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Uma revisão de artigos e fatos relacionados à questão do

petróleo no período Lula e Dilma

Este artigo tem por objetivo fazer uma revisão cronológica de


artigos publicados pela AEPET fazendo uma revisão histórica dos
governos PTistas. A motivação principal é que percebi um
mecanismo absolutamente idêntico entre os Bolsominions e os
PTminions. Mesmo que opiniões sejam diferentes, o modo de agir
irracional e passional é o mesmo. Se um lado adora gritar o
“comunista, comunista, comunista”, o outro adora o “fascista,
fascista, fascista...” como se ambos os regimes tivessem
características únicas não presentes uns nos outros. Para mim que
venho de família de militares, é bastante claro que após o
assassinato de uma geração de políticos nacionalistas, havia a
necessidade dos EUA de introduzir o gerencialismo e,
conseqüentemente, o capitalismo dentro dos quartéis. Era preciso
acabar com o nacionalismo sem o uso da força, controlando
ideologicamente as Forças Armadas Brasileiras. A visão neo-
liberal não apenas doutrinou gerações como enxertou no ODDA de
gerações seus algoritmos e processos decisórios. Isto também
ocorreu na sociedade civil, com discursos adaptados. É fato que a
Guerra Híbrida em busca do Domínio do Espectro Total, baseia-se
no fato de que só se manipula usando a linguagem e simbologia
adequada a cada grupo. É preciso criar os vieses cognitivos usando
uma linguagem e abordagem sucessiva e adaptada ao “idioma” do
grupo que se quer manipular. Desta forma, este grupo irá
potencializar os conceitos desejados por conta própria, como um
vírus infectando o grupo. Para o domínio total a única forma é um
blend de vírus e bactérias diferentes, pois cada grupo tem
diferentes anticorpos e fraquezas. Desta forma, este modo de
interpretar e agir é absolutamente irracional, porém, é realizado de
forma que pareça ao manipulado que ele chegou às conclusões por
conta própria. Este é um aspecto importante que ressalta a
necessidade de uma base teórica e princípios socialistas enraizados
como uma espinha dorsal no processo decisório do socialista. Caso
contrário, acaba-se como minion de alguma figura popular ou
partido. É sabido que o capitalismo prefere um Estado fraco e
subserviente e sempre teve como estratégia para isto, combater
figuras fortemente populares. No entanto, parece ter se adaptado
para uma nova modalidade que ao invés de combater tais figuras,
que são uma preferência popular, passaram a criar uma figura tão
popular quanto num campo político contrário. Assim anula-se a
força do Estado, porém, não pela ausência de políticos populares,
mas pela soma de forças iguais e contrárias.
Esta introdução serve apenas para identificar um ponto
crucial na venda das riquezas nacionais ocorridas nos governos
Lula e Dilma que carece de muito estudo. Entidades diversas da
sociedade, supostamente de esquerda, olharam atônitos a venda do
patrimônio nacional sem qualquer reação ou, pior, num
negacionismo semelhante ao da Mitosfera. Como vamos observar
a sociedade reagiu em diversos momentos às traições do PT,
porém, de forma limitada e, muitas vezes, fantasiosa eliminando
seus ídolos do processo como os Bolsominions fazem nos casos de
corrupção do governo Bolsonaro.

As conclusões dos artigos que serão apresentados podem ser


resumidas a seguir:
(i) o PT criou um legislação prejudicial aos interesses do
Brasil na questão do petróleo. Porém, de forma sucessiva e
indireta;
(ii) diversas entidades fortemente ligas ao setor se
manifestaram publicamente pelos horrores que as ações destes
governos significavam e anteviram tudo que estaria por vir;
(iii) mesmo figuras públicas e entidades que projetaram os
futuros acontecimentos percebendo os desvios do PT em relação
ao que historicamente defendia, tais figuras se manifestaram dentro
de uma fantasia na qual o PT estaria apenas equivocado,
continuando, inclusive, ligados ao partido;
(iv) foram usados mecanismos para abordagem indireta e
disfarçar a continuidade da política de FHC através da geração de
cargos e distribuição de aumentos de salários e gratificações, assim
como a gestão moral da pobreza com programas sociais que não
tinham qualquer impacto na mudança da situação social do Brasil.
Além da constante falsificação de dados econômicos e sociais;
(v) Dilma quando realizou o leilão de Libra já tinha,
inclusive, notícia do caso da espionagem da Petrobras, tinha
movimentos sociais, sindicatos e grande parte da sociedade
apontando o caminho dentro da Lei para evitar tal leilão. E não o
fez.

Como será possível observar, trabalhadores e técnicos da área


passaram décadas avisando onde tudo isto iria dar. Portanto, na
melhor das hipóteses Lula e Dilma foram os mais incompetentes
presidentes que tivemos. Nunca na história deste país, presidentes
tiveram tanta riqueza descoberta e entregue. O viés cognitivo, no
entanto, permanece pairando sobre a esquerda liberal que até hoje
levanta a voz pra falar do entreguismo de FHC, sendo que foi Lula
o maior vendedor de ações da Petrobras, e Dilma a vendedora de
ativos. O ícone de tal entrega foi o Campo de Libra, simplesmente
a maior descoberta dos últimos 50 anos no mundo. Apesar de todos
os fatos que serão demonstrados aqui, até hoje temos algumas
mídias ditas de esquerda onde o assunto é debatido num nível que
dá a impressão de que “não há risco de dar certo” para usar uma
frase que aprendi com Romulus. Recentemente, no BraZil247 tive
o desprazer de ver um debate sobre a entrega do petróleo brasileiro
por Dilma na qual, estarrecido, o Senador Requião ouvia pessoas
absolutamente ignorantes no assunto versarem sobre o mesmo,
inclusive contrariando o senador nos pontos colocados por ele
quando Dilma traiu até mesmo a base do governo para liberar a
operação das unidades do pré-sal para as multinacionais. Dizia um:
Foi o FHC! Dizia a outra: Foi o Temer! Numa ânsia de vômito eu
pensava: Eles não têm certeza se foi um presidente ou outro 20
ANOS DEPOIS! Com este nível de estupidez, tentavam discutir
sobre matéria defendida pelo próprio Requião como Senador!
Requião teve que intervir, com rara irritação já que é bem
comedido, dizendo que ele estava lá e queriam dizer a ele o quê e
como foi! Até mesmo Dilma, quando foi ao canal, eles tentaram,
novamente, atribuir a outros governos e repetindo as colocações de
Requião no que até Dilma teve que intervir e avisar que ele falava
da retirada da Petrobras como operadora única o que de fato
ocorrera em seu governo. Não há risco de dar certo quando duas
toupeiras deste nível estão à frente do debate. Não conhecem o
assunto, não conhecem a legislação, não conhecem a história, não
conhecem nem quem fez o quê. Desta forma, os fatos narrados
aqui em ordem cronológica, poderão servir de introdução àqueles
que desconhecem a história de como o PT entregou o Pré-Sal.

