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ÍNDICE

ABREVIAÇÕES......................................................................................... 2
1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 3
2. PARTE PRINCIPAL............................................................................... 4
2.1 Linguagem................................................................................ 4
2.1.1 Conceito de linguagem............................................... 4
2.2 O signo..................................................................................... 5
2.2.1 Conceito de signo....................................................... 6
2.2.2 Classificações do signo.............................................. 8
2.2.3 O ícone, o índice e o símbolo..................................... 9
2.3. A beleza - o ente enquanto belo............................................. 11
2.3.1 A beleza análoga........................................................ 12
2.3.2 A beleza como signo.................................................. 13
3. CONCLUSÃO............................................................ .......................... 17
BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 18
2

ABREVIAÇÕES:

APB - Assembléia Plenária dos Bispos do Conselho Pontifício da Cultura.


St. - Suma teológica.
3

1. INTRODUÇÃO

Durante uma conversa com alguns missionários dos Arautos do Evangelho, no tempo
que eu ajudava a Toca de Assis como leigo - estávamos conversando sobre os carismas das
respectivas comunidades - no meio da conversa um deles me disse: “Vocês (Toca de Assis),
querem levar as pessoas à Jesus pela pobreza... nós queremos levá-las à Jesus pela beleza.”.
Confesso que não entendi naquele momento o que ele queria dizer com beleza, de que beleza
ele estava falando, até pensei comigo: “que rapazes convencidos”, pelo fato deles terem um
aspecto físico belo, pensei que eles queriam atrair as pessoas à Jesus, por meio da beleza
(física) deles. Mas certamente não era desta beleza que estavam falando, hoje sei que, era
algo superior, algo que transcendia o aspecto físico deles, e que tem como fonte o próprio
Deus, a verdadeira beleza. Certamente também a Toca de Assis jamais conseguiria atrair
alguém à Jesus, se não pela “beleza da pobreza", beleza tamanha, que São Francisco de Assis
quis casar com ela.
Ora, sendo assim, podemos dizer que a beleza serve como uma via,1 que conduz a
Algo, quer atrair-nos a este Algo, quer manifestá-lO, ou seja, serve de instrumento de
comunicação deste Algo, por isso, podemos falar da beleza, também, - mesmo sendo esta
algo abstrato, porém manifesto - como linguagem.
No presente trabalho, tentarei esclarecer se realmente - segundo a afirmação feita
acima - a beleza pode ser vista como linguagem, tratando primeiramente sobre o conceito da
linguagem, depois, tentando caracterizar a beleza à um tipo de linguagem, ou melhor, à uma
expressão desta, o signo, e ainda, delimitando a beleza às classificações deste, para
chegarmos ao mais importante: qual a sua mensagem.

1
Esta ideia de “via (caminho)” vem do tema escolhido pela Assembléia Plenária do Pontifício Conselho da
Cultura, realizada na Cidade do Vaticano, de 27 à 28 de março de 2006: “Via Pulchritudinis”, o qual será uma
das fontes do meu trabalho.
4

2. PARTE PRINCIPAL

2.1 Linguagem

Como este é um trabalho da Filosofia da Linguagem e não da Filosofia da Arte, não


teria sentido eu fixar-me na questão da beleza em si - mesmo não podendo fugir desta questão
- mas somente desta - como enuncia o título do trabalho - como linguagem. Poderia eu falar
da “beleza da linguagem”, mas penso que seria restringir muito algo de tanta amplitude, e
além disso, certamente esta não suscita tanto impacto2 como a “beleza como linguagem”,
apesar de ambas serem a mesma beleza, porém a forma como se manifestam são diferentes,
por exemplo: ver um belo pôr do sol, suscita mais impacto do que ler uma bela poesia sobre o
pôr do sol.
Sendo a beleza algo abstrato, é preciso deixar claro neste trabalho, qual forma de
linguagem, ou, quais formas de linguagem seriam mais adequadas aplicar à beleza,
linguagem que suscite impacto, linguagem que manifesta, exercendo realmente um papel de
via, de ponte3 - duas palavras chaves que indicam-nos de que maneira devemos entender a
beleza como linguagem neste trabalho - sendo assim, um instrumento eficaz de comunicação.

2.1.1 Conceito de linguagem

“Essas relações, de que nasce a sociedade dos homens, fundam-se essencialmente no


uso da linguagem, na qual, sob diversas formas... os homens se manifestam ou manifestam
algo aos seus semelhantes, comunicando entre si.”4
Poderíamos talvez substituirmos - como convém também - na frase citada acima, o
conceito homem, pelo conceito pessoa, pelo fato deste poder ser aplicado aos homens, mas
ter uma extensão maior na sua aplicação, como por exemplo, para Deus - não, porém, da
mesma maneira que se aplica aos homens5 - pois, esta mudança é significativa para tratar

2
Cf. ASSEMBLÉIA PLENÁRIA DOS BISPOS DO CONSELHO PONTIFÍCIO DA CULTURA, Via
Pulchritudinis. O caminho da beleza, trad. por: C. PASTRO, Loyola, São Paulo 2007, 13.
3
Ibid., 14.
4
J. G. H. DE CARVALHO, Teoria da linguagem. Natureza do fenômeno linguístico e a análise das línguas,
Tomo I, Atlântida, Coimbra 1967, 13.
5
Cf. TOMÁS DE AQUINO, Suma teológica, Vol I, I, Q. 29, a. 3, rep.. Loyola, São Paulo 2001, 529.
5

sobre a questão da beleza, da beleza como linguagem, porém vamos falar sobre isto mais
adiante.

