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FACULDADE KENNEDY

PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

JEFERSON SOARES TERRA

O PAPEL DO EDUCADOR (PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR) NA


CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO.

NOVA IGUAÇU

2019
FACULDADE KENNEDY
PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

JEFERSON SOARES TERRA

O PAPEL DO EDUCADOR (PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR) NA


CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO.

Artigo Científico apresentado à


Faculdade Kennedy, para conclusão do
Curso de Pós-graduação em docência do
Ensino Superior.
Orientadora: Cinthia Melo da Costa
Breves

NOVA IGUAÇU

2019
SUMÁRIO

RESUMO.........................................................................................................................4

ABSTRACT.....................................................................................................................4

INTRODUÇÃO...............................................................................................................5

1. O QUE É EDUCAÇÃO E A QUE SE DESTINA....................................................6

1.1 A EDUCAÇÃO E SUA FINALIDADE.................................................................... 6

1.2 O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO.......................................................................... 8


1.3 O EDUCANDO, PRINCIPAL ALVO DA PRÁXIS PEDAGÓGICA..................... 9

2. CONSTRUINDO O CONHECIMENTO................................................................10

2.1 O PERFIL DO EDUCADOR................................................................................... 10

2.2 A ARTE DE ENSINAR........................................................................................... 12

2.3 O PAPEL DO ALUNO............................................................................................ 14

3. A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR..........................................................15

3.1 O SABER DOCENTE E O PAPEL DO EDUCADOR............................................ 15

3.2 DAS ESTRATÉGIAS NA PRÁTICA DOCENTE.................................................. 18

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................22
4

O PAPEL DO EDUCADOR (PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR) NA CONSTRUÇÃO DO


CONHECIMENTO

Jeferson Soares Terra1 – Bacharel em


teologia

Cinthia Melo da Costa Breves2 – Mestre


em Ciências Biológicas

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo mostrar o papel do educador na prática docente no Ensino Superior na
construção do conhecimento, defendendo a hipótese de que o professor enfrentará grandes desafios e
dificuldades, visto que, ao ingressar na faculdade o estudante universitário dispõe de uma grande bagagem
de conhecimento nas áreas de tecnologia e informática, além de senso crítico de cidadão, o que obrigará o
professor a se atualizar, se aprimorar e buscar novos métodos e estratégias no processo ensino-
aprendizagem. Baseado nas referências bibliográficas, este artigo busca provar de forma acadêmica, que a
educação pode e deve ser repensada e aprimorada, através da capacitação adequada dos professores.
Espero ter alcançado o objetivo proposto, visto que a bibliografia me foi favorável e satisfatória, de
linguagem simples e fácil entendimento.

Palavras-chave: Educação. Professor. Ensino. Aluno. Aprendizagem.

ABSTRACT

This article aims to show the role of the educator in teaching practice in higher education in the construction
of knowledge, defending the hypothesis that the teacher will face great challenges and difficulties, since, when
entering college, the university student has a great deal of baggage. of knowledge in the areas of technology
and information technology, as well as a critical sense of citizen, which will force the teacher to update,
improve and seek new methods and strategies in the teaching-learning process. Based on bibliographic
references, this article seeks to prove academically that education can and should be rethought and improved
through proper teacher training. I hope to have achieved the proposed objective, since the bibliography was
favorable and satisfactory for me, with simple language and easy understanding.

Words - key: Education. Teacher. Teaching. Student. Learning.

__________________

Jeferson Soares Terra1 – jefersons.terra@gmail.com


Cinthia da Costa Breves2 – cinthiabreves@hotmail.com
5

INRODUÇÃO

Contemplando a evolução das ciências, os grandes avanços tecnológicos e a


velocidade com que a informação é divulgada nos dias atuais, não se pode negar que é
visível e urgente a necessidade de uma adequação aos novos métodos de ensino e
aprendizagem, que viabilize e permita atender as demandas da educação no século XXI.

O educador do presente século não pode ser um simples transmissor de conteúdo,


de quem teoricamente se pensava ser o detentor de todo o conhecimento. Na educação da
pós-modernidade o docente deve atuar como mediador e facilitador do processo,
transformando a mensagem em conhecimento.

Partindo da hipótese que não existe um método que seja considerado o mais
correto ou eficiente, a prática docente deve ser exercitada antes, para, com sucesso, ser
exercida depois; o professor no presente século precisará buscar, criar, ousar e usar
metodologias, técnicas e estratégias eficientes além das já existentes, para melhor se
adequar às necessidades do momento.

Este artigo tem por objetivo abordar o papel do educador na prática docente no
ensino superior na construção do conhecimento, vislumbrando a hipótese de que o
professor poderá enfrentar grandes desafios e dificuldades em sua prática docente, se não
se atualizar e buscar aprimoramento profissional, visto que atualmente, ao ingressar na
faculdade, o estudante já traz consigo grande bagagem de conhecimento tecnológico e na
área de informática.

