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Na presente secção procedemos a uma breve análise dos fundamentos teóricos das

abordagens qualitativas

texto se propõe a discutir os fundamentos teóricos da abordagem qualitativa na pesquisa


educacional. Ele aborda a importância da teoria na pesquisa qualitativa, como os
fundamentos teóricos podem orientar a coleta e análise de dados, e a diferença na
utilização do conceito de teoria em pesquisa qualitativa em comparação com outras áreas.
Além disso, o texto explora a teoria da interação simbólica, a etnometodologia e os estudos
culturais como fundamentos teóricos para a pesquisa educacional

A ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA

Fazem uso de um conjunto de asserções que diferem das que se utilizam quando se estuda
o comportamento humano com o objectivo de descobrir "factos" e "causas".

O texto dedica uma seção para discutir a abordagem fenomenológica na pesquisa


qualitativa. Ele explica que a abordagem fenomenológica enfatiza a importância do
"significado" e das experiências subjetivas dos sujeitos na compreensão do mundo. O texto
também menciona que a perspectiva fenomenológica é uma das bases teóricas mais
comuns para a pesquisa qualitativa e que ela é frequentemente associada ao
interacionismo simbólico. Além disso, o texto apresenta um exemplo de como a
abordagem fenomenológica pode ser aplicada na análise de um diálogo entre os
envolvidos em um acidente de carro.

Segundo o texto, a sociologia fenomenológica foi particularmente influenciada


pelos filósofos Edmund Husserl e Alfred Schutz. Além disso, o texto menciona que
essa abordagem também se coloca na tradição weberiana, que enfatiza a
"verstehen", a compreensão interpretativa das interações humanas.

A investigação fenomenológica começa com o silêncio. O texto menciona que "A


investigação fenomenológica começa com o silêncio" (Psathas, 1973). Essa
afirmação sugere que a abordagem fenomenológica enfatiza a importância de
começar a investigação com uma mente aberta e receptiva, buscando compreender
as experiências e significados dos participantes sem impor preconceitos ou
pressuposições. O "silêncio" pode ser interpretado como uma metáfora para a
suspensão temporária de julgamentos e interpretações prévias, permitindo que os
pesquisadores se abram para compreender as experiências dos participantes de
forma mais autêntica e sem preconceitos.

Os fenomenologistas acreditam que temos à nossa disposição múltiplas formas de interpretar


as experiências, em função das interações com os outros e que a realidade não é mais do que o
significado das nossas experiências (Greene, 1978). Consequentemente, a realidade é
"socialmente construída" (Berger e Luckmann, 1967).

O problema fundamental relativo ao facto de "os seus pontos de vista", conforme discutido
no texto, reside no fato de que essa expressão não necessariamente representa a maneira
como os sujeitos pensam sobre si próprios. Em outras palavras, "os seus pontos de vista" é
um construto de investigação criado pelos pesquisadores, e pode não refletir precisamente
a perspectiva dos sujeitos sobre si mesmos. Isso pode levar a uma intrusão do investigador
no mundo do sujeito, forçando a experiência dos sujeitos a algo que lhes é estranho. No
entanto, essa forma de intrusão do investigador é inevitável na pesquisa qualitativa, uma
vez que os pesquisadores fazem interpretações com base em seus próprios esquemas
conceituais. Portanto, o desafio fundamental é compreender e representar adequadamente
a perspectiva dos sujeitos, reconhecendo as limitações inerentes à construção do "ponto de
vista" como um construto de investigação.

problemas metodológicos e conceptuais.

a realidade só se dá a conhecer aos humanos da forma como é percebida


Essa afirmação reflete a perspectiva dos pesquisadores qualitativos de que a realidade é
percebida de forma subjetiva pelos seres humanos. Em outras palavras, a realidade é
interpretada e compreendida com base nas percepções e experiências individuais. Isso
sugere que a compreensão da realidade é influenciada pelas interpretações e significados
atribuídos pelos seres humanos, em vez de ser uma representação objetiva e universal. Essa
visão está alinhada com a abordagem fenomenológica, que enfatiza a importância da
compreensão do significado que os acontecimentos e interações têm para as pessoas em
situações particulares, reconhecendo a natureza subjetiva da realidade

