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Avanços na proteção

de motores

Pedro Brito
Engenheiro de Aplicação – Proteção

© SEL 2020
Avanços na proteção de motores
• Fundamentos da proteção de motores de indução

• Introdução à proteção térmica (49).

• Como garantir a partida de cargas de alta inércia?

• Modelo térmico dependente do escorregamento.

• Proteção de motores síncronos.

• Simplificando o Retrofit de relés de motores.


Introdução
Condições anormais

✓ Sobrecargas mecânicas ✓ Tensões de alimentação anormais


– Carga emperrada (Load Jam) – Tensão elevada ou baixa
– Rotor travado na partida – Desbalanço ou reversão de fase

✓ Ventilação restrita ✓ Partidas muito frequentes (jogging)


– Falha sistema resfriamento
✓ Temperatura ambiente elevada
– Manutenção (falta de limpeza)

Faltas
✓ Faltas à terra ✓ Faltas entre fases
– Tipo de aterramento do sistema – Bifásicas
– Tipo de falta (arco, impedância, sólida) – Trifásicas
Introdução 27 59

Funções típicas
49 Modelos térmicos de rotor e estator 49 50 46

50 Sobrecorrente (Fase, Terra, Neg. Seq.)


66 50LR 50LJ
46 Desequilíbrio de Corrente
66 Partidas Por Hora
50LR Rotor Travado 47 78 40
50LJ Carga Travada (“Load Jam”)
47 Reversão de Fase 50N

50N Sobrecorrente de Neutro 87


87 Diferencial de Corrente
49R Sensor termorresistência (RTD) 49R 38

38 Temperatura do Mancal
78 Fora de Sincronismo
40 Perda de Campo
SM
SM Proteção e Controle de Motor Síncrono
Métodos de proteção térmica
▪ Proteção utilizando sensores de temperatura (RTDs):
– Medição direta da temperatura (enrolamento ou mancal).

▪ Proteção utilizando medição de corrente (modelo térmico):


– Medição das correntes do motor e, as vezes, as tensões;
– Pode também monitorar RTDs que medem as temperaturas dos
enrolamentos, rolamentos, e/ou ambiente.

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Proteção térmica baseada em RTD

▪ Boa proteção para:


– Sobrecargas equilibradas, lentamente variantes;
– Problemas de ventilação ou alta temperatura ambiente;

▪ Não utilizada para:


– Operação desequilibrada;
– Rotor bloqueado;
– Partida frequente.

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Proteção baseada em modelo térmico

▪ Oferece proteção para:


• Rotor travado durante a partida;
• Sobrecarga ou desbalanço em operação;
• Partidas frequentes ou prolongadas;

▪ Modelos térmicos do rotor;


• Modelo adiabático para a partida do motor;
• Modelo de 1ª ordem para a condição de operação;

• Modelo térmico do estator para a condição de operação;

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Curvas de limite
térmico do motor

▪ Proteção Térmica ≠ Sobrecorrente.


▪ Sobrecorrente: Atua em função da
corrente.
▪ Térmico: Atua em função da
temperatura calculada em função da
corrente e do histórico de corrente.
Modelo térmico equivalente de primeira ordem

qtrip
_ Se q < qtrip → Trip = 0
Trip
q + Se q  qtrip → Trip = 1

Fluxo de calor Fluxo de calor


para o motor para o ambiente
Equação do fluxo de calor
I2 r
Cth Rth 𝑑𝜃 𝑡 𝜃(𝑡)
𝐼2 ∙ 𝑟 = 𝐶𝑡ℎ ∙ +
𝑑𝑡 𝑅𝑡ℎ
Dissipação
de calor • Cth = Capacitância Térmica
Fonte Motor • Rth = Resistência Térmica
de calor • θ = Temperatura
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Elementos térmicos independentes
Rotor e Estator

Estator
Rotor
• Em partida
• Em operação

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Correntes de sequência negativa
▪ Giram no sentido contrário ao da rotação do motor.
▪ O fluxo produz correntes de 120 Hz induzidas no rotor.
▪ O efeito pelicular aumenta a resistência do rotor.
▪ Efeito térmico: aquecimento elevado nas barras do rotor

Seção transversal da barra de rotor (efeito pelicular)

