PROJETO DE INTERVENÇÃO CÓDIGO:

(DISCIPLINA DE EXTENSÃO - DISCENTE)

APROVADO POR: -Diretor (a) Adjunto de Regulação DATA: 27/07/2023 VERSÃO: 00

UNINASSAU

DESAFIOS PARA A PRESERVAÇÃO DA DIGNIDADE

SEXUAL E EQUIDADE DE GÊNERO NAS
UNIVERSIDADES

Fortaleza
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2023

CURSO(S) PROPONENTE(S):
ÁREA TEMÁTICA:
DISCENTES RESPONSÁVEIS:
(nome e matrícula)
QUANTIDADES DE ALUNOS NO PROJETO
DADOS DO PROJETO
Direito
A Sociologia dos Direitos Fundamentais
Ana Layza Menezes (01631673), Caio Ferreira (01642852), Carlos Eduardo Martins
(01634268), David Diniz (01659309), Ian Matos (01658881), Lais Oliveira (01612560),
Levi Emanoel Pereira (01657872), Natalie Gomes (01659107), Ryane Castro (01644207),
Victor Bastos (01652656)
10

1. Introdução:

Os direitos fundamentais, previstos no artigo 5º da Constituição de 1988 são a base do

ordenamento jurídico brasileiro e são essenciais para a garantia de que cada cidadão terá liberdade, moradia,
educação, e, principalmente, a dignidade humana, sexual, e a equidade de gênero . Todavia, como menciona
Gilberto Dimenstein em seu livro "Cidadão de Papel", apesar do Brasil ter um sólido aparato legislativo,
parte dele mantém-se restrito ao plano teórico, ou seja, ficando apenas no "papel".

Nesse sentido, é necessário analisar que apesar da soberana Carta Magna promover vários desses
direitos, muitas cidadãs acabam tendo seus direitos negligenciados e são alvos de opressão através de
crimes contra a dignidade sexual, como o assédio e a importunação sexual, ou de discriminação de gênero.
Essa questão, apesar de ser arcaica, ainda acomete a contemporaneidade haja vista que possui uma infeliz
herança histórica fundamentada na violência e são o reflexo de uma sociedade machista e misógina na qual
a opressão às mulheres impera em todos os sentidos e, inevitavelmente, atingindo o ambiente universitário
que de acordo com LEW Wanderley (2017), deveria ser um instrumento para a transformação da sociedade
que ao garantir o pluralismo ideológico e a liberdade de pensamento, cumpriria o papel de crítica aos
sistemas políticos.

É indubitável os diversos avanços que ocorreram ao longo do tempo no que tange a inclusão social
nos ambientes educacionais de ensino superior, porém reconhecer o caráter elitista das universidades é a
chave para alcançar a raiz do problema. Desse modo, é imprescindível a discussão acerca dos papéis de
gênero impostos pela sociedade, como corroboram tais para a perpetuação da misoginia nas instituições de
ensino, e como se estabelecem as relações de poder embasadas na violação da dignidade sexual e na

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submissão feminina.

Portanto, é essencial conscientizar e informar a população, em especial as mulheres, sobre os seus

direitos, e como reagir, e recorrer judicialmente caso estes sejam violados. Com essa iniciativa, espera-se
que a preservação da dignidade sexual e igualdade de gênero seja uma realidade cada vez mais sedimentada
nas instituições de ensino superior e, por conseguinte, respeite os princípios constitucionais, como o
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana que tem como fundamento o respeito pela integridade física e
psicológica, tal qual o fundamento do Neoconstitucionalismo, doutrina majoritária na conjuntura
contemporânea, que segundo Pedro Lenza, tem como objetivo a busca pela eficácia da Constituição,
deixando o texto de ter o caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo, sobretudo diante da
expectativa de concretização dos direitos fundamentais, tais princípios que são primordiais para o convívio
social ordenado.

2. Objetivo:
O projeto tem como objetivo central a análise e enfrentamento dos desafios inerentes à questão da
discriminação de gênero e importunação sexual no contexto universitário, e outros diversos atos que ferem a
dignidade sexual, a partir disso, visitar instituições de ensino superior, entrevistar o público alvo escolhido,
esperando assim, receber relatos de episódios do qual foram vítimas, conscientizando-as por meio de
panfletos que serão distribuídos, de como reagir caso tenham seus direitos atacados.

O Projeto de Extensão engloba a eficácia da Constituição Federal de 1988 e a aplicação dos

direitos e garantias fundamentais, no qual o priorizado foi o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, em
especial o direito à segurança, principalmente do público feminino, em uma perspectiva de ‘segurança com
si mesmas’, de poderem transitar tranquilamente em ambientes diversos: transportes públicos, de trabalho,
em festas, até mesmo no campus de sua respectiva instituição, sem esse medo no qual são submetidas no
cotidiano: de a qualquer momento poderem serem vítimas de assédio, importunação sexual e sexismo.

