Você está na página 1de 20

Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.

com

metodo
´

Orçamento de obras
Noções básicas
Caderno esquematizado para concursos públicos - versão 2.0
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

ORÇAMENTO ≠ ORÇAMENTAÇÃO ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO:


Orçamentação: é todo o processo para a execução do 1 Estudo das condicionantes O projeto é
orçamento. Ou seja, todo o serviço de estudo, composição e Todo orçamento baseia-se em um projeto, o norte!
precificação do projeto. A qualidade da orçamentação seja ele básico ou executivo. É necessário:
garante o grau de excelência do produto, que é o orçamento. q Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas;
Orçamento: é o produto final, resultado da composição feita q Leitura e interpretação do edital (se for o caso);
pela soma dos itens Custos Diretos + BDI. q Visita técnica ao local da obra.
Identificar os serviços da obra com suas respectivas

0
10

10 100
quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade

R$
0
relativa de realização das tarefas, etc.
0
10

Resultado lucrativo
2 Composição de custos
Orçamentação
eficiente

ATRIBUTOS DOS ORÇAMENTOS


ORCAMENTO Identificar os serviços (é a base da quantificação).
q Levantamento de quantitativos (cada serviço
identificado precisa ser quantificado);
Aproximação: por basear-se em previsões, q Composição dos custos diretos;
todo orçamento é aproximado. Não tem q Composição dos custos indiretos;
que ser exato, porém preciso (não desviar $ q Cotação de preços;
muito do previsto).
q Definição de encargos sociais e trabalhistas.
Especificidade: cada orçamento tem a sua
É uma PREVISÃO estimativa
especificidade e precisa ser adaptado a 3 Fechamento/conclusão do orçamento
vários fatores (política da empresa e q Definição da lucratividade;
condições locais). q Cálculo do BDI;
UTILIDADES DA ORÇAMENTAÇÃO:
Temporalidade: todo orçamento tem prazo q Desbalanceamento da planilha (se for o caso).
de validade. A orçamentação é feita com Levantamento dos materiais e serviços;
Obtenção de índices para acompanhamento; Esse caderno utiliza como referência
preços de insumo e mão de obra atuais que
Dimensionamento de equipes; bibliográfica o livro "Como elaborar
sofrem variações com o decorrer do tempo.
Geração de cronogramas físico e financeiro; orçamento de obras", de Aldo Dórea Mattos
(PINI, 2006).
Análise da viabilidade econômico-financeira.

2
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

1-GRAUS DE DETALHE DO ORCAMENTO Padrão H8-3N


ORÇAMENTO
Tipo: N° de N°de quartos Padrão
ANALÍTICO
Quanto mais detalhado H- Habitacional pavimentos B- Baixo
ORÇAMENTO
C - Comercial N - Normal
PRELIMINAR
A - Alto
ESTIMATIVA Menor a margem de
DE CUSTO erro ATENÇÃO! No CUB NÃO são considerados os custos referentes às
especificidades da construção tais como:
q Fundações especiais (no projeto-padrão foram consideradas fundações
1 ESTIMATIVA DE CUSTO OU ORÇAMENTO EXPEDITO
diretas até 2,50m);
q Dá uma ideia aproximada da ordem de grandeza q Elevadores;
do custo do empreendimento. q Equipamentos e instalações (bombas, aquecedores, ar-condicionado,
q Feita com base em custos históricos e compa- exaustores e outros);
ração com projetos similares. q Playground (quando não classificado como área construída);
q Utiliza indicadores genéricos e números consagrados que servem q Obras e serviços complementares (urbanização, recreação, ajardinamento e
para uma primeira abordagem da faixa de custo da obra.
outros);
q Um indicador bastante usado é o Custo Unitário Básico da q Regulamentação de condomínio;
Construção Civil (CUB), que representa o custo da construção, q Remuneração (lucro) do empreendedor/incorporador;
por m², de um determinado projeto-padrão, calculado pelos
q Valor do terreno, etc.
SINDUSCON’s estaduais, de acordo com metodologia
normatizada pela NBR 12.721/06. +
+
Os custos são divididos de acordo com:
q Unidade autônoma (tipo de construção e número de quartos);
Levam em conta somente os INSUMOS
q Número de pavimentos; Projetos-padrão BÁSICOS (materiais, mão de obra e
q Padrão de acabamento. representativos equipamentos).
EXEMPLO: seja um edifício residencial de 8 pavimentos de 3 quartos, de
300 m² por pavimento, de padrão normal, em Salvador. Calcular o custo de
construção utilizando o CUB: CUB
É o custo médio do m²
≠ ÍNDICE CUB
Indica a variação entre o CUB de 2
Área construída total = 2.400 m²
CUB Salvador junho/2006 (H8-3N) = R$ 704,37/m² construído. É dado em R$. meses consecutivos. É dado em %.
Custo total = 2.400 m² x R$ 704,37/m² = R$ 1.690.488

3
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

2 ORÇAMENTO PRELIMINAR OU SINTÉTICO Exemplo: edifício com área construída total de 2.400 m²
Volume de concreto: área x espessura média = 2.400 m² x 0,14 m =
O orçamento preliminar está um degrau acima da estimativa de
336 m³.
custos, sendo um pouco mais detalhado.
Seu grau de incerteza é mais baixo do que o da estimativa de Peso de armação: volume de concreto x taxa de aço = 336 m³ x 85
custos. kg/m³= 28.560 kg = 28,6 t.
Pressupõe o levantamento de algumas quantidades e a Área de fôrma: volume de concreto x taxa de fôrma = 336 m² x 13
atribuição do custo de alguns serviços, tais como: m²/m³= 4.368 m².
1- Volume de concreto
3 ORÇAMENTO ANALÍTICO OU DETALHADO
Indicador: espessura média da superestrutura.
É efetuado a partir de uma composição de custos unitários para cada serviço
Estrutura abaixo de 10 pavimentos: entre 12 e 16 cm.
da obra. Esse é o tipo de orçamento mais detalhado e mais preciso para o
Estrutura acima de 10 pavimentos: entre 16 e 20 cm.
planejamento de obras, elaborado na fase de projeto básico ou executivo. Inclui
Volume de concreto = área construída x espessura média todos os custos diretos, despesas indiretas, tributos e o lucro do construtor.