Vamos aos fatos e dados publicados à época (todos os grifos


são meus)!

Governo Lula

Em 2005, antes da descoberta do Pré-Sal, artigo na AEPET


atentava para o fato de que o Governo Federal continua a política
de exportação do petróleo. O Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial (Iedi) demonstrou que, no período de
tradicional queda das exportações, o mês de novembro, o governo
tem usado o comércio de uma única classe de produtos, petróleo e
derivados, para inflar os resultados positivos do comércio
externo. Como notou o Iedi, na análise relativa à segunda semana
de novembro, o grande aumento das exportações, neste mês,
parece bem menos expressivo se descontadas as vendas externas
de petróleo e derivados. Comparada a outubro deste ano, a média
diária das exportações em novembro cresceu quase 16%, mas esse
aumento baixa quase à metade (8,06%) quando se retira do cálculo
o item petróleo e derivados. Este item teve aumento de 114% em
comparação a outubro, e 219,9% em relação à média diária de
novembro de 2004. Apesar da ressalva apontada pelo Iedi e da
cotação do dólar caindo em relação ao real - o que torna menos
atraente a exportação porque os preços, em dólares, não
acompanham os custos em moeda nacional - a balança comercial
continua apresentando resultados impressionantes de desempenho.
Para o presidente da AEPET, Heitor Pereira, o Governo Federal
está adotando uma política de lesa-pátria ao manter elevada
exportação de petróleo. "Estamos comprometendo o nosso
futuro quando, com certeza, teremos uma política de
desenvolvimentista. O governo está entregando um setor
importante como o petróleo a aventureiros, esquecendo da
competência da Petrobrás que adotou o caminho do poço ao
posto", disse Heitor.

Destaquei este artigo da fase anterior ao Pré-Sal apenas para


começar a demonstrar como o PT mascarava resultados desde o
início e não cessou a política de exportação de Petróleo em
nenhum momento. Veja o leitor, que este é um problema atual e
que, agora, o PT vem a público denunciar. Sobre os mecanismos
psicológicos mencionados na introdução, podemos perceber que
mesmo Lula recém eleito, não havia por parte da sociedade
qualquer cobrança de que o programa histórico do PT fosse
seguido. Como podia, Lula, continuar com a política de FHC e não
ser cobrado? Esta resposta é particularmente muito importante para
entendermos os mecanismos da Guerra Híbrida.

Em 2006, a AEPET já denunciava os leilões da ANP: “Pelos


artigos 26 e 60 da Lei 9478/97, elaborada e aprovada por
Fernando Henrique Cardoso, a empresa que produzir o
petróleo se torna proprietária dele e pode inclusive exportá-lo.
Neste caso, a empresa concessionária paga 15% de imposto de
exportação (Lei Kandir) e fica com os outros 85% de
propriedade do petróleo. É um brutal retrocesso, pois muitas
guerras ocorreram até que os países produtores conseguissem 50%.
A Noruega, entre outros, fica com até 80% do petróleo
produzido em seu território ou mar territorial. Por isso,
sensibilizamos o Clube de Engenharia, no Rio, e o advogado Luís
Antonio de Castagna Maia, em Brasília, a entrar com ações na
Justiça.”. “No 6º leilão, a ANP conseguiu, através de um
artifício introduzido no edital, que a norte-americana Devon
levasse o melhor bloco (CM-61) pagando menos que a
Petrobrás. A AEPET tem uma ação popular contra isto.
Agora, no 8° leilão, a ANP extrapolou: o diretor Nelson
Narciso, vindo direto da Halliburton, introduziu limitações que
atingiriam diretamente a Petrobras, tradicional compradora.
Conseguimos parar com essa fúria entreguista graças à
competência do grande advogado Castagna Maia (patriota que a
FUP quer trocar por um outro mais adequado aos `aloprados`) e ao
nacionalismo da deputada Drª Clair. Leilões significam
entreguismo do nosso petróleo, esgotamento precoce das nossas
reservas, antecipação do fim da auto-suficiência (hoje, 10 anos, se
o crescimento do país permanecer medíocre). E mais: tudo isto no
momento em que o mundo caminha para o pico de produção, por
volta de 2010, e perspectiva do preço do barril ultrapassar os US$
100. De que adianta o país chegar a uma auto-suficiência virtual,
se os novos produtores exportam o nosso petróleo deixando aqui
apenas 15% de impostos? O que o país ganha com isto? Na
verdade joga fora a oportunidade de economizar ao máximo o
petróleo para dar tempo de desenvolver a energia substituta,
renovável que é a biomassa, cuja capacidade o Brasil é o país com
maior condição de desenvolver.”.
Este registro foi escolhido por mim para mostrar que antes do
regime de partilha já tínhamos uma ANP e outros agentes atuando
para roubar o as nossas riquezas e no governo Lula! É
inconcebível a esquerda não ter cobrado do PT o fim destes leilões.
Internamente, posso narrar que haviam promoções sem fim, 19
salários por ano, (12+13º+férias+5 salários de PLR). Cargos
gerenciais aos montes sendo criados. A tal “canalha” divisão da
Petrobras em UNs (Unidades de Negócios), denunciadas como
preparativo para a venda da Petrobras, nunca foram desfeitos pelo
PT! Figuras como Delcídio do Amaral saíram da Petrobras e do
PSDB para o PT sem a menor cerimônia. E nada dos PTminions
questionarem nada. Vale ressaltar que Delcídio tinha um sucessor
chamado Nestor Cerveró.

