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MECANISMO

FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO
Inicialmente, o NO3 – é reduzido a NO2 – pela nitrato-
redutase, e então o NO2 – é reduzido a NH4 1 em uma
Nitrificação: O primeiro passo no ciclo é a fixação transferência de seis elétrons, catalisada pela nitrito-
(redução) do nitrogênio atmosférico, por bactérias redutase
fixadoras de nitrogênio, produzindo amônia (NH3 ou
A nitrato- -redutase é uma proteína grande e solúvel
NH4+). Embora a amônia possa ser utilizada pela maior
parte dos organismos vivos, bactérias do solo, que Dentro da enzima, um par de elétrons, doados pelo

obtêm sua energia pela oxidação da amônia em nitrito NADH, flui pelos grupos ¬SH da cisteína, FAD e de um

(NO2–) e, por fim, em nitrato (NO3–), são tão citocromo (cit b557), e daí para um novo cofator

abundantes e ativas que praticamente toda a amônia contendo molibdênio, antes de reduzir o substrato

que chega ao solo é oxidada a nitrato. NO3 – a NO2

Desnitrificação: Plantas e muitas bactérias podem Seis elétrons, doados um por vez pela ferredoxina,

captar e reduzir facilmente nitrato e nitrito a amônia, passam por um centro 4S-4Fe na enzima e, então, por

pela ação de nitrato e nitrito-redutases. uma nova molécula do tipo heme (siro-heme) antes
de reduzir o NO2 – a NH4 1 (Figura 22-2). Em
A amônia assim produzida é incorporada nos
microrganismos não fotossintéticos, o NADPH fornece
aminoácidos pelas plantas. Animais podem utilizar as
os elétrons para essa reação
plantas como fonte de aminoácidos, tanto não
essenciais quanto essenciais, para construir suas
proteínas. A fixação do nitrogênio é realizada por enzimas do

Quando os organismos morrem, a degradação complexo da nitrogenase

microbiana de suas proteínas retorna a amônia ao O primeiro produto importante da fixação do


solo, onde bactérias nitrificantes novamente a nitrogênio é a amônia, que pode ser utilizada por
convertem em nitrito e nitrato. Um equilíbrio entre o todos os organismos, seja diretamente ou após
nitrogênio fixado e o nitrogênio atmosférico é mantido conversão em outros compostos solúveis, como
por bactérias que reduzem nitrato a N2 em condições nitritos, nitratos ou aminoácidos.
anaeróbias, processo denominado desnitrificação
A redução do nitrogênio em amônia é uma reação

Essas bactérias do solo utilizam NO , e não O2, como
3 exergônica
aceptor final de elétrons, em uma série de reações
A ligação tripla N ‚ N, entretanto, é muito estável
que, da mesma forma que a fosforilação oxidativa,
Assim sendo, a fixação do nitrogênio tem uma energia
gera um gradiente de prótons transmembrana, que é
de ativação extremamente alta, e o nitrogênio
utilizado para sintetizar ATP.
atmosférico é quase quimicamente inerte, em
condições normais

A fixação biológica do nitrogênio é realizada por um


complexo altamente conservado de proteínas,
denominado complexo da nitrogenase, cujos Na reação catalisada pela dinitrogenase-redutase,
componentes centrais são a dinitrogenase-redutase e tanto a ligação do ATP quanto sua hidrólise
a dinitrogenase determinam alterações conformacionais na proteína
que ajudam a superar a alta energia de ativação da
A dinitrogenase é reduzida pela transferência de
fixação do nitrogênio.
elétrons a partir da dinitrogenase-redutase (Figura 22-
4). SIMBIOSE

O tetrâmero da dinitrogenase apresenta dois sítios de A relação simbiótica entre plantas leguminosas e
ligação para a redutase. Os oito elétrons necessários bactérias fixadoras de nitrogênio nos nódulos de suas
são transferidos, um a um, da redutase para a raízes engloba os dois problemas do complexo da
dinitrogenase: uma molécula de redutase reduzida nitrogenase: as necessidades de energia e a labilidade
liga-se à dinitrogenase, transfere um único elétron e frente ao oxigênio. É provável que a energia
então a redutase oxidada se dissocia da dinitrogenase, necessária para a fixação do nitrogênio tenha sido a
em um ciclo que se repete. força que evolutivamente levou a essa associação
entre planta e bactéria.
Cada volta do ciclo requer a hidrólise de duas
moléculas de ATP pela redutase dimérica. As bactérias nos nódulos das raízes têm acesso a um
grande reservatório de energia na forma de
A fonte imediata de elétrons para a redução da
abundantes carboidratos e intermediários do ciclo do
dinitrogenase-redutase varia, podendo ser a
ácido cítrico, disponibilizados pela planta. Isso pode
ferredoxina reduzida (ver Seção 19.8), a flavodoxina
permitir à bactéria fixar nitrogênio em quantidades
reduzida, e talvez outras fontes que também tenham
centenas de vezes maiores que o fazem suas primas
um papel nessa redução. Em pelo menos uma espécie,
de vida livre, nas condições normalmente encontradas
a fonte primária de elétrons para reduzir a ferredoxina
no solo. Para resolver o problema da toxicidade pelo
é o piruvato
oxigênio, as bactérias nos nódulos das raízes ficam
banhadas em uma solução contendo uma
hemeproteína ligadora de oxigênio, a leg-
hemoglobina, produzida pela planta