2- Peso de armação 2- LEVANTAMENTO DE QUANTIDADES


Indicador: taxa de aço. As categorias de custo envolvidas em um serviço são, tipicamente:
Em função do volume de concreto:
Estrutura abaixo de 10 pavimentos: entre 83 e 88 kg por m³ de
concreto. + +
Estrutura acima de 10 pavimentos: entre 88 e 100 kg por m³ de
concreto. Material Mão de obra Equipamentos
Peso de armação = volume de concreto x taxa de aço É necessário levantar:

3- Área de fôrma
Indicador: taxa de fôrma.
Em função do volume de concreto:
Entre 12 e 14 m² por m³ de concreto.
QUAIS serviços QUANTO de cada um deve ser feito (cada serviço
Área de fôrma = volume de concreto x taxa de fôrma (identificar) levantado precisa ser quantificado)

Com base nos desenhos fornecidos pelo projetista, considerando-se as


dimensões especificadas e suas características técnicas.

4
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

O levantamento de quantidades pode envolver elementos de 3 ARMAÇÃO


naturezas diversas: q O serviço de armação é estimado com base no peso de aço (kg) requerido de
Tubulação, meio-fio, cerca, sinalização horizontal acordo com o projeto estrutural, que em geral traz um quadro de ferragem ou
LINEARES
de estrada, rodapé, etc.
lista de ferros de cada peça ou conjunto de peças, contendo os respectivos
SUPERFICIAIS Limpeza, desmatamento, fôrma, alvenaria, forro,
comprimentos, bitola e quantidade.
OU DE ÁREA esquadria, pintura, impermeabilização, plantio de
grama, etc. 4 ALVENARIA

VOLUMÉTRICOS C o n c r e t o , e s c a v a ç ã o , a t e r r o , d ra g a g e m , O levantamento de quantidades de alvenaria destina-se a obter a área de


bombeamento, etc. parede a ser edificada e, a partir dela, a quantidade de blocos e de argamassa.
DE PESO Armação e estrutura metálica, etc. q Paredes sem aberturas: comprimento x altura ou perímetro x pé-direito.
Referem-se a serviços que não são pagos por q Paredes com aberturas (portas, janelas, vazados, etc.)
ADIMENSIONAIS
medida, mas por simples contagem: postes,
portões, placas de sinalização, comportas, etc.

LEVANTAMENTO DE QUANTIDADES DOS PRINCIPAIS SERVIÇOS


QUE APARECEM NAS OBRAS

1 DEMOLIÇÃO:
q O volume da estrutura a ser demolida "cresce" quando passa da Vão na alvenaria < 2 m² Vão na alvenaria ≥ 2 m²
construção ao entulho (aumento de volume). Não se desconta a área Desconta-se o que exceder aos 2m².
da abertura. Ex: se forem duas janelas desconta-se o
que exceder a 2 m² em cada uma delas.
2x
Calcular a área de alvenaria de:
a) parede de 6,0 m x 2,8 m com janela de 1,5 m x 1,0 m;
1 m³ de alvenaria gera cerca de 2 m³ de entulho quando demolida. Área = 6,0 m x 2,8 m = 16,8 m² (não há desconto)
b) parede de 6,0 m x 2,8 m com janela de 1,5 m x 2,0 m;
Volume de remoção de entulho =Volume de demolição x 2
Área = (6,0 m x 2,8 m) - (1,5 m x 2,0 m - 2 m²) = 16,8 m² -1,0 m² = 15,8 m²
2 FÔRMAS (descontar o que exceder aos 2m²).
c) parede de 6,0 m x 2,8 m com 1 janela de 1,5 m x 1,0 m e 1 janela de 1,5 m x 2,0
q Para a determinação do quantitativo de fôrmas, é importante que
m;
haja um projeto executivo, com o detalhamento das diversas
Área = (6,0 m x 2,8 m) - 0 - (1,5 m x 2,0 m - 2 m²) = 15,8 m² (a análise é feita em
peças.
cada vão).

5
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Quantidade de blocos por m² e volume de argamassa de 6 COBERTURA


assentamento (m³) por m² de alvenaria q O levantamento de quantidades dos serviços de cobertura desdobra-se em
b1: comprimento do bloco
madeiramento e telhamento, se for o caso.
b2: altura do bloco
n= 1 sendo: b3: largura do bloco
q Como geralmente as dimensões do telhado são obtidas em projeção
(b1 + jh) x (b2 + jv) jv: espessura da junta vertical horizontal a partir da planta baixa, é necessário obter a área real do telhado.
jh: espessura da junta horizontal Para isso, basta multiplicar a área em projeção horizontal pelo fator para
n: número de blocos por m² cálculo de área de telhado, que depende da inclinação do telhado.
Para uma alvenaria com bloco de 14 cm (largura) x 19 cm x 39 cm
e juntas de 1,5 cm, calcular o consumo teórico de blocos por m²:
1ª água: Área = 240 m² x 1,044 = 250,6 m²
n= 1 2ª água: Área = 96 m² x 1,077 = 103,4 m²
(0,39 + 0,015) x (0,19 + 0,015)
Total: 354,0 m²
n= 1 = 12,04 un/m²
(0,405) x (0205)

Para o cômputo do volume (V) de argamassa por m² de alvenaria: PERDAS


q Durante a orçamentação, é necessário que o construtor leve em
V= [1 - n x (b1 x b2) x b3
consideração as perdas de material que inevitavelmente acontecem.
V = [1 -12,04 x (0,39 x 0,19)] x 0,14 = 0,0151m³/m² Algumas perdas usualmente adotadas são:
5 PINTURA INSUMO PERDA MOTIVO
q A quantidade de tinta (e também lixamento, selador e massa Aço 15% Desbitolamento das barras e pontas que sobram
corrida, se aplicáveis) depende da área total a ser pintada. Azulejo 10% Transporte, manuseio e cortes para arremates
q Devido às reentrâncias, a regra é aplicar um multiplicador sobre a Cimento 5% Preparo de concreto e argamassa com betoneira
área frontal (vão-luz), do elemento a ser pintado, conforme tabela- Cimento 10% Preparo de concreto e argamassa sem betoneira
exemplo: Blocos de concreto 4% Transporte, manuseio e arremates

