindo exercícios aeróbicos, atividade
debaixo impacto e fortalecimento dos músculos periarticulares.
côndilo lateral da tíbia (MOORE, 8ª ed.).
MOVIMENTOS
↠ Na articulação do joelho ocorrem flexão, extensão,
ligeira rotação medial e lateral da perna na posição
flexionada (TORTORA, 14ª ed.).
MOVIMENTO
↠ Há pequeno movimento da articulação durante a
dorsiflexão do pé em virtude do encunhamento da tróclea
do tálus entre os maléolos (MOORE, 8ª ed.).
SINDESMOSE TIBIOFIBULAR
↠ A sindesmose tibiofibular é uma articulação fibrosa
composta. É a união fibrosa da tíbia e fíbula por meio da
MOVIMENTO
↠ Há pequeno movimento da articulação para acomodar
o encunhamento da porção larga da tróclea do tálus entre
os maléolos durante a dorsiflexão do pé (MOORE, 8ª ed.).
ARTICULAÇÃO INTERTARSAL
↠ As articulações intertarsais importantes são a
articulação talocalcânea e a articulação transversa do
tarso (articulações calcaneocubóidea e
talocalcaneonavicular) (MOORE, 8ª ed.).
MOVIMENTOS
↠ A inversão e eversão ocorrem nas articulações
intertarsais (MARIEB, 7ª ed.).
↠ Entre os três cuneiformes do tarso e a base dos 5 MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA QUE MOVIMENTAM O FÊMUR
ossos metatarsais (TORTORA, 14ª ed.).
Os músculos do membro inferior são maiores e mais potentes que os
do membro superior devido às diferenças de funções. Enquanto os
↠Estrutura: sinovial (plana); Funcional: diartrose
músculos do membro superior são caracterizados pela versatilidade
(TORTORA, 14ª ed.). dos movimentos, os músculos dos membros inferiores atuam na
estabilidade, na locomoção e na manutenção da postura (TORTORA,
MOVIMENTO 14ª ed.).
↠ Ligeiro deslizamento (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maioria dos músculos que movimenta o fêmur se
origina no cíngulo do membro inferior e se insere no
ARTICULAÇÃO METATARSOFALÂNGICA
fêmur (TORTORA, 14ª ed.).
↠ No pé, a flexão e a extensão ocorrem no antepé, nas
↠ Os músculos psoas maior e ilíaco compartilham uma
articulações metatarsofalângica e interfalângica (MOORE,
inserção comum (trocanter menor do fêmur) e são
8ª ed.).
coletivamente conhecidos como músculo iliopsoas
↠ A inversão é potencializada por flexão dos dedos (TORTORA, 14ª ed.).
(sobretudo o hálux e o 2º dedo), e a eversão por sua
↠ Há três músculos glúteos: glúteo máximo, glúteo
extensão (sobretudo dos dedos laterais) (MOORE, 8ª ed.).
médio e glúteo mínimo. O músculo glúteo máximo é o
↠ Todos os ossos do pé proximais às articulações maior e mais pesado dos três, além de ser um dos
metatarsofalângicas são unidos pelos ligamentos dorsais e maiores do corpo e o principal extensor do fêmur. Na sua
plantares. Os ossos das articulações metatarsofalângicas e ação muscular reversa (AMR), é um potente extensor do
interfalângicas são unidos pelos ligamentos colaterais tronco na articulação do quadril (TORTORA, 14ª ed.).
lateral e medial (MOORE, 8ª ed.).
MÚSCULOS DA COXA QUE MOVIMENTAM O FÊMUR, A TÍBIA ↠ Os músculos do compartimento posterior (flexor) da
E A FÍBULA coxa flexionam a perna (e estendem a coxa). Esse
compartimento é composto por 3 músculos: bíceps
↠ Uma fáscia profunda (septo intermuscular) separa os femoral, semitendíneo e semimembranáceo. Visto que os
músculos da coxa que atuam no fêmur, na tíbia e na fíbula músculos do compartimento posterior da coxa passam
em compartimentos medial, anterior e posterior por duas articulações (quadril e joelho), são tanto
(TORTORA, 14ª ed.). extensores da coxa quanto flexores da perna (TORTORA,
14ª ed.).