Há um conceito amplo e um conceito restrito de linguagem. Por conceito restrito entendemos


o que apenas cobre a linguagem verbal. O conceito amplo inclui tôdas (sic!) as demais formas
assumidas pela linguagem, isto é, tôdas (sic!) as formas que servem a propósitos
comunicativos.6

Esta questão do conceito amplo de linguagem identifica-se perfeitamente com o que diz a
citação anteriormente citada quando usava o termo: sob diversas formas. Que formas seriam
estas? Todas as formas que servem a propósitos comunicativos.
Em ambas as citações, é interessante notar também, uma palavra que de certa maneira
revela aquilo que é o essencial na linguagem: comunicar.
Daqui podemos levantar alguns questionamentos: Quem é esta Pessoa que quer
comunicar-se conosco por meio da beleza? O que a beleza quer manifestar sobre esta Pessoa?
Pois, como vimos aqui se trata de uma relação, e entre semelhantes.

2.2 O signo

A partir de agora começo a especificar melhor, com qual expressão da linguagem


caracteriza melhor a beleza que, ressalvo novamente, sendo abstrata, manifesta-se de diversas
formas, tornando-se assim algo comunicável.
Tratarei inicialmente sobre a questão do signo, o qual penso eu, caracterizar melhor a
questão da beleza como linguagem - pelo fato deste (o signo) tratar da linguagem não verbal
também - e posteriormente as suas classificações, e em qual delas ajusta-se melhor a beleza,
ou se esta adéqua-se com todas elas.
Toda esta questão, porém, relacionada ao signo e as sua classificações, é algo muito
difícil de chegar a uma conclusão plausível, pelo fato de haver uma diversidade de autores
que tratam de modo tão diferente o mesmo assunto,7 o que poderá trazer dificuldades,
também para mim, de poder caracterizar realmente a beleza como um signo e de conformá-la
nas suas classificações, pois, não pretendo aqui adaptar o signo e suas classificações à beleza,

A. G. PENNA, Comunicação e linguagem, Fundo de Cultura, Rio de Janeiro 1970, 24.


6

Cf. O. DUCROT; T. TODOROV, Dicionário das Ciências de Linguagem, Edição portuguesa orientada por:
7

E. P. COELHO, Publicações Dom Quixote, Lisboa 1972, 127: “Esta dificuldade aumenta pelo fato de se
tentar, nas modernas teorias do signo, ter em conta já não só entidades linguísticas, mas igualmente signos não
verbais.”
6

mas antes, esta a estes, pelo fato deste trabalho - como já mencionado - ser de Filosofia da
Linguagem.
Pode ser que, as definições que serão dadas aqui, segundo as fontes encontradas, não
abram espaço para uma definição adequada da beleza como linguagem, porém, tentarei ser o
mais sensato possível.

2.2.1 Conceito de signo

As três definições que seguem, penso eu, serem as mais sucintas e claras: “O signo,
no sentido mais geral, designa... um elemento A - de natureza diversa - substituto de um
elemento B”8; “signo, ou ‘representame’ é toda coisa que substitui outra, representando-a
para alguém, sob certos aspectos e em certa medidas”9; “um signo é uma coisa que, além da
espécie ingerida pelos sentidos, faz, por ela própria, vir ao pensamento qualquer outra
coisa”10. É interessante ver, como as definições cronologicamente (Agostinho, Peirce,
dicionário), vão simplificando-se.
Vale a pena ressaltar alguns pontos contidos nestas três definições: primeiramente,
algo fundamental, essencial: a questão da substituição (mesmo que na definição de S.
Agostinho não esteja explícita), depois, elemento de natureza diversa (definição do
dicionário), sob certos aspectos e em certas medidas (definição de Peirce), e também, faz vir
ao pensamento qualquer outra coisa (definição de S. Agostinho).
Estes pontos vão, certamente, direcionar melhor o desenvolvimento da ideia da beleza
como linguagem, ajudando a formar um conjunto e uma ideia única sobre o tema proposto.
Vamos ver com mais de perto cada um destes pontos.
Inicio com aquilo, que acredito eu, ser o mais fundamental, essencial: a questão da
substituição: substituir é “pôr (-se) em lugar de; trocar (-se); ser, existir ou fazer-se em vez
de; executar as funções e o serviço de; tomar o lugar de”11, ou seja, o substituto é “aquele que
faz as vezes de outra coisa ou de outra pessoa”12.
Podemos ver aqui que, há uma congruência nas definições de substituição, substituto,
e signo, deixando mais claro e fazendo-nos entender melhor a importância do conceito de

