Cinco passos para trazer a inflação para baixo de 10%
By: Wilson Chimuco
As soluções, práticas, para acabar com a inflação elevada em Angola já foram ensaiadas e com sucesso – Âncora Cambial - 2009-2014 – e Reservas Estratégica Alimentar – 2022 -. Nos dois períodos, a inflação foi para 7% e 13%, respectivamente, os menores níveis registados nos 31 anos de registo estatístico de inflação no país. Os seguinte passos podem contribuir no debate: 1.Ir buscar deflação na China. A China tem vindo a apresentar deflação nos últimos meses. E é também o principal parceiro comercial e melhor, tem taxas de câmbio fixas. Basta que ancoremos a taxas de câmbios bilateral que vamos trazer bens de consumo final, intermediário e capital cada vez mais baratos e introduzi-los na mesa e no processo produtivo local que, ao seu tempo, 6 a 18 meses, deverão influenciar a evolução dos preços dos produtos não transacionáveis locais. Att. Existe a possibilidade de se queimar as Reserva Internacionais (3 a 5 mil milhões USD), dependendo da decisão do BNA em deixar o Bmach funcionar. E quando possível, negociar a entrega da mercadoria com o incoterm DPU - Delivered At Place Unloaded -. 2.Revitalizar a Reserva Estratégica Alimentar. Através da definição de contratos/seguros a produtores familiares – Interação directa com a UNACA/APPA para a revitalização das cooperativas agrícolas – de concessão de insumos agrícolas – fertilizantes, adubos, etc. - e fazer a aquisição de produtos locais nas zonas de produção e levá-los às zonas de consumo, à custa da REA. 3. Definir uma Lei contra a inflação. Que define as regras e critérios públicos de fixação de preços para todos os sectores da economia e as competentes penalizações financeiras e administrativas para os incumpridores. A lógica não é de repressão da iniciativa privada, mas pedagógica para que haja algum racional no processo de definição e fixação de preços na economia. 4.Reduzir os desperdícios orçamentais. Congelar todas as despesas correntes e de investimento, excluindo salários e juros, que não passem por leilão competitivo – inverso - e aberto, começando pelos órgãos centrais. 5.Expandir os serviços de pagamentos móveis e de internet no país. Assegurar a interoperabilidade do sistema de pagamentos e educar a população a usar meios de pagamentos móveis e digitais para produtos com preços acima de 5.000,00 KZ, com fim de reduzir a massa monetária através de contratos de pagamentos/recebimentos sem o lastro da autoridade monetária – Lavagem de dinheiro -. Quais os custos? ·No curto prazo, muitas empresas vão registar prejuízo, outras terão de cortar o investimento e encerrar. ·O Estado deverá perder relevantes receitas - fiscais e financeiras, pois é de longe o grande beneficiário da inflação em Angola –, e apurar saldos fiscais negativos. ·Os bancos terão de se reinventar – são os segundos maiores beneficiários-, focar-se mais no crédito e menos nas cambiais e títulos públicos. Os benefícios? Vamos ter uma economia funcional