Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE ESTAUAL DO CEARÁ

DISCIPLINA: METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO


PROFESSOR(A): Barbara Cristhinny Gomes Zeferino
GRUPO: Daniela Fernandes, Emanuely Fernandes, Gilmara Bento, Yohanna
Coutinho e Yasmin Gabriele

FICHAMENTO GRUPO 01

ANDERY, M.A.P.A et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva


histórica- 6. ed.rev. e ampl- Rio de Janeiro: espaço e tempo: São Paulo: EDUC,
1996.
UNIVERSIDADE, CIÊNCIA E VIOLÊNCIA DE CLASSES

CAPÍTULO II- A CIÊNCIA COMO CONCEPÇAO DE MUNDO


CAPÍTULO III- A CIÊNCIA COMO BRINQUEDO DAS CLASSES
DOMINANTES

“A educação é um instrumento da reprodução social, com um sistema de regras


e princípios que devem ser reproduzidos no interior das distintas classes sociais,
universalizando posições essencialmente heterogêneas e antagônicas. Além de
um conjunto de preceitos axiológicos fundamentais no processo de legitimação
da apropriação do trabalho excedente, subsistem aspectos na educação formal
e informal que possibilitam a compreensão da totalidade social na perspectiva
de apreender a natureza para a sua transformação. Embora se configure como
um complexo profundamente distinto do trabalho, subsiste uma relação
intrínseca entre ciência e trabalho, pois todo processo de objetivação do trabalho
presume certa compreensão da realidade que se visa transformar.” (p. 43)
A educação é utilizada como um mecanismo de reprodução social, com um
sistema de regras e princípios que são mantidos pelas diferentes classes sociais,
generalizando posições. Além disso, existem aspectos na educação formal e
informal que permitem compreender a sociedade como um todo. Apesar de ser
muito diferente, existe uma relação própria entre a ciência e o trabalho, pois todo
processo do trabalho exige uma compreensão da realidade que se quer
transformar.

“[...] Para tanto, a ciência atua como instrumento das classes dominantes contra
as classes dominadas, como ferramenta para a reprodução do ciclo da violência
da classe dominante sobre a classe dominada.” (p. 43)

A ciência é utilizada como um instrumento de soberania pelas classes sociais


dominantes, para controlar e manter o domínio sobre a classe dominada. Uma
vez que ela exerce controle sobre as relações sociais e o meio.

“A depreciação do trabalho produtivo é expressão de um sistema


socioeconômico fundado no trabalho escravo, em que ainda não é posta a
necessidade fundamental da recorrência ao sistema de máquinas e
engrenagens para desenvolver as forças produtivas, visando assegurar os
interesses das classes dominantes. Muitos inventos realizados nas sociedades
que precedem ao modo de produção capitalista não passaram de meros jogos
ou artifícios engenhosos sem nenhuma utilidade prática, e somente na época do
capitalismo eles passam a resultar em consequências práticas.” (p.44)

A desvalorização do trabalho produtivo, provém de uma herança escravista.


Onde acentuou ainda mais a sua degradação, porque adicionou a noção de que
o trabalho é uma atividade indigna para um homem livre. Em uma sociedade em
que o sistema de máquinas ainda não é utilizado em prol das classes
dominantes, muitos inventos foram considerados meros artifícios engenhosos,
que só passaram a ser visto com utilidade na época do capitalismo.

“[...] A filosofia platônica incorpora no seu interior aspectos das investigações


científicas. Platão defende a geometria e o pensamento geométrico, e busca
respaldar a primazia do mundo teórico sobre o mundo sensível, a partir da
formulação da existência do mundo dos números em si.” (p. 44)
A filosofia platônica faz uma conexão com as ciências, especialmente a
geometria, que é defendida por ele como uma forma de pensamento que vai
além do mundo sensível e representa o mundo teórico. Platão também formula
a ideia do mundo dos números como uma forma da existência em si.

