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APH

Atendimento Pré Hospitalar


Material do Aluno
2020
APH
Atendimento Pré Hospitalar

Manual do aluno

Este manual foi desenvolvido em 2020, baseado no Manual PHTLS - 9ª Edição da


National Association Emergency Medical Technicians, no manual de ITLS - 8ª Edição da
American College Emergency Physicians, no Protocolo 192 do SAMU (atualizado em 2016),
protocolos e referências do American College of Surgeons, e tem por finalidade integrar
como material de apoio didático ao curso de APH.
Conteúdo APH
PREPARAÇÃO
Fases da Preparação 4
Recursos Básicos 5
Princípios de ouro 6
AVALIAÇÃO DA CENA
Segurança 7
Mecanismo de Lesão 9
Acionamento de Apoio 10
AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
Abordagem inicial 11
Avaliação Primária (X A B C) 12
Curativos 17
Estado de Choque 19
TRANSPORTE
Indicações (período de platina) 20
Avaliação Neurológica (D) 21
IMOBILIZAÇÕES
Colar Cervical 22
Prancha Longa 23
Preparação
Fases da Preparação
Estar preparado é um dos aspectos mais importantes para um atendimento pré hospitalar adequado, o
profissional deve atentar para conceitos chaves desta preparação, conforme descrito abaixo:

CONHECIMENTO PREPARO FÍSICO:


Todo o socorrista deve ter pleno conhecimento sobre APH
Ter boas condições de saúde:
❑ Qualificar-se, ler e reler protocolos ❑Não precisa ser um atleta, mas não
❑ Atualizar-se periodicamente (preferencialmente a cada 6 meses ou 1 ano) pode ter dores, contraturas musculares,
mal estar, e outras restrições físicas que
PREPARO PSICOLÓGICO possam comprometer sua conduta.
Estar emocionalmente preparado é um ponto chave
O trabalho em equipe necessita um líder pré estabelecido.
❑Pontos a serem considerados, no trabalho em equipe, conhecimento
dos comportamentos, relação interpessoal, intervenções construtivas,
reconhecer as limitações, comunicação clara e objetiva, entre outros
aspectos importantes para o bom andamento do atendimento
❑Controle Emocional, Capacidade de trabalhar sobre pressão, de tomar
decisões, Respeito mútuo, lidar com outros profissionais são
comportamentos fundamentais no APH

RECURSOS
Todo o socorrista e responsável pelo seu equipamento
❑ Fazer o check list do material
❑ Conhecer todos os equipamentos e como montar e desmontar
❑ Repor os equipamentos utilizados e inutilizados nas ocorrências

American Red Cross

4
Preparação
Recursos Básicos
Não indicamos nenhuma marca em especial, REANIMAÇÃO
as imagens aqui expostas são meramente ilustrativas
MANEJO DE VIAS AÉREAS ❑Desfibrilador
❑ Aspiradores ❑ Cânulas ❑ Pinça de Magil externo automático

RESPIRAÇÃO ❑ Cilindro de O² e Máscara de Hudson


❑ Bolsa de Ventilação
OUTROS
❑ Manta Térmica
❑ Soro Fisiológico

CURATIVOS IMOBILIZAÇÃO:
❑ Bandagem Triangular e/ou Ataduras ❑ Colar Cervical
❑ Talas ❑ Prancha longa
❑ Coxins

