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Entrevista Chloe

Primeiro, poderia me dizer seu nome, idade, bairro e curso?

Chloe: Meu nome é Chloe, tenho 24 anos, moro no bairro da Consolaçã o e estou
aqui em Sã o Paulo fazendo intercâ mbio em psicologia.

Como é sua rotina diária? Você tem muitos compromissos


importantes?

Chloe: Minha rotina é bastante =lexı́vel, gosto de ter tempo para fotografar e
criar conteú do para minhas redes sociais. Nã o tenho está gio, estou aqui apenas
para o intercâ mbio, entã o tenho mais liberdade em relaçã o aos compromissos.
Por exemplo, pela manhã , costumo acordar cedo e fazer uma caminhada pelo
bairro antes das aulas. Isso me ajuda a começar o dia com energia e clareza
mental. AE tarde, dedico um tempo para estudar e depois aproveito para
explorar a cidade, seja visitando museus, participando de eventos culturais ou
simplesmente passeando pelos parques, especialmente o parque Ibirapuera.

E em relação às atividades curriculares, você participa de alguma?


Tem alguma preferida?

Chloe: Nã o faço atividades curriculares alé m das aulas de psicologia. Gosto
bastante de algumas disciplinas, principalmente as que envolvem estudos sobre
comportamento humano. Por exemplo, recentemente tivemos uma aula sobre
terapia cognitivo-comportamental, que eu achei extremamente interessante.
Discutimos casos reais e té cnicas de intervençã o, o que me ajudou a entender
melhor como aplicar os conceitos aprendidos em situaçõ es prá ticas.

Como você se desloca para a faculdade? Demora muito?

Chloe: Moro perto da faculdade, entã o costumo ir a pé ou de bicicleta, o que


leva cerca de 15 minutos. AE s vezes, aproveito o trajeto para ouvir mú sica ou
podcasts, o que torna a caminhada mais agradá vel e produtiva.

E para o resto do seu dia, o que costuma fazer?

Chloe: Nos meus tempos livres, gosto de viajar, conhecer novas pessoas e
participar de festivais de mú sica. També m adoro explorar os bares de rua aqui
no Brasil, especialmente em Sã o Paulo que há muitos. Por exemplo,
recentemente fui a um festival de gastronomia na Vila Madalena e experimentei
diversas comidas tı́picas da regiã o. Foi uma experiê ncia incrı́vel, tanto pela
comida deliciosa quanto pelo ambiente animado e descontraı́do.

Há quanto tempo você está estudando aqui?

Chloe: Estou aqui há cerca de seis meses. Desde que cheguei, tenho tentado
aproveitar ao má ximo tudo o que a cidade tem a oferecer, seja em termos de
cultura, lazer ou oportunidades de aprendizado, mas també m tenho aproveitado
para viajar e conhecer o que este paı́s tem para oferecer. Confesso que tenho uma
paixã o pelo o Rio de Janeiro.

De onde você é? Por que escolheu São Paulo?

Chloe: Sou de Nice, na França. Escolhi Sã o Paulo porque queria vivenciar uma
experiê ncia multicultural e aprender mais sobre a cultura brasileira. Alé m
disso, Sã o Paulo é conhecida por sua efervescê ncia cultural e pela diversidade
de oportunidades, o que me atraiu bastante.

Quais são seus interesses e hobbies? Você acha que a comunidade


aqui é benéEica para isso?

Chloe: Tenho interesse em fotogra=ia, criar conteú do para redes sociais,


participar de causas sociais, como a luta contra o abandono de animais, e
explorar a cena cultural e musical. Acredito que a comunidade estudantil e a
diversidade cultural de Sã o Paulo contribuem para enriquecer essas
experiê ncias. Por exemplo, recentemente participei de um mutirã o de limpeza
em uma praia pró xima da cidade no Rio, organizado por um grupo de
voluntá rios. Foi grati=icante poder contribuir para a preservaçã o do meio
ambiente e conhecer pessoas engajadas em fazer a diferença.

