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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO CAMPO

CURSO TECNÓLOGO EM AGROECOLOGIA

DOCENTE: JULIANA CRISTINA DE CASTRO BUDEL

DISCENTE: KARINE FERREIRA DA SILVA

DISCIPLINA: ESCOSSISTEMAS AMAZÔNICOS

RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO

ABAETETUBA

2022
Local de visita: Quilombo da Comunidade de Tauerá-Açu / Abaetetuba/PA

Data da visita: 11/10/2022

Carga-horária da atividade: Oito horas e meia de duração

Descrição dos participantes: Alunos do curso de Agroecologia, Turma do Ano de


2020

Objetivos propostos

O objetivo proposto em sala de aula foi conhecer, observar e refletir a respeito dos
tipos de vegetação existentes na comunidade e a relação dos moradores da
comunidade com a natureza/território.

Fatos e situações analisadas

Por volta das 8h30 da manhã saímos da Ufpa campus de Abaetetuba/PA


em destino a Comunidade de Tauerá-Açu, por volta das 9h30 chegamos
no destino previsto. Ao chegarmos na comunidade no primeiro momento
fomos recebidos no Centro Comunitário Santa Ana por um grupo
composto de pessoas de um grupo social, uma representante da
coordenação e alguns comunitários da comunidade, sendo um deles a
discente Vanessa Sena de nossa turma, eles se apresentaram e falaram
um pouco da palavra de Deus e da ligação da natureza com o ser
humano. Fomos muito bem recebidos em um espaço com diversos
objetos e ferramentas culturais tradicionais, formamos uma roda de
conversa e nos foi proposto de nos apresentar falando o nosso nome,
nossa localidade e a relação que tínhamos com nosso território, todos
se apresentaram, foi um momento muito bom para de troca de saberes,
teve umas falas de alguns comunitários que me chamou atenção, a qual
foi que eles estavam se redescobrindo como quilombolas, onde eles
estavam aprendendo a aceitar, reconhecer e defender o quilombo, eles
falaram também que a perda de território acontece muitas vezes por falta
de instrução e conhecimento.
Registros de alguns momentos:

Fotografia 01 - Local onde fomos recebidos Fotografia 02 - Objetos tradicionais

Fonte: Budel (2022). Fonte: elaborada pelo autor (2022)

Fotografia 03 – Momento das apresentações

Fonte: Maria de Nazaré (2022)


Logo após as apresentações foram feito perguntas que a turma elaborou para
os moradores da comunidade, as quais citarei aqui com suas respectivas
respostas.

- Em relação aos conhecimentos tradicionais, qual a forma que


vocês utilizam para medir o tempo?

Respostas: - Mensal, lua;

Observações: segundo os comunitários meses de janeiro é o ideal para


eles, pois é o período de chuva, época em que a planta se desenvolve
melhor; “dezembro é tempo de ‘coleta’ (colheita)”; “sementes de longo
período é plantada no mês de janeiro”; “sementes de curto período é
plantada no mês de maio”; “o período mais chuvoso é janeiro”; “quando
a lua tá boa é tranquilo para plantar”.

- Qual a importância do rio para o escoamento da produção?

Respostas: “grande importância, pois é o meio utilizado para transportar


suas produções”.

- Como vocês fazem para saber o dia certo de cada maré?

Respostas: “é de acordo com as fases da lua”; “tem a ‘cabeça d’agua’:


quando chove muito, última água, a maior maré”.

- Existe na comunidade práticas ecológicas que preservam a fauna?

Respostas: “na parte da caça não, e nem da pesca”; “nem todos tem
esse pensamento”; “é mais com a parte vegetal (flora)”.

- Vocês já sentiram algum impacto das empresas ao redor da


comunidade?
Respostas: “sim, os motores têm causado a ‘reviração’ da água, afasta
os peixes”.

- Vocês se sentem afetados pelas mudanças climáticas?

Respostas: “sim, a incidência do sol aumentou; o calor aumentou; o


vento está mais forte”.

- Quais os benefícios de morar em áreas de várzea? Quais


dificuldades?

Respostas: “os benefícios são que o açaí de várzea é mais gostoso, a


terra firme produz outro tipo de açaí”, “as dificuldades são que tem muita
lama, prejuízo de certos tipos de plantio, é mais complicado arar, mesmo
assim vamos nos adaptando”.

Após as perguntas feitas aos comunitários encerramos a primeira parte


da visita e fomos almoçar, após o almoço demos um tempo e em seguida
fomos dar um passeio de barco para observamos como eram as áreas
de várzea, que por sinal eram muito lindas.

Fotografia 04 – Momento do passeio pela várzea

Fonte: Budel (2022).


Fotografia 05 – Turma reunida no barco

Fonte: Budel (2022)

Após o passeio seguimos para a segunda parte da visita, aonde fomos


para a casa do senhor Martiliano, conhecido como seu Catí, andamos
um percurso de 2 km até chegar em sua propriedade. Chegando lá
fomos muito bem recebidos pelo seu Catí, sua esposa e familiares,
iniciamos uma conversa a respeito do tipo de vegetação que eles
consideravam que tinham em sua propriedade e a relação com a
natureza, foram feitas algumas perguntas, sendo elas:

- Qual tipo de vegetação vocês consideram que tem em sua


propriedade?

Respostas: foi respondido que tinha a “ica” que seria uma espécie de
poça de água que se encontra na mata de terra firme. Foi respondido
também que a várzea é a “terra direita”.

- Qual a relação de vocês com a natureza?

Resposta: foi respondido que as pessoas estão “esbandalhando” a


natureza, o clima tem mudado muito, a terra está revirada.
No meio da conversa foi falo da maré lançante que seria uma maré
grande, forte.

O senhor Catí falou uma coisa muito importante, ele disse que os futuros
netos dele não irão ver os animais da floresta, pois a fauna está
desaparecendo.

Registros da visita na casa do seu Catí:

Fotografia 06 – Turma na Casa do seu Catí

Fonte: Maria de Nazaré (2022).


Fotografia 07 – Fim da visita, registro de todos os participantes

Fonte: Budel (2022)

Objetivos alcançados

Pôde-se perceber ao final da visita que os objetivos foram alcançados, pois foi
possível observar os tipos de vegetação existentes no local, e compreender a
relação dos moradores com a natureza/território.

Dificuldades

Durante a visita houve poucas dificuldades, uma delas foi o deslocamento


para um outro local, onde pegamos um pouco de sol, e a outra foi na volta
para a faculdade onde o ônibus quebrou, mas graças a Deus estávamos
próximo do Campus e conseguimos chegar bem.

Registros:

Fotografia 08 – Percurso para a casa do seu Catí


Fonte: Budel (2022)

Fotografia 09 – Momento em que ônibus quebrou próximo da universidade

Fonte: Budel (2022)


Conclusão

Ao final da visita pude concluir que foi de grande aprendizado para a turma,
pois pudemos observar os tipos vegetação existentes no local, a diferença
entre elas. Outro ponto importante foi poder conhecer e aprender a respeito
da relação que os moradores do local tem com a natureza e seu território.

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