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PREPARAÇÃO
Princípios de Ouro
O Período de ouro representa um intervalo de tempo onde o choque está se agravando, porém ainda é
reversível. Se os procedimentos iniciais e o encaminhamento rápido para o tratamento definitivo dentro do
hospital não for executado de forma adequada (em menos de 60 minutos) esta situação grave do paciente
torna-se irreversível. Este período começa a contar no momento em que a vítima sofreu o trauma.
1. Garantir a Segurança 6. Ventilação
A segurança do local deve ser prioridade máxima na Manter a ventilação adequada para o paciente de
chegada da equipe na cena de atendimento. trauma é fundamental para salvar a vida.
2. Determinar a necessidade de apoio 7. Controle de Hemorragias
Após a avaliação da cena, a equipe deve realizar um Identifique e controle toda e qualquer situação que possa gerar
averiguação para determinar a necessidade de recursos hemorragias, inclusive antes mesmo de qualquer outro
adicionais ou especiais. procedimento, porém após a avaliação da segurança, tanto
3. Avaliar a cinemática da cena externa quanto internas.
Reconhecer as possíveis lesões e suas gravidades, 8.Terapia de Controle de choque, (imobilização e controle
baseando-se nas energias que podem ter atingido a de temperatura)
vítima. Esta situação é a principal causa de morte no trauma, portanto
4. Avaliação Primária identifique os sinais de choque, controle as possíveis causas e
Buscar situações que coloquem em risco imediato a maneje os efeitos letais ao paciente como Hipotermia;
vida do paciente. 9. Imobilização
5. Vias aéreas Manter imobilização do paciente até a chegada no S M E
Todos os socorrista devem ser capazes de 10. Transporte
reconhecer e manejar as vias aéreas com domínio Paciente com alterações graves no ABCD, devem ser
de técnicas básicas. transportados de imediato.

ACIMA DE TUDO, NÃO CAUSAR MAIS DANOS


FONTE: PHTLS 9ª Ed

6
Avaliação da Cena
Segurança
Este é um momento extremamente importante na avaliação da cena, qualquer falha nesta avaliação
pode acarretar um problema grave para você, para sua equipe e para a cena como um todo

O QUE DIZ O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO?


“Art 135 Código Penal Bras.: Deixar de prestar assistência, quando possível fazer sem risco
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, pessoal inválida ou ferida, ao desamparo ou
iminente perigo, ou não pedir nestes casos, socorro a autoridade pública, é crime.”

RISCO BIOLÓGICO
Fluídos corporais podem transmitir doenças:
❑ Sangue;
❑ Vômito;
❑ Fezes e Urina;
❑ Saliva e suor;
Embora alguns menos dos que os outros existe um risco de se contrair doenças
infecto contagiosas.

EQUIPAMENTO INDIVIDUAL:
Deve ser utilizado observando-se alguns aspectos :
❑ Tem que ter qualidade certificada;
❑ Deve ser utilizado de forma correta;
❑ Tem que ter tamanho adequado;
❑ Deve ser compatível com o risco;
❑ Precisa ser bem armazenado e higienizado se reutilizáveis;

8
Avaliação da Cena
Segurança
DESABAMENTO e RESGATE:
EXPLOSÃO Verifique se há risco de cair algo sobre você ou você
Avalie a cair de cima de alguma estrutura. Chame os bombeiros
possibilidade de MATERIAIS ENERGIZADOS
alguma reação que Observe a presença de equipamentos elétricos, postes, fios e
possa provocar chame apoio de pessoal especializado responsável para verificar
explosão. (gases em se estão desligados.
espaços confinados,
GNV, etc..) chame
os bombeiros ATROPELAMENTO:
Verifique se o trânsito está controlado, sinalize com
cones ou chame apoio do policiamento de trânsito.
(coloque um cone na relação 10 m para cada 10
Km/h)
AGRESSÃO:
Paciente ou familiares agressivos, em surto, agitados,
cenas de homicídio, suicido, atentados, violência
doméstica requerem apoio da Policia. (acione 190)

PRODUTOS QUÍMICOS
Identifique a presença de produtos químicos no
local, riscos de vazamentos, mantenha distância
até que seja identificado os riscos (aprox 100mts)
American Red Cross
Acione a
ABIQUIM: 0800 11 8270

9
Avaliação da Cena
Mecanismo de Lesão
A CINEMÁTICA ESTABELECE UMA PREVISÃO DE GRAVIDADE DAS LESÕES, BASEANDO-SE NA INTENSIDADE E
NA TRAJETÓRIA DA ENERGIA ENVOLVIDA NUM ACIDENTE.

PRINCIPIO DA INÉRCIA:
❑Todo corpo permanece em movimento ou parado até que uma força incida sobre este corpo e tire-o da condição em
que se encontra.
PRINCIPIO DA AÇÃO E REAÇÃO:
❑ Toda a ação gera uma reação, no sentido contrário e de igual intensidade.

