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POVOS ORIGINÁRIOS: RECONHECIMENTO, GESTÃO E

PRESERVAÇÃO DE CULTURAS TRADICIONAIS

HISTÓRIA E TECNOLOGIA: a Modelagem da Informação da


Construção no Projeto de Preservação do Quilombo de Santa Rita
do Bracuí - Angra dos Reis/ RJ

GAVINA, SAMANTA (1); NEMER, LUCIANA (2)

1. Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo


Rua Prefeito Gregório Galindo nº 334 Ap 03 – Centro – CEP 23900-650 – Angra dos Reis – RJ
samantagavina@gmail.com

2. UFF – PPGAU – Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo e TAR – Departamento


de Arquitetura
Rua José Bonifácio nº 36 São Domingos – CEP 24210-230 - Niterói – RJ
luciananemerdiniz@gmail.com

RESUMO

O artigo apresenta pesquisa sobre o espaço quilombola da comunidade de Santa Rita de Bracuí,
localizado em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Este estudo explora a importância do lugar e relata
como a municipalidade tem tratado o processo de degradação e a sua notável revitalização,
tornando-se um excelente exemplo de preservação da paisagem cultural e do património histórico. O
projeto vem se desenvolvendo a partir da utilização da metodologia Building Information Modelling
(BIM) para representação e manutenção da técnica construtiva e cultural do quilombo. A justificativa
destaca o quanto os quilombos têm importância na história brasileira, como símbolos de resistência e
luta pela liberdade, e de que forma as novas tecnologias podem impactar nas técnicas construtivas,
trazendo benefícios como a durabilidade da solução projetual e o acompanhamento por diversos
profissionais envolvidos na iniciativa, em tempo real. A metodologia se amparou em pesquisa
bibliográfica e material previamente publicado (livros e artigos). Em seguida, foram obtidos dados
sobre visitas à comunidade, informações advindas de jornais locais e sites de turismo. O foco
principal do estudo foi resgatar a história da formação do Quilombo de Santa Rita de Bracuí e
destacar sua preservação. A construção dos quilombos representa um movimento típico do período
colonial, quando muitos escravizados conseguiram fugir das plantações e procuravam por refúgio nas
florestas. Nesses lugares estabeleciam conexões profundas com seus territórios, ao mesmo tempo
em que resguardavam sua identidade cultural. Desta maneira, em localidades isoladas, os
quilombolas puderam reconstruir suas vidas longe da opressão do sistema escravista. Até hoje, estes

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agrupamentos são reconhecidos como remanescentes de quilombos, formando comunidades
distintas, através de lideranças escolhidas de acordo com critérios internos, que consideram o
conhecimento e a sabedoria dos indivíduos mais antigos. Não são apenas lugares para morar – são
ambientes para vivenciar e celebrar a cultura afro-brasileira, mediante manifestações religiosas,
festejos e atividades coletivas. A aplicação da metodologia BIM permitiu, em nível de projeto, o uso
da realidade aumentada para a visualização prévia das intervenções a serem desenvolvidas e a
criação de modelos para diversas etapas de desenvolvimento da construção, assumindo parâmetros
de verificação como: a orientação ideal e as soluções detalhadas, de acordo com a influência do
ambiente de Angra dos Reis. Por fim, a conclusão vincula todas as questões apresentadas,
reforçando a importância de preservar e proteger o patrimônio histórico, entendendo seu papel na
construção da memória coletiva e na manutenção da paisagem cultural. A experiência em Bracuí
pode inspirar a proteção de outros quilombos mostrando como as novas tecnologias de projeto
favorecem a conservação da historicidade e do patrimônio, por meio de soluções assertivas de
projetos.
Palavras-chave: História; Tecnologia; Quilombos; Preservação Cultural; BIM.

