Este documento discute as dimensões da competência docente: técnica, estética, ética e política. A autora explica que cada dimensão é essencial e deve estar associada às outras para que o ensino seja de boa qualidade. Ela define cada dimensão e mostra como estão interligadas na prática docente.
Este documento discute as dimensões da competência docente: técnica, estética, ética e política. A autora explica que cada dimensão é essencial e deve estar associada às outras para que o ensino seja de boa qualidade. Ela define cada dimensão e mostra como estão interligadas na prática docente.
Este documento discute as dimensões da competência docente: técnica, estética, ética e política. A autora explica que cada dimensão é essencial e deve estar associada às outras para que o ensino seja de boa qualidade. Ela define cada dimensão e mostra como estão interligadas na prática docente.
Em seu texto, a autora faz uma articulação entre os conceitos de
competência e de qualidade, concluindo que a definição de competência é uma totalidade que abriga uma pluralidade de qualidades de caráter positivo, fundadas no bem comum e na realização dos direitos do coletivo de uma sociedade. Ela busca entender como isso se manifesta na docência, respondendo que em toda ação docente há as dimensões técnica, política, estética e moral. No entanto, essa afirmação não significa dizer que ela é de boa ou má qualidade. Para a autora, é preciso perguntar de que caráter essas dimensões devem ser revestidas para que sejam qualificadas como de boa qualidade, na ação docente.
O objetivo da autora é explorar cada uma das dimensões faladas acima
e mostrar a estreita relação entre elas. E ainda, mostrar que não são apenas referências conceituais, mas que podemos descobri-las em nossas vivências reais e em nossa prática. Essa prática será o ponto de partida, nela faremos o esforço de ver na totalidade, e a ela retornaremos para ampliar a compreensão dos conceitos e torna-la mais consistente e significativa.
DIMENSÃO TÉCNICA
A autora inicia a discussão dando significado ao termo “técnica”,
apontando que reporta a uma realização, uma forma de fazer algo. Ela nos diz que a técnica está ligada à competência, pois esta se revela na ação dos professores. Mas muda o seu significado específico quando desvinculada das outras dimensões, por isso é importante que esteja associada às ideias de 1 Bacharel em Artes Visuais, graduando no curso de licenciatura em Artes Visuais pela UFRB. 2 Graduando no curso de licenciatura em História pela UFRB. poiésis e práxis, para que sua presença seja explorada de forma mais ampla na competência.
Expondo o significado dos termos de praxis e poiésis, a autora nos
evidencia que esses termos, tal como usamos contemporaneamente, parecem ter se invertido. Sendo assim, ela busca usar os sentidos originais dos termos para afirmar que há um caráter poético na técnica, na prática profissional.
Usando o argumento de Vázquez (1998), a autora defende que se a
práxis não revela um caráter criador, ela tende a se tornar reiterativa ou burocratizada, ficando sujeita a modelos e predominando a ausência de reflexão. Segundo ela, para que a práxis docente seja competente “é preciso que a técnica seja fertilizada pela determinação autônoma e consciente dos objetivos e finalidades, pelo compromisso com as necessidades concretas do coletivo e pela presença da sensibilidade, da criatividade”.
A DIMENSÃO ESTÉTICA
Ao falar sobre a dimensão estética na docência, a autora aborda a
presença da sensibilidade e da beleza como elemento constituinte do saber e do fazer docente. Em sua investigação, ela entende que a dimensão estética não tem sido explorada com a mesma importância das outras, apesar de ser presente desde sempre na docência.
Quando a autora se refere a “sensibilidade” é uma sensibilidade que
vai além do sensorial e que diz respeito a apreender a realidade de maneira consciente. Para argumentar, ela usa o pensamento de Ostrower (1986) e de Marina (1996), fortalecendo a ideia de que a sensibilidade está ligada à intelectualidade, relacionada ao potencial criador e a afetividade dos indivíduos. Dessa maneira, fica claro que sensibilidade e criatividade não estão apenas na área da arte, mas se expande para todas as áreas do conhecimento humano e da vida. Para ela, a estética é uma dimensão da existência, do agir humano e, portanto, não se restringe a docência, pois é uma dimensão ligada ao ato de criar, e este está interligado a viver, no mundo humano. Nesse caminho, a autora também discute sobre a subjetividade criada pelo indivíduo na construção de sua vida.
Para discorrer sobre a maneira como cada indivíduo se organiza como
subjetividade, a autora recorre ao pensamento de Pereira (1997) apresentando-nos aos conceitos de macroestética e microestética, esclarecendo que esses conceitos se referem à ordem de existencialização. Sendo o macro a ordem do institucional e do disciplinar, e o micro a ordem da processualidade.
Para a autora, “afirmar uma dimensão estética na prática docente é
trazer luz para a subjetividade do professor”, essa tal subjetividade não é apenas singular, mas necessita do outro, do coletivo, e precisa se articular com outras dimensões para atingir a competência. Para isso, é preciso ir em direção à beleza, a qual é compreendida aqui como “algo que se aproxima do que se necessita concretamente para o bem social e coletivo”.
DIMENSÃO ÉTICA E POLÍTICA
A autora ressalta a ligação estreita entre as dimensões ética e política,
mas sem desconsiderar a importância de fazermos uma distinção. É preciso “distinguir para unir os conceitos”. Usando o texto de Gonzáles (1996:10), ela nos apresentar a evolução no significado de ethos e explica que acaba adquirindo o significado de “costume”. O termo para “costume” no latim é mores, que dá origem a “moral”, portanto, é nesse sentido que os dois conceitos se aproximam.
Segundo a autora, a criação de valores se manifesta no ethos. Na
relação entre valores e costumes, ela afirma que uma conduta pode receber o valor de boa ou ruim de acordo com o seu costume. Portanto, o ethos é “o ponto de partida para a constituição do nomos, a lei, a regra”. A partir daí temos a moral, que é “o conjunto de normas, regras e leis destinado a orientar a ação e a relação social e revela-se no comportamento prático dos indivíduos”. Para ela, a moral se relaciona com a política a partir das normais e leis, pois elas são constituidoras da organização social, da polis, esta, por sua vez, “se instala na condição humana”.
Para a autora, o poder transita no espaço político, logo, a política se
articula com a moral e a ética, pois é nela que “se configuram acordos, se estabelecem hierarquias e são assumidos compromissos”. Nesse ponto, ela fala da importância de se separar os conceitos de ética e moral, ressaltando a dimensão social e histórica que a ética possui. A autora ainda reivindica que se configure uma dimensão ética na docência, mas que essa ética vá em direção a um bem comum, só então será competente. Ela ainda explica que a dimensão política necessita dessa “articulação fecunda” com as outras dimensões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o capítulo conseguimos perceber com clareza a ligação entre
as ideias da autora, deixando claro como todas as dimensões que ela apresenta estão interligadas e precisam uma das outras no fazer docente.
É interessante e muito didática a forma como a autora discorre sobre
as dimensões presentes na ação docente. Em se tratando da dimensão técnica, ela nos diz que se revela na ação dos professores e não discordo disso. É preciso haver a ligação entre a técnica às outras dimensões, pois assim criam-se formas inovadoras e/ou mais prazerosas para a ação do professor. Isso também deve estar vinculado à sensibilidade de “olhar” consciente para o que se quer ensinar.
REFERÊNCIA
RIOS, Terezinha Azerêdo. Compreender e ensinar: Por uma docência da
Alianças Inconscientes e Grupos de Trabalho: Como ajudar equipes profissionais com dificuldades em atuar de maneira intersetorial na implementação de políticas públicas