A pesquisa faz uma abordagem resumida, desenvolvida em três capítulos


temáticos: O capítulo 1. O que é a educação e a que se destina – fala da composição
estrutural da educação em seus diferentes níveis escolares, desde a educação básica ao
nível superior e suas respectivas finalidades, focalizando também o exercício do
magistério e o educando como alvo da ação pedagógica no processo ensino-
aprendizagem.

O capítulo 2. Construindo o conhecimento – mostra o perfil do educador e a arte


de lecionar, ilustrando o comportamento do professor, suas habilidades e seu
relacionamento com o aluno no processo educativo.
6

O capítulo 3. A prática docente no ensino superior – trata do saber docente, o papel


do educador e algumas metodologias que podem e/ou devem ser usadas pelo professor de
modo a facilitar a assimilação do aluno em sua aprendizagem.

1. O QUE É EDUCAÇÃO E A QUE SE DESTINA.

Este primeiro capítulo dispõe sobre a educação e sua finalidade, de acordo com a
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB).

Fala do exercício do magistério, apontando as exigências para o exercício da


função e da necessidade da formação qualificada para o desempenho da prática docente
nos respectivos níveis de escolaridade.

Aponta o educando, o principal alvo da ação pedagógica, como um elemento que


precisa da mediação do educador para reformular seu desenvolvimento intelectual.

1.1 A EDUCAÇÃO E SUA FINALIDADE

De acordo com o dicionário AURÉLIO (1975), da língua portuguesa, a palavra


educação1 deriva do latim educatione (ato ou efeito de educar), que também significa
nível ou tipo de ensino. Da mesma forma, também com origem no latim (educatore), vem
o vocábulo educador2, aquele que educa (ensina).

A educação brasileira, de acordo com o que preconiza a Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seus Art.
1º e 2º, é um dever3 da família e do estado, que na esfera escolar, se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias e tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação laborativa.

A composição4 da educação, segundo a LDB (1996), tem diferentes níveis


escolares, que são: “I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino

1
AURÉLIO, Dicionário da língua portuguesa – p.499.
2
Idem. P.499.
3
LDB. Lei de Diretrizes e Base – p.7.
4
Idem. P.14.
7

fundamental e ensino médio; e II - educação superior”, tendo, cada nível, suas finalidades
específicas.

Em seu Art. 22, a LDB (1996), prevê que “a educação básica tem por finalidade5
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável ao exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.”

Para o ensino médio, diz o Art.35 da referida lei, que a educação tem por
finalidade “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental, a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando”, além do
desenvolvimento da competência intelectual e do pensamento crítico, a compreensão dos
fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com
a prática, no ensino de cada disciplina. (LDB, 1996)

Sobre a finalidade6 da educação superior, o Art.43 da LDB (1996), estabelece,


dentre outras finalidades, a estimulação da criação cultural e o desenvolvimento do
espírito científico, bem como do pensamento reflexivo, além de formar diplomados nas
diferentes áreas de conhecimento, aptos à inclusão nos diversos campos profissionais.

Em sua análise filosófica sobre a educação, LUCKESI (1994), mostra a educação


como redenção7 da sociedade; nesse sentido, segundo o autor, a educação tem por
finalidade a integração e adaptação dos indivíduos à sociedade, através da formação de
sua personalidade para o desenvolvimento de suas habilidades e para a propagação dos
valores éticos necessários ao convívio social.

A educação também é apontada por LUCKESI, como um meio de transformação8


da sociedade; essa interpretação objetiva o entendimento da “educação como mediação
de um projeto social para demonstrar que é possível compreender a educação dentro da
sociedade, com os seus determinantes e condicionantes, mas com a possibilidade de
trabalhar pela sua democratização”.

5
LDB.. Lei de Diretrizes e Base – P.14.
6
Idem. p.20.
7
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.38.
8
Idem. P.48.
8

Para a filosofia da educação, a educação se apresenta dentro de numa sociedade


como um instrumento de manutenção ou transformação social9. (LUCKESI, 1994)

Na visão do educador e filósofo Paulo Freire, autor do livro intitulado Paulo Freire
para Educadores, a educação “é um processo10 pelo qual as pessoas vão se completando
durante toda a vida na busca de serem mais”. (FREIRE, 1998)

1.2 O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO


Ao exercício do magistério, segundo AURÉLIO (1975), dá-se o nome de
docência11; e, aquele que exerce essa ação ou ofício é denominado docente12(do alemão
dozente), aquele que ensina.

O crescente número de profissionais13 não qualificados para a docência no ensino


superior, segundo BARBOSA (2009), traz grande preocupação tanto no contexto
nacional, como internacional, em virtude de um certo consenso de que o domínio de áreas
específicas do conhecimento é suficiente para a prática docente, não precisando de
qualquer formação no campo do ensinar na docência do ensino superior.