1. Introdução
A importância histórica e cultural dos Quilombolas inicia no passado quando o
espaço do Quilombo se formou como local de resistência à escravidão e luta pela liberdade,
uma vez que eram formados por escravos fugidos do sistema escravagista. Essas
comunidades formadas no Brasil durante o período colonial, por africanos feudatários e seus
descendentes. Esses agrupamentos também eram conhecidos como mocambos.
Segundo a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais
Quilombolas (CONAQ) o termo quilombola é originário do idioma africano quimbuco e
remete a ideia de “sociedade formada por jovens guerreiros que pertenciam a grupos
étnicos desenraizados de suas comunidades”. Importante considerar que o Território
Remanescente de Comunidade Quilombola é uma conquista da comunidade
afrodescendente no Brasil, originária da resistência ao modelo escravagista imposto pelas
lideranças, no Brasil Colônia. Alguns grupos foram formados por meio de terras
provenientes de “heranças, doações, pagamentos em troca de serviços prestados ou
compra de terras, durante a vigência do sistema escravocrata após sua abolição” (CONAQ,
s.d).
Na Constituição Federal Brasileira de 1988 observa-se o destaque ao sentido de
preservação histórica e cultural dos diferentes povos que compõem a sociedade, através da
obrigatoriedade aos municípios protegerem e preservarem seus bens culturais. Em seu
artigo 126, se tem:
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência
à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem: [...] V – os conjuntos urbanos e
sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico. (BRASIL, 1988, p. 126).

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Assim: “Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos”. (BRASIL, 1988, p. 127).
Cerca de meio século antes da constituição, a Carta de Atenas foi precursora na
exposição dos princípios gerais e das doutrinas concernentes à proteção dos monumentos.
Pelo documento, foi consagrado o direito de coletividade em relação à propriedade privada.
(IPHAN, s.d., p. 1).
Estudos de Maia (2023), publicado no site oficial da Agência Icatu informam que
atualmente existem 6.023 territórios quilombolas no Brasil. “Estima-se que existam 1,1
milhão de residentes” (MAIA, 2023). Conforme o autor, apenas 8% dos agrupamentos
quilombolas estão identificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Acrescenta-se o fato que os quilombos formam bens culturais de natureza material e
imaterial que dizem respeito a práticas e domínios da vida da comunidade, além de serem
passados de geração a geração.
Desta forma, as cidades se organizaram através de seus planos diretores
estabelecendo diretrizes e estratégias para a defesa do acervo e memória cultural
considerando as terras remanescentes das comunidades dos quilombos como propriedade
dos mesmos tendo em vista os títulos emitidos pelo Estado. (BRASIL, 1988, p. 160).
Pela visão cultural do movimento, Buscácio (2005, p. 22) declara que os quilombos
representam a identidade negra afro-brasileira, ou seja, vinculada a um passado ligado a
escravidão e à formação de uma cultura representativa no Brasil. Como meio de reconhecer
e valorizar a "cultura negra brasileira" (BUSCÁCIO, 2005, p. 56) inspirada na experiência
histórica da escravidão colonial e na memória construída sobre ela, vários setores públicos e
privados, entre eles os ligados à Arquitetura, passaram a gerir, com objetivo de preservar as
idoneidades tradicionais.
Por consequência, “pensar na Arquitetura como um fenômeno cultural, implica em
uma consideração sistêmica dos fatos arquitetônicos, em que elementos de ordem material
e imaterial encontram-se articulados” (IBIPIANA et al., 2022, p. 2).

2. Angra dos Reis e o Quilombo de Santa Rita do Bracuí


A cidade de Angra dos Reis, situada no estado do Rio de Janeiro teve início da sua
povoação ainda no século XVI. Conforme Espinheira (1941):
Uma expedição portuguesa comandada por Gonçalo Coelho, chegou, em 6
de janeiro de 1502, a uma baía ou angra que a todos encantou. Batizaram-
na, então, de Angra dos Reis, em homenagem à visita dos Três Reis Magos
ao menino Jesus, que é comemorada nesse dia. A vila ali construída
recebeu inicialmente o nome de Vila dos Três Santos Reis, depois Vila de
Angra dos Reis e finalmente Angra dos Reis.