↠ A maioria dos músculos do compartimento medial
(adutor) da coxa apresenta orientação similar e aduz o A fossa poplítea é um espaço em forma de diamante na face posterior
fêmur na articulação do quadril. (Ver músculos adutor do joelho, margeado lateralmente pelos tendões do músculo bíceps
magno, adutor longo, adutor curto e pectíneo, os quais femoral e medialmente pelos tendões dos músculos
semimembranáceo e semitendíneo (TORTORA, 14ª ed.).
são componentes do compartimento medial) (TORTORA,
14ª ed.).
MÚSCULOS DA PERNA QUE MOVIMENTAM O PÉ E OS DEDOS por outro lado, há dois deles em cada perna. Esse músculo
percorre um trajeto oblíquo entre os músculos
↠ Os músculos que movimentam o pé e os dedos estão gastrocnêmio e sóleo (TORTORA, 14ª ed.).
localizados na perna. Os músculos da perna, assim como
aqueles da coxa, são divididos pela fáscia profunda em 3
compartimentos: anterior, lateral e posterior (TORTORA,
14ª ed.).
↠ Os superficiais e a maioria dos músculos profundos MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO PÉ QUE MOVIMENTAM OS DEDOS
plantares flexionam o pé na articulação do tornozelo. Os
Músculos intrínsecos porque se originam e inserem no pé (TORTORA,
músculos superficiais do compartimento posterior são o 14ª ed.).
gastrocnêmio, o sóleo e o plantar – os chamados
Os músculos do pé são limitados à sustentação e à locomoção
músculos surais. O tamanho grande desses músculos tem
(TORTORA, 14ª ed.).
relação direta com a marcha ereta característica dos
homens (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A fáscia profunda do pé forma a aponeurose (fáscia)
plantar que se estende do calcâneo às falanges dos dedos.
↠ O músculo gastrocnêmio é o mais superficial e forma A aponeurose sustenta o arco longitudinal do pé e
a proeminência da sura. O músculo sóleo, que se situa encerra os tendões flexores do pé (TORTORA, 14ª ed.).
profundamente ao músculo gastrocnêmio, é largo e plano.
Seu nome deriva da semelhança com o peixe solha. O
músculo plantar é pequeno e pode não existir; às vezes,
PROTEÍNAS MUSCULARES
↠ As miofibrilas são construídas a partir de três tipos de
proteínas: (TORTORA, 14ª ed.).
➢ as proteínas contráteis, que geram força
↠ A extensão da sobreposição dos filamentos grossos e durante a contração;
finos depende de o músculo estar contraído, relaxado ou ➢ as proteínas reguladoras, que ajudam a ativar e
estirado. O padrão da sobreposição, consistindo em várias desativar o processo de contração;
zonas e bandas, cria as estriações que podem ser vistas ➢ as proteínas estruturais, que mantêm os
nas miofibrilas individuais e em fibras musculares inteiras filamentos grossos e finos no alinhamento
(TORTORA, 14ª ed.). adequado, conferem à miofibrila elasticidade e
↠ A parte do meio, mais escura, do sarcômero é a banda extensibilidade e ligam as miofibrilas ao sarcolema
A, que se estende por todo o comprimento dos e à matriz extracelular.
filamentos grossos. No sentido de cada extremidade da
PROTEÍNAS ESTRUTURAIS
↠ O músculo contém cerca de 1 dúzia de proteínas
estruturais, que contribuem para o alinhamento, a
estabilidade, a elasticidade e a extensibilidade das miofibrilas
(TORTORA, 14ª ed.).
é 50 vezes maior que uma proteína de tamanho médio ↠ A nebulina é uma proteína longa e não elástica que
(TORTORA, 14ª ed.). acompanha cada filamento fino por toda sua extensão.