A fixação do nitrogênio é um processo


energeticamente dispendioso: 16 moléculas de ATP e
8 pares de elétrons produzem apenas 2 NH3
A amônia é incorporada em biomoléculas via O a-cetoglutarato, intermediário do ciclo do ácido
glutamato e glutamina cítrico, sofre aminação redutora, com a glutamina
como doador de nitrogênio
O glutamato é fonte de grupos amino para a maior
parte dos demais aminoácidos, por meio de reações O glutamato também pode ser formado por meio de
de transaminação outra via, embora de menor importância: a reação
entre a- -cetoglutarato e NH4 1, formando glutamato
O nitrogênio amídico da glutamina é fonte de grupos
em uma única etapa. Essa reação é catalisada pela L-
amino em uma ampla gama de processos
glutamato-desidrogenase, uma enzima presente em
biossintéticos.
todos os organismos. Os equivalentes redutores são
As vias biossintéticas para a produção de glutamato e fornecidos pelo NADPH
glutamina são simples, e todos os passos ou alguns
deles ocorrem na maioria dos organismos.

A via mais importante para a incorporação de NH4+ em


glutamato é constituída por duas reações.
Inicialmente, a glutamina-sintetase catalisa a reação
entre glutamato e NH4+, produzindo glutamina. Essa
reação ocorre em duas etapas, com o g-glutamil-
fosfato ligado à enzima como intermediário

Em células eucarióticas, a L-glutamato- -desidrogenase


localiza-se na matriz mitocôndria

A reação da glutamina-sintetase é um ponto


importante de regulação no metabolismo do
nitrogênio

(A enzima do tipo II, de eucariotos e de algumas


bactérias, tem 10 subunidades idênticas.)

A alanina, a glicina e pelo menos seis produtos finais


do metabolismo da glutamina são inibidores
alostéricos da enzima (Figura 22-8).
Cada inibidor por si só produz apenas uma inibição
parcial, mas os efeitos de múltiplos inibidores são
mais que aditivos e todos os oito em conjunto
praticamente “desligam” a enzima.

Esse é um exemplo de inibição por retroalimentação


cumulativa. Esse mecanismo de controle fornece um
ajuste constante dos níveis de glutamina, de forma a
satisfazer as necessidades metabólicas imediatas da
célula.

Sobreposta à regulação alostérica, está a inibição por


adenililação (adição de AMP) da Tyr397, localizada
próxima ao sítio ativo da enzima (Figura 22-9).

Essa modificação covalente aumenta a sensibilidade


aos inibidores alostéricos, e a atividade diminui à
medida que mais subunidades vão sendo adenililadas.

Tanto a adenililação quanto a desadenililação são


realizadas pela adenilil-transferase parte de uma
cascata enzimática complexa que responde aos níveis

A regulação alostérica de uma enzima individual pode de glutamina, a-cetoglutarato, ATP e Pi .

ser consideravelmente mais complexa. A atividade da adenilil-transferase é modulada pela


ligação a uma proteína reguladora denominada PII, e a
Seis produtos derivados da glutamina atuam como
atividade da PII, por sua vez, é regulada por
moduladores na retroalimentação negativa da enzima,
modificação covalente (uridililação), novamente em
e os efeitos gerais desses e de outros moduladores
um resíduo de Tyr.
são mais que aditivos. Tal regulação é denominada
inibição orquestrada Ativação: O complexo entre adenilil-transferase e PII
uridililada (PII-UMP) estimula a desadenililação,
enquanto o mesmo complexo, com a PII desuridililada,
estimula a adenililação da glutamina-sintetase. Tanto a
uridililação quanto a desuridililação da PII são
catalisadas por uma única enzima, a uridilil-
transferase.
Inibição: A uridililação é inibida pela ligação de
glutamina e Pi à uridililtransferase e é estimulada pela
ligação de α-cetoglutarato e ATP à PII.

A regulação não cessa nesse ponto. A PII uridililada


também controla a ativação da transcrição do gene
que codifica a glutamina-sintetase, aumentando a
concentração celular da enzima; a PII desuridililada,
por sua vez, determina uma diminuição na transcrição
do mesmo gene.

O resultado final desse elaborado sistema de controle


é uma diminuição na atividade da glutamina-sintetase
quando os níveis de glutamina estão altos e um
aumento nessa atividade enzimática quando os níveis
de glutamina estão baixos e houver disponibilidade de
a-cetoglutarato e ATP (substratos da reação da
sintetase). O

Mais de doze reações biossintéticas conhecidas


utilizam a glutamina como a principal fonte
fisiológica de grupos amino 1) O nitrogênio g-amídico da glutamina (em vermelho)
é liberado como NH3 , em uma reação que
Como classe, as enzimas que catalisam essas reações
provavelmente envolve um intermediário covalente
são denominadas glutamina-amidotransferases.
glutamil-enzima. A NH3 viaja através de um canal até
Todas elas apresentam dois domínios estruturais: o segundo sítio ativo.
um deles liga a glutamina e o outro liga o segundo
2) A NH3 reage com qualquer de diversos aceptores.
substrato, um serve como aceptor do grupo amino

Um resíduo de Cys conservado no domínio onde


ocorre a ligação da glutamina atue como nucleófilo,
clivando a ligação amida da glutamina e formando
um intermediário glutamil-enzima covalentemente
ligado.

A NH3 produzida nessa reação não é liberada e sim


transferida por meio de um “canal de amônia” a um
segundo sítio ativo, onde reage com o segundo
substrato, formando um produto aminado.

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