8
AA.Vv., Dicionário de Lingüística. Cultrix, São Paulo 1973, 541: acentuação minha.
9
C. S. PEIRCE, Lógica enquanto Semiótica. A Teoria dos Signos em: D. PIGNATARI, Informação,
Linguagem, Comunicação, Cultrix, São Paulo 1980, 24: acentuação minha.
10
S. AGOSTINHO em: DUCROT; TODOROV, 127: acentuação minha.
11
AA.VV., Minidicionário Houaiss da língua portuguesa, Objetiva, Rio de Janeiro ²2004, 695.
12
R. JOLIVET, Vocabulário de Filosofia, Trad. por: G. D. BARRETO, Agir, Rio de Janeiro 1975, 211.
7

substituição neste contexto, e que este, é realmente algo fundamental, essencial. Porém, é de
se notar também que, não é devido aplicar todos estas definições de substituição à beleza,
como por exemplo: “tomar o lugar de”, pelo fato que, definições como esta - aplicadas à
beleza - acabam distorcendo o sentido da mesma, ou seja, do seu verdadeiro papel, da sua
verdadeira função, e aqui, de modo particular, desta como linguagem, pois assim, esta acaba
tornando-se um fim, e não um meio de comunicação, como atesta, por exemplo, S.
Agostinho, segundo a sua própria experiência13.
Bem, mas aqui tratamos de um único ponto, e mesmo que este seja fundamental,
essencial, é preciso ver a coisa num todo, por isso, continuemos a ver os outros pontos, para
podermos chegar à uma conclusão que satisfaça e revele o real conteúdo do tema proposto.
O segundo ponto a ser refletido, seria sobre a questão de que, os elementos que
servem como signo, são de natureza diversa. Na linguagem filosófica - de modo particular na
Metafísica - natureza é sinônimo de essência, ou seja, “o conjunto de determinações que
fazem que uma coisa seja o que é e se distingua (sic!) de outra qualquer”14, e é exatamente a
natureza que gera esta diversidade, que depois ganha uma extensão numérica pelo ser, o qual
dá existência à essência. Em outras palavras, os elementos que servem como signo, são
essencialmente diferentes daquilo ou daquele que eles fazem as vezes. Um princípio muito
importante, segundo o contexto que estamos trabalhando, pois os elementos que servem de
signo, os quais a beleza se utiliza para ganhar forma, de maneira alguma poderiam confundir-
se com Aquele que eles substituem, representam.
O terceiro ponto vai tornando toda a questão da beleza como linguagem em algo mais
concreto e conduz para a continuidade do desenvolvimento deste trabalho.
Na definição de signo de Peirce, este afirma que, as coisas que servem de signo,
apresentam-se à nós sob certos aspectos e em certas medidas. Bem, uma coisa que tem certo
aspecto e certa medida - aqui se trata dos acidentes - só pode ser algo substancial, mais
especificamente, material. Não posso aplicar estes dois termos - aspecto e medida - a algo
imaterial. Sendo assim, como falar ainda da beleza como linguagem, se esta é abstrata,
imaterial? Para falar da beleza como linguagem, ou seja, de uma coisa, um elemento, capaz
de manifestar algo, de ser instrumento de comunicação; para falar da beleza como signo, ou
seja, algo capaz de substituir algo, representar algo, sendo uma espécie ingerida pelos

13
Cf. S. AGOSTINHO, Confissões, IV, 13, 20, Paulinas, São Paulo ³1984, 96: “Ignorando tudo isto, eu amava
as belezas terrenas e caminhava para o abismo, dizendo aos meus amigos: ‘Amamos por acaso algo que não seja
o belo?’”.