“Através do procedimento dialético, Platão tenta justificar a primazia do


pensamento sobre a existência sensível das coisas e busca apontar como o
mundo sensível participa do mundo inteligível mediante a formulação de uma
dialética ascendente e descendente” (p. 45)

Platão busca justificar a preferência do pensamento em relação à existência


sensível das coisas, em que consiste em uma realidade ilusória, que não
corresponde as essências. Através da dialética o filósofo opõe o mundo sensível
ao mundo inteligível, com o objetivo de alcançar o conhecimento verdadeiro.

“Os filósofos da physis buscaram explicar a natureza e seus fenômenos


adotando um completo abandono das perspectivas mágicas e religiosas. Os
primeiros filósofos estudavam a physis, que podemos considerar como natureza
ou como força constituinte dos seres (ontologia).” (p. 46)

Os filósofos da physis buscavam descobrir as leis que governavam a natureza,


eles acreditavam que apenas o conhecimento racional e empírico era capaz de
explicar o mundo. Assim rejeitando as explicações sobrenaturais, míticas ou
religiosas, mudando a forma de pensar e investigar as coisas.

“O propósito de Bacon ao escrever seu Novum Organum é preparar a mente dos


homens para entender e aceitar os pressupostos que fundam a investigação da
natureza e como esta pode incidir na constituição duma concepção de mundo
que se ponha”. (p.51)

A observação, a investigação e a experimentação compunham o único método


para alcançar o poder e o domínio sobre a natureza. O conhecimento da
natureza representava a fonte desse poder.

“Bacon aconselha o leitor que tenta trilhar a via da Interpretação da natureza que
“procure habituar-se à complexidade das coisas, tal como é revelada pela
experiência; procure, enfim, eliminar, com serenidade e paciência, os hábitos
pervertidos, já profundamente arraigados na mente” (p.51)
Tudo aquilo que se agrega ao homem, ou seja, através da observação, da
vivência, passa-se à aprendizagem, a qual se apreende novos hábitos e assim
possa deixar de lado velhos hábitos.

“O principal erro dessa filosofia, no entendimento de Bacon, consiste na tentativa


de “formar o mundo com base nas categorias; ao atribuir à alma humana, a mais
nobre das substâncias, um gênero extraído de conceitos”. (p.53)

Para Bacon essas categorias nos impedem de chegar a um conhecimento


verdadeiro e seguro.

“Na perspectiva filosófica de Bacon é possível afirmar a existência de duas


grandes tradições filosóficas na Grécia antiga.” (p.55)

A primeira é marcada pelo espírito professoral e sem preocupação com as fontes


e a Segunda é marcada pela presença de pensadores que não estavam
preocupados em formar escolas.

“Bacon (1973, p. 13) é um respeitável defensor da ciência e da técnica no trato


com a natureza: “É manifestamente impraticável, sem o concurso de
instrumentos ou máquinas, conseguir-se em qualquer grande obra a ser
empreendida pela mão do homem o aumento do seu poder, simplesmente, pelo
fortalecimento de cada um dos indivíduos ou pela reunião de muitos deles”. No
seu entendimento, a mão humana, somente, não é capaz de operar grandes
ações na natureza, por isso é necessário a recorrência ao aparato instrumental
para que o homem possa obter sucesso no trato com a natureza” (p.57)

Bacon vai defender esse trato com a natureza a partir da utilização de um


maquinário o qual auxilia ou até mesmo substitui a mão humana no seu trabalho,
onde ele explica que a mão humana somente não é capaz de operar grandes
ações na natureza e que para alcançar esse sucesso é necessário o auxílio
desse aparato instrumental.

“Baseada nos esforços metodológicos de Galileu, a filosofia de Bacon tenta


superar as limitações imediatamente dadas ao sujeito e busca oferecer um
instrumental que possibilita a leitura e a elucidação do livro do mundo como ele
se configura ontologicamente” (p.58)
Bacon vai defender uma filosofia que busca superar todas as limitações que
cerca o sujeito, oferendo um aparato instrumental de como as coisas se
configuram ontologicamente, ou seja, como as coisas se dão no seu verdadeiro,
no mundo real.