CONSIDERAR TRAUMATISMO GRAVE:


(Protocolo BT3 SAMU 2016)
❑ Quedas > 1,5 vezes a altura do próprio corpo
❑ Atropelamento
❑ Colisão de Veículos a mais de 30Km/H
❑ Morte de um dos ocupantes do veículo. CONSIDERAR GRAVE, SE: (Protocolo PHTLS)
❑ Ejeção do paciente 8ªEd)
❑ Danos graves ao veículo ❑ Maior de 6,1 metros (para adultos)
❑ Capotamento ❑ Maior de 3 metros (crianças)
❑Objetos penetrantes na cabeça, pescoço, ❑ Intrusão, incluindo o teto do veículo, maior que 30cm
tórax, abdome. Pelve e coxa ❑ Ejeção para fora do veículo
❑ Morte de um dos ocupantes
❑ Atropelamento
❑ Impacto maior que 30km/h (incluindo motos)

10
Avaliação da Cena
Acionamento de Apoio
UMA CENA DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA ENVOLVE VÁRIAS TAREFAS, AVALIE A NECESSECIDADE DE
ACIONA-LOS IMEDIATAMENTE. ACIONE IMEDIATAMENTE QUANDO A DEMANDA FOR MAIOR QUE OS
RECURSOS DISPONÍVEIS NO LOCAL.
RISCOS NA CENA
❑Você ferido não conseguirá ajudar alguém e ainda agravará a cena,
deixando sua equipe desfalcada, NÃO BANQUE O HERÓI

NECESSIDADE DE RESGATE
❑Lembre-se que a sua função na cena é estabilizar e transportar o paciente para o hospital. Seus
EPIs são básicos, seu conhecimento e recursos para aplicar uma estratégias eficaz de resgate podem
ser insuficientes para uma situação mais complexa de salvamento. Chame pessoal especializado.

QUANTIDADE DE VÍTIMAS
❑Por mais que você obtenha recursos locais, a
estrutura dos seus recursos serão limitadas. Situações
envolvendo múltiplas vítimas requerem apoio de mais
ambulâncias, de mais profissionais, e uma organização
na resposta que necessitará outros profissionais e
agências envolvidas

VITIMAS INCONSCIENTES
❑Se a vítima estiver inconsciente, considere pedir ajuda
médica, pois poderão ser necessários procedimentos
invasivos (Intubação, Drenagem de Tórax, etc..) que podem
salvar a vida da vitima se feitos precocemente.

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Avaliação da Vítima
Abordagem Inicial
MOMENTO EM QUE SERÁ DEFINIDO AS PRIORIDADES PARAAAVALIAÇÃO
PRIMÁRIA PARA O ATENDIMENTO DA VÍTIMA ( X A B C ou C A B)
ABORDAGEM
Vítima de trauma deve-se ser imobilizada antes de ser estimulada.
❑Segure a cabeça com uma das mãos antes de verificar o nível de
consciência apertando o músculo trapézio do paciente.
❑ Se consciente, aproxime-se preferencialmente pela direção em que a
cabeça do paciente está virada
❑Caso haja hemorragia externa grande, esta deve ser controlada antes de
qualquer outro procedimento de avaliação do paciente.

CONSCIENTE ou INCONSCIENTE X – Hemorragias externas grandes


❑ Se consciente, siga a sequencia X A B C
A – Avaliação das vias aéreas
❑ Se inconsciente mas respirando, siga o X A B C B – Boa Ventilação
❑ Se inconsciente e não respira, siga o C A B C – Circulação/Choque
Fonte: PHTLS 9ª Ed

IMOBILIZAÇÃO MANUAL DA CERVICAL


Importante passo para segurança do paciente

13
Avaliação da Vítima
Avaliação Primária X A B C
Hemorragia é a causa de morte evitável mais comum no trauma, controlar imediatamente salva vidas.

SANGRAMENTO EXTERNO:
❑ Realizar compressão sobre o local; pressione firmemente.
❑ Usar pano limpo (compressas, ataduras, etc...)
❑ Se encharcar o primeiro pano, não retire-o, coloque outro por cima.
❑ Não colocar nenhuma substância (Pô de café, açucar, etc...)

