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DIDÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS

Kelly Cristina Ugolini de França


José Clóvis Lins da Silva

1. INTRODUÇÃO
A Língua Inglesa exerce forte influência sobre o mundo todo, sobretudo
porque o Inglês é a língua oficial dos negócios e da tecnologia e cada vez mais, faz-
se necessário o seu aprendizado.
Assim sendo, cresce ainda mais a necessidade do aprendizado da língua
inglesa, especialmente para crianças, pois quando se aprende quando ainda é
jovem a facilidade é muito maior de assimilação e aprendizado.
Para ministrar aulas aos mais pequenos, a aula deve ser pensada de maneira
totalmente diferente, de maneira que envolva a criança completamente pelo idioma
e de forma lúdica.
Quando ela está um pouco mais velha, por volta do ensino fundamental I,
deve ser acrescido um grau um pouco maior de dificuldade para que o
conhecimento possa ser assimilado, e ainda assim com jogos e muita atividade
visual.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O inglês está em tudo e é a língua mais falada no mundo. Segundo Lorenzi e
Fiamoncini (2018), O mundo tecnológico também faz uso de termos na língua
inglesa, até mesmo em países como China e Japão, onde a língua oficial é o
mandarim.
Mesmo que a LDB 9.394/96 proporcione autonomia para que línguas como o
francês, italiano, alemão e espanhol sejam ensinadas nas escolas, o inglês ainda é
preferencialmente escolhido, segundo CÉSAR; CAVALCANTI (2007). A procura por
escolar de inglês também cresce a cada dia, especialmente para crianças.

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SCHÜTZ (2007) verificou em seus estudos que a criança possui maior
assimilação do que um adulto na aquisição de segunda língua e esta pode ser uma
das razões pelas quais a procura por escolas de idiomas cresce tanto. Sabendo
disso, é necessário que se entenda que o aprendizado em crianças ocorre de
maneira diferente de um adulto, de forma mais lúdica.

Segundo CASTRO (2021, p.6), é necessário que a aula de inglês


seja pensada didaticamente através do inglês, as estratégias
pedagógicas no contexto infantil devem ter a mediação através da
L1. Brincar, cantar, utilizar materiais de papelaria, pintura e desenho
de forma lúdica.

Já aos dois anos de idade, segundo Vygotsky (1996), as curvas da evolução


do pensamento da fala se encontram para que o pensamento verbal seja criado.
Portanto, pode-se afirmar que se a criança for exposta ao idioma, ela o aprenderá
sem que seja necessário ensiná-lo. Entende-se então, que ao ministrar uma aula
para crianças dessa faixa etária, não se tratará de ensinar da maneira convencional,
tal qual o professor explica e a criança aprende, mas sim fazer uma aula imersiva na
língua inglesa, com músicas, jogos e brincadeiras, no idioma inglês.

A imagem mostra como as crianças devem estar imersas na aula, pois assim terão
mais facilidade de aprendizado. Além disso, estão fazendo uma atividade dinâmica,
a qual é divertida e interessante para eles. Fonte:

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<https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1490/o-que-fazer-quando-as-turmas-da-
educacao-infantil-recebem-ainda-mais-criancas>

Segundo Almeida Filho (1998, p.38), “aprender uma língua estrangeira é


quase sempre uma experiência intensa (mágica mesmo) para iniciantes reais em
situações de normalidades”. Sendo assim, deve-se colocar a criança em situações
do dia-a-dia, para que ocorra a assimilação dela com situações reais.
Sobre a aprendizagem, Oliveira (1992, p. 33) salienta que “a aprendizagem
desperta processos internos de desenvolvimento que somente podem ocorrer
quando o indivíduo interage com outras pessoas”. Ou seja, a interação com outras
crianças é de extrema importância, pois assim, desenvolve não somente a língua,
mas também uma relação de pertencimento a um grupo, o que faz as crianças se
sentirem mais confortáveis com outras iguais a ela.
Além disso, na abordagem comunicativa o professor deixa de ser o centro do
ensino e passa a condição de mediador do processo pedagógico. Do aluno, é
esperado que desempenhe o papel sujeito de sua aprendizagem. De acordo com
essa concepção, as atividades pedagógicas devem priorizar a comunicação, por
meio de jogos, dramatizações, etc. (Paraná, 2008, p. 47)
O ensino através da oralidade, como em músicas e vídeos é um recurso que
pode e deve ser usado. Outro recurso importante são os objetos concretos, pois
além de visualizarem eles estarão tocando os objetos, o que ajuda a desenvolver
múltiplas inteligências. De acordo com Lorenzato (2006), o material concreto
funciona como uma ferramenta de apoio para o educador conciliar teoria e prática
objetivando uma aprendizagem significativa do aluno.