Como você descreveria a comunidade universitária na sua visão?

Chloe: Vejo a comunidade universitá ria como um espaço de troca de


conhecimento, experiê ncias e apoio mú tuo. EQ onde podemos encontrar pessoas
com interesses semelhantes e construir relaçõ es signi=icativas.

Você mora com sua família, sozinha ou com amigos?

Chloe: Moro sozinha desde que cheguei aqui em Sã o Paulo. No inı́cio, foi um
pouco desa=iador me adaptar à vida independente, mas agora me sinto mais
confortá vel e con=iante em cuidar de mim mesma.
E como foi o processo de encontrar seu apartamento e achar uma
pessoa para dividir?

Chloe: Tive algumas di=iculdades no inı́cio, mas acabei encontrando um lugar


que atendesse à s minhas necessidades e preferê ncias. Optei por nã o dividir o
apartamento devido a experiê ncias negativas no passado. Uma vez dividi um
apartamento com uma colega de quarto que tinha há bitos muito diferentes dos
meus, o que acabou gerando con=litos e tornando a convivê ncia difı́cil. Desde
entã o, decidi priorizar minha privacidade e tranquilidade, mesmo que isso
signi=ique arcar com os custos adicionais de morar sozinha.

Você prefere morar sozinha ou com outras pessoas?

Chloe: Pre=iro morar sozinha, pois valorizo minha privacidade e tranquilidade.


Ter meu pró prio espaço me permite ter mais liberdade e autonomia para fazer
as coisas do meu jeito, sem ter que me preocupar com as preferê ncias ou
rotinas de outras pessoas.

O que você considera mais importante na hora de escolher uma


pessoa para dividir apartamento?

Chloe: Considero importante encontrar algué m responsá vel, respeitoso e que


compartilhe valores semelhantes aos meus. Quando comecei a universidade tive
uma colega de quarto que era extremamente bagunceira e desorganizada, o que
acabou causando muitos atritos entre nó s. Desde entã o, aprendi a valorizar
caracterı́sticas como respeito pelo espaço compartilhado, comunicaçã o aberta e
disposiçã o para resolver con=litos de forma pacı́=ica o que nem toda gente sabe
respeitar e valorizar.

Quais são seus requisitos para escolher um lugar para morar?

Chloe: Priorizo a segurança, a privacidade e a proximidade com locais de


interesse, como a faculdade e á reas de lazer. Quando cheguei aqui em Sã o Paulo,
=iz questã o de visitar pessoalmente cada opçã o e veri=icar se o bairro era
seguro, se o pré dio tinha medidas de segurança adequadas e se havia
comodidades pró ximas, como supermercados, farmá cias e transporte pú blico.
Apesar de por acaso nã o usar muito o transporte publica, o local onde me
encontro agora tem tudo em proximidade e é uma zona que acolhe bastantes
estudantes o que me faz sentir segura també m.
Já teve alguma experiência ruim de moradia?

Chloe: Sim, infelizmente já tive varias experiê ncias negativas, como falta de
privacidade, sujeira no ambiente compartilhado e até mesmo roubo de
pertences. Outro exemplo dos outras já mencionados aqui anteriormente, uma
vez morei em um pré dio onde os vizinhos eram muito barulhentos e nã o
respeitavam as regras do condomı́nio, o que acabava afetando minha qualidade
de vida e meu bem-estar emocional visto que o barulho era constante em varias
horas do dia. Desde entã o, aprendi a ser mais seletiva na escolha do lugar onde
moro e a priorizar aspectos como tranquilidade.

Como você se sustenta aqui em São Paulo?

Chloe: Tenho apoio =inanceiro dos meus pais durante o intercâ mbio. Eles me
ajudam a pagar as despesas bá sicas, como aluguel, alimentaçã o e custos de
celular, enquanto estou estudando aqui. Sou muito grata por ter esse suporte,
pois sei que nem todos tê m a mesma oportunidade de contar com o apoio da
famı́lia durante essa fase da vida.

