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REVISTA BRASILEIRA

DETOXICOLOGIA
BRAZILIAN JOURNAL
OF TOXICOLOGY.
@SOCIEDADE Revista Brasjleirade Toxicologia 20, n.1 e2 (2007) 21-28
BRASn..EIRA DE
TOXlCOLOGIA

Medicamentos veterinários na apicultura: metodologias

analiticas para determinação de resíduos no mel

Gustavo Tayar Peres, Flavia Pereira da Silva Airoldi, Felix Guillermo Reyes Reyes*

Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciência de Alimentos, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade


Estadual de Campinas -UNICAMP

Abstract
,
Veterinary drugs on the apiculture: analytical methodologies for residues determination

There is an increasing demand for the determination of veterinary drug residues in honey. To determine these residues, many
analytical techniques are available, but the high performance liquid chromatography has an important position, since it can be
connected to different detectors in order to reach the requiredselectivity for the contaminant identification and quantification.
Nowadays, mass spectrometry has become one of the most appropriated techniques to determinate veterinary drug residues
in foods. However, the sample preparation is stilI a critical step in this kind of analysis. The present work is a review of the
analyticaI methods that use high performance liquid chromatography for the determination of veterinary drug residues in
honey, with emphasis on mass spectrometry and sample preparation.

Keywords: chromatography, residues, antimicrobial, veterinary drugs, honey, mass spectrometry.