Ainda em 2006 o Sindipetro-RJ protestou contra a intenção do


presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, em negociar com
a Exxon e a Shell parceria no campo de Mexilhão, na Bacia de
Santos. Trata-se das maiores reservas do País envolvendo
investimentos de US$ 18 bilhões. Segundo o Sindipetro, a
Petrobrás é que detém a tecnologia da produção de petróleo e gás
em águas profundas e com o enorme lucro, obtido no ano passado,
tem dinheiro para investir. `Além disso, a exploração de petróleo e
gás é extremamente rentável e a parceria - na forma proposta - com
qualquer multinacional estrangeira é servil e direta transferência de
recurso (doação), ou seja, é crime de lesa-pátria`, disse a nota do
Sindipetro-RJ. “A parceria na Bacia de Santos com as multi de
petróleo, envolvendo também a Repsol, pelo presidente da
Petrobrás, em Londres, nos faz lembrar o Brasil Colônia. Se
alguns se vendiam por miçangas, outros se contentam com
bajulações da Corte da Rainha. Ou será que tal crime de lesa-pátria
não irá se concretizar e tudo foi somente um engano?”,
acrescentou. O diretor de Comunicações da AEPET, Fernando
Siqueira, também protestou. “Com um ativo como o potencial de
gás na Bacia de Santos qualquer banco emprestaria dinheiro para o
investimento. É impressionante a falta de visão estratégica da
direção da Petrobrás”, disse Fernando.
A falta de visão foi dos colegas e não de Gabrielli. É o viés
de se apegarem ao nome do PT e sua história mais do que às suas
ações e aos princípios nacionalistas e socialistas. Vale o
comentário de que a plataforma de Mexilhão (PMXL-1) ficou
conhecida na ocasião como a “plataforma da ministra”. Uma tal de
Dilma. Ficou com este apelido devido ao cancelamento das
licitações de P-55 e P-57 dois mega projetos da engenharia
nacional por um Gerente Executivo que futuramente seria Diretor
em duas áreas diferentes da Petrobras. Figueiredo que merece um
artigo, era uma figura nefasta que demonizou a área técnica da
Petrobras e colocou a culpa dos altos preços das unidades fruto de
esquemas de corrupção nas costas dos técnicos. As novas P-55 e P-
57 foram então projetadas por uma empresa Holandesa a
Gusto/SBM. A mesma envolvida e ré confessa anos mais tarde de
corrupção nas obras de unidades da Petrobras e cujos executivos
foram condenados por isto...na Europa! Lembram da história do
Fernando Baiano? Pois a maioria esmagadora dos investimentos da
Petrobras foram na área de E&P que passou longe da Lava-Jato e
cuja as investigações ocorreram no Rio de Janeiro. A SBM virou a
menina dos olhos do Figueiredo e os técnicos da Petrobras foram
enviados para a Holanda para “Aprender como se faz projeto bom
e barato”. Foram também humilhados constantemente por mais de
uma década e até hoje dezenas de unidades da Petrobras
apresentam riscos enormes de segurança e baixa produtividade
devido aos mandos e desmandos de Figueiredo. Formado em
Engenharia Elétrica decidia da largura da cama até como alocar e
quantificar detectores de gás nas unidades. De sistemas submarinos
até altura de Flare. Foi uma figura autoritária, onipresente, que
destruiu a cultura técnica da empresa e cuja a visão de redução de
custos fixos (CAPEX) levou não apenas à destruição técnica da
Petrobras, como à perda de bilhões em dinheiro, vidas e serviu,
principalmente, aos interesses dos esquemas de corrupção e ao
atraso na produção do pré-sal. Somente a P-55 (anterior ao pré-sal)
atrasou cerca de 2 anos e meio. Uma unidade de 100mil barris que
neste período seria capaz de pagar boa parte das obras
subseqüentes. Caso não tenha se envolvido diretamente com a
corrupção, foi o idiota útil, geralmente autoritário, que não
entendia nada daquilo que decidia e que permitiu que toda a
roubalheira, talvez uma grande armadilha, ocorresse e a culpa,
pasmem, era dos técnicos que não sabiam fazer projeto.
Já em 2007, a presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministra Ellen Gracie, suspendeu a decisão da 9ª Vara Federal no
Distrito Federal (DF) que havia suspendido licitação para
outorga de concessões de exploração e produção de petróleo e
gás natural em blocos, referentes à 8ª Rodada de Licitações, que
teria início em novembro de 2006. A decisão do juiz da Vara
Federal no DF foi tomada na análise de uma ação popular que
pedia a suspensão da 8ª Rodada de Licitações, alegando que os
critérios exigidos no leilão prejudicariam a participação da
Petrobrás. O juiz considerou procedente os argumentos
verificando que a licitação trazia graves danos ao patrimônio
público. Para o presidente da AEPET, Heitor Pereira, a decisão
da presidente do STF demonstra as forças das multinacionais
em detrimento da soberania do País. `A tendência é de o preço
do barril do petróleo disparar nos próximos anos, ao mesmo
tempo em que a Agência Internacional de Energia declara que
o Brasil será o maior produtor de petróleo fora da Opep. Isso
significa que, ao adquirir os blocos importantes, as multinacionais
oficialmente ou através de laranjas, passam a ser proprietárias e
podem exportar petróleo, mesmo o País não tendo condições
geológicas de ser um grande exportador. É um crime de lesa-
pátria. Solicitamos aos brasileiros que escrevam para o STF para
repudiar por mais essa outra medida prejudicial ao País, de tantas
outras que estamos acostumados a receber e que não merecem
destaque na grande mídia por ser dependente do poder econômico.
Aqui vale o comentário de que é uma inverdade que os
nacionalistas não se manifestaram. Veja que os técnicos da
Petrobras já antecipavam a alta do petróleo e conclamavam contra
o STF, o que o PT não o fez. Ao contrário, foi o governo do PT
quem entrou no STF para que houvesse leilões através da ANP,
subordinada ao poder executivo.

Artigo da AEPET de Janeiro de 2008 trazia: O governo Fernando


Henrique Cardoso empenhou-se em privatizar a Petrobras. Em
1998, vendeu 34,04% de ações ordinárias com direito a voto a
estrangeiros na Bolsa de Nova York. Pela troca de ativos na
Argentina com a petrolífera espanhola Repsol, entregou a esta um
terço da refinaria Alberto Pasqualini, sediada no Rio Grande do
Sul, assim denominada como homenagem ao saudoso senador
gaúcho, teórico do trabalhismo.
Mesmo unidades históricas que levavam nomes importantes do
trabalhismo eram vendidas, lembrando FHC que fechara cursos de
Sociologia.

