Uma revisão de artigos e fatos relacionados à questão do
petróleo no período Lula e Dilma
Este artigo tem por objetivo fazer uma revisão cronológica de
artigos publicados pela AEPET fazendo uma revisão histórica dos governos PTistas. A motivação principal é que percebi um mecanismo absolutamente idêntico entre os Bolsominions e os PTminions. Mesmo que opiniões sejam diferentes, o modo de agir irracional e passional é o mesmo. Se um lado adora gritar o “comunista, comunista, comunista”, o outro adora o “fascista, fascista, fascista...” como se ambos os regimes tivessem características únicas não presentes uns nos outros. Para mim que venho de família de militares, é bastante claro que após o assassinato de uma geração de políticos nacionalistas, havia a necessidade dos EUA de introduzir o gerencialismo e, conseqüentemente, o capitalismo dentro dos quartéis. Era preciso acabar com o nacionalismo sem o uso da força, controlando ideologicamente as Forças Armadas Brasileiras. A visão neo- liberal não apenas doutrinou gerações como enxertou no ODDA de gerações seus algoritmos e processos decisórios. Isto também ocorreu na sociedade civil, com discursos adaptados. É fato que a Guerra Híbrida em busca do Domínio do Espectro Total, baseia-se no fato de que só se manipula usando a linguagem e simbologia adequada a cada grupo. É preciso criar os vieses cognitivos usando uma linguagem e abordagem sucessiva e adaptada ao “idioma” do grupo que se quer manipular. Desta forma, este grupo irá potencializar os conceitos desejados por conta própria, como um vírus infectando o grupo. Para o domínio total a única forma é um blend de vírus e bactérias diferentes, pois cada grupo tem diferentes anticorpos e fraquezas. Desta forma, este modo de interpretar e agir é absolutamente irracional, porém, é realizado de forma que pareça ao manipulado que ele chegou às conclusões por conta própria. Este é um aspecto importante que ressalta a necessidade de uma base teórica e princípios socialistas enraizados como uma espinha dorsal no processo decisório do socialista. Caso contrário, acaba-se como minion de alguma figura popular ou partido. É sabido que o capitalismo prefere um Estado fraco e subserviente e sempre teve como estratégia para isto, combater figuras fortemente populares. No entanto, parece ter se adaptado para uma nova modalidade que ao invés de combater tais figuras, que são uma preferência popular, passaram a criar uma figura tão popular quanto num campo político contrário. Assim anula-se a força do Estado, porém, não pela ausência de políticos populares, mas pela soma de forças iguais e contrárias. Esta introdução serve apenas para identificar um ponto crucial na venda das riquezas nacionais ocorridas nos governos Lula e Dilma que carece de muito estudo. Entidades diversas da sociedade, supostamente de esquerda, olharam atônitos a venda do patrimônio nacional sem qualquer reação ou, pior, num negacionismo semelhante ao da Mitosfera. Como vamos observar a sociedade reagiu em diversos momentos às traições do PT, porém, de forma limitada e, muitas vezes, fantasiosa eliminando seus ídolos do processo como os Bolsominions fazem nos casos de corrupção do governo Bolsonaro.
As conclusões dos artigos que serão apresentados podem ser
resumidas a seguir: (i) o PT criou um legislação prejudicial aos interesses do Brasil na questão do petróleo. Porém, de forma sucessiva e indireta; (ii) diversas entidades fortemente ligas ao setor se manifestaram publicamente pelos horrores que as ações destes governos significavam e anteviram tudo que estaria por vir; (iii) mesmo figuras públicas e entidades que projetaram os futuros acontecimentos percebendo os desvios do PT em relação ao que historicamente defendia, tais figuras se manifestaram dentro de uma fantasia na qual o PT estaria apenas equivocado, continuando, inclusive, ligados ao partido; (iv) foram usados mecanismos para abordagem indireta e disfarçar a continuidade da política de FHC através da geração de cargos e distribuição de aumentos de salários e gratificações, assim como a gestão moral da pobreza com programas sociais que não tinham qualquer impacto na mudança da situação social do Brasil. Além da constante falsificação de dados econômicos e sociais; (v) Dilma quando realizou o leilão de Libra já tinha, inclusive, notícia do caso da espionagem da Petrobras, tinha movimentos sociais, sindicatos e grande parte da sociedade apontando o caminho dentro da Lei para evitar tal leilão. E não o fez.
Como será possível observar, trabalhadores e técnicos da área
passaram décadas avisando onde tudo isto iria dar. Portanto, na melhor das hipóteses Lula e Dilma foram os mais incompetentes presidentes que tivemos. Nunca na história deste país, presidentes tiveram tanta riqueza descoberta e entregue. O viés cognitivo, no entanto, permanece pairando sobre a esquerda liberal que até hoje levanta a voz pra falar do entreguismo de FHC, sendo que foi Lula o maior vendedor de ações da Petrobras, e Dilma a vendedora de ativos. O ícone de tal entrega foi o Campo de Libra, simplesmente a maior descoberta dos últimos 50 anos no mundo. Apesar de todos os fatos que serão demonstrados aqui, até hoje temos algumas mídias ditas de esquerda onde o assunto é debatido num nível que dá a impressão de que “não há risco de dar certo” para usar uma frase que aprendi com Romulus. Recentemente, no BraZil247 tive o desprazer de ver um debate sobre a entrega do petróleo brasileiro por Dilma na qual, estarrecido, o Senador Requião ouvia pessoas absolutamente ignorantes no assunto versarem sobre o mesmo, inclusive contrariando o senador nos pontos colocados por ele quando Dilma traiu até mesmo a base do governo para liberar a operação das unidades do pré-sal para as multinacionais. Dizia um: Foi o FHC! Dizia a outra: Foi o Temer! Numa ânsia de vômito eu pensava: Eles não têm certeza se foi um presidente ou outro 20 ANOS DEPOIS! Com este nível de estupidez, tentavam discutir sobre matéria defendida pelo próprio Requião como Senador! Requião teve que intervir, com rara irritação já que é bem comedido, dizendo que ele estava lá e queriam dizer a ele o quê e como foi! Até mesmo Dilma, quando foi ao canal, eles tentaram, novamente, atribuir a outros governos e repetindo as colocações de Requião no que até Dilma teve que intervir e avisar que ele falava da retirada da Petrobras como operadora única o que de fato ocorrera em seu governo. Não há risco de dar certo quando duas toupeiras deste nível estão à frente do debate. Não conhecem o assunto, não conhecem a legislação, não conhecem a história, não conhecem nem quem fez o quê. Desta forma, os fatos narrados aqui em ordem cronológica, poderão servir de introdução àqueles que desconhecem a história de como o PT entregou o Pré-Sal.
