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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DIGITAL E NOVAS MÍDIAS

TIAGO PARRA DE PAULA

BRANDING PESSOAL:
A IMPORTÂNCIA DE TERMOS UMA MARCA PESSOAL FORTE NO MERCADO DE
TRABALHO CONTEMPORÂNEO E O REPOSICIONAMENTO DA MARCA PESSOAL
TIAGO PARRA DE PAULA NO CENÁRIO DO DESIGN GRÁFICO E DIGITAL.

SÃO PAULO

2016
TIAGO PARRA DE PAULA

BRANDING PESSOAL:
A IMPORTÂNCIA DE TERMOS UMA MARCA PESSOAL FORTE NO MERCADO DE
TRABALHO CONTEMPORÂNEO E O REPOSICIONAMENTO DA MARCA PESSOAL
TIAGO PARRA DE PAULA NO CENÁRIO DO DESIGN GRÁFICO E DIGITAL.

Artigo Científico apresentado como requisito parcial à

obtenção do título de Especialista no Curso de

Pós-Graduação (Lato Sensu) Design Digital e Novas

Midias do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Orientadora: Marcia Autiani

SÃO PAULO

2016
FOLHA DE APROVAÇÃO

TIAGO PARRA DE PAULA

BRANDING PESSOAL:
A IMPORTÂNCIA DE TERMOS UMA MARCA PESSOAL FORTE NO MERCADO DE
TRABALHO CONTEMPORÂNEO E O REPOSICIONAMENTO DA MARCA PESSOAL
TIAGO PARRA DE PAULA NO CENÁRIO DO DESIGN GRÁFICO E DIGITAL.

Artigo Científico apresentado como requisito parcial à


obtenção do título de Especialista no Curso de
Pós-Graduação (Lato Sensu) em Design Digital e Novas
Mídias do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________
Marcia Auriani
Orientadora

Professor Convidado

Data da Defesa: São Paulo, 25 de junho de 2016


BRANDING PESSOAL:

A IMPORTÂNCIA DE TERMOS UMA MARCA PESSOAL FORTE NO MERCADO DE


TRABALHO COMTEMPORÂNEO E O REPOSICIONAMENTO DA MARCA PESSOAL
TIAGO PARRA DE PAULA NO CENÁRIO DO DESIGN GRÁFICO E DIGITAL.

ALUNO TIAGO PARRA DE PAULA1


ORIENTADORA MÁRCIA AURIANI2

RESUMO

O artigo faz uma análise sobre o campo do design gráfico e digital e visa o reposicionando da
marca pessoal “Tiago Parra de Paula” no mercado profissional, fomentada por estratégias de
branding pessoal e de posicionamento de marca. A pesquisa de campo conta com um vasto
material de profissionais respeitados da área, que contribuem para a formulação de conceitos
imprescindíveis ao campo de atuação do designer. Além disso, apresenta as dificuldades e os
desafios enfrentados para que a marca pessoal se destaque e venha a crescer, atingindo seus
objetivos. Dessa forma, procura-se esclarecer o desenvolvimento e a atuação desse profissional
no mundo contemporâneo, além de propor os caminhos para que a marca cumpra sua real função
dentro de um mercado de trabalho competitivo e atuante, sendo esse apresentado ao longo prazo
de 8 (oito) anos.

Palavras-chave: Design Gráfico. Design Digital. Marca Pessoal. Branding Pessoal.


Posicionamento de Marca. Tiago Parra de Paula.

ABSTRACT
This project involves an analysis about graphic and digital design field and aims to reposition
“Tiago Parra de Paula” personal brand in professional market, fomented by personal branding
strategies and brand positioning. The field research has a vast material amount of respected
professionals, contributing to the formulation of essential concepts to the designer field. The article
also presents the difficulties and the challenges into growing and increasing your personal brand,
reaching their goals. In this way, the paper intends to clarify the development and performance of
this professional in the contemporary world, and propose ways that brand can accomplish its real
function, inside a competitive and active market, presented over an eight years period.

Keywords: Graphic Design. Digital Design. Personal Brand. Personal Branding. Brand
Positioning. Tiago Parra de Paula.

1 - INTRODUÇÃO

1
Aluno do Curso de Pós-Graduação em Design Digital e Novas Mídias do Centro Universitário Belas Artes
de São Paulo. Graduado em Design Digital pelo Centro Universitário FIEO, Osasco-SP. Atua a mais de 8
anos como designer gráfico e digital exercendo funções criativas e estratégicas. E-mail:
tiagoparra.designer@gmail.com
2
Professora da pós-graduação e idealizadora do curso Design Digital e Novas Mídias no Centro
Universitário Belas Artes de São Paulo. Cursou especialização internacional em negócios na EOI/Madri e
Branding e Design na Santa Fé University/EUA. Mestra em Engenharia de Produção, pós-graduada em
Marketing, graduada em Administração de Empresas e extensão em marketing Digital pela HSM Educação
(São Paulo). E-mail: marcia.auriani@belasartes.br

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O grande avanço tecnológico e a alta competitividade vivenciada pelo mercado
capitalista na atualidade produziu um grande boom de marcas, produtos e serviços
acarretando em uma implacável concorrência mercadológica. O aumento da
competitividade gerou a necessidade de empresas destacar-se perante seus
concorrentes, levando-os assim a acreditarem no potencial empreendedor e estratégico
do design. Só uma marca forte, respeitada e admirada por seu público-alvo é capaz de
manter uma empresa, produto ou serviço vivos. Afirmações estas que também podem
enquadrar-se ao mercado profissional. Todos nós já nos deparamos com profissionais
brilhantes, que desenvolveram uma carreira profissional fantástica, em que tudo sempre
da certo. Frequentemente estão conquistando uma nova promoção, convites para novas
empresas, novos cargos. Muitos acreditam que a sorte conspira a favor destes
profissionais, porém, embora a sorte ajude muito, o real motivo para este fenômeno é um
bom planejamento estratégico e um posicionamento de marca autêntico.
Este estudo é resultado do trabalho apresentado como conclusão do curso de
pós-graduação em Design Digital e Novas Mídias, apresentado ao Centro Belas Artes de
São Paulo. O mesmo, possui como objetivo discutir a real necessidade de termos uma
marca pessoal forte no atual mercado profissional, além, de apresentar um plano
estratégico para a marca pessoal “Tiago Parra de Paula”, evidenciando os desafios e
resoluções a serem enfrentados por ela para se posicionar diante do mercado de design
gráfico e digital.
Para direcionar o trabalho aos objetivos iniciais, alguns questionamentos foram
levantados e resolvidos ao longo do artigo, como por exemplo: O que é design? Há
diferenças entre design gráfico e design digital? Quando esse profissional apareceu no
mercado de trabalho? O que faz o profissional de designer? Quais as perspectivas do
mercado de design no Brasil? O que é branding pessoal e como implementa-lo na busca
por uma marca mais forte e competitiva? Por fim, há uma explicação conceitual de brand
e branding e como devemos utilizar as estratégias de posicionamento de marca para que
esse profissional destaque-se em seu campo de atuação, atentando-se para o seu
diferencial em meio ao mercado competitivo.
Sendo assim, podemos dividir o trabalho em quatro tópicos principais:

● Design gráfico e digital;


● Brand, branding e branding pessoal;
● Posicionamento;
● Branding pessoal Tiago Parra de Paula.