Ao contrário do que muitos profissionais acreditavam, não basta apenas o domínio


em determinada área do conhecimento para exercer o magistério no contexto
universitário. De acordo com o relato de RIOS (2016), muitas universidades tem recebido
profissionais que mesmo possuindo anos de experiência e estudo nas áreas específicas,
são despreparados14 e sem conhecimento técnico e científico do processo de ensino e
aprendizagem.

Ao discorrer sobre a função do educador no processo educativo, LUCKESI


(1994), chama a atenção para a necessidade de uma preparação15 adequada do educador
para o exercício do magistério, “tanto do ponto de vista do compromisso político, quanto
do ponto de vista da competência técnica e científica, que ela exige”.

Em relação ao que LUCKESI reivindica, a LDB (1996), é bem específica quanto


a capacitação para o exercício do magistério. De acordo com a referida lei, é necessário

9
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – P.31.
10
FREIRE, Paulo. Paulo Freire para educadores – p.58.
11
AURÉLIO, Dicionário da língua portuguesa – p.487.
12
Idem. P.487.
13
BARBOSA, Didática no ensino superior – p.9.
14
RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário – p.139.
15
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.98.
9

ter formação16 de docente em nível superior, para atuar na educação desde o ensino
fundamental, “sendo admitido como formação mínima para o exercício do magistério na
educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a formação
oferecida em nível médio, na modalidade Normal”.

Em seu Art. 66, a LDB (1996) também regulamenta a preparação para o exercício
do magistério superior,17 que será feita em nível de pós-graduação, prioritariamente em
programas de mestrado e doutorado. O parágrafo único do Art. 66, estabelece ainda, que
“o notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afim,
poderá suprir a existência de título acadêmico”.

Nesse sentido, para que as instituições de Ensino Superior sejam fortalecidas e


apontadas como o lugar para a formação do docente, segundo BARBOSA (2009), é
necessário que dessas instituições seja exigido que seus docentes sejam titulados em pós-
graduação18 stricto sensu, em no mínimo um terço, de acordo com o previsto no Art 52,
da LDB (1996), incisos II e III.

1.3 O EDUCANDO, PRINCIPAL ALVO DA PRÁXIS PEDAGÓGICA


Na práxis pedagógica, o educando19 é visto por LUCKESI (1994), como o sujeito
que busca a escola visando adquirir um nível mais elevado de conhecimentos, de
habilidades e modos de agir. É um elemento que precisa da mediação20 do educador para
reformular seu desenvolvimento intelectual, e tomar em suas próprias mãos o saber
espontâneo que possui, para reorganizá-lo com a apropriação da cultura elaborada.
Assim, o educando é um sujeito possuidor de capacidade de avanço e
crescimento, só necessitando para tanto da mediação da cultura elaborada, que
possibilita a ruptura com o seu estado espontâneo. LUCKESI (1994)

Em sua análise, LUCKESI (1994) admite então, que o educando nem é totalmente
ignorante e nem possuidor de todo saber – sendo detentor de um limitado conhecimento
adquirido no dia-a-dia, necessita da mediação da cultura elaborada para não permanecer
carente de entendimento e consciência21.

16
LDB. Lei de Diretrizes e Base – p.26.
17
Idem.P.27.
18
BARBOSA, Didática no ensino superior –p.7.
19
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.117.
20
Idem.P.118.
21
Idem.p.119.
10

“A consciência22 de ser inacabado dá às pessoas a possibilidade de irem


além”.(FREIRE, 1998)
Sabendo que atualmente o aluno do ensino superior ao ingressar na faculdade traz
consigo um grande conhecimento das áreas tecnológicas e de informática, sendo um
cidadão crítico e participativo dos acontecimentos da atualidade, RIOS (2016) entende
que o bom senso deve permear os professores para que assumam a responsabilidade23
profissional de fazer com que os alunos realmente aprendam.
Um bom professor é aquele que apresenta competência de explicar o conteúdo
de forma clara e objetiva e é caracterizado por um alto nível de conhecimento,
habilidade de organizar o conteúdo, capacidade de motivar os alunos,
competência para avaliar e repensar sua prática, focada na aprendizagem do
aluno. (RIOS, 2016, p.142.)

Na opinião de RIOS (2016), o objetivo de tornar o conhecimento algo prazeroso,


precisa ser cultivado através da boa interação entre professor e aluno, visto que a “escola
é o espaço social que tem como função específica possibilitar aos educandos24 a aquisição
de conhecimentos científicos”.

2. CONSTRUINDO O CONHECIMENTO

O presente capítulo focaliza o perfil do educador na construção do conhecimento,


como alguém possuidor de habilidades na utilização e aplicação de procedimentos de
ensino.

Aborda a arte de ensinar como um dom que o educador possui, que ao ser
compartilhado é refletido em sua prática docente.

Descreve também, o papel do aluno no processo da apropriação do conhecimento,


na busca da informação e da instrução.

2.1 O PERFIL DO EDUCADOR

Na práxis pedagógica, Segundo LUCKESI (1994), “o educador25 é aquele que,


tendo adquirido o nível de cultura necessário para o desempenho de sua atividade, dá
direção ao ensino e à aprendizagem”.