Vamos aos fatos e dados publicados à época (todos os grifos
são meus)!
Governo Lula
Em 2005, antes da descoberta do Pré-Sal, artigo na AEPET
atentava para o fato de que o Governo Federal continua a política de exportação do petróleo. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) demonstrou que, no período de tradicional queda das exportações, o mês de novembro, o governo tem usado o comércio de uma única classe de produtos, petróleo e derivados, para inflar os resultados positivos do comércio externo. Como notou o Iedi, na análise relativa à segunda semana de novembro, o grande aumento das exportações, neste mês, parece bem menos expressivo se descontadas as vendas externas de petróleo e derivados. Comparada a outubro deste ano, a média diária das exportações em novembro cresceu quase 16%, mas esse aumento baixa quase à metade (8,06%) quando se retira do cálculo o item petróleo e derivados. Este item teve aumento de 114% em comparação a outubro, e 219,9% em relação à média diária de novembro de 2004. Apesar da ressalva apontada pelo Iedi e da cotação do dólar caindo em relação ao real - o que torna menos atraente a exportação porque os preços, em dólares, não acompanham os custos em moeda nacional - a balança comercial continua apresentando resultados impressionantes de desempenho. Para o presidente da AEPET, Heitor Pereira, o Governo Federal está adotando uma política de lesa-pátria ao manter elevada exportação de petróleo. "Estamos comprometendo o nosso futuro quando, com certeza, teremos uma política de desenvolvimentista. O governo está entregando um setor importante como o petróleo a aventureiros, esquecendo da competência da Petrobrás que adotou o caminho do poço ao posto", disse Heitor.
Destaquei este artigo da fase anterior ao Pré-Sal apenas para
começar a demonstrar como o PT mascarava resultados desde o início e não cessou a política de exportação de Petróleo em nenhum momento. Veja o leitor, que este é um problema atual e que, agora, o PT vem a público denunciar. Sobre os mecanismos psicológicos mencionados na introdução, podemos perceber que mesmo Lula recém eleito, não havia por parte da sociedade qualquer cobrança de que o programa histórico do PT fosse seguido. Como podia, Lula, continuar com a política de FHC e não ser cobrado? Esta resposta é particularmente muito importante para entendermos os mecanismos da Guerra Híbrida.
Em 2006, a AEPET já denunciava os leilões da ANP: “Pelos
artigos 26 e 60 da Lei 9478/97, elaborada e aprovada por Fernando Henrique Cardoso, a empresa que produzir o petróleo se torna proprietária dele e pode inclusive exportá-lo. Neste caso, a empresa concessionária paga 15% de imposto de exportação (Lei Kandir) e fica com os outros 85% de propriedade do petróleo. É um brutal retrocesso, pois muitas guerras ocorreram até que os países produtores conseguissem 50%. A Noruega, entre outros, fica com até 80% do petróleo produzido em seu território ou mar territorial. Por isso, sensibilizamos o Clube de Engenharia, no Rio, e o advogado Luís Antonio de Castagna Maia, em Brasília, a entrar com ações na Justiça.”. “No 6º leilão, a ANP conseguiu, através de um artifício introduzido no edital, que a norte-americana Devon levasse o melhor bloco (CM-61) pagando menos que a Petrobrás. A AEPET tem uma ação popular contra isto. Agora, no 8° leilão, a ANP extrapolou: o diretor Nelson Narciso, vindo direto da Halliburton, introduziu limitações que atingiriam diretamente a Petrobras, tradicional compradora. Conseguimos parar com essa fúria entreguista graças à competência do grande advogado Castagna Maia (patriota que a FUP quer trocar por um outro mais adequado aos `aloprados`) e ao nacionalismo da deputada Drª Clair. Leilões significam entreguismo do nosso petróleo, esgotamento precoce das nossas reservas, antecipação do fim da auto-suficiência (hoje, 10 anos, se o crescimento do país permanecer medíocre). E mais: tudo isto no momento em que o mundo caminha para o pico de produção, por volta de 2010, e perspectiva do preço do barril ultrapassar os US$ 100. De que adianta o país chegar a uma auto-suficiência virtual, se os novos produtores exportam o nosso petróleo deixando aqui apenas 15% de impostos? O que o país ganha com isto? Na verdade joga fora a oportunidade de economizar ao máximo o petróleo para dar tempo de desenvolver a energia substituta, renovável que é a biomassa, cuja capacidade o Brasil é o país com maior condição de desenvolver.”. Este registro foi escolhido por mim para mostrar que antes do regime de partilha já tínhamos uma ANP e outros agentes atuando para roubar o as nossas riquezas e no governo Lula! É inconcebível a esquerda não ter cobrado do PT o fim destes leilões. Internamente, posso narrar que haviam promoções sem fim, 19 salários por ano, (12+13º+férias+5 salários de PLR). Cargos gerenciais aos montes sendo criados. A tal “canalha” divisão da Petrobras em UNs (Unidades de Negócios), denunciadas como preparativo para a venda da Petrobras, nunca foram desfeitos pelo PT! Figuras como Delcídio do Amaral saíram da Petrobras e do PSDB para o PT sem a menor cerimônia. E nada dos PTminions questionarem nada. Vale ressaltar que Delcídio tinha um sucessor chamado Nestor Cerveró.