Sequência positiva
Sequência negativa
(motor em operação)
F = 120 Hz
F ≈ 1 Hz
12
Elemento do rotor em partida
▪ (I > 2.5 FLA)

(TD + 0,2) • LRA2 • LRTHOT = qtrip _


Trip
+

(
3 • I12 + I22 ) Cth Rth q

Ajustes Necessários:
• LRA – Corrente de rotor bloqueado • Não há troca de calor
• LRTHOT – Tempo de rotor bloqueado a quente com o ambiente (Rth = ∞)
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Elemento do rotor em operação
▪ (0.1 FLA < I < 2.5 FLA)
(TD + 0,2) • LRA2 • LRTHOT = qtrip _
Trip
+

( I12 + 5 • I22 ) Cth Rth q

• Corrente de sequência negativa • Rotor troca calor com


provoca mais aquecimento o ambiente (Rth ≠ ∞)
14
Elemento do estator
▪ (0.1 FLA < I < 2.5 FLA) θtrip

SF2
SF2 • LRA2 • 0,2 • LRTHOT _
Trip
+

(II12 •+II)22
2
1
2
2 Cth Rth q

• Correntes de sequência positiva • Estator troca calor com


e negativa aquecem igualmente o ambiente (Rth ≠ ∞)
Capacidade térmica utilizada (TCU)
TCU do rotor e estator durante ciclo operacional (partida, operação e parada)

100
𝜃
𝑇𝐶𝑈% = ∙ 100%
80 𝜃𝑡𝑟𝑖𝑝

Percentage 60
Corrente (p.u) of
x 10
current (times 10)
e TCU (%)
and TCU 40

20 Stator TCU
Rotor TCU
0 Motor current
0 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000
Time (s)
17
Capacidade térmica utilizada na partida
I = 5.4 x FLA, t = 16s

60 Rotor TCU

Percentage of 40
Corrente (p.u) x 10
current (times 10)
and TCUe TCU (%)
20
Stator TCU
Motor current
0
0 4 8 12 16 20
Time (s)
18
Capacidade térmica utilizada em operação

100
Stator TCU
80

Percentage
Corrente x 10 60
(p.u)of
current (times 10)
and TCUe TCU (%)
40

20 Rotor TCU
Motor current
0
0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000
Time (s)

19
Capacidade térmica com motor parado

100

80

Percentage of 60
Corrente (p.u) x 10
current (times 10)
and TCUe TCU (%)
40

20 Stator TCU
Rotor TCU
0 Motor current
7,200 8,200 9,200 10,200 11,200 12,200 13,200 14,200
Time (s)

20
Partida de alta inércia
1,000
• Cargas de alta inércia Motor locked-rotor limit
requerem longos períodos 100

Time (seconds)
de aceleração;
10 Motor start
• O tempo de partida pode
exceder o limite de rotor 1
bloqueado.
0.1

0.01
10 100 1,000
Current (amperes)
21
Soluções para partida de alta inércia
• Utilizar uma chave de sobrevelocidade (12) para supervisionar um relé
adicional de sobrecorrente;

• Melhorar o modelo térmico do rotor calculando os valores da resistência


variável do rotor em função do escorregamento.

Modelo térmico dependente de escorregamento


Modelo térmico dependente de escorregamento
Modelo térmico dependente de escorregamento

▪ Modelo elétrico de Steinmetz: Circuito equivalente do motor de indução:

Parte da resistência do rotor relacionada


ao aquecimento (perdas Joule)

fr = s∙f
Parte de resistência relacionada
ao desenvolvimento de energia
mecânica no eixo
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Variação da resistência do rotor
▪ Seção transversal da barra de rotor (efeito pelicular):

Motor com rotor travado Motor em operação


f = 60 Hz, s = 1 f ≈ 1 Hz, s ≈ 0.01

fr = s∙f

Início da partida Durante a partida Final da partida


Modelo térmico dependente do escorregamento
▪ Rotor durante a partida (I > 2.5 x FLA)

qtrip _
Trip
+
Fonte de calor:

 2 Rr1 ( s ) 2 Rr 2 ( s ) 
 I1 • + I2 •  Cth Rth q
 RM RM 

R1(s) e R2(s) variam com Ajustes Adicionais Necessários:


o escorregamento (s) • FLS – Escorregamento nominal à plena carga
• LRQ – Torque com rotor travado (p.u).
Modelo térmico tradicional
Resistência Constante