Essa proteína ajuda a ancorar os filamentos finos às linhas
↠ Cada molécula de titina ocupa metade de um
Z e regula a extensão dos filamentos finos durante o
sarcômero, indo de uma linha Z a uma linha M, uma
desenvolvimento (TORTORA, 14ª ed.).
distância de 1 a 1,2 µm no músculo relaxado. Cada molécula
de titina conecta uma linha Z à linha M do sarcômero, ↠ A distrofina liga os filamentos finos do sarcômero às
ajudando, dessa maneira, a estabilizar a posição do proteínas integrais de membrana do sarcolema, que por
filamento grosso. A parte da molécula de titina na linha Z sua vez, estão presas às proteínas na matriz extracelular
é bastante elástica. Uma vez que é capaz de se estirar de tecido conjuntivo que circunda as fibras musculares
pelo menos quatro vezes a sua extensão em repouso e (TORTORA, 14ª ed.).
retornar ao tamanho de repouso sem lesão, a titina é
responsável por grande parte da elasticidade e ↠ Acredita-se que a distrofina e suas proteínas
extensibilidade das miofibrilas (TORTORA, 14ª ed.). associadas reforcem o sarcolema e ajudem a transmitir a
tensão gerada pelos (TORTORA, 14ª ed.).
↠ É bem provável que a titina ajude o sarcômero a
voltar ao seu comprimento de repouso depois da CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO DAS FIBRAS MUSCULARES
contração ou estiramento muscular, que ajude a evitar a ↠ A contração muscular é um processo extraordinário
extensão excessiva dos sarcômeros e que mantenha a que permite a geração de força para mover ou resistir a
localização central das bandas A (TORTORA, 14ª ed.). uma carga. Em fisiologia muscular, a força produzida pela
Agindo como uma espécie de régua molecular, a titina tem duas contração muscular é chamada de tensão muscular. A
funções básicas: (1) manter os filamentos grossos no lugar e, portanto, carga é o peso ou a força que se opõe à contração
a organização da banda A, e (2) ajudar a célula muscular a recuperar (SILVERTHORN, 7ª ed.).
sua forma depois de ser alongada ou encurtada. (A parte da titina que
cruza as bandas 1 é distensível, se expande quando o músculo é ↠ A contração, a geração de tensão pelo músculo, é
alongado e se retrai, como uma mola, quando a tensão é liberada.)
um processo ativo que necessita de energia fornecida
(MARIEB, 3ª ed.).
pelo ATP. O relaxamento é a liberação da tensão que foi
produzida durante a contração (SILVERTHORN, 7ª ed.).
1- Os eventos que ocorrem na junção depressão do sarcolema que ajuda a formar a junção
neuromuscular convertem um sinal químico (a neuromuscular, é bastante pregueada. Estas dobras
acetilcolina liberada pelo neurônio motor juncionais fornecem uma grande área de superfície para
somático) em um sinal elétrico na fibra muscular; milhões de receptores de ACh que aí se localizam
(SILVERTHORN, 7ª ed.). (MARIEB, 3ª ed.).
2- O acoplamento excitação-contração (E-C) é o
↠ Quando o impulso nervoso alcança o final de um
processo pelo qual os potenciais de ação
axônio, ocorre a abertura de canais de cálcio
musculares produzem um sinal de cálcio, o qual,
dependentes de voltagem, permitindo ao Ca+2
por sua vez, ativa o ciclo de contração-
(impulsionado por seu gradiente eletroquímico) fluir a
relaxamento; (SILVERTHORN, 7ª ed.).
partir do meio extracelular (MARIEB, 3ª ed.).
3- No nível molecular, o ciclo de contração-
relaxamento é explicado pela teoria dos
filamentos deslizantes da contração muscular.
Nos músculos intactos, um único ciclo de
contração-relaxamento é chamado de abalo
muscular. (SILVERTHORN, 7ª ed.).
JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
Para uma fibra muscular esquelética contrair, ela deve ser estimulada
por uma terminação nervosa e propagar uma corrente elétrica, ou
potencial de ação, ao longo do seu sarcolema. Este evento elétrico
causa uma breve elevação nos níveis de cálcio intracelular,
ocasionando o disparo final para a contração. A série de eventos que
ligam o sinal elétrico com a contração é chamada de acoplamento
excitação-contração (MARIEB, 3ª ed.).