Elemento: Multiplicador Blocos cerâmicos 8% Transporte, manuseio e cortes

Esquadria de guilhotina sem batente 2 ~


Esquadria (duas faces pintadas) 2,5
´
3-COMPOSICAO DE CUSTOS UNITARIOS
Esquadrias chapeadas, onduladas, de enrolar 2,5 O CUSTO DIRETO é aquele diretamente associado à execução da atividade
Elemento vazado (cobogó) 4 propriamente dita. Ele representa o custo do serviço, englobando a mão de
Esquadria com veneziana 5
obra envolvida no serviço, o material aplicado e o equipamento utilizado.

6
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Após a listagem de todos os serviços e suas respectivas Analisando a composição de custos:


quantidades é necessário o estabelecimento dos custos para a Para o preparo de 1 m³ de concreto são requeridos:
execução de 1 unidade do serviço ou atividade. q 306,00 kg de cimento (= 6,12 sacos);
INSUMO ÍNDICE q 0,901 m³ de areia;
UNIDADE
(quantidade do q 0,209 m³ de brita 1;
m, m², m³, hora,
Material homem/hora
insumo) q 0,627 m³ de brita 2;
Mão de obra q 8 horas de servente;
Equipamento q 1 hora de pedreiro;
q 0,35 hora de betoneira
COMPOSIÇÃO DE CUSTOS O custo orçado para o preparo, transporte, lançamento e adensamento
UNITÁRIOS
de 1 m³ de concreto estrutural é de R$226,37.
CUSTO CUSTO TOTAL
1 m³ de escavação
UNITÁRIO Índice x custo q O insumo que mais incide no custo do serviço é o cimento (R$110,16/m³),
1 m² de alvenaria
custo para uma unitário que representa 48,7% do custo do concreto.
1 kg de armação
unidade q O segundo insumo que mais incide no custo do serviço é o servente (R$
(ou seja 1 unidade do serviço)
33,60/m³), que representa 14,8% do custo do concreto.
EXEMPLO: Serviço: preparo, transporte, lançamento e adensamento q Há uma proporcionalidade de 8 serventes para 1 pedreiro (pelo índice nota-
de concreto estrutural (m³). se que a incidência de horas de servente é 8 vezes maior do que a de pedreiro,
razão 8:1)
CUSTO CUSTO TOTAL
INSUMO UNIDADE ÍNDICE UNITÁRIO (R$) (R$)
Cimento kg 306,00 0,36 110,16
Areia m³ 0,901 35,00 31,54 + +
Brita 1 m³ 0,209 52,00 10,87
Brita 2 m³ 0,627 52,00 32,60
O custo de material é de O custo de mão de O custo de equipamento é
Pedreiro h 1,000 6,90 6,90
R$ 185,12 (81,8% do custo obra é de R$ 40,50 de R$ 0,70 (0,3% do custo
Servente h 8,000 4,20 33,60
total) (17,9% do custo total) total)
Betoneira h 0,35 2,00 0,70
TOTAL 226,37 q As composições de custos unitários para orçamentos podem ser obtidas de
várias fontes, a depender do grau de organização e registro da construtora e
do acesso à literatura especializada.
q Uma boa referência é a publicação da editora PINI: “Tabela de Composições
de Preços para Orçamentos - TCPO ".

7
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

ÍNDICE E PRODUTIVIDADE Índice do pedreiro: 0,80 h/m² A produtividade do servente é maior (o


PRODUÇÃO: é a quantidade feita. Índice do servente: 0,40 h/m² dobro). Logo, ele poderá atender 2
Pedreiro A: assenta 800 tijolos em 8h. pedreiros.
Produtividade = 1 = 1,25 m²/h
Pedreiro B: assenta 800 tijolos em 12 h. (pedreiro) 0,80 2 pedreiros : 1 servente
PRODUTIVIDADE: é a rapidez com que essa produção foi Produtividade = 1 = 2,50 m²/h
(servente) 0,40
atingida.
Pedreiro A: 100 tijolos/hora No final, a produção dos dois terá ~
Pedreiro B: 67 tijolos/hora sido igual, mas a produtividade de A
4-CUSTO DE MAO DE OBRA
Custo do operário: salário + encargos.
é maior que a de B.
Encargos em sentido estrito: são os encargos sociais, trabalhistas e
Os índices podem ser vistos como o indenizatórios previstos em lei e aos quais o empregador está
inverso da produtividade. obrigado. É a modalidade mais usada entre os orçamentistas.
ÍNDICE ou Razão Unitária de Encargos em sentido amplo: aos encargos em sentido estrito
Produção (RUP)
somam-se outras despesas, tais como alimentação, transporte, EPI,
Índice do armador: Produtividade do armador: seguro e até horas extras habituais.
0,10 h/kg 1/0,10 = 10 kg/h ENCARGOS EM SENTIDO ESTRITO
A quantidade de homens-hora de cada categoria de 1 TRABALHADORES HORISTAS: operários remu-
trabalhador de um serviço é função produtividade, ou seja, nerados com base na quantidade de horas
da rapidez com que o trabalho é executado. trabalhadas. Ex: servente, carpinteiro, pedreiro,
armador, encanador, etc.
Maior a Menor a quantidade de homens-
Encargos sociais básicos (36,80%):
produtividade hora requerida para o serviço
INSS, FGTS, Salário-educação, SESI, SENAI, SEBRAE, INCRA, Seguro contra
Dimensionamento de equipes: acidente de trabalho.
Índice do pedreiro: 0,87 h/m² Inclui as obrigações, que incidem diretamente sobre a folha de pagamento e
Produtividade = 1 = 1,15 m²/h
0,87 que são regulamentadas de acordo com a legislação.
Índice do servente: 0,87 h/m²
Entenda o índice como a taxa de O pedreiro e o servente consomem Encargos trabalhistas (50,43%):
consumo de mão de obra para 0,87 horas/m² e isso significa que Férias, repouso semanal remunerado, feriados, auxílio-enfermidade,
executar uma unidade do serviço. eles produzem 1,15 m²/hora. acidente de trabalho, licença-paternidade, faltas justificadas e 13° salário.
No exemplo, o pedreiro e o Como a produtividade é a mesma:
servente demoram 0,87h para
1 pedreiro : 1 servente
executar 1m² de alvenaria.

