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ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO

ANDERSON MONTEIRO DE LIMA - Psicólogo Clínico e Social


CRP02/21241
EMENTA
UNIDADE I:
● HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
● EXPLICITAÇÃO DO CAMPO E DA ÁREA DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO-CONSELHEIRO
● CARACTERÍSTICAS BÁSICAS E OS OBJETIVOS DO CAMPO DO ACONSELHAMENTO
● PSICOLÓGICO
● DESENVOLVIMENTO DOS MÉTODOS DE ACONSELHAMENTO

UNIDADE II:
● ORIGEM DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO: TEORIA TRAÇO E FATOR
● POSSÍVEIS DIFERENÇAS ENTRE ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA
● ACONSELHAMENTO DIRETIVO (PRINCÍPIOS BÁSICOS; FASES DO PROCESSO)
● DELIMITAÇÃO E TEORIAS DO ACONSELHAMENTO

Método: Aula expositiva dialogada, utilização de recursos


áudio-visuais acompanhados de debates, discussões de textos
em pequenos grupos, atividades de observação, elaboração de
relatórios apresentação e discussão em grupos.
HISTÓRICO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
.Origem da psicometria: apanhado histórico.

Psicometria ( do gego psykhé, alma e metron medida, medicação)

● ciências exatas, principalmente a matemática aplicada, estatística e a Psicologia.


-> mensurar, de forma adequada e comprovada experimentalmente um conjunto ou uma
gama de comportamentos que se deseja conhecer melhor;

● TESTE PSICOLÓGICOS: Validade, fidedignidade e Padronização;

➔ Galton (1882-1911) Antropólogo/ Matemático/Meteorologia: 1880.


➔ Primo de Charles Darwin- meio familiar intelectualistas
● Olhar de uma Ciência Estatística- estudo das diferenças e heranças humanas de
inteligência;
● Uso de Questionário e Pesquisa: coleta de dados humanos, genealógicas e biográficos,
antropométricos;
● TESTE INTELIGÊNCIA eugenia positiva!

● CASTELL (1905-1998)Filósofo-1890;
● Medidas da diferenças individuais e da avaliação do desempenho acadêmico de
crianças;
● Proporciona a Psicologia Desenvolvimento teste ѱ
HISTÓRICO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO

.Origem da psicometria: apanhado histórico.

Psicometria ( do gego psykhé, alma e metron medida, medicação)

● TESTE PSICOLÓGICOS: Validade, fidedignidade e Padronização;

➔ BINET (1857-1911)- Psicólogo-

● Traz em seus estudos no processo de análise com crianças no inserir-se na educação


com os critério seletivo de INTELIGÊNCIA e HABILIDADES.
● Junto com THEODORE SIMON (1873-1961)
● Escala de Binet- Simon- Medir inteligência de criança mas quais introduzir o conceito
idade mental;
HISTÓRICO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
● .Na literatura científica- Origem 1909, com Frank Parsons;

● Objetivo: ajudar aos jovens com sua escolha de carreira; algo tido
como emergencial na época, devido à REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL(Lembrem-se que aqui período de guerra e Mecanicismo,
surgimentos de ferramentas para as ciêcias do desenvolvimento humano e robôs-
Alistamento Exército e Tecnologia);

● Traça perfis profissionais para cargos que ocupavam;


Lembrem-se: uso do teste psicometria- inteligência e espaço;
● ESCOLA X ORGANIZACIONAL: Teoria de Traço e Fator estruturada;
➔ Orientação escolar e profissional;
➔ se diferenciavam em termos de : Habilidades físicas aptidões e interesses;
➔ TEORIA TRAÇO FATOR: Alinhava-se aos princípios da PSICOMETRIA e
POSITIVISMO. Priorizava a adaptação e o ajuntamento do indivíduo ao
mundo do trabalho, por meio do reconhecimento das habilidades e
competências de cada um, processo de aprendizagem , distanciamento do
campo da psicoterapia.
,
ORIGEM ACONSELHAMENTO -TEORIA TRAÇO FATOR
Sabemos que é difícil medir traços porque eles são dependentes da situação ou tarefa,e
obviamente eles podem modificar de acordo com as aprendizagens do indivíduo. Porém, os
traços de maior interesse para os conselheiros de carreira- aptidões,escolares, interesses e
mostram relativamente estáveis.
Preocupação em validar os instrumentos de medidas dos traços para suportar a
teoria,preocupados com o valor preditivo dos inventários e se a pontuação obtida pelo
examinado realmente mede seus valores, preferências de trabalho, estilo de tomada de decisões
e a maneira de ser percebido pelos outros
Assunções
1. Cada indivíduo tem um conjunto de traços único que pode ser medido confiavelmente e validamente.
2. Ocupações requerem que os trabalhadores tenham traços específicos para sucesso
3. A escolha de uma ocupação é um processo simples e a correspondência é possível.
4. Quanto maior a correspondência entre características do indivíduo e as exigências do trabalho, maior a
probabilidade de sucesso (produtividade e satisfação)

Ps. 1 e 2 também estão de acordo com Super e Holland.Holland e Bolles usaram uma abordagem de
traço e fator.

Essa teoria produziu uma rica literatura empírica, além de que desencadeou diversos instrumentos de
medida de traços e interesses. Geralmente, essas medidas são relacionadas com sucesso e satisfação
no trabalho.

primeira na corrente histórica da psicologia vocacional. Referida


como a abordagem de “emparelhamento entre homens e empregos”
TEORIA TRAÇO FATOR
Williamson recomenda um número de técnicas de aconselhamento desenhadas para ajudar os
clientes a explorarem seus atributos pessoais (usar testes*), a descobrir mais sobre trabalhos*,
aprender sobre tomada de decisão,a relacionar os trabalhos consigo (prós e contras), e a tomar
ação.

Importância dos testes: Podem permitir que indivíduos se comparam com um grupo normativo
dentro de uma organização educacional ou um grupo de certa ocupação para estimar as chances
gerais de sucesso. Podem oferecer novos insights não prontamente disponível, como comparar os
interesses de alguém com trabalhadores de sucesso ou corroborar com a existência de um interesse
que estava vagamente afirmado.

Pode motivar a pessoa ao expor a opções de carreiras que não foram consideradas anteriormente.
Mas também pode limitar minorias de perseguir carreiras acadêmicas que parecem estar fora do
alcance ou indicando que mulheres são melhores encaixadas em carreiras tradicionais.

Essa abordagem sugere um papel mais passivo por parte do cliente. Uma abordagem que pode
ser de predizer sucesso ou de identificar trabalhos que são ocupados por pessoas similares ao
cliente.Informação ocupacional através de papéis, filmes, gravações.
Mas a decisão de quando usar esses materiais depende do estágio da sessão de aconselhamento e
da prontidão do cliente.
O julgamento clínico do conselheiro deve ser o guia nessa área. Se o aconselhamento não deu
certo e o problema persiste, o conselheiro pode fazer uso de recursos de referencia como outros
profissionais da área, pessoas que tem conhecimento sobre certas ocupações, falar sobre
problemas de ajustamento...
TEORIA TRAÇO FATOR
A abordagem traço-fator contribui para a teorização sobre a qualidade do ajustamento
entre as pessoas e os seus ambientes, encontra-se representada em diversos modelos
conceituais, que não são meramente descritivos, evoluindo para concepções multidimensionais
do ambiente, integradores não apenas do tipo de trabalho, mas também do grupo de colegas de
trabalho, do supervisor, e outras dimensões decorrentes do domínio vocacional em causa (Su,
Murdock & Rounds, 2015)
o modelo fundacional de Parsons pode ser considerado uma resposta por medida, à
resolução de graves problemas sociais da sua época. O excesso de racionalidade que
lhe tem sido atribuído, pode ultrapassar-se considerando a sua integração em modelos de
tomada de decisão mais recentes, que o complementam e lhe conferem atualidade
(Hartung & Blustein, 2002).

O modelo de Holland

● Holland transforma a psicologia das diferenças individuais, assente na


abordagem traço-fator, numa teoria de tipos (Savickas, 2008a).

● Holland considera que a satisfação, estabilidade e realização


profissionais dependem da congruência entre as características da
personalidade do indivíduo e do ambiente em que trabalha.

● aspetos relacionados com a influência parental


-via hereditária.
TEORIA TRAÇO FATOR
O modelo de Holland

● Seis tipos puros são propostos, cada um composto por um conjunto de


interesses, valores e capacidades relacionados entre si, para caracterizar a
personalidade dos indivíduos:

Realista (R), Intelectual (I), Artístico (A), Social (S), Empreendedor (E) e
Convencional (C).

