Anotações Filoso a do Direito

Texto 1 - Reconhecimento da igualdade: os direitos em realidade.

Autor: Madelon Pires Palmeira

“ O primeiro direito usado de forma irresponsável/egoísta pelo homem é o direito de usufruir

como bem entender de sua riqueza”. Página 370

“O suposto direito de utilizar a riqueza ou o poder de controlar as riquezas de modo as vezes

imoral, paradoxalmente como consequência da nobre luta ética pelo respeito à liberdade e da
construção de um estado civil como ferramenta para a proteção da liberdade individual, do
sistema de direito, é o grande responsável pela cadeia que vivem os cidadãos livres”. Página
370

“O longo histórico da perpetuação da miséria de muitos,frente a incalculável riqueza de poucos

pode encontrar justi cação […] nas propriedades que passaram do estado de natureza ao
estado civil sem uma distribuição justa”. Página 370

“A passagem do estado de natureza para o estado civil não admite a eliminação do estado de
natureza, mas sua conservação […] “. Página 371. (Bobbio) Pensamento de Locke e Kant.

“[…]O estado civil é aquele estado que deve de fato possibilitar o exercício dos direitos naturais
através da organização da coação[…]”. Página 371. (Bobbio) Pensamento de Locke e Kant.

# O que signi ca ter direito, frente a uma realidade institucional que permite que qualquer
vontade seja defendida como direito? com um sistema criado para ser medida de direitos ter se
apresentado tão ine caz (?).

Doutrina kantiana do direito e deveres - página 372.

- Compreensão do signi cado de liberdade, único direito natural do homem:

.Todos os demais direito devem derivar do direito natural à liberdade.

.Construção kantiana dos humanos iguais e possuidores de direito

.Filoso a de Imamanuel Kant: homem enquanto ser inteligível e possuidor de propriedades

racionais apriorísticas.

.O desenvolvimento da racionalidade humana como ápice a moralidade que transforma a

natureza/animalidade sensível, instintiva.

.Capacidades racionais e propriedades naturais sendo objetos do mundo empíricos e perenes

(que permanece durante longo tempo).

.Kant via o conhecimento humano como um elemento em constante construção e tendo a

experiência como combustível para o motor mental que possibilita ao homem a construção do
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mundo. - seres humanos como dependentes da experiência para a busca das reais
possibilidades da formação humana.

.A necessidade da experiência de viver em uma sociedade criada de forma racional para regrar
as necessidades naturais.

.Os efeitos da evolução da natureza humana são extremamente lentos.

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- Página 373 e 374

. Para Kant a principal característica humana identidade em um estudo antropológico é a

consciência de si mesmo.

“Que o ser humano possa ter o eu em sua reapresentação, eleva-o in nitamente acima de todos
os demais seres que vivem na terra.[…] Ele é um ser totalmente distinto das coisas, tais como os
animais irracionais , aos que se pode mandar a vontade[…]”. Página 373

. Para Kant a capacidade racional é como uma propriedade humana passível de e transformação
que atua sobre a natureza humana controlando-a.

.Capacidade racional/propriedade humana - transformação- controla a natureza humana.

. Para Kant: somos sujeitos de direitos que possuem duas propriedades: 1. Natureza Sensível
que é controlada pela racionalidade. 2. Essa racionalidade controladora é capaz de se
aperfeiçoar até a moralidade,no entanto sempre possuirá a sua essência.

.O homem pode aperfeiçoar a sua natureza permanente, dependendo da experiência que lhe é
oportunizada.

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.Para Charles Darwin as características da humanidade não são perenes.

.As necessidades de adaptação para as sobrevivências são tão decisivas que não permitem a
existência de um ser perene no tempo. Página 375.

.Para Darwin todas as disposições humanas são propriedades para as quais a necessidade
evolutiva nos tornou predispostos.

.Disposições/propriedades humanas - necessidades evolutivas - predisposição.

.Para Darwin: a natureza humana assim como toda a natureza animal, ou não, pode se
transformar completamente por um processo evolutivo, que não necessariamente preserva
algo “como uma essência “.
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.Ambos autores se referem a possibilidade de transformação oportunizada pelo meio. Somos
seres que se constroem através das experiências as quais somos submetidos, nos construímos
com a nossa interação com o mundo.

.Ser humano capaz de transformar-se dependendo da experiência a qual é submetido.Página

375.