Ainda em 2006 o Sindipetro-RJ protestou contra a intenção do
presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, em negociar com a Exxon e a Shell parceria no campo de Mexilhão, na Bacia de Santos. Trata-se das maiores reservas do País envolvendo investimentos de US$ 18 bilhões. Segundo o Sindipetro, a Petrobrás é que detém a tecnologia da produção de petróleo e gás em águas profundas e com o enorme lucro, obtido no ano passado, tem dinheiro para investir. `Além disso, a exploração de petróleo e gás é extremamente rentável e a parceria - na forma proposta - com qualquer multinacional estrangeira é servil e direta transferência de recurso (doação), ou seja, é crime de lesa-pátria`, disse a nota do Sindipetro-RJ. “A parceria na Bacia de Santos com as multi de petróleo, envolvendo também a Repsol, pelo presidente da Petrobrás, em Londres, nos faz lembrar o Brasil Colônia. Se alguns se vendiam por miçangas, outros se contentam com bajulações da Corte da Rainha. Ou será que tal crime de lesa-pátria não irá se concretizar e tudo foi somente um engano?”, acrescentou. O diretor de Comunicações da AEPET, Fernando Siqueira, também protestou. “Com um ativo como o potencial de gás na Bacia de Santos qualquer banco emprestaria dinheiro para o investimento. É impressionante a falta de visão estratégica da direção da Petrobrás”, disse Fernando. A falta de visão foi dos colegas e não de Gabrielli. É o viés de se apegarem ao nome do PT e sua história mais do que às suas ações e aos princípios nacionalistas e socialistas. Vale o comentário de que a plataforma de Mexilhão (PMXL-1) ficou conhecida na ocasião como a “plataforma da ministra”. Uma tal de Dilma. Ficou com este apelido devido ao cancelamento das licitações de P-55 e P-57 dois mega projetos da engenharia nacional por um Gerente Executivo que futuramente seria Diretor em duas áreas diferentes da Petrobras. Figueiredo que merece um artigo, era uma figura nefasta que demonizou a área técnica da Petrobras e colocou a culpa dos altos preços das unidades fruto de esquemas de corrupção nas costas dos técnicos. As novas P-55 e P- 57 foram então projetadas por uma empresa Holandesa a Gusto/SBM. A mesma envolvida e ré confessa anos mais tarde de corrupção nas obras de unidades da Petrobras e cujos executivos foram condenados por isto...na Europa! Lembram da história do Fernando Baiano? Pois a maioria esmagadora dos investimentos da Petrobras foram na área de E&P que passou longe da Lava-Jato e cuja as investigações ocorreram no Rio de Janeiro. A SBM virou a menina dos olhos do Figueiredo e os técnicos da Petrobras foram enviados para a Holanda para “Aprender como se faz projeto bom e barato”. Foram também humilhados constantemente por mais de uma década e até hoje dezenas de unidades da Petrobras apresentam riscos enormes de segurança e baixa produtividade devido aos mandos e desmandos de Figueiredo. Formado em Engenharia Elétrica decidia da largura da cama até como alocar e quantificar detectores de gás nas unidades. De sistemas submarinos até altura de Flare. Foi uma figura autoritária, onipresente, que destruiu a cultura técnica da empresa e cuja a visão de redução de custos fixos (CAPEX) levou não apenas à destruição técnica da Petrobras, como à perda de bilhões em dinheiro, vidas e serviu, principalmente, aos interesses dos esquemas de corrupção e ao atraso na produção do pré-sal. Somente a P-55 (anterior ao pré-sal) atrasou cerca de 2 anos e meio. Uma unidade de 100mil barris que neste período seria capaz de pagar boa parte das obras subseqüentes. Caso não tenha se envolvido diretamente com a corrupção, foi o idiota útil, geralmente autoritário, que não entendia nada daquilo que decidia e que permitiu que toda a roubalheira, talvez uma grande armadilha, ocorresse e a culpa, pasmem, era dos técnicos que não sabiam fazer projeto. Já em 2007, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie, suspendeu a decisão da 9ª Vara Federal no Distrito Federal (DF) que havia suspendido licitação para outorga de concessões de exploração e produção de petróleo e gás natural em blocos, referentes à 8ª Rodada de Licitações, que teria início em novembro de 2006. A decisão do juiz da Vara Federal no DF foi tomada na análise de uma ação popular que pedia a suspensão da 8ª Rodada de Licitações, alegando que os critérios exigidos no leilão prejudicariam a participação da Petrobrás. O juiz considerou procedente os argumentos verificando que a licitação trazia graves danos ao patrimônio público. Para o presidente da AEPET, Heitor Pereira, a decisão da presidente do STF demonstra as forças das multinacionais em detrimento da soberania do País. `A tendência é de o preço do barril do petróleo disparar nos próximos anos, ao mesmo tempo em que a Agência Internacional de Energia declara que o Brasil será o maior produtor de petróleo fora da Opep. Isso significa que, ao adquirir os blocos importantes, as multinacionais oficialmente ou através de laranjas, passam a ser proprietárias e podem exportar petróleo, mesmo o País não tendo condições geológicas de ser um grande exportador. É um crime de lesa- pátria. Solicitamos aos brasileiros que escrevam para o STF para repudiar por mais essa outra medida prejudicial ao País, de tantas outras que estamos acostumados a receber e que não merecem destaque na grande mídia por ser dependente do poder econômico. Aqui vale o comentário de que é uma inverdade que os nacionalistas não se manifestaram. Veja que os técnicos da Petrobras já antecipavam a alta do petróleo e conclamavam contra o STF, o que o PT não o fez. Ao contrário, foi o governo do PT quem entrou no STF para que houvesse leilões através da ANP, subordinada ao poder executivo.
Artigo da AEPET de Janeiro de 2008 trazia: O governo Fernando
Henrique Cardoso empenhou-se em privatizar a Petrobras. Em 1998, vendeu 34,04% de ações ordinárias com direito a voto a estrangeiros na Bolsa de Nova York. Pela troca de ativos na Argentina com a petrolífera espanhola Repsol, entregou a esta um terço da refinaria Alberto Pasqualini, sediada no Rio Grande do Sul, assim denominada como homenagem ao saudoso senador gaúcho, teórico do trabalhismo. Mesmo unidades históricas que levavam nomes importantes do trabalhismo eram vendidas, lembrando FHC que fechara cursos de Sociologia.