● Cada um destes tipos é o produto da interação entre a sua


hereditariedade particular e uma variedade de forças culturais e
pessoais, de entre as quais se destaca a influência exercida pelos pais.

● A predominância de pessoas com o mesmo tipo de personalidade num


determinado contexto de trabalho origina seis tipos de ambientes de
trabalho, com idêntica designação (Holland, 1973).

A clareza e simplicidade na definição dos conceitos-chave da teoria, congruência e


consistência, e o sistema tipológico que introduziu, quer para a caracterização das
pessoas, quer do mundo das qualificações e profissões, constituem elementos
apelativos e facilitadores para a sua integração na investigação e na prática de
aconselhamento de carreira (Sharf, 2006).
TEORIA TRAÇO FATOR Questões de
Valores-hereditariedade-
O modelo de Dawis e Lofquist motivação

● Dawis (1994) sublinha o paralelismo entre os conceitos da teoria de


ajustamento ao trabalho (theory of work adjustment – TWA) e os do modelo
de Holland, considerando-os próximos.

● Os conceitos da TWA são transpostos para um modelo de aconselhamento


sobre a correspondência entre a pessoa e os ambientes em que se insere
(família, atividades sociais, trabalho, etc.,)
● falta de correspondência entre características das pessoas e dos ambientes
predominantes nas suas vidas originam a maior parte dos problemas que
requerem ajuda (Lofquist & Dawis, 1991).
● A TWA preconiza uma motivação intrínseca do indivíduo para alcançar e manter um
balanço adequado no seu relacionamento com os ambientes de trabalho, através do
desenvolvimento de competências para responder aos requisitos do ambiente e de
preferência por determinadas condições de estimulação que anteriormente conduziram a
resultados positivos. Essas preferências permitem inferir as necessidades
psicológicas da pessoa;
● Uma correspondência adequada com o ambiente de trabalho exprime-se na
perceção de satisfação por parte do indivíduo e na avaliação de um desempenho
satisfatório por parte de elementos desse meio. A correspondência adequada
exprime- se, também, numa série de resultados como manutenção do emprego,
produtividade e assiduidade (Dawis, 1996, 2005; Lofquist & Dawis, 1991).
HISTÓRICO E CONCEITO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
● . Meados do Séc. XX, após a Segunda Guerra Mundial o trabalho da
PSIQUIATRIA ganha forças em todo mundo;

● Sociedade devastada pela guerra, percebe-se a necessidade de


aprimoramento das práticas PSICOLÓGICAS;

● ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO- ganha força, uma vez que havia a
necessidade urgente de ESCUTA PSICOLÓGICA
(PSICOTERAPIA/ANÁLISE) para aquelas pessoas que tiveram seus
lares, famílias destruídas.

➔ LEMBREM-SE: agora a busca do outro não é no contexto de patologia ou testes,


orientações diretivas apenas, mas para o alívio, para suas tensões,
esclarecimentos, dúvidas ou acompanhamento terapêutico em face vários
problemas da vida(Educação-profissão-emocional-família e etc);

● Números reduzidos de profissionais- COMO REALIZAR


ATENDIMENTOS PONTUAIS PARA AQUELE
MOMENTO?
HISTÓRICO E CONCEITO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
● Números reduzidos de profissionais- COMO REALIZAR ATENDIMENTOS
PONTUAIS PARA AQUELE MOMENTO?
● OBJETIVO PRINCIPAL DO ACONSELHAMENTO PSI: Era proporcionar
atenção e cuidado imediato ao sofrimento do outro; (Lembrem-se o imediato
retrata mais o objetivo do acolhimento e estar com esse outro, do que o fato
de tempo “rápido”.
● OUTROS PROFISSIONAIS: Devido a ausência de psicólogos, começam os
enfermeiros e orientadores educacionais o papel de conselheiros por meio
do trabalho da escuta. (Hospitais, escolas, instituições de serviços
sociais e higiene mental “hoje falamos saúde mental”)

● EUA 1ª a consolidar o aconselhamento psi em detrimento às injustiças


sociais e desigualdade um lugar de escuta;
● FRANÇA- 1928, Orientação Profissional- Com olhar do objetivo principal do
aconselhamento Psi.
● No BRASIL- 1924- Orientação Psicologia não era regulamentada- como
citado acima, outros profissionais também poderiam exercer;
HISTÓRICO E CONCEITO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
● CARL ROGERS-1930- Importante saberem que: No início da vida profissional,
Rogers atendia crianças e adolescentes em uma clínica Nova Yorque, objetivos
voltados a diagnosticar e realizar entrevista de aconselhamento.
● Rogers para a educação, e do seu modelo de facilitação da aprendizagem
(aprendizagem significativa bem como, da perspectiva da educação inclusiva)
● Portanto, Carls Rogers com seus pensamentos humanísticos da personalidade
contribuiu grandemente para uma visão mais holística e sistêmica da pessoa, por
acreditar que cada ser em si é capaz de se AUTO-REGULAR em busca de saúde e
bem estar, por acreditar na capacidade do estudante em ser o gestor do seu próprio
aprendizado.
Embora tenha dado uma grande contribuição tão quanto
Freud na época, por estar numa relação de diagnosticar e
realizar entrevista como paramento de cuidado, ele
começa a repensar sua prática iniciando um trabalho
voltado para PESSOA DO CLIENTE, a relação
conselheiro e Cliente e o processo terapêutico.

● Surge ACP- ABORDAGEM CENTRADA NA


PESSOA- Uma nova prática de
aconselhamento.
CONCEITO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
● Em 1942- COUNSELING AND PSYCHOTHERAPY (Aconselhamento e
Psicoterapia)- Constrói-se nesse período um distanciamento a prática do
aconselhamento psicológico- orientação profissional e se aproxima da prática de
psicoterapia com objetivos e formas distintas.
(Lembrem-se: aconselhamento psicológico traz esse novo olhar humanista de Rogers, e a Orientação
Profissional ainda mantinha uma perspectiva diagnóstico e Rogers tinha se afastado 1930-
Psicoterapia surgiu na perspectiva da escuta e acolhimento de uma clínica não mais de enquadres
patológicos, o Aconselhamento se assemelha em alguns contexto, mas se distanciam na prática da sua
escuta.)

● LEI Nº 4.119, DE 27 DE AGOSTO DE 1962.Dispõe sobre os cursos de formação


em Psicologia e regulamenta a profissão de Psicólogo;
● Em 1968- USP, Constrói um dos primeiros serviços de Aconselhamento
Psicológico em ACP;
➔ Já podemos identificar aqui a utilização do AC- nas Clínicas Escolas, Plantão
Psicológico- Estágio Supervisionados nas práticas Psis;

Lembrem-se: O aconselhamento pode ocorrer em uma única sessão por exemplo. Já a


psicoterapia é um processo amplo, que envolve várias mudanças na vida do sujeito e
precisa de várias sessões para se ter “êxito”.

ROGER questiona sobre o termo “aprofundando” na distinção


“consulta psicológica ou psicoterapia”
CONCEITO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO
CONCLUÍMOS COM O PROCESSO HISTÓRICO QUE:

Aconselhamento (Achamidt 2012,p.13)- Área do conhecimento bastante ampla


e que envolve a prática educativa, preventiva, de apoio situacional, centralizada
nos aspectos saudáveis, nas potencialidade e nas dimensões consciente e “mais
superficiais da clientela, requerendo tempos abreviados”

Psicoterapia- Trataria do problemas emocionais e patológicos, de caráter


remediativo ou reconstrutivo, focalizando o inconsciente e as dimensões “ mais
profundas do indivíduo demandando tempos prolongados”.

SERÁ QUE CONCLUÍMOS ????


CONCEITO DO ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO

Aconselhamento psicológico: conceitos e definições

● De acordo com o Dicionário Online de Português (ACONSELHAR, [20--],


online), “aconselhar” significa “Dar conselhos; pedir direcionamentos;
recomendar, sugerir, orientar-se: a mãe aconselha os filhos; aconselhar
alunos da escola; aconselhou-se com o padre”.

● O verbo aconselhar pode remeter a uma perspectiva cotidiana associada a


dar conselhos. No entanto, quando utilizamos a expressão aconselhamento
psicológico, ela significa algo além de dar conselhos, pois envolve uma
perspectiva profissional e terapêutica.