22
FREIRE, Paulo. Paulo Freire para educadores – p.55.
23
RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário – p.142.
24
Idem. P.140.
25
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.115.
11

LUCKESI (1994) entende que o educador26 deve ter o desejo de ensinar, precisa
querer ensinar e deve ter paixão pelo que faz. Para esse autor, o processo educativo requer
afetividade, o que evidencia a arte de ensinar, que em sua concepção, é “um desejo
permanente de trabalhar, das mais variadas e adequadas formas, para a elevação cultural
dos educandos”.

Na visão CORTELLA (2018), o professor ou professora, é alguém que deve ter


imenso prazer no cumprimento de sua missão de educador, demonstrando amor pelo que
faz e para quem é feito, ainda que em condições27 absolutamente difíceis e desanimadoras,
porém, sem desistir, porque sabe que há muito para ser feito, reinventado, recriado e
renovado.

Um professor que não leva a sério sua prática28 docente, que não estuda e
ensina mal o que mal sabe, que não luta para dispor das condições materiais
indispensáveis à sua prática docente, se proíbe de participar para a formação
da imprescindível disciplina intelectual dos estudantes. Se anula, pois, como
professor. (FREIRE, 1998)

No livro intitulado A nova revolução do professor, seu autor Josh Stumpenhorsts,


traz a ideia de que desenvolver relacionamentos29 com os alunos no sentido afetivo,
possivelmente seja a ação mais importante de um professor. STUMPENHORSTS (2018)

Em decorrência das profundas mudanças na educação superior nas últimas


décadas, ocasionando grande número de vagas nas instituições públicas e privadas,
segundo afirma Gilma Maria Rios, doutora em educação pela Universidade de Brasília,
emergiu também, a demanda de pessoal qualificado na busca de melhorias30 na forma de
construção do conhecimento. (RIOS, 2016)

Segundo RIOS (2016), devido ao cenário de rápidas transformações, procura-se o


professor que repensa sua prática pedagógica, que organiza seus conteúdos e apresente
um conhecimento diversificado que contribua para o aprendizado, tendo a compreensão

26
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – P.117.
27
CORTELLA, Mário Sérgio. Nós e a escola – p.14.
28
FREIRE, Paulo. Paulo Freire para educadores – P.71.
29
STUMPENHORSTS, Josh. A nova revolução do professor – p.21
30
RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário – p.138.
12

de que a sala de aula é uma local de troca de conhecimentos, onde o docente31 também
aprende com o aluno.

Para atrair o aluno, fazendo com que o aprender32 seja significativo para ele,
segundo RIOS (2016), é necessário que o professor tenha uma postura diferenciada, que
estabeleça uma boa interação com o aluno, despertando no mesmo uma consciência
crítica e cidadã, através do envolvimento com a ação pedagógica, com a percepção de
que a prática docente precisa fascinar o aluno, motivando-o a aprender cada vez mais.

“Desse modo, o compromisso ético-político do educador deve trazer esperança


para o contexto escolar. Com sua prática, o docente precisa encantar33 e sensibilizar o
aluno”.

Faz-se necessário refletirmos sobre as qualidades que um bom professor deve


possuir. Primeiramente, pensamos nos professores que, para nós, foram
significativos, deixando suas marcas não só no conhecimento, mas
principalmente, na ética e na postura; os verdadeiros educadores. Em nossa
jornada, muitas qualidades e/ou características podem ser apresentadas, como
a competência e a seriedade no exercício da profissão. Muitos aspectos podem
ser citados, mas ainda percebemos que um professor sério, dedicado e
competente conduz com firmeza o trabalho pedagógico. Não obstante, na atual
conjuntura, o bom professor ainda prioriza a transmissão e exposição de
conteúdos significativos, que possam ser assimilados pelos alunos. (RIOS,
2016)

Assim, para RIOS (2016), o perfil do bom docente34 universitário reflete a imagem
de alguém dinâmico, compromissado, competente, habilidoso em seu relacionamento
com os alunos e a sociedade, que “tenha domínio do conteúdo e das técnicas de ensino e
aprendizagem e, sobretudo”, “compromissado com o resultado final de seu trabalho: o
aprendizado do aluno”.

2.2 A ARTE DE ENSINAR.

31
RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário – p.138.
32
Idem.p.140.
33
Idem.p.141.
34
Idem. p.144.
13

A arte de ensinar, conhecida como didática35(do grego didaktiké), tem o “como


fazer” a prática pedagógica por objetivo, mas, segundo BARBOSA (2009), essa prática
pedagógica só tem sentido quando aliada ao “pra que fazer” e ao “por que fazer.”

O permanente desejo de trabalhar, das mais diversas e apropriadas formas com o


objetivo de crescimento cultural dos educandos, para LUCKESI (1994), nada mais é do
que a “arte de ensinar36.”