problemas metodológicos e conceptuais relacionados a A ABORDAGEM


FENOMENOLÓGICA
A abordagem fenomenológica, como qualquer outra abordagem de pesquisa, apresenta
desafios metodológicos e conceituais. Um dos principais desafios é a dificuldade em
capturar a experiência subjetiva dos sujeitos de pesquisa de forma precisa e confiável. Isso
ocorre porque a experiência subjetiva é complexa e multifacetada, e pode ser difícil de
descrever e interpretar. Além disso, a abordagem fenomenológica enfatiza a importância de
compreender o significado que os acontecimentos e interações têm para as pessoas em
situações particulares, o que pode ser difícil de generalizar para outras situações e
contextos. Outro desafio metodológico é a necessidade de uma abordagem reflexiva e
crítica na análise dos dados. Isso envolve a reflexão sobre as próprias suposições e
preconceitos do pesquisador, bem como a consideração cuidadosa das implicações éticas e
políticas da pesquisa. Em termos conceituais, a abordagem fenomenológica pode ser
criticada por sua ênfase na subjetividade e na experiência individual, em detrimento de
fatores sociais e estruturais que podem influenciar a experiência dos sujeitos. Além disso, a
abordagem fenomenológica pode ser vista como limitada em sua capacidade de explicar e
prever comportamentos e eventos, uma vez que se concentra na compreensão da
experiência subjetiva em vez de em fatores objetivos e mensuráveis. Em resumo, a
abordagem fenomenológica apresenta desafios metodológicos e conceituais que devem
ser cuidadosamente considerados pelos pesquisadores que a utilizam

A INTERACÇÃO SIMBÓLICA
A interação simbólica é uma abordagem teórica que enfatiza a importância dos símbolos e
das interações sociais na construção do significado e da realidade social. Essa abordagem,
compatível com a perspectiva fenomenológica, sustenta que a experiência humana é
mediada pela interpretação, e que o significado não é inerente aos objetos, pessoas,
situações ou eventos, mas sim atribuído a eles pelos indivíduos. A interação simbólica
destaca a natureza simbólica da comunicação e das interações sociais, argumentando que
os seres humanos atribuem significados aos símbolos e agem com base nesses
significados. Por exemplo, um objeto pode ter diferentes significados para diferentes
pessoas, dependendo das interpretações simbólicas atribuídas a ele. Essa abordagem
também enfatiza a importância da compreensão das interações sociais e dos processos de
comunicação na construção da realidade social. Ela destaca a natureza dinâmica e
interpretativa das interações sociais, e como essas interações contribuem para a construção
e negociação do significado e da realidade compartilhada. Em resumo, a interação
simbólica é uma abordagem teórica que enfatiza a importância dos símbolos, das
interações sociais e da interpretação na construção do significado e da realidade social, e
está alinhada com a perspectiva fenomenológica

Esse trecho destaca a natureza dinâmica e social da interpretação, conforme descrito pela
abordagem da interação simbólica. Ele enfatiza que a interpretação não é um ato
autônomo, mas é influenciada pelas interações sociais e pelas experiências compartilhadas.
As pessoas constroem significados e definições comuns por meio de interações regulares e
compartilhamento de experiências, mas o consenso não é inevitável, e o significado está
sujeito a negociação e mudança. Essa visão ressalta a importância das interações sociais na
construção do significado e da realidade compartilhada, e reconhece que as definições e
interpretações podem evoluir ao longo do tempo, à medida que as pessoas enfrentam
novas experiências e desafios. Em resumo, esse trecho destaca a natureza social e dinâmica
da interpretação, enfatizando como as interações sociais influenciam a construção de
significados e definições comuns, e como esses significados estão sujeitos a negociação e
mudança.

componente importante da teoria da interação simbólica é o construto do self. O self não é


visto como residindo no interior do indivíduo, como um ego ou um conjunto organizado
de necessidades, motivações e normas ou valores internos.
Esse trecho destaca o conceito de "self" na teoria da interação simbólica. Ao contrário de
abordagens que veem o self como algo interno e individual, a interação simbólica entende
o self como um construto que emerge das interações sociais. O self não é visto como algo
que reside no interior do indivíduo, como um ego ou um conjunto organizado de
necessidades, motivações e normas internas, mas sim como algo que é construído e
definido por meio das interações com os outros. Essa perspectiva enfatiza a natureza social
e relacional do self, argumentando que a identidade e a autoimagem de uma pessoa são
moldadas pelas interações sociais e pelas interpretações dos outros. Dessa forma, o self é
visto como um produto das interações sociais e das negociações de significado que
ocorrem no contexto das relações sociais. Em resumo, na teoria da interação simbólica, o
self é concebido como um construto que emerge das interações sociais, em contraste com
a visão do self como algo interno e individual

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