↠ A presença de cálcio no interior do terminal axônico
↠ As células musculares esqueléticas são estimuladas por causa a fusão de algumas vesículas sinápticas com a
neurônios motores do sistema nervoso somático. Embora membrana axônica e a liberação de ACh na fenda
estes neurônios motores "residam" no encéfalo ou na sináptica por exoci tose. A ACh difunde-se através da
medula espinal, suas longas extensões semelhantes a fios fenda e liga-se aos seus receptores no sarcolema
chamadas de axônios trafegam em feixes dentro dos (MARIEB, 3ª ed.).
nervos, em direção às células musculares por eles
inervadas (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Os eventos elétricos desencadeados no sarcolema
após a ligação da ACh são similares àqueles que ocorrem
↠ O axônio de cada neurônio motor divide-se nas membranas das células nervosas excitadas. Depois
profusamente quando entra no músculo, e cada terminal que a ACh se liga aos seus receptores, ela é rapidamente
axônico forma várias ramificações curtas que formam degradada em seus componentes, o ácido acético e a
uma junção neuromuscular elíptica com uma única fibra colina, pela acetilcolinesterase, uma enzima localizada na
muscular. Via de regra, cada fibra muscular tem apenas fenda sináptica (MARIEB, 3ª ed.).
uma junção neuromuscular, localizada mais ou menos na
metade do comprimento da fibra (MARIEB, 3ª ed.).
↠ Inicialmente, a despolarização é um evento elétrico O potencial de ação é breve e termina muito antes de que qualquer
sinal de contração seja evidente. Os eventos do acoplamento
local chamado de potencial da placa terminal, mas ela
excitação-contração ocorrem durante o período de latência (latente
dispara o potencial de ação que se propaga em todas as = oculto), entre o início do potencial de ação e o início da atividade
direções ao longo do sarcolema, a partir da junção mecânica (encurtamento) (MARIEB, 3ª ed.).
neuromuscular (MARIEB, 3ª ed.).
Os sinais elétricos não atuam diretamente sobre os miofilamentos; ao
↠ O potencial de ação (PA) é o resultado de uma invés disso, causam um aumento na concentração intracelular do íon
cálcio, o que permite o deslizamento dos filamentos (MARIEB, 3ª ed.).
sequência previsível de mudanças elétricas que, uma vez
iniciada, ocorre ao longo de toda a extensão do sarcolema. ↠ O acoplamento excitação-contração consiste dos
Essencialmente, três passos estão envolvidos (MARIEB, 3ª seguintes passos: (MARIEB, 3ª ed.).
ed.).
1- O potencial de ação propaga-se ao longo do
1. Primeiro, as áreas da membrana adjacentes à sarcolema e dos túbulos T
placa motora também são despolarizadas por 2- A transmissão do potencial de ação nos túbulos
correntes locais que se espalham a partir da T pelas tríades faz com que as cisternas
junção neuromuscular. Isso abre canais de sódio terminais do RS liberem Ca+2 para o
dependentes de voltagem, e o Na+ entra, sarcoplasma, onde ele se torna disponível para
seguindo seu gradiente eletroquímico, e inicia o os miofilamentos. As proteínas dos túbulos T
potencial de ação (receptores DHP) são sensíveis à voltagem e
2. Durante o passo 2, o potencial de ação é mudam sua conformação em resposta à
propagado (move-se ao longo do sarcolema) chegada do potencial de ação. Essa mudança de
quando as ondas locais de despolarização conformação regulada pela variação de
distribuem-se às áreas adjacentes do sarcolema, voltagem é detectada pelas proteínas do RS
abrindo canais de sódio dependentes de (receptores rianodina), que por sua vez também
voltagem. Novamente, os íons sódio, em geral sofrem mudança conformacional abrindo seus
impedidos de entrar na célula, difundem-se para canais que liberam cálcio (e talvez outros canais
dentro da célula seguindo seu gradiente de Ca+2 próximos acoplados mecanicamente).
eletroquímico.
Como esses eventos ocorrem em cada tríade da célula, dentro de 1 1- Hidrólise de ATP: A cabeça de miosina engloba
ms grandes quantidades de Ca+2 inundam o sarcoplasma a partir das um local de ligação com o ATP e uma ATPase,
cisternas do RS (MARIEB, 3ª ed.).
enzima que hidrolisa o ATP em ADP (difosfato
3- Parte desse cálcio liga-se à troponina, a qual de adenosina) e um grupo fosfato. Essa reação
muda sua conformação e remove a ação de hidrólise reorienta e energiza a cabeça de
bloqueadora da tropomosina. miosina. Observe que os produtos da hidrólise de
4- Quando o nível de cálcio intracelular é cerca de ATP – ADP e um grupo fosfato – ainda
10-5 M, as cabeças de miosina se ligam e puxam continuam presos à cabeça de miosina.
os filamentos finos em direção ao centro do
A ligação da ATP diminui a afinidade de ligação da miosina pela actina,
sarcômero. Nesse momento, pode-se dizer que e a miosina acaba soltando-se da actina (SILVERTHORN, 7ª ed.).
a célula muscular está em seu estado ativo.