8
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Nesse grupo são considerados os dias em que não há prestação de ENCARGOS EM SENTIDO AMPLO
serviço, mas que o funcionário tem direito de receber sua Com a incorporação dos custos de alimentação, transporte e
remuneração. EPI, o custo da hora de trabalhada passa a ser um valor
q Encargos indenizatórios (20,24%): completo, que engloba todas as despesas (homem
Aviso prévio, multa por rescisão do contrato de trabalho, indenização remunerado, alimentado, transportado, fardado e equipado).
adicional. Eliminam-se as estimativas grosseiras feitas no custo indireto.
Neste grupo estão os encargos pagos diretamente aos empregados
Desonera-se o BDI, já que essas despesas passam a integrar o custo direto
e, assim sendo, os que não incidem sobre eles os encargos sociais. da obra.
q Incidências cumulativas (23,26%):
CUSTO DO HOMEM-HORA
Incidência de férias, 13° salário ou FGTS sobre o aviso prévio e
Seja a hora-base do pedreiro R$ 3,00 e a do servente R$ 1,81. Calcular a
incidência de encargos sociais sobre trabalhistas.
hora com os encargos (em sentido estrito).
Neste grupo estão os encargos referentes à incidência sobre outros
PEDREIRO
encargos.
R$ 3,00 (hora-base) + R$ 3,00 x 1,3074 (encargos) = R$ 6,92
PERCENTUAL: 130,74%
SERVENTE
2 TRABALHADORES MENSALISTAS: traba- R$ 1,81 (hora-base) + R$ 1,81 x 1,3074 (encargos) = R$ 4,18
lhadores remunerados numa base mensal. Seja a hora-base do pedreiro R$ 3,00 e do servente R$ 1,81. Calcular a hora
Ex: engenheiro, mestre, encarregado, com os encargos (em sentido amplo)
almoxarife, secretária, etc. PEDREIRO
q Encargos sociais básicos (36,80%): R$ 3,00 (hora-base) + R$ 3,00 x 1,9426 (encargos)= R$ 8,83
INSS, FGTS, Salário-educação, SESI, SENAI, SEBRAE, INCRA, Seguro
ADICIONAIS AO SALÁRIO
contra acidente de trabalho.
SERVENTE
q Encargos trabalhistas (19,44%): R$ 1,81 (hora-base) + R$ 1,81 x 1,9426 (encargos) = R$ 5,33
Férias e 13°salário. q Conforme as leis trabalhistas, é necessário indenizar condições
q Encargos trabalhistas e indenizatórios (14,74%):
desfavoráveis de prestação do trabalho): trabalho noturno, insalubridade e
Aviso prévio, multa por rescisão do contrato de trabalho.
periculosidade.
q Incidências cumulativas (9,95%): q Os encargos são variáveis conforme as peculiaridades da empresa.
Incidência de férias, 13° salário ou FGTS sobre o aviso prévio e
incidência de encargos sociais sobre trabalhistas.
PERCENTUAL: 80,93%

9
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

5- CUSTO DE MATERIAL 6- CUSTO DE EQUIPAMENTO


Uma vez identificados os materiais a serem Metodologia de cálculo do custo horário.
empregados na obra, passa-se à cotação de preços
A maneira habitual de atribuir valor a um equipamento é por
junto a fornecedores do mercado.
hora de utilização.
Aspectos que influenciam no preço de aquisição dos insumos:
Os custos envolvidos na hora do equipamento são basicamente de 3 tipos:
q Especificações técnicas (descrição qualitativa do material, com
informações técnicas); h = D h + Jh + Ph + G h + L h + MO h + M h
q Unidade e embalagem (tipo de embalagem em que o material
deve vir acondicionado. Ex: sacos ou a granel); Custo de Custo de operação Custo de
q Quantidade (preço unitário é inversamente proporcional à propriedade manutenção
quantidade que se adquire);
C h = custo horário total (R$/h)
q Prazo de entrega (período compreendido entre o pedido e a
D h = custo horário de depreciação (R$/h)
entrega); J h = custo horário de juros (R$/h)
q Condições de pagamento (à vista ou a prazo - com ou sem P h = custo horário de pneus (R$/h)
entrada, com ou sem desconto; G h = custo horário de combustível (R$/h)
q Validade da proposta (prazo de validade das cotações); L h = custo horário de lubrificação (R$/h)
MO h= custo horário de mão-de-obra de operador (R$/h)
q Local e condições de entrega (identificar o local de entrega e o que
M h = custo horário de manutenção (R$/h).
está embutido no preço- seguro, frete, despesas desembaraço
Para equipamentos elétricos:
aduaneiro e outros);
h = D h + Jh + E h + M h
Preço FOB: buscar na fábrica ou Preço CIF: entregue na obra.
h
centro de distribuição. O compra- Inclui o preço da mercadoria
dor deverá arcar com as despe- e os custos de seguro e frete,
HORA PRODUTIVA: é a hora de ≠ HORA IMPRODUTIVA: é a hora de
trabalho efetivo do equipamento. trabalho em que o equipamento fica à
sas adicionais de carga, trans- etc.
CUSTO DE PROPRIEDADE disposição do serviço, porém sem ser
porte, seguro e outros; empregado efetivamente.
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS DE ICMS CUSTO DE OPERADOR
CUSTO DE PROPRIEDADE
Quando um produto é adquirido em outro Estado, é necessário CUSTO DE MANUTENÇÃO
recolher a diferença de ICMS (Imposto sobre Circulação de CUSTO DE OPERADOR

Mercadorias e Serviços) entre os dois Estados. Compara-se a


alíquota interestadual com a interna e paga-se a diferença.