Ao responder os questionamentos propostos e abordar os conceitos principais desse


artigo, direciona-se todo o assunto abordado para o reposicionamento da marca pessoal
“Tiago Parra de Paula”, apresentando seu objetivo no mercado de trabalho e as metas a
serem cumpridas. Além disso, foram realizados levantamentos dos gastos que a
estratégia de branding pessoal terá para que a evolução da marca seja alcançado com
êxito, transformando-o em investimento pessoal e profissional.

2 - DESIGN

Mesmo considerado por muitos como contemporâneo e seus estudos serem um


fenômeno relativamente recente, cujo, seus primeiros ensaios são datados a partir da
década de 1920 (Denis, 2002). Não devemos olhar para o design apenas como um
fenômeno moderno oriundo da Revolução Industrial ou das necessidades do mundo
capitalista. Embora sua pré-história possua raízes fixadas na Inglaterra, entre o período
de 1805 à 1907, graças as mudanças do conceito de padronização da produção de

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produtos, como afirma Mozota (2011). Os antigos egípcios, assim como os italianos da
Idade Média e os russos da extinta União Soviética, já eram familiarizados e se
deparavam com ruas repletas de sinalizações, emblemas, ofertas de produtos, moedas e
até mesmo noticias ou declarações oficiais.
Devido a uma de suas principais características, a multidisciplinaridade - facilmente
compreendida quando analisamos a história do design, por ser capaz de nos revelar a
diversidade das formas criadas pelos designers e a variedade de opiniões concebidas
sobre o tema - muitos pesquisadores divergem e possuem diferentes definições para o
assunto, assim como Potter (2002), que acredita no design como uma disciplina, a ser
utilizada na aplicação de forma e ordem as nossas atividades cotidianas e também, a
International Council of Societies of Industrial Design (ICSID) que enxerga o design como
uma atividade criativa capaz de transformar as qualidades encontradas em processos,
objetos e serviços em um ciclo de vida completo. Porém Mozota (2011), nos afirma que
antes que possamos escolher uma definição precisa e eficiente sobre o design é
fundamental conhecermos a origem etmológica da palavra design. Para ela o substantivo
design, em inglês, conserva os dois sentidos de seu termo originário do latim "designare",
que pode ser interpretado como designar ou desenhar. Neste contexto o design é uma
soma de intenção mais desenho, assim podemos interpretá-lo como a tentativa de realizar
uma intenção que pode ser um plano ou objeto, visando a execução de uma ideia, por
intermédio de um desenho, modelo ou esboço. Denis (2002) ainda nos afirma que do
ponto de vista etmológico o termo design já contém em suas origens uma “ambiguidade,
uma tensão dinâmica, entre um aspecto abstrato de conceber/projetar/atribuir e outro
concreto de registrar/configurar/formar” (DENIS, 2002 p. 16).
Atualmente a compreensão histórica que tínhamos da área de design, geralmente
relacionado a algo capaz de criar objetos com forma e estética diferenciadas, solidificada
no mundo pelos movimentos Arts and Crafts e Art Nouveau, e a criação das escolas de
Uln e principalmente da Bauhaus, berço do design moderno na Alemanha, assim como
muitos outros, esta perdendo suas forças, abrindo caminho para um design com maiores
perspectivas, mais forte e tornando-se um diferencial competitivo. Com o grande avanço
da tecnologia e o aumento da disputa no mercado capitalista, em que muitas empresas
brigam pelo reconhecimento dentro de um mesmo seguimento, estudiosos e empresas
começam a ver o design com potencial empreendedor e estratégico. Dessa forma, o
mesmo pode atuar tanto dentro e fora das corporações, possuindo como principal desafio,
segundo Krucken (2008), o desenvolvimento de soluções para questões complexas,
capazes de exigir uma visão mais ampla do projeto, que envolve a comunicação, os
serviços e os produtos.
Para Rand (2007) entender a real função do design nos tempos modernos é:

[...] " compreender os papéis que a forma e o conteúdo desempenham e perceber


que o design também é comentário, opinião, ponto de vista e responsabilidade
social. Criar um design é muito mais do que simplesmente montar, formatar ou
mesmo editar; é acrescentar valor e significado, é iluminar, simplificar, esclarecer,
modificar, dignificar, dramatizar, persuadir e talvez até mesmo entreter" (RAND,
2007 p.6 apud SAMARA 2007).

Configurado dentro de sua abrangência multidisciplinar, o design hoje busca


conectar diferentes aspectos tecnológicos, semióticos, psicológicos, cognitivos,
semânticos, artísticos, filosóficos, sociológicos, antropológicos, ergonômicos e
antropométricos, que podem ser facilmente encontrados nos trabalhso de profissionais
atuantes em diferentes áreas do mercado. Assim sendo, podemos considerar como
principais disciplinas do design as seguintes áreas: design gráfico, design para web
(design digital), design de ambientes, design de produtos e o design de embalagens.