“[...] E o capitalismo significa qualitativamente um salto sobre as formações


sociais precedentes, não apenas devido ao verificado progresso técnico-
científico incomparavelmente superior, mas, sobretudo, à transformação que a
ciência produziu na vida cotidiana.” (p.58)

O autor trás que o capitalismo ele vai significar um salto sobre as transformações
sociais, por se tratar de um progresso técnico-científico, mas, sobretudo na
transformação que a ciência produziu a vida cotidiana.

“O aspecto decisivo é que Bacon, a exemplo dos filósofos da physis, elabora


uma filosofia da natureza com ressonâncias sobre as determinações do mundo
concreto dos homens. É nesse contexto que a burguesia vai se apropriar da
ciência para desenvolver as forças produtivas, erigi-la à condição de auxílio
poderoso no movimento de subversão da concepção de mundo medieval e
instituir uma perspectiva laica do mundo em que o elemento econômico
comparece como complexo predominante mediante a inserção da ciência ao
processo produtivo, a sociedade capitalista se ergue como a forma de
sociabilidade mais desenvolvida e como o meio de produção mais sofisticado.”
(p.59)

Bacon vai se diferenciar dos filósofos da physis (aqueles que buscam explicar a
natureza e seus fenômenos) pelo fato dele basear suas determinações no
mundo concreto dos indivíduos. logo, a burguesia se apropria da ciência para
desenvolver suas forças produtivas, tornando logo em seguida o capitalismo com
a forma de produção mais sofisticada.

“[...] a ciência no passado era uma atividade muito mais circunscrita a uma
determinada classe social e estava longe de receber a aplicabilidade prática que
recebeu na sociedade capitalista” (p.61)
O autor trás que a ciência no passado era uma atividade voltada para apenas
uma determinada classe social, que como vemos no nosso cotidiano capitalista,
essa classe seria a dominante.

“Lukács (1966) considera que a ciência durante muito tempo conviveu no interior
da vida cotidiana sem que os homens tivessem consciência de que estavam
fazendo propriamente ciência” (p.62)

A ciência esteve presente na vida das pessoas por muito tempo, sem ao menos
saber que eles mesmo estavam produzindo-a.

“O despertar da atividade científica, enquanto atividade dotada de uma relativa


autonomia perante a totalidade da sociedade, presume uma complexa divisão
social do trabalho [...] É somente quando um homem é capaz de produzir mais
do que o necessário para garantir a reprodução de sua existência material que
emergem as condições objetivas para a acumulação e a existência da oposição
entre as classes sociais (LUKÁCS, 1981). (p.62)

A atividade cientifica com autonomia vai presumir a complexa divisão social do


trabalho, onde é somente quando existe a produção exacerbada que o indivíduo
garante a reprodução de sua existência material, onde vai gerar a acumulação e
a oposição entre a luta de classes.

“A ciência é uma forma específica de reflexo da realidade (LUKÁCS, 1966).


Enquanto forma de reflexo da realidade, ela se diferencia da própria realidade
porque consiste no pensamento que se apropria do mundo, ou seja, da maneira
como as coisas se constituem em si e não como se manifestam à consciência”
(p.63/64)

A ciência se da no reflexo com a realidade, se diferenciando da própria realidade


porquê consiste na maneira de como as coisas se constituem em si, e não como
se manifestam na sua consciência.

“Marx (1985a) observa que se houvesse adequação entre aparência e essência,


a ciência não seria necessária; a ciência se põe como uma necessidade para o
homem porque não existe transparência e lucidez aos simples órgãos dos
sentidos entre o que as coisas são na sua intimidade e o que elas revelam em
sua imediaticidade.” (p.63)
A ciência é necessária para que possa compreender a essência dos sentidos de
como as coisas são na sua intimidade e o que elas revelam na sua
imediaticidade, ou seja que ocorrem de modo direto e rápido, sem intermédio.