10
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

1 CUSTOS DE PROPRIEDADE Pelo MÉTODO LINEAR, em termos contábeis, a depreciação é a mesma ano a
ano:
ANO DEPRECIAÇÃO (%) DEPRECIAÇÃO ANUAL (R$) VALOR (R$)
0 - - 200.000,00
1 20% R$36.000,00 164.000,00
Quando o construtor utiliza um P a ra re c u p e ra r o d i n h e i ro
2 20% R$36.000,00 128.000,00
equipamento próprio para investido e repor o equipamento, 3 20% R$36.000,00 92.000,00
realizar um serviço, com o uma parcela do valor de 4 20% R$36.000,00 56.000,00
decorrer do tempo, o equi- aquisição deve ser cobrada de 5 20% R$36.000,00 20.000,00
pamento se desvaloriza, tem cada serviço em que equi- 20% de R$180.000 que Σ180.000 valor residual
seu valor de mercado diminuído. pamento for empregado. é o valor depreciável
É a depreciação horária. Pelo MÉTODO DA SOMA DOS ANOS, a taxa de depreciação anual varia ano a
Além disso, se o dinheiro não tivesse sido investido na aquisição do ano:
equipamento, poderia estar tendo rentabilidade por meio de ANO DEPRECIAÇÃO (%) VALOR (R$)
DEPRECIAÇÃO ANUAL (R$)
aplicação financeira em um banco. Esta segunda parcela, que -
0 - 200.000,00
também precisa ser computada, é a de juros horários.
1 5/15 R$60.000,00 140.000,00
CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO (medida da desvalorização de um 2 4/15 R$48.000,00 92.000,00
equipamento): 3 3/15 R$36.000,00 56.000,00
Uma escavadeira foi comprada por R$ 4 2/15 R$24.000,00 32.000,00
200.000,00 e sua vida útil é estimada em 5 anos, 5 1/15 R$12.000,00 20.000,00
considerando-se uma utilização de 2.000 horas valor residual
Soma dos anos x/15 de R$180.000,
por ano. O valor residual é 10% do original. 1+2+3+4+5= 15 que é o valor
Calcular a depreciação horária. depreciável
Valor de aquisição: R$200.00,00 CÁLCULO DOS JUROS HORÁRIOS
Valor residual (10%): R$20.000,00
Jh = juros horários
Vida útil: 2.000 h x 5 anos = 10.000 h Im = (VO - V r ) x (n +1) + Vr h m
2n Im= investimento médio
i = taxa anual de juros
I m = investimento médio a = horas de utilização por
vO = valor inicial ano
200.000 - 20.000 R$18,00/h v r = valor residual
10.000 n = vida útil (em anos)

11
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Exemplo: calcular o custo horário de juros para a escavadeira do


exemplo anterior, admitindo uma taxa de juros anual de 12%
7- CURVA ABC: HIERARQUIA DE INSUMOS
O método da curva ABC ou princípio de Pareto (ou ainda curva 80-20), é uma
Valor de aquisição: R$200.00,00 ferramenta segundo a qual os itens de material (insumos) são classificados de
Valor residual (10%): R$20.000,00 acordo com sua IMPORTÂNCIA FINANCEIRA.
Vida útil: 2.000 h x 5 anos = 10.000 h O principal objetivo é identificar quais são os principais insumos, o total de
% i= 12% a.a. cada insumo na obra e qual a sua representatividade. Isso serve para priorizar
Im = (180.000 ) x 6 + 20.000 = R$128.000,00 as cotações de preços e definir as negociações mais criteriosas.
10
ATENÇÃO! A curva ABC é uma relação de insumos, em ordem
Jh = 128.000 x 0,12 = R$ 7,68/h DECRESCENTE de custos.
2.000
Exemplo: CURVA ABC para a reforma de uma área gourmet:
2 CUSTOS DE OPERAÇÃO
CUSTO CUSTO PARTICIPA PARTICIPAÇÃO
Os custos de operação de um equipamento de construção envolvem INSUMO UNIDADE ÍNDICE
UNITÁRIO(R$) TOTAL(R$) ÇÃO(%) ACUMULADA (%)
basicamente: Azulejo m² 250,00 20,00 5.000,00 33,8% 33,8%
Pedreiro h 500,00 6,50 3.250,00 22,0% 55,8%
Servente h 750,00 4,20 3.150,00 21,3% 77,1%
Argamassa kg 760,00 2,25 1.710,00 11,6% 88,7%
Azulejista h 150,00 6,50 975,00 6,6% 95,3%
Cimento kg 1.700,00 0,25 425,00 2,9% 98,1%
PNEUS COMBUSTÍVEL LUBRIFICANTES (óleo, Areia m³ 6,00 25,00 150,00 1,0% 99,2%
Cal m³ 500,00 0,25 125,00 0,8% 100%
graxa, filtro, etc)
TOTAL 14.785,00

ENERGIA OPERADOR q A coluna da participação (%) indica quanto o insumo representa em relação

3 CUSTOS DE MANUTENÇÃO ao custo total. Ex: o custo do azulejo representa 33,8% do custo total
q Equipamentos exigem manutenção. As despesas são com a (R$14.785,00). É sempre decrescente e tem por soma 100%.
q A participação acumulada (%) é obtida pela soma do percentual do insumo
aquisição de peças de reposição e a mão de obra envolvida na
troca das peças, ajustes, etc. com o total acumulado de todos os insumos anteriores. Esta coluna tem a
q Os custos variam consideravelmente com o tipo de equipamento propriedade de mostrar como o custo da obra se concentra em alguns
poucos insumos. É sempre crescente e tem por soma 100%.
e o serviço que executam, assim como dependem da política da
empresa.