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2.1 - Design Gráfico

Nas ruas, no trânsito, nos supermercados, hospitais, restaurantes, em nossas


casas, nas instruções de brinquedos, etiquetas de roupas, bulas de remédios,
embalagens de chocolate, sacolas, revistas e tudo mais o que lemos. Em todos estes
componentes, itens ou lugares e muitos outros, encontramos elementos e técnicas do
design gráfico, uma das mais universais formas de arte existentes. O design gráfico está
em todas as partes, informando e impondo significados as coisas e lugares em nosso
cotidiano.
O termo design gráfico foi apresentado ao mundo pela primeira vez no ano de
1922, cunhado pelo americano William Addison Dwiggins, designer bem-sucedido que
produzia peças publicitárias nos formatos de pôsteres e panfletos publicados em jornais e
periódicos (Newark, 2009). Porém, é apenas a partir da década de 1930, com o
surgimento dos primeiros profissionais de design nos EUA, que o design gráfico começa a
se despontar com uma grande potencia. Com infinitas realizações, novas tipografias
surgem por influencia da Bauhaus e um dos maiores marcos da identificação visual no
mundo é reformulada: a sinalização visual do metro de Londres.
Para Newark (2009), Dwiggins "via o design gráfico quase que inteiramente
relacionado à preparação da arte a ser impressa" (NEWARK, 2009 p. 10), que possuía
como principais ingredientes as letras, os espaços em branco, os elementos decorativos,
as bordas e as imagens. Dwiggins afirmava:

"Em relação ao layout, no começo esqueça a arte e use o senso prático. A função
do designer gráfico é apresentar a mensagem de forma clara – transmitir as ideias
importantes e fazer com que as menos importantes não deixem de ser percebidas.
Isso requer um exercício de bom senso e uma aptidão para a análise, e não para a
arte" (DWIGGINS, 1922 p.10 apud NEWARK, 2009).

Ainda segundo Newark (2009), atualmente o design gráfico, mesmo que embora
não tenha sofrido grandes mudanças desde as afirmações mais simplórias e diretas de
Dwiggins, funciona de forma mais ampla, incluindo a tipografia e outras disciplinas da
área gráfica, como: "a criação e a manipulação de imagens, as possibilidades que se
ampliaram desde a época de Dwiggins; o design de logos e os esquemas de identidade; o
design de exposições; a embalagem e assim por diante" (NEWARK, 2009 p. 10).
Mozota (2011), reafirma que o campo de design gráfico na atualidade é
desenvolvido através do trabalho com símbolos gráficos e a tipografia, que são
destinados para a representação do nome de uma empresa, seus produtos e suas
marcas, construindo e encorpando seu discurso. Para a realização de tal função o design
gráfico precisa combinar diferentes linguagens que são independentes entre si, como a
ilustração, a fotografia e a tipografia.
Mesmo mediante a toda sua história e importância o design gráfico no Brasil ainda
é visto por muitos do mercado corporativo como uma incógnita. Para nós designers as
descrições e informações citadas acima estão translucidas e bem delineadas, porém
muitos indivíduos ainda se perguntam: Qual é a real função de um designer gráfico? A
resposta para esta pergunta é ainda mais simples. A função de um designer gráfico é
simplificar, esclarecer e produzir um diferencial. Nenhum designer por mais louco que
aparente ser irá realizar um trabalho visando complicar a vida do usuário/consumidor, até
mesmo quando o design for mais intricado e ornamentado terá suas informações claras,
bem ordenadas e seguindo uma hierarquia.
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O crescimento do design gráfico, da tecnologia e a evolução da cultura digital –
segundo Costa (2002) a cultura digital é a "cultura dos filtros, da seleção, das sugestões e
dos comentários” (COSTA, 2002 p.34), caracterizada pelas interfaces e seu poder de
prender os usuários, a explosão de notícias on-line e pela convergência de diversos
aparelhos - levaram o design a uma nova vertente que engloba muitas das características
e aspectos do design gráfico, denominada: Design Digital.

2.2 - Design Digital

No início do século XXI, a disseminação da banda larga pelo mundo, culminou no


fenômeno da aceleração das inovações, produzindo um crescimento exponencial da
tecnologia. Segundo a escritora, consultora e palestrante em marketing digital, Martha
Gabriel, "esse processo é responsável pela vertiginosa transformação social e de
mercado que temos vivido na última década" (GABRIEL, 2015 p. 237 apud AVELAR,
RABELLO e AURIANI, 2015). Para ela, a tecnologia é um dos principais fatores de
transformação do planeta, recriando a realidade.
Com o avanço tecnológico e o aparecimento de novos dispositivos digitais como
TVs, smartphones, tablets, relógios, entre outros, e principalmente, pelo surgimento da
tecnologia da informação, o design gráfico evoluiu para um novo patamar em sua história,
uma nova área de atuação denominada design digital ou design de web (Mozota, 2011).
O design digital, como uma disciplina multifacetada, tem o intuito de se aventurar em
diferentes regiões dentro do mercado de tecnologia: criação e edição de vídeos, mídias
digitais interativas, animação, cinema, criação de páginas para internet, apps, interfaces
de sistemas, televisão, games e muitos outros. Abrindo novos nichos de mercado.
Embora o design digital conserve muitas das características do design gráfico, a
complexa configuração da experimentação dos usuários transformou todo o processo de
pensar do design. Antes de criar um site, por exemplo, é necessário vê-lo e pensá-lo
como um objeto que possui diversos níveis semânticos e interativos. Agora o design
precisa manter sua ênfase na interface do sistema com o usuário, obrigando os designers
a aprender novos aspectos de infraestruturas técnicas, processos transacionais e novas
formas de apresentar a informação ao usuário. Desta forma, podemos afirmar que o
design digital é uma vertente contemporânea do design que dedica suas atenções a
intersecção do design com as tecnologias de comunicação e principalmente com as
mídias digitais, agregando os conhecimentos do planejamento visual, tais como:
criatividade, estudo de formas, embasamento visual e senso estético aos diferentes
suportes das mídias digitais. Utilizam então, técnicas e ferramentas adequadas a
produção digital para a criação/desenvolvimento de soluções de problemas voltados as
mídias digitais e interativas.
Com o surgimento de novas tecnologias aumentando a cada dia e um mercado
cada vez mais amplo para as possibilidades online, temos um terreno fértil e promissor
para a evolução do design digital, necessitando mais e mais de profissionais qualificados,
capazes de resolver os problemas do cotidiano com criatividade e inovação.

2.3 - O Mercado de Design

Com mais de 85 anos de existência, a profissão de designer surgiu pela primeira


vez nos EUA após a quebra da bolsa de valores em 1929. As necessidades econômicas
levaram as grandes empresas a entender o real poder do design de produto e com isso
surgiram os primeiros designers. Consultores na concepção de produtos e acostumados a
trabalhar em equipe, "promoveram o encontro entre a indústria e a arte e entre o
funcionalismo e o pragmatismo” ( MOZOTA, 2011 p. 39).

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Entre os anos de 1950 e 1975, o design se organiza e se torna internacional,
exportando o padrão americano pelo mundo com a criação de agências e departamentos
de design, estando presente em todos os segmentos da atividade industrial até o início da
década de 1990, onde teve a sua principal evolução, se relacionando pela primeira vez
com a tecnologia.
Mozota (2011), nos apresenta 4 (quatro) grandes características do mercado de
design que podem ser apreendidos em sua história:

● Internacional: a criatividade não se limita as fronteiras dos países;


● Dividido em duas esferas: interna e externa;
● O design contagia: desempenha um papel único;
● O design é um conjunto de empreendedores.