● O aconselhamento psicológico, como técnica utilizada pela psicologia, é


um processo interativo em uma relação única entre o conselheiro e o
cliente,podendo levar a mudanças em algumas áreas da vida do sujeito, como:

comportamento; construtos pessoais ou preocupações emocionais relacionadas


com as percepções; capacidade para ser bem-sucedido nas situações de vida,
aumentando as oportunidades e diminuindo as condições adversas; conhecimento e
habilidade para tomada de decisão
Aconselhamento psicológico: conceitos e definições

Conforme percorremos no breve Histórico do Aconselhamento Psicológico e Psicoterapia,


podemos perceber que o Aconselhamento Psicológico foi tendo transformações em sua
perspectivas entre as ciências, trazendo distinções entre ORIENTAÇÃO-
ACONSELHAMENTO-PSICOTERAPIA;

A prática do aconselhamento esteve tradicionalmente atrelada a diversas possibilidades de


atuação, como fornecimento de informações, feedback positivo, direcionamento,
orientação, encorajamento e interpretação.

Essa diversidade pode ser constatada no modo como são conhecidos os profissionais que
atuam nessa área: psicólogos, terapeutas, conselheiros, aconselhadores, orientadores,
profissionais de saúde, entre outros (Corey, 1983;Schmidt, 2012).

Com isso, na perspectiva de pesquisa,, vamos identificando que temos poucos


materiais sobre o Aconselhamento Psicológico no Brasil, sendo encontrado maior
número de pesquisa sobre uso do método no contexto internacional;

Link para artigo Aconselhamento psicológico: práticas e pesquisas nos contextos nacional e
internacional:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2359-07692015000100015

LEMBRANDO- que o Aconselhamento ele passa a servir HOSPITAL- ESCOLAS -CLÍNICA


PSICOLÓGICA-SERVIÇOS SOCIAIS- CLÍNICA-ESCOLA DE PSICOLOGIA PARA ESTUDANTES E
FORMAÇÃO MODELO PÓS-GRADUAÇÃO DE PSICÓLOGOS CONSELHEIROS;
Aconselhamento psicológico: conceitos e definições

o papel do aconselhamento passou a ser ajudar as pessoas, de forma objetiva, a


clarificar seus próprios objetivos e a pensarem em planos de ação para a solução dos
problemas.

Rogers parte da concepção de que a escuta empática por parte do conselheiro já tem,
por si só, um efeito facilitador para o processo de mudança e autorreflexão por parte
do cliente.

Aconselhamento psicológico: uma prática de diversas abordagens;


Como mencionado, o aconselhamento psicológico tem uma grande influência da ACP e de
seu precursor, Carl Rogers, porém isso não é suficiente para que o aconselhamento
psicológico seja entendido como uma prática apenas dessa abordagem (ROGERS, 1942)

. A psicologia é uma profissão diversificada,com várias áreas de atuação e


abordagens distintas.
Por exemplo, o aconselhamento psicológico é uma prática que pode ser inserida na
psicologia da saúde e clínica, independentemente da abordagem que você desejar seguir.

Além da ACP, as principais abordagens que contam com a atuação do


aconselhamento psicológico são: fenomenológico-existencial, psicanálise,
psicanálise junguiana,Gestalt-terapia, terapia narrativa e terapia estrutural
de famílias (JOYCE;SILLS, 2016; TELLES, 2000; SCORSOLINI-COMIN;
SANTOS, 2013).
Aconselhamento psicológico: conceitos e definições

O aconselhamento psicológico, nomeado por Forghieri (2007) como aconselhamento


terapêutico, não tem como objetivo curar os sintomas e as psicopatologias, mas sim
atingir os aspectos saudáveis do indivíduo que está passando por uma perturbação
psicológica e precisa de ajuda para lidar com essa situação (FORGHIERI, 2007).

Para a teoria da Gestalt, o aconselhador e o cliente não são sujeitos distintos, visto
que ambos têm semelhanças que os identificam de algum modo. O que os diferencia é
que o aconselhador, naquele momento, tem o papel de ajudar o cliente a encontrar soluções
para o problema que ele não consegue resolver sozinho.
Segundo Forghieri (2007), independentemente de seu papel naquele contexto, os sujeitos
podem vivenciar situações similares, que podem trazer alegria, tristeza ou frustração, de
modo que eles podem apresentar sentimentos diferentes, porém vivências semelhantes.
LEMBREM-SE: Como todos cientistas/teóricos queriam validar seus pensamentos foram surgindo
radicalmente novas visões sobre o ser humano, e daí uma nova corrente de pensamento passava a
desenvolver a psicologia segundo essa visão. Diante disso, a Psicologia passa a ter novas correntes
de pensamento, conhecidos como “FORÇAS DA PSICOLOGIA, sendo elas divididas em três: 1
Behaviorismo, ou Comportamentalismo, ou ainda Psicologia Comportamental.
2-Psicanálise-3HUMANISTA.
Aconselhamento psicológico: conceitos e definições

Em virtude de o aconselhamento psicológico ser um processo curto, é comum vê-lo


enquadrado como parte das psicoterapias breves — processos psicoterápicos em que
se tem foco definido, tempo delimitado e postura ativa e diretiva por parte do
psicoterapeuta.

Para Schmidt (1987), embora o ACP seja enquadrado na psicoterapia breve, a atitude do
conselheiro deve ser a mesma diante do processo, pois “[...] a direção e a configuração do
processo continuam pertencendo ao cliente” (SCHMIDT, 1987, p. 18).

Lembrem-se: o número de sessão no conceito aconselhamento psicológico mesmo que possa ser
reduzido/breve. o único encontro possa não ser suficiente para que o cliente desenvolva as reflexões
necessárias e consiga prosseguir sem ajuda. no entanto,para que isso seja possível, faz-se
imprescindível que haja uma postura facilitadora e uma atitude empática por parte do conselheiro
(schmidt, 1987).

Em que pesem as definições mais diretamente relacionadas a abordagens psicológicas


específicas, Santos (1982, p. 6), um dos pioneiros do aconselhamento psicológico no
Brasil e cujo pensamento esteve fortemente alinhado à abordagem centrada na pessoa,
define a tarefa de aconselhar como o “processo de indicar caminhos, direções e de
procedimentos ou de criar condições para que a pessoa faça, ela própria, o julgamento
das alternativas e formule suas opções”
Aconselhamento psicológico: conceitos e definições
Santos-1982-Brasil o aconselhamento seria diferente da orientação e da
psicoterapia, embora guarde semelhanças com essas outras tarefas ligadas a uma
relação de ajuda.

Esse mesmo autor, evocando as contribuições de Carl Rogers para o campo, afirma que
o aconselhamento pode ser compreendido como um “[...] método de assistência
psicológica destinado a restaurar no indivíduo suas condições de crescimento e de atualização,
habilitando-o a perceber, sem distorções, a realidade que o cerca e a agir, nessa realidade, de
forma a alcançar ampla satisfação pessoal e social” (Santos, 1982, p. 7)

FENOMENOLOGIA:

trata-se de uma relação entre duas pessoas na qual a “presença de um aconselhador


torna-se existencialmente terapêutica [...] para os aconselhados” (Forghieri, 2007a, p.
1), aconselhamento psicológico é também referido como aconselhamento terapêutico nessa
abordagem.
Essa relação interpessoal requer “a presença genuína do aconselhador, manifestada
por ele mediante diferentes atuações” (Forghieri, 2007a, p. 1), como fornecimento de
informações, exame e reflexão sobre situações conflitantes vivenciadas pelo cliente, o
reconhecimento e a exploração de recursos e capacidades pessoais do aconselhando
Aconselhamento psicológico: conceitos e definições

Relação conselheiro = GENUÍNA com foco no ACONSELHADO

Ser realmente o que se é, eis o padrão da vida que lhe parece ser o
mais elevado, quando é livre para seguir a direção que quiser. Não se
trata simples- Contextos Clínicos, vol. 7, n. 1, janeiro-junho 2014 5
Fabio Scorsolini-Comin mente de uma opção intelectual, mas parece
ser a melhor descrição do comportamento hesitante, provisório e
através do qual procede à exploração daquilo que quer ser (Rogers,
1973, p. 155)
Aconselhamento psicológico X PSICOTERAPIA

O processo de aconselhamento possui determinadas etapas nas quais


algumas tarefas estão presentes e contribuem para uma intervenção
bem-sucedida;

A partir da leitura de teóricos como Corey (1983), Patterson e Eisenberg


(1988), Santos (1982) e Tyler (1953), Pupo e Ayres (2013) condensam desse
modo as etapas do aconselhamento, que podem variar segundo algumas
abordagens:

(a) identificar e analisar problemas específicos;


(b) ampliar a compreensão da pessoa acerca do problema;
(c) avaliar os recursos pessoais existentes e que podem ser desenvolvidos para resolver o
problema;
(d) definição do potencial de mudança dessas condições e atitudes pessoais;
(e) utilização de ações específicas e que podem contribuir para o processo de mudança
e/ou transformação referente ao problema relatado.