Em Janeiro de 2009 a AEPET reportava: “No último mês, a ANP


(Agência Nacional de Petróleo), dirigida por Haroldo Lima,
Vice-Presidente do PCdoB, realizou mais um leilão de áreas para
exploração de petróleo no Brasil, acompanhado de forte campanha
publicitária, inclusive na televisão. Diversas áreas colocadas à
venda foram adquiridas por consórcios formados por empresas
estrangeiras, algumas em parceria com a Petrobrás que,
absurdamente, tem que disputar essas áreas e pagar um preço alto
por elas quando ganha a licitação. O leilão foi repudiado por uma
parte significativa da sociedade brasileira, representada por
sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos do campo
popular e de esquerda. Dia 18/11, por volta das 13 horas dessa
terça, integrantes do comitê Rio do Fórum contra a Privatização
do Petróleo e Gás ocuparam por alguns minutos o saguão do
Guanabara Palace. No luxuoso hotel da Avenida Presidente
Vargas, Centro do Rio, acontecia o Seminário `Pré-Sal - desafios e
oportunidades`, em que a inscrição custava a bagatela de R$
1.970,00, valor que define o público alvo do evento. Dia 15/12 o
ministério de Minas e Energia em Brasília foi ocupado pelos
integrantes do Comitê Contra a Privatização do nosso petróleo e
gás. Dia 16/12 os petroleiros fizeram uma greve de protesto em
várias unidades da Petrobrás no Brasil. No dia 17, a sede da
Petrobrás, no Rio de Janeiro, foi ocupada por muitos militantes que
ali expressaram o seu repúdio ao leilão e exigiram a sua suspensão.
Diante da apresentação de uma Liminar da Justiça Estadual,
acionada pela Petrobrás, os manifestantes retiraram-se em
ordem, após a realização de uma assembléia, cantando o hino
nacional brasileiro, e prosseguiram com a manifestação diante
da Petrobrás. No dia 18, pela manhã, houve nova manifestação
contra os leilões, desta feita diante da Agência Nacional do
Petróleo – ANP – no centro do Rio. Para surpresa de todos, a
Polícia Militar, por ordem da ANP, interveio de forma
extremamente violenta para dissolver a manifestação,
utilizando, cassetetes, gases e todo o aparato repressivo, o que
resultou em um número expressivo de feridos, alguns com
gravidade. Três manifestantes foram detidos, entre eles um
dirigente do Sindipetro – Rio. A Petrobrás é hoje uma empresa
privada: somente 40% de suas ações pertencem ao governo
brasileiro, e suas iniciativas recentes, como a compra de empresas
petrolíferas de outros países e a intensa terceirização de seus
quadros, comprovam este fato. O governo Lula, representado no
setor pela Agência Nacional do Petróleo, ANP – dirigida pelo
PCdoB – vem facilitando ao máximo estas operações, assim
como vem protegendo os interesses dos grandes bancos e
empresas industriais multinacionais, e para isso facilita a
circulação dos capitais e estrangula cada vez mais os direitos dos
trabalhadores, reproduzindo práticas adotadas pelos demais países
e governos capitalistas, na ânsia de fazer com que o PIB brasileiro
cresça a qualquer custo, para tentar obter dividendos políticos
fazendo comparações com outros governos e outros países.
O Partido Comunista Brasileiro continuará na luta pela
Reestatização da Petrobrás e pelo fim da ANP, pois entendemos
que esta é a forma de fazer com que o petróleo volte a ser nosso,
dos trabalhadores brasileiros, para que os lucros da Petrobrás
possam ser investidos na geração de empregos, na saúde, na
educação, para que o Brasil possa pensar soberanamente no seu
futuro, nas fontes e usos da energia de que precisa e precisará.
Defendemos, igualmente, uma profunda transformação do Estado
brasileiro para um novo Estado que, controlado pelos
trabalhadores, possa ser um instrumento de transformação da
sociedade para a conquista de justiça e igualdade social.
Contra os leilões de reservas petrolíferas brasileiras!
Pela Reestatização da Petrobrás!”
Esta denúncia do PCB não apenas comprova que os governos
PTistas eram entreguistas, como que a esquerda ligada ao setor de
Petróleo e Gás já denunciava isto à época. E também trás um
ataque a um viés cognitivo que vi até mesmo em colegas
nacionalistas debatendo sobre Partilha ou Concessão. Em um
típico binarismo cismogênico. Nem um, nem outro, eu respondia a
colegas. Isto é ou não um governo de esquerda. Reestatização! No
que os colegas respondiam me dando razão. O problema é
colocado num ringue entre Concessão x Partilha justamente para
apagar a reestatização.

Governo Dilma e a Partilha

Em Abril de 2010 artigo da AEPET: “Quando o Governo Lula


soube da magnitude do Pré-Sal, retirou 41 blocos do nono leilão e
criou um Grupo de Trabalho para reestudar a legislação do
petróleo. Estava correto (estava errado, observação minha e
veremos o porquê!). A legislação em vigor foi feita no auge do
neoliberalismo e criou vantagens imensas para as empresas
privadas, inclusive multinacionais, sob o argumento de atrair
capital estrangeiro de risco: dá a elas 100% do petróleo produzido
e permite que elas paguem ao governo, no máximo, 20% da
produção, em dinheiro. No mundo, os países exportadores recebem
a média de 84%, em óleo. Se aplicada ao Pré-Sal a atual lei
[9478/97] é um crime de lesa-pátria: o Pré-Sal não tem riscos e
tem altíssimo retorno. O Governo enviou o projeto de lei
propondo contrato de partilha para substituir o de concessão,
visando recuperar parte da propriedade do petróleo, que é a
fonte de poder. O projeto trouxe grandes avanços, embora
ainda permita os leilões, o que é ruim para o país. Eis que, sem
nenhuma justificativa, o relator (Deputado Henrique Alves)
introduz um parágrafo que diz que o consórcio recebe de volta,
em óleo, os “royalties” que pagar. Ora, nestas condições o
consórcio deixa de pagar os royalties e ainda é ressarcido em
petróleo, que é um bem estratégico. Essa “doação” representa
um prejuízo de US$ 15 bilhões (R$ 25 bi) anuais para o país,
hoje, e será de US$ 30 bilhões em 2020. É um estrago 10 vezes
maior que a emenda Ibsen Pinheiro. Estamos tentando corrigir
essa excrescência através de uma emenda do Senador Pedro
Simon (PMDB-RS), bem como corrigir a emenda Ibsen.”.
Aqui cabe o primeiro comentário. Como podemos ver, o autor
também apresenta o mesmo viés de confirmação. Ora, se a
legislação ainda permite os leilões, Lula estava errado! Não
percebe que se o PT não estivesse traindo e fazendo parte do crime
de lesa-pátria, como ele classificou, Lula teria vetado! E ali já há a
dica da armadilha que se instaurava. Aqui, cabe um exemplo claro
da abordagem sucessiva e indireta. Fazer uma Lei que permite que
multinacionais sejam sócias da Petrobras, sem proibir os leilões, e
com um discurso nacionalista e de proteção do Pré-Sal. Como
veremos, a Petrobras foi obrigada a “dormir com o inimigo”
entregando dados e tecnologia até que as multinacionais tivessem
preparadas para assumir sozinhas o Pré-Sal, o que viria
posteriormente. De qualquer forma, a Lei cercada de falsos
nacionalismos, na verdade, garantia a parceria Caracu com a
Petrobras e permitia a continuidade dos Leilões.

Conclui o artigo: “Os cidadãos brasileiros contrários aos leilões


dos campos de petróleo, mormente do Pré-Sal, vêm manifestar
sua indignação diante da política adotada pelo governo da
Presidente Dilma Roussef de leiloar no dia de hoje, 21 de
Outubro, o campo de Libra, o maior do mundo.”

Em Janeiro de 2013 a AEPET trazia: “os petroleiros se


manifestaram a respeito dos Leilões do Petróleo como “Crime de
lesa-pátria” através do Comitê Nacional de Defesa do Petróleo, da
Soberania e do fim dos leilões: “Trata-se de uma decisão
contrária aos interesses nacionais e populares e que afeta
frontalmente a soberania nacional brasileira. Há 60 anos a
criação da Petrobras foi o resultado do maior movimento cívico da
historia do Brasil, que mobilizou milhões de patriotas favoráveis
ao monopólio do petróleo, alcançado com a Lei 2004 de 3 de
Outubro de 1953. E o petróleo então era só um sonho. Hoje é uma
grande realidade.
Depois do período neoliberal em que vigorava a política de
concessões, que entregava todo o petróleo para o produtor, uma
decisão política acertada do Governo Lula, implantou a Lei de
partilha. No entanto, a decisão do atual governo de leiloar um
campo já perfurado, testado e comprovado que é o maior do
mundo, numa reserva descoberta pela Petrobras, na prática
resulta num retrocesso brutal. Nenhum país soberano leiloa
petróleo já descoberto. Não podemos aceitar que uma reserva
estratégica para a Nação Brasileira, que correspondente a
cerca de 90% de nossas reservas petrolíferas seja transferida
para empresas estrangeiras, que irão ficar com mais de 60%
do petróleo a um custo lesivo ao patrimônio do povo brasileiro.
O Petróleo de Libra pertence ao povo brasileiro! Libra não é para
pagar juros aos Banqueiros. É para o bem estar dos brasileiros.””