Conforme escreveu FREIRE (1998), ensinar não é simplesmente transmitir


conhecimento. Na visão desse educador, o ensino só tem um real efeito quando os alunos
aprendem a apreender37 a razão do objeto ou conteúdo do que está sendo ensinado.

FREIRE (1998) enxergava a educação como a teoria do conhecimento sendo


praticada38; dizia que o conhecimento que o educador possui reflete diretamente na sua
prática pedagógica, com a qual, segundo RIOS (2016), “o docente precisa encantar39 e
sensibilizar o aluno”.

O diálogo40, FREIRE (1998) entendia como um importante instrumento para o


educador; e falava que “o papel do educador não é propriamente falar ao educando sobre
sua visão de mundo ou lhe impor esta visão, mas dialogar com ele sobre a sua visão e a
dele”.

No livro Aula nota 10 - 2.0 (2018) seu autor Doug Lemov, enfatiza que, o que o
professor ensina é tão importante41 quanto como o que ele ensina. LEMOV (2018),
reforça sua ênfase dizendo que quanto melhor a habilidade de ensinar, maiores serão os
benefícios resultantes da escolha de um conteúdo.

Para LUCKESI, o professor é um interventor que ajuda o aluno a ganhar


autonomia e diferenciar a verdade do erro, compreendendo as realidades42 sociais e sua
própria experiência.

35
BARBOSA, Jane Alves Rangel. Didática no ensino superior – p.8.
36
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.117.
37
FREIRE, Paulo. Paulo Freire para educadores – p.69.
38
Idem. p.59.
39
RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário – p.141.
40
FREIRE, Paulo. Paulo Freire para educadores – p.65.
41
LEMOV, Doug. Aula nota 10 – 2.0. – p.72.
42
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.74.
14

2.3 O PAPEL DO ALUNO

Quando o objetivo se refere à apropriação do conhecimento pelo aluno, segundo


ANASTASIOU (2015), cabe a este, a ação43 consciente e constante de assistir aulas,
buscar a informação, buscar a instrução e o exercitar-se.

O grau de envolvimento na aprendizagem, conforme disse LUCKESI (1994), não


depende somente do professor, mas também, da prontidão e disposição44 do aluno e do
contexto da sala de aula.

Visto que o conhecimento é o resultado da troca de experiências estabelecidas na


interação entre o meio e o sujeito, sendo o professor o mediador no processo educativo,
também merece destaque o papel do aluno, que, na afirmação de LUCKESI (1994),
participa45 na busca da verdade, confrontando suas experiências adquiridas no cotidiano,
com os conteúdos e modelos expressos pelo professor.

“Aprender46, dentro da visão da pedagogia dos conteúdos, é desenvolver a


capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando
os dados disponíveis da experiência”. (LUCKESI, 1994)

Tendo em vista que a aprendizagem só acontece quando o aluno remove sua visão
parcial e confusa, obtendo uma nova e mais clara visão, na observação de LUCKESI
(1994), é necessário que o aluno compreenda47 com clareza, o que o professor lhe diz em
relação ao conteúdo.

As novas tecnologias, as perspectivas de uma formação profissional para o


mercado de trabalho, bem como o tempo de duração dos cursos de graduação, atraíram
um público diversificado para a educação superior. São pessoas de diferentes atividades
cotidianas além da vida acadêmica, fato que segundo BOLFER (2008), revela que “o
modo como o professor compreende o papel48 do aluno é o fundamental norteador de sua
prática docente”.

43
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – p.19.
44
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.72.
45
Idem.p.71.
46
Idem.p.72.
47
Idem. p.72.
48
BOLFER, Reflexões sobre prática docente – p.120.
15

Para BOLFER (2008), se o professor compreende o aluno partindo de uma relação


vertical49, em que o professor é o detentor de todo o conhecimento e comandante da sala
de aula, ao aluno, cabe somente o papel de repetir automaticamente as informações
ouvidas passivamente durante a exposição ou demonstração do professor. Porém, se por
outro prisma o professor entender o aluno a partir de uma relação horizontal, o processo
ensino-aprendizagem possibilitará ao aluno uma atuação ativa, com atividades básicas
que lhe permitirão experimentar, comparar, analisar, levantar hipóteses e argumentar,
visando a sua aprendizagem.

Considerando a realidade dos alunos na educação superior, percebemos que ‘o


professor não devia nunca desestimular, nunca devia desistir do aluno’. Essa
fala expressa que o papel50 do aluno é o do sujeito em formação, predisposto à
aprendizagem, via ação intencional do professor, mesmo que o professor ‘não
tenha todas as respostas’. Os professores também se colocam como sujeitos
inconclusos, não detentores de todos os conhecimentos, se colocam como seres
humanos – que também se constituem no decorrer dos processos de interação.
Se colocam, também, como quem indaga sua própria ação: ‘como ser agente
de transformação? Como a teoria pedagógica pode contribuir?’ As questões
revelam que os professores têm, no discurso, a ideia de que precisam ser
agentes de transformação e que a teoria pedagógica pode contribuir para isso (
BOLFER, 2008).