5- O breve sinal do Ca+2 em geral termina dentro
de 30 ms depois do potencial de ação ter
acabado. A queda nos níveis de Ca+2 é causada
pela ação da bomba de cálcio dependente de
ATP, que é continuamente ativa e move o Ca+2
de volta para o RS para ser novamente
armazenado.
6- O estado inativo ocorre quando os níveis
intracelulares de Ca+2 caem muito abaixo da
quantidade necessária para a ligação com a
troponina; assim, o bloqueio da tropomiosina é
restabelecido, e a interação actina-miosina é
inibida. A atividade das pontes transversais
termina, e ocorre o relaxamento.
3- Movimento de força: Depois da formação das cabeças de miosina estão desacopladas da actina, aprontando-se para
pontes transversas, ocorre o movimento de se ligar de novo (TORTORA, 14ª ed.).
força. Durante o movimento de força, o local na EXTRA: A CONTRAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO REQUER UM
ponte transversa onde o ADP ainda está ligado SUPRIMENTO CONTÍNUO DE ATP
se abre. Em consequência disso, a ponte
O uso do ATP pela fibra muscular é uma característica essencial da
transversa roda e libera o ADP. A ponte fisiologia muscular. Os músculos necessitam de energia
transversa gera força ao rodar em direção ao constantemente: durante a contração, para o movimento e a liberação
centro do sarcômero, deslizando o filamento fino das ligações cruzadas; durante o relaxamento, para bombear o Ca+2
pelo filamento grosso na direção da linha M. de volta para o retículo sarcoplasmático; e após o acoplamento E-C,
para reconduzir o Na+2 e o K+ para os compartimentos extracelular e
intracelular, respectivamente (SILVERTHORN, 7ª ed.).
danos ao tecido cardíaco produzidos durante um infarto do miocárdio muscular esquelética é estirada a 170% do seu comprimento ideal, não
e os danos da musculatura esquelética (SILVERTHORN, 7ª ed.). há sobreposição entre os filamentos grossos e finos. Uma vez que
nenhuma das cabeças de miosina consegue se ligar aos filamentos
A energia armazenada nas ligações fosfato de alta energia é muito finos, a fibra muscular não consegue contrair e a tensão é zero
limitada. Assim, as fibras musculares precisam utilizar o metabolismo de (TORTORA, 14ª ed.).
biomoléculas para transferir energia das ligações covalentes para o
ATP. Os carboidratos, particularmente a glicose, são a fonte de energia Quando os sarcômeros se tornam mais curtos que o ideal, a tensão
mais rápida e eficiente para a produção de ATP. A glicose é possível de ser desenvolvida diminui. Isso acontece porque os
metabolizada pela glicólise a piruvato.. Quando as concentrações de filamentos grossos encolhem conforme são comprimidos pelos linhas
oxigênio caem durante um exercício intenso, o metabolismo da fibra Z, resultando em menos cabeças de miosina fazendo contato com
muscular depende preferencialmente da glicólise anaeróbia. Nessa via filamentos finos. Normalmente, o comprimento da fibra muscular em
metabólica, a glicose é metabolizada a lactato, com a produção efetiva repouso é mantido muito próximo do ideal pelas fortes fixações do
de apenas 2 ATP por molécula de glicose; O metabolismo anaeróbio músculo esquelético aos ossos (via tendões) e outros tecidos
da glicose é uma fonte mais rápida de geração de ATP, porém produz inelásticos (TORTORA, 14ª ed.).
quantidades muito menores de ATP para cada molécula de glicose
(SILVERTHORN, 7ª ed.). UNIDADE MOTORA
FADIGA MUSCULAR Cada músculo é inervado por pelo menos um nervo motor, que
contém axônios (prolongamentos) de centenas de neurônios motores.