Em Junho de 2013, a Agência Petroleira de Notícias denunciava: A


Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP) realizará uma audiência pública, hoje (dia 11 de junho, das
9h às 12h), sobre a minuta que tratará das licitações de blocos de
petróleo sob o regime de partilha. Para denunciar esse processo e
questionar a destinação do pré-sal a campanha O Petróleo Tem que
Ser Nosso convoca a população a participar dessa audiência na
ANP. A concentração do nosso protesto é às 8h da manhã desta
terça-feira, na Candelária, Centro do Rio de Janeiro. Partilha é o
novo modelo de exploração aprovado no Governo Lula para as
áreas do pré-sal. Essa nova lei, mesmo distante do que os
movimentos sociais reivindicavam, permite que a Presidência
da República direcionasse todo o petróleo para a Petrobrás
operar. Mas a presidente Dilma decidiu convocar o leilão para
entregar a exploração do nosso ouro negro para a ganância
extrativista das multinacionais e petroleiras privadas
nacionais, como a empresa do megabilionário Eike Batista.
Considero este mais um exemplo importante de como
movimentos sociais e a classe petroleira denunciou insistentemente
a entrega das reservas brasileiras. Tendo vivido este momento,
preciso registrar a minha discordância de Nildo Ouriques em
relação à Dilma. Não é honesta! Não bastasse ter sido guerrilheira,
vale ressaltar mais uma vez as insistentes denúncias do óbvio que
estava pro vir. Outro ponto aqui é, mais uma vez, o viés mesmo de
quem denuncia de que Lula seria diferente de Dilma. Ora, a Lei
deixou a possibilidade de que o governo contratasse diretamente a
Petrobras e Dilma não o fez. Porém, foi a legislação de Lula que
não proibiu que não fosse a Petrobras. Ora, a abertura para que não
fosse a Petrobras e houvesse leilão foi deixada por Lula.

Ainda em Junho de 2013, mais uma vez o PT fraudava as contas


públicas e usava a venda de ativos do país nos leilões para fechar
contas e atingir os tais superávit. Mais uma vez para atender às
demandas de mercado, o PT traía o Brasil. “O governo já incluiu
na previsão de receita deste ano o valor do bônus de assinatura da
primeira rodada de licitações do pré-sal, em outubro. A área
ofertada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) é a de Libra, o
maior reservatório de petróleo já oferecido para partilha de
produção no mundo, na Bacia de Santos. Quando encaminhou a
proposta orçamentária de 2013 ao Congresso, em agosto, o
governo previa que a receita com as concessões ficaria em R$ 3,3
bilhões. No decreto de contingenciamento, editado em maio, a
estimativa foi elevada para R$ 15,6 bilhões, um aumento de
372%.”. E concluía: “As contas da União neste ano só fecharão se
a receita desse bônus ingressar nos cofres públicos. O superávit
primário do governo central, previsto em R$ 63,1 bilhões - já com
o desconto de R$ 45 bilhões dos investimentos do PAC e das
desonerações tributárias - não será alcançado sem a receita do pré-
sal.”.
Neste mesmo mês, Fernando Siqueira escreveu na AEPET:
“Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e
personagens de grande importância na história do mundo ocorrem,
por assim dizer, duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: a
primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. "Esta frase de
Marx serve ao bem ao que foi todo o processo do 11º Leilão de
áreas petrolíferas promovido pela ANP, em 14/5/2013, no Rio. A
primeira licitação conduzida sob o Governo Dilma relembra na
forma e nos resultados o que ocorreu em1999, quando começou
o processo de leilão de bacias sedimentares brasileiras. Um
caminho trágico, condenado desde a primeira hora pelo Clube de
Engenharia e demais entidades dos movimentos sociais, porquanto
levou ao enfraquecimento e à desnacionalização da industria e
empresas de engenharia brasileiras.

Em ambas as ocasiões coube à ANP oferecer vastíssimas áreas de


bacias sedimentares pouco conhecidas e passíveis de reterem
grandes volumes de petróleo. Desta vez, vendeu 142 dos 289
blocos exploratórios, localizados em 11 bacias, totalizando 100,3
mil km², o que ampliou muito as áreas em concessão no Brasil. Os
blocos vendidos em águas profundas das bacias tornaram-se
verdadeiros territórios de multinacionais, a francesa Total, na Foz
do Amazonas, a britânica BP, em Barreirinhas, e a norueguesa
Statoil, no Espírito Santo. Como na primeira rodada, em 1999,
prestou-se a Petrobras a assumir um papel secundário,
abrindo mão de ser operadora, em favor de grandes empresas
internacionais, ou então de pequenas empresas locais pouco
conhecidas, em que pese ter aportado R$ 540 milhões, do total
de R$ 2,8 bilhões arrecadados a título de bônus,

A farsa configura-se em achar que houve qualquer avanço nesta


licitação, mormente depois que o país passou a dispor dos
instrumentos da partilha de produção e da cessão onerosa, além do
modelo de concessão a regular a exploração de petróleo. A escolha
da concessão, combinada com a oferta de vastas áreas na 11ª
Rodada, demonstra o total desprezo da ANP ao interesse nacional.
Optou desnecessariamente pelo instrumento contratual mais
desfavorável à União, e, portanto à sociedade brasileira, para
leiloar os 30 bilhões de barris que estimou nos blocos ofertados.

A má estratégia equivocada da ANP impossibilita a


identificação e um eventual o domínio futuro por parte da
União de novas “áreas estratégicas”, aquelas onde o risco
exploratório é baixo, como no Pré-Sal. Para estas áreas pode-se
adotar o modelo de partilha de produção ou, quiçá, o modelo da
cessão onerosa, regido pelo art. 12º da nova Lei pelos quais a renda
assegurada à União é bem superior aos cobrados à obtida nas
concessões Foi com este objetivo que o CNPE, em 2007, sob
orientação do Presidente Lula, determinou a retirada de 41 blocos
entorno do Pólo Pré-Sal, na Bacia de Santos, que seriam vendidos,
e determinou a criação de uma legislação bem mais nacionalista e,
por isto, tão combatida pela mídia e o cartel internacional do
petróleo.”
E tome viés cognitivo. Lula deixou e Dilma não fez! Veja
que o próprio autor menciona a farsa, mas não percebeu que a
Partilha era a farsa. Ela foi feita pra deixar estes caminhos!

