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Índice

1.INTRODUÇÃO.............................................................................................................................1

1.1 OBJECTIVOS............................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral.......................................................................................................................2

1.1.2. Objectivos especifícos............................................................................................................2

1.2. Metodologia do trabalho............................................................................................................2

2. COMPORTAMENTO DA ESPÉCIE UCA RAPAX..................................................................3

2.1. Território....................................................................................................................................3

2.2. Alimentação...............................................................................................................................3

2.3.Acasalamento (Reprodução)......................................................................................................4

2.4. Nicho ecológico.........................................................................................................................6

2.5.Orientação no espaço..................................................................................................................7

2.6. História natural..........................................................................................................................8

3. Conclusão.....................................................................................................................................9

4. Referências bibliográficas..........................................................................................................10
1.INTRODUÇÃO

A abordagem do presente trabalho do campo surge no âmbito do 1º Trabalho da Cadeira de


Biologia de Comportamento em que será fundamentado o tema referente: “Comportamento da
espécie Uca rapax”, na qual no ato da pesquisa serão considerados os seguintes aspectos:
Território, Alimentação, Acasalamento (Reprodução), Nicho ecológico, Orientação no espaço e
Historia natural.

As espécies Uca rapax fazem parte do manguezal que é um ecossistema costeiro de transição
entre os ambientes terrestres e marinhos característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito
ao regime das marés. Essas espécies ocorrem em regiões costeiras abrigadas como estuários,
baias e lagunas, e apresenta as condições propícias para alimentação, protecção e reprodução para
muitas espécies animais, sendo considerado importante transformador de nutrientes em matéria
orgânica e gerador de bens e serviços.

A abordagem de mais contextos relacionados com o Comportamento da espécie Uca rapax, será
desenvolvida a seguir durante o processo de fundamentação dos aspectos indicados para a sua
consideração no desenvolvimento do presente trabalho.

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1.1 OBJECTIVOS

1.1.1. Objectivo geral

 Analisar o Comportamento da espécie Uca rapax.

1.1.2. Objectivos especifícos

 Conceituar a espécie Uca rapax segundo o ponto de vista de alguns autores;


 Identificar o Território e o tipo de alimentação da espécie Uca rapax;
 Descrever a Orientação no espaço e a História natural da espécie Uca rapax.

1.2. Metodologia do trabalho

Para a concretização dos objectivos acima propostos, recorreu-se ao método bibliográfico que
consiste na busca de informações patentes em diversas obras publicadas pelos autores e páginas
já publicadas na internet, que trabalharam com os contextos relevantes para o desenvolvimento e
aprofundamento da pesquisa do trabalho científico.

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2. COMPORTAMENTO DA ESPÉCIE UCA RAPAX

2.1. Território

A espécie Uca rapax é uma espécie com distribuição geográfica bastante ampla: Atlântico
ocidental – Florida, Golfo do México, Antilhas, Venezuela. No Brasil ocorre do estado do Pará
até o Santa Catarina, no sul (MELO, 1996 e 1998).

Segundo Jones (1984), espécies que são adaptadas a extrair nutrientes de sedimentos arenosos,
com baixo conteúdo orgânico, podem ser encontradas, eventualmente, em áreas com sedimento
fino e alto teor de matéria orgânica. Por outro lado, espécies adaptadas a extrair seus nutrientes de
sedimentos lamosos, ricos em matéria orgânica, são restritas a este tipo de substrato, visto que
não são capazes de extrair nutrientes suficientes a partir de sedimentos grosseiros com baixo
conteúdo orgânico.

Os caranguejos do género Uca ocorrem em todos os oceanos, com excepção da Antártida,


abrangendo as regiões tropical, subtropical e temperadas. É distribuído ao longo da
costaAmericana, no Atlântico Ocidental, costa Africana no Atlântico Oriental, Oceano Índico e
no Indo-Pacífico. O género Uca (Leach, 1814) compreende mundialmente cerca de 97 espécies,
distribuídas em oito subgéneros.

2.2. Alimentação

As espécies Uca rapax se alimentam da superfície do sedimento, onde eles precisam de água para
separar partículas do alimento da areia (Quinn, 1986). Este comportamento poderia atrair animais
para os sedimentos finos, onde eles podem processar alimentos por causa da presença de água e
onde o alimento é provavelmente mais abundante (Christie et al., 2000). Caranguejos sondam os
primeiros milímetros do sedimento com os quelípodes e quando encontram sedimentos
apropriados, aumentam actividade de alimentação movimentando mais os quelípodes
direccionando-os para a boca (Cameron, 1966; Quinn, 1986).

