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COMO FICAM OS REAJUSTES ANUAIS DOS VALORES LOCATÍCIOS EM TEMPOS DE PANDEMIA?

Como todos sabem, a pandemia do Covid-19 acarretou um déficit financeiro em toda a


economia, provocando proporções gigantescas no setor locatício.

No comércio, os locatários foram diretamente afetados pelos decretos das autoridades


públicas no intento de conter a disseminação do coronavírus, atingindo drasticamente as suas
rendas. Lado outro, muitos Locadores também sofreram com a inadimplência dos seus
locatários, e em muitos casos, com o rompimento forçado do contrato de locação.

Não bastasse isso, os contratos de aluguel que porventura se encontram sujeitos aos reajustes
de correção pelo índice IGP-M (índice Geral de Preços-Mercado), sofreram o maior percentual
dos últimos 18 anos, acumulando uma alta de 25,71% no período de 12 meses.

Isso significa que se o seu contrato tiver como parâmetro o índice de reajuste
supramencionado, estará sujeito a um aumento considerável nos valores locatícios. É neste
ponto que se deve sempre atentar para as previsões inseridas em contrato.

Por sorte, o Código Civil Brasileiro socorre o inquilino desafortunado nessa situação, sob o
entendimento de se estar em uma circunstância contratual imprevisível, de caso fortuito ou
força maior, possibilitando a adequação do preço do aluguel, nos termos dos artigos 317, 478
e 393.

A correção de valores contratuais por meio do índice de reajuste pode ser realizada com base
nos principais índices de inflação do Brasil, entre eles o INPC, IGP-DI, IGP-M, INCC e IPCA.

O IGP-M é o mais aplicado em contratos de alugueres e a justiça, neste atual momento, o tem
considerado como desproporcional para o reajuste locatício, ainda que se possa estar previsto
em contrato, reduzindo para um outro índice com reajuste mais ameno, como é o caso do
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) que pode chegar à 5,06%.

Se o seu caso se enquadra na majoração significativa dos valores de locação, aconselhamos a


busca de uma assessória jurídica e se necessário, abordar a questão com o seu locador sob um
viés negocial, a fim de que o litígio seja evitado. Na falta deste, será necessário socorrer a
justiça para manter o equilíbrio contratual entre as partes e proporcionar ao locatário
condições de continuar arcando com os débitos locatícios de forma regular e com uma maior
equanimidade.

AUTOR: IAGO SARDINHA DE OLIVEIRA, Advogado inscrito na OAB-ES 31.548, pós-graduando


em Processo Civil e Direito do Trabalho, membro da Comissão da Jovem Advocacia do Estado
do Espírito Santo.

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