“A ciência mostrou seu caráter prático e de articulação com o mundo do trabalho,


à medida que as investigações científicas passaram a colaborar na subversão
da ordem produtiva existente e revolucionaram as relações de produção; basta
lembrar as máquinas de tear, as locomotivas movidas a vapor e as estradas de
ferro inglesas” (p.63)

A ciência vai andar em conjunto com o mundo do trabalho a partir do momento


que as investigações cientificas passaram a colaborara nas forças produtivas e
revolucionaram as relações de produção.

“Para isso, foi fundamental a formulação de Francis Bacon de que a natureza


tem suas leis e que elas precisam ser respeitadas quando se pretende controlá-
las. Longe de ser um empirista apegado aos órgãos dos sentidos, Bacon
preconiza a relevância do estudo sério da natureza, estudo que está na gênese
da Revolução Industrial” (p.63)

Logo, é importante voltar a ênfase em Bacon quando diz que a natureza precisa
ser respeitada quando se pretende transformá-la, onde ele vai fugir dos órgãos
dos sentidos, onde vai estabelecer um estudo sério da natureza estudo que está
na origem da revolução industrial.

[..] Na cultura grega, por exemplo, o trabalho era considerado como uma coisa
de escravo, e o exercício de qualquer atividade laboral representava uma
deformação do corpo e uma deterioração da alma. Fundada no ideal de unidade
entre o belo corpo e a bela alma (kaloskagathia), a aristocracia grega entendia o
trabalho como coisa exclusiva dos escravos e não dos homens nobres. Longe
das atividades produtivas que garantiram a produção e reprodução da existência
material, os cidadãos gregos dispunham do tempo disponível da sociedade para
dedicar-se às atividades que satisfaziam o seu espírito, como jogos olímpicos,
produtividade artística, filosofia, ciência etc. Sem tempo disponível, a aristocracia
jamais poderia ter produzido ciência. [...]Como existia uma separação na
sociedade escravocrata entre o senhor e o escravo, as conquistas alcançadas
pela ciência, nessa época, não podiam desempenhar atividade efetiva no mundo
da produção. Lukács (1981) assevera que o desprezo pelo trabalho produtivo
impediu que as descobertas no campo da matemática e da geometria fossem
aplicadas tanto aos problemas práticos e mecânicos quanto às questões
relativas ao mundo corporal e ressalta que um dos limites fundamentais do
processo de produção na sociedade antiga era a impossibilidade de
reconciliação da escravidão com o emprego de máquinas. Como o trabalho era
considerado coisa de escravo, não havia nenhum interesse na aplicabilidade dos
inventos científicos ao mundo da produção. [...] (p.64-65)

É interessante perceber que o desenvolvimento da ciência só foi possível devido


ao tempo livre que os cidadãos gregos tinham, graças aos esforços dos escravos
que desempenhavam os trabalhos manuais, entretanto devido ao preconceito
que os gregos tinham em relação ao trabalho manual às descobertas científicas
ficaram limitadas a meros jogos, pois, para eles qualquer trabalho que
envolvesse esforço físico era considerado depreciativo para o corpo é visto como
tarefa exclusiva para os escravos.

Indubitavelmente, é no modo de produção asiático que encontramos os


primeiros vestígios da ciência moderna. A China não apenas constituiu a base
da ciência moderna como fez ciência, mesmo que o pensamento hegemónico
ocidental insista em negar aos chineses seu verdadeiro papel no movimento
evolutivo do conhecimento produzido pela humanidade. É preciso rememorar
que, enquanto a Europa estava lançada na paralisia do pensamento científico no
período histórico do feudalismo, a China realizava grandes saltos investigativos.
As descobertas chinesas não estão circunscritas à bússola e à pólvora, mas
estendem-se aos diferentes campos que constituíram o terreno avançado da
ciência moderna. [...] (p.66)

O autor busca desmistificar esse pensamento de que a Europa seria a única


criadora de ciência, com base no texto percebe-se que a China foi a pioneira na
produção da ciência moderna, além de proporcionar a base para novas
descobertas.