O trabalho através da manipulação de objetos possibilita o


desenvolvimento da criança em habilidades como discriminação e
memória visual. É muito difícil, ou provavelmente impossível, para
qualquer ser humano, caracterizar espelho, telefone, bicicleta ou
escada rolante sem ser visto, tocado ou utilizado esses objetos,
quando ouvem o nome do objeto, sem precisarem dos apoios iniciais
que tiveram dos atributos tamanho, cor, movimento, forma e peso.
Os conceitos evoluem com o processo de abstração; a abstração
ocorre pela separação (LORENZATO, 2006, p. 22)

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Para crianças um pouco maiores, as que já estão no ensino fundamental I,
ainda é necessário que o aprendizado ocorra de maneira divertida. Entretanto, as
atividades devem ser diferentes daquelas trabalhadas com os menores, usar
desenhos animados, contar histórias e jogos de competição são exemplos do que
pode ser feito.
O aprendizado do vocabulário deve ser com base nas vivências da criança,
por exemplo, de nada adianta ensinar sobre as montanhas para crianças que vivem
na praia. Segundo Fiamoncini e Lorenze (2018, p. 56), “Isso ocorre porque apenas
ouvir uma língua estrangeira sem saber do que se está falando não levará a criança
a aprender o idioma”.

3. METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada com foco na didática de ensino da língua inglesa
para crianças, desde muito pequenas, com dois anos de idade até os doze, que é
quando estão no ensino fundamental I.
Por meio de pesquisa em livros e artigos científicos relacionados ao tema
proposto: A importância do uso de recursos didáticos para o ensino da língua
inglesa, foram encontrados diversos autores que falam a respeito de tal e assim,
trazer para o presente artigo, enriquecendo-o de informações.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base na pesquisa proposta, verificou-se que crianças, independente da
faixa etária, assimilam o conhecimento de maneira lúdica. Contudo, deve haver
sempre certa distinção de como trabalhar a ludicidade de acordo com a idade de tal.
Com crianças mais novas, é sempre importante que o conteúdo seja
transmitido de maneira imersiva e leve, sempre por meio de brincadeiras, objetos
concretos, dramatizações, e sempre inserindo vocabulário simples.
Com as crianças que já iniciaram o ensino fundamental I, a didática de ensino
muda um pouco. Deve ser trabalhado com histórias, as quais podem ser por meio
de desenhos animados que prendem a atenção das crianças, por histórias
contadas, etc. Nesta faixa etária, os jogos de competição também são muito

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proveitosos para o aprendizado delas, sempre de forma que a criança se sinta bem
em sala de aula.
Portanto, a exposição à segunda língua deve ser feita de maneira prazerosa,
de maneira alguma forçada ou imposta, pois dessa forma, não trará bons
resultados, pois na infância, a criança aprende brincando.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas.


2 ed. Campinas: Pontes, 2002.

CASTRO, Rafael Vetromille; KIELING,Helena dos Santos. Metodologias Ativas e


Recursos Digitais Para o Ensino de L2: Uma Revisão Sobre Caminhos e
Possibilidades. 2021. 18 f. Tese - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2021.

CÉSAR, A. L..; CAVALCANTI, M. C. Do singular ao multifacetado: o conceito de língua com


o caleidoscópio. In: CAVALCANTI, M. C; BORTONI-RICARDO, S. M. Transculturalidade,
Linguagem e Educação. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2007.

LORENZATO, Sergio. O Laboratório do Ensino de Matemática na Formação de


Professores. Campinas:Autores Associados, 2006.

LORENZI, Estela Maris Bogo; FIAMONCINI, Luciana. Didática da língua inglesa. 1 ed.
Indaial: Uniasselvi, 2018.

OLIVEIRA, Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico.


São Paulo: Scipione, 1992

PARANÁ, Governo do Estado do. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira


Moderna para Educação Básica. Curitiba, 2008.

SCHÜTZ, Ricardo. Assimilação natural x ensino formal. English Made in Brasil, 2006.
Disponível em: <http://www.sk.com.br/sk-laxll.html>. Acesso em: 14 nov. 2021.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996.

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