[...] a consulta psicológica [counseling] eficaz consiste numa relação permissiva,


estruturada de uma forma definida que permite ao paciente alcançar uma
compreensão de si mesmo num grau que o capacita a progredir à luz da sua nova
orientação (Rogers, 1973, p. 29).
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA

Distanciamentos entre aconselhamento psicológico e


psicoterapia
● literatura científica aconselhamento psicológico a apresenta juntamente com
a psicoterapia, sendo frequentes os títulos de obras que fazem, ao mesmo
tempo, referência a esses dois campos

● É o caso da obra Técnicas de Aconselhamento e Psicoterapia, publicada por


Gerald Corey no Brasil em 1983;

❖ ACONSELHAMENTO é o processo por meio do qual “se dá oportunidade aos


clientes de explorarem preocupações pessoais; esta exploração conduz a uma
ampliação da capacidade de tomar consciência e das possibilidades de
escolha”- Curta duração- reconhecimento de suas potencialidades;

❖ A PSICOTERAPIA, pelo contrário, estaria mais relacionada a mudanças na


estrutura da personalidade, envolvendo uma autocompreensão mais intensa
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA

Distanciamentos entre aconselhamento psicológico e


psicoterapia
● Corey (1983) destaca que são vários os objetivos que perpassam os processos
de ajuda psicológica, por exemplo, reestruturação da personalidade,
descoberta de um sentido de vida, cura de um transtorno psicológico,
ajustamento, redução da ansiedade, aprendizagem de comportamentos
mais adaptativos ou atingimento da autorrealização;

● Schmidt (2012, p. 13), pode-se delimitar as diferenças entre esses dois


processos de ajuda.
➔ ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO -área do conhecimento bastante ampla e
que envolve uma prática “educativa, preventiva, de apoio situacional,
centralizada nos aspectos saudáveis, nas potencialidades e nas dimensões
conscientes e ‘mais superficiais’ da clientela, requerendo tempos
abreviados”.
➔ PSICOTERAPIA trataria de “problemas emocionais e patologias, de caráter
remediativo ou reconstrutivo, focalizando o inconsciente e as dimensões ‘mais
profundas’ do indivíduo, demandando tempos prolongados”;
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA

Distanciamentos entre aconselhamento psicológico e


psicoterapia
● livro de Santos (1982), encontramos um dos primeiros esforços na literatura
científica nacional no sentido de delimitar as diferenças entre esses dois
processos;
AFIRMANDO QUE:

PSICOTERAPIA: Esta é entendida como o tratamento de perturbações da


personalidade ou da conduta por meio de métodos e técnicas psicológicas, ou
seja, é indicada em casos nos quais a orientação e o aconselhamento não seriam
suficientes para conduzir os processos de mudanças e de crescimento necessários.

ACONSELHAMENTO seria indicado quando não houvesse o diagnóstico de


algum transtorno psicológico ou em situações que envolvessem o
atendimento mais pontual, com o fornecimento de informações e de
acompanhamento para a tomada de uma decisão importante.
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA

Distanciamentos entre aconselhamento psicológico e


psicoterapia
A maior parte dos autores compreende que o aconselhamento está mais ligado
a ajudar o cliente a tomar alguma decisão e envolve situações objetivas que
permitem uma melhor utilização de recursos e potencialidades pessoais,
sendo que as demandas estão relacionadas, geralmente, a conflitos ambientais e
situacionais, a conflitos conscientes e acompanhados de uma ansiedade
considerada normal (Patterson, 1959; Scheeffer, 1980; Tyler, 1953; Williamson,
1950).

● O aconselhamento busca assistir a pessoa na remoção de bloqueios ao seu


crescimento (Corey, 1983).

Rogers não distinguia o aconselhamento da psicoterapia pela existência de


problemas patológicos ou na estrutura da personalidade. É essa uma das
razões pelas quais esse autor não se preocupa com a questão do diagnóstico,
pois este apresentaria uma racionalização e um julgamento anteriores ao
encontro com o outro
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA
Semelhanças entre aconselhamento psicológico e psicoterapia

● A ética humanista apresentada por Rogers critica justamente o


psicodiagnóstico, considerado contraproducente, e uma forma de
dominação do psicólogo sobre o cliente, pressupondo a existência de
um conhecimento mais amplo e supostamente mais aprofundado do
primeiro em relação ao segundo (Amatuzzi, 2012).

● Rogers (1942) foi o pioneiro no sentido de aproximar a prática do


aconselhamento psicológico à psicoterapia justamente por não focar
sua atenção na demanda trazida pelo cliente, em seu psicodiagnóstico, em
contraposição à teoria traço e fator e à tradição psicométrica
predominantes em sua época;

● Com isso possibilita um olhar amplo ao que podemos considerar o


Aconselhamento Psi, antes compreendido de modo mais diretivo,
algumas diretrizes por ele utilizadas na psicoterapia

OBS.: AQUI VAMOS INICIAR PSICOTERAPIA NA ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA


Abordagem Principal teórico Características

Abordagem Carl Rogers Abordagem não diretiva e empática, em


centrada na que se acredita na capacidade do cliente.
pessoa (ACP) O psicólogo é o facilitador da mudança,
ao passo que o cliente é o protagonista.

Psicologia Martin Heidegger Com base na filosofia existencial, essa


abordagem acredita que cada pessoa
fenomenológica--existencial experimenta o mundo de forma diferente
e única, de modo que o psicólogo deve
ver seu cliente como alguém que está em
busca do significado da sua existência.

Psicanálise Sigmund Freud Essa abordagem trabalha com a adminis-


tração dos padrões de comportamento e

emoção por meio do inconsciente. O ob-


jetivo é que o paciente, ao ter consciên-
cia de seus pensamentos, consiga liber-
tar as emoções que estavam reprimidas.

Psicanálise Carl Gustav Jung Nessa abordagem, o indivíduo é interpretado a


junguiana partir da coletividade, pois os fatores
socioculturais influenciam o seu
desenvolvimento. O paciente e o analista se
influenciam dentro do processo psico-
terapêutico e aprendem juntos em busca do
inconsciente.
Abordagem Principal teórico Características

Gestalt-terapia Friederich Salomon Essa abordagem dá ênfase a


como significamos o mundo e
Perls as nossas experiências.
Trata-se de uma abordagem
centrada no cliente.

Terapia Michael White e Essa abordagem tem base na


narrativa David Epson terapia familiar e trabalha na
perspectiva de ajudar os
pacientes a identificarem os
seus valores e as suas
habilidades. A terapia
narrativa está associada ao
aconselhamento e ao trabalho
comunitário. Nessa abordagem,
o paciente é entendido como
especialista de sua própria
vida.

Terapia Salvador Minuchin Essa abordagem tem uma


estrutural de postura ativa voltada para a
famílias resolução de conflitos no
contexto familiar disfuncional,
enfatizando a hierarquia
familiar.
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA
CAMPO DE ATUAÇÃO (Princípios)

● aconselhamento psicológico possui uma farta literatura que o apresenta como um campo de
atuação que utiliza técnicas generalistas, ou seja, não alinhadas a abordagens psicológicas
específicas, no estabelecimento de uma relação de ajuda considerada efetiva (Patterson e
Eisenberg, 1988).

