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GESTAÇÃO NORMAL

E
Desenvolvimento Fetal

Profª Jaquelline M. Zatta


GESTAÇÃO

A gestação é conhecida como o período de tempo


compreendido que vai desde a fecundação do óvulo
pelo espermatozóide até o momento do parto.
Neste período incluem os processos de crescimento
e desenvolvimento do feto no útero da mãe e também
as importantes mudanças experimentadas que além de
físicas são morfológicas e metabólicas.
DURAÇÃO DA
GESTAÇÃO
280 dias
ou 40ª semana
ou 9 meses completos

Períodos gestacionais:

• Da fecundação até final da 12 semana- período embrionário;


•Da 13 semana à 40 semana período fetal;
Nascimento com menos de 37 semanas –prematuro;
da 37 à 42 semana- termo;
42 1/6 semana em diante – pós termo;
CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

❑ Gestação
❑ Parto
❑ Puerpério (Nutriz)

GESTAÇÃO ESTADO ESPECIAL


(Episódio)

▪ Adaptação do organismo materno para manutenção


e desenvolvimento da gestação

▪ Alta velocidade de crescimento fetal

Maior risco de adoecer e


morrer do binômio
mãe-filho
PUERPÉRIO

Duração: 42 dias após o nascimento

▪Puerpério, também chamado resguardo ou quarentena, é a fase


pós-parto em que a mulher experimenta modificações físicas e
psíquicas.
▪Este é o período de tempo que decorre desde a dequitação da placenta
até 40-42 dias pós parto.
▪É o período em que os órgãos reprodutores da mãe retornem ao seu
estado pré-gravídico – INVOLUEM, com exceção das Mamas.
▪Nesta fase, a mulher é chamada de puérpera.
Fecundação e
desenvolvimento fetal
FECUNDAÇÃO

• É o encontro do óvulo com o espermatozóide.

• Em geral, só um espermatozóide consegue


penetrar no óvulo e fecundá-lo.
Ciclo ovariano- desenvolvimento humano
durante a primeira semana
• A cabeça do espermatozóide liga-se à superfície
do óvulo, a união da membrana celular faz com
que as 2 células fiquem conjugadas dentro de um
envoltório, passando, então, a chamar-se de ovo,
que durante sua trajetória em direção ao útero,
sofre várias divisões, já se preparando para
fixar-se na parede uterina.
• Chamamos de NIDAÇÃO a fixação do ovo no
endométrio.

• A nidação normalmente ocorre no fundo do útero.

• Quando a nidação não ocorre no interior do útero,


teremos a chamada gravidez ectópica.

• Uma gravidez ectópica quase sempre resulta em


perda do ovo e graves consequências para mãe.
DESENVOLVIMENTO FETAL

IMPLANTAÇÃO:

• O óvulo é fertilizado na tuba uterina, e sofre uma


série de divisões à medida que desce pela tuba
em direção ao útero.

• O BLASTÓCITO, como é chamado agora o óvulo


fertilizado, não aumenta durante essa fase,
simplesmente divide-se em 2 células, depois em
4, 8 e assim por diante.
• Ao atingir o útero o blastócito consiste de 16 ou
mais células. Essas células são denominadas
MÓRULAS, já estão diferenciadas em dois tipos.

• A massa celular interna consiste de células


embrionárias (vai transformar-se no embrião), a
camada externa é o TROFOBLASTO, que depois
contribui para a formação da placenta.

• Por volta do 5º dia após a fertilização, o


trofoblasto adere ao endométrio. Esse processo é
chamado de implantação.
• Durante a implantação, as células trofoblásticas
nutrem o embrião com nutrientes provenientes
da circulação materna.

O blastócito é imune a muitos fatores na


sua trajetória para o útero, mas após a
implantação, o embrião é extremamente
sensível a agentes Teratogênicos que
podem causar efeitos profundos no
embrião.
O desenvolvimento embrionário dá-se na
seguinte sequência: fase embrionária e fase fetal.

FASE EMBRIONÁRIA

Os dois primeiros meses de vida intra-uterina (2


a 8 semanas) caracterizam-se por um período de
multiplicação celular destinado a localização e
individualização dos diferentes órgãos e tecidos.

◊ 6º ao 7º dia: ocorre a implantação no


endométrio, e inicia-se a formação da placenta;
FASE EMBRIONÁRIA

❑ Característica principal: diferenciação celular e continuação da hiperplasia.