INTRODUÇÃO oxitetraciclina, a estreptomicina e o cloranfenicol (CLAY,


2(XX);HORMAZÁBALe YNDESTAD,2001; MARTIN, 2003;
A apicultura no Brasil é uma atividade que tem se VERZEGNASSI etal.,2003; ORTELLIetal., 2004). Entre-
desenvolvido pelo crescimento da demanda de seusprodu- tanto, a utilização de medicamentos veterinários na apicul-
tos no mercado interno e, principalmente, no mercado exter- tura pode incorrer em resíduos dos antimicrobianos no mel
no (BRASIL, 2006a). A produção e comercializaçãode mel é
(MUTINELLI, 2003; MARTEL e ZEGGANE, 2003) .A pre-
uma fonte de renda alternativa para os produtores rurais e, sença destesresíduos no mel implica em riscos à saúde dos
em algumas regiões do país, é a principal ati vidade remune- consumidores quando da ingestão do produto devido à
radora. Como em outras atividades agropecuárias, as abe- toxicidade dos agentes antimicrobianos. Resíduos de
lhas utilizadas para a produção de mel podem ser afetadas antimicrobianos em alimentos podem, também, contribuir
por doenças que prejudicam a produtividade do apiário. para que bactérias patogênicas ao homem e aos animais
Entre as doenças mais prejudiciais que ocorrem na apicultu-
adquiram resistência à ação dos medicamentos, tornando
ra destacam-se as de origem bacteriana, como a Cria Pútrida os tratamentos tradicionais ineficazes.
Européia (EFB) e a Cria Pútrida Americana (AFB), as quais Com o objetivo de definir níveis seguros para a
estão amplamente disseminadas no mundo, ocorrendo de ingestão de resíduos de medicamentos veterinários em ali-
forma crônica em alguns países(WILSON, 2000). Paracon- mentos, o comitê conjunto da Organização para Alimenta-
trole destas doenças, a medicina veterinária utiliza as técni- ção e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial de SaÚ-
cas de manejo em conjunto com a aplicação de medicamen- de (WHO) de peritos em aditivos de alimentos (JECFA) ava-
tos veterinários. As substâncias mais utilizadas para con- lia os dados toxicológicos disponíveis para determinados
trole da AFB e EFB, legal ou ilegalmente, são o sulfatiazol, a
medicamentos veterinários. Na Tabela I, estão os valores
de ingestão diária aceitáveis (IDA) estabelecido pelo JECFA
*Autor correspondente: Felix Guil/enno Reyes Reyes, Laboratório de para os principais antimicrobianos utilizados na apicultura.
Toxicologia, Departamento de Ciência de Alimentos, Faculdade de O JECFA também estabelecelimites máximos de resí-
Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas - duos (LMR) de medicamentos veterinários para alguns ali-
UNICAMP. R. Monteiro Lobato, 80, Cidade UnivelSitária 'Zeferino Vaz".
mentos como carnes, leite e ovos. Entretanto, não foram
Caixa Posta16121, 13083-B62 Campinas, SP. Tel: (19)3521-2168,
Fax: (19)3521-2153, e-mail: reyesfgr@fea.unicamp.br estabelecidos, até o presente, LMR para estes agentes
antimicrobianos em mel.
No Brasil. o Ministério da Agricultura, Pecuária e
@ 2006 Sociedade Brasileira de Toxicologia
direitos reservados Abastecimento (MAPA) criou o Programa de Controle de
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Resíduos no Mel (BRASil." 2006b ). O programa estabelece trascomplexascomo os alimentos, onde a separaçãodo analito
LMR somente para as tetraciclinas (oxitetraciclina, de interessedos outros componentes da matriz é uma tarefa
tetraciclina e clortetraciclina) e sulfonamidas (sulfatiazol, bastantedifícil. A cromatografia líquida de alta eficiência é
sulfametazina e sulfadimetoxina) de 100 e 200 !lg kg-l, res- uma técnica de separaçãode compostos atravésdas diferen-
pectivamente. Os valores são referentes à soma dos resídu- çasde afinidade que estesapresentamem relação à fase esta-
os de cada antimicrobiano. cionária e a fasemóvel. A associaçãode HPLC com diferentes
Para realizar o monitoramento dos resíduos de medi- técnicas de detecçãopossibilita a análise qualitativa e quan-