Os caranguejos, têm diferentes estruturas que permitem que cada espécie se especialize no
consumo diferenciado das partículas e substratos diferentes (argila, areia e rochas). Os

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caranguejos Uca possuem peças bucais especializadas, com destaque de maxilípedes para
seleccionar a matéria orgânica no sedimento fino (Crane, 1975).

A sua alimentação é realizada fora das tocas e durante a maré baixa, sendo constituída
principalmente de matéria orgânica particulada encontrada no substrato, o qual é constantemente
enriquecido com a deposição de bactérias, microflora bentônica e pequenos organismos
assentados pela acção das marés, actuando assim na transferência de energia das áreas entre
marés para a coluna de água do estuário (DÍAZ & CONDE, 1989).

A matéria orgânica vegetal particulada constitui-se no principal item alimentar de espécies Uca
rapax e a sua disponibilidade depende da produtividade primária do manguezal, da actividade
microbiana, da textura do sedimento e da acção das marés. Além da matéria orgânica disponível
no substrato, os caranguejos violinistas podem se alimentar de algas, bactérias e outros pequenos
organismos existentes entre os grãos do sedimento

2.3.Acasalamento (Reprodução)

A reprodução é o principal mecanismo que mantém a continuidade das espécies de caranguejos


braquiúros, contribuindo para regular o tamanho da população (COSTA et al. 2006). A variação
no padrão reprodutivo em crustáceos é muito diversificada, visando a maximização da produção
de ovos e larvas, otimização da sobrevivência da prole e preservação da espécie.

A reprodução das espécies do género Uca rapax é geralmente sexuada, a maioria tem os sexos
separados (ou seja, são dioicos), mas há casos de hermafroditismo (e.g. Remipedia,
Cephalocarida, maioria das cracas e em alguns decápodes) e partenogênese é comum entre
muitos branquiópodes e em determinados ostrácodas. A maioria dos crustáceos encuba seus ovos
por períodos de tempo variados, dependendo do grupo. Os ovos podem ser presos a determinados
apêndices, contidos dentro de uma câmara incubadora, em partes variadas do corpo, ou retidas
dentro de um saco secretado quando os ovos são expulsos.

As espécies do género Uca rapax são caracterizadas por terem um nítido dimorfismo sexual, onde
os machos possuem um dos quelípodos bastante desenvolvido, enquanto que, nas fêmeas, os
quelípodos são pequenos e simétricos. As fêmeas utilizam os dois quelípodos para conduzir

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partículas alimentares do substrato até suas partes bucais, enquanto o macho utiliza apenas o
quelípodo menos para essa finalidade (Levinton et al., 1996).

O quelípodo maior é utilizado pelos machos para defesa, combate com outros machos e corte
(Christy & Salmon, 1984). Algumas fêmeas de ocipodídeos acasalam na toca dos machos ou na
superfície do substrato, o que tem sido considerado como dependente do tamanho da massa de
ovos de algumas espécies (Christy & Salmon, 1984). Entre as diferenças no comportamento de
exibição e corte, exibidos pelos machos, podemos citar que, nas espécies de fronte larga, esses
comportamentos parecem ser mais elaborados de modo a atrair as fêmeas para o acasalamento, o
qual ocorre dentro das tocas.

Os machos de Uca rapax maturaram com tamanhos superiores às fêmeas, o que pode estar
relacionado ao menor investimento energético por parte das fêmeas no crescimento somático,
pois estas gastam parte de suas energias no desenvolvimento das gônadas e formação e
manutenção dos ovos e dessa maneira os machos adquirem tamanhos superiores com o mesmo
recurso alimentar e, consequentemente, a maturidade sexual será atingida com tamanhos maiores
do que as fêmeas.

O período reprodutivo foi estimado segundo Santos (1978), sendo considerado contínuo, se as
fêmeas desovam com a mesma intensidade durante todo o ano, ou periódico ou sazonal, se for
verificado exclusivamente ou com maior intensidade durante duas estações do ano, reduzindo
suas frequências no decorrer das demais. Foram analisadas as frequências das fêmeas ovígeras
em relação às classes de tamanho e sua distribuição ao longo dos meses para estimar o período
reprodutivo.

O período reprodutivo pode ser influenciado por factores bióticos e abióticos, ou por uma
interacção entre eles. Dentre os factores abióticos, a temperatura é indicada como o principal
factor de influência nos processos reprodutivos, por promover um aumento na taxa metabólica.
Outros autores têm dado uma maior importância ao aporte de alimentos disponíveis no ambiente,
sendo este considerado o factor primário na determinação da taxa de crescimento e da produção
de ovos.