REALIZAR TORNIQUETE
❑Deve ser aplicado 5 a 6cm acima do ferimento ou na parte mais proximal do membro
afetado
❑ Se o sangramento não for contido com compressão sobre o ferimento, realizar torniquete.
❑ Não se deve afrouxar o torniquete em nenhuma hipótese.
❑ Não retirar até a chegada no hospital ( cerca de 120 a 150 minutos)
❑ O torniquete causará dor, porém é comum e não se deve afrouxar o aperto por causa disso.
❑ Dê preferência por dispositivos comerciais para estes fins, ao invés de improvisar.
PREENCHIMENTO DA LESÃO
❑Se não houver um torniquete disponível aplique gaze dentro do ferimento e pressione com
força
❑Se o ferimento for em locais de difícil aplicação de torniquete (virilha, pescoço e axilas) use
esta técnica.
❑Dê preferência use gaze com hemostáticos, se não houver aplique qualquer pano limpo
(ataduras, bandagens, partes de roupas)
❑ Pode ser utilizado em pacientes de todas as idades
❑ Não é indicado em preenchimento do tórax e de abdome.

Fonte: PHTLS 9ª Ed; Programa Bleeding Control e


Consenso de Hartford 14
Avaliação da Vítima
Avaliação Primária X A B C
As vias áreas são a porta de entrada do O² no organismo, mantê-las pérvias salvara a vida do paciente

A – (AIRWAY) – Manejo das Vias Aéreas (porta de entrada do O²)


EXISTEM TRÊS POSSIBILIDADES DE OBSTRUÇÕES:
❑ Sólidos; Resto de alimentos, prótese dentária, ossos, etc...
❑ Líquidos: sangue, vômitos
❑ Dobramento: Língua, faringe, edemas de glote

ANALISE:
• Presença de Objetos sólidos (ossos, comida, próteses)
• Presença de acúmulo de líquidos (sangue, vomito)
• Presença de roncos e gargarejos (alinhamento da via
aérea)

INTERVENÇÕES BÁSICAS:
• Remova os sólidos que estiverem visíveis nas vias
aéreas, use preferencialmente um pinça de Maguil,
(protocolo BP1 SAMU 2016) pois colocar a mão na
boca paciente pode ser perigoso.
• Aspire líquidos que estão nas vias aéreas
• Fazer tração da mandíbula (primeira opção no trauma) DISPOSITIVOS PARA MANEJO DE VIAS AÉREAS
ou elevação do queixo e inclinação da cabeça (ultima
opção no trauma);
• Considerar uso de cânula orofaríngea;
• Lateralize a vítima, preferencialmente em bloco, se
qualquer uma das técnicas for impossível de realizar

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Avaliação da Vítima
Avaliação Primária X A B C

Este sistema tem a função de propiciar a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico do
organismo.(Hematose)

B – BREATH - RESPIRAÇÃO
ANALISE:
- Frequência ventilatória rápida ou lenta demais (< 8 ou > 28mrpm (segundo o SAMU))
- Hipóxia (SpO² < 94%)
- Dificuldade para respirar
- Pneumotórax aberto ou fratura no tórax
- Suspeita de pneumotórax fechado

INTERVENÇÕES BÁSICAS:
- Usar dispositivo manual de ventilação (TIPO AMBÙ)*
- Quando a frequência ventilatória estiver < 8 e > 28 mrpm
-Quando saturação < 94% e após colocar O² entre 10 e 15 litros por minuto, com mascara com
reservatório (HUDSON)
- Fazer 1 ventilação a cada 6 segundo

*Contra indicado : Em caso de suspeita de Pneumotórax


DISPOSITIVOS PARA MANEJO DE VENTILAÇÃO

EVITE HIPERVENTILAR O PACIENTE

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Avaliação da Vítima
Avaliação Primária X A B C

É importante reconhecer situações respiratórias potencialmente fatais para o paciente

PNEUMOTÓRAX
Acumulo de ar no espaço entre as paredes do pulmão e do tórax.
Esta situação é potencialmente fatal e não é indicado ventilar
o paciente com pressão positiva (AMBÚ), pois pode evoluir para
um Pneumotórax Hipertensivo.
Fonte: PHTLS 9ª Ed