(a) compreensão, que envolve a capacidade de compreender o problema que faz com que o cliente
busque ajuda profissional, em um exercício de profunda investigação acerca dessa motivação e reflexão
para compreensão da problemática apresentada;
(b) mudança no cliente como foco de toda a intervenção, ou seja, quaisquer que sejam os objetivos
trazidos pelo cliente, a assunção dos processos de mudança são indicadores de que a relação de ajuda
está sendo efetiva;
(c) a qualidade da relação estabelecida entre profissional e cliente, com foco no bem-estar daquele
que busca ajuda e na possibilidade de que o conselheiro manifeste suas impressões, desejos e
interpretações do modo mais autêntico possível, a fim de priorizar um relacionamento claro e
transparente com seu cliente;
(d) processo sequencial, que se refere à necessidade de que haja um começo, um meio e um fim da
intervenção, o que pode durar um ou mais encontros; estabelecer essa sequência e cuidar para que ela
seja respeitada é tarefa do conselheiro; auto revelação e autoconfrontação como recursos que devem ser
utilizados pelo cliente com a ajuda do olhar do conselheiro, ou seja, a ajuda só será efetiva se o cliente
puder, em algum momento, deparar-se com o seu problema e estabelecer, juntamente com o profissional,
metas e ações para promover essas mudanças;
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA

CAMPO DE ATUAÇÃO (Princípios)

● (e) intensa experiência de trabalho, que significa que o aconselhamento, mesmo


sendo breve, deve ser intenso e envolve um árduo trabalho tanto do profissional como
do cliente no sentido de se atingir os objetivos delineados no início do processo;
● (f) conduta ética, que fundamenta toda e qualquer intervenção profissional com seres
humanos. No caso dos psicólogos, deve-se considerar o código de ética profissional,
que trata de diversos elementos da intervenção psicológica, como estabelecimento do
contrato de trabalho, sigilo, confidencialidade e segurança dos dados fornecidos nos
atendimento

Na ACP-, são atitudes básicas do conselheiro que são definidoras do sucesso do


processo de aconselhamento ou, em outras palavras, as condições terapêuticas
essenciais e suficientes (Rogers, 1959, 2001) que podem ser desenvolvidas e
aprimoradas pelo psicólogo:
(a) congruência ou autenticidade: o psicólogo deve estar aberto às experiências do
seu cliente, dispondo de sentimentos que ocorrem com ele mesmo, não negando a si
mesmo- “ser o que se é” (Rogers, 1973);(b) consideração positiva incondicional:
o psicólogo deve vivenciar atitudes positivas de aceitação para com o cliente, sem
julgamentos ou reservas; (c) compreensão empática: é a capacidade de o psicólogo
colocar-se no lugar do cliente em uma atitude “como se”, sem perder a noção de que
se trata do “como se”;
ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO X PSICOTERAPIA

INCORPORAÇÃO DE TÉCNICAS GRAÇAS A ROGERS E SUA SEMELHANÇA

● O ACONSELHAMENTO =passou a ser compreendido para além do oferecimento de


conselhos e informações de modo diretivo e intencional e passou a incorporar
técnicas desenvolvidas no contexto psicoterápico.

● Rogers (2001) :

a)não-diretividade,
b)a atenção às atitudes básicas como condições para modificações construtivas da
personalidade;
c) a tendência à autorrealização e o foco no processo de facilitação por parte do
psicólogo, sendo a ele vedada a oferta de conselhos, informações e interpretações;

INICIANDO 3 UNIDADE SEMESTRE:


A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA PERSONALIDADE: A PSICOLOGIA HUMANISTA
A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA PERSONALIDADE: A
PSICOLOGIA HUMANISTA

● A teoria Psicanalítica não permaneceu por muito tempo como a única


abordagem para explicar a personalidade Humana.

● Década 1960, ABRAHAM MASLOW-;

● Terceira Força da Psicologia Americana- HUMANISTA;


● Psi Hum. não tinha interesse nenhuma das outras 2 forças (Behaviorismo
-Psicanálise); mas sim SUBSTITUÍ LAS;
● Começa a falar o poder do HOMEM-APARIÇÕES POSITIVAS-EXPERIÊNCIAS
CONSCIENTE- LIVRE-ARBÍTRIO (Não o determinismo)-PLENA UTILIZAÇÃO
DO POTENCIAL HUMANO E A CRENÇA DA INTEGRIDADE DA NATUREZA
HUMANA;

NATUREZA DA PSI HUMANISTA

● Crítica a Psi Comportamental: abordagem limitada, artificial e improdutiva da


natureza humana;
● Abordagem Comportamental= desumanizador colocar Status semelhante
animal ou máquina;
A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA PERSONALIDADE: A
PSICOLOGIA HUMANISTA

NATUREZA DA PSI HUMANISTA

● Discordava da visão do comportamento do homem como uma forma


predeterminada em respostas e fatos de estímulos da vida;

● Não só o Behaviorismo era atacado; Freud também sobre a ideia de uma


psicanálise que minimizava o papel da consciência e por estudar apenas os
indivíduos neuróticos e psicóticos;

Suas críticas eram embasadas em:

“ Se os Psi concentravam-se apenas em estudar disfunção mental, como seria


possível compreender a natureza humana da saúde emocional e de outras
qualidades positivas do homem? Ao abrir mão da análise do prazer, da alegria, do
êxtase, da bondade, da generosidade.. para estudar o lado obscuro da
personalidade humana,, a psicologia estava ignorando as virtudes e as forças
exclusivamente humanas.”

MASLOW E ROGERS - Consistem na melhor expressçao da psicologia


humanista, apresentando-se como estudos sérios dos aspectos ignorados da
natureza humana
A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA PERSONALIDADE: A
PSICOLOGIA HUMANISTA

NATUREZA DA PSI HUMANISTA

● MASLOW (1908-1970)- Pai Espiritual da Psi Humanista;

● Estudou amostras de pessoas notáveis para determinar como se diferenciavam


daquelas com saúde mental mediana ou normal;

● E.B.TITCHENER- seu professor Teoria Behaviorista “HORRÍVEL E


DESANIMADOR”;

● Afetado pelo nascimento do Filho após 2ª Guerra Mundial, pelas leituras


leituras filosóficas da Psicologia Gestalt e da Psicanálise;

● ADLER, HONEY,KOFFKA e WERTHEIMER- fugidos da Alemana Nazismo, e


pela Antropóloga Ruth Benedit: Trabalho sobre auto realizadoras e
psicologicamente saudáveis;
● MELHORAR A PERSONALIDADE HUMANA- X ÓDIO -GUERRA;
● Humanizar a Psicologia, mas tendo consequência negativas - behaviorismo o
exclui;
A EVOLUÇÃO DA TEORIA DA PERSONALIDADE: A
PSICOLOGIA HUMANISTA

NATUREZA DA PSI HUMANISTA

● MASLOW (1908-1970)- Pai Espiritual da Psi Humanista;


● AUTO REALIZAÇÃO- as pessoas são dotadas de propensão inata à auto
realização;
● Uso de suas qualidades e habilidades;
● Para isso, primeiro é necessário satisfazer ás necessidades mais inferiores na
hierarquia inata e cada uma deve ser satisfeita antes para que a próxima se motive
Abordagem Centrada na Pessoa
● Carl Rogers, psicólogo estadunidense pioneiro em estudos e intervenções clínicas
sobre a personalidade. Durante a edificação da terapia centrada no cliente, ele
estabeleceu a personalidade como seu objeto de estudo central (Rogers, 1951/1992,
1947/2008a, 1957/2008b, 1959/1977; Rogers & Dymond, 1954).

● movimento psicológico e político, pós-segunda guerra mundial, para incluir o ofício da


psicoterapia, então restrito a médicos de formação psicanalítica, ao domínio da Psicologia
Clínica
American Psychological Association (APA) fomentou que esse movimento da Psicanálise fosse
desenvolvido em ambientes universitários, mediante pesquisas que comprovam essa possibilidade.

No campo da Psicologia Clínica, salienta-se que a personalidade era entendida como um processo
psicológico básico passível e possível de ser avaliado (Allport, 1955/1966), havendo, pois, uma tradição
de estudos empíricos sobre esse objeto psicológico que excedia as teorizações psicodinâmico-psicanalíticas
(J. Feist, G. Feist & Roberts, 2013/2015)

Rogers conduziu uma ampla formação e capacitação de psicoterapeutas para desenvolver sua
proposta, alcunhada de terapia centrada no cliente, assim como orientou e trabalhou com diversos
colaboradores que o ajudaram a elaborar sua teoria e prática.

Rogers (1959/1977) estruturou a terapia centrada no cliente conforme quatro teorias, entendidas
por ele como parciais e provisórias ante a necessidade de constantes revisões,
comprovações/refutação de hipóteses e possíveis modificações com base em novas
descobertas. São elas as teorias da personalidade, da psicoterapia, das relações interpessoais e
do funcionamento pleno, também traduzido como funcionamento ótimo.
Abordagem Centrada na Pessoa
As teorias que desenvolveu como psicólogo serviram de base para sua
atuação na área educacional, e tanto na clínica psicológica quanto no
ambiente escolar,;

Carl Rogers trabalhou ideias originais, que, na maior parte das vezes,
opunham-se às práticas tradicionais dessas áreas.