3. A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR

Este terceiro capítulo dispõe sobre o saber docente e o papel do educador,


mostrando o verdadeiro entendimento do que seja ensinar.

Aponta as estratégias como ferramentas de trabalho para a prática docente no


preparo e direção das atividades e ações necessárias ao desenvolvimento do aluno na
construção do conhecimento.

3.1 O SABER DOCENTE E O PAPEL DO EDUCADOR

Na visão de FREIRE (2002), assim como muitas funções como por exemplo,
cozinhar, velejar e outras mais, exigem saberes específicos para serem exercidas, alguns
saberes51 são indispensáveis à prática docente. Um desses saberes é que desde o princípio

49
BOLFER, Reflexões sobre prática docente – p.120.
50
Idem. p.121.
51
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – p.12.
16

de sua experiência, ao assumir-se como sujeito da produção do saber, o educador deve


estar convencido “que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades
para sua produção ou construção”.

Na concepção de FREIRE (2002), “Ao ser produzido, o conhecimento52 novo


supera outro que antes foi novo e se fez velho e se dispõe a ser ultrapassado por outro,
amanhã”. O autor afirma que tão importante como conhecer o conhecimento existente, é
saber que somos suscetíveis e capacitados ao conhecimento ainda não existente.

Como um ser histórico e cultural, o professor traz consigo uma grande bagagem
de saberes,53que segundo BOLFER (2008), são saberes que refletem na prática docente,
resultando no desenvolvimento e aprendizagem do aluno; saberes tais como: “saberes
pessoais, saberes provenientes da formação para o magistério, saberes provenientes dos
materiais didático-pedagógicos que utiliza e saberes provenientes da própria atividade
docente”, contemplando valores, crenças, atitudes, conhecimentos e concepções.

No processo ensino-aprendizagem na era pós-moderna, é imprescindível o


verdadeiro entendimento do que seja ensinar. Derivado do latim “insignare”54, esse verbo
tem o significado de marcar com um sinal, que deveria ser de vida, busca e despertar para
o conhecimento, que conforme explica ANASTASIOU (2015), traz em si, duas
dimensões: uma utilização intencional (a intenção de ensinar) e uma de resultado (a
efetivação dessa meta).

Segundo ANASTASIOU (2015), foi diante das reflexões sobre a diferença entre
aprender e apreender, que surgiu o termo ensinagem, usado para indicar uma
reciprocidade didática entre professor e aluno, resultando na aprendizagem do estudante,
que passa a superar o simples dizer do conteúdo apresentado pelo professor. É nessa
superação que se inserem os processos de ensinagem.55

Trabalhando com os conhecimentos estruturados como saber escolar, é


fundamental destacar o aspecto do saber referente ao gosto ou sabor, do latim
sapere – ter gosto. Na ensinagem, o processo de ensinar e aprender exige um
clima de trabalho tal que se possa saborear o conhecimento em questão. O
sabor é percebido pelos estudantes quando o decente ensina determinada área

52
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – p.14.
53
BOLFER, Reflexões sobre prática docente – p.61.
54
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – p.18
55
Idem.p.20.
17

que também saboreia, na lida cotidiana e profissional e/ou, a pesquisa, e a


socializa com seus parceiros na sala de aula. Para isso, o saber inclui um saber
o quê, um saber como, um saber por quê e um saber pra quê. (ANASTASIOU,
2015)

No livro Processos de ensinagem na universidade ANASTASIOU (2005), mostra


a importância de uma reflexão responsável sobre a utilização dos termos estratégia,
técnica e dinâmica, termos que se referem aos meios ou processos56 que o professor usará
em sala de aula.

Segundo a autora, a palavra “estratégia”57, que tem origem no grego e no latim,


significa a “arte de explorar ou aplicar os meios e condições favoráveis e disponíveis,
com vista à consecução de objetivos específicos”; a palavra “técnica”58, também de
origem grega, “refere-se à arte material ou ao conjunto de processos de uma arte, maneira,
jeito ou habilidade especial de executar ou fazer algo”; e a palavra “dinâmica”,
igualmente de origem grega, explica ANASTASIOU (2005), “diz respeito ao movimento
e às forças, ao organismo em atividade ou ainda, à parte da mecânica que estuda os
movimentos”.

Dessa forma, a autora mostra que dependendo do objeto do trabalho docente, e


para uma melhor forma de assimilação, do professor, será exigido “criatividade,
percepção aguçada, vivência pessoal profunda e renovadora, além da capacidade de pôr
em prática uma ideia valendo-se da faculdade de dominar o abjeto trabalhado”.

Sobre a velha metodologia de memorização,59ANASTASIOU (2005) claramente


admite que essa é insuficiente na educação da pós-modernidade, cabendo ao professor ser
um verdadeiro estrategista, “no sentido de estudar, selecionar, organizar e propor as
melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do
conhecimento”.