14
JOLIVET, 83.
8

sentidos, então deveria esta, antes, ser, existir, de algum modo, sob qualquer forma, pois para
falar de linguagem (humana), precisamos falar de matéria, pois a mesma se utiliza da matéria
para tornar-se comunicável.
Eu, particularmente, nunca vi a beleza, ela mesma, “andando por aí”, sendo assim,
onde vê-la - “pois diz-se (sic!) belo aquilo que agrada o olhar”15 -, onde encontrá-la?
Resposta: em tudo o que é, em tudo o que existe, pois a beleza “é uma característica de todo e
qualquer ente, logo sendo comum a tudo o que existe”16, os quais percebemos sob diversas
formas, formas das quais a beleza é o esplendor17, e pelas quais ela (a beleza) se manifesta, e
pelas quais enxergamos as propriedades desta - integridade ou perfeição; proporções
requeridas ou harmonia; esplendor18 - pelo intelecto19, e independente se a percebo ou não, a
beleza “está nas coisas”20; e quando nestes faltam estas propriedades que caracterizam o belo
(pulchrum), temos assim, aquilo que chamamos de feio, ou seja, a privação21 da beleza, e isto
vemos particularmente nas coisas artificiais, criadas pelo homem.
Aqui há uma informação de relevância: todos os entes (tudo o que é, que existe) -
enquanto belos22 -, ou seja, dentro do contexto do trabalho - servem a propósitos
comunicativos, ou seja, manifestam a beleza, que comunicam algo. E é exatamente este
manifestar, comunicar, que introduz-nos ao quarto ponto; quando S. Agostinho, na sua
definição de signo, este diz que o signo, é uma coisa que faz vir ao pensamento qualquer
outra coisa, aplicando no nosso contexto, podemos dizer que: todo ente faz - ao menos
deveria fazer - vir ao pensamento - pelo fato de também ser belo - vir ao pensamento outra
coisa.

2.2.2 Classificações do signo

Começo a delimitar ainda mais o tema, tentando especificar a beleza como linguagem
que, como já constatamos, pode ser considerada como linguagem (no sentido amplo), mais
especificamente como signo.

15
St., Q. 5, a. 4, sol. 1., 199.
16
T. KIENINGER, Apostila de Metafísica II, Institutum Sapientiae, Anápolis 2011, 26: aqui se trata dos
transcendentais: o uno, o verdadeiro, o bom e o belo.
17
Cf. S. ALBERTO, De pulchro. Mandonnet, 427 em: Ibid., 35.
18
Cf. St., Q. 39, a. 8, sol. 1, 635.
19
KIENINGER, 38.
20
Ibid., 32.
21
Cf. J. A. TOBIAS, Feiúra. O que é e como se cura, AM edições, São Paulo 1992, 46 em: Ibid., 39.
9

Agora, porém, tratarei das classificações do signo, e aqui vale a pena lembrar que, os
termos via e ponte, são essenciais para tratar da beleza neste contexto comunicativo, já
indica-nos de que maneira podemos caracterizar melhor a beleza (como linguagem), segundo
as classificações do signo.
Uma via (caminho), uma ponte, não tem o fim em si mesma, antes tem como objetivo,
ligarem uma coisa a outra, por exemplo: a Ponte Rio - Niterói, no estado do Rio de Janeiro,
serve para conectar estas duas cidades, é o ponto de ligação entre ambas. Se me refiro à
beleza, afirmando que esta tem este papel, digo que esta, tem como objetivo, como função,
fazer a conexão dos homens com Algo, é o ponto de ligação entre ambos, ou seja, não tem -
ao menos não deveria ter (como no caso de S. Agostinho já exposto) - o fim em si mesma.

2.2.3 O ícone, o índice e o símbolo

“Essa classificação dos signos baseia-se na natureza da relação mantida pelo signo
com a realidade exterior. Os ícones são os signos que estão numa relação de semelhança com
a realidade exterior, que apresentam a mesma propriedade que o objeto denotado.”23
Preciso aqui esclarecer duas coisas: primeiramente, quando falamos em relação de
semelhança. Se aplico aos entes o conceito de linguagem, de signo, e mais especificamente
de ícone, sendo assim, digo que, estes, terão uma relação de semelhança com o objeto
denotado. Porém, o que, ou Quem, pode ser considerado realmente perfeito, harmônico e
esplendoroso (propriedades da beleza), para que “todos os entes” tenham algo de semelhante
a Este, ou seja, tenham elementos iguais ou parecidos, além dos comuns à espécie24?
Em segundo lugar, está a questão dos ícones apresentarem a mesma propriedade que o
objeto denotado. No nosso caso, aqui é claro, se trata da beleza, ou seja, a beleza que os entes
manifestam já está contida no objeto denotado.
O índice (ou sinal) tem, com a realidade exterior uma relação de contiguidade
(distância), tem a função de indicar25, é “aquilo que, num ato de conhecimento, manifesta (ou
representa) à potência cognoscitiva, algo diverso dele mesmo”26.

22
A partir de agora, sempre que eu falar de entes, quero designá-los enquanto belos, até que, por algum outro
motivo, eu os caracterize de uma outra maneira, ou especifique uma outra coisa.
23
Dicionário de Lingüística, 328.
24
Cf. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa, 671: esta ideia de semelhança, será mais detalhadamente
desenvolvida posteriormente.
25
Cf. Dicionário de Lingüística, 338.
26
CARVALHO, 106.
10