.Somos nós seres humanos a condição da possibilidade de transformação de um ser para

melhor (aperfeiçoamento até a moralidade: Kant), ou para pior (destruição da
humanidade:Kant).Página 375.

.Somos seres que se constroem de uma ou de outra forma dependendo do meio e das
experiências, seres portadores de capacidade de transformação condicionada pelo meio.

. Esta condição de possibilidade de vir a ser consiste na nossa natural igualdade e dignidade.

"Ora, a moralidade é a única condição sob a qual um ser racional pode se m em si mesmo:
porque só através dele é possível ser um membro legislante [...]".Pagina 375

.Deriva da dignidade dos homens o reconhecimento de nossa natural igualdade na teoria moral
kantiana. Página 376.

. A moralidade dos homens como destino da humanidade para a criação de uma doutrina do
direito que se apresenta como modelo ideal para o desenvolvimento de sistemas judiciários.

.Kant reconhece que o meio onde o homem de desenvolve é absurdamente desigual. Página
376

.Para que o homem se torne um ser moral( ou aperfeiçoar suas disposições) ele necessita de
um determinado meio/ambiente/mundo/sociedade, que em seu pensamento só se torna
possível de efetuação sob o auxílio de um estado civil, criação de um sistema jurídico que
regule as relações humana e garanta a política. Página 376

. A não criação do estado civil representa a impossibilidade da construção do homem moral.

. O sistema de direito elaborado por Kant, ocupa o lugar de possibilitador da efetuação da

moralidade. Não é possível em um mundo de seres morais a não existência do Direito, que na
sua essência é um sistema coercitivo que se destina a regular os comportamento.

.No sistema jurídico para cada direito reconhecido encontramos um dever que necessita ser
realizado.

. Dignidade é igual são direitos que deve, ser assegurados pelo Estado Civil idealizado por
Kant, mas que infelizmente antes, durante e após seu tempo, são direitos que não encontram
seus sujeitos de deveres de forma linear.

.A desigualdade teria como origem principal o status que não foram modi cados quando da
passagem dos homens do estado de natureza para o estado civil.
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 "Esta desigualdade legitimada pelo estado civil tem como principal responsável a abissal
desigualdade de distribuição dos recursos naturais disponíveis no estado de natureza, [...]
sendo assim os mais fortes ou astutos caram com muito, e os fracos com pouco ou
nada".Página 377

"Talvez esta seja a única forma possível de justi car a realidade de um mundo tão cruelmente
desigual, a ideia de que por algum motivo os homens ao adentrarem o estado civil tenham
concordado em manter todos os direito conquistados em estado natural (provavelmente
porque a não concordância com esta condição inviabilizaria a criação do Estado)". Página 378

"[...] o não ter se traduz em não ser, é isto é a rmado diariamente pela forma que a sociedade
trata essas pessoas". Página 378

" A atual loso a do Estado de bem - estar social se caracteriza essencialmente pelo con ito de
duas teorias. Temos, por um lado, o libertismo ou libertarianismo que denuncia o Estado de
bem-estar social como ditadura do bem-estar e sistema de trabalho forçado.Temos, por outro
lado, o igualitarismo [...] que pretende obrigar a coletividade á realização de uma justiça
igualitária por meio da igualdade material. Ocorre que uma justiça de igualdade material
implica em nada menos do que em compensar resdistributivamente todas desvantagens
sociais e neutralizar os efeitos políticos". Página 379

. Kersting menciona uma terceira via: fundamentação kantiano-liberal do Estado de bem-estar

social. No entanto, não há considerações porque precisa-se de uma análise mais profunda.

"[...] o caminho para a superação da extrema pobreza, da violência e da desigualdade começa

pela substituição do conceito de liberdade traduzido pelo sistema politico, jurídico e pela
consciência da sociedade como liberdade material, pelo conceito de igualdade/igualdade de
oportunidades".Página 379

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Texto 2 - (Re)pensando o papel do Poder Judiciário na Democracia

Autora: Suelen Weber

Introdução - Página 168

- A decisão judicial parece ter assumido o centro das expectativas dos cidadãos, já que grande
parte das questões da vida cotidiana são levadas ao Poder Judiciário para serem decididas.

- Novas expectativas, desapontamentos que se não forem bem gerenciados, podem causar
irritações e colapsos nos sistemas.