camentos veterinários em mel, diversas técnicas analíticas titativa de um grande número de substâncias, incluindo a
são utilizadas. Na etapa de triagem, onde se pretende seleci- maioria dos antimicrobianos. As técnicas de detecção mais
onar as amostras suspeitas de contaminação, os métodos utilizadas são espectrofotometria UV-visível (UV), a
mais utilizados são os imunoensaios como o ElA ("Enzyme fluorescência e a especb"ometriade massa.(MS).
immunoassay") e ELISA ("Enzyme-Iinked immunosorbent Na Tabela 2 estão resumidas as condições de análi-
assay") (BOGDANOV, 2003). Existem, também, os ensaios se de alguns métodos que utilizam HPLC associada a di-
de diagnóstico rápido (kits comerciais), os quais ganharam versos detectores para determinação de resíduos de
importância nos últimos anos frente à necessidadedos pro- antimicrobianos em mel.
gramas de vigilância e das indústrias em analisar um grande Analisando-se a Tabela 2 é possível notar que a uti-
número de amostras a fim de garantir a segurança dos ali- lização de colunas de fase reversa é predominante na deter-
mentos. Porém, para a quantificação e confirmação da iden- minação de antimicrobianos no mel. O mesmo ocorre para a
tidade do(s) contaminante(s), as técnicas citadas são insu- utilização de solventes orgânicos de alta polaridade na cons-
ficientes. Atualmente, a cromatografia líquida de alta efici- tituição da fase móvel, sendo que a acetonitrila e/ou o
ência (HPLC) acoplada a diferentes tipos de detectores é a metanol são constituintes da fase móvel de todos os traba-
técnica analítica mais utilizada para quantificação e confir- lhos revisados.
mação de resíduos de medicamentos veterinários no mel. ISOHERRANEN eSOBACK (1999) revisaramdiver-
Entre os detectores utilizados, o espectrômetro de massas sos métodos de análise cromatográfica para determinação
se destaca pela alta seletividade e capacidade de identifica- de aminoglicosídeos, incluindo a estreptomicina e a
ção dos compostos analisados. Independentemente da téc- diidroestreptomicina. Os autores afirmam que, devido às
nica de análise utilizada, o preparo da amostra é, ainda, a características dos aminoglicosídeos, HPLC é a técnica
etapa mais crítica na análise de resíduos em matrizes com- mais apropriada para análise destes compostos. Entretan-
plexas como os alimentos. to, a alta polaridade das moléculas e a ausência de um
Este trabalho visa revisar as metodologias analíticas cromóforo dificultam a separação e detecção, respectiva-
que utilizam a cromatografia liquida de alta eficiência na deter- mente. Para melhorar a separaçãoem coluna de fase reversa,
minação de resíduos de antimicrobianos em mel, com destaque EDDER et ai. ( 1999) utilizaram a crornatografia de par iônico,
para a espectrometria de massase o preparo de amostra. adicionando à fase móvel os alquilsulfonatos como con-
tra-íons. A mesma técnica foi utilizada por PANO et al.
(2004). Ambos os grupos fizeram a derivatização, pós-co-
CROMATOGRAFIA LiQUIDA DE ALTA EFICltNCIA (HPLC) Iuna analítica, com hidróxido de sódio para permitir a
detecção por fluorescência. Na determinação de
A análise de resíduos de antimicrobianos em alimen- estreptomicina em méis por MS, os alquilsulfonatos po-
tos envolve a determinação de concentrações na ordem de dem ser substituídos pelo ácido pentafluoropropiônico,
microgramas (~g) ou nanogramas(ng) do(s) contaminante(s) pois aqueles são incompatíveis com os sistemas de
por quilograma (kg) de matriz. Esta baixa concentração difi- ionização dos equipamentos de espectrometria de massas
culta os procedimentos analíticos, principalmente em amos- (BRUIJNSVOORT et al. ,2004).
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Tabela 2: Métodos de HPLC para determinação de resíduos de antimicrobianos em mel