Então, segundo esta definição, os entes - se os identifico agora como índice - querem
manifestar à potência cognoscitiva, algo diverso (diferente) deles. Trata-se aqui, daquela
questão já vista anteriormente, quando falamos daqueles pontos referentes as definições de
signo, mais exatamente, daquele que falava de natureza diversa, ou seja, há uma distância,
uma diferença, do objeto, com aquilo ou aquele que ele indica, ou seja, ele não é aquilo ou
aquele que ele indica. Algo - já falado anteriormente - muito importante para o nosso
contexto, ou seja, que realmente o objeto (o ente), não tenha a mesma natureza Daquele que
ele indica, que realmente seja, diverso, diferente, distante.
Ainda sobre o índice, Carvalho propõe que o índice seja dividido em função de tripla
relação: com o conhecedor, com o conhecido e com a sua origem. No que diz respeito ao
vínculo que o prende (o índice) ao conhecedor, pode ser classificá-lo em: instrumental e
formal; quanto à relação que mantém com o objeto conhecido: natural e convencional;
quanto a sua origem: espontâneos e intencionais27.
Falta-me falar do símbolo:

É um sinal instrumental e intencional, que participa da natureza dos sinais naturais - enquanto
unido àquilo que significa por uma relação real (de contiguidade, de mais ou menos vaga
semelhança, de analogia) -, e dos sinais convencionais, - enquanto a sua forma, nuns casos, e
o seu valor simbólico, em todos, exigem na comunicação um acordo entre os membros do
grupo em que funcionam como sinais.28

Antes de tudo, é bom elucidar algumas coisas aqui: o símbolo é um sinal instrumental
e intencional, ou seja, todo e qualquer objeto (ente) exterior ao conhecedor e que, para
funcionar como sinal, deve ser primeiramente, reconhecido como objeto - como algo que é,
que existe - isto é, em sua própria identidade29, “produzidos por um sujeito, que os faz surgir
para que sirvam de sinais, resultando pois de uma acto (sic!) deliberado de vontade, de uma
intenção significativa e, particularmente, comunicativa”30. Quanto ao ente - neste caso, ele é o
nosso objeto - é correto aplicar estes dois termos (instrumental e intencional) à ele, ou seja,
que este pode ser identificado como instrumental, pelo fato de ser, de existir e em sua própria
identidade , devido a sua essência, e também como objeto intencional, porém, neste sentido,
veremos isto mais tarde.
A definição diz ainda que, participa da natureza dos sinais naturais e convencionais:
“Convencional não significa necessariamente artificial e arbitrário. Existem convenções mais

27
Cf. Ibid., 108.
28
Ibid., 141.
29
Cf. Ibid., 110.
11

ou menos objetivamente fundadas... porém seu valor significante não é inteiramente


arbitrário, por se fundar ao contrário em semelhanças ou analogias objetivas.”31
Isto permite-nos ver, ainda mais, o ente como um símbolo. E mesmo se este fosse
algo puramente convencional - mas, como vemos aqui, isto não é correto afirmar -, porém,
pelo simples fato de ser, teria certa semelhança ou analogia com o objeto significado, uma
“conexão real e intrínseca”32 com este.
É interessante ver também que, no caso do símbolo, encontramos elementos que se
referem ao índice - pois de fato, segundo as definições e fontes aplicadas neste trabalho, este,
participa da natureza dos índices (sinais) - mas também elementos que se referem ao ícone,
mais especificamente, no que concerne a semelhança.
Depois de expormos então, a questão dos signos e sua classificações, penso que
convém aplicar o conceito destes à beleza, ou melhor dizendo, ao ente, pois, devido a sua
diversidade de formas, este (o ente), se adéqua a todos os casos.

2.3. A beleza - o ente enquanto belo

Até o presente momento, falei, de certa maneira, a tudo aquilo o que diz respeito à
linguagem - pelo fato que, como já mencionei em outros momentos, este é um trabalho de
Filosofia da Linguagem -, porém, optei por um objeto (a beleza) para trabalhar toda esta
questão da linguagem, de modo particular, desta como linguagem, mais especificamente,
desta como signo. Até agora, não deixei claro - ao menos não explicitamente - Quem, a
beleza quer substituir, quer representar, já que, afirmamos que esta pode realmente ser vista
como um signo, ou melhor dizendo, os entes, que tem como propriedade a beleza, pois esta
“é uma característica do ser enquanto tal; porém não sendo elemento constitutivo dos entes
(como ser e essência), é apenas uma propriedade do ser”33, um transcendental: “essa
qualidade (beleza) possui cada ente somente por ser, logo, transcende todas essas
diferenciações ou determinações particulares, acidentais e essenciais, e fica com o ser
enquanto ser”34.
Continuarei desenvolvendo esta ideia da beleza como linguagem, ou seja, de algo
manifesto, que quer comunicar algo, e para isso, continuarei percorrendo o caminho já

30
Ibid., 121.
31
JOLIVET, 202.
32
CARVALHO, 116.
33
KIENINGER, 32: ser e essência e a vírgula que procede, é um acréscimo meu.
12

trilhado, de modo particular, estarei falando desta, segundo alguns dos pontos relevados nos
conceito de signo e de suas classificações, iniciando por algo fundamental para tratar
devidamente deste assunto, ou seja, a analogia35, como podemos ver nesta citação: “No plano
da linguagem, o pensamento que mantém juntos os distintos no abismo da simetria que os
constitui como tais é o pensamento na analogia... Ora, analogia une os diferentes,
conservando-os em sua diversidade e mostrando a proximidade das distâncias”36.

