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A organogênese e a

influência dos teratógenos


no desenvolvimento
embrionário.
Profa. Anna Camila Moutinho
Microrrevisão
Desenvolvimento embrionário nas
3 primeiras semanas.
Primeira semana

• União dos gametas


• Clivagem
• Formação do
Blastocisto
• Início da implantação

3
Primeira semana

• União dos gametas


• Clivagem
• Formação do
Blastocisto
• Início da implantação

4
Segunda semana

• Diferenciação do trofoblasto
• Formação do disco bilaminar
• Circulação uteroplacentária
• Mesoderma extraembrionário
• Término da implantação
• Placa precordal e membrana
cloacal

5
Segunda semana

• Diferenciação do trofoblasto
• Formação do disco bilaminar
• Circulação uteroplacentária
• Mesoderma extraembrionário
• Término da implantação
• Placa precordal e membrana
cloacal

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Terceira semana

• Gastrulação
• Formação da notocorda
• Neurulação (tubo neural)
• Alantoide
• Sistema Cardiovascular primitivo

7
Terceira semana
• Gastrulação

8
Terceira semana
• Formação da notocorda

9
Terceira semana
• Neurulação (tubo neural)

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Organogênese
Desenvolvimento embrionário de
4 a 8 semanas.
Atenção

Todas as principais A exposição aos


Ao final desse
estruturas internas e teratógenos durante
período, o embrião
externas são essa fase pode
possui uma
estabelecidas da causar grandes
aparência
quarta a oitava anomalias
nitidamente humana.
semana. congênitas.

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Fases do desenvolvimento
embrionário
Crescimento Morfogênese Diferenciação
Divisão celular Forma Organização celular
Elaboração de produtos Tamanho Padrão de tecidos
Particularidades Funções especializadas
Processo molecular
complexo

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O dobramento do embrião
Evento significativo no estabelecimento da forma do corpo;
Ocorre nos dois planos;
Velocidade diferente entre os eixos;
O dobramento (cranial, caudal e lateral) se dá
simultaneamente;

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O dobramento do embrião

22 dias

15
O dobramento do embrião

26 dias

28 dias

16
Prega cefálica

17
Prosencéfalo grande
24 – 25
dias Posição ventral do coração

Comunicação entre as partes


intra e extraembrionárias do
celoma.

26 – 27
dias

18
Prega caudal
Início da 4ª semana

Final da 4ª semana

19
O dobramento no plano horizontal

20
4ª semana

21
4ª semana

• O coração primitivo é grande e


dividido em átrio e ventrículo
primitivo.
• Os neuroporos rostral e caudal
estão fechados.
• O embrião possui uma
curvatura em C característica,
quatro arcos faríngeos e brotos
dos membros superiores e
inferiores.

22
5ª semana

• O crescimento da cabeça
excede o de outras regiões.
• A face logo faz contato com a
proeminência cardíaca.
• Formação do seio cervical.
• Desenvolvimento dos rins
mesonéfricos.

23
6ª semana
• O desenvolvimento dos
membros inferiores ocorre
durante a sexta semana, 4 dias
após MMSS.
• Saliências auriculares.
• Olhos notáveis e retinas
pigmentadas.
• O intestino penetra no celoma
extraembrionário na parte
proximal do cordão umbilical.
Essa herniação umbilical é um
evento normal.

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7ª semana

• Grande diferenciação dos


membros.
• Início da ossificação dos MMSS.
• A comunicação entre o
intestino primitivo e a vesícula
umbilical está agora reduzida –
ducto onfaloentérico.

48 dias

25
8ª semana

• Primeiros movimentos
voluntários dos membros.
• Plexo vascular do couro
cabeludo.
• Ossificação primária do fêmur.
• Eminência caudal desapareceu.
• Dedos compridos e separados.
• Pescoço e pálpebras evidentes.
• Os intestinos ainda estão na
porção proximal do cordão
umbilical.
• Não há identificação de órgão
sexual precisa.
• Características humanas
distintas.

26
8ª semana

27
Teratogênese
Teratologia

Ramo da embriologia e da patologia envolvido com a produção, a


anatomia do desenvolvimento e a classificação de embriões e fetos
malformados.

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Teratógeno

Qualquer substância, organismo ou agente físico externo ao genoma


que estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma
alteração na estrutura ou nas funções da descendência.

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Defeitos, malformações ou
anomalias congênitas

São sinônimos utilizados para descrever distúrbios estruturais,


comportamentais, funcionais e metabólicos existentes por ocasião do
nascimento.