Em Janeiro de 2009 a AEPET reportava: “No último mês, a ANP
(Agência Nacional de Petróleo), dirigida por Haroldo Lima, Vice-Presidente do PCdoB, realizou mais um leilão de áreas para exploração de petróleo no Brasil, acompanhado de forte campanha publicitária, inclusive na televisão. Diversas áreas colocadas à venda foram adquiridas por consórcios formados por empresas estrangeiras, algumas em parceria com a Petrobrás que, absurdamente, tem que disputar essas áreas e pagar um preço alto por elas quando ganha a licitação. O leilão foi repudiado por uma parte significativa da sociedade brasileira, representada por sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos do campo popular e de esquerda. Dia 18/11, por volta das 13 horas dessa terça, integrantes do comitê Rio do Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás ocuparam por alguns minutos o saguão do Guanabara Palace. No luxuoso hotel da Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio, acontecia o Seminário `Pré-Sal - desafios e oportunidades`, em que a inscrição custava a bagatela de R$ 1.970,00, valor que define o público alvo do evento. Dia 15/12 o ministério de Minas e Energia em Brasília foi ocupado pelos integrantes do Comitê Contra a Privatização do nosso petróleo e gás. Dia 16/12 os petroleiros fizeram uma greve de protesto em várias unidades da Petrobrás no Brasil. No dia 17, a sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, foi ocupada por muitos militantes que ali expressaram o seu repúdio ao leilão e exigiram a sua suspensão. Diante da apresentação de uma Liminar da Justiça Estadual, acionada pela Petrobrás, os manifestantes retiraram-se em ordem, após a realização de uma assembléia, cantando o hino nacional brasileiro, e prosseguiram com a manifestação diante da Petrobrás. No dia 18, pela manhã, houve nova manifestação contra os leilões, desta feita diante da Agência Nacional do Petróleo – ANP – no centro do Rio. Para surpresa de todos, a Polícia Militar, por ordem da ANP, interveio de forma extremamente violenta para dissolver a manifestação, utilizando, cassetetes, gases e todo o aparato repressivo, o que resultou em um número expressivo de feridos, alguns com gravidade. Três manifestantes foram detidos, entre eles um dirigente do Sindipetro – Rio. A Petrobrás é hoje uma empresa privada: somente 40% de suas ações pertencem ao governo brasileiro, e suas iniciativas recentes, como a compra de empresas petrolíferas de outros países e a intensa terceirização de seus quadros, comprovam este fato. O governo Lula, representado no setor pela Agência Nacional do Petróleo, ANP – dirigida pelo PCdoB – vem facilitando ao máximo estas operações, assim como vem protegendo os interesses dos grandes bancos e empresas industriais multinacionais, e para isso facilita a circulação dos capitais e estrangula cada vez mais os direitos dos trabalhadores, reproduzindo práticas adotadas pelos demais países e governos capitalistas, na ânsia de fazer com que o PIB brasileiro cresça a qualquer custo, para tentar obter dividendos políticos fazendo comparações com outros governos e outros países. O Partido Comunista Brasileiro continuará na luta pela Reestatização da Petrobrás e pelo fim da ANP, pois entendemos que esta é a forma de fazer com que o petróleo volte a ser nosso, dos trabalhadores brasileiros, para que os lucros da Petrobrás possam ser investidos na geração de empregos, na saúde, na educação, para que o Brasil possa pensar soberanamente no seu futuro, nas fontes e usos da energia de que precisa e precisará. Defendemos, igualmente, uma profunda transformação do Estado brasileiro para um novo Estado que, controlado pelos trabalhadores, possa ser um instrumento de transformação da sociedade para a conquista de justiça e igualdade social. Contra os leilões de reservas petrolíferas brasileiras! Pela Reestatização da Petrobrás!” Esta denúncia do PCB não apenas comprova que os governos PTistas eram entreguistas, como que a esquerda ligada ao setor de Petróleo e Gás já denunciava isto à época. E também trás um ataque a um viés cognitivo que vi até mesmo em colegas nacionalistas debatendo sobre Partilha ou Concessão. Em um típico binarismo cismogênico. Nem um, nem outro, eu respondia a colegas. Isto é ou não um governo de esquerda. Reestatização! No que os colegas respondiam me dando razão. O problema é colocado num ringue entre Concessão x Partilha justamente para apagar a reestatização.
Governo Dilma e a Partilha
Em Abril de 2010 artigo da AEPET: “Quando o Governo Lula
soube da magnitude do Pré-Sal, retirou 41 blocos do nono leilão e criou um Grupo de Trabalho para reestudar a legislação do petróleo. Estava correto (estava errado, observação minha e veremos o porquê!). A legislação em vigor foi feita no auge do neoliberalismo e criou vantagens imensas para as empresas privadas, inclusive multinacionais, sob o argumento de atrair capital estrangeiro de risco: dá a elas 100% do petróleo produzido e permite que elas paguem ao governo, no máximo, 20% da produção, em dinheiro. No mundo, os países exportadores recebem a média de 84%, em óleo. Se aplicada ao Pré-Sal a atual lei [9478/97] é um crime de lesa-pátria: o Pré-Sal não tem riscos e tem altíssimo retorno. O Governo enviou o projeto de lei propondo contrato de partilha para substituir o de concessão, visando recuperar parte da propriedade do petróleo, que é a fonte de poder. O projeto trouxe grandes avanços, embora ainda permita os leilões, o que é ruim para o país. Eis que, sem nenhuma justificativa, o relator (Deputado Henrique Alves) introduz um parágrafo que diz que o consórcio recebe de volta, em óleo, os “royalties” que pagar. Ora, nestas condições o consórcio deixa de pagar os royalties e ainda é ressarcido em petróleo, que é um bem estratégico. Essa “doação” representa um prejuízo de US$ 15 bilhões (R$ 25 bi) anuais para o país, hoje, e será de US$ 30 bilhões em 2020. É um estrago 10 vezes maior que a emenda Ibsen Pinheiro. Estamos tentando corrigir essa excrescência através de uma emenda do Senador Pedro Simon (PMDB-RS), bem como corrigir a emenda Ibsen.”. Aqui cabe o primeiro comentário. Como podemos ver, o autor também apresenta o mesmo viés de confirmação. Ora, se a legislação ainda permite os leilões, Lula estava errado! Não percebe que se o PT não estivesse traindo e fazendo parte do crime de lesa-pátria, como ele classificou, Lula teria vetado! E ali já há a dica da armadilha que se instaurava. Aqui, cabe um exemplo claro da abordagem sucessiva e indireta. Fazer uma Lei que permite que multinacionais sejam sócias da Petrobras, sem proibir os leilões, e com um discurso nacionalista e de proteção do Pré-Sal. Como veremos, a Petrobras foi obrigada a “dormir com o inimigo” entregando dados e tecnologia até que as multinacionais tivessem preparadas para assumir sozinhas o Pré-Sal, o que viria posteriormente. De qualquer forma, a Lei cercada de falsos nacionalismos, na verdade, garantia a parceria Caracu com a Petrobras e permitia a continuidade dos Leilões.
Conclui o artigo: “Os cidadãos brasileiros contrários aos leilões
dos campos de petróleo, mormente do Pré-Sal, vêm manifestar sua indignação diante da política adotada pelo governo da Presidente Dilma Roussef de leiloar no dia de hoje, 21 de Outubro, o campo de Libra, o maior do mundo.”