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A região era habitada por indígenas (Tamoio/Tupinambá) e havia abundância de
recursos naturais e exuberante paisagem que atraíram os colonizadores, enquanto a
localização geográfica atraiu piratas de várias nacionalidades (IPHAN, 2023).
O município (fundado em 28 de março de 1835) entrou em um período de
decadência econômica após a ligação ferroviária entre São Paulo e o Rio de
Janeiro, que levou a diminuição da utilização de seu porto. De forma
complementar, a libertação dos escravos, em 1888, retirou a mão de obra
que garantia o desenvolvimento das plantações de café. (IPHAN, 2023).

No período que antecedeu a abolição da escravatura, numa região lindeira ao Rio


Bracuí e à noroeste do que se conhece hoje como o Centro da cidade, se formou o
Quilombo de Santa Rita do Bracuí.
Segundo FIOCRUZ (2012) por volta de 1877, o Comendador José Joaquim de
Souza Breves, legou a seus ex-escravos cerca de 260 alqueires da chamada Fazenda
Santa Rita do Bracuhy, no município.
No entanto, no século passado, cerca de 100 anos depois, a especulação imobiliária
levou os descendentes dos antigos escravos do Comendador José Breves a começaram a
ser pressionados pela Bracuhy Administração, Participações e Empreendimentos Ltda. a
deixar o local.
Acrescenta FIOCRUZ (2012) que o processo de grilagem daquelas terras que
culminou com a expulsão de algumas famílias dos ex-escravos da região através do
represamento da água que serve à comunidade ao uso de homens armados para ameaçar
os moradores.
O reconhecimento de Santa Rita do Bracuí, enquanto remanescente de quilombos só
ocorreu em 1999, e desde então almejava-se a conclusão do procedimento administrativo,
realizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). (FIOCRUZ,
2012). Tal procedimento tinha como objetivo garantir a posse coletiva das terras.
A área possui 616 hectares, onde vivem 129 famílias descendentes de
africanos escravizados para o trabalho na cafeicultura, realizado no século
XIX [...] O Quilombo teve a declaração de reconhecimento de suas terras
concedida pelo (INCRA) no corrente ano. (EBC, 2023).

Atualmente, no espaço quilombola da comunidade de Santa Rita de Bracuí, os


recursos utilizados nas edificações são oriundos da natureza, sendo encontrados em
abundância. São eles: tijolos de adobe para a construção das paredes; cobertura de folhas
de palmeira com a finalidade de fornecer revestimento dos telhados evitando as intempéries
das chuvas e do calor e a construção com vigas de madeira que proporciona a sustentação
das edificações.
A figura 1, a seguir, apresenta: a localização da área da comunidade, junto ao Rio
Bracuhy e a antiga construção (sede do quilombo).

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Figura 1: Localização e antiga sede. Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, 2023.

O registro fotográfico serviu como referência para o projeto do novo quilombo, cujo
programa arquitetônico irá atender de forma atualizada e inclusiva a população quilombola
residente na área, bem como melhor integrá-la ao município.
Atualmente, no espaço quilombola da comunidade de Santa Rita de Bracuí, os
recursos utilizados nas edificações são oriundos da natureza, sendo encontrados em
abundância. Mendonça et al. (2017, p. 346 -347) ressaltam o quanto o Quilombo do Bracuí,
se tornou um turismo de memória, que vive a realidade do lugar. Para os autores, a
proposta do Bracuí tem um conceito a gestão comunitária e a valorização dos saberes local
criando um “turismo de base comunitária de memória”, que não é um teatro, e está sempre
revelando as lutas pela conquista da titulação da terra quilombola.
Há seis anos o artigo de Mendonça et al. (2017, p. 347 - 348) definia o turismo no
local como meio para buscar o fortalecimento da história dos descendentes de negros
escravos do Bracuí, que estavam: num processo de reconhecimento e de autoconhecimento
como quilombolas, na espera pela titulação em fase final e na luta para a criação de uma
escola Quilombola.
O reconhecimento da titulação das terras ocorreu recentemente, como já informado
e, pelo que será exposto a seguir, verifica-se que é chegado o momento da criação do
espaço almejado pelos quilombolas.