Com estas características somadas ao grande aumento da competitividade do


mercado mundial, muitas vezes agindo de maneira cruel com as pequenas e médias
empresas, produziu-se um exponencial crescimento da demanda pelo design, que
segundo Mozota (2011) é motivada principalmente pela busca da diversificação, geração
de novas necessidades e o desejo do designer de expressar sua arte e criatividade.
Tendo o design demonstrado a cada dia, ser essencial aos ambientes corporativos,
transformando-se em uma grande vantagem para as grandes, médias e pequenas
empresas, não apenas pela adição do estético, mas também pelo seu grande poder de
implementação e desenvolvimento em projetos complexos. Aumentando ainda mais suas
vantagens quando suas estratégias são incorporadas desde os primeiros passos da
concepção de um produto.

"Mais que desenho, projeto, arte criativa ou qualidade estética, o design passou a
ser considerada uma fonte de vantagem competitiva, por ser capaz de definir
decisões de compra, seja pela emoção provocada ou pela materialização de valor
percebido. As empresas que percebem a importância do design neste processo,
atualmente, têm dedicado parte considerável de sua gestão de marca (branding) na
identificação e atendimento de necessidades e aspirações não articuladas de seu
público, que deixa de ser tratado como consumidor, para ser considerado um
cliente" (AURIANI, 2013).

No Brasil, a tendência de crescimento do design e seu reconhecimento como


ferramenta essencial para o mercado, não mostra-se diferente da apresentada no
restante do mundo. Segundo estudo realizado em 2014 pelo Centro Brasil Design, e
publicado pelo Ministério do Desenvolvimento, o setor de design no Brasil apresentou um
elevado grau de crescimento, principalmente quando analisamos os dados levantados
nos anos 2000. Crescimento este, caracterizado tanto pelo ponto de vista mercadológico
quanto pela produção de conhecimentos, tecnologias e educação. Embora ainda com o
grande potencial existente no design, o estudo não nos apresenta apenas pontos
positivos, destacando as fragilidades do mercado de design no Brasil, oriundas
principalmente pela baixa formalização dos profissionais e falta de organização do setor.
Boa parte da desorganização encontrada hoje no setor é originária do papel pouco
contundente do governo brasileiro. Em países como Japão, Grã-Bretanha, Dinamarca,
Coreia e Taiwan o governo possui papel fundamental na organização e evolução do
design e da profissão do mesmo, investindo fortemente em incentivos e financiamentos
para institutos e concursos internacionais. Berg (2015), nos lembra que no Brasil, a
profissão de designer ainda não foi nem mesmo regulamentada pelos órgãos
competentes, ou seja, não existe um registro profissional de designer e qualquer indivíduo
pode se auto intitular designer. Impedindo os reais profissionais de participarem de

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licitações publicas ou possuírem garantias trabalhista. Causando uma concorrência
desleal com profissionais com pouca ou nenhuma qualificação.
Apesar de todos os percalços, é sabido que as perspectivas do design como
profissão são excelentes, principalmente o design digital, que segundo o site da
universidade PUC-Campinas (2016) possui um mercado em plena expansão -
perspectivas estas confirmadas pelo ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
que afirma uma movimentação de 70 bilhões de reais em tecnologia até 2017 no mercado
brasileiro - Hoje o potencial do design ultrapassou as barreiras de seu uso tradicional,
alcançando níveis que nos auxiliam na resolução de problemas nas áreas de saúde,
social, segurança, meio ambiente, educação entre outros. Abrindo caminhos em
mercados alternativos para profissionais criativos e inovadores, capazes de produzir
materiais de altíssima qualidade e se envolverem estrategicamente na concepção de um
produto.
O design esta fadado a desempenhar um papel cada vez mais importante para o
mercado capitalista, pois esta diretamente relacionado ao desenvolvimento da economia
e esta ligado a transformações no ambiente internacional e digital.

3 - BRAND, BRANDING E BRANDING PESSOAL

3.1 - Brand

Vivemos em uma era assolada brutalmente por uma enorme quantidade de


mensagens, produtos, serviços e ações de empresas atuantes em diferentes nichos do
mercado, fomentadas pela tecnologia e a disputa por espaço na mente e coração do
consumidor. Encontramos nas gondolas de supermercados uma grande quantidades de
produtos, somos atacados por propagandas nas ruas, ônibus, trens, shoppings, televisão
etc., porém, enquanto indivíduos, somos capazes de segmentar aquilo que nos é mais
importante ou relevante, não dando tamanha importância para um número gigantesco de
informações que nos atinge. O número elevado de informações a que somos acometidos
e a feroz batalha mercadológica gera a necessidade das empresas chamarem a atenção
para si mesmas ou para seus produtos e serviços, e a séculos a melhor forma de realizar
tal ação e atingir seus objetivos é por intermédio das marcas.
A American Marketing Association (AMA) defini marca, segundo Keller (2006),
como sendo “um nome, termo, símbolo, desenho ou uma combinação desses elementos
que deve identificar os bens ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores e
diferencia-los da concorrência” (KELLER, 2006, p. 2), mas Mozota (2011) descorda do
conceito de marca definido pela AMA. Para ela, marca “é um conjunto de percepções que
são direcionadas por comunicações e experiências. É um signo distintivo, um símbolo e
uma fonte de valor agregado” (MOZOTA, 2011 p.126). De maneira mais simples,
podemos afirmar que marca é a promessa feita pela marca de uma empresa, produto,
serviço ou até mesmo pessoa a seu mercado atuante, em que tanto as comunicações e
experiência quanto o nome, cor, tipografia, desenhos, etc. são fundamentais para agregar
valor a marca e diferenciá-la de seus concorrentes. Assim a mesma poderá ser percebida
pelo seu público-alvo destacando-se em seu mercado.
Mozota (2011) vê a função da marca como: “1. Criar valor para os consumidores,
informando sobre os atributos dos produtos e 2. Gerar valor para empresas, diferenciando
o produto e tornando tangível o que é intangível” (MOZOTA, 2011 p. 125).
Kloter (2007) reafirma que marca é:

[...] “um produto ou serviço que agrega dimensões que, de alguma forma, o
diferenciam de outros produtos ou serviços desenvolvidos para satisfazer a mesma

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necessidade. Essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou tangíveis... e
podem também ser simbólicas, emocionais e intangíveis – isto é, relacionadas ao
que a marca representa” (KOTLER, 2007, p. 241).