3 semanas 5 semanas 6 semanas 7semanas


4 semanas 8 semanas

9 semanas 11 semanas 12 semanas


10 semanas
FASE EMBRIONÁRIA
5ª SEMANA de gestação

Começo do desenvolvimento do sistema nervoso


aparecimento dos brotos das pernas e braços e
aparecimento de movimentos bruscos não perceptíveis
Após a 5ª semana
trocas via circulação
feto-placentária
Início da fase embrionária:
nutrição é feita pela
Vesícula Vitelina

coluna

Brotos dos braços

Brotos das pernas


◊ 18º ao 21º dia: esboço auditivo, início da
inervação, esboço cardíaco e primeiras ilhotas
vasculares;

◊ 24º ao 26º dia: individualização do tubo


digestivo e começo dos membros;

◊ 28º dia: esboço óptico e circulação embrionária;

◊ 31º dia: primeiras células sexuais;


◊ 33º dia: formação dos rins;

◊ 45º dia: diferenciação genital das gônadas;

◊ 49º dia: definição das 4 cavidades cardíacas;

◊ 56º dia: separação dos dedos;

◊ 60º dia: início da diferenciação das vias genitais


masculinas e femininas.
◊ 8 semanas: todas as principais estruturas
internas e externas já começaram a se
desenvolver.

O coração pulsa. Os caracteres faciais tornam-se


distintos. As mãos e os pés estão formando-se.
Os olhos estão abertos. Cabeça aproximada ao
resto do corpo, referente ao tamanho. Pesa 50g,
comp. 30 mm.
FASE
FETAL
❑ Duração: da 9º semana até o nascimento
❑ Característica: Crescimento fetal
FASE FETAL
◊ 12 semanas: os centros de ossificação
aparecem na maioria dos ossos e os dentes
começam a se formar dentro das gengivas. O
comp. do feto é de 6,3cm a 8,8cm e ele pesa de
14 a 28g.

Os rins e a bexiga começam a se desenvolver,


ocorrendo à secreção de pequenas quantidades
de urina. A genitália externa torna-se
proeminente, mostrando características femininas
ou masculinas, aparecem reflexos de deglutição e
sucção.
◊ 16 semanas: o feto parece um bebê em
miniatura, com a pele rosa, mas com a cabeça
ainda grande. Mede 15cm e pesa 170g, tendo os
dedos das mãos e dos pés formados.

Os músculos cardíacos estão desenvolvidos.


Pode-se ouvir os batimentos cardíacos através do
DOPPLER. O mecônio aparece nos intestinos.
3 meses
12 sem 4 meses
16 sem
◊ 20 semanas: feto mede aproximadamente
20cm e pesa 284g. Uma penugem fina chamada
lanugem pode ser vista no corpo, e algum cabelo
na cabeça. Devido à falta de depósito de gordura,
a pele é muito enrugada.

Os movimentos fetais são sentidos pela mãe, os


batimentos cardíacos podem ser ouvidos com o
estetoscópio.
◊ 24 semanas: o feto mede 30cm e pesa 680g.
Uma substância leitosa chamada VÉRNIX aparece
na pele. Esta substância protege a pele do feto,
enquanto ele está submerso no líquido amniótico.

Se o feto nasce neste período tem chance


remota de sobreviver. Deglute líquido amniótico.
6 meses
5 meses 24 sem
20 sem
◊ 28 semanas: o feto mede + ou – 35cm e pesa
mais de 900g. Os olhos possuem pálpebras que
abrem e fecham, sobrancelhas e cílios.

Reação a estímulos auditivos. Se nascer, o feto


sobreviverá auxiliado por equipamentos da UTI.
◊ 32 semanas: o feto mede + ou – 40cm e pesa
mais de 1.500g. Ele tem aparência de idoso
devido à falta de depósito de gordura no
subcutâneo.
7 meses
28 sem 8 meses
32 sem
◊ 36 semanas: o feto mede 45cm e pesa
2.600g. As unhas atingem a ponta dos dedos.
Pregas plantares profundas. Aréola mamária com
1-2 mm de diâmetro.

Bolsa escrotal pequena com poucas pregas. Se


nascer neste período já é capaz de sobreviver.
◊ 40 semanas: feto mede 50cm e pesa 3.200g. A
lanugem está quase desaparecida, exceto nos
ombros e nas partes superiores das costas. A
vérnix caseosa pode ser vista apenas nas dobras
da pele. Orelhas firmes. Tórax proeminente.

Grandes lábios cobrindo os pequenos lábios.


Bolsa escrotal cheia, com muitas rugas. Os
testículos estão na bolsa ou no canal inguinal. O
feto está pronto para nascer.
◊ 42 semanas: o feto que passa das 42 semanas
é chamado PÓS-TERMO. O RN pós-termo tem
unhas compridas, pouco vérnix caseosa, pouco
tecido adiposo, pele seca. É um RN com risco de
desenvolver problemas que o coloca em perigo.