Visto que a construção do conhecimento é um momento de desenvolvimento


operacional da atividade do aluno, destaca ANASTASIOU (2015), que o papel60 do
professor é desafiar, estimular e auxiliar os estudantes a construírem uma conexão com o

56
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – p.68.
57
Idem. p.68.
58
Idem. p.69.
59
Idem.p.69.
60
Idem.p.37.
18

objeto de aprendizagem que, em algum nível, atenda algumas de suas necessidades,


auxiliando-os na tomada de consciência das necessidades socialmente existentes numa
formação universitária.

Para atender às demandas da educação superior na pós-modernidade, segundo


RIOS (2016), um dos grandes desafios é a necessidade da formação61 adequada do
professor universitário, o qual precisa desenvolver competências específicas, pessoais e
profissionais para atender tais exigências. “Além de dominar o conteúdo que ensina, as
técnicas didático-pedagógicas, saber dosar o conteúdo, avaliar e refletir sobre sua prática,
ele precisa estar constantemente lendo e pesquisando, a fim de produzir o saber”.

“O professor que deseja melhorar suas competências profissionais e metodologias


de ensino, além da própria reflexão e atualização sobre o conteúdo da matéria ensinada,
precisa estar em estado permanente de aprendizagem.”62(BARBOSA, 2009)

A plena consciência do seu papel63 na práxis pedagógica, faz com que o professor
compreenda o sentido da prática docente, visto que, aquilo que faz está diretamente
relacionado aos seus conhecimentos, valores e atitudes (BOLFER, 2008).

3.2 DAS ESTRATÉGIAS NA PRÁTICA DOCENTE


As estratégias,64 segundo ANASTASIOU (2015), são ferramentas de trabalho
definidas pelo docente ou pelo contrato didático, para a mediação docente no preparo e
direção das atividades e ações necessárias ao desenvolvimento do aluno na construção do
conhecimento.
Baseando-se nas principais diferenças entre educador e educando como seres
humanos, porém, personagens da prática pedagógica, LUCKESI (1994), reconhece “que
o papel65 do educador está em criar condições para que o educando aprenda e se
desenvolva, de forma ativa, inteligível e sistemática.”

Na mesma linha interpretativa de FREIRE (1998)66, ANASTASIOU (2015),


afirma que sendo o objetivo a apropriação67 do conhecimento pelo aluno, é necessário

61
RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário – p.150.
62
BARBOSA, Jane Alves Rangel. Didática no ensino superior – p.10.
63
BOLFER, Reflexões sobre prática docente – p.111.
64
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – p.21.
65
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação – p.119.
66
FREIRE, Paulo. Paulo Freire para educadores – p.69.
67
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – p.19.
19

substituir o aprender como processo de memorização, por apreender, “do latim


apprehendere, que significa segurar, prender, pegar, assimilar mentalmente, entender,
compreender, agarrar”.

As estratégias têm objetivos,68 mas precisam dar transparência e clareza aos


professores e alunos, do que se pretende alcançar com o processo de esnsinagem.
Conhecer o aluno em seu modo de ser, de agir, de estar, além de sua dinâmica pessoal,
para ANASTASIOU (2005), é essencial, visto que através das estratégias é possível
aplicar e explorar meios, jeitos e formas de evidenciar o pensamento, respeitando as
condições favoráveis para a execução de algo.

Para os docentes universitários acostumados ao modelo antigo de exposição de


conteúdos prontos, acabados e determinados, não é fácil lidar com diferentes estratégias.
A atual configuração e a organização disciplinar em grade curricular, predominantemente
conceituam a palestra como a principal forma de trabalho.69 E os próprios alunos esperam

do professor a contínua exposição dos assuntos que serão aprendidos. Quando


o professor é desafiado a atuar numa nova visão em relação ao processo de
ensino e de aprendizagem, poderá encontrar dificuldades, até mesmo pessoais,
de se colocar numa diferenciada ação docente. Geralmente, essa dificuldade se
inicia pela própria compreensão da necessidade de ruptura com o repasse
tradicional. (ANASTASIOU, 2005)

Para romper70 com essas formas tradicionais de memorização, estabelecidas ao


longo da história, ANASTASIOU (2005) fala de alternativas que têm sido cridas, tais
como a “criação coletiva de momentos de experimentação, vivência e reflexão
sistemática, com relatos de experiências socializados pelos colegas”, onde as dificuldades
são objetos de estudo, visando a superação dos obstáculos.

Objetivando superar a tradicional palestra docente, uma outra estratégia71 que vem
sendo apresentada, é a aula expositiva dialogada, onde “a participação do estudante terá
suas observações consideradas, analisadas, respeitadas, independentemente da
procedência e pertinência delas, em relação ao assunto tratado” (ANASTASIOU, 2005).