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3. O Projeto para o Quilombo de Santa Rita do Bracuí e o BIM

A secretaria do Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania - Prefeitura de


Angra dos Reis, em parceria com a Coordenação Técnica das Comunidades Tradicionais,
tem acompanhado as atividades conscientização no Quilombo Santa Rita do Bracuí. A
razão é o tratamento dispensado aos que se tornaram ex-escravos no país, com o objetivo
de falar sobre o tema e discutir sobre a data e a luta dos negros nos dias de hoje.
Hoje em Angra dos Reis, no território quilombola, vivem aproximadamente 260
pessoas e a comunidade é aberta para receber os visitantes que desejem conhecer um
pouco mais da história do local. (PMAR, 2023).
Para melhor abrigar os quilombolas e acolher os visitantes o governo municipal, após
diagnóstico e consultas à comunidade, através da Secretaria de Educação Juventude e
Inovação e com a consultoria técnica da ARQHOS, deu início ao Projeto de Construção da
nova sede do Quilombo que abrigará a Casa de Cultura e Escola Bracuí.
Na Planta de Situação já é possível verificar que foi necessária a inclusão de uma
segunda edificação, conectada à primeira, para abrigar o programa de necessidades. Entre
ambas uma praça servirá como elemento integrador. Pelo desenho é possível observar
duas entradas (principal e serviço) que ajudarão a organizar o fluxo de pessoas.

Figura 2: Planta de situação. Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, 2023.

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No terreno, de cerca de 3.500,00 m², utilizada uma taxa de ocupação de 30% (trinta
por cento) foi estabelecido que o bloco anexo da educação abrigará: cinco salas de aulas
com 20 lugares cada, dois banheiros e refeitório para 24 pessoas e a infraestrutura para seu
funcionamento (cozinha, despensa, lixos, DML, recepção e lavagem e vestiário). Todos
ambientes se voltam para o pátio coberto, seguindo a lógica da edificação principal.
A construção que será erguida em substituição à antiga, como se pode observar pela
figura 3, contempla o acervo principal e a área de convivência. De forma octogonal, abriga
os seguintes ambientes: secretaria, direção, biblioteca, sala de informática, sala de recursos,
auditório com 25 lugares, sala de professores (as), almoxarifado, DML, lixos e sanitários.

Figura 3: Planta do prédio principal. Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, 2023.

Ao mesmo tempo que a planta e a volumetria do conjunto foram sendo


desenvolvidas e apresentadas à comunidade, também os materiais foram sendo
especificados.
Como pelo decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020 (BRASIL, 2020), foi estabelecida
a utilização da metodologia / tecnologia Building Information Modelling (BIM) na execução

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direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizados por instituições públicas
federais, também a Prefeitura de Angra dos Reis a adotou.
O referido decreto determinou recomendou quatro diretrizes. São elas: (1)
elaboração de modelos para a arquitetura e engenharia (arquitetura,
estrutura, hidráulica, aquecimento, ventilação e ar condicionado e elétrica);
(2) compatibilização e detecção de interferências físicas e funcionais entre
as diversas disciplinas do modelo BIM; (3) extração de quantitativos e (4)
geração de documentação gráfica extraída dos modelos (BRASIL, 2020).

No Brasil, existem algumas iniciativas exitosas com a aplicação do BIM,


considerando esta preservação do legado histórico, cultural e do método construtivo. O
Hotel dos Quilombolas, em Pernambuco (ORBITZ, 2023) é uma construção que reúne
recursos naturais e sistema BIM para controle de execução, o que traz uma proposta para o
turismo sustentável. Assim também a Casa de Cultura e Escola Bracuí também conta com a
inovação proporcionada pelo BIM, integrando elementos da cultura afrodescendente e
elencando diversos benefícios, como: maior eficiência na obra, melhor acompanhamento do
projeto, redução de erros e desperdícios, bem como maior segurança e qualidade no
processo construtivo.
A Modelagem da Informação da Construção1 é um método construtivo virtual, que
oferece mais precisão de dados, em uma edificação.
"[...] definimos BIM como um conceito que se expressa a partir de
Tecnologia de modelagem e um conjunto associado de processos para
produzir, comunicar e analisar modelos de construção." (EASTMAN et al.,
2014)

O BIM não é somente um modelo 3D para visualização do espaço projetado, é


composto por um banco de dados que permite agregar informações, aumentar a
produtividade e racionalizar o processo construtivo (CRESPO; RUSSEL, 2007, p. 2). Ao
aplicar o BIM para armazenar os dados da técnica de construção ancestral, é possível
documentar de forma precisa e detalhada os métodos e materiais utilizados. Essas
informações podem incluir detalhes como o tipo de materiais empregados, as técnicas de
construção utilizadas, as dimensões e características dos elementos construtivos, entre
outros. A figura 4, a seguir, enfatiza a valorização da especificação dos materiais no projeto
a partir da perspectiva “explodida”.