O termo fisiológico fadiga descreve uma condição reversível na qual Quando um axônio entra em um músculo, ele se ramifica em vários
um músculo é incapaz de produzir ou sustentar a potência esperada. terminais, cada um formando uma junção neuromuscular com uma
A fadiga é muito variável. Ela é influenciada pela intensidade e pela única fibra muscular. O conjunto de um neurônio motor e todas as
duração da atividade contrátil, pelo fato de a fibra muscular estar fibras musculares inervadas por ele é chamado de unidade motora
usando o metabolismo aeróbio ou anaeróbio, pela composição do (MARIEB, 3ª ed.).
músculo e pelo nível de condicionamento do indivíduo (SILVERTHORN,
7ª ed.).
RELAÇÃO COMPRIMENTO-TENSÃO
ABALO MUSCULAR
Cada miograma do abalo tem três fases distintas: (MARIEB, 3ª ed.). muda seu comprimento. Um exemplo disso é o ato de segurar um
livro parado, com o braço estendido (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Período de latência: O período de latência corresponde aos
primeiros poucos milissegundos após a estimulação, quando
está ocorrendo o acoplamento excitação-contração.
Durante este período, a tensão muscular começa a
aumentar, mas nenhuma resposta é vista no miograma.
➢ Período de contração: O período de contração ocorre
quando as pontes transversais são ativadas. Vai desde o
início até o desenvolvimento de um pico de tensão; neste
período, o traçado do miograma atinge um pico. O período
de contração dura 10 a 100 ms. Se a tensão (tração) torna-
se grande o suficiente para superar a resistência de uma
carga, o músculo encurta.
➢ Período de relaxamento: O período de contração é
seguido pelo período de relaxamento. Esta fase final, que
dura de 10 a 100 ms, é iniciada pelo retorno do Ca+2 para o
RS. Devido à força contrátil já não estar mais sendo gerada,
a tensão muscular cai a zero e o traçado retorna à linha
de base. Se o músculo for encurtado durante a contração,
neste período ele retorna ao seu comprimento inicial.
Tipos de fibra muscular esquelética
CONTRAÇÕES ISOTÔNICAS E ISOMÉTRICAS
As fibras musculares esqueléticas não são todas iguais em composição
As contrações musculares podem ser isotônicas ou isométricas. Na
e função. Por exemplo, o conteúdo de mioglobina, proteína de cor
contração isotônica, a tensão (força de contração) desenvolvida no
vermelha que se liga ao oxigênio nas fibras musculares, varia entre as
músculo permanece quase constante enquanto seu comprimento se
fibras musculares. As fibras musculares esqueléticas que apresentam
modifica. As contrações isotônicas são usadas para realizar movimentos
alto conteúdo de mioglobina são chamadas fibras musculares
corporais e mover objetos (TORTORA, 14ª ed.).
vermelhas; aquelas que apresentam baixo conteúdo de mioglobina são
Os dois tipos de contrações isotônicas são a concêntrica e a excêntrica. chamadas fibras musculares brancas e são mais claras. As fibras
Se a tensão gerada na contração isotônica concêntrica é grande o musculares vermelhas também contêm mais mitocôndrias e são
suficiente para transpor a resistência do objeto a ser movido, o servidas por mais capilares sanguíneos (TORTORA, 14ª ed.).
músculo encurta e puxa outra estrutura, como um tendão, para
A classificação atual dos tipos de fibras musculares depende da
produzir o movimento e reduzir o ângulo na articulação. O ato de
isoforma da miosina expressa na fibra (tipo 1 ou tipo 2). Os tipos das
pegar um livro de uma mesa envolve contrações isotônicas
fibras musculares não são fixos por toda a vida. Os músculos têm
concêntricas do músculo bíceps braquial no braço (TORTORA, 14ª ed.).
plasticidade e podem mudar seu tipo dependendo da atividade
Em contrapartida, ao abaixar o livro para colocá-lo de volta à mesa, o (SILVERTHORN, 7ª ed.).
músculo bíceps braquial (previamente encurtado) se alonga de maneira
controlada ao mesmo tempo que continua contraindo. Quando o ↠ Existem várias formas de classificar as fibras
comprimento do músculo aumenta durante uma contração, a musculares, mas aprendê-las será mais fácil se você
contração é chamada de contração isotônica excêntrica. Durante uma inicialmente prestar atenção às duas principais
contração excêntrica, a tensão exercida pelas pontes transversas de características funcionais: (MARIEB, 3ª ed.).
miosina se opõe movimento de uma carga (o livro, nesse caso) e
retarda o processo de alongamento (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Velocidade de contração: Baseando-se na
velocidade de encurtamento, ou contração,
existem as fibras lentas e as fibras rápidas. A
diferença na velocidade reflete a rapidez com
que a ATPase da cabeça de miosina hidrolisa o
ATP e o padrão de atividade elétrica dos seus
neurônios motores.