[...] A inserção da ciência no cotidiano passava pela mediação do corpo de


funcionários do Estado teocrático, em que o imperador aparecia como portador
de alguma espécie de filiação ao mundo dos astros. Essa pseudofiliação
cosmológica impunha a possibilidade de a classe superior ser capaz de vaticinar
acerca das estações e oferecer orientação aos camponeses ignorantes sobre as
melhores épocas para desenvolver suas atividades agrícolas.[...]Havia uma
relação entre ciência e processo de produção, mas era uma relação mediada
pelo aparato religioso e político da época, que visava muito mais a conservação
das relações de produção existentes do que propriamente revolucionar o
processo de produção com a inserção das descobertas científicas[...] A ciência
não conseguia irradiar-se no interior da vida cotidiana dos homens porque a
concepção de mundo religiosa dominava completamente a totalidade da
existência dos indivíduos. A investigação científica estava enredada em limites
ainda maiores que a própria Grécia, e a ciência possuía certa autonomia perante
o mundo religioso, mas não podia desenvolver-se devido aos entraves postos
pelo modo de produção asiático. Tanto no Oriente quanto no Ocidente, a ciência
se limitou ao âmbito dos jogos de divertimento das classes dominantes, não
passando de uma espécie de passatempo para a classe que dispunha do tempo
disponível, possibilitado pelo trabalho escravo (modo de produção escravista) ou
pelo trabalho dos camponeses (modo de produção asiático) (p.67)

Apesar de ter inserido algumas descobertas no cotidiano dos camponeses para


que eles melhorassem as atividades agrícolas, os responsáveis pelo
desenvolvimento da ciência estavam mais interessados em manter o modo de
produção existente do que revolucionar o processo de produção, outra limitação
foi a religião que era muito presente no cotidiano e isso influenciava na
concepção da realidade. Desse modo a ciência ficou limitada apenas a produção
de jogos Impossibilitada de adentrar completamente no interior da vida cotidiana
e de receber aplicação prática no universo da produção e reprodução da
existência material, a ciência ficará restrita à condição de jogo ou divertimento
das classes dominantes na Antiguidade; no entanto, uma observação mais
atenta dessa problemática aponta para a existência de um vínculo indissociável
entre esses aparentes jogos de crianças e os instrumentos de guerra. Antes de
sua irradiação para as diferentes esferas da vida cotidiana burguesa e de receber
aplicabilidade prática consistente no modo de produção capitalista, os diferentes
brinquedos de crianças das classes dominantes serviram no passado para
garantir a defesa do status quo e a ampliação do domínio do excedente
produzido pelos camponeses e escravos.[...]O xadrez ocidental constituiu-se
como verdadeiro mapa de estudo do campo de batalha do inimigo, servindo para
aprimorar o desenvolvimento da capacidade lógica de entendimento dos passos
possíveis do rival. A guerra mimetizada serve para revelar a intrínseca relação
entre lógica e realidade, entre pensamento e mundo objetivo [...]O exemplo da
introdução do próprio carrinho de mão na China mostra que as novas formas da
produção material "desenvolvem-se na guerra antes de se desenvolverem na
produção do tempo de paz” (MARX, apud KORSCH, 2011, p. 6). O carrinho de
mão foi adotado pelo general chinês Jugo Liang para construir suas barricadas
móveis e como meio de transporte dos objetos e artefatos pesados no século II
a. C. Ele emergiu no cenário da guerra e apenas posteriormente alcançou o
âmbito do mundo da produção de existência material dos homens (p.68/69/70)

Apesar da ciência por muito tempo ter se limitado apenas a produção de jogos e
divertir a classe dominante, esses jogos serviram de base para o
desenvolvimento de instrumentos de guerras e objetos que otimizam o trabalho
como por exemplo, o carrinho de mão.