12
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

A curva ABC é uma forma de "peneirar" o orçamento: em cima


sobram os itens mais caros e pesados da tabela, que merecem
8- CUSTO INDIRETO (OU DESPESAS INDIRETAS)
maior atenção embaixo ficam os produtos e serviços mais baratos e q São os custos que NÃO estão associados diretamente aos quantitativos da
mais leves. obra.
De forma geral, quando os dados da tabela anterior são q A melhor definição de custo indireto talvez seja uma definição por exclusão:
representados graficamente, temos uma curva com esse perfil: custo indireto é todo custo que não apareceu na planilha de custos diretos.
% ACUMULADO Fatores que influenciam o custo indireto:
O custo indireto geralmente fica na faixa de 5 a 30% do custo total da
100%
95% construção. O percentual oscila em função dos seguintes aspectos:
80% Localização geográfica: uma obra em local remoto requer muita
despesa com mobilização de pessoal e equipamentos, custos de
A B C viagem, aluguel de casas, etc.
% QUANTIDADE
DE ITENS
Política da empresa: quantidade de engenheiros, mestres, faixa
100%
salarial adotada, quantidade de veículos à disposição da obra, padrão
20% 50%
dos barracões, etc.
FAIXA A: 20% dos itens representam 80% do custo
Prazo: as despesas administrativas são proporcionais à duração da
FAIXA B: 30% dos itens representam 15% do custo obra.
FAIXA C: 50% dos itens representam 5% do custo
Complexidade: obras com elevado grau de dificuldade tendem a exigir
q A Faixa A geralmente tem menos insumos do que a Faixa B e esta mais supervisão de campo e suporte externo (consultoria)
menos do que a Faixa C. Exemplos de itens básicos do custo indireto, segundo Aldo Dórea Mattos:
q As Faixas A e B juntas respondem por 80% do custo da obra e q Mobilização e desmobilização da obra;
geralmente compreendem apenas cerca de 20% dos insumos. q Equipe técnica e de suporte: engenheiros de obra, mestres, chefe
q A Faixa C geralmente compreende em torno de 80% dos insumos,
administrativo, almoxarife, motoristas, vigias e outros;
embora represente apenas 20% do custo da obra. q Despesas administrativas (energia, telefone, água)
Do ponto de vista econômico, é muito mais eficaz buscar q Aluguel de imóveis para escritório, depósito e canteiro;
um desconto num insumo da faixa A do que num das
q EPI (se não foi incluído no custo direto);
faixas B ou C do custo da obra.
q Controle tecnológico e serviços de terceiros;
q Taxas e emolumentos (ART, Alvarás, Habite-se, cartório);
q Diversos (seguros, frete, limpeza final, etc.)

13
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

´
9- CUSTOS ACESSORIOS Imprevistos de previsibilidade relativa: eventos que têm a probabilidade de
ocorrer periodicamente. Podem ser desdobrados em:
Tais custos são acessórios porque complementam o orçamento da
q Naturais: cheias, chuvas de estação, etc.
obra. São divididos em 3 grupos:
q Econômicos: atraso no pagamento das medições, aumento da inflação,
1 RATEIO DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL aumento da taxa de juros, atrasos de terceiros, etc.
A administração central é a estrutura necessária para execução das q Humanos: oscilações de produtividade, interrupções de trabalho, acordos
atividades de direção geral da empresa, incluindo as áreas judiciais de questões trabalhistas, etc.
administrativa, financeira, contábil, técnica, de suprimento, etc. Imprevistos aleatórios: são casualidades de difícil previsão (ou até
impossíveis de prever). Podem ser de magnitude alta (desmoronamento de um
muro de animo, capotamento de um caminhão) ou baixa (colisão com um muro
Obra 2 Obra 3
do vizinho, vidraças da obra quebradas por vândalos).
Administração
Obra 1 central Obra 4 ATENÇÃO! Em obras por preço global (concentração de risco
Está ligado à matriz (escritório central ou sede) que é um GERADOR na figura do construtor/preço fechado), os imprevistos e
DE DESPESAS. As obras arcam com as despesas da matriz. contingências devem ser mais elevados do que em obras por
As despesas da administração central que devem ser cobertas pela preço unitário.
taxa são: pessoal, instalações físicas, despesas correntes (água, luz, q Se a construtora for utilizar seguro de obra (responsabilidade civil, risco de
etc.), veículos e equipamentos, serviços de terceiros e outros. engenharia), o patamar de imprevistos é menor.
Os valores mais comuns ficam entre 2 e 5% do custo da obra. Sendo q Normalmente o percentual a ser incluído no orçamento fica na faixa de 1,0 a
fixado um % para que cada obra participe do rateio de forma 3,0% dos custos (diretos mais indiretos).
proporcional ao contrato. 3 CUSTOS FINANCEIROS
2 IMPREVISTOS E CONTINGÊNCIAS
O construtor realiza os serviços com seus próprios recursos, fecha a medição
Imprevistos: acarretam atrasos de cronograma,
ao final do mês e só depois de alguns dias é que recebe o pagamento.
acréscimo de custos diretos e indiretos, além de
Pelo fato de haver uma defasagem entre o momento do desembolso e o
poderem colocar em risco a sanidade financeira
momento do recebimento da medição, existe uma PERDA MONETÁRIA. É o que
da construção ao contrato.
se chama de custo financeiro.
Imprevistos de força maior: decorrentes de eventos de grande
Se o dinheiro empregado pelo construtor no financiamento da obra tivesse sido
impacto (grande imprevisibilidade). Podem ser desdobrados em:
aplicado no mercado financeiro estaria rendendo e representaria um ganho
q Naturais: terremotos, dilúvios, raios, etc.
real.
q Econômicos: novos impostos, jornadas de trabalho diferentes,
congelamento de preços, etc.
q Sociopolíticos: guerras, greves, saques, etc.
14
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Como toda atividade produtiva, a construção é onerada por impostos, que são
vários: COFINS, IRPJ, PIS, ISSQN, CSLL e outros.
ATENÇÃO! Esses impostos incidem sobre o PREÇO DE VENDA.
Momento do Quanto representa se Momento do
Aqueles impostos cuja incidência não se dá sobre o faturamento já foram
desembolso tivesse sido aplicado? recebimento
levados em conta no custo do material (ISS, ICMS, alíquota de importação, etc.)
A maneira de calcular o percentual a ser aplicado no orçamento a ou da mão-de-obra (INSS, FGTS).
título de custo financeiro é estabelecer a defasagem entre o
momento do desembolso e o momento do recebimento e avaliar 11- PRECO DE VENDA

0
quanto isso representaria de remuneração numa aplicação bancária

10
O preço de venda é o valor total ofertado pelo contrato que

10 100
R$
0
típica. engloba todos os custos, o lucro e os impostos. É o valor final do

0
orçamento.