Em Janeiro de 2013 a AEPET trazia: “os petroleiros se
manifestaram a respeito dos Leilões do Petróleo como “Crime de lesa-pátria” através do Comitê Nacional de Defesa do Petróleo, da Soberania e do fim dos leilões: “Trata-se de uma decisão contrária aos interesses nacionais e populares e que afeta frontalmente a soberania nacional brasileira. Há 60 anos a criação da Petrobras foi o resultado do maior movimento cívico da historia do Brasil, que mobilizou milhões de patriotas favoráveis ao monopólio do petróleo, alcançado com a Lei 2004 de 3 de Outubro de 1953. E o petróleo então era só um sonho. Hoje é uma grande realidade. Depois do período neoliberal em que vigorava a política de concessões, que entregava todo o petróleo para o produtor, uma decisão política acertada do Governo Lula, implantou a Lei de partilha. No entanto, a decisão do atual governo de leiloar um campo já perfurado, testado e comprovado que é o maior do mundo, numa reserva descoberta pela Petrobras, na prática resulta num retrocesso brutal. Nenhum país soberano leiloa petróleo já descoberto. Não podemos aceitar que uma reserva estratégica para a Nação Brasileira, que correspondente a cerca de 90% de nossas reservas petrolíferas seja transferida para empresas estrangeiras, que irão ficar com mais de 60% do petróleo a um custo lesivo ao patrimônio do povo brasileiro. O Petróleo de Libra pertence ao povo brasileiro! Libra não é para pagar juros aos Banqueiros. É para o bem estar dos brasileiros.””
Em Junho de 2013, a Agência Petroleira de Notícias denunciava: A
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizará uma audiência pública, hoje (dia 11 de junho, das 9h às 12h), sobre a minuta que tratará das licitações de blocos de petróleo sob o regime de partilha. Para denunciar esse processo e questionar a destinação do pré-sal a campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso convoca a população a participar dessa audiência na ANP. A concentração do nosso protesto é às 8h da manhã desta terça-feira, na Candelária, Centro do Rio de Janeiro. Partilha é o novo modelo de exploração aprovado no Governo Lula para as áreas do pré-sal. Essa nova lei, mesmo distante do que os movimentos sociais reivindicavam, permite que a Presidência da República direcionasse todo o petróleo para a Petrobrás operar. Mas a presidente Dilma decidiu convocar o leilão para entregar a exploração do nosso ouro negro para a ganância extrativista das multinacionais e petroleiras privadas nacionais, como a empresa do megabilionário Eike Batista. Considero este mais um exemplo importante de como movimentos sociais e a classe petroleira denunciou insistentemente a entrega das reservas brasileiras. Tendo vivido este momento, preciso registrar a minha discordância de Nildo Ouriques em relação à Dilma. Não é honesta! Não bastasse ter sido guerrilheira, vale ressaltar mais uma vez as insistentes denúncias do óbvio que estava pro vir. Outro ponto aqui é, mais uma vez, o viés mesmo de quem denuncia de que Lula seria diferente de Dilma. Ora, a Lei deixou a possibilidade de que o governo contratasse diretamente a Petrobras e Dilma não o fez. Porém, foi a legislação de Lula que não proibiu que não fosse a Petrobras. Ora, a abertura para que não fosse a Petrobras e houvesse leilão foi deixada por Lula.
Ainda em Junho de 2013, mais uma vez o PT fraudava as contas
públicas e usava a venda de ativos do país nos leilões para fechar contas e atingir os tais superávit. Mais uma vez para atender às demandas de mercado, o PT traía o Brasil. “O governo já incluiu na previsão de receita deste ano o valor do bônus de assinatura da primeira rodada de licitações do pré-sal, em outubro. A área ofertada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) é a de Libra, o maior reservatório de petróleo já oferecido para partilha de produção no mundo, na Bacia de Santos. Quando encaminhou a proposta orçamentária de 2013 ao Congresso, em agosto, o governo previa que a receita com as concessões ficaria em R$ 3,3 bilhões. No decreto de contingenciamento, editado em maio, a estimativa foi elevada para R$ 15,6 bilhões, um aumento de 372%.”. E concluía: “As contas da União neste ano só fecharão se a receita desse bônus ingressar nos cofres públicos. O superávit primário do governo central, previsto em R$ 63,1 bilhões - já com o desconto de R$ 45 bilhões dos investimentos do PAC e das desonerações tributárias - não será alcançado sem a receita do pré- sal.”. Neste mesmo mês, Fernando Siqueira escreveu na AEPET: “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. "Esta frase de Marx serve ao bem ao que foi todo o processo do 11º Leilão de áreas petrolíferas promovido pela ANP, em 14/5/2013, no Rio. A primeira licitação conduzida sob o Governo Dilma relembra na forma e nos resultados o que ocorreu em1999, quando começou o processo de leilão de bacias sedimentares brasileiras. Um caminho trágico, condenado desde a primeira hora pelo Clube de Engenharia e demais entidades dos movimentos sociais, porquanto levou ao enfraquecimento e à desnacionalização da industria e empresas de engenharia brasileiras.
Em ambas as ocasiões coube à ANP oferecer vastíssimas áreas de
bacias sedimentares pouco conhecidas e passíveis de reterem grandes volumes de petróleo. Desta vez, vendeu 142 dos 289 blocos exploratórios, localizados em 11 bacias, totalizando 100,3 mil km², o que ampliou muito as áreas em concessão no Brasil. Os blocos vendidos em águas profundas das bacias tornaram-se verdadeiros territórios de multinacionais, a francesa Total, na Foz do Amazonas, a britânica BP, em Barreirinhas, e a norueguesa Statoil, no Espírito Santo. Como na primeira rodada, em 1999, prestou-se a Petrobras a assumir um papel secundário, abrindo mão de ser operadora, em favor de grandes empresas internacionais, ou então de pequenas empresas locais pouco conhecidas, em que pese ter aportado R$ 540 milhões, do total de R$ 2,8 bilhões arrecadados a título de bônus,
A farsa configura-se em achar que houve qualquer avanço nesta
licitação, mormente depois que o país passou a dispor dos instrumentos da partilha de produção e da cessão onerosa, além do modelo de concessão a regular a exploração de petróleo. A escolha da concessão, combinada com a oferta de vastas áreas na 11ª Rodada, demonstra o total desprezo da ANP ao interesse nacional. Optou desnecessariamente pelo instrumento contratual mais desfavorável à União, e, portanto à sociedade brasileira, para leiloar os 30 bilhões de barris que estimou nos blocos ofertados.
