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FACULDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO NORTE

RESENHA CRÍTICA – 7NA PSICOLOGIA

Ingrid Soares Barbosa

1 REFERÊNCIA

ANDRÉA SMANIOTTO, M.; ALBERTO SALLES FILHO, N. Uma releitura da


função social da família a partir da perspectiva crítica dos direitos humanos. Missões:
Revista de Ciências Humanas e Sociais, v. 6, n. 3, p. 130-147, 31 out. 2020.

DIAS, Isabel. Sociologia da família e do género. Editora Pactor: Lisboa, 2015.


HERRERA FLORES, Joaquín. A reinvenção dos direitos humanos. Tradução de:
Carlos Roberto Diogo Garcia; Antônio Henrique Graciano Suxberger; Jefferson
Aparecido Dias. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009.

2 RESUMO E APRECIAÇÃO CRÍTICA DO RESENHISTA

O presente artigo discutido relata, inicialmente, acerca da perspectiva crítica da


compreensão sobre os direitos humanos, objetivando ressaltar acerca da importância de
estar atento ao cenário em que as diretrizes universais fundamentaram legislações
internacionais e em como ele é distinto da atual cultura, economia, política e sociedade
que compõem o contexto hodierno (FLORES, 2009). Os autores elaboram a justificativa
de que o conceito de direitos humanos necessita ser reconstruído, uma vez que
defendem a luta em detrimento da dignidade humana e, seguindo esse raciocínio, é
notório que essa regalia não concedida a todos devido a desarmonia social, volúpia,
étnica e territorial do fazer humano. Portanto, estabelecer acerca dos direitos humanos
não é o bastante para assegurar a dignidade coletiva e, para que isso ocorra, é
imprescindível que haja um engajamento incessante de atores comunitários, instituições
(públicas e privadas) e órgãos do Estado.

Consoante os escritores do documento, a família pode vir a ser a principal promotora


de mudanças sociais significativas, corroborando no novo dimensionamento dos direitos
humanos. Nesse tópico, há uma breve apresentação acerca das instituições familiares do
século XXI, e em como elas vem se ajustando aos processos de mudança e diversidade
cultural. As famílias possuem um caráter dinâmico, uma vez que existem uma infinitude
de modelos familiares que são incessantemente reconstruídos. Ademais, os indivíduos
que compõem essas instituições são portadores singulares de subjetividade e
individualidade, ou seja, cada integrante possui seus interesses e, por isso, há um
confrontamento de suas respectivas vivências objetivando e ocasionando criticidade e
abrindo caminhos para uma melhor compreensão acerca do outro.

Atualmente, entretanto, a família não se limita apenas ao âmbito privado, na


medida em que os órgãos estatais exercem interferências nesse estilo de agrupamento
humano, moderando e policiando suas funções. Por exemplo, quando uma mulher se
torna vítima de violência doméstica, o papel do Estado é intervir de modo a assegurar os
direitos da esposa, ou quando um pai é negligente em relação aos seus filhos, deve
haver o exercício da autoridade parental (DIAS, 2015, p. 30). Um critério marcante da
família atualmente é a tentativa de adulterar os papéis de gênero reforçado nas últimas
décadas, principalmente dentro do lar. É perceptível que a mulher vem ganhando mais
espaço no âmbito profissional, mesmo que ainda haja muitos tabus e preconceitos,
contudo com essa inversão de valores que antes eram sagrados, o homem acaba
passando mais tempo em casa, podendo cuidar dos filhos, algo que não era bem
interpretado e julgado antigamente. Sendo assim, a desconstrução social que está sendo
realizada tende a provocar inúmeras mudanças dentro das instituições familiares.
Ademais, outro traço da família hodierna é a junção e o envolvimento entre indivíduos
de raças e culturas distintas, dando notoriedade à diversidade e pluralismo cultural.

Ao longo do texto, os autores vislumbram a aproximação entre a perspectiva crítica


dos direitos humanos e os diferentes arranjos familiares, uma vez que a luta pela
dignidade humana é mais favorável dentro desse espaço que vem crescendo, se
propagando e é caracterizado pela diversidade cultural. A família é um grupo que vem
sendo transformado e reconstruído de várias maneiras, é revestida de resiliência e
dinamicidade e por causa dessas peculiaridades, é possível que a dignidade tanto
pregada pelos direitos humanos, torne-se palpável e vivenciada em sua plenitude.

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