Uma das principais vantagens do uso do BIM é a capacidade de armazenar


informações em um formato digital padronizado, que pode ser facilmente consultado e
atualizado ao longo do tempo. Isso facilita a preservação dos dados e permite que sejam
acessados e compartilhados por profissionais da área de construção, pesquisadores e
outros especialistas interessados.

1
Em inglês Building Information Modeling – BIM (EASTMAN et al., 2014).

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Além disso, o BIM também oferece a possibilidade de simular e visualizar
digitalmente os procedimentos construtivos. Isso permite que os profissionais compreendam
melhor como esses métodos eram aplicados e identifiquem possíveis problemas ou desafios
relacionados à preservação e restauração de construções antigas. Outra vantagem
importante do uso do BIM é a capacidade de criar um registro histórico preciso das
metodologias aplicadas e mantidas ao longo do tempo. Isso é especialmente relevante para
construções que possuem valor histórico ou cultural, pois permite que sejam preservadas e
transmitidas para as futuras gerações.

Figura 4: Materiais construtivos. Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, 2023.

Neste sentido, Castelhano (2013) destaca a contribuição dos profissionais com a


iniciativa, uma vez que favorece um trabalho colaborativo e em tempo real.
O uso do BIM tampouco se limita ao projeto. Sendo uma ferramenta
colaborativa, ele permite que os profissionais com diferentes funções
trabalhem no mesmo projeto em diferentes fases. Ele reduz sensivelmente o
tempo gasto em cada projeto ao mesmo tempo em que melhora o nível de
detalhamento e proximidade com a realidade (CASTELHANO, 2013, p.22).

A adoção do BIM também se alinha aos três principais aspectos de produção da


contratação enxuta – transformação, fluxo e gestão de valor. Foram identificadas 56

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interações entre os princípios do lean construction com as funcionalidades BIM, como
eliminação de desperdício e entregas rápidas (ARAYICI et al., 2011 apud FELISBERTO,
2014, p.70).

Ainda de acordo com Felisberto (2014), a modelagem BIM vem sendo utilizada em
projetos de construção em todo o mundo, integrando usuários e fomentando a
aprendizagem inicial, percebendo o poder de modelagem ao mesmo tempo em que geram
dados mais complexos e detalhados, “permitindo apoiar os seus diversos processos
vinculados, como projeto, fabricação e contratação” (SOLIHIN; EASTMAN, 2015, p.69 apud
FELISBERTO, 2014, p.71).
Outro ponto importante é que essa Modelagem da Informação da Construção
congrega diversas áreas do conhecimento, tais como Arquitetura, Engenharia, Construção e
Operação, permitindo a ideação do modelo virtual da edificação, “no qual se avalia com
procedência as soluções construtivas adotadas, recursos necessários, tempo de execução e
qualidade do projeto” (PEREIRA; CHIROLI, 2022, p.3) e desta maneira, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável.
Um dos principais benefícios elencados pelos autores é que a tecnologia BIM não se
restringe às análises em papel impresso e documentação gráfica, e com essa
funcionalidade permite uma comunicação assertiva entre os vários setores da construção.
Para eles, as ferramentas impressas são passíveis de equívocos e no software há
possibilidade de reunir diversos elementos gráficos, em um só arquivo. Acrescenta-se que o
software Autodesk Revit 2021 proporciona a modelagem da edificação, simulação,
conferência e eventual edição dos modelos usados, assim como o Autodesk Navisworks
Manage 2021, a fim de compatibilizar e extrair as referências pertinentes ao estudo.
O modelo BIM da AutoDesk possui recursos de coordenação da informação entre
colaboradores em ambiente de rede extranet, o que exige um planejamento nas regras de
acesso aos dados e busca de padronização para evitar conflitos de comunicação (CRESPO;
RUSCHEL, 2007, p. 4).
A tecnologia BIM chegou ao Brasil em meados dos anos 2000, mas destaca-se em
diversos países, por seu potencial de melhorias e por imprimir uma melhor qualidade no
setor construtivo realçando, assim, o aumento da produtividade, qualidade dos projetos,
confiabilidade dos dados, possibilidade de realização de análises, entre outros recursos
(GOMEZ, 2022).
Para Gonçalves (2022), o aparato tecnológico favoreceu a precisão documental do
patrimônio arquitetônico, destacando-se: o escaneamento a laser, a fotogrametria digital e o
BIM. “O levantamento tridimensional constitui uma potente tecnologia para registro de