A má estratégia equivocada da ANP impossibilita a
identificação e um eventual o domínio futuro por parte da União de novas “áreas estratégicas”, aquelas onde o risco exploratório é baixo, como no Pré-Sal. Para estas áreas pode-se adotar o modelo de partilha de produção ou, quiçá, o modelo da cessão onerosa, regido pelo art. 12º da nova Lei pelos quais a renda assegurada à União é bem superior aos cobrados à obtida nas concessões Foi com este objetivo que o CNPE, em 2007, sob orientação do Presidente Lula, determinou a retirada de 41 blocos entorno do Pólo Pré-Sal, na Bacia de Santos, que seriam vendidos, e determinou a criação de uma legislação bem mais nacionalista e, por isto, tão combatida pela mídia e o cartel internacional do petróleo.” E tome viés cognitivo. Lula deixou e Dilma não fez! Veja que o próprio autor menciona a farsa, mas não percebeu que a Partilha era a farsa. Ela foi feita pra deixar estes caminhos!
Em setembro de 2013 Guilherme Estrella ex-diretor de
Exploração e Produção da Petrobras, freqüentemente usado como garoto propagando do PT como o “pai do pré-sal”, critica leilão de libra durante seminário organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ACB): “As empresas estrangeiras são empresas que representam os interesses de seus países. Nós conhecemos a história do petróleo. Isso não está certo. Abrir uma licitação para 10 bilhões de barris já descobertos não está certo. A lei permite a contratação pelo governo de sua empresa para produzir esse petróleo", grifo meu. “O artigo 12º da nova lei do petróleo (lei nº 12.351/2010), que rege o pré-sal, determina que a União, quando for o caso de "preservar o interesse nacional" (sic) e atender aos "objetivos da política energética" (sic) deve contratar a Petrobrás diretamente para a exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção Libra são 10 bilhões de barris de petróleo já descobertos, é muito óleo. A nossa posição de reserva com o pré-sal é muito confortável pelos próximos 20 anos. Por que vai abrir Libra para a participação de empresas estrangeiras e interesses estrangeiros?". Vale ressaltar aqui que Estrella é muito respeitado, embora esteja longe de ser o pai do pré-sal, e não estamos tratando de uma crítica qualquer. É a entrega, pelo PT, da maior riqueza já descoberta no Brasil. E cujo o aparato legal permitia a contratação direta da Petrobras. Ora, tal artigo 12º fora apenas um artigo pra inglês ver, criado para acalmar as bases ainda engajadas que se rebelaram contra o Regime de Partilha. Não se trata de detalhe. Trata-se do artigo usado para defender junto ao campo da esquerda e dos nacionalistas a aprovação do Regime de Partilha, num engodo que dava a falsa sensação de que se usaria a partilha quando de interesse da Petrobras, porém, mantendo o “filé” com a mesma. Esta mentira merecia por si só, num processo revolucionário, o julgamento por traição à pátria. Estrella continua: “Se tinha que fazer uma nova licitação, até politicamente, faz de outra área nas proximidades, aliás temos nas proximidades de Libra, Franco, que é da cessão onerosa e vai ser produzido pela Petrobrás. Para mim, essa decisão foi um erro estratégico. Nós estamos trazendo interesses não brasileiros para produzir 10 bilhões de barris". Ora, Guilherme, eles ficaram com Libra E o excedente de Cessão Onerosa!
Disse ainda que: "Quando a gente fala em energia, estamos
falando de um tema muito sensível sob o ponto de vista da geopolítica mundial. Especialmente petróleo e gás natural, nós temos um foco numa série de questões que tocam a soberania das nações, ao conhecimento e o desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico. Além de serem absolutamente fundamentais na vida das pessoas. Consumo de energia é parâmetro de qualidade de vida, mas, ao mesmo tempo é fundamental na sustentação de hegemonias geopolíticas mundiais. Isso é o que acontece no nosso dia a dia. Nós, cidadãos do século XXI, assistimos estarrecidos há uns dez anos a invasão de países soberanos para apropriação de reservas petrolíferas. Monarquias absolutamente medievais, autoritárias, opressoras são mantidas para sustentar como fonte de energia, fonte de petróleo e gás natural as potências hegemônicas mundiais". Vieram se somar às recentes denúncias veiculadas recentemente pela TV, de que a Petrobrás foi espionada pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA). Aqui, pode-se perceber o tamanho da ignorância e infiltração da esquerda associados a vieses cognitivos. Nesta época tive embates com amigos pessoais e rompi com o apoio ao PT. Eles ficaram revoltados com o meu discurso mostrando que o PT traiu o Brasil e apontava para a perda do Pré-Sal. Narrei que com os fatos que vinham ocorrendo, estávamos numa parceria Caracu. Sendo “parceiros”, teríamos a obrigação de compartilhar dados de projeto e tecnológicos com os novos “amantes”. E assim foi feito até que a partilha fosse desnecessária. Cabe um ponto aqui mais adequado para antropólogos. Quantas pessoas, como o próprio Estrella podiam ver isto, fazer estes discursos e não romper com o PT. É um mecanismo semelhante ao dos chamados Bolsominions. Os PTminions. Tenho a impressão que figuras como Olavo de Carvalho, têm o papel fundamental de recrutamento. Detectar aqueles que apesar de qualquer coisa sempre encontrarão uma justificativa mental para apoiar seus ídolos. Jamais alguém de esquerda poderia ver o PT fazendo o que fez, vender Libra, ativos da Petrobras, não reestatizar a Petrobras e voltar ao monopólio, etc. Estas questões são a espinha dorsal. Não importa quem seja o personagem à frente, aquele que atenta contra estes princípios não pode ser admitido pela esquerda. Para aqueles que não se convenceram ainda do poder do viés cognitivo, Estrella arremata: “perto da fronteira brasileira, a Total fez uma grande descoberta recentemente. Esses dois pontos valorizam enormemente essa Faixa Equatorial. O que fez a ANP? Colocou toda a Faixa Equatorial em licitação sob o regime de concessão, onde o petróleo descoberto pertence à empresa que descobre e não ao Estado brasileiro. Na minha opinião foi outro erro estratégico. Por que? Dado o desconhecimento que nós tínhamos era mais adequado abrir apenas alguns blocos para que as empresas testassem a produtividade dessa área. Se as áreas se mantivessem com pouca produtividade, podíamos abrir mais blocos à licitação. Se alguma área se mostra com grande potencial, era hora de transformá-las em áreas estratégicas, que está previsto no novo marco regulatório, que regula por partilha de produção”.