Sua psicologia ficou conhecida, também, como humanista, tendo sido definida,
por vezes, como uma revolução silenciosa. Isso porque Rogers trouxe a ideia de
que os homens merecem se transformar nas pessoas que desejam ser.
Para alcançar esse objetivo, ele propõe a psicoterapia como convencimento.

As teorias de Rogers se alinharam à terceira via da psicologia.


No século XX, havia duas grandes tendências: a psicanálise, desenvolvida por
Freud, e o behaviorismo, cujo principal nome era B. F. Skinner.

Rogers se colocou como uma via alternativa, escapando dessas duas


principais linhas da Psicologia. Desenvolveu, então, sua psicologia humanista,
a qual ficou assim conhecida por se basear em uma visão otimista acerca
do homem.
Abordagem Centrada na Pessoa
Ideias principais
Uma das principais ideias da teoria de Carl Rogers:
Atualização humana: ele acreditava que o ser humano, em especial, tem uma
forte tendência a se atualizar e se esforçar de modo contínuo para que se sinta
realizado. Desse modo, o ser humano constrói pouco a pouco quem realmente é.

Nesse sentido, para Rogers, o papel do terapeuta, ao aplicar um olhar positivo em


relação ao paciente, é de ter consideração positiva em relação à pessoa simplesmente por
ela ser quem é, por ela existir. Essa postura tem como objetivo e como base os conceitos de
empatia e congruência.

Pensando na prática clínica da Psicologia, a teoria de Rogers depende, em


primeiro lugar, de um processo de autoconhecimento do próprio terapeuta, que
deve agir como um professor, ao passo que deve facilitar o processo de
autodescobrimento e de satisfação de desejos de seus pacientes. Esse
direcionamento deve ser feito, no entanto, com a menor interferência possível.

Esse paralelo com a figura de um professor não é coincidência. Ao estipular essa


aproximação, o estudioso constrói uma maneira de levar suas ideias também para o
campo da educação.
No âmbito educacional, sua teoria, centrada na empatia, isto é, na capacidade de se
colocar no lugar do outro, ganhou o contorno de uma prática, mas não um método, cujo
lugar principal é ocupado pelo aluno.
Abordagem Centrada na Pessoa
Teoria centrada no aluno-(TCA)
Ao elencar que é o aluno o centro da prática de aprendizagem, e não o conteúdo ou o
professor, Rogers se opõe ao modelo de educação em vigor no período.

Ele defende que é impossível comunicar a outra pessoa de modo direto um


conhecimento definido como aquele que “realmente importa”. Isso porque os critérios
de importância variam de pessoa para pessoa e, com isso, cada um vai atribuir importância
a diferentes conhecimentos, de acordo com sua experiência pessoal.

Outra ideia que o estudioso defende em sua teoria é de que uma pessoa só aprende
aquilo que quer ou que precisa aprender. Para sustentar seus ideais, ele enuncia que as
relações estabelecidas entre aluno e professor deveriam ser pautadas pela confiança.

Relações de hierarquia e práticas punitivas e avaliativas, como provas, deveriam ser


banidas. Nesse contexto, a única avaliação que importava era a autoavaliação.

Essa concepção, ao contrário do que pode parecer, não consiste em abandonar o


estudante. Pelo contrário, o papel do professor, na visão rogeriana, é, então, ajudar no
processo de autonomia do aluno, deixando-lhe caminhar sozinho, portando-se como
um apoio.
Abordagem Centrada na Pessoa

Sobre a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), na qual está inserida a Terapia


Centrada na Pessoa (TCP), Amatuzzi (2010) afirma que, "em última instância, ela não
se justifica como uma técnica e sim, como uma ética: uma ética das relações humanas
(interpessoais, comunitárias, sociais, políticas). Justificar a ACP é explicitar e
fundamentar, no plano teórico, os valores que ela expressa" (p. 23).

“a mudança na terminologia utilizada atesta a ampliação do campo de aplicação: o


velho conceito de “terapia centrada no cliente” foi transformado em “abordagem
centrada na pessoa”. Em outras palavras, não estou mais falando somente sobre
psicoterapia, mas sobre um ponto de vista, uma filosofia, um modo de ver a vida, um
jeito de ser, que se aplica a qualquer situação onde o crescimento – de uma pessoa,
de um grupo, de uma comunidade – faça parte dos objetivos. (1983, p. X)”

Preocupando-se com a fundamentação de uma prática clínica que trabalhe a partir


de um referencial de valores, Rogers (1967/1991) questiona:

(...) o cliente apenas adota o sistema de valores do terapeuta? será a terapia apenas uma
recurso através do qual os valores não reconhecidos e não examinados do terapeuta se
transmitem, sem que o saiba, a um cliente desprevenido? Este deve tornar-se o padre
moderno, defendendo e revelando um sistema de valores ajustado aos dias atuais? E que
sistema de valores seria esse? (p.14).
Abordagem Centrada na Pessoa

Rogers passa a falar de um processo de valoração pautado na


experiência organísmica, onde ele trata os valores como uma "tendência de
todo ser vivo para mostrar preferência, em suas ações, por um tipo de objeto
ou objetivo, em vez de outro" (p. 15);a isso ele denomina valor operativo.

E com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a integração do cliente que o


psicólogo rogeriano deve promover uma atmosfera de acolhimento, compreensão
e valor humano. Este objetivo deve ser, então, alcançado por meio de atitudes
que Rogers (1957/1992) denominou de atitudes facilitadoras: a autenticidade, a
consideração positiva e a empatia.

LEMBREM-SE: NÃO PODEMOS INTERFERIR NA DECISÃO DO


OUTRO; evitar, ao máximo, a "utilização" de valores
concebidos
Abordagem Centrada na Pessoa

Tais atitudes fazem parte de seis condições que elencou serem necessárias e
suficientes para as transformações psicoterapêuticas

1. O Processo Valorativo na Abordagem Centrada na pessoa

A partir da proposta de Carl Rogers, o processo de valoração, ou seja, a


forma como as pessoas passam a valorar uma experiência em detrimento de
outras (Rogers, 1967/1991), está intimamente ligado ao funcionamento do
organismo e ao desenvolvimento da personalidade.

Este organismo é locus de simbolizações, pensamentos, emoções,


sensações e percepções. Sua interação com o mundo ocorre conforme aquilo
que é percebido em seu campo experiencial conforme sua tendência de base
de realizar-se, manter-se e aperfeiçoar-se (Rogers, 1951/1974b).

LOCUS: LUGAR
Abordagem Centrada na Pessoa
Rogers, esse organismo parece encontrar sua dinâmica e funcionamento ideal em
uma criança recém-nascida.

Ele estudou o desenvolvimento infantil e procurou traçar um modelo saudável para


esse processo de formação de valores.
Segundo ele, uma criança tem uma perspectiva clara de seus valores, entendendo
que valores são decorrentes de uma função organísmica e não simbólica.
No caso da criança, ela "(...) prefere experiências que mantém, aumentam ou efetivam o
seu organismo, e rejeita as que não servem para essa finalidade" (Rogers, 1967/1991, p.
15-16).

A criança valoriza a segurança, o alimento quando está com fome e a nova experiência
em si mesma; também desvaloriza a dor, os gostos amargos, sons altos e repentinos, a
fome, etc. Rogers concebe que se trata de um processo bastante flexível e variável,
fortemente vinculado à experiência vivida no momento.

Trata-se de um "[...] processo organísmico de valorização, em que cada elemento, a


cada momento em que a criança sente, é de algum modo pesado, e selecionado ou
rejeitado, e isso depende do fato de, nesse momento, permitir ou não a realização do
organismo" (p. 16).
Abordagem Centrada na Pessoa
2. A formação do self a partir do processo de valoração
O eu (self) surge como uma parte do campo de percepção e vai se diferenciando a partir
da experiência valorativa que faz do mundo e de si mesmo, sendo seus elementos aquilo
que é controlado por ele. Rogers (1951/1974b), explicitando sua teoria genética da
personalidade, comenta que a partir da

(...) interação com o ambiente e de modo particular como resultado da interação valorativa
com os outros, forma-se a estrutura do ego - um modelo conceptual, organizado, fluido mas
consistente de percepções, de características e relações do 'eu' ou de 'mim', juntamente com
os valores ligados a esse conceito (p.481).