Sinais e Sintomas:
- Frequência ventilatória rápida ou lenta demais (< 8 ou > 28mrpm (segundo o SAMU))
- Hipóxia (SpO² < 94%)
- Dificuldade para respirar
- Pneumotórax aberto (perfuração no tórax que borbulha)
- Suspeita de pneumotórax fechado (Sinais: hematomas, afundamento ou protuberância)
PS: Suspeitar se houve mecanismo lesão compatível com trauma torácico.
Fonte: Protocolo SAMU 2016
Intervenções básicas
- Não ventilar o paciente com pressão positiva (AMBÚ)
- Aplicar curativo de 3 pontas (Pneumotórax aberto)
- Ofertar O² com máscara de Hudson (com reservatório)
- Solicitar intervenção médica
- Transportar assim que possível

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Avaliação da Vítima
Avaliação Primária X A B C

Sistema responsável pelo transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos.


C – CIRCULATION - CIRCULAÇÃO

ANALISE :
-Mecanismo de lesão que indique possibilidade de lesão grave
(cinemática)
- Sangramentos externos aparentes ou nas vestimentas
-Sinais de Hemorragias internas (deformidades, Hematomas,
Lacerações) em regiões alvo: Tórax, Abdome, Pelve e coxas
- Sinais de choque sistêmico

INTERVENÇÕES BÁSICAS:
- Buscar por sangramentos expressivos ou lesões indicativas de hemorragias
- Controlar sangramentos expressivos
- Aquecer a vítima com manta aluminizada ou cobertores

CHOQUE = A incapacidade de oxigenação adequada dos tecidos, causado por alguma alteração
circulatória.

SINAIS:
Palidez, Pele Fria e Pegajosa,
Sudorese, Freq Cardíaca (maior que 100bpm)
Freq Respiratória rápida e superficial ( menor que 8 e maior que 28 rpm),
Hipotensão (sinal tardio), Alteração de Nível de consciência (sinal tardio)

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Avaliação da Vítima
Curativos
Hemorragia é a causa de morte evitável mais comum no trauma
AMPUTAÇÃO:
❑ Controlar a hemorragia na vítima; (se necessário aplique um torniquete).
❑ Juntar a parte amputada, colocar em um recipiente (saco plástico) limpo, e levar junto ao hospital.
❑ Não colocar em nenhuma substância (água, álcool, etc...) ou direto no gelo.
ADAM, Inc

LESÃO NOS OLHOS:


❑ Não remover o objeto;
❑ Não recolocar a globo ocular no lugar;
❑ Cobrir o local do ferimento; (copo ou pano)
❑ Cobrir os dois olhos para evitar agravo;

SANGRAMENTO NA CABEÇA
❑ Avaliar a origem; (gravidade)
EVISCERAÇÃO
❑ Não comprimir sobre o ferimento;
❑ Cobrir o ferimento com pano limpo; ❑Não recoloque as vísceras
para dentro da cavidade;
❑Cubra com plástico ou
pano úmido e limpo;
OBJETO ENCRAVADO ❑ Procure não usar líquidos
❑ Não remova o objeto do lugar; frios para irrigar os panos;
❑Estabilize o objeto antes de movimentar a ❑Não pressione, nem lave
vítima; as vísceras no local;

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Avaliação da Vítima
Avaliação Primária X A B C

Suspeita de Hemorragia interna, levar o paciente o mais rápido possível para o Hospital

RECONHECIMENTO:
❑Mecanismo de lesão grave em Tórax, Abdome, Pelve e
coxas...(suspeita imediata);
❑ Pele pálida, Fria, úmida; (indicativo de estado de choque);
❑ Respiração e Pulso com frequências elevadas;(indicativo de
estado de choque);
❑ Alteração de nível de consciência;

INTERVENÇÃO:
❑ Manter a vítima calma;
❑ Cobrir a vítima para mantê-la aquecida;
❑ Não dar nenhuma substância para a vítima ingerir;
❑ Preparar a vítima para o transporte (imobilizações);
❑ Comunicar imediatamente a regulação medica;

Hemorragia é a
principal causa de
choque no TRAUMA.