1.0 10 I2t rotor


temperature
0.8 8

Temperature 0.6 6
Temperatura Current
Corrente Motor current
(U / UL), rotor
(p.u) (pu)
(p.u) • RM é a resistência do rotor
(R 0.4 4
com escorregamento = 1
RM = RN (rotor travado)
0.2 2
• RN é a resistência do roto
Motor torque com escorregamento ≈ 0
0 0 (motor em operação)
0 5 10 15 20 25 30
27
Time (s)
Precisão do modelo de resistência constante

1.0 10 I2t relay

0.8 8
Rotor
temperature
0.6 6
Temperatura
Temperature Corrente
Current
(pu) (p.u) (p.u)
(pu) Motor current
0.4 4

0.2 2

0 0
0 4 8 12 16 20
Time (s)
28
Modelo tradicional vs
Modelo dependente do escorregamento
1.0 10 I2t relay
Saved cooling time
0.8 8
SEL-710
Modelo dependente do
Rotor escorregamento
0.6 6 temperature
Temperatura
Temperature Corrente
Current
(p.u)
(pu of limit) (p.u)
(pu) Motor current
0.4 4

0.2 2
Rotor resistance Rr = (RM – RN) s + RN
0 0
0 4 8 12 16 20
Time (s)
Evento real de partida de alta inércia
▪ Dados obtidos no relatório de partida do relé:
700
Current (A), Thermal Capacity
Utilization (TCU) (%), Slip (%) 600

500 Slip

Current
400
TCU – Rr(s)
300
TCU – I2t
200
Thermal Limit
100

0
0 5 10 15 20
30 Time (seconds)
Evento real de partida de alta inércia
▪ Dados obtidos no relatório de partida do relé:
120

100
Used Thermal Capacity (%)

80 TCU – Rr(s)

60
TCU – I2t

40
Thermal Limit
20

0
0 5 10 15 20
31
Time (seconds)
Modelo térmico dependente do escorregamento

▪ Conclusão

O modelo térmico dependente do escorregamento


calcula dinamicamente a resistência do rotor
durante a partida, e permite partidas mais longas
em comparação aos elementos I2t tradicionais.

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Proteção de motores síncronos
e controle de partida
▪ Perda de Campo
▪ Perda de Sincronismo
▪ Controle de Partida
▪ Controle em Regime Módulo divisor
de tensão
▪ Campo
– Tensão
– Corrente
– Resistência
33
Partida de máquinas síncronas

▪ Normalmente o motor síncrono parte como o motor de indução.

▪ A estrutura metálica do rotor e os enrolamentos amortecedores


fazem o papel da “gaiola de esquilo”.

▪ Enrolamento de campo é fechado através de um resistor de


descarga.

34
Máquinas com escovas (Brush-type)

78 40

SM

Funções adicionais:
Perda de Sincronismo (78)
Perda de Campo (40)
35 Proteção e Controle de Motor Síncrono (SM)
Controle da partida em motores Brush-type

VDR = Tensão no resistor de descarga

FREQR = Frequência do rotor

41CLOSE = WordBit para fechamento


do disjuntor de campo

36
Controle da partida em motores Brush-type
VDR

41CLOSE
Fechamento do
VDR disjuntor de campo

PNZC = Positive to Negative Zero Crossing


37 SLIPRECH = Escorregamento necessário atingido
Controle da partida em motores Brushless

Time-Delayed Starting:

41CLOSE

Fechamento do
disjuntor de campo

38
Estimação do escorregamento
com base nas medidas do estator

41CLOSE2

Fechamento do
disjuntor de campo

39
Função de perda de campo (40)

Elemento de
impedância: ▪ Motor síncrono se comporta como um motor
de indução.

▪ Temperatura elevada do rotor e estator

▪ Detecção: Fator de potência (55), potência


reativa reversa (32) ou elemento de
impedância (40).

▪ Elemento de impedância (função 40) é


método mais indicado:
– Zona 1: Perda de campo em plena carga.
– Zona 2: Perda de campo com carga leve.

40
Proteção do enrolamento de campo

▪ Corrente de campo
– Subcorrente
– Sobrecorrente

▪ Tensão de campo
– Subtensão
– Sobretensão

▪ Impedância do campo
– Impedância alta indica provável sobreaquecimento do rotor

41
Obrigado!

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