Apesar de se formar a partir do organismo, destacamos que o eu (self) não se


assemelha inteiramente com ele. Na verdade, podem desenvolver-se em direções
diametralmente opostas.

Castelo Branco (2010) alerta que:


(...) o eu (self) não é sinônimo de organismo (...), e que ele é formado da interação do
organismo com o ambiente. Destarte, enquanto o organismo é um sistema total que funciona
por leis próprias, o eu (self) é um autoconceito organizado de si que, (sic) pode restringir
ou não o funcionamento organísmico (p. 43, grifos do autor).
Ex.: VALORES SOCIAIS
Abordagem Centrada na Pessoa
2. A formação do self a partir do processo de valoração
O termo self- foi utilizado por Rogers et al. (1951/1992) num sentido mais restrito, ou
seja, como a consciência de ser, de funcionar, ou como noção de si, de personalidade
propriamente dita. Isto se daria como resultado da interação com o ambiente, e
particularmente como resultado da interação avaliatória com os outros.

Então, "é formada a estrutura do self - um padrão conceituaI organizado, fluido e coerente de
percepções de características e relações do "eu" ou do "mim", juntamente com valores ligados
a esses conceitos". (Rogers, 1902-1987/1983

3. A ATENÇÃO CENTRADA NO CLIENTE (ACC) como uma prática de


valores
Carl Rogers, mesmo sem perceber de início, desenvolveu uma nova prática no campo
da psicologia clínica, cujo princípio norteador é a confiança irrestrita no potencial
dos seres humanos para encontrar as melhores respostas diante das situações
que lhes são colocadas; seu principal valor é a própria pessoa (Rogers,
1942/1974a). Sua prática segue o pressuposto de que o indivíduo é quem melhor pode
responder sobre a situação em que se encontra e, portanto, é ele quem deve guiar o
seu próprio tratamento. Estava deslocado, assim, o papel do psicoterapeuta, que
deve, então, ser especialista em não ser especialista (Schmid, 1999).
Abordagem Centrada na Pessoa
3. A ACC como uma prática de valores

A pessoa do psicoterapeuta foi valorada de formas diferentes ao longo do


desenvolvimento da proposta de Carl Rogers. Trata-se de um caminho no qual a
pessoa do profissional vai se tornando cada vez mais importante ao longo do
processo. Assim, é possível perceber, no início do trabalho de Rogers (1942/1974a),
um cuidado consigo mesmo, quase uma vigilância, para que o psicólogo não
interviesse com seus sentimentos no processo do cliente.

Em seguida, o papel do psicoterapeuta entra em uma fase em que a


"não-diretividade" é substituída pela noção de "centramento no cliente", a
partir da qual o psicólogo passou a refletir os sentimentos do cliente.

Neste período, o terapeuta deve fomentar o desenvolvimento do cliente,


oferecendo uma atmosfera de segurança; e é aqui que Rogers (1957/1992)
desenvolve as atitudes facilitadoras. Mais à frente, outro momento importante
para a formação desse lugar do terapeuta dentro do processo clínico centrado na
pessoa foi a fase conhecida como experiencial (Cury, 1987).
Abordagem Centrada na Pessoa
3. A ACC como uma prática de valores

(...) aqui é enfatizada a autenticidade do terapeuta enquanto atitude facilitadora. O


psicoterapeuta deve confiar em seus próprios sentimentos, sendo congruente com a própria
experiência; ou seja, a sua experiência passa a ser entendida como parte da relação
terapeuta-cliente. É nesse sentido que a relação deixa de ser entendida como centrada no
cliente, para ser compreendida como bicentrada, visto que consiste em um esforço para explorar
dois mundos fenomênicos, fazendo-os interagir em benefício do cliente através da criação de novos
significados a partir do espaço experienciado por ambos (p. 540).

Além disso, o profissional, como ser humano, passou a assumir um papel importante, não
pelas técnicas utilizadas, mas principalmente por suas atitudes, sentimentos e expressões;
todo o método submete-se a um sistema de valores daquilo que viria a se transformar na
Abordagem Centrada na Pessoa e, por consequência, do psicólogo rogeriano:

(...) pode-se dizer, de uma forma mais adequada, que o conselheiro em ação na terapia
centrada no paciente assume um conjunto coerente e evolutivo de atitudes profundamente
radicadas na sua organização pessoal, um sistema de atitudes que recorre a técnicas e a
métodos coerentes dentro desse sistema (Rogers, 1951/1974b, p. 33-34).
Abordagem Centrada na Pessoa
4. As técnicas e os valores
NÃO há técnicas, a priori, na abordagem centrada na pessoa, mas atitudes que promovem o
valor da pessoa humana como ser singular.

Desta forma, qualquer atitude que o psicólogo tomar deve estar vinculada a seu sistema de valores; do
contrário, corre o risco de obter somente resultados parciais (Rogers, 1951/1974b, p. 34).

Rogers reaproximou a ciência daquilo que era eminentemente humano, pois "sua contribuição não foi
tecnológica, mas ética: ele não trouxe meios novos e sim fins novos. Mudança de paradigma"
(Amatuzzi, 2010, p. 13). Importa, agora, a formação do psicólogo (pelo menos, o rogeriano), não somente em
termos técnicos ou conceituais, mas, também, na direção de um desenvolvimento de valores apropriados à
prática centrada na pessoa.

É importante destacar que o tempo de formação de um "conselheiro" competente está diretamente


relacionado ao grau de aproximação que ele tem com os valores humanistas. Por conta de tal importância
é que muitos cursos e workshops da abordagem centrada na pessoa utilizam um método que enfatiza uma
aprendizagem não só teórica, mas, também, vivencial e significativa, que pretende promover um conhecimento
que diga respeito a toda a vida dos sujeitos envolvidos.

Destacamos, ainda, a importância dos estágios em clínica psicológica oferecidos pelos cursos de
formação e da experiência profissional para uma melhor apropriação desses valores, haja vista que não
são poucos os relatos de alunos e novos profissionais que vivem na tensão entre usar atitudes facilitadoras
como uma técnica e tê-las como um valor. Rogers (1951/1974b) comentava que esta dificuldade está
relacionada principalmente com a pouca experiência que os estagiários e profissionais recém-formados têm
com os princípios da perspectiva escolhida.
Abordagem Centrada na Pessoa
5. A autenticidade

Ser genuíno pressupõe valorizar a própria experiência e ouvir-se no seu próprio


íntimo, daí porque Amatuzzi (1989) considera que a genuinidade "(...) é antes
operativa do que concebida" (p. 97); a vivência de tal atitude não deve ser parcial,
mas deve referir-se à pessoa por inteiro, sendo seu principal impedimento um
conceito de eu rígido. Ela não deve ser somente uma técnica, uma ação preconcebida,
conceitual, meramente racional, mas uma disposição, um valor.

Cabe perguntar se qualquer valor significativo experimentado pelo psicólogo deve


participar de sua comunicação no encontro psicoterapêutico com o cliente; ou se
sua genuinidade pode pôr em risco a congruência experiencial de seu cliente.

Cabe, por exemplo, ao profissional, posicionar-se sobre a intenção suicida de


seus clientes ou sobre a sua sexualidade, lançando, sobre a pessoa,
argumentações e sugestões pautadas na própria experiência e nos valores do
psicólogo?
Abordagem Centrada na Pessoa

5. A autenticidade

A atitude de autenticidade é uma disposição que, também, tem como valores a relação e
a consideração da singularidade dos seres que estão envolvidos nela (Gobbi, Missel,
Justo & Holanda, 2005), quer seja a do psicoterapeuta, quer a do cliente;

Corroborando o princípio de que a autenticidade não é somente um valor para consigo


mesmo, mas para com outrem, também, Amatuzzi (2010) defende que ela está
fundamentada no valor da "harmonia das partes no todo pessoal" (p. 22).

Segundo ele, esta atitude refere-se à honestidade, na qual não se deve sonegar nenhuma
informação relevante à relação
Abordagem Centrada na Pessoa
6. A consideração positiva incondicional

Tal atitude fundamenta-se na valoração do indivíduo como ser digno de confiança


e respeito. Para Amatuzzi (2010), ela está firmada sobre o valor do amor e favorece a
unidade, a procura por associar-se ao outro.