Já Hiller (2012), defini marca de forma bem mais pragmática. Para ele marca é “o
sentimento que consumidores tem por uma empresa, produto, serviço, local ou até
mesmo pessoa” (HILLER, 2012, p.55), assim como afirma Auriani: “construir uma marca é
criar diferença na mente e no coração do seu público-alvo” (AURIANI, 2013).
Mediante as afirmações e definições apresentadas, a maior dificuldade encontrada
por uma marca em um mercado repleto de informções e opções é ser representada pelo
intermédio de uma única palavra. Palavra esta capaz de elevá-la a uma posição de maior
destaque, distinta e que possa ser melhor reconhecidas pelo consumidor.

3.2 - Branding

O branding de uma forma ou de outra já é implementado no mundo a século -


mesmo que indiretamente - artesãos, criadores de gados, ferreiros e outros, já possuíam
o abito de marcar, identificando-se e diferenciando seus produtos antes mesmo do
surgimento do termo no mercado profissional.
Hoje em dia a maioria esmagadora de produtos, serviços e empresas possuem
uma marca que os identificam e os diferenciam de seus concorrentes. Tamanha
proliferação de novas marcas somados a clientes mais bem informados, a fragmentação
da mídia, ao amadurecimento dos mercados, ao crescimento da concorrência, o aumento
dos custos, da maior responsabilidade dos profissionais de marketing sobre os resultados
financeiros das empresas e muitos outros fatores, deixaram ainda mais ingrata a
administração de uma marca, ou seja, embora haja um maior reconhecimento do valor
das marcas, o desafio do branding de produzir uma marca forte e reconhecida pelo seu
público-alvo, tornou-se ainda mais difícil. Muitos executivos acabam esbarando
principalmente na necessidade de entregar resultados em curto prazos, porém uma
marca apenas poderá ser construída se pensada a longo prazo.
Keller (2006) nos diz que o branding não é uma "ciência de foguetes" (KELLER e
MACHADO, 2006), pelo contrário, branding é mais arte que ciência - para ele o marketing
é contemplado por componentes criativos e de originalidade - e o sucesso ou fracasso de
uma estratégia de branding, depende em grande parte, de como as diretrizes desta
estratégia foram traduzidas e implementadas.
Martins (2006) define branding como:

"[...] o conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São ações que
tomamos com conhecimento e competência, levam as marcas além de sua
natureza econômica, passando a fazer parte da cultura e a influência a vida das
pessoas. Ações com capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num
mundo cada vez mais confuso e complexo" (MARTIS, 2006 p. 8).

Já Machado (2006) afirma que "o termo branding pode ser definido como conjunto
de atividades que visa otimizar a gestão das marcas de uma organização como diferencial
competitivo" que podem envolver atividades como: "design, naming, proteção legal,
pesquisa de mercado, avaliação financeira, posicionamento e comunicação" (KELLER e
MACHADO, 2006), não podendo ser resumido, portanto, a uma ou duas atividades. Desta
forma para que o branding possa acontecer e ser eficiente é fundamental a integração de
um conjunto de atividades, comprometimento e visão de mercado a longo prazo. Mas a
final, qual é a real função do design para estratégia de branding assim como apontado por
Machado (2006)? Para esta pergunta Auriani nos afirma que a "estratégia do design tem

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como missão contribuir para a gestão de uma marca diferenciada, aprimorando o produto,
a embalagem ou o desempenho do serviço” (AURIANI, 2014). Aumentando as vedas e o
valor financeiro do produto.
Para Auriani (2014) "uma marca querida tem que atrair, ser desejada, conquistar o
seu lugar no mercado, na cabeça e no coração de seu público" (AURIANI, 2014).
Portanto, uma gestão de design bem implementada pode tornar um produto ainda mais
superior que seus concorrentes, mostrando um maior profissionalismo, qualidade e
organização, aumentando a credibilidade e principalmente fazendo com que o
público-alvo se apaixone por ele. Porém, não podemos limitar o elo entre o design e uma
marca apenas com o uso do design gráfico, do logotipo ou do signo, sua presença é
fundamental em todos os componentes que possam dar valor a uma marca, como, visão,
promessa, posicionamento, missão e notoriedade.
Com a alta competitividade do mercado as empresas cada vez mais buscam novas
formas de agregar valores as suas marcas, definindo seu posicionamento, e o design
possui um papel fundamental, juntamente com o branding e suas outras atividades, para
a construção de uma marca altamente competitiva e forte no mercado capitalista e
consumidor em que vivemos. Porém, nos dias de hoje o branding não é mais uma
tendência que serve apenas para empresas mas também para pessoas. Tendência esta
denominada como Branding Pessoa.

3.3 - Branding Pessoal

O grande número de escolhas que um indivíduo se depara em seu cotidiano não é


algo recorrente apenas na quantidade de marcas e serviços mas também na quantidade
de profissionais especializados no mercado de trabalho. Se pensarmos em nós - pessoa -
como uma marca estaríamos dispostos em uma gondola de supermercado, com milhares
de outras marcas em nosso entorno, semelhantes uns aos outros e que em cada
semestres, universidades, assim como um repositor de estoque, posicionam mais e mais
lotes de jovens, disputando espaços uns com os outros, principalmente com você.
Apresentando praticamente as mesmas qualidades, uns falam inglês, outros alemão e
existe até aqueles que falam as duas línguas, muitos possuem especialização,
experiência no mercado e muitos outros oferecem algo novo.
Diante deste cenário, como saber se estamos dispostos no lugar correto, de fácil
acesso, reconhecimento e se estamos em destaque? Bender (2009) começa a nos
responder a esta pergunta: O primeiro passo é saber onde você pretende chegar e por
quem você quer ser comprado, conhecer qual seu mercado e audiência. Para ele não
basta sabermos se estamos dispostos no lugar certo, "é vital que você tenha visibilidade
para sua marca. É preciso ter destaque na sua posição (prateleira)” (BENDER, 2009 p.
49), sendo que seu rótulo e design são importantes, assim como, “suas referências, seus
movimentos estratégicos, sua postura e suas atitudes" (BENDER, 2009 p. 49).
Nos supermercados a pratica de posicionamento de um produto nas prateleiras de
forma atraente e sedutora denomina-se merchandisihng e é responsabilidade dos
fabricantes que possuem o interesse de vender seus produtos. No mercado profissional
isso não é diferente e cabe a você, como fabricante de seu próprio produto - VOCÊ - a
responsabilidade de manter sua marca pessoal atraente e sedutora, porém chamamos
esta pratica de Branding Pessoal.
Rampersad (2008) nos afirma:

"O branding pessoal tradicional funciona do mesmo modo que o branding


empresarial, comunicando valores, personalidade e capacidade para que sua
audiência produza uma resposta emocional positiva. Ter uma boa marca ou

12
reputação pessoal parece ser um patrimônio muito importante nos dias on-line,
virtuais e individuais de hoje. É essa estratégia de posicionamento por detrás das
pessoas mais bem-sucedidas do mundo" (RAMPERSAD, 2008).