- É preciso observar qual papel julgadores e organizações desempenham dentro do processo

de tomada de decisão.
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- Na sociedade os participantes do processo passaram a ter mais angústia, desestabilização, e
não mais surpresa. Isso afeta as estruturas da própria sociedade.

- Possibilidade de solução: decisões judiciais que contenham fundamentação capaz de gerar

aprendizagem. Página 168.

- A legitimação da Política dão sinais de esgotamento, enquanto o Poder Judiciário parece

mais do que nunca assumir a responsabilidade pela tomada de decisões.

- Criam-se con itos em razão das expectativas direcionadas ao Poder Judiciário,

principalmente porque essas são direcionadas a um sistema que não tem função de das as
melhores respostas a estas insatisfações, embora tenha a obrigação de,ao ser provocado,
decidir.

- Legitimidade ilegítima do Poder Judiciário.

"[...] direcionar em um primeiro plano nossas expectativas ao sistema politico não trará sempre
comunicações positivas e estáveis". Página 169.

- Contemporaneidade Brasileira: as observações super ciais são conseguem perceber que

criam expectativas jurídicas, sobre assuntos que são de operação do Sistema da Política.

- A Política é uma sistema social, assim como o Direito.

- Direito e Política são sistemas diferentes, mas que sempre se comunicam

- Todos esperam um decisão judicial.

- O Poder Judiciário ainda segue muito acreditado pela população brasileira. O Sistema
Politico não.
- Visão simplista que a política enquanto partidos e governantes é o próprio sistema Político.

- Hoje, toda e qualquer frustração ou dissabor enfrentado é reportado ao Sistema Político na

busca de criação de uma lei ou ao Poder Judiciário em busca de uma decisão. Página 170
- Essa questões re etem em nossa sociedade e comunicam nela, fomentam ações e geram
consequências.

- O Sistema Político é limitado pela própria ideia de Estado Democrático de Direito, o qual
prescreve que é preciso respeitar liberdades previstas na CF antes de prescrever punições.

- Limitações do Sistema Político e do Sistema Judiciário são semelhantes. Página 170

- Para uma expectativa ser internalizada pelo Sistema da Política a ser transformar em uma lei
( em termos amplos ), ela terá que suplantar alguns elementos do sistema. Entre estes
elementos, está a eleição. Página 171.

- Eleição no sentido de como a expectativa da informação que vai ser absorvida e

operacionalizada pelo sistema.
- Dupla seleção: 1. Sistema da Política e 2. Sistema do Direito.
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 - Sistema da Política que tem a função da elaboração das leis.

- Crise de fundamentação das decisões judiciais.

- A sensação de segurança leva a estabilidade.

- Não como se considerar as expectativas e interesses de cada cidadão, e a criação legislativa

então é feita através de uma cção de que esta lei representa o interesse de todos. Página
172.

- O Direito nao deve estabilizar apenas expectativas das comunicações sociais, dos indivíduos
ou de outros sistemas, mas“El sistema del Derecho incluso debe estabilizar expectativas que
se le dirigen a él mismo”. (Luhman, 2002,p.135), para que possa viabilizar a sua própria
operação.

- Mesmo que exista estabilidade, ainda assim há possibilidade de ocorrerem decepções.Isso

não será um problema desde que não seja uma prática costumeira.

- As normas por si só, mesmo que sejam expectativas de comportamento na forma

generalizada e com duração temporal , permitem que ocorram desilusões.

- O problema da Constituição Federal. Página 173, parágrafo 2 e 4.

- Em um sociedade de muitas possibilidades surgem frustrações, as quais não são bem

assimiladas pelas pessoas.

- Os desapontamentos vem superando as realizações sociais.

- A democracia não só evolui mas também acompanha evolução da sociedade.

- Em um país em que não há efetivação dos direitos fundamentais, há um Estado de Direito,

mas não um Estado Democrático.

- Neste momento histórico, o importante é a institucionalização da democracia, e não a forma

de Estado ou regime do poder. Página 174.

- Poder é fonte de diversas satisfações e insatisfações. Página 174, parágrafo 3.

- “Nos resta legitimamente a fazer em relação aos jogadores é que eles fundamentem e
justi quem muito bem as suas decisões judiciais”. Uma decisão terá que ser proferida com
argumentos jurídicos para ter legitimidade.Página 175.

- O aprendizado é a base da modi cação, e isso não é diferente com as decisões judiciais, elas
precisam proporcionar aprendizado.
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