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UMA EDIFICAÇÃO DE 60 M²
PROJETO ESTRUTURAL
Ilhéus – Bahia
2021
PROJETO ESTRUTURAL
PROJETO ESTRUTURAL
1. PROJETO ARQUITETÔNICO
2. PILARES
1.1. Concepção dos pilares e pré-dimensionamento
A partir da definição dos pilares devem ser traçadas linhas para se definir a área de
influência de carga que cada um dos pilares receberá (Figura 3). Por exemplo, o Pilar P1
receberá a área de influência correspondente ao quadrante superior esquerdo do Dormitório 3,
já o pilar P2 receberá a área do quadrante superior direito do Dormitório 3 mais a área do
quadrante superior esquerdo da Cozinha.
Enquanto isso, o Pilar P5 recebe áreas do Dormitório 3, da Cozinha, do Hall e do
Dormitório 2 pois a área de influência de um pilar é obtida a partir de figuras geométricas que
envolvem os pilares, isto é, através de retas que passam pela mediatriz dos segmentos de reta
que unem pilares adjacentes e pelo contorno do pavimento. A Figura 4 ilustra as áreas de
influência para cada pilar.
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O cálculo para as áreas de influência de cada pilar (Ap) é dado da seguinte forma:
Dessa forma, a área necessária de cada pilar para receber sua respectiva carga será o
resultado da divisão da sua carga (calculada pela área de influência) pela metade de sua tensão
admissível:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜 𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟
𝐴𝑃 =
0,5𝑥𝑓𝑐𝑘
Sendo:
AP: Área necessária para o pilar
fck: Resistência característica do concreto (em MPa).
33,75
𝐴𝑃1 =
0,5𝑥25000
Com esse resultado, observa-se que a área da seção transversal adotada (14x30) que é de
420 cm² é muito superior a área necessária de 27 cm². Essa diferença ocorre em virtude da
necessidade de se respeitar a NBR 6118/14 que além da resistência mecânica também preconiza
aspectos de durabilidade e conservação dentro dos estados limites de serviço e último.
De forma análoga, todas as áreas necessárias calculadas foram inferiores às áreas
adotadas. Isso se deve pois como o projeto é de pequeno porte, e térreo, as cargas são
relativamente baixas. No caso de um projeto com grandes dimensões e/ou de múltiplos
pavimentos, então poderia ser necessário aumentar a área do pilar inicialmente considerada.
Para a determinação das armaduras longitudinais e para as armaduras transversais
(estribos) será utilizado o critério de armaduras mínimas de acordo com a NBR 6118/14 em
virtude dos baixos valores das cargas no presente projeto. Dessa forma, será adotada 4 ϕ 10,0
mm para as ferragens longitudinais e para os estribos, será adotado ϕ de 5,0 mm a cada 12 cm.
A Tabela 1 mostra os valores calculados para todos os pilares.
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3. LAJES
3.1.Pré-dimensionamento das Lajes
Lajes são as estruturas que transmitem suas cargas para as vigas. Eventualmente, além do
seu peso próprio, pode conter cargas referentes à telhados, coberturas, alvenarias,
revestimentos, etc... As vigas, por sua vez, farão a transferência para os pilares e estes às
fundações para que finalmente todas essas cargas sejam suportadas pelo solo.
As lajes podem ser do tipo maciça, lisa, treliçada, nervurada, alveolar, entre outras. No
projeto em estudo será utilizado a laje maciça e a condição de apoio adotada será borda apoiada.
A primeira situação a ser verificada para o pré-dimensionamento das lajes é a classificação
quanto ao tipo de armação. As lajes retangulares podem ser armadas em uma ou em duas
direções, e o que define essa classificação é a relação entre os lados da laje, a saber:
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V1
V2
V3
V4
V5
V6
Para as lajes L5, L6, L7 as relações Ly/Lx são, respectivamente 1,14, 1,07 e 1,10. Logo,
as três são armadas em duas direções. Por outro lado, para a laje L8 encontra-se o seguinte caso:
Lx = 1,28 m e Ly = 3,13 m logo Ly/Lx = 2,44. Portanto, armada apenas em uma direção.