Por outra via, Vieira & Pinheiro (2006), ao fazer aproximações com a ética da alteridade
radical de Lévinas (2008), apontam a consideração positiva incondicional como uma
responsabilidade para com o Outro, a quem não poderemos nunca determinar, totalizar
ou diagnosticar.

A consideração positiva incondicional significa o reconhecimento de sua


singularidade, que, como alteridade, vai além de nós e, portanto, não cabe
avaliá-la segundo nossos padrões, sendo tal postura uma tentativa de tornar o
Outro um "mesmo" e, desta forma, uma desconsideração da experiência do
cliente: "a escuta de uma singularidade trazida pelo cliente e uma diferença que não
pode ser violentada por qualquer saber anterior à relação terapêutica" (Vieira &
Pinheiro, 2006, p. 429).

Não se trata, assim, de uma situação de busca de unidade, mas de


reconhecimento da alteridade, que, também, nos constitui, mas que nos extrapola.
Abordagem Centrada na Pessoa
A empatia

Considerar a alteridade é abrir-se para ela, procurar "ouvi-la" com todos os sentidos
e acolhê-la com portas e janelas abertas (Freire, 2002).

A consideração positiva deve impelir o profissional a uma tentativa de escutar melhor o


cliente; o valor do cliente convoca o psicoterapeuta a oferecer uma escuta qualificada,
procurando perceber seu campo fenomenológico e compreendendo-o sem distorções, o
máximo possível.

A empatia, além de estar relacionada à consideração positiva incondicional, também


se alia à autenticidade, de modo que o psicólogo procure ouvir-se e perceber com
que lentes olha para o cliente, para assim, poder colocá-las de lado, a fim de melhor
compreender a forma como o cliente percebe a si mesmo.

Do contrário, não ouve a pessoa, mas somente aquilo que quer ouvir, as
confirmações das teorias e de (pre)conceitos já estabelecidos, mesmo que não
estivessem conscientes. Para Rogers (1983):

Essa atitude pode ser muito sutil, e é surpreendente perceber quanto posso ser habilidoso
nisso. Basta que eu torça suas palavras um pouquinho, que eu distorça ligeiramente seu
significado, e parecerá não somente que ele está dizendo o que quero ouvir, mas também
que é a pessoa que eu quero que ele seja (p. 8).
Abordagem Centrada na Pessoa
Os valores do psicólogo rogeriano e sua atuação na clínica

Entendemos que a prática rogeriana trata de um exercício de valores e que, além disso,
propicia uma aprendizagem de valores, mas que por se tratarem de valores organísmicos
e, portanto, experienciais, não devem se referir somente à experiência do profissional
rogeriano, mas encaixarem-se e transformarem-se de acordo com a experiência também
vivida pelo cliente, quer na relação com o psicólogo ou não.

É possível, assim, que o psicólogo rogeriano tenha valores totalmente diferentes daqueles
assumidos pelo cliente, mas entendemos que a prática clínica é lugar de centramento na
pessoa do cliente, ou mesmo lugar de descentramento (Vieira & Pinheiro, 2013), onde urge o
desenvolvimento pessoal. Portanto, apesar de possíveis diferenças de valores, dentro de uma
relação terapêutica deve-se optar por valores que promovam uma relação autêntica, onde são
consideradas a ambos, psicoterapeuta e cliente, em um relacionamento de pessoa para pessoa.

O trabalho de Rogers (1961/2009) se reporta a um tipo de indivíduo, promotor de uma


subjetividade, de uma forma de ser. Rogers parecia ter a esperança de alcançar, a partir de
seu fazer psicológico, a transformação da sociedade, promovendo indivíduos com valores
tais como os elencados na sessão anterior de nosso trabalho (harmonia, alteridade,
unidade, responsabilidade, amor e sabedoria).
Abordagem Centrada na Pessoa

8. Os valores do psicólogo rogeriano e sua atuação na clínica

Nos últimos anos de seu trabalho, Rogers promoveu seu pensamento mais como um estilo
de vida do que como uma abordagem ou corrente de pensamento psicológico. Ele
repudiava a forma como a ciência de sua época estava transformando os indivíduos,
procurando controlá-los cada vez mais.

Em psicoterapia, caracterizando-a como um processo de auxílio à pessoa em


sofrimento psicológico e entendendo que tal sofrimento é devido a uma discrepância
entre o processo de valoração organísmica e aquele vivido pelo self, o trabalho do
psicólogo rogeriano consiste, também, em promover aprendizagens significativas na forma
como as pessoas valoram as diferentes situações e relações que estabelecem em suas
vidas.

O próprio Rogers cita a transformação de valores como uma das principais vias de
desenvolvimento pessoal no processo psicoterapêutico. Entendemos, desta forma, que
a abordagem centrada na pessoa constitui-se na formação e transformação de valores,
promovendo uma valoração que esteja mais de acordo com o próprio organismo.
Abordagem Centrada na Pessoa
O RESPEITO PELA INTEGRIDADE DA PESSOA - ATITUDES QUE ROGERS
CONSIDEROU IMPORTANTE PARA O CONSELHEIRO/PSICOTERAPEUTA EXERCER

1. RESPEITO PELA AUTONOMIA PESSOAL DO CLIENTE:

● O Conselheiro sente que cada pessoa tem o direito de tomar suas decisões;
● Tem direito de querer ajuda ou não;
● É responsável pela sua própria vida, embora estando ciente da possibilidade de
estar se colocando em risco ou o outro; ( ser responsável ao invés de se destruir);
2. Crença na capacidade de ajustamento da pessoa:

● Capacidade de adaptação e reajustamento;


● O processo terapêutico acontece pela força interior do Cliente;

3. RESPEITO PELA PESSOA TOTAL:


● O conselheiro fica com atenção total ao cliente;
● Nada que é dito é ignorado;
● Não descreve o contexto ao cliente- ele mesmo chegará ao seu entendimento da
queixa;
● Não foca em categorias de certos tipos de problemas emociais- vemos o todo, ajustar
a pessoa e não solucionar alguns problemas específicos;
Abordagem Centrada na Pessoa
O RESPEITO PELA INTEGRIDADE DA PESSOA - ATITUDES QUE ROGERS
CONSIDEROU IMPORTANTE PARA O CONSELHEIRO/PSICOTERAPEUTA EXERCER

4. TOLERÂNCIA E ACEITAÇÃO DA DIFERENÇA DO CLIENTE

● A pessoa não deve pensar-sentir e nem agir de forma semelhante ao conselheiro;


● Não realizar diagnósticos e com isso ações a serem tomadas;
● Coloca a parte suas questões morais e críticas;
● Não há julgamento;

5. DESEJO DE AJUDAR O CLIENTE A COMPREENDER E ACEITAR A SI MESMO

● Aprende o que quer aprender;


● tudo que foi dito acima complementa esta atitude;;
● Conforme o cliente é tratado, torna-se uma pessoa capaz de expressar atitudes e
sentimentos;
● Conselheiro busca trazer essa compreensão e não diagnóstico;

● Agora o cliente se sente confortável em estar com o


conselheiro/psicoterapeuta
Abordagem Centrada na Pessoa

● Diante dessas atitudes descritas anteriormente, vamos entendendo que a regra de


relação Conselheiro/ Psicoterapeuta X Consulente/Cliente, necessita de uma
compreensão de como esse processo se constrói;

● Para iniciar o processo Psicoterapêutico/ Aconselhamento, o Consulente/Cliente


realizamos o Contrato- Rapport: Método do procedimento- as liberdade e os
limites- se deseja iniciar o processo a partir de então;

1. COMPORTAMENTO- Início dos acordos do contrato- Rapport;


2. VERBALMENTE- “ Aqui é seu espaço de fala, o que você tem para dizer hoje?” “
sabe que o silêncio está acontecendo por que é seu momento de falar?- ou Nos
mantemos em silêncio”;
● sinaliza-lo o término da sessão; (limite);
● Relação Profissional e Não Pessoal;
3. INÍCIO DA SESSÃO- Por onde começamos?
4. USO DA TÉCNICA: 1) PERMITIR QUE SE EXPRESSE; 2) CONSIGA SE
ENXERGAR;3) CONVIDÁ-LO A ACEITAR SUAS ANGÚSTIAS-POSITIVA/NEGATIVA
CONSELHEIRO: Simp.Aceitação: “ hum hum”- “compreendo”;
Reformulação Sentimento: SER ESPELHO. “ Sente que sua esposa pouco
egoista”- “vocÊ está trazendo sentimentos de vigança”

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