Como você classiEicaria o mobiliário e equipamento do lugar onde


você mora?

Chloe: Sinceramente considero o mobiliá rio e equipamentos do meu


apartamento como razoá vel. Atendem à s minhas necessidades bá sicas, mas
poderiam ser melhorados em vá rios aspectos. Por exemplo, a cama é um pouco
desconfortá vel e o chuveiro costuma ter problemas de temperatura, o que pode
ser frustrante à s vezes. També m acho que o espaço nã o acaba ser aproveitado da
melhor forma. No entanto, no geral, consigo me adaptar e aproveitare-lo da
melhor forma possı́vel.

Se pudesse adicionar algum mobiliário ou equipamento, o que


seria?

Chloe: Adoraria ter mais espaço de mesa para ter poder dedicar mais tempo a
ediçã o de fotogra=ia e vı́deo para desenvolver meu trabalho de criaçã o de
conteú do. Neste momento só tenho uma mesa pequena onde como, maquilo-me,
trabalho e edito todos os meus conteú dos, algo que se torna muito chato pois nã o
consigo fazer duas destas coisas ao mesmo tempo o que resulta em eu usar muito
a cama como mesa de apoio.
A instituição ou a comunidade estudantil te proporcionam bons
meios para criar laços de amizade e network?

Chloe: Sim, atravé s de eventos, grupos de estudo e de encontros fora do campus


para socializar, consigo conhecer novas pessoas e expandir minha rede de
contatos. Recentemente participei de um workshop sobre empreendedorismo
social, onde tive a oportunidade de conhecer outros estudantes interessados em
causas sociais e desenvolver projetos de impacto positivo na comunidade, o que
toca bastante. Essa troca de experiê ncias e ideias é fundamental para o meu
crescimento pessoal e pro=issional, alé m de me ajudar a construir
relacionamentos signi=icativos ao longo da minha jornada acadê mica que, para
alé m de criar uma troca de conhecimento, me permite també m de ter outra
perspectiva de sociedade para alé m da europeia.

Como seria uma comunidade ideal para você?

Chloe: Entã o para mim uma comunidade ideal seria aquela que promovesse o
respeito, a inclusã o e o apoio mú tuo entre os membros, criando um ambiente
acolhedor e enriquecedor para todos. Imagino um espaço onde os estudantes se
sintam à vontade para compartilhar suas experiê ncias, desa=ios e conquistas,
sem medo de julgamentos ou discriminaçã o, algo que infelizmente para mim
ainda nã o existe. Seria um lugar onde todos se sentissem valorizados e
respeitados, independentemente de sua origem, identidade ou background
acadê mico.

Se pudesse adicionar um programa ou evento, o que seria?

Chloe: Hmm, essa é uma pergunta interessante! Eu adoraria criar um programa


de mentorias para estudantes internacionais, onde os veteranos pudessem
orientar os recé m-chegados em sua adaptaçã o à vida universitá ria e à cidade,
algo que eu senti muita falta para ser sincera. Acho que seria incrı́vel ter algué m
para compartilhar experiê ncias e dar dicas sobre como aproveitar ao má ximo o
intercâ mbio aqui em Sã o Paulo. Alé m disso, poderia ser uma ó tima forma de
construir laços entre os estudantes e promover uma comunidade ainda mais
unida e acolhedora.

Por que um senso de comunidade é importante?

Chloe: Bem, para mim, um senso de comunidade é essencial porque nos faz
sentir conectados e apoiados. Estar em um ambiente onde podemos
compartilhar experiê ncias, buscar ajuda quando necessá rio e celebrar
conquistas juntos é incrivelmente grati=icante. EQ como ter uma rede de
segurança emocional, você sabe?
Por que valorizar a sociabilização?