Ora, Guilherme, você não entendeu nada! “Por que?”. Porque
é assim que queriam. O artigo 12º, mencionados por Siqueira e por Estrella, sobre reservas estratégicas, foi uma fraude! Seu viés de ter apoiado esta farsa da Partilha não o permite enxergar isto! Como o PT pode não ter consultado o próprio Estrella a respeito? Quem orientou o governo a aceitar isto? Como já mencionei, o prestígio de Estrella serve apenas para o marketing. Esta separação entre o regime de partilha, anuncio de descobertas novas e realização de leilões, assim como o atraso de projetos, construções e montagem de UEP (Unidades de Exploração e Produção) foram fundamentais para uma abordagem indireta. O mesmo vale para Fernando Siqueira. Juntamente com as entidades e movimentos sociais tinham que enfrentar de forma dura e direta o governo! Greve geral e rompimento total com o PT. Estrella também menciona a ANP como se não fosse subordinada a Dilma. Vale ressaltar que é de 2013 também as primeiras denúncias do Fantástico sobre o COMPERJ, uma das maiores vergonhas nacionais! Lula disse várias vezes que não poderia errar porque esperavam por isto. Mesmo assim, Lula e Dilma viram obras faraônicas que não andavam, custavam duas a três vezes mais, no mínimo, e nada faziam contra a corrupção. Faz alguma diferença se levaram dinheiro? Mais uma vez, a questão do viés cognitivo. Quando o Fantástico denunciou milhões de dólares de equipamentos apodrecendo do porto do Rio em reportagem de 06/01/2013, com milhões gastos em desapropriações que enriqueceram muita gente, o que fizeram os militantes? E as figuras públicas como o próprio Estrella? Romperam com o PT? Foram cobrar por isto? Com todo este histórico, dava náuseas ver figuras como a Sra. Graça Foster chorando igual uma donzela indefesa no congresso, bem diferente da mal educada que batia na mesa e falava impropérios. Devemos lembrar que foi Dilma que colocou Castelo Branco no conselho da Petrobras. E foi Dilma a maior vendedora de ativos da Petrobras.
Em Junho ainda de 2013, enquanto a lacração tomava as ruas
do país achando que seria uma revolução, o Valor Econômico destacava: “A Petrobras conseguiu avançar, no fim da semana passada, no seu plano de venda de ativos, no qual prevê alcançar US$ 9,9 bilhões até 2017. Na sexta-feira, a estatal comunicou dois negócios, o mais importante com o BTG Pactual, que será seu sócio na África. O banco pagará US$ 1,525 bilhão por 50% da Petrobras Oil & Gás, subsidiária que está nas mãos da Petrobras International Braspetro (PIBBCV). A empresa explora e produz petróleo e gás no continente africano.
A notícia foi bem recebida pelos investidores e fez com as
ações da petrolífera fechassem as negociações no pós-mercado no azul na sexta-feira. As ações preferenciais subiram 1,6%, para R$ 18,35, enquanto as ordinárias avançaram 1%, para R$ 16,70 no "after-market", após amargarem um pregão de fortes perdas na sessão regular. Além do acordo com o BTG Pactual, o conselho de administração da Petrobras aprovou, na sexta-feira, a venda dos 49% que possui na Brasil PCH para a Cemig por R$ 650 milhões. A Brasil PCH controla 13 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com capacidade instalada total de 291 megawatts (MW).”. Para quem ainda não se convenceu do viés cognitivo, vejam a carta, de cortar o coração, enviada a então presidenta do Brasil. Vejam a quantidade de entidades que assinam a carta.
associações, movimentos sociais, militantes partidários e cidadãos, imbuído da vontade de defender os interesses da soberania da nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais, em especial o petróleo, nos dirigimos a V. Exa., para pedir que SUSPENDA o leilão das reservas do PRÉ-SAL, previsto para o próximo dia 21 de outubro de 2013.
2. Louvamos a iniciativa do então Presidente Lula, que no
momento da confirmação da existência das reservas do Pré-sal, retirou 41 blocos do nono leilão, que iria ocorrer naquela ocasião. Ao fazê-lo, sabemos, o presidente contrariou fortes interesses, pois as empresas petrolíferas transnacionais, já prevendo a existência de grandes reservas na região, tinham a intenção de fechar contratos de 30 anos de duração. Seriam atos jurídicos perfeitos, em condições benéficas para elas e prejudiciais para a sociedade brasileira. A decisão do presidente Lula preservou os interesses nacionais, naquele momento.
3. Posteriormente, foi elaborado um novo marco
regulatório para o setor do petróleo, no qual Vossa Excelência jogou importante papel ainda como Ministra. Consideramos que o novo modelo é muito melhor sob a ótica do benefício social que o modelo das concessões adotado e praticado no governo FHC.
4. Estamos convencidos, por outro lado, que o caso do
campo de Libra é particular e que o mesmo não pode ser leiloado mesmo através desse modelo de partilha adotado para as áreas do Pré-Sal. A área de exploração de Libra não é um bloco, no qual a empresa petrolífera irá procurar petróleo. Libra é um reservatório totalmente conhecido, delimitado e estimado em seu potencial de reservas em barris, faltando apenas cubar o petróleo existente com maior precisão. Como já foi dado a público, o campo de Libra possui, no mínimo, dez bilhões de barris, uma das maiores descobertas mundiais dos últimos 20 anos.
5. O desafio colocado diante de um volume tão grande de
petróleo conhecido é o de como maximizar esse benefício para toda sociedade brasileira. Os legisladores que, junto com membros do Executivo federal, produziram a lei 12.351 de 2010, deram uma brilhante demonstração de lucidez ao redigirem o artigo 12 desta lei. Através deste artigo, a União pode entregar um campo, sem passar por licitação, diretamente para a Petrobras, a qual assinaria um contrato de partilha com a União, com o percentual do "óleo-lucro" a ser remetido para o Fundo Social obtido por definição do governo.
6.Pleiteamos que, no caso das reservas de Libra, o percentual
seja bem alto, para beneficiar ao máximo a sociedade. Mas, lembramos isso só pode ser feito se a Petrobras for a empresa contratada pela União.
7. Não basta definir parâmetros no edital e no contrato para
maximizar as remessas das empresas "ganhadoras" para o Tesouro e o Fundo Social. Não houve qualquer explicação da ANP, nem de argumentação nem no Edital, que justifique esse leilão do ponto de vista dos interesses do povo. Ao contrário, a Resolução n. 5 do CNPE que decide sobre o leilão de Libra é um libelo de prepotência e autoritarismo. Qual a razão para que nem o MME, o CNPE, a ANP ou a EPE, nenhum destes órgãos ter dado acesso ao público de documentos explicando a perspectiva de descobertas, quanto será destinado para o abastecimento brasileiro e quanto deverá ser exportado?