A ideia de entrevistar o público feminino das universidades tem como expectativa dar um suporte
especial para as vítimas de episódios de atentatos à dignidade, moralmente, remetendo o caráter axiológico
da Constituição, tanto juridicamente, conciliando-as de como, e a quem, recorrer judicialmente diante de
tais eventos, utilizando de mecanismos jurídicos disponíveis no ordenamento jurídico atual, alertando-as

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que isso é inadmissível, principalmente em um ambiente no qual deveria ser priorizado a disciplina, o
respeito e a educação em primeiro lugar. Visa-se, assim, que a dignidade sexual e a equidade de gênero
sejam preservadas, e tais direitos fundamentais sejam concretizados e garantias respeitadas.

3. Caracterização da área:

A cidade de Fortaleza, localizada no estado do Ceará, é uma metrópole costeira que se destaca por
sua diversidade geográfica, cultural e econômica. De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fortaleza é a quinta cidade mais populosa do Brasil, com uma
população que supera os 2,7 milhões de habitantes, de acordo com o Censo Demográfico de 2020 (IBGE,
2020). Além de sua relevância demográfica, Fortaleza é um centro econômico significativo, abrigando uma
ampla gama de atividades industriais, comerciais e de serviços. É um ambiente diversificado que atrai
moradores de todas as idades, incluindo especificamente uma população idosa. Vamos explorar alguns

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bairros específicos de Fortaleza que se destacam por serem frequentados por idosos, bem como fornece
informações demográficas e econômicas dessas áreas com base nos dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

Universidade Federal do Ceará (UFC)

(FEAAC)

A Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC), que compreende

dois campi: FEAAC Velha, está situada na Av. da Universidade, número 2431, em Benfica, Fortaleza - CE,
e FEAAC Nova - Bloco Didático III, localizada na R. Mal. Deodoro, número 400, em Benfica, Fortaleza -
CE.

A fundação da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará, em 10 de novembro de 1938, sob a

liderança do Professor Djacir de Lima Menezes, representa um marco de grande relevância no cenário
acadêmico regional. Inicialmente estabelecida em um edifício na Rua Liberato Barroso, número 1425, no
bairro Jacarecanga, essa instituição de ensino superior passou por um processo de incorporação ao Governo
do Estado, conforme estipulado pela Lei número 225, datada de 15 de junho, transcorrendo uma década
após a sua fundação. Decorridos 18 anos desde sua criação, a Faculdade foi integrada, em 1956, à
Universidade Federal do Ceará (UFC).

A Universidade Federal do Ceará (UFC), em razão de seu amplo corpo discente composto
majoritariamente por jovens universitários, assume uma posição estratégica para a pesquisa e compreensão
do cotidiano desses indivíduos. Portanto, a escolha do presente local para a realização deste estudo se
justifica pela necessidade de disseminação de informações e pelo aprofundamento do entendimento acerca
das questões relacionadas aos desafios no combate à discriminação de gênero e à importunação sexual nas
instituições de ensino superior.

Campus do Pici

Com 212 mil quilômetros quadrados e muita área verde, o campus do Pici é o maior da
Universidade Federal do Ceará Av. Mister Hull, s/n – Pici,Fortaleza - CE , eleita entre as 10 melhores
universidades brasileiras em rankings de avaliação. Onde se encontram o Centro de Ciências; Centro de
Ciências Agrárias; Centro de Tecnologia; Pró-Reitoria de Graduação; Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-
Graduação; Instituto de Cultura e Arte; Instituto de Educação Física e Esportes; Instituto UFC Virtual;

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Biblioteca Universitária; Superintendência de Tecnologia da Informação; núcleos e laboratórios diversos,

além de área para a prática de esportes.

Em 1954, a Universidade Federal do Ceará foi fundada, com a união de vários cursos já existentes
em Fortaleza. Na região do Pici, no início, sob a direção de seu fundador, Prof. Antônio Martins Filho, era
constituída pela união da Escola de Agronomia, Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina e Faculdade
de Farmácia e Odontologia. Há mais de 50 anos mantém o compromisso de servir à região, sem esquecer o
caráter universal de sua produção, chega hoje com praticamente todas as áreas do conhecimento
representadas em seus campi.
Visto a importância do campus por toda a sua relevância na história e pela sua grande área e
estrutura, foi escolhido então pela praticidade e facilidade para abordar os jovens universitários, no entanto,
outro ponto positivo para essa decisão é o fato da diferença de vida e experiencia de cada um delas, visando
assim obter ao máximo cada opnião e dicas relacionadas ao tema escolhido.