2.3.1 A beleza análoga

Faço agora outra afirmação, baseado na afirmação dada acima, que leva-nos à algo
fundamental neste trabalho: revelar Aquele que a beleza manifesta, Alguém que, tem que ser
a causa comum de tudo (de todos os entes), pelo fato de vermos, em todos eles, o mesmo
efeito (a beleza), e assim também, justificando a afirmação que esta pode ser tida como
linguagem, e responder as perguntas que se levantaram durante este trabalho.
Resulta, portanto, que tudo o que é distinto de Deus não é seu Ser, mas participa do
seu Ser. É necessário, por isso, “que todas as coisas que se diversificam conforme participam
diversamente do ser, sendo mais ou menos perfeitas, sejam causadas por um ente primeiro,
absolutamente perfeito”37.
Como já afirmei anteriormente - em diversos momentos -, é nos entes enquanto são,
que se encontra a beleza, ser que estes receberam de outro Ser. Falando claramente: é uma
participação do ser de Deus. Intrínseco ao ser, como propriedade deste, está a beleza. Se
participamos do ser de Deus, participamos consequentemente da Sua beleza, ou seja, a beleza
(ontológica) que se encontra nos entes não é propriamente destes, mas de Deus, “do qual é
belo tudo o que é belo e sem o qual nada pode ser belo”38.
Sempre que nos referimos a Deus, seja qualquer que seja o assunto, temos que falar
de modo análogo, não poderia se diferente com a linguagem: “Toda comunicação lingüistica
(sic!) que corresponde a Deus move-se sempre no horizonte daquilo que se torna possível
pela analogia”39.

34
Ibid., 37.
35
Cf. JOLIVET, 18: Analogia: Ger. “Relação de semelhança.”; Lóg. “Relação estabelecida entre realidades
essencialmente diversas, mas que tem algo de comum.”
36
B. FORTE, A porta da beleza. Por uma estética teológica, Idéias & Letras, Aparecida 2006, 137.
37
St., Vol. II, Q. 44, a. 1, rep., 38.
38
ACARDO DE S. VÍTOR, De unitate Dei et pluralitate creaturarum 1,6: texto latino inédito traduzido e
apresentado por: E. MARTINEAU, Saint-Lambert des Bois 1987, 74 em: B. FORTE, 26.
39
E. JÜNGEL, Dio mistero del mondo, Queriniana, Brescia 1982, 367 em: Ibid., 34.
13

Quando falamos de analogia, falamos de semelhança, ou seja, de uma relação


estabelecida entre realidades essencialmente diversas, mas que tem algo de comum (Cf. nota
n° 35). O Doutor Angélico quando, na primeira parte da Suma teológica, trata da questão do
“Deus Único”, entre outras coisas, trata sobre “a perfeição de Deus”, explica-nos
detalhadamente toda esta questão de semelhança, especificamente quando responde a
seguinte pergunta: “as criaturas podem assemelhar-se a Deus?”. Respondo com as suas
próprias palavras: “É pela coincidência ou comunicação na forma, que se entende a
semelhança. Assim, há na multiplicidade de semelhanças, segundo diversas maneiras de
comunicação na forma”40. Continua: “Deve-se responder que não se afirma haver semelhança
entre Deus e a criatura em razão da comunicação de uma forma segundo a mesma razão
genérica e específica, mas apenas segundo uma analogia, pois Deus é ente por essência, os
outros, por participação”41.
Em outra questão, o Doutor Angélico ainda afirma que: “algumas coisas apresentam
semelhança com Deus, primeira e mais comumente, enquanto existem; em segundo lugar,
enquanto vivem; terceiro, enquanto têm sabedoria e inteligência”42, mas, nesta questão de
semelhança, Sto. Hilário43 considera a beleza como um atributo próprio do Filho, devido as
propriedades desta, as quais eu recordo: integridade ou perfeição; proporções requeridas ou
harmonia; e esplendor.

2.3.2 A beleza como signo

No sentido da beleza como via, ponte, a interpretação aqui destes dois termos,
coincide com o significado de signo, e no que diz respeito às suas classificações, ou seja, que
o signo nada mais é do que uma via, uma ponte, que faz esta conexão, esta ligação entre um
intérprete (o homem) e Deus, o qual, o signo, quer reproduzir (ícone), indicar (índice), ou
ainda, simbolizar (símbolo).
É correto afirmar que: o ente manifesta a beleza que comunica algo sobre Deus.
Porém, penso que seria melhor dizer que: Deus, por meio da beleza, manifesta-se, manifesta
algo sobre si, comunicando-se conosco, seus semelhantes, criando assim uma relação.