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A espécie Uca rapax apresentou dimorfismo sexual em relação ao tamanho médio da largura da
carapaça dos caranguejos, considerando que os machos atingiram tamanho superior ao das
fêmeas.

De acordo com Díaz & Conde (1989), a diferença de tamanhos entre os sexos, parece estar
relacionada com uma taxa elevada de crescimento ou um período mais prolongado de
crescimento em machos.

A fecundidade, ou seja, o número de ovos postos por fêmeas por desova pode ser característico
da espécie, o que não impede que haja uma variação dentro de alguns limites relacionados com a
idade do animal, tamanho e factores ambientais, como temperatura e suprimento.

2.4. Nicho ecológico

A maior parte da fauna desse ecossistema provém de ambientes marinhos, sendo dominados
principalmente por moluscos, crustáceos e peixes. Caranguejos e siris são os organismos mais
característicos, podendo ser observados ocupando uma grande variedade de nichos dentro do
manguezal (LEITÃO, 1995).

O nicho ecológico das espécies do género Uca rapax são os mangues, são nos mangues que elas
vivem e procriam. O mangue, é o habitat de algumas espécies de caranguejos, neste local eles
encontram alimentação, protecção contra os predadores e oxigenação ideal para a sobrevivência,
alimentan-se de peixes e outras espécies de animais mortos.

As espécies pertencentes ao género Uca são popularmente conhecidos, como caranguejos chama-
maré ou violinistas, constituindo um dos mais característicos grupos animais que vivem
associados à zonas intertidais de regiões tropicais e subtropicais, em particular as florestas de
manguezais (Crane 1975). Os representantes do gênero Uca, U. rapax é geralmente a espécie
mais abundante nos manguezais vivendo em galerias escavadas no lodo ou na areia lamosa.
Contribuem na retenção de nutrientes e energia pelo consumo do folhiço, aumentando a
degradação das folhas, remineralizando os nutrientes e promovendo a oxigenação pela actividade
de alimentação e escavação de tocas, as quais parecem estimular a produção de árvores dos
manguezais.

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Dentre os representantes do género Uca, U. rapax é geralmente a espécie mais abundante nos
manguezais vivendo em galerias escavadas no lodo ou na areia lamosa. Contribuem na retenção
de nutrientes e energia pelo consumo do folhiço, aumentando a degradação das folhas,
remineralizando os nutrientes e promovendo a oxigenação pela atividade de alimentação e
escavação de tocas, as quais parecem estimular a produção de árvores dos manguezais
(SCHAEFFER-NOVELLI, 1989).

A sobrevivência da maioria das espécies no manguezal, depende da interacção com três


gradientes ambientais: reguladores (salinidade, pH e concentração de sulfetos), recursos
(nutrientes, espaço e luz) e hidroperíodo (duração e frequência de inundação). Acredita-se que
cerca de duas mil espécies, entre animais e vegetais tenham como habitat os manguezais.

2.5.Orientação no espaço

A orientação no espaço é uma das características básicas de todos seres vivos, para decurso de
todos outros comportamentos. A orientação no espaço possibilita ao indivíduo colocar as
posições e postura das diferentes partes do corpo, num relacionamento funcional.

Existe uma segregação espacial ontogênica na distribuição desses indivíduos, onde os adultos
constroem suas tocas predominantemente no supralitoral, em regiões afastadas da água, enquanto
que os juvenis se estabelecem próximos à linha de água.

A maior parte da fauna de manguezais provém do ambiente marinho, representados


especialmente por uma grande quantidade de moluscos, crustáceos e peixes, além de outros
grupos. Entre os crustáceos, caranguejos e siris são organismos mais característicos, sendo
observados ocupando raízes, troncos, fendas e galhos das árvores, cavando galerias no sedimento,
ou mesmo nadando, de acordo com o movimento das marés (Leitão, 1995).

Os caranguejos chama-maré são bons "modelos" para estudos sobre a distribuição,


comportamentoe ecologia, pois diferentes espécies do género Uca ocorrem no mesmo ambiente,
compartilhando recursos disponíveis, como espaço e alimento.

Os carangueijos chama-maré, Uca rapax, da praia deixam sua galeria a noite e afastam-se para
distância de cerca de 40 cm, quando perturbados voltam rapidamente a correr em linha recta ao
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seu ninho. O Biólogo do Comportamento, V. Hagen (1967), investigou este comportamento e
concluíu haver os seguintes mecanismos alotéticos de orientação de Uca rapax:

 Anemotactismo, visto ser investigado numa arena com vento;


 Geotactismo, que deriva da posição horizontal do terreno;
 Fototactismo, devido a influência da lua nova sobre o comportamento.