OKAe(al..1994

50 ~g k~- HORIE et aI.. 1992

Acetonitrila
I Água! 900 II 3000
uv Pecospherc CR C 18 DlAZt'tal., 1990
, ' SOA '-- J!g kg-1
do para melhorar
, a simetria
' dos picos é .o sal dissódico do

As tetraciclinas possuem a característica de interagir


fortemente com os grupos silanóis e traços de metais pre- ácido etilenodiaminotetracético (NalEDTA). As tetraciclinas
sentes nas colunas cromatográficas com suporte de sílica. apresentam tluorescência quando complexadas com íons
Este fato favorece a formação de caudas nos picos detecta- metálicos como, por exemplo, Cal+, Mgl+ e A13+ ou quando
dos~Para superar este problema, são apresentadasdiversas em meio básico. Elas apresentam, também, absorção no UV
soluções como a utilização de colunas com recheio à base entre 270 e 36Onm. Portanto, além do espectrômetro de mas-
de polímeros e colunas com substituintes que formam uma sas, os detectores de UV e tlorescência, também são utiliza-
proteção do esqueleto de sílica (end-capping). Outra forma dos na determinação de tetraciclinas em mel (OKA et al. ,
de diminuir as interações das tetraciclinas com os silanóis é 2000; ANDERSON et al. ,2005).
a utilização de ácidos na fase móvel como o fosfórico, o Os métodos existentes na literatura para determina-
cítrico, O tartárico e OoxáJico, sendo que com este último os ção de sulfonamidas em mel descrevem a utilização de colu-
picos apresentam melhor simetria. Outro composto utiliza- nas de fase reversa tipO octadecil (C 18). HORIE et al. ( 199? )
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relataram a determinação de 10 sulfonamidas em mel com veis atualmente apresentamum custo elevado em compara-
um tempo de análise cromatográfica de 20 minutos. ção aos detectores de fluorescência e UV.
CABALLERO e1 al. (2001) realizaram a separação KAUFMANN et al. (2002) desenvolveram um méto-
cromatográfica de 15 sulfonamidas, sendo que II delas pu- do para determinação de sulfonamidas e tetraciclinas em
deram ser determinadas como resíduos no mel com limites mel utilizando LC-MS/MS. Os autores utilizaram um equipa-
de detecção entre I 00 e 2000 ~g L .1 Os autores destacaram mento do tipo triplo-quadrupolo com sistema de ionização
a dependência dos fatores de retenção (k') com relação ao por eletronspray no modo positivo (ESI+). Os resultados
pH da fase móvel e a utilização deste parâmetro,juntamente mostraram que as sulfonamidas que eluíram primeiro da co-
com a adição de compostos surfactantes, como ferramentas luna analítica apresentarambaixa recuperação devido a per-
para incrementar a separação e resolução dos picos. De das no processo de limpeza da amostra e a ocorrência de
maneira semelhante, VINAS et al. ( 1995) estudaramo com- supressãodo sinal do detector pela matriz. O inverso ocor-
portamento dos k' de cinco sulfonamidas em relação à com- reu com a oxitetraciclina e a tetraciclina, as quais apresenta-
posição da fase móvel contendo acetonitrila e água. Os va- ram um incremento 80 sinal quando oriundas da matriz
lores de k' declinaram rapidamente com o acréscimo de fortificada em comparação aos padrões puros.
acetonitrila na fase móvel de 0 a 20% (relação entre volu- VERZEGNASSI e! al. (2002) também detectarama ocorrên-
mes-v/v). A espectrofotometria UV com comprimentos de cia de supressãono sinal obtido na análise de sulfonamidas
onda entre 260 e 285nm é utilizada por diversos autores na em mel por LC-MS/MS com ionização por ESI+, mas não
determinação de resíduos de sulfonamidas em mel (DIAZ et conseguiram estabelecer uma correlação entre a supressão
al., 1990; HORIE et al., 1992; viNAS et al~, 1995; do sinal e as quantidades de açúcarese hidroximetilfurfural
CABALLERO et al., 2001). Outros pesquisadoresrealiza- contidos no mel analisado. Segundo os autores, a supres-
ram a detenninação de sulfonamidas em mel com detectores sãodo sinal impediu a análise quantitativa das sulfonamidas,
de fluorescência após derivatização dos antimicrobianos pois inferiu uma grande variação nas curvas de calibração.
com fluoroescamina (MARTEL e ZEGGANE, 2003; PANO et Recentemente, outro método de determinação por LC-MS/
al., 2003; POSYNIAK et ai., 2003; MAUDENS etal., 2004). MS foi descritopor THOrv:lPSONeNOOT (2005) paradeter-
Os métodos de cromatografia líquida (LC) para de- minação de sulfonamidas em mel. Os autores utilizaram uma
terminação de cloranfenicol em méis desenvolvidos nos úl- coluna de extração em fase sólida diretamente acoplada ao
timos anos utilizam as colunas de fase reversa C18 e o sistema LC-MS/MS. As sulfonamidas foram extraídas on-
espectrômetro de massas como detector. As principais dife- line e analisadas no modo ESI+. Através da variação na
renças entre as etapas cromatográficas dos métodos revi- composição da fase móvel, foi possível fazer a limpeza da