20
Avaliação da Vítima
CHOQUE
É COLAPSO NO SISTEMA CIRCULATÓRIO, COMPROMETENDO A IRRIGAÇÃO SANGUINEA PARA
OS ÓRGÃOS.
CHOQUE HIPOVOLÊMICO: (Principal evento associado ao trauma)
❑ Perda de líquido (Ex: sangramento, diarréia, vômito...)
❑ Normalmente provocado por hemorragia, quando associado ao trauma;
❑ Manter a vítima calma, cobri-la, e não dar nada para ingerir;
❑ Procurar estancar o sangramento e/ou transportar de imediato para o hospital

CHOQUE CARDIOGÊNICO:
❑ Incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente;
❑ Provocado por pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco, etc...
❑ Neste caso, mantenha o paciente em posição confortável, aquecido e com membros inferiores elevados.
❑ Procurar um SME para controlar a situação com intervenção mais especializada

CHOQUE DISTRIBUTIVO:
❑ Provocado pela incapacidade de os vasos sanguíneos contraírem e regularem o fluxo sanguíneo;
❑ Ex: choque anafilático, Neurogênico, Séptico,
❑Neste caso, mantenha o paciente em posição confortável, aquecido e com membros inferiores
elevados.
❑ Procurar um SME para controlar a situação com intervenção mais especializada

Choque Neurogênico ou Vasogênico:


Os sinais e sintomas são diferentes dos demais estados de choque: Pele Quente, seca,
Rosada,Bradicardia (acima da lesão) Pele Pálida, sudorética e pegajosa, (abaixo da lesão)

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Transporte
Indicações (período de platina)

Período de Platina
Tempo de saída da cena não deve exceder 10 minutos

❑ Via Aérea comprometida ou ameaçada


❑ Frequência ventilatória muito rápida ou muito lenta;
❑ Hipóxia (saturação abaixo de 95%
❑ Dispneia
❑ PneumotóraxAberto ou tórax instável
❑ Suspeita de pneumotórax (fraturas, hematomas, etc..)
❑ Suspeita de Pneumotórax Hipertensivo
❑ Hemorragia Externa significativa ou suspeita de hemorragias internas
INDICAÇÕES DE ❑ Choque
TRANSPORTE ❑ Escala de Glasgow igual ou menor que 13
❑ Convulsão
IMEDIATO ❑ Déficit sensório ou motor
❑ Ferimento penetrante na cabeça, pescoço ou tronco, proximal ao cotovelo e joelho,
❑ Amputações ou quase amputações
❑ Co-morbidades (doenças pré existentes, distúrbios, síndromes...)
❑ Idade superior a 55 anos
❑ Crianças
❑ Hipotermia
❑ Queimaduras
❑ Gravidez acima de 20 semanas
❑ Condições de alto risco (avaliadas pelo socorrista na cena)

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Transporte
Avaliação Neurológica D
EMBORA SEJA UMAAVALIAÇÃO SECUNDÁRIA É IMPORTANTE SER OBSERVADA COMO CRITÉRIO
DE TRANSPORTE RÁPIDO SE NENHUMA OUTRAALTERAÇÃO INDICAR.

❑ RESULTADO da SOMATÓRIA
ESCALA DE COMA DE GLASGOW:
- até 8 pontos............................ Transporte Imediato
- de 9 a 13 pontos...................... Transporte imediato
❑ ABERTURA OCULAR
- de 14 a 15 pontos.................... ESTÁVEL
- ESPONTANEA.................................. 4 pontos
- AO SOM.......................................... 3 pontos
- A PRESSÃO...................................... 2 pontos
- AUSENTE......................................... 1 ponto O resultado deve ser passado descriminado para a
- NÃO TESTÁVEL................................. NT equipe médica Ex: 10 = O 3 V 4 M 3

❑ RESPOSTA VERBAL ❑ REAÇÃO PUPILAR (perde pontos da somatória total)


- ORIENTADA...................................... 5 pontos - As 2 Reagem a Luz............................ 0 pontos
- CONFUSA ........................................ 4 pontos - Somente 1 reage a luz.................... - 1 ponto
- PALAVRAS........................................ 3 pontos - Nenhuma reage a luz.......................- 2 pontos
- SONS................................................ 2 pontos
- AUSENTE.......................................... 1 ponto ❑ RESPOSTA MOTORA
- NÃO TESTÁVEL................................. NT - A ORDEM.......................................... 6 pontos
- LOCALIZADORA................................. 5 pontos
- FLEXÃO NORMAL.............................. 4 pontos
- FLEXÃO ANORMAL............................3 pontos
- EXTENSÃO......................................... 2 pontos
- AUSENTE........................................... 1 ponto
- NÃO TESTÁVEL................................. NT