De acordo com os valores mínimos da NBR 6118 para lajes maciças (item 13.2.4.1), a
espessura mínima para lajes de cobertura que não esteja em balanço é de 7,0 cm. Como as lajes
L1 e L2 foram pré-dimensionadas com 7,9 cm, então, por segurança e facilidade construtiva,
para todas a lajes será adotada a espessura de 8,0 cm.
Considerando uma altura de 8,0 cm, temos uma área de concreto de 800 cm² para uma
placa imaginária de 1 m linear de base.
A = 800 cm²
De acordo com a Figura 6, a taxa mínima de armadura de flexão para vigas e lajes com
fck<50 MPa com resistência C25 = 0,15%.
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Figura 6 – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas e lajes com ƒck 50 Mpa.
Fonte: Pág.42 do livro Curso Básico de Concreto Armado (Thiago Bomjardim Porto)
4. VIGAS
4.1.Pré-dimensionamento das Vigas
Com essa informação, entra-se na Tabela A.12 do livro “Curso Básico de Concreto
Armado” (Thiago Bomjardim Porto) ilustrado na Figura 8 e verifica-se que é possível utilizar
2 ϕ de 8,0 ou 3 ϕ de 6,3, sendo considerado 2 ϕ de 8,0 uma solução adequada para esse exemplo.
Então são 2 ϕ de 8,0 para a armadura positiva e 2 ϕ de 6,3 para os porta estribos (armadura que
fica em cima na viga). (36,3mm)
Figura 8 – Tabela com as seções das armaduras e sua quantidade para vigas
Fonte: Pág.197 do livro Curso Básico de Concreto Armado (Thiago Bomjardim Porto)
Para o dimensionamento dos estribos, de acordo com a NBR 6118/14, item 17.4.1.1, todos
os elementos lineares que estiverem submetidos à força cortante, com algumas exceções,
precisam de uma armadura transversal mínima, Asw,min.
𝐴𝑆𝑤,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑤,𝑚í𝑛 . 𝑏𝑤
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O ρw,min é obtido na tabela 3.5, pág. 49 do livro (Figura 9), para o concreto de resistência
de classe C25, taxa mínima de armadura transversal (ρw,min) deve ser igual a 0,103.
Figura 9 – Taxas mínimas de armadura transversal dos concretos com ƒck 50 Mpa.
Fonte: Pág.49 do livro Curso Básico de Concreto Armado (Thiago Bomjardim Porto)
Considerando que são duas pernas em cada estribo, então Asw,min = 1,44/2 = 0,72 cm²/m
Com essa informação entra-se na tabela mostrada na Figura 7 para encontrar o resultado
de ϕ de 5,0 mm a cada 27 cm. Para facilitar a execução, recomenda-se adotar ϕ de 5,0 mm a
cada 25 cm para os estribos.
As vigas inferiores (vigas baldrames), possui seção transversal adotada de 20x30 cm e
uma área de 600 cm². Assim, de forma análoga ao cálculo da armadura mínima da viga superior,
temos:
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚í𝑛 . 𝐴𝐶
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 0,15%. 600 𝑐𝑚²
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 0,90 𝑐𝑚2
𝐴𝑆𝑤,𝑚í𝑛 = 0,103𝑥20
𝐴𝑆𝑤,𝑚í𝑛 = 2,06 𝑐𝑚2 /𝑚
Considerando que são duas pernas em cada estribo, então Asw,mín = 2,06/2 = 1,03 cm²/m
Com essa informação entra-se na tabela mostrada na Figura 7, para encontrar o resultado
de ϕ de 5,0 mm a cada 19 cm. Para facilitar a execução, recomenda-se adotar ϕ de 5,0 mm a
cada 15 cm para os estribos das vigas baldrames.
5. SAPATAS
5.1. Pré-dimensionamento das Sapatas
As sapatas são fundações rasas responsáveis por receber as cargas dos pilares, que trazem
consigo todas as cargas da edificação. É um tipo de solução adequada para solo com boa
resistência na superfície e sem contato com lençol freático. Por dispensar a necessidade de
equipamentos sofisticados, é considerada uma fundação relativamente barata comparada a
outros tipos de fundações, como as estacas, por exemplo.