“O xadrez ocidental constituiu-se como verdadeiro mapa de estudo do campo de


batalha do inimigo, servindo para aprimorar o desenvolvimento da capacidade
lógica de entendimento dos passos possíveis do rival.” (p.70)

Importante destacar que o xadrez foi importante para que o exército pudesse
conhecer e determinar ataques contra o inimigo, o que conhecemos hoje como
jogo de tabuleiro antes era utilizado para planejar e determinar passiveis passos
do inimigo.

“A unidade da pólvora, o carrinho de mão e a astúcia aérea permitiram que os


chineses construíssem os primeiros foguetes móveis da história.” (p.70)

Isso mostra, o quanto o exército chines era superior com suas invenções para
conflitos, com isso faz com que o conhecimento cientifico tivesse passado por
vários testes até chegarem nos foguetes moveis.

“O complexo militar se constitui como um complexo irradiante de categorias e


elementos decisivos, que são próprios da sociedade capitalista.” (p.71)
A classe dominante investe em várias pesquisas, até mesmo em lançamento de
foguetes, que consequentemente isso beneficia o exerci o. É claro que a classe
dominante faz isso com base em seus interesses.

“Parece uma coisa óbvia que a ciência moderna não é uma atividade de fácil
acesso ao homem lançado na vida cotidiana.” (p.71)

A ciência ela precisa de tempo e precisa de muita concentração, o que vemos


hoje em dia são pessoas que corre contra o tempo e sempre estão à procura de
coisas fáceis e rápidas de serem produzidas e reproduzidas da sua existência
como matéria que provavelmente essa matéria poderá ser utilizada em seu
cotidiano.

“A preocupação com o ensino da ciência, numa perspectiva lúdica, encontra-se


nas diferentes abordagens burguesas e elas padecem do problema de centrar
sua atenção no desenvolvimento das aptidões e capacidades cognitivas
essencialmente individuais.” (p.72)

A burguesia brinca com a ciência, já que ela é classe dominante e possui mais
tempo e consequentemente ira poderá produzir mais ciência, um dos fatos que
o autor descreve é que a maneira pedagógica é lúdica e criativa, rompendo com
entraves da educação tradicional. Então, enquanto a classe menos favorecida
ainda com pouco conhecimento sobre seus direitos, passa a ter uma educação
básica e menos interesse na área da ciência, pois seu ensino é direcionado ao
trabalho.

“O domínio dos conteúdos da referida disciplina pode ser obtido pela mediação
da atividade prazerosa que constitui o movimento lúdico dos brinquedos infantis;
no entanto, a ciência não pode ser considerada como brinquedo ou atividade
simples, pois é essencialmente complexa.” (p.73)

O brinquedo serve como mediador e também para despertar interesse dos


jovens pro universo cientifico, porem a ciência ela não pode se perder
essencialmente, já que a ciência é um conhecimento necessário.

“Numa sociedade moldada pela reificação das relações sociais, os “jogos de


guerra” aparecem como meros passatempo e entretenimento de um sistema
socio metabólico que somente pode oferecer à humanidade a sua própria
destruição.” (p.74)

Jogos de guerras são passa tempos para os jovens, na qual eles passam horas
jogando e se sentem interessados por esse tipo de entretenimento e é claro que
o capitalismo sempre está produzindo novos jogos, enquanto, países passam
por guerras e conflitos e os jovens começam a naturalizar esses tipos de ato de
horror humano.

“O fato de a ciência ser uma aliada fundamental do capital não implica que a
essencialidade da ciência seja servir exclusivamente ao capital, e menos ainda
que ela esteja condenada a produzir artefatos e instrumentos de guerra; estes
usos são expressões tão somente de um sistema metabólico movido pelo lucro
e pela transformação dos seres humanos em apêndices dos interesses do
capital.” (p.75)

A ciência ela também produz artefatos para a suade, tecnologias que melhoram
as novas vidas nos dias atuais, é claro não deixando seu interesse principal que
é o lucro. Mas sem ela não estaria tão avançado nas tarefas humanas nas quais
hoje é naturalizada.

Você também pode gostar