Em setembro de 2013 Guilherme Estrella ex-diretor de


Exploração e Produção da Petrobras, freqüentemente usado como
garoto propagando do PT como o “pai do pré-sal”, critica leilão de
libra durante seminário organizado pela Academia Brasileira de
Ciências (ACB): “As empresas estrangeiras são empresas que
representam os interesses de seus países. Nós conhecemos a
história do petróleo. Isso não está certo. Abrir uma licitação para
10 bilhões de barris já descobertos não está certo. A lei permite a
contratação pelo governo de sua empresa para produzir esse
petróleo", grifo meu. “O artigo 12º da nova lei do petróleo (lei
nº 12.351/2010), que rege o pré-sal, determina que a União,
quando for o caso de "preservar o interesse nacional" (sic) e
atender aos "objetivos da política energética" (sic) deve
contratar a Petrobrás diretamente para a exploração e
produção de petróleo, de gás natural e de outros
hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção
Libra são 10 bilhões de barris de petróleo já descobertos, é
muito óleo. A nossa posição de reserva com o pré-sal é muito
confortável pelos próximos 20 anos. Por que vai abrir Libra
para a participação de empresas estrangeiras e interesses
estrangeiros?". Vale ressaltar aqui que Estrella é muito respeitado,
embora esteja longe de ser o pai do pré-sal, e não estamos tratando
de uma crítica qualquer. É a entrega, pelo PT, da maior riqueza já
descoberta no Brasil. E cujo o aparato legal permitia a contratação
direta da Petrobras. Ora, tal artigo 12º fora apenas um artigo pra
inglês ver, criado para acalmar as bases ainda engajadas que se
rebelaram contra o Regime de Partilha. Não se trata de detalhe.
Trata-se do artigo usado para defender junto ao campo da esquerda
e dos nacionalistas a aprovação do Regime de Partilha, num
engodo que dava a falsa sensação de que se usaria a partilha
quando de interesse da Petrobras, porém, mantendo o “filé” com a
mesma. Esta mentira merecia por si só, num processo
revolucionário, o julgamento por traição à pátria.
Estrella continua: “Se tinha que fazer uma nova licitação, até
politicamente, faz de outra área nas proximidades, aliás temos nas
proximidades de Libra, Franco, que é da cessão onerosa e vai ser
produzido pela Petrobrás. Para mim, essa decisão foi um erro
estratégico. Nós estamos trazendo interesses não brasileiros para
produzir 10 bilhões de barris".
Ora, Guilherme, eles ficaram com Libra E o excedente de Cessão
Onerosa!

Disse ainda que: "Quando a gente fala em energia, estamos


falando de um tema muito sensível sob o ponto de vista da
geopolítica mundial. Especialmente petróleo e gás natural, nós
temos um foco numa série de questões que tocam a soberania das
nações, ao conhecimento e o desenvolvimento do conhecimento
científico e tecnológico. Além de serem absolutamente
fundamentais na vida das pessoas. Consumo de energia é
parâmetro de qualidade de vida, mas, ao mesmo tempo é
fundamental na sustentação de hegemonias geopolíticas mundiais.
Isso é o que acontece no nosso dia a dia. Nós, cidadãos do século
XXI, assistimos estarrecidos há uns dez anos a invasão de países
soberanos para apropriação de reservas petrolíferas. Monarquias
absolutamente medievais, autoritárias, opressoras são mantidas
para sustentar como fonte de energia, fonte de petróleo e gás
natural as potências hegemônicas mundiais". Vieram se somar às
recentes denúncias veiculadas recentemente pela TV, de que a
Petrobrás foi espionada pela NSA (Agência de Segurança Nacional
dos EUA).
Aqui, pode-se perceber o tamanho da ignorância e infiltração da
esquerda associados a vieses cognitivos. Nesta época tive embates
com amigos pessoais e rompi com o apoio ao PT. Eles ficaram
revoltados com o meu discurso mostrando que o PT traiu o Brasil e
apontava para a perda do Pré-Sal. Narrei que com os fatos que
vinham ocorrendo, estávamos numa parceria Caracu. Sendo
“parceiros”, teríamos a obrigação de compartilhar dados de projeto
e tecnológicos com os novos “amantes”. E assim foi feito até que a
partilha fosse desnecessária. Cabe um ponto aqui mais adequado
para antropólogos. Quantas pessoas, como o próprio Estrella
podiam ver isto, fazer estes discursos e não romper com o PT. É
um mecanismo semelhante ao dos chamados Bolsominions. Os
PTminions. Tenho a impressão que figuras como Olavo de
Carvalho, têm o papel fundamental de recrutamento. Detectar
aqueles que apesar de qualquer coisa sempre encontrarão uma
justificativa mental para apoiar seus ídolos. Jamais alguém de
esquerda poderia ver o PT fazendo o que fez, vender Libra, ativos
da Petrobras, não reestatizar a Petrobras e voltar ao monopólio, etc.
Estas questões são a espinha dorsal. Não importa quem seja o
personagem à frente, aquele que atenta contra estes princípios não
pode ser admitido pela esquerda. Para aqueles que não se
convenceram ainda do poder do viés cognitivo, Estrella arremata:
“perto da fronteira brasileira, a Total fez uma grande
descoberta recentemente. Esses dois pontos valorizam
enormemente essa Faixa Equatorial. O que fez a ANP? Colocou
toda a Faixa Equatorial em licitação sob o regime de concessão,
onde o petróleo descoberto pertence à empresa que descobre e não
ao Estado brasileiro. Na minha opinião foi outro erro estratégico.
Por que? Dado o desconhecimento que nós tínhamos era mais
adequado abrir apenas alguns blocos para que as empresas
testassem a produtividade dessa área. Se as áreas se mantivessem
com pouca produtividade, podíamos abrir mais blocos à licitação.
Se alguma área se mostra com grande potencial, era hora de
transformá-las em áreas estratégicas, que está previsto no novo
marco regulatório, que regula por partilha de produção”.