Fonte: glasgowcomascale.org
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Imobilizações
Colar Cervical

❑Dispositivo auxiliar na imobilização da coluna cervical; Restringe


parcialmente a movimentação da coluna do paciente.
❑Deve ter alguém segurando a cervical até que os coxins da maca sejam
instalados;
❑Não é a prioridade no atendimento, devendo ser colocado após avaliação
e manejo do ABC do paciente.
❑ Deve-se medir o tamanho do colar para cada pescoço
❑A colocação do colar cervical não indica liberação da estabilização
manual da coluna cervical, esta só deve ser realizada após a colocação dos
fixadores (coxins) de cabeça da prancha longa;

A instalação do colar não é prioridade máxima no atendimento ao politraumatizado enquanto a estabilização manual da
cabeça puder ser realizada de forma eficiente por um profissional. No entanto, esse dispositivo é importante para a
imobilização, pois limita os movimentos da coluna cervical e ajuda a sustentar o pescoço, protegendo a coluna de
compressão.
•O paciente que apresenta comprometimento das vias aéreas, respiração ou circulação deve receber as intervenções de
correção desses problemas antes da instalação do colar cervical, enquanto um profissional executa a estabilização manual da
cabeça. Assim que for possível, o colar deverá ser instalado.

Protocolo SAMU BT 17

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Imobilizações
Prancha Longa
CRITÉRIOS PARA IMOBILIZAÇÃO EM PRANCHA LONGA (NEXUS)

Segundo protocolo do Colégio Americano de Cirurgiões e da Associação Americana de


Médicos de Emergência paciente só deve ser imobilizado, se:
❑ Alteração Neurológica Focal (formigamento, paralisia,etc..)
❑ Sensibilidade ou dor na linha espinhal média
❑ Alteração de Nível de consciência
❑ Intoxicações (Ex: Álcool, drogas) Imobilizações podem ser prejudiciais ao paciente se desnecessárias, é
❑ Lesão que distraia importante seguir algum critério de elegibilidade para imobilizar o
❑ Incapacidade de se comunicar paciente. É importante considerar que o paciente pode ter outras
situações muito mais graves (Ex: Hemorragias internas) que podem
Fonte: PHTLS 9ª ed
deteriorar o seu quadro de saúde se atrasado o tratamento dentro
hospital.
Figura 1

27
Imobilizações
Rolamento de 90°

Posição Supina
❑ Quando deitado em decúbito dorsal (posição supina)
❑ O Paciente deve ser rolado em bloco para um dos lados
❑ Preferencialmente um lado inverso de alguma lesão
❑ Deve-se inspecionar o dorso a procura de lesão neste momento
❑ Coloque a prancha mais acima do paciente para poder desliza-lo para o ponto de imobilização da cervical;

CUIDADOS:
❑ Preferencialmente não erga o paciente para posicioná-lo na prancha longa
❑ O movimento deve ser sincronizado (Cabeça e tronco)
❑ Após recoloca-lo na posição 0º, Arraste-o para a posição de imobilização final sobre a prancha.
❑ Não arraste o paciente para o lado, somente para cima/lado (diagonal)
❑ Você deve fixar todo o corpo antes de prender a cabeça do paciente no COXINS da prancha longa,
❑ Fixe o tórax usando a técnica de cintos em X (Figura 1)

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Imobilizações
Rolamento 180°

ROLAMENTO DE 180°
❑ Quando deitado em decúbito ventral
❑ Movimentar o paciente em bloco para o lado oposto de onde o rosto está virado;
❑ Atentar para o posicionamento das mãos de quem segura a cervical (foto 2)
❑ Atentar para a distância de chegada do paciente após o rolamento, para quem está na segurando a cervical

Segundo o Colégio Americano de Cirurgiões, a imobilização em prancha longa deve ser criteriosa
diminuindo assim a imobilização sem necessidade, pois se não for necessária a imobilização não deve
ser feita. (veja os artigos sobre imobilização de coluna que complementam o material didático)

Clique aqui e assista o vídeo


completo sobre as imobilizações

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