Os caranguejos possuem dez patas, duas delas com finalidade de agarrar o alimento e, as demais,
utilizadas para a locomoção.

A locomoção do caranguejo é também uma característica que chama bastante atenção.


Normalmente, esses animais se locomovem lateralmente. Isso não significa, no entanto, que não
podem se rastejar para a frente. O movimento para a frente, no entanto, não é tão eficiente quanto
a movimentação lateral.

O caranguejo se locomove, geralmente, para a lateral. Entretanto, essa não é sua única forma de
locomoção. Eles também são capazes de andar para frente, sendo esse um movimento, no
entanto, mais lento.

A capacidade de natação é vista nos membros da família Portunidae. Nesse grupo, o último par
de patas é largo e se assemelha a remos, proporcionando uma natação ágil. Vale salientar que, no
Brasil, caranguejos com essa capacidade são denominados siris.

2.6. História natural.

Os manguezais são ecossistemas costeiros, que se originaram nas regiões dos oceanos Índico e
Pacífico e que dispersaram suas espécies pelo mundo, com auxílio das correntes marinhas
durante o processo da separação dos continentes (HERZ, 1987).

Seu desenvolvimento está limitado a uma área fisiográfica bem particular constituída sobre a
planície flúvio-marítima. Corresponde a um sistema ecológico distinto, localizado na transição
entre os meios marítimos, fluvial e terrestre, faixa de fluxo e refluxo das marés, junto aos
estuários e aos baixos cursos fluviais.

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3. Conclusão

Terminado o presente trabalho do campo, conclui-se que as espécies Uca rapax fazem parte do
manguezal que é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestres e marinhos
característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés.

O nicho ecológico das espécies do género Uca rapax são os mangues, são nos mangues que elas
vivem e procriam.

A matéria orgânica vegetal particulada constitui-se no principal item alimentar de espécies Uca
rapax e a sua disponibilidade depende da produtividade primária do manguezal, da actividade
microbiana, da textura do sedimento e da acção das marés. Além da matéria orgânica disponível
no substrato, os caranguejos violinistas podem se alimentar de algas, bactérias e outros pequenos
organismos existentes entre os grãos do sedimento.

O período reprodutivo pode ser influenciado por factores bióticos e abióticos, ou por uma
interacção entre eles. A reprodução das espécies do género Uca rapax é geralmente sexuada, a
maioria tem os sexos separados

As espécies do género Uca rapax são caracterizadas por terem um nítido dimorfismo sexual, onde
os machos possuem um dos quelípodos bastante desenvolvido, enquanto que, nas fêmeas, os
quelípodos são pequenos e simétricos.

A locomoção do caranguejo é também uma característica que chama bastante atenção. O


caranguejo se locomove, geralmente, para a lateral. Entretanto, essa não é sua única forma de
locomoção. Eles também são capazes de andar para frente, sendo esse um movimento, no
entanto, mais lento.

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4. Referências bibliográficas

Cameron, A.M., (1966). Some aspects of the behaviour of the soldier crab, Mictyris
longicarpus.Pacific Sci. 20, 224–234.

Crane, J. (1975). Fiddler Crabs of the World Ocypodidae: Genus Uca. PRINCETON University
Press. Princeton, New Jersey;

Christy, J.H. & Salmon, M. (1984). Ecology and evolution of mating systems of fiddler crabs
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Díaz, H., Conde, J. E.(1989). Population dynamics and life history of the mangrove crab Aratus
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p. 148-163.

Herz, R. (1987). Estrutura física dos manguezais da costa do estado de São Paulo. Anais do
Simpósio Sobre Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira. ACIESP. 54(2): 117-126.

Jones, D. A.(1984). Crabs of the mangal ecossystem, p. 89-109, in Por, F. D., Dor, I. (eds),
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Leitão, S. N. (1995). A fauna do manguezal. In: Schaeffer-Novelli, Y. Manguezal, Ecossistema


entre a terra e o mar. Caribbean Ecological Research.

Levinton, J.C.; Sturmbauer, C. & Christy, J. (1996). Molecular data and biogeography: resolution
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Quinn, R.H., (1986). Experimental studies of food ingestion and assimilation of the soldier
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Schaeffer-Novelli, Y. (1989). Perfil dos Sistemas litorâneos Brasileiros, com especial ênfase
sobre o ecossistema Manguezal. Publicação especial Instituto Oceanográfico São Paulo, 7: 1-16

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