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Defeito de
membros

Cardiopatias

Fendas orais

“The most common severe


congenital disorders are heart
defects, neural tube defects
and Down syndrome”.
(WHO)

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Princípios básicos de Teratologia
Estágio do Concepto Relação dose efeito Genótipo maternofetal
Diferença de Quantidade faz diferença Heterogeneidade
suscetibilidade
Intensificação ou redução Suscetibilidade ou
Efeito variado com o da resposta resistência
período

TÍTULO DA APRESENTAÇÃO 33
Histórico
• Até o início do século XX, acreditava-se que o bebê estava
totalmente protegido no útero; Tudo era “hereditário”;
• Em 1941, o oftalmologista, Norman Gregg, associou a catarata
congênita e outras malformações de 13 bebês com a infecção
precoce pelo Vírus da Rubéola na Austrália;
• Mudança no status de benignidade da doença com a descrição da
Síndrome da Rubéola congênita (SRC);
• Poucos anos depois, a “tragédia da Talidomida” gerou grande
interesse e comoção para o estudo dos agentes teratogênicos.

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Etiologia dos defeitos congênitos
• Fatores genéticos;
• Fatores ambientais;
• Herança multifatorial;

Agentes infecciosos
Agentes químicos
Agentes físicos
Hormônios

* Nem tudo que é familiar é genético. 35


Como acontecem?
• Períodos de maior diferenciação são mais vulneráveis;
• A diferenciação bioquímica precede a morfológica;
• Mecanismos exatos ainda não são esclarecidos;

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Como acontecem?
• Influências hereditárias e ambientais podem alterar processos
fundamentais;

• Quais processos? Compartilhamento intracelular, superfície, matriz extra celular


e ambiente fetal.

• Modificação celular: Morte celular, interação ou indução celular falha,


biossíntese de substratos reduzidos, movimentos morfogenéticos prejudicados e
alterações mecânicas.

• Desfecho final: Morte, alteração de desenvolvimento, retardo de crescimento


fetal ou distúrbios funcionais.

37
Como acontecem?

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Síndrome da Rubéola Congênita
• RCIU
• Catarata
• Glaucoma
• Perda auditiva
• Defeitos cardíacos
PCA e estenose da A. Pulmonar
• Microftalmia
• Anomalias nos dentes e
genitourinárias.
Taxa de infecção:
01 – 12 sem: 81%
12 – 16 sem: 54%
17 – 22 sem: 36%
23 – 30 sem: 30% >20 semanas sem anomalias 39
Toxoplasmose Congênita
• Hidrocefalia, coriorretinite e calcificações intracranianas - tríade
clássica;
• Neurológicos;
Convulsões, déficit motor, surdez
• Oftalmológicos;
• Hepatoesplenomegalia, hiperbilirrubi-
nemia, trombocitopenia e outros.

O risco de infecção
aumenta com a IG,
a gravidade reduz.
40
41
Síndrome Congênita pelo Zika vírus
• Calcificações intracranianas
• Ventriculomegalia
• Volume cerebral diminuído
• Microcefalia
• Perda auditiva
• Malformação em membros
• Irritabilidade
• Atraso no DNPM
• Disfagia e outros.

Teixeira G.A. et al, 2020.


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Radiação
• Radiação ionizante;
• Dose dependente;
• Diferentes mecanismos de ação;
• Formação de radicais livres;
• Na organogênese, há sério risco para
malformação de SNC;
Microcefalia, espinha bífida, déficit intelectual,
redução de QI;
• Outras (genitais e olhos). 43
Álcool

“O álcool é a maior causa evitável de


deficiência intelectual no mundo inteiro”

44
Talidomida
A “tragédia da Talidomida”.

Amelia
Meromelia

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Anomalias
CARDIOPATIAS FENDAS ORAIS ESPINHA BÍFIDA GASTROSQUISE

Rubéola Cigarro Raio x Álcool


Talidomida Raio x Ácido Valpróico Tabaco
Anticonvulsivantes Topiramato ISRS Descongestionantes?
Lítio ISRS
Isotretinoína Anfetaminas
Álcool Trimetadiona
Anfetaminas Aminopterina QT
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PREVENÇÃO

Promoção em saúde, informações, planejamento;

Aconselhamento pré-concepcional;

Pré-natal bem feito;

Exames de triagem e imagem na gestação;

Ecocardiograma fetal (1° mundial);

gravidezsegura.org

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Intervenções Pré-concepcionais

Suplementação com ácido fólico;

Controle de diabetes;

Tratamento adequado de epilepsias;

Redução de peso para mulheres com obesidade;

Abstenção de fumo, álcool e outros vícios;

Vacinação atualizada (Rubéola e Varicela).


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Diagnóstico pré-natal

Apoio psicológico, afetivo, familiar;

Serviços de saúde;

Acompanhamento especializado;

Tratamentos viáveis disponíveis;

Programação de parto?

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Cuidados pós-nascimento

Assistência na sala de parto;

Triagem neonatal completa;

Investigação de outras malformações;

Tratamentos corretivos, órteses;

Terapias e reabilitação;

Inclusão.
50
Referências

51
Obrigada
anna.moutinho@prof.cesupa.br

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