Já Auriani (2015) nos diz que branding pessoal:

[...] "nada mais é do que gestão da marca pessoal. Como nas empresas, conhecer o
seu mercado, entender do seu produto e concorrência são fundamentais para
encontrar o objetivo. O objetivo principal é criar valor para sua marca pessoal e
gerenciar esse valor com competência, fazendo diferença com o seu conteúdo e
identificando a sua imagem em todos os seus pontos de contato, ou melhor, em
toda a sua rede de relacionamento. A maior parte das decisões de compra se
baseia na confiança e no sentimento de conexão, ou emoções, que as pessoas
sentem em relação a determinado produto, serviço ou indivíduo. Gerenciar esse
processo exige habilidade do profissional e, por este motivo, o branding é essencial"
(AURIANI, 2015).

Todos nós possuímos marca pessoal, explicitamente ou implicitamente, pois, todos


fazemos uma promessa ao mundo. Somos nosso maior patrimônio e devemos nos
posicionar de forma que possamos fazer aquilo que nos deixem apaixonados, já que
nossa marca é aquilo que somos verdadeiramente (SETTY, 2006 apud RAMPERSAD,
2008). Devemos assumir o controle de nossa marca, das mensagens que queremos
transmitir a nosso público-alvo e do modo como afetamos a percepção das pessoas em
relação a nós mesmos, nos ajudando a ser um profissional excepcional.
Auriani (2015) ainda nos diz:

"Marca pessoal é a percepção que o seu público tem da sua identidade, ou seja, do
seu posicionamento estratégico, que determina qual a imagem que se quer passar,
o DNA da sua marca pessoal. Como nas empresas, o profissional precisa revelar
qual é a sua missão (razão de ser), visão (como quer ser lembrado) e valores
(princípios éticos)" (AURIANI, 2015).

Uma marca pessoal forte nos traz benefícios, como:

▪ "Estimula percepções significativas sobre valores e qualidades que você


representa.
▪ Comunica as pessoas: quem você é, o que faz, o que o torna diferente, como
você cria valor para elas e o que as pessoas podem esperar quando
trabalharem com você.
▪ Influência o modo como os outros o percebem.
▪ Cria expectativas na mente dos outros sobre o que irão obter quando
trabalharem com você.
▪ Cria uma identidade em torno de você que torna mais fácil para os outros se
lembrarem de quem você é.
▪ Faz os prospects identificarem em você a única solução para seus problemas.
▪ Coloca você acima da concorrência e o torna único e melhor do que seus rivais
no mercado".

(RAMPERSAD, 2008 p. 5)

Diante de um mercado profissional altamente competitivo e disputado, em que os


profissionais de design estão a cada dia mais buscando se especializar e se qualificar é
fundamental a implementação das estratégias de branding pessoal na tentativa de
implementar uma marca pessoal ainda mais forte e competitiva, buscando maior destaque
e um melhor posicionando perante os rivais no mercado de trabalho.

13
4 - POSICIONAMENTO

Com o mercado altamente competitivo, e uma sociedade saturada de


comunicações, a principal dificuldade encontrada por uma marca, é conseguir destacar-se
entre outras milhares existentes, e para isso é fundamental o desenvolvimento de
métodos capazes de criar ou fortalecer sua imagem, incorporando assim, qualidades
técnicas e meios que sejam capazes de enfatizar a relação da mesma a seu público-alvo.
Associando um conjunto de valores subjetivos a marca. Para formarmos o valor de uma
marca é necessário a utilização de compostos positivos as organizações, serviços,
marcas e até mesmo pessoas que possam ser traduzidos em aceitação, benefícios e
satisfação do consumidor. No contexto apresentado Reis e Trout (1999) afirmam que a
única esperança que uma marca possui é "concentrar suas verbas em objetivos
bem-delimitados. Segmentar em fim, numa palavra, posicionamento" (REIS e TROUT,
1999 p. 5). Arthur Bender (2009) afirma que "Quem não sabe onde quer ir, vai parar em
qualquer lugar" (BENDER, 2009 p.23) e nos aponta o alto preço a ser pago por pessoas
que permitem que suas carreiras andem ao sabor do vento, sem nenhum controle ou com
o controle cedido a terceiros. Apresentando muitas vezes interesses e objetivos que vão
contra os seus próprios.
Kother (1998) nos diz que todas as empresas procuram e desejam promover
aquelas poucas diferenças que irão destaca-los com maior intensidade em seu
mercado-alvo, ou seja, querem desenvolver uma estratégia de posicionamento autêntica
e focada – em que foco pode ser traduzido basicamente em direcionar todos seus
esforços na diferenciação e criação de uma imagem única da marca. Para Kother (1998),
posicionamento "é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de maneira que
ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas mentes dos
consumidores-alvos" (KOTHER, 1998 p. 265). Segundo ele a palavra posicionamento foi
popularizada por Reis e Trout e suas características como vemos hoje possuem seus
alicerces fixados no ano de 1972, quando foi publicada uma série de artigos na revista
Advertising Age denominado "A era do posicionamento". Reis e Trout afirmam:

"O posicionamento começa com um produto, uma mercadoria, um serviço, uma


empresa, uma instituição e até mesmo uma pessoa... Entretanto, posicionamento
não é o quer você faz para um produto. Posicionamento é o que você faz para a
mente do comprador potencial. Você posiciona o produto na mente deste comprador
potencial" (REIS e TROUT, 1998 p.267 apud KOTHER, 1998).