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edificações e sítios históricos, resultando em nuvens de pontos com precisão dimensional
milimétrica” (DEZEN-KEMPTER et al., 2015 apud GONÇALVES, 2022, p. 8).
Silva e Nemer (2022, p. 83) citam Sousa e Figueiredo (2019) relatando que a
vantagem da utilização do BIM encontra-se na tomada de decisão, que pode acontecer
anteriormente a execução do projeto. “As ferramentas utilizadas permitem comparar o
impacto entre os projetos complementares de forma simultânea e otimizar os usos
energéticos da edificação” (SOUSA; FIGUEIREDO, 2019 apud SILVA; NEMER, 2022, p.
83).
Em termos práticos, a era BIM é caracterizada por modelos tridimensionais da
informação, integrando as áreas, com a valorização das representações em 2D
pertencentes à documentação inicial. As representações passam a ser consistentes, pois
derivam de um mesmo modelo, como exemplifica a figura 5: perspectiva do Conjunto Casa
de Cultura e Escola Bracuí.

Figura 5: Perspectiva do Conjunto. Fonte: Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, 2023.

Nesse contexto, infere-se que o BIM proporciona uma avaliação integrada do


empreendimento, acessando múltiplas dimensões simultaneamente e congregando uma
quantidade rica de desdobramentos, ao mesmo tempo em que avalia as influências sociais,
ambientais, econômicas, culturais, entre outras. “Apesar da importância do tema
sustentabilidade, muitas empresas de construção ainda não adotaram tais práticas pela

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busca de soluções para os problemas gerados por suas atividades” (MATTANA;
LIBRELOTTO, 2017 apud MACIEL, 2021, p.13).
Essa metodologia caracteriza-se como forte aliada no processo de projeto integrado
e modelagem, favorecendo a execução de projetos sustentáveis principalmente por suas
características como a modelagem paramétrica, que facilita a geração de modificações
rapidamente, facilitando o desenvolvimento de simulações que permitem a análise de
diferentes propostas de projeto. Outra característica é a interoperabilidade que propicia uma
melhor colaboração entre os envolvidos, de modo que se torna mais fácil o refinamento do
projeto na busca da sustentabilidade (GIESTA; NETO; COSTA, 2017 apud MACIEL, 2021,
p.13).
Os estudos de Oliveira, Mussi e Engerroff (2020, p.23) tratam da preservação do
patrimônio histórico e suas relações com o planejamento e desenvolvimento urbano. Os
autores fomentam a discussão sobre a importância de zelar pelas construções patrimoniais
para as cidades e como essa articulação relaciona-se com as questões do progresso.
“Quanto mais velho um prédio, mais histórias carrega em sua fachada e mais sua
arquitetura dialoga com o tempo que já passou, ou seja, mais histórias ele tem e pode
contar”.
Um percurso que transpassa pelos aspectos culturais e históricos. Oliveira, Mussi e
Engerroff (2020, p.23) descrevem que o patrimônio arquitetônico são bens que representam
referência para os habitantes de determinada localidade, e com isso, exerce grande
importância no cotidiano dos indivíduos. “Muitas vezes, por mais que estejam escondidos ou
que passem despercebidos pela maioria das pessoas, estão associados a memória coletiva
ou individual”. Neste sentido, os especialistas acreditam que a manutenção das informações
auxilie no resgate e manutenção da cultura e educação local.
O patrimônio arquitetônico merece salvaguarda pois faz parte da memória
coletiva urbana da cidade, haja visto, que o espaço urbano é um ambiente
socialmente produzido e faz associações diretas sobre a trajetória das
transformações do lugar – de onde e para onde a cidade expandiu-se e o
porquê das ações realizadas no cenário da cidade (OLIVEIRA; MUSSI;
ENGERROFF, 2020, p.23).