10
10- LUCRO E IMPOSTOS
LUCRO (R$): é a diferença entre as receitas e as despesas. q É com ele que a construtora irá propor negócio à entidade contratante ou
LUCRATIVIDADE (%): é a relação entre o lucro e a receita. participar da licitação.
q Depois de orçar todos os custos da obra, definindo a % de lucro almejado e
RENTABILIDADE (%): expressa pela percentagem de lucro em
os impostos: calcular o preço de venda.
relação ao investimento total.
Exemplo:
q Lucro ou ganho: R$ 30.000 CUSTOS
q Receita ou preço de venda: R$ 300.000 Diretos + indiretos + acessórios

q Despesa ou desembolso: R$250.000


PREÇO DE VENDA
30.000 LUCRO
Lucratividade = = 10% Rentabilidade = 30.000 = 12%
300.000 250.000

LUCRATIVIDADE O nível de lucratividade IMPOSTOS


almejado em um em-
BAIXA
preendimento é normal-
PV = PV = preço de venda (R$);
NORMAL mente determinado pelo CUSTO = custo total (direto, indireto, administração central,
estado da economia, custo financeiro, imprevistos e contingências) (R$);
ALTA forças de mercado e nível i% = somatória de todas as incidências sobre o preço de
de risco. Pode ser classifi- venda.
0% 5% 10% 15% 20% 25%
cada em normal, alta e
baixa.

15
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Exemplo: uma obra foi orçada em R$ 250.000,00 (custo total). Na SERVIÇO UNIDADE QUANTIDADE CUSTO CUSTO
localidade da obra, os impostos atingem 7% e a lucratividade UNITÁRIO (R$) TOTAL (R$)
desejada pelo construtor é de 8%. Calcular o preço de venda. Escavação m³ 10 10,00 100,00
Custo total: R$250.000,00 Fôrma m² 70 20,00 1.400,00
Impostos: 7% Armação kg 500 5,00 2.500,00
Lucratividade: 8% Concreto m³ 5 200,00 1.000,00
TOTAL 5.000,00
PV = CUSTO PV = 250.000 = R$294.117,00
1-i 1- 0,15 O montante de R$ 5.000,00 não é ainda o preço de venda. Falta acrescer os
seguintes valores:
( 7% + 8% = 15% = 0,15) q Custo indireto = R$ 500,00
Verificando: q Administração central = R$ 50,00
Custo = R$ 250.000,00 q Imprevistos e contingências = R$ 50,00
Impostos: 7% de R$294.117,00 = R$20.588,00 q Lucro = 10% sobre o faturamento
Lucro: 8% de R$294.117,00 = R$23.529,00 q Impostos = 10% sobre o faturamento.
Soma = PV = R$294.117,00 PV = CUSTO PV = 5.000 + 500 + 50 +50 = R$7.000,00
ATENÇÃO! É errado aplicar os % de lucratividade e impostos 1-i 1- 0,20
sobre o custo, visto que eles incidem sobre o PREÇO DE A questão agora é como explicitar este valor na planilha de serviços da
VENDA. obra.

´ ~ BDI (%) = PV -1 PV : preço de venda


12- BENEFICIOS (OU BONIFICACAO) E DESPESAS CD CD: custo direto
INDIRETAS (BDI) O preço de venda de cada
BDI (%) = 7.000,00 -1 = 0,4 multiplicar
q BDI é o fator multiplicador a ser aplicado ao custo direto para se serviço será seu custo
por 1,40
chegar ao preço de venda. 5.000,00 direto majorado em 40%
q É uma forma de DILUIR (ratear) os custos não diretos sobre os CUSTO UNITÁRIO CUSTO
custos diretos na planilha. SERVIÇO UNIDADE QUANTIDADE (R$) x 1,40 TOTAL (R$)
q No caso de orçamentos de referência de obras e serviços de Escavação m³ 10 14,00 140,00
engenharia, contratados e executados com recursos dos Fôrma m² 70 28,00 1.960,00
orçamentos da União é necessário atender o disposto no Decreto Armação kg 500 7,00 3.500,00
Federal n° 7.983/2013. Concreto m³ 5 280,00 1.400,00
TOTAL 7.000,00

16
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Em resumo, todos os custos não diretos foram diluídos sobre os Cuidado quando as questões mencionarem em especial os 2 itens abaixo, pois
custos diretos. O indireto, a administração central, os imprevistos, o há entendimentos diferentes entre alguns autores e o Tribunal de Contas da
lucro e os impostos foram todos linearmente distribuídos sobre o União (TCU):
custo direto dos serviços, já que não há local onde explicitá-Ios na Mobilização e desmobilização do canteiro (levar recursos, pessoal e
planilha. equipamento, até o local da obra e depois retorná-los quando finalizar a
ATENÇÃO! O cálculo do BDI inclui (por exemplo): obra) / instalação e manutenção do canteiro de obras;
Custos financeiros; Administração local da obra .
Despesas (ou taxa de rateio) da administração central (matriz); q Segundo o TCU, esses itens são custos DIRETOS e não se incluem no
Taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento (fatores Benefícios e Despesas Indiretas (BDI).
imprevistos); q Já o autor Aldo Dórea Mattos inclui esses itens como custos INDIRETOS.
Lucro ou bonificação do construtor; q Segundo o entendimento do TCU, o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa
Impostos ou tributos incidentes sobre o preço do serviço Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), não se
(COFFINS, PIS, CPMF, ISSQ, etc.) . consubstaciam em despesas indireta passível de inclusão na taxa de
ATENÇÃO! O cálculo do BDI NÃO inclui (por exemplo): bonificações e despesas indiretas (B.D.I.), haja vista a natureza direta e
Leis ou encargos sociais (mão de obra); personalística desses tributos, que oneram pessoalmente o contrato.

