Você está na página 1de 1

INÍCIO !

POLÍTICA

DESUMANO

Bolsonaro corta
verba do
atendimento ao
câncer para liberar
dinheiro para o
orçamento secreto
Verba cairá quase pela metade a
partir de 2023; dinheiro é usado para
compra de equipamentos e insumos

Redação
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
23 de Setembro de 2022 às 14:49

Ouça o áudio:

01:46

Com a caneta na mão: Bolsonaro corta


verbas essenciais para a saúde - Lula
Marques/Fotos Públicas

O governo do presidente Jair


Bolsonaro (PL), candidato à
reeleição, cortou quase metade da
verba destinada ao tratamento do
câncer no país para garantir dinheiro
para o orçamento secreto. A verba
para o tratamento da doença passará
de R$ 175 milhões para R$ 97
milhões em 2023. O câncer é a
segunda doença que mais mata no
Brasil, depois de problemas
cardiovasculares.

Segundo revelou o jornal O Estado de


S. Paulo, o corte pode ter impacto
direto, por exemplo, na compra de
equipamentos e materiais ou na
construção, ampliação ou reforma de
estruturas existentes. O orçamento
impactado é repassado pelo
Ministério da Saúde a estados e
municípios, além e entidades sem fim
lucrativos que atuam no atendimento
a pessoas com câncer. O dinheiro é
usado para aquisição de aparelhos
como tomógrafos, de raio-X,
desfibriladores e equipamentos como
macas ou cadeiras de rodas, por
exemplo.

A perda de verba atinge a Rede de


Atenção à Pessoa com Doenças
Crônicas - Oncologia. O programa,
muitas vezes, recebe apoio de
deputados e senadores para ter mais
recursos. Além do atendimento para
pacientes com câncer, a canetada
atinge também o apoio a gestantes e
bebês (por meio da Rede Cegonha); o
apoio a pessoas dependentes de
drogas e com transtornos mentais
(na Rede de Atenção Psicossocial -
Raps) e na Rede de Cuidados a
Pessoas com Deficiência.

Também foi atingido o atendimento


médico a moradores de áreas remotas
da Amazônia, que conta com
profissionais do Exército e da
Marinha. Os militares recebiam
anualmente R$ 21 milhões, e agora o
valor passará a R$ 8,1 milhões, o que
vai impactar na capacidade de
atendimento. O Estadão revela que
também houve cortes no setor da
saúde indígena (de R$ 1,64 bilhão
para R$ 664 milhões) e no programa
Brasil Sorridente, de saúde bucal (de
R$ 27 milhões para R$ 10,5 milhões).

Esta não é a primeira vez que o


governo Bolsonaro retira recursos de
serviços essenciais para a saúde.
Recentemente, foram anunciados
cortes no programa Farmácia
Popular. Para o ex-presidente da
Anvisa Gonzalo Vecina, a redução da
verba poderá causar mortes de
muitos pacientes.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

RELACIONADAS

Justiça censura
reportagens sobre
imóveis comprados
em dinheiro vivo
pela família
Bolsonaro

Governo Bolsonaro
quer aprofundar
privatização da saúde
indígena, alertam
organizações

Bolsonaro veta
verbas para ações de
saúde e combate à
pandemia em 2022;
especialistas criticam

! " # $ % "

Todos os conteúdos de produção


exclusiva e de autoria editorial do Brasil
de Fato podem ser reproduzidos, desde
que não sejam alterados e que se deem
os devidos créditos.
1K
SHARES

Você também pode gostar