Diante dos argumentos apresentados, acredita-se que o futuro da preservação


cultural do patrimônio construtivo quilombola depende do apoio às comunidades
remanescentes, assim como da conscientização e engajamento da sociedade como um
todo. Logo, se torna fundamental que a valorização das técnicas construtivas quilombolas
seja incentivada e disseminada, para que essa herança cultural, educacional, social
permaneça sendo transmitida às futuras gerações: um esforço coletivo de conscientização,
de conhecimento dos métodos construtivos, de honra a sabedoria ancestral e de prestígio à
autoestima e identidade do povo quilombola.

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Desta forma, “pensar na Arquitetura como um fenômeno cultural, implica em uma
consideração sistêmica dos fatos arquitetônicos, em que elementos de ordem material e
imaterial encontram-se articulados” (IBIPIANA et al., 2022: 2).
Preservar é essencial para o entendimento do que nossos antepassados
pensavam e como viam o mundo, pois a arquitetura, vista como arte e
patrimônio, é o reflexo dos nossos pensamentos, sentimentos e demais
subjetividades (OLIVEIRA; MUSSI; ENGERROFF, 2020, p.24).

Oliveira e Callai (2018, p.143) comentam que o patrimônio arquitetônico é fruto de


um movimento coletivo, protagonizado por diversos grupos e de grande importância para os
sujeitos em sociedade, uma vez que acolhe as memórias associadas à coletividade, sua
historicidade e elementos urbanos e do desenvolvimento local. “É manter vivas as marcas
da história, assegurando a possibilidade de que as gerações futuras tomem conhecimento
das manifestações produzidas socialmente ao longo do tempo”.

4. Conclusão
Ao olhar para o projeto que será implantado para a comunidade quilombola em
Angra dos Reis se verifica o quanto os investimentos em infraestruturas comunitárias e
políticas públicas que valorizem as suas tradições culturais são necessários. Além disso, é
crucial aumentar a consciência da sociedade sobre a importância de preservar estas áreas
com suas culturas, educação, valores e costumes, esses, são pilares estruturais para a
promoção de uma sociedade mais justa e igualitária no Brasil.
Na pesquisa, por meio da bibliografia consultada e com o objetivo de compreender
as contribuições que a metodologia BIM pode impactar nas técnicas construtivas dos
quilombos, foi possível identificar que a combinação da tecnologia com as práticas
tradicionais proporciona soluções eficientes, duráveis e compatíveis com a preservação
cultural e arquitetônica. Um método que valoriza as memórias, os costumes, os valores e as
emoções dos povos nativos, bem como o sentimento de pertencimento e manutenção do
valor subjetivo do agrupamento e do território.
O uso da realidade aumentada, por sua vez, contribuiu para a visualização prévia do
projeto a ser desenvolvido. Outro recurso foi a visualização das informações em tempo real,
por diversos profissionais envolvidos na iniciativa, o que favoreceu a troca de percepções e
análises mais elaboradas. Nesta visão, conclui-se que o BIM foi e é uma ferramenta eficaz e
importante para o resgate da história da formação do Quilombo de Santa Rita de Bracuí,
preservando e valorizando as técnicas construtivas desenvolvidas pela cultura dos
quilombos, mantendo as tradições vivas e valorizadas, ao mesmo tempo em que contribui
para um futuro melhor e mais sustentável.

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5. Referências bibliográficas
BUSCÁCIO, Gabriela Cordeiro. Candeia e a Gran Quilombo - Movimentos negros e
escolas de samba nos anos 70. M.Sc., PPGHIS / UFF, Niterói, RJ, Brasil, 2005.

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