Eles (1998) apresentam 3 (três) estratégias de posicionamento que podem ajudar


uma marca a se posicionar entre os primeiros de seu segmento de mercado, a primeira é
o fortalecimento de sua posição atual perante seu mercado consumidor, a segunda seria
a busca por uma posição no mercado ainda não ocupada que seja valorizada pelos
consumidores e ocupá-la, e por fim a terceira estratégia é tentar depor ou reposicionar
seu concorrente. Porém Kother (1998) nos indica uma quarta estratégia de
posicionamento que contribui para uma marca se posicionar na mente de seu público-alvo
denominada por ele como, estratégia de clube executivo, utilizada por marcas de um
segmento ao qual a primeira colocada não pode mais ser atingida por seus concorrentes.
Com a saturação da comunicação, e a necessidade de empresas, produtos e
serviços de destacar-se diante de seus concorrentes esta ainda mais evidente a entrada
da propaganda em uma nova era. Hoje não basta sermos apenas criativos para
construirmos uma marca reconhecida e forte, assim como ocorria nos anos 1970 e 1980.
A publicidade precisa ser estratégica para ter sucesso na sociedade supercomunicativa.
Agora vivemos na era do posicionamento, em que as marcas, empresas, serviços,
produtos e até mesmo pessoas precisam se posicionar na mente de seus clientes em
14
potencial, posição esta não apenas positiva e negativa de si mesmos, mas também de
seus concorrentes. Reis e Trout (1999) nos lembram que "no mercado de hoje a posição
do concorrente é tão importante quanto a sua própria. Às vezes mais" (REIS e TROUT,
1999 p. 5). Neste mundo saturado em que vivemos a melhor estratégia é ser o primeiro
na mente de seus prosperts. Segundo eles a "história nos mostra que a primeira marca a
chegar ao cérebro, em média, pega uma fatia duas vezes maior do mercado do que a
marca que chega em segundo, e, outra vez mais que o dobro da terceira colocada" (REIS
e TROUT, 1999 p. 6).
Para Auriani (2013), em cada ponto de contato de uma marca é fundamental que a
mesma desenvolva um "DNA autêntico, ou seja, o posicionamento da marca que será o
núcleo de sua verdadeira diferenciação" (AURIANI, 2013), em que o DNA precisa refletir a
identidade da marca, desenvolvendo sua personalidade, refletindo sua integridade,
honestidade, originalidade e autenticidade.
Auriani (2013) afirma:

"Para a definição de um posicionamento autêntico é necessário, em primeiro lugar,


definir a missão, razão de ser de todo e qualquer empreendimento, que reflete o
propósito da marca. Em seguida a visão, que tem a função de definir a marca no
longo prazo, ou melhor, que pretende ser e o que pretende realizar. E por fim os
valores, que serão os princípios éticos que irão guiar a gestão corporativa. Esses
três elementos é que determinarão a sustentabilidade da marca" (AURIANI, 2013).

A partir de todos os conceitos estudados, podemos entender e afirmar a real


importância da estratégia de posicionamento de marca em nossa sociedade saturada por
comunicações, em que não basta mais apenas sermos criativos, havendo agora a
necessidade da fusão dos conceitos e técnicas estratégicas a criatividade para
conseguirmos nos destacar. Entender sua posição e a de seus concorrentes somados a
honestidade e integridade são aspectos fundamentais para atingir a mente de seu
público-alvo, ganhando força perante seus concorrentes, destacando-se dentro do
mercado capitalista consumidor. O posicionamento alterou o modo de pensar da
propaganda e hoje em dia qualquer pessoal pode utilizar as estratégias de
posicionamento para vencer no jogo da vida, mas se você não o compreender e não
utilizar os seus princípios, pode ter certeza que seus concorrentes o farão, sem ao menos
hesitar.

5 - BRANDING PESSOAL TIAGO PARRA DE PAULA

Com base no conteúdo apresentado, ficou constatado que a marca pessoal Tiago
Parra de Paula, quando tratamos de mercado profissional, fica em desvantagem com
relação a seus concorrestes graças a falta de um planejamento estratégico e por não
possuir objetivos delineados e um posicionamento de marca autêntico.
Por estes motivos, pela paixão a profissão de design e por acreditar na importância
de meu trabalho na contribuição para a construção de um mundo melhor, que a partir
deste momento este artigo possui o intuito do reposicionamento da marca pessoal Tiago
Parra de Paula no mercado de trabalho. Desta forma procuro reinventar minha marca
pessoal para que possa atuar no mercado como especialista de design digital e gráfico,
exercendo funções tanto criativas quanto estratégicas de novos projetos de design.

5.1 - Posicionamento estratégico da marca Tiago Parra de Paula

Com base nas afirmações de Auriani (2013), para a construção e definição de um


posicionamento de marca autêntico, cujo, primeiros passos necessários é estabelecer a

15
missão, visão e valores. A marca Tiago Parra de Paula busca sua recolocação no
mercado, tentando atingir a mente de seu público-alvo. Desta forma, atualmente seu
posicionamento estratégico apresenta-se com a seguinte promessa:

● Missão: Atuar de forma decisiva e estratégica perante as grandes marcas do


mercado, contribuindo de forma criativa, inovadora e sustentável com o
sucesso e edificação das mesmas dentro do mercado competitivo capitalista.
● Visão: Ser referencia para o mercado nacional de Design Digital e Gráfico,
atuando tanto na criação como na estratégia de produtos, marcas, publicidade
entre outros. Tendo como principal diferencial a inovação e a modernidade.
● Valores:
o Integridade: Fazer o que é certo e sempre dizer a verdade.
o Inovação: Sair fora da caixa e ir além das soluções existentes no
mercado.
o Desenvolvimento: O crescimento profissional ajuda no desenvolvimento
de novos negócios.
o Sustentabilidade: Criatividade e inovação sem o desrespeito ao meio
ambiente.

5.2 - Análise SWOT

5.3 - Objetivos a Longo Prazo e Metas Anuais

Os objetivos e metas estipulados a seguir, busca alavancar a marca pessoal Tiago


Parra de Paula perante seu mercado-alvo como um profissional de destaque nos

16
seguimentos de design gráfico e digital e possuem validade de 5 (cinco) anos. A seguir
apresento os objetivos macros para este plano estratégico e suas metas, segmentadas
anualmente, a serem atingidas nos próximos 3 (três). Para o seu bom andamento é
fundamental e indispensável a revisão das metas, independentemente do período em que
se encontram, de seis em seis meses para que as mesmas possam ser confirmadas,
reavaliadas e até mesmo reajustadas de acordo com o mercado e minha carreira
profissional.

● Objetivos Macros - A serem atingidos em até 8 anos

o Ser um profissional especializado nos segmentos de design gráfico e


digital atuando tanto na criação quanto na estratégia de projetos de
design;
o Tornar-se profissional de destaque com alta reputação. Referência para
profissionais iniciantes;
o Ser presença constante em grandes projetos;
o Possuir cargo de destaque, como gestor, em um escritório de design;
o Tornar-se professor de graduação na área de design.