8. Essas dúvidas não foram esclarecidas em audiências
públicas que competia à ANP proporcionar para que a sociedade se manifestasse. Assim, mesmo entre técnicos e especialistas, ninguém pode ter noção de qual a base de calculo para chegar-se a um preço mínimo previsto de arrecadação de R$ 15 bilhões e qual o percentual de óleo lucro a ser remetido para o Fundo Social. A ANP evitou receber opiniões mesmo dos setores sociais como sindicatos, associações e universidades, vinculados ao tema da energia e do petróleo. De nossa parte propomos que o Ministério das Minas e Energia organize uma consulta aos técnicos e entidades brasileiras que permita a confrontação de informações no tocante à legislação e ao destino do petróleo do Pré-sal.
9. Todos nós temos consciência da intenção das empresas
transnacionais de apoderarem-se das reservas do Pré-sal. A entrega para essas empresas fere o principio da soberania popular e nacional sobre a nossa mais importante riqueza natural que é o petróleo. 10. Os recentes episódios de espionagem patrocinada pelo governo dos Estados Unidos da América no Brasil, que receberam uma posição altaneira e de exigência de explicações por parte de vosso governo, Presidente Dilma, se deram não apenas sobre a vossa pessoa e governo, mas inclusive, como é público e notório, sobre a Petrobras, com o claro interesse de posicionar as empresas estadunidenses em melhores condições para abocanhar as reservas do Pré -sal, numa clara afronta já soberania da nação e num total desrespeito às prerrogativas exclusivas do Estado e governo brasileiros neste terreno.
11. Presidente Dilma, a senhora mesmo afirmou sua
disposição de “ouvir as vozes das ruas”. O povo brasileiro, que há 60 anos protagonizou a campanha “o petróleo é nosso”, que resultou na construção da Petrobras, não pediu e não aceita a entrega de nosso petróleo para as transnacionais que querem pilhar esse recurso vital para o desenvolvimento sócio-econômico em benefício da grande maioria do nosso povo. Afirmamos, de nossa parte, que não descansaremos na luta em defesa do petróleo brasileiro e do Pré-sal nas mãos e em benefício de nosso povo. Se qualquer dúvida houver sobre a opinião popular, a senhora, com presidente da República Federativa do Brasil, tem o poder de convocar um plebiscito para que o povo decida quem deve explorar as riquezas do Pré-sal e qual deve ser o seu destino.
São essas as razões que nos levaram a redigir esta carta à
Vossa Exa. reivindicando fortemente que a senhora SUSPENDA A REALIZAÇÃO DO LEILÃO DO PETRÓLEO DO CAMPO DE LIBRA, previsto para o próximo dia 21 de outubro.
Nossa proposta é que a exploração do campo de Libra seja
entregue unicamente à PETROBRAS, como permite o artigo 12 da lei 12.351. Estamos prontos e ficaríamos honrados de ser recebido em audiência pela Vossa pessoa, presidente Dilma Rousseff, para discutirmos diretamente as razões que nos levam a esse posicionamento, certos de que é uma solução conforme com os interesses da soberania nacional e do povo brasileiro.
Atenciosamente,
1) Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Assembléia
Popular ,Assembléia Popular - Osasco, Assembléia Popular - Paraíba, Associação Brasileira de ONG's (ABONG), Central de Movimentos Populares (CMP), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) ,Comissão Pastoral da Terra (CPT), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Conselho Indigenista Missionário (CIMI ), Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Consulta Popular, Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS– PR), Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (FISENGE), Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Frente de Lutas de Juiz de Fora, Grito dos Excluídos, Jubileu Sul, Juventude Revolução, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Nacional pela Soberania Popular frente a Mineração(MAM), Movimento Reforma Já, Pastoral da Juventude Rural (PJR) ,Pastoral Da Moradia, Pastoral Do Migrante, Pastoral Fé e Política de Jundiaí, Pastoral Fé e Política de Salto – SP, Pastoral Fé e Política de Várzea Paulista - SP, Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, Plataforma Operária e Camponesa para Energia, Rede Fale, Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP -CE), Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP – SP), Sindicatos dos Eletricitários de Minas Gerais (SINDIELETRO/MG), Sindicatos dos Eletricitários de Santa Catarina (SINERGIA/SC), Sindicatos dos Eletricitários do Distrito Federal (STIU/DF), Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo (SINERGIA –SP), 54) Sindicato dos Engenheiros (SENGE – PR), Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (SINDIBEL – MG) Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC – PR), Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente ( SINTAEMA – SP) Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo(SINDIPETRO – SP), Sindicato dos petroleiros do Rio de janeiro-RJ, Sindicato Unificado dos Petroleiros da Bahia (SINDIPETRO BA), Sindicato Unificado dos Petroleiros do Paraná (SINDIPETRO PR) , União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), União Nacional dos Estudantes (UNE), Via Campesina Brasil
Vale ainda registrar que até Gabrielli escreveu artigo contra o
leilão de Libra: “No momento atual, a Petrobrás está desenvolvendo os campos do pré-sal que a lei reserva a ela sob "cessão onerosa" (campos pagos à União com ações da Petrobrás): "ela tem quase 15 bilhões de barris de reserva, adquiriu o direito de produzir mais 5 bilhões através da cessão onerosa, portanto, tem 20 bilhões de barris para desenvolver", nota Gabrielli. Nessa situação, o "bônus de assinatura" de R$ 15 bilhões privilegia quem tem maior poder financeiro; ou seja, as multinacionais. Pois, além dos 20 bilhões de barris que a Petrobrás tem para desenvolver, pela nova lei, a empresa é a operadora única no pré- sal, com um mínimo de 30% de qualquer consórcio: "Então, ela vai ser a operadora do campo de Libra, tendo ou não aumentada sua participação de 30%. Como ela vai entrar com 30% do campo, ela vai ter que pagar 4,5 bilhões; 30% de 15 bilhões é 4,5 bilhões. Isso é um dreno importante no caixa da Petrobrás, nesse momento. Porque Libra é um campo a mais de um portfólio já bastante robusto que a Petrobrás tem hoje, talvez um dos melhores portfólios de desenvolvimento e produção do mundo", diz Gabrielli. A política do governo, no entanto, é entregar o "maior campo da História" a um preço irrisório para o total da reserva o bônus de assinatura mais, nos próximos 35 anos, apenas 40% do óleo; contentando-se com a engorda de um superávit primário (reserva para juros) apetitoso para os bancos. Eu me vejo na situação de fazer uma comparação com o processo de privatização do governo Fernando Henrique, que acelerou ou depreciou os valores de venda no processo de privatização para fazer caixa e segurar a moeda”
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