40
St., Vol. I, Q. 4, a. 3, rep., 191.
41
Ibid., sol. 1, 192.
42
Ibid., Vol. II, Q. 93, a. 3, rep., 622.
43
Cf. S. HILÁRIO em: Ibid., Vol I, Q. 39, a. 8, sol. 1, 635.
14

São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis,
não souberam conhecer Aquele que é nem reconhecer o artista, considerando a suas obras...
Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu
Senhor prevalece sobre elas, por que é o criador da beleza que fez estas coisas.44

É preciso, portanto, superar as formas visíveis das coisas da natureza, para chegar ao seu
Autor invisível, o Todo Outro... para do visível alcançar o invisível e dar resposta às
perguntas: quem é este artífice, de imaginação tão poderosa, que está na origem de tanta
beleza e grandeza, com uma tamanha profusão de seres no céu e na terra?45

Devido à diversidade de formas, os entes, cada um (segundo o grau dos seres),


participa de alguma maneira - de existirem e consequentemente serem belos - como um
signo. Tentarei, porém, formular uma classificação destes, segundo as classificações do signo
que já apresentei.
Encontramos o termo, analogia, de modo particular em duas das classificações do
signo: no ícone e no símbolo.
Poderíamos dizer que, os entes que se caracterizam melhor como ícone, seriam, de
modo particular, os entes espirituais, anjos e homens, pelo fato de terem sabedoria e
inteligência, e por esta razão, como diz Sto. Agostinho, fazê-los de tal modo próximos de
Deus na semelhança, que ultrapassa as das outras criaturas 46, ou seja, reproduzem de modo
mais perfeito a beleza de Deus.
“Além disso, a própria natureza é considerada uma alegoria, e cada realidade criada,
símbolo do seu Criador”47, ou seja, tudo que é, deve “falar” de Deus, pelo fato de serem
belos; devem convidar “ a contemplar a beleza na sua fonte”48.
Mas quando falamos de símbolo, não podemos esquecer a questão da
convencionalidade. Falar de convencionalidade com relação às coisas criadas pelos homens,
não há nada de errado nisto, porém, é possível dizer que a criação de Deus é algo também
convencional49!? Pois como sabemos a obra da criação atribuída à Pessoa do Pai, “é a obra
comum da Santíssima Trindade”50, sendo assim, poderíamos dizer, uma obra realizada
segundo uma “convenção” entre as Três Pessoas da Santíssima Trindade.

44
Livro da Sabedoria 13, 1.3 em: APB, 27.
45
Ibid., 27-28.
46
Cf. S. AGOSTINHO em: St., Vol. II, Q. 93, a. 3, rep., 622.
47
APB, 28: o grifo é meu.
48
Ibid., 48.
49
Cf. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa, 189: con.ven.cio.nal 1. criado por convenção 2.
consolidado pelo uso e pela prática <saudação c.> 3. que obedece padrões aceitos; comum <uma beleza c.>...
50
Catecismo da Igreja Católica, Loyola, São Paulo ¹º2000, ed. revisada de acordo com o texto oficial em latim,
86, n° 292.
15

Estritamente falando, pelo fato de, já termos afirmado que, as criaturas (os entes) são
semelhantes a Deus, deveríamos descartar a possibilidade destes serem classificados como
índice, pois, como já vimos, na definição de índice, na sua relação mantida com a realidade
exterior, não é uma relação de semelhança, mas uma relação de contiguidade (distância).
No contexto em que tratamos, porém, isto é totalmente possível, pois, não nos
esqueçamos que, esta relação de semelhança que, por exemplo, o ícone e o símbolo
apresentam, por estarmos falando de uma relação de semelhança com Deus, esta deve ser
vista de maneira análoga, e aqui abre o espaço para adequarmos os entes ao índice, pois
vistos de maneira análoga, estes (os entes, inclusive os que classificamos como ícones ou
símbolos) devem ter algo comum (semelhante) a Deus, uma conexão real e intrínseca, ou
seja, neste caso, a participação no ser de Deus, mas também algo diverso (contíguo), neste
caso a natureza. Como já vimos - quando tratamos da questão do índice - estes são de
natureza diversa, é um objeto que, manifesta ou representa algo diverso dele mesmo, ou seja,
há diferença, há uma distância - neste caso infinita - entre o ente e Deus, porém, pelo fato de
ser, de existir, ou seja, participar do Ser de Deus, este tem também - neste caso particular -
algo comum, semelhante, com Aquele que ele manifesta ou representa, no nosso caso, a
beleza. Podemos afirmar que, independente do ente ser considerado um ícone, ou um
símbolo, este, antes, é um índice.
Lembremo-nos também que, o índice - como já foi dito - é dividido em função de
tripla relação: com o conhecedor, com o conhecido e com a sua origem. Quero chamar a
atenção para um detalhe deste último, pois, quanto a sua origem, o índice - como já
mencionado - pode ser espontâneo e intencional, porém, quando falamos de índice
espontâneo, pelo fato de, também possuir ser, ou seja, ser um ente, também, no nosso caso,
no contexto do trabalho, serve como signo; mas, tratando do ente, metafisicamente falando,
não podemos designá-lo como índice espontâneo, somente como algo meramente espontâneo,
pelo fato, “que tudo que de qualquer modo exista é feito por Deus”51, ou seja, não posso dizer
que existem sem qualquer “ato de vontade e intenção significativa"52 da parte de Deus, pois se
existem, Deus quis que existissem, pois, se possuem ser, receberam este de Deus.
Dizemos também a respeito do índice que, este tem a função de indicar, e aqui
particularmente, como estamos falando de Deus, esta indicação que, deve dar-me os entes ao
ver a beleza que há nestes, tem então como objeto algo transcendente, ou seja, uma beleza
que está além daquela que estes possuem; que é a origem, a fonte, a causa comum desta, pelo