➢ Principais vias para a produção de ATP: As
células que utilizam principalmente as vias
aeróbias (que empregam oxigênio) para a
geração de ATP são as fibras oxidativas; aquelas
que utilizam principalmente a glicólise anaeróbia
Na contração isométrica, a tensão gerada não é suficiente para são as fibras glicolíticas.
transpor a resistência de um objeto a ser movido e o músculo não
↠ Com base nesses dois critérios, as células musculares ↠ As fibras OGR podem gerar quantidade de ATP
esqueléticas podem ser classificadas como fibras considerável por respiração aeróbica, o que lhes confere
oxidativas lentas, fibras oxidativo-glicolíticas rápidas ou resistência moderadamente elevada à fadiga. Uma vez
fibras glicolíticas rápidas (MARIEB, 3ª ed.). que seu nível intracelular de glicogênio é alto, elas
também geram ATP por glicólise anaeróbica (TORTORA,
Segundo Scott Powers (2005), o musculo esquelético é classificado
conforme suas propriedades bioquímicas individual de cada fibra, sendo 14ª ed.).
dois grupos distintos as Tipo I (contração lenta), Tipo IIx (contração
rápida) e do Tipo I a (fibra intermediária) (CACIAN et. al.).
↠ As fibras OGR são “rápidas” porque a ATPase nas suas
cabeças de miosina hidrolisa ATP 3 a 5 vezes mais
FIBRAS OXIDATIVAS LENTAS rapidamente que a ATPase na miosina das fibras OL,
tornando sua velocidade de contração maior (TORTORA,
↠ As fibras oxidativas lentas (OL) revelam-se de cor
14ª ed.).
vermelha escura porque contêm grandes quantidades de
mioglobina e muitos capilares sanguíneos (TORTORA, 14ª ↠ Assim, os abalos das fibras OGR alcançam a tensão de
ed.). pico mais rápido que as fibras OL, porém têm duração
mais breve – menos de 100 ms. As fibras OGR contribuem
↠ Uma vez que possuem muitas mitocôndrias grandes,
para atividades como a caminhada e a corrida de
as fibras OL geram ATP principalmente por respiração
velocidade (TORTORA, 14ª ed.).
aeróbica, motivo pelo qual são chamadas fibras oxidativas
(TORTORA, 14ª ed.). FIBRAS GLICOLÍTICAS RÁPIDAS
↠ Diz-se que essas fibras são “lentas” porque a ATPase ↠ As fibras glicolíticas rápidas (GR) apresentam baixo
nas cabeças de miosina hidrolisam ATP de maneira conteúdo de mioglobina, relativamente poucos capilares
relativamente devagar e o ciclo de contração procede sanguíneos e poucas mitocôndrias e se mostram de cor
em ritmo mais lento que nas fibras “rápidas”. Em branca (TORTORA, 14ª ed.).
consequência disso, as fibras OL apresentam velocidade
de contração lenta (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Elas contêm grandes quantidades de glicogênio e
geram ATP principalmente por glicólise. Devido à
↠ Seus abalos musculares duram 100 a 200 ms e levam capacidade de hidrolisar ATP com rapidez, as fibras GR se
mais tempo para chegar à tensão de pico. No entanto, contraem forte e rapidamente (TORTORA, 14ª ed.).
fibras lentas são bastante resistentes à fadiga e capazes
de contrações mais prolongadas e sustentadas por muitas ↠ Essas fibras de contração rápida são adaptadas para
horas (TORTORA, 14ª ed.). movimentos anaeróbicos intensos de curta duração,
como levantamento de peso ou arremesso de bola,
↠ Essas fibras de contração lenta resistentes à fadiga porém fadigam logo (TORTORA, 14ª ed.).
são adaptadas para a manutenção da postura e para
atividades aeróbicas de resistência como corrida de
maratona (TORTORA, 14ª ed.).
Referências