68
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – p.70.
69
Idem.p.71.
70
Idem.P.72.
71
Idem.p.79.
20

Em virtude da relação existente entre o processo de apreensão e o tipo de conteúdo


trabalhado, segundo ANASTASIOU (2015), compete72 ao professor planejar e conduzir
esse processo contínuo de ações, possibilitando aos estudantes, seguirem construindo,
agarrando, apreendendo o quadro teórico-prático pretendido, em momentos sequenciais
e de complexidade crescente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o exposto ao longo do presente artigo, espero ter atingido o


objetivo proposto pelo tema, que através da pesquisa realizada e desenvolvida em três
capítulos temáticos, buscou falar de forma simples e objetiva sobre o papel do educador
e a prática docente no ensino superior na construção do conhecimento.

Observando cuidadosamente as literaturas inerentes à educação, citadas em


referências bibliográficas, à luz da legislação vigente, confesso que muito aprendi com os
respectivos autores; e, considero urgente, a necessidade da implementação e o incentivo
de políticas públicas e medidas eficientes que viabilizem o aparelhamento cabível e
necessário ao sistema educacional no Brasil, para que o docente tenha de fato, os meios
necessários para o exercício de sua missão de educador, bem como o aluno, sendo o
beneficiário do processo educativo, seja, não somente de fato, mas por direito,
contemplado com todos os benefícios decorrentes, favoráveis à construção do seu
conhecimento.

Conforme descreve Cortella (2018), “há muito para ser feito, reinventado,
recriado e renovado”. Sendo o educador o sujeito de sua prática, torna-se necessário
buscar o novo; a ciência avança, novos conhecimentos nascem, novas necessidades
surgem no seio da sociedade mudando a visão de mundo do cidadão e sua relação com
seus pares, a natureza, o trabalho, etc.

Cabe ao educador pesquisar, pois, sem pesquisa não há ensino; entendo que a
pesquisa, além de ser uma atividade, deve ser um hábito constante do educador, sendo
também, um eficiente instrumento na prática docente do ensino superior.

72
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de ensinagem na universidade – 23.
21

Dotada de caráter investigativo e científico, a pesquisa possibilita novos


conhecimentos, novas descobertas, novos recursos e também incentiva o aluno a buscar
respostas, estudando mais profundamente os problemas.

A educação na era pós-moderna traz grandes e novos desafios ao educador do


presente século. A cada dia surge uma nova tecnologia que, ao contrário do que muitos
imaginam, ao invés de complicar, pode ser uma importante ferramenta na prática docente
em sala de aula, não somente na educação fundamental, como também, na construção do
conhecimento no ensino superior.

Assim, como muitas profissões exigem um aperfeiçoamento, uma especialização


ou até mesmo um curso de extensão, a profissão de educador requer do docente uma
busca constante do conhecimento, da educação continuada e a consciência de que
conhecimento nunca é demais; que antes de ser exercida, a prática docente deve ser
exercitada, cabendo ao professor, buscar e/ou criar novas técnicas e estratégias para
aprimoramento e melhoria contínua de sua prática docente.

O professor do presente século deve estar sempre bem informado sobre o que se
passa na sociedade, mantendo-se atualizado em outros campos do conhecimento, além da
disciplina que ministra. É preciso ter uma visão social, cultural, política e econômica
condizente com suas ações e discursos, principalmente no modo como interpreta, explica
e justifica a realidade, para que possa refleti-la no exercício do magistério.
22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos e ALVES Leonir Pessate. Processos de


ensinagem na universidade. 5 ed. Juinviele: Unvile, 2005.

ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos e ALVES Leonir Pessate. Processos de


ensinagem na universidade. 10 ed. Juinviele: Unvile, 2015.

AURÉLIO dicionário da língua portuguesa.1ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,


1975.

BARBOSA, Jane Alves Rangel. Didática no ensino superior. 2ed. Curitiba: IESDE
Brasil S.A, 2009.

BOLFER, Maura Maria Morais de Oliveira. reflexões sobre prática docente.


Disponível em: https:<//www.unimep.br>, 2008. acesso em 12 de setembro de 2019.

CORTELLA, Mário Sérgio. Nós e a escola. 1ed. Petrópolis: Vozes, 2018.

FREIRE Paulo. Pedagogia da autonomia. 25ed. Saõ Paulo: Paz e Terra, 1996.

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LDB, Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Base. 1 ed. Brasília: 1996.

LEMOV, Doug. Trad: Marcelo de Abreu Almeida, Sandra Maria Mallman. Aula nota
10 -2,0. 2.ed. Porto Alegre: Penso: 2018.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação.14 ed. São Paulo: Cortez, 1994.

RIOS, Gilma Maria. Qualidades de um professor universitário: perfil e concepções


de prática educativa ensino em revista. 2016. Disponível em:<www.seer.ufu.br>, acesso
em 10 de setembro de 2019.

STUMPENHORSTS, Josh. Trad: Vera Joscelyne. A nova revolução do professor. 1ed.


Petrópolis: Vozes, 2018.

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