Chloe: Ah, a sociabilizaçã o é super importante para mim! Adoro conhecer novas
pessoas, ouvir suas histó rias, aprender com elas, uma razã o també m pela qual
escolhi me formar em psicologia. Cada interaçã o é uma oportunidade de
crescimento pessoal e de expandir minha perspectiva sobre o mundo. Sem
contar que fazer novos amigos é sempre divertido e enriquecedor.

Por que o foco em estudantes universitários?

Chloe: No meu intender a vida universitá ria é um momento ú nico, cheio de


desa=ios e descobertas que maior parte dos alunos acaba por passar. Acredito
que focar em estudantes universitá rios é crucial porque estamos todos
passando por experiê ncias semelhantes, e é importante termos um espaço onde
podemos nos apoiar e nos entender mutuamente já que hoje a em dia a vida de
estudante esta cada vez mais difı́cil.

Por que focar em moradia e co-living seria a solução?

Chloe: Eu vivendo atualmente numa posso falar que, morar em moradia é super
importante especialmente nestas fazes da nossa vida porque este ambiente que
a moradia propõ e permite que os estudantes tenham uma qualidade de vida e
bem-estar longe de casa. Eu falo por mim, mas acredito que ter um lugar seguro,
confortá vel e acolhedor para chamar de lar, fora do nosso paı́s de origem, faz
toda a diferença, especialmente durante os anos de faculdade, quando estamos
nos adaptando a uma nova cidade e estilo de vida.

Por que os espaços estudantis são importantes para gerar senso de


comunidade?

Chloe: Na minha opiniã o, os espaços estudantis sã o como o coraçã o pulsante da


comunidade universitá ria. EQ onde nos reunimos para estudar, relaxar, socializar
e especialmente criar memó rias. Esses espaços sã o cruciais para fortalecer
nossos laços com nossos colegas e nos fazer sentir parte de algo maior do que
nó s mesmos. Foi assim que a maior parte das minhas amizades se formaram aqui
no Brasil, apesar que infelizmente esses espaços sejam poucos.
Por que todas as soluções ainda não são suEicientes?

Chloe: Bem essa pergunta já um pouco mais complicada de responder, acredito
que sempre há espaço para melhorias, nã o é mesmo? Cada estudante tem suas
pró prias necessidades e desa=ios ú nicos, e é importante que as instituiçõ es
estejam sempre atentas e dispostas a adaptar e aprimorar seus serviços para
atender a essa diversidade. Infelizmente acho que hoje em dia a maior parte das
soluçõ es se foca no per=il de estudante padrã o, algo que infelizmente nã o
funciona para todo o mundo e que acaba mesmo por deixar vá rios estudantes de
parte.

Por que não há engajamento dos estudantes com essas soluções?

Chloe: Ah, isso é uma boa pergunta e nem eu sei se consigo responder. Acredito
que o engajamento dos estudantes pode ser afetado por uma sé rie de fatores,
como falta de conhecimento sobre os recursos disponı́veis, falta de incentivo
por parte das instituiçõ es ou simplesmente prioridades pessoais diferentes.
Talvez seja hora de repensar como podemos motivar mais os estudantes a se
envolverem ativamente na comunidade estudantil. Talvez encontrar uma forma
mais natural e menos forcada, nã o sei.

Por que as pessoas abdicam da própria saúde Eísica e mental em pro


do Einanceiro?

Chloe: Apesar de eu ter a sorte de nã o ser afetada diretamente, infelizmente,


vejo isso acontecer com mais frequê ncia do que gostaria. Muitos dos meus
amigos falam que as pressõ es =inanceiras que eles tê m os levam a sacri=icarem
sua saú de fı́sica e mental em busca de estabilidade =inanceira. Um exemplo seria
na alimentaçã o, onde muitos preferem ter uma alimentaçã o menos saudá vel ou
ate mesmo deixar de comer certas refeiçõ es para poderem salvar um pouco de
dinheiro. EQ uma situaçã o complicada e triste, e acho que é responsabilidade de
todos nó s, como sociedade, garantir que haja suporte adequado para aqueles
que estã o lutando nessa á rea, algo que hoje em dia é bem recorrente.

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