Uma variável muito importante a ser utilizada no dimensionamento das sapatas é a
resistência do solo. Essa informação é obtida a partir das análises de sondagens a percussão
realizadas “in loco” no terreno. No caso do projeto exemplo utilizado, será considerado o valor
de tensão do solo σ = 100 kN/m². Esse valor de tensão é considerado adequado para pequenas
construções, como o exemplo do caso em estudo.
Para se conhecer a área da sapata necessária para transmitir ao solo as cargas dos pilares,
deve-se dividir a carga de cada pilar pela resistência admissível do solo. No pré-
dimensionamento, será utilizado um coeficiente de 10% de segurança aplicado no valor da
carga do pilar. Dessa forma, temos:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟 (𝑃)
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 (𝑆) = . 1,1
𝜎
33,75
Á𝑟𝑒𝑎 𝑆1 = 𝑥1,1
100
Á𝑟𝑒𝑎 𝑆1 = 0,37 𝑚²
Assim, será necessária uma área de 3.712,5 cm² para transmitir com segurança a carga do
P1 ao solo. Considerando que as sapatas utilizadas no projeto serão quadradas, temos que o
lado do quadrado da base da sapata (L) será igual a raiz quadrada da área necessária, portanto:
Á𝑟𝑒𝑎 𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 = 𝐿𝑥𝐿
𝐿2 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎
𝐿 = √Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎
𝐿𝑆1 = √3.712,5
𝐿𝑆1 = 60,9 𝑐𝑚 de lado
Porém, constata-se que essa dimensão é menor que a mínima permitida. Para sapata sob
pilar de edifícios de múltiplos pavimentos existe a recomendação de que a dimensão mínima
em planta seja de 80 cm. De acordo com a NBR 6122/19 (7.7.1), a menor dimensão não deve
ser inferior a 60 cm. Portanto, deve-se adotar 60 cm de lado para a sapata S1. De forma análoga,
é possível calcular a área de todas as outras sapatas e elabora a Tabela 4.
(𝑎 − 𝑎𝑃 )
ℎ≥
3
(65 − 14)
ℎ≥
3
(90 − 14)
ℎ≥
3
(115 − 14)
ℎ≥
3
Uma vez determinada a seção transversal da sapata, com a largura e altura disponíveis, é
possível dimensionar as armaduras utilizando o mesmo conceito de vigas e lajes, ou seja, deve-
se calcular para as sapatas a área mínima de aço (As,min).
Pegando como exemplo a sapata S11, tem-se que sua seção transversal é (115 x 35 cm),
logo pode-se calcular a área mínima de armadura pela equação:
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚í𝑛 . 𝐴𝐶
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 0,15%. (115𝑥35)𝑐𝑚²
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Com essa informação, entra-se na tabela mostrada na Figura 8 e verifica-se que é possível
utilizar 8 ϕ de 10,0 mm ou 12 ϕ de 8,0 mm. Será adotado 12 ϕ de 8,0 mm para esse caso.
Da mesma forma, dimensiona-se as armaduras das demais sapatas. Para a sapata S1, tem-
se:
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚í𝑛 . 𝐴𝐶
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 0,15%. (65𝑥20) 𝑐𝑚²
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 1,95 𝑐𝑚2
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 𝜌𝑚í𝑛 . 𝐴𝐶
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 0,15%. (90𝑥30) 𝑐𝑚²
𝐴𝑆,𝑚í𝑛 = 4,05 𝑐𝑚2
De acordo com a Tabela 8, pode-se utilizar 9 ϕ de 8,0 mm. Assim, fazendo o cálculo
para as demais sapatas é possível construir a Tabela 5 que apresenta as armaduras utilizadas
para todas as sapatas.
90
𝐸=
9
𝐸 = 10 𝑐𝑚
Para a sapata S5:
100
𝐸=
10
𝐸 = 10 𝑐𝑚
E assim por diante.
Dessa forma, para a sapata S1, considerando um cobrimento de 3,0 cm, tem-se :
𝐶 = 65 − 2𝑥3 + 2𝑥20
𝐶 = 99 𝑐𝑚
Para a sapata S2:
𝐶 = 90 − 2𝑥3 + 2𝑥20
𝐶 = 124 𝑐𝑚
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