Ora, Guilherme, você não entendeu nada! “Por que?”. Porque


é assim que queriam. O artigo 12º, mencionados por Siqueira e por
Estrella, sobre reservas estratégicas, foi uma fraude! Seu viés de ter
apoiado esta farsa da Partilha não o permite enxergar isto! Como o
PT pode não ter consultado o próprio Estrella a respeito? Quem
orientou o governo a aceitar isto? Como já mencionei, o prestígio
de Estrella serve apenas para o marketing. Esta separação entre o
regime de partilha, anuncio de descobertas novas e realização de
leilões, assim como o atraso de projetos, construções e montagem
de UEP (Unidades de Exploração e Produção) foram fundamentais
para uma abordagem indireta. O mesmo vale para Fernando
Siqueira. Juntamente com as entidades e movimentos sociais
tinham que enfrentar de forma dura e direta o governo! Greve geral
e rompimento total com o PT. Estrella também menciona a ANP
como se não fosse subordinada a Dilma. Vale ressaltar que é de
2013 também as primeiras denúncias do Fantástico sobre o
COMPERJ, uma das maiores vergonhas nacionais! Lula disse
várias vezes que não poderia errar porque esperavam por isto.
Mesmo assim, Lula e Dilma viram obras faraônicas que não
andavam, custavam duas a três vezes mais, no mínimo, e nada
faziam contra a corrupção. Faz alguma diferença se levaram
dinheiro? Mais uma vez, a questão do viés cognitivo. Quando o
Fantástico denunciou milhões de dólares de equipamentos
apodrecendo do porto do Rio em reportagem de 06/01/2013, com
milhões gastos em desapropriações que enriqueceram muita gente,
o que fizeram os militantes? E as figuras públicas como o próprio
Estrella? Romperam com o PT? Foram cobrar por isto? Com todo
este histórico, dava náuseas ver figuras como a Sra. Graça Foster
chorando igual uma donzela indefesa no congresso, bem diferente
da mal educada que batia na mesa e falava impropérios. Devemos
lembrar que foi Dilma que colocou Castelo Branco no conselho da
Petrobras. E foi Dilma a maior vendedora de ativos da Petrobras.

Em Junho ainda de 2013, enquanto a lacração tomava as ruas


do país achando que seria uma revolução, o Valor Econômico
destacava: “A Petrobras conseguiu avançar, no fim da semana
passada, no seu plano de venda de ativos, no qual prevê alcançar
US$ 9,9 bilhões até 2017. Na sexta-feira, a estatal comunicou dois
negócios, o mais importante com o BTG Pactual, que será seu
sócio na África. O banco pagará US$ 1,525 bilhão por 50% da
Petrobras Oil & Gás, subsidiária que está nas mãos da Petrobras
International Braspetro (PIBBCV). A empresa explora e produz
petróleo e gás no continente africano.

A notícia foi bem recebida pelos investidores e fez com as


ações da petrolífera fechassem as negociações no pós-mercado no
azul na sexta-feira. As ações preferenciais subiram 1,6%, para R$
18,35, enquanto as ordinárias avançaram 1%, para R$ 16,70 no
"after-market", após amargarem um pregão de fortes perdas na
sessão regular.
Além do acordo com o BTG Pactual, o conselho de
administração da Petrobras aprovou, na sexta-feira, a venda dos
49% que possui na Brasil PCH para a Cemig por R$ 650 milhões.
A Brasil PCH controla 13 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs),
com capacidade instalada total de 291 megawatts (MW).”.
Para quem ainda não se convenceu do viés cognitivo, vejam a
carta, de cortar o coração, enviada a então presidenta do Brasil.
Vejam a quantidade de entidades que assinam a carta.

Excelentíssima Senhora

Dilma Vana Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil

Palácio do Planalto- Brasília, DF.

Senhora Presidenta,

1. Nós, entidades representativas, centrais sindicais,


associações, movimentos sociais, militantes partidários e cidadãos,
imbuído da vontade de defender os interesses da soberania da
nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais,
em especial o petróleo, nos dirigimos a V. Exa., para pedir que
SUSPENDA o leilão das reservas do PRÉ-SAL, previsto para o
próximo dia 21 de outubro de 2013.

2. Louvamos a iniciativa do então Presidente Lula, que no


momento da confirmação da existência das reservas do Pré-sal,
retirou 41 blocos do nono leilão, que iria ocorrer naquela ocasião.
Ao fazê-lo, sabemos, o presidente contrariou fortes interesses, pois
as empresas petrolíferas transnacionais, já prevendo a existência de
grandes reservas na região, tinham a intenção de fechar contratos
de 30 anos de duração. Seriam atos jurídicos perfeitos, em
condições benéficas para elas e prejudiciais para a sociedade
brasileira. A decisão do presidente Lula preservou os interesses
nacionais, naquele momento.

3. Posteriormente, foi elaborado um novo marco


regulatório para o setor do petróleo, no qual Vossa Excelência
jogou importante papel ainda como Ministra. Consideramos
que o novo modelo é muito melhor sob a ótica do benefício
social que o modelo das concessões adotado e praticado no
governo FHC.

4. Estamos convencidos, por outro lado, que o caso do


campo de Libra é particular e que o mesmo não pode ser
leiloado mesmo através desse modelo de partilha adotado para
as áreas do Pré-Sal. A área de exploração de Libra não é um
bloco, no qual a empresa petrolífera irá procurar petróleo.
Libra é um reservatório totalmente conhecido, delimitado e
estimado em seu potencial de reservas em barris, faltando
apenas cubar o petróleo existente com maior precisão. Como já
foi dado a público, o campo de Libra possui, no mínimo, dez
bilhões de barris, uma das maiores descobertas mundiais dos
últimos 20 anos.

5. O desafio colocado diante de um volume tão grande de


petróleo conhecido é o de como maximizar esse benefício para
toda sociedade brasileira. Os legisladores que, junto com
membros do Executivo federal, produziram a lei 12.351 de
2010, deram uma brilhante demonstração de lucidez ao
redigirem o artigo 12 desta lei. Através deste artigo, a União
pode entregar um campo, sem passar por licitação,
diretamente para a Petrobras, a qual assinaria um contrato de
partilha com a União, com o percentual do "óleo-lucro" a ser
remetido para o Fundo Social obtido por definição do governo.

6.Pleiteamos que, no caso das reservas de Libra, o percentual


seja bem alto, para beneficiar ao máximo a sociedade. Mas,
lembramos isso só pode ser feito se a Petrobras for a empresa
contratada pela União.

7. Não basta definir parâmetros no edital e no contrato para


maximizar as remessas das empresas "ganhadoras" para o Tesouro
e o Fundo Social. Não houve qualquer explicação da ANP, nem de
argumentação nem no Edital, que justifique esse leilão do ponto de
vista dos interesses do povo. Ao contrário, a Resolução n. 5 do
CNPE que decide sobre o leilão de Libra é um libelo de
prepotência e autoritarismo. Qual a razão para que nem o MME, o
CNPE, a ANP ou a EPE, nenhum destes órgãos ter dado acesso
ao público de documentos explicando a perspectiva de
descobertas, quanto será destinado para o abastecimento
brasileiro e quanto deverá ser exportado?

8. Essas dúvidas não foram esclarecidas em audiências


públicas que competia à ANP proporcionar para que a sociedade
se manifestasse. Assim, mesmo entre técnicos e especialistas,
ninguém pode ter noção de qual a base de calculo para chegar-se a
um preço mínimo previsto de arrecadação de R$ 15 bilhões e qual
o percentual de óleo lucro a ser remetido para o Fundo Social. A
ANP evitou receber opiniões mesmo dos setores sociais como
sindicatos, associações e universidades, vinculados ao tema da
energia e do petróleo. De nossa parte propomos que o Ministério
das Minas e Energia organize uma consulta aos técnicos e
entidades brasileiras que permita a confrontação de informações no
tocante à legislação e ao destino do petróleo do Pré-sal.