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4. Local de execução e público-alvo

O projeto será realizado em alguns dos campus da Universidade Federal do Ceará (UFC),
pertencentes ao município de Fortaleza, no Campus do Benfica, mais especificamente na Faculdade de
Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC), especificamente na ‘’FEAAC Velha’’ e
‘’FEAAC Nova’’. no Campus do Pici, mais especificamente no Centro de Ciências e no Instituto de Cultura
e Arte (ICA), pois estes são os campus mais adequados para o projeto levando em conta a localização dos
membros e a intensa circulação de pessoas que serão entrevistadas.

O público alvo será o feminino, pois tal grupo vem sendo vítima de atendados constantes contra a
dignidade sexual no seu cotidiano, o que acaba gerando muitas inseguranças relacionadas à seguridade em
diversos ambientes que deveriam ser tranquilos e também traumas psicológicos, que a longo prazo podem
até mesmo prejudicar sua vida social e sua trajetória acadêmica.

5. Materiais e métodos de abordagem

O material que irá ser utilizado são panfletos que remeterão os artigos predominantes de crimes
contra a dignidade sexual e suas respectivas sanções e penas, com o objetivo de conscientizar o público caso
seja vítima de tais crimes, o método de abordagem será entrevistando mulheres aleatórias caminhando no
campus, utilizando perguntas gerais de relatos de experiências anteriores de atentados contra a sua
dignidade.

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6. Resultados esperados
Espera-se com esse projeto conscientizar o público feminino a saber reagir caso seja vítima de
qualquer ato que ferir sua dignidade, enfrentando judicialmente quem ferir os seus direitos e denunciar os
autores de tais atos, para que fiquem sempre alertas, pois mesmo em um ambiente universitário, de estágio e
trabalho, e até mesmo em transportes públicos a caminho da instituição elas, infelizmente, estão sujeitas a
todo momento a sofrer atentados a sua dignidade, diante dos dados atuais de crimes sexuais que são
preocupantes, a precaução nunca é demais. Agindo com o maior cuidado possível, o devido respeito e o
sigilo absoluto aos envolvidos, contribuindo para a não exposição das vítimas, preservando sempre sua
segurança e saúde mental.

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7. Cronograma
2023
ATIVIDADES DO PROJETO
AGO SET OUT NOV DEZ
1- Pesquisa bibliográfica x x x
2- Elaboração do material de divulgação x x
3- Realização da abordagem ao público-alvo x x
4- Análise dos dados x
5- Elaboração do trabalho x
6- Apresentação do trabalho

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8. Referências Bibliográficas

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APÊNDICE – A

QUESTIONÁRIO PARA AS ENTREVISTAS SOBRE IMPORTUNAÇAO SEXUAL E

DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NAS UNIVERSIDADES

Discriminação de Gênero
1. Como posso oferecer meu apoio e solidariedade a você durante este momento difícil?

2. Como você gostaria que as pessoas ao seu redor pudessem ajudar a promover mudanças
positivas?

3. O que é mais útil para você quando enfrenta desafios relacionados à discriminação
sexual?

4. Você gostaria de compartilhar suas experiências e sentimentos ou prefere que

conversemos sobre outro assunto que te faça sentir mais confortável?

5. Que recursos ou organizações você acha que podem ser úteis para outras mulheres que
enfrentam situações semelhantes?

6. Como podemos juntas, como sociedade, trabalhar para criar um ambiente mais seguro e
inclusive para todas as mulheres?

7. Quais são suas estratégias para se manter forte e resiliente diante dessas experiências
de discriminação sexual?

8. Como posso apoiar você na busca por justiça e igualdade?

9. Você gostaria de compartilhar maneiras de educar e conscientizar outras pessoas sobre

a discriminação sexual?

10. Que tipo de mudanças você gostaria de ver em nossa comunidade para garantir um
ambiente mais seguro e respeitoso para as mulheres?

Assédio Sexual
1. Se caso você sofresse importunação ou estiver vendo alguém sofrendo, o que faria?

2. Você em algum momento já se sentiu constrangido de alguma forma por colegas ou

membros do corpo docente?

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3. Você acha que as políticas e medidas contra o assédio sexual da sua universidade são
suficientemente divulgadas?

4. Você já participou de treinamentos ou programas de conscientização sobre o assédio sexual

oferecidos pela universidade?

5. Você acredita que a cultura da sua universidade é favorável à denúncia de casos de assédio
sexual?

6. Você conhece os seus direitos se algo acontecer com você?

7. Você sabe como denunciar casos de assédio sexual em seu local de trabalho ou comunidade?

8. Você acredita que as leis e políticas relacionadas ao assédio sexual precisam ser mais
rigorosas?

9. Você recebeu algum tipo de suporte ou orientação da universidade após relatar o

assédio?

10. Você acredita que a cultura da sua universidade facilita a prevenção e combate ao
assédio sexual?

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