● Metas Anuais:

o Ano 1 - Junho de 2016 à Junho de 2017:


▪ Aprimoramento da língua Inglesa - Inicio Julho 2016;
▪ Conclusão especialização: Design Digital e Novas Mídias -
Junho 2016;
▪ Implementação do posicionamento da marca no ambiente digital
e no mercado de trabalho - Conclusão dezembro 2016;
▪ Conquistar recolocação profissional em um bom escritório de
design ou agência de publicidade - Janeiro 2017;
▪ Buscar aumento salarial de 30% - Janeiro 2017;
▪ Adquirir conhecimentos avançados de HTML 5 e CSS3 e
conhecimentos básicos em JavaScript - Maio 2017.

o Ano 2 - Junho de 2017 à Junho de 2018:


▪ Iniciar especialização em Design de Interação no IED - Agosto
2017;
▪ Aprimoramento nos fundamentos de Desenho - Novembro 2017;
▪ Conhecimentos avançados em Design Estratégico - Fevereiro
2018;
▪ Continuação aprimoramento língua inglesa - Ano todo.

o Ano 3 - Junho de 2018 à Junho de 2019:


▪ Iniciar curso em Gestão de Pessoas - Setembro 2018;
▪ Conclusão especialização em Design de Interface - Dezembro
2018;
▪ Aprimoramento língua inglesa - Ano Todo;
▪ Processo seletivo Mestrado em Tecnologia da Inteligência e
Design Digital na PUC-SP - Abril 2019.

5.4 - Estratégias de Presença da Marca

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Para o alcance dos objetivos estipulados para a marca pessoal Tiago Parra de
Paula, será implementadas estratégias de marketing - definidas a partir da analise
SOWT, que ajuda na compreensão do contexto estratégico do plano desenvolvido para a
marca - que possuem ações voltadas para o meio digital e materiais de presença off-line,
como cartão de visitas e portfólio. Segundo Auriani (2014), "o planejamento de marketing
pessoal é equivalente a qualquer planejamento de marketing, aplicando-se a mesma
metodologia ao produto você" (AURIANI, 2014), em que podemos combinar o produto
com o preço, praça e promoção para obter estratégias variadas.

● Produto: a marca pessoal Tiago Parra de Paula destaca-se pela inovação e


modernidade no desenvolvimento/criação de materiais off-line e para o
ambiente digital aliadas a capacidade empreendedora e estratégica do design
contemporâneo, sempre se mantendo honesta e imparcial nos trabalhos
desenvolvidos.

o Identidade Visual: Capaz de reforçar o posicionamento da marca diante


de seu mercado-alvo. Facilitando a identificação da marca.
▪ Logotipo: Simples, moderno e de fácil interpretação e
reconhecimento.

● Preço: Auto grau de reconhecimento e valor de marca atrelados ao alto nível


de especialização e conhecimento técnico de software e dos assuntos
abordados por seus consumidores e prospects, em que os valores dos
trabalhos são estipulados pelo seu tamanho e pela quantidade de
conhecimento empreendido em seu desenvolvimento.
● Praça: A marca Tiago Parra de Paula estará presente nos seguintes pontos
de contato: portfólio on-line e impresso, cartão de visitas, redes sociais,
comunidades e blogs profissionais sobre design, eventos e palestras.
● Promoção:

o Cartão de Visitas: Moderno e sustentável - produzido com materiais


recicláveis - possui como finalidade uma abordagem inicial a properts,
composto pelos principais pontos de contato da marca e capaz de levar
o público-alvo diretamente para o portfólio on-line através de um
QRcode.
o Papel timbrado: reforça a presença da marca e aumenta sua
credibilidade e profissionalismo.
o Portfólio Impresso e Digital: Principais pontos de contato da marca
pessoal Tiago Parra de Paula, capaz de traduzir seu DNA e reforças
sua imagem. Comportará os principais projetos desenvolvidos,
profissionais e pessoais, que estejam atrelados ao seu posicionamento
estratégico. Além de trazer informações sobre formações e contatos, o
portfólio on-line, também apresentará temas de meu interesse e do
mercado, disseminando minha identidade, projetos e estudos.
Tornando-se peça fundamental para a afirmação de meu
posicionamento.
o Redes sociais: Portfólio on-line interligado as redes sociais através de
hyperlinks.

▪ LinkedIn: Principal ponto de contato profissional, utilizado


principalmente para expandir a teia de contatos profissionais e

18
divulgar minhas formações e principais interesses profissionais.
Reforçando o posicionamento da marca.
▪ Behance: Utilizado para reforçar a divulgação de meus trabalhos
e interesses profissionais.
▪ Facebook: Rede social informal que será utilizada para a
divulgação de meus trabalhos pessoais, estudos, novidades do
mercado e artigos sobre design.

3.4 - Cronograma de Ações

3.5 - Gestão de Custos

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por intermédio da elaboração deste estudo, conclui-se que embora haja um


mercado abrangente e promissor para os profissionais de design no cenário mundial e
principalmente no brasileiro, essencialmente quando nos deparamos com o design digital,
fomentado pelo elevado avanço tecnológico e o desenvolvimento de novos dispositivos
como, os smartphones e tablets, existe a alta competitividade e a melhor qualificação dos
profissionais. Assim como marcas, produtos e serviços possuem a necessidade de
destacarem-se no atual mundo capitalista em que vivemos, repleto de múltiplas escolhas
e saturado de informações, nós profissionais também possuímos a necessidade de nos
destacarmos entre outros milhares existentes, muitas vezes tão qualificados quanto nós
ou até mesmo mais. Com mais experiência, novas ideias, falando mais idiomas e até
mesmo com uma melhor rede de influencias.
Diante de tamanho obstáculo, a melhor forma de nos tornarmos evidentes, mais
fortes e sobressairmos na imensa gondola de supermercado que se transformou o
mercado profissional é por intermédio de uma excelente implementação estratégia de um
plano de branding, com objetivos delineados e um posicionamento de marca claro,
conciso, honesto e sólido. Produzindo uma completa coesão entre a imagem a ser
apresentada ao público-alvo, a identidade desenvolvida e os recursos utilizados para tal
fim, em que cada ação definida e implementada necessita ser cuidadosamente estudada,
evitando assim transformá-las em meras obrigações , sem resultados expressivos.
Porém, nenhuma estratégia irá evidenciar um profissional que não tenha paixão pela sua
profissão, que não se envolva de corpo e alma ao trabalho que realiza ou que não
entenda o real significado de seu serviço e a sua importância para o desenvolvimento de
algo bem maior.

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http://www.marciaauriani.com.br/novidades/branding-gestao-do-design/. Acesso em: 22
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