Materiais (insumos) e controle tecnológico; As questões de concurso, geralmente perguntam quais itens fazem ou não
parte do BDI. Fique atento para não confundir!
Alojamento e EPI.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O BDI
ATENÇÃO para um detalhe importante. Existem duas
q Cada obra terá seu próprio BDI. Não existe BDI padrão.
leituras do que seria o custo indireto.
q No cálculo do BDI só entram os impostos que incidem sobre o faturamento
A cartilha "Orientações para elaboração de planilhas orçamentárias
(preço de venda).
de obras públicas”, do Tribunal de Contas da União (2014), menciona
que "despesas relativas à administração local de obras, mobilização
q O BDI pode assumir qualquer valor positivo, inclusive acima de 100%.
e desmobilização e instalação e manutenção do canteiro de obras,
q Numa concorrência, 2 empresas proponentes não necessariamente
pelo fato de poderem ser quantificadas e discriminadas pela simples chegam ao mesmo BDI.
contabilização de seus componentes, devem constar da planilha q Obras grandes, longas e simples tendem a ter um BDI reduzido.
orçamentária da obra como custo direto". Logo, NÃO fazem parte do q Obras complexas, rápidas e pequenas trabalham com BDI mais elevado.
BDI.

17
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

DESONERAÇÃO DO BDI EXEMPLO:


1- Quanto mais detalhada estiver a planilha orçamentária da obra, A equipe de orçamentação de uma empresa de pequeno porte obteve os
menos itens estarão de fora e, portanto, menos itens precisarão ser seguintes dados para constituição do cálculo do preço de venda de uma obra
diluídos sobre os custos diretos orçados. O BDI, então, será menor. cujo custo direto foi calculado em R$200.000,00. O percentual de BDI a ser
2- Outra maneira de desonerar o BDI é a adoção dos encargos sociais aplicado para encontrar o preço de venda será de:
e trabalhistas em sentido amplo. Por englobarem os encargos DESCRIÇÃO PERCENTUAL
intersindicais (alimentação, transporte, seguro de vida, EPI e Despesas de administração central 10
ferramentas), os encargos ampliados absorvem vários itens que Taxa de risco 5
antes figurariam no custo indireto. Despesas financeiras 5
DESBALANCEAMENTO DA PLANILHA Tributos (federais, estaduais e municipais) 8
O construtor pode, mantendo o preço de venda calculado, atribuir Despesas comerciais 2
BDI diferente para cada item da planilha, de acordo com sua Expectativa de lucro 10
conveniência. A esse processo se dá o nome de desbalanceamento
da planilha. BDI =
Aplicação NÃO LINEAR do BDI: caso o construtor deseje pode
aumentar o preço dos serviços que ocorrem no início da obra i= taxa de administração central
(gerando capital de giro) e compensar com um decréscimo do preço r = taxa de risco do empreendimento;
dos serviços finais, mantendo o preço de venda. f= taxa de custo financeiro do capital de giro;
ITENS A DESBALANCEAR DESBALANCEAMENTO t= taxa de tributos federais;
Serviços que ocorrem no início da obra: s= taxa de tributo municipal – ISS;
Aumentar o preço
mobilização, instalação de canteiro, limpeza e c= taxa de despesas de comercialização;
desmatamento, demolição, escavação l = lucro ou remuneração líquida da empresa.
Serviços que tendem a ter seus quantitativos Aumentar o preço
majorados BDI = (1+0,10) x (1+0,05) x (1+0,05) -1 x 100
Serviços que ocorrem no final da obra: 1- (0,08 + 0,02 + 0,10)
paisagismo, pintura, desmobilização, limpeza Diminuir o preço
BDI = 1,1 x 1,05 x 1,05 -1 x 100
final
Serviços que tendem a ter seus quantitativos 1- 0,2
Diminuir o preço
minorados
BDI = 51,59%
OBS: cabe ressaltar que existem inúmeras metodologias para o cálculo do BDI.

18
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

EXEMPLO: ^
Para cálculo do preço de venda de uma unidade residencial, um engenheiro ´
13- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
de uma pequena construtora elaborou a tabela a seguir: BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para elaboração de
Custo direto R$100.000 planilhas orçamentárias de obras públicas. Brasília, 2014.
Administração central 5,0% MATTOS, A. D. Como Preparar Orçamento de Obras.1ª ed. São Paulo:
Custos financeiros 3,5% PINI, 2006.
Seguros e garantias 3,0%
Margem de incerteza 1,0%
Impostos 5,0%
Lucro pretendido 20,0%
Considerando a fórmula para o cálculo do BDI proposta pelo Instituto
Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC), o preço de venda dessa unidade
residencial é de:
Custo direto: R$100.000
Administração central: 100.000 x 0,05 = R$ 5.000
Seguros e garantias: 100.000 x 0,03 = R$ 3.000
Custos financeiros: 100.000 x 0,035 = R$ 3.500
Margem de incerteza: 100.000 x 0,001 = R$ 1.000

CUSTO 100.000 + 5.000 + 3.500 + 3.000 + 1.000


PV = PV =
1-i 1 - 0,25
PV = R$150.000,00
Calculando o BDI:

BDI= 150.000 -1 = 0,5 ( ou x 100 =50%)


100.000

19
Licenciado para - Selma Aparecida Mainarte Silva - 11445159635 - Protegido por Eduzz.com

Quem revisa se lembra, quem se lembra


acerta, quem acerta passa.

© 2023.Todos os direitos reservados. http://www.metodoarqconcurso.com.br.


Este material é protegido pela Lei de Direito Autoral Brasileira e por Convenções
Internacionais. Nenhuma parte poderá ser reproduzida, distribuída ou transmitida em
qualquer formato sem autorização prévia e expressa da autora.
Autora: Arq. Núbia Ferreira (CAU A135988-6)

20

Você também pode gostar