Devido a alta incidência de natimortos, a


intervenção cirúrgica deve ocorrer, para
preservar a vida da criança.
ANEXOS
Quando fixado corretamente na parede uterina,
o ovo irá crescendo e sofrendo transformações
que resultarão na formação do embrião e das
estruturas fetais:

Placenta O desenvolvimento do novo


Bolsa amniótica ser, passa a ter agora íntima
Líquido
amniótico ligação com o organismo
Cordão umbilical materno, iniciando a verdadeira
gravidez.
• Da fecundação até a 8ª semana de gestação o
concepto chama-se EMBRIÃO, período no qual
estão sendo formados os tecidos e as estruturas
fetais.

• Após esse período, até o nascimento chamamos o


futuro bebê de FETO.

• O período de formação das estruturas é muito


importante e, se sofrer a ação de drogas,
medicamentos, doenças maternas ou falta de
nutrição adequada, poderão ocorrer
malformações fetais.
ESTRUTURAS FETAIS

PLACENTA:
• É um órgão especial para servir ao feto, permite
as trocas nutritivas materno-ovulares. Sua forma
é variável, possui 2 faces.

• Face fetal fica em contato com a cavidade


amniótica, é recoberta pela âmnio, que a torna
lisa e brilhante, no qual se insere o cordão
umbilical.

• Face materna aderida ao endométrio, é


avermelhada, rugosa, com várias vilosidades
separados por septos placentares. Onde ocorre a
troca metabólica entre mãe e feto.
PLACENTA

Órgão transitório Único órgão formado


que intermedeia as por células de dois
trocas fisiológicas indivíduos
entre mãe e feto

Endócrina
FUNÇÃO
Metabólica

Troca
s

en.wikipedia.org/wiki/Placenta
A placenta apresenta 3 funções:
metabólica, endócrina e de trocas,
que são essenciais para a
manutenção da gestação e para o
desenvolvimento do feto normal.
PLACENTA

1 veia
supre sangue Passagem por difusão simples
oxigenado Água, oxigênio, dióxido e monóxido de
carbono, glicose, eletrólitos, uréia,
ácido úrico e a maioria das drogas

2 artérias
carregam sangue
Passagem por difusão facilitada
desoxigenado do feto
Transporte ativo ou pinocitose
(englobamento de partículas pelas células):
vitaminas, hormônios, anticorpos

A passagem livre de certas substâncias, de vírus e microrgasnismos pela


placenta pode provocar danos e ou a morte ao feto
MEMBRANAS AMNIÓTICAS:
• Âmnio: face interna, lisa e brilhante.
• Cório: face externa, despolida e irregular.

À medida que o feto se desenvolve, as


membranas distendem-se formando uma bolsa
amniótica ou bolsa d’água. A ruptura dá-se,
normalmente, no momento do parto. Se ocorrer
antes do parto, é chamado de BOLSA ROTA, que
leva à perda de volume de líquido e chances de
infecção do feto por contaminação do líquido
amniótico.
Líquido amniótico:

• É um líquido, composto por 98% de água e o


restante em sólidos orgânicos e inorgânicos.

• Contém eletrólitos, glicose, lipídeos, proteínas e,


à medida que o nascimento se aproxima, contém
mais uréia, creatinina e ácido úrico.
• Apresenta um volume total em torno de 1000ml,
se tiver um volume acima de 2000ml, chama-se
POLIDRÂMNIO e, se abaixo de 500ml, chama-se
OLIGODRÂMNIO. Estas duas situações estão
relacionadas com malformações fetais.

• O feto bebe o líquido amniótico em cerca de


500ml/dia na época do nascimento. Este líquido
deglutido auxilia a eliminação de escórias pelo
rim e pulmão fetais.
• Funções:

Manter temperatura ótima para o feto;

Proteger o feto de traumatismos


externos;

Permitir a livre movimentação fetal;

Não permitir aderência do feto às


membranas amnióticas.
• Já que o líquido amniótico é composto por células
fetais e produtos de excreção fetal, sua análise
pode dar informações importantes a respeito do
feto.

• Esta análise pode ser feita através de uma


Amniocentese.
Cordão umbilical

• Serve de ligação entre


o feto e a placenta,
permitindo as trocas
metabólicas. Formado
de tecido conjuntivo
indiferenciado,
denominado de geléia
de Wharton.
• O cordão umbilical possui 2 artérias com paredes
grossas e lúmen estreito e, 1 veia com paredes
finas e lúmen maior.

• Mede cerca de 55cm de comprimento, variando


entre 30cm e 1m. Tem aspecto branco leitoso, é
úmido e enovelado.
COMPLICAÇÕES:

• CORDÕES LONGOS: favorecem nós verdadeiros,


cortando a circulação fetal; circulares de cordão,
que podem ser cervicais, abdominais, torácicas,
nos membros; compressão do cordão entre
apresentação fetal e a pelve da mãe e, ainda,
prolapso de cordão nos casos de bolsa rota e
apresentação alta.

• CORDÕES CURTOS: favorecem deslocamento


prematuro de placenta, provocando hipóxia fetal;
ruptura de cordão.

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