51
St., Vol. II, Q. 44, a. 1, rep., 38: o grifo é meu.
16

fato, de podermos ver este mesmo efeito (a beleza) em todos eles; é um passar “do fenômeno
ao fundamento”53.
Concluo então, reafirmando, aquilo que todo o trabalho vai demonstrando: a beleza
realmente pode servir como linguagem - de modo particular como signo -, eficaz, que suscita
impacto, que atrai, que manifesta algo sobre Alguém, e que serve como meio (via, ponte) de
comunicação Deste, com as outras pessoas, seus semelhantes, criando assim uma relação.
O grande problema atualmente, porém, é que, muitas pessoas perderam a
sensibilidade em enxergar esta beleza presente nos entes, ou, se enxergam, tomam esta como
fim - como promovem as ideologias materialistas -, e, por este motivo, há uma interrupção
desta comunicação, impedindo assim, da parte do homem - pois é com este que Deus quer
comunicar-se - esta relação entre ambos.

52
CARVALHO, 122.
53
JOÃO PAULO II, Fides et ratio, n. 83 em: APB, 17.
17

3. CONCLUSÃO

Durante ao longo do trabalho fui respondendo diversas questões relacionadas à


beleza, para poder afirmar que está, realmente, pode ser vista como linguagem: disse que,
esta é uma propriedade de todos os entes, pelo simples fatos de serem, existirem; e que se
manifesta na forma dos mesmos; expus também as propriedades desta, ou seja, aquilo que
algo possui, que o caracteriza como belo, e como vimos também, que ao faltar uma destas
propriedades, dizemos que algo é feio; e o mais importante, segundo a finalidade do trabalho,
é que, a beleza, com seu poder de atração, remete-nos ao transcendente, evoca uma outra
realidade, substitui algo, representa Alguém, pois, “afinal, Deus é tão bom e lindo que, se for
visto como Ele é, exerce uma atração irresistível sobre a nossa vontade. Por isso ele tem que
diminuir a sua força atrativa sobre nós...”54, manifestando-se a nós, comunicando-se conosco,
por meio do criado.
Não respondi, porém, ao longo do trabalho, uma “interrogação urgente, latente e
sempre presente no coração do homem: ‘O que é a beleza? ’”55.
Tomo como resposta, a mesma resposta dada pela Assembléia Plenária dos Bispos do
Pontifício Conselho da Cultura: primeiramente, falam da “necessidade” que o homem tem da
beleza:
Essa pergunta vem das auroras dos tempos, como se homem buscasse desesperadamente,
depois da queda original, aquele mundo de beleza, agora fora do seu alcance. Essa questão
atravessa a história sobre múltiplas formas, e o grande número de obras, frutos de belezas em
todas as civilizações, não consegue extinguir essa sede.

Tomam um trecho do Evangelho (da condenação do Senhor), onde é levantada (por


Pilatos), outra questão, que está intrinsecamente ligada a questão da beleza:
Pilatos propõe ao Cristo a questão da verdade. Cristo não responde, ou melhor, a sua resposta
é o silêncio... Pilatos não entende, mas ele mesmo dá a resposta, misteriosamente, á sua
pergunta: “O que é a verdade?”. Diante do povo exclama: “Eis o homem”, isto é Cristo, que é
a verdade.

E concluem “revelando”, a partir do questionamento realizado anteriormente, Quem é


a beleza:
Se a beleza é o esplendor da verdade, então nossa pergunta se une à de Pilatos, e a resposta é
idêntica: “Jesus é a Beleza”... Beleza suprema, esplendor da Verdade, Jesus é a fonte de cada
beleza... devolveu ao homem, a cada homem, plenamente, a sua beleza, sua dignidade e sua
verdadeira grandeza.

54
Cf. N. THANNER, Sapientia Crucis, Institutum Sapientiae, n° 1, Anápolis 2000, 82.
55
APB, 69-70.
18

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