9. Todos nós temos consciência da intenção das empresas


transnacionais de apoderarem-se das reservas do Pré-sal. A
entrega para essas empresas fere o principio da soberania
popular e nacional sobre a nossa mais importante riqueza
natural que é o petróleo.
10. Os recentes episódios de espionagem patrocinada pelo
governo dos Estados Unidos da América no Brasil, que
receberam uma posição altaneira e de exigência de explicações
por parte de vosso governo, Presidente Dilma, se deram não
apenas sobre a vossa pessoa e governo, mas inclusive, como é
público e notório, sobre a Petrobras, com o claro interesse de
posicionar as empresas estadunidenses em melhores condições
para abocanhar as reservas do Pré -sal, numa clara afronta já
soberania da nação e num total desrespeito às prerrogativas
exclusivas do Estado e governo brasileiros neste terreno.

11. Presidente Dilma, a senhora mesmo afirmou sua


disposição de “ouvir as vozes das ruas”. O povo brasileiro, que há
60 anos protagonizou a campanha “o petróleo é nosso”, que
resultou na construção da Petrobras, não pediu e não aceita a
entrega de nosso petróleo para as transnacionais que querem pilhar
esse recurso vital para o desenvolvimento sócio-econômico em
benefício da grande maioria do nosso povo. Afirmamos, de nossa
parte, que não descansaremos na luta em defesa do petróleo
brasileiro e do Pré-sal nas mãos e em benefício de nosso povo. Se
qualquer dúvida houver sobre a opinião popular, a senhora, com
presidente da República Federativa do Brasil, tem o poder de
convocar um plebiscito para que o povo decida quem deve
explorar as riquezas do Pré-sal e qual deve ser o seu destino.

São essas as razões que nos levaram a redigir esta carta à


Vossa Exa. reivindicando fortemente que a senhora SUSPENDA A
REALIZAÇÃO DO LEILÃO DO PETRÓLEO DO CAMPO DE
LIBRA, previsto para o próximo dia 21 de outubro.

Nossa proposta é que a exploração do campo de Libra seja


entregue unicamente à PETROBRAS, como permite o artigo 12 da
lei 12.351.
Estamos prontos e ficaríamos honrados de ser recebido em
audiência pela Vossa pessoa, presidente Dilma Rousseff, para
discutirmos diretamente as razões que nos levam a esse
posicionamento, certos de que é uma solução conforme com os
interesses da soberania nacional e do povo brasileiro.

Atenciosamente,

1) Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Assembléia


Popular ,Assembléia Popular - Osasco, Assembléia Popular -
Paraíba, Associação Brasileira de ONG's (ABONG), Central de
Movimentos Populares (CMP), Central dos Trabalhadores do
Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central
Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Confederação das
Mulheres do Brasil (CMB) ,Comissão Pastoral da Terra (CPT),
Confederação Nacional das Associações de Moradores
(CONAM), Conselho Indigenista Missionário (CIMI ), Conselho
Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Consulta Popular,
Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Coordenação dos
Movimentos Sociais (CMS– PR), Coordenação Nacional de
Entidades Negras (CONEN), Federação dos Trabalhadores nas
Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), Federação
Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (FISENGE), Federação
Nacional dos Urbanitários (FNU), Federação Única dos Petroleiros
(FUP), Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Frente de
Lutas de Juiz de Fora, Grito dos Excluídos, Jubileu Sul, Juventude
Revolução, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das
Mulheres, Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento de
Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), Movimento de Mulheres
Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA),
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC),
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
Movimento Nacional pela Soberania Popular frente a
Mineração(MAM), Movimento Reforma Já, Pastoral da Juventude
Rural (PJR) ,Pastoral Da Moradia, Pastoral Do Migrante, Pastoral
Fé e Política de Jundiaí, Pastoral Fé e Política de Salto – SP,
Pastoral Fé e Política de Várzea Paulista - SP, Plataforma dos
Movimentos Sociais pela Reforma Política, Plataforma Operária e
Camponesa para Energia, Rede Fale, Rede Nacional de Advogados
Populares (RENAP -CE), Sindicato dos Advogados de São Paulo
(SASP – SP), Sindicatos dos Eletricitários de Minas Gerais
(SINDIELETRO/MG), Sindicatos dos Eletricitários de Santa
Catarina (SINERGIA/SC), Sindicatos dos Eletricitários do Distrito
Federal (STIU/DF), Sindicato dos Energéticos do Estado de São
Paulo (SINERGIA –SP), 54) Sindicato dos Engenheiros (SENGE
– PR), Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo
Horizonte (SINDIBEL – MG) Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais de Curitiba (SISMUC – PR), Sindicato dos
Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente ( SINTAEMA –
SP) Sindicato Unificado dos Petroleiros de São
Paulo(SINDIPETRO – SP), Sindicato dos petroleiros do Rio de
janeiro-RJ, Sindicato Unificado dos Petroleiros da Bahia
(SINDIPETRO BA), Sindicato Unificado dos Petroleiros do
Paraná (SINDIPETRO PR) , União de Negros pela Igualdade
(UNEGRO), União Nacional dos Estudantes (UNE), Via
Campesina Brasil

Vale ainda registrar que até Gabrielli escreveu artigo contra o


leilão de Libra:
“No momento atual, a Petrobrás está desenvolvendo os campos do
pré-sal que a lei reserva a ela sob "cessão onerosa" (campos pagos
à União com ações da Petrobrás): "ela tem quase 15 bilhões de
barris de reserva, adquiriu o direito de produzir mais 5 bilhões
através da cessão onerosa, portanto, tem 20 bilhões de barris para
desenvolver", nota Gabrielli.
Nessa situação, o "bônus de assinatura" de R$ 15 bilhões
privilegia quem tem maior poder financeiro; ou seja, as
multinacionais.
Pois, além dos 20 bilhões de barris que a Petrobrás tem para
desenvolver, pela nova lei, a empresa é a operadora única no pré-
sal, com um mínimo de 30% de qualquer consórcio: "Então, ela vai
ser a operadora do campo de Libra, tendo ou não aumentada sua
participação de 30%. Como ela vai entrar com 30% do campo, ela
vai ter que pagar 4,5 bilhões; 30% de 15 bilhões é 4,5 bilhões. Isso
é um dreno importante no caixa da Petrobrás, nesse momento.
Porque Libra é um campo a mais de um portfólio já bastante
robusto que a Petrobrás tem hoje, talvez um dos melhores
portfólios de desenvolvimento e produção do mundo", diz
Gabrielli.
A política do governo, no entanto, é entregar o "maior campo
da História" a um preço irrisório para o total da reserva o bônus de
assinatura mais, nos próximos 35 anos, apenas 40% do óleo;
contentando-se com a engorda de um superávit primário (reserva
para juros) apetitoso para os bancos.
Eu me vejo na situação de fazer uma comparação com o
processo de privatização do governo Fernando Henrique, que
acelerou ou depreciou os valores de venda no processo de
privatização para fazer caixa e segurar a moeda”

Por Lobato Candeia

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