sados são em relação à fase móvel utilizada. Foram utiliza- amostra e a eluição das sulfonamidas. Durante a limpeza, o
das misturas de metanol e ácido fórmico, metanol e acetato fluxo de fase móvel foi desviado da fonte de ionização por
de amônio, água e acetonitrila, ácido fórmico e acetonitrila, uma válvula acoplada ao sistema. O fluxo foi redirecionado
formitato de amônio e acetonitrila (HORMAZÁBAL e para o sistemaMS/MS, somentedurante o período de eluição
YNDESTAD, 2001; TURNIPSEED et al., 2002; das sulfonamidas, as quais foram analisadas por
VERZEGNASSI et ai., 2003; BOGUSZ et ai. ,2004; OR1ELLI monitoramento das reações múltiplas (MRM).
e1al. , 2004; FORTI et al. ,2005). Conforme já mencionado, a estreptomicina e a
diidroestreptomicina são compostos que não fluorescem e
não apresentam forte absorção no UV, dificultando a
FSPEC1ROMETRIA DE MASSAS (MS) detecção em sistemas de HPLC com detectores de
fluorescência e UV. A espectrometria de massassurge como
A utilização do espectrômetro de massas como alternativa aos processos de derivatização normalmente
detector para o sistema cromatográfico possibilita a confir- utilizados para determinaçãodestesantimicrobianos em mel.
mação de identidade do composto de interesse através dos HORIE et al. (2004) desenvolveram um método para análise
dados sobre a sua massa e estrutura molecular. As informa- de estreptomicina e diidroestreptomicina em mel por LC-
çÕessão obtidas da relação massa (m)/carga (z) do íon pre- MS. A ionização dos analitos foi feita por ESI+, enquanto
cursor gerado no processo de ionização e seus produtos de que a determinação das espécies iônicas relativas a cada
fragmentação gerados nas etapas seguintes de equipamen- antimicrobiano foi realizada pelo sistema de monitoramento
tos de espectrometria de massasseqliencial (MS/MS). Além do íon selecionado-SIM (selected ion monitoring).
da possibilidade de confirmação da substância analisada, a BRUlJNSVOORT et al. (2004) também utilizaram o modo de
espectrometria de massas pode solucionar problemas na ionização por ESI+ para determinação de estreptomicina e
separação dos componentes da amostra que não apresen- diidroestreptomicina em mel, com limites de quantificação
tem boa resolução na separação cromatográfica devido a de 1 e 2 /lg kg .1,respectivamente. Diferentemente do ante-
semelhanças estruturais, melhorando a determinação quan- rior, este método utilizou a fragmentação dos íons (MS/MS)
titativa de contaminantes (GENTIIJI e! al., 2005). Na deter- para confirmação dos compostos.
minação de resíduos de medicamentos veterinários em mel, A determinação de tetraciclinas em mel por LC -MS
a espectrometria de massastornou-se uma importante ferra- foi, primeiramente,relatadapor OKA et al. ( 1994). O mét<.>do
menta analítica e seu uso difunde-se entre os pesquisado- desenvolvido utilizava como fonte de ionização a técnica
res (vide Tabela 2). Entretanto. os equipamentos disponí- denominada Fast Atam Bombardment (FAB), a qual neces-
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sita de uma fase móvel volátil para evitar obstrução na Duas técnicas são mais utilizadas para a extração de
interface com o espectrômetro de massas e depósitos de antimicrobianos de matrizes biológicas: a extração líquido-
materiais na fonte de ionização. O limite de detecção foi líquido (LLE) e a extração em fase sólida (SPE). Esta última
100 jlg kg-1e o tempo de análise cromatográfica foi supe- tem substituído a LLE por apresentar diversas vantagens,
rior a 50 minutos. Uma outra técnica de ionização utiliza- tais como: major rapidez, melhor precisão, extratos mais lim-
da para determinação de resíduos de tetraciclinas em mel pos, menor quantidade de amostra, menor quantidade de
é a APCI (Atmosferic Pressure Chemical Ionization). sol ventes orgânicos, possibilidade de automação e menor
NAKAZAWAetal. (1999) utilizaram aAPCI mantendo a quantidade de resíduos.
temperatura da interface a 400 °C, o que gera a decompo- A extração de resíduos de tetraciclinas em alimentos,
sição do ácidooxálico utilizado na fase móvel com o in- inclusive o mel, é dificultada pelo fato destas substâncias
tuito de melhorar a resolução cromatográfica dos picos. formarem quelatos com íons metálicos e de ligarem-se com
Os limites de detecção estabelecidos para OTC, TC e CITC proteínaspresentesna matriz, além de interagirem fortemente
ficaram entre I e 4 jlg kg-1 e o tempo corrida foi de 18 com grupos silanóis presentes em cartuchos de extração em
minutos. O artifício de manter a fonte de ionização a alta fase sólida a base dt1sí1ica, assim como ocorre em colunas
temperatura para decomposição do ácido oxálico conti- analíticas de separaçãocromatográfica (OKA et al., 2000).
do na fase móvel foi utilizado para a técnica de ESI+ na Porém, essas dificuldades têm sido superadas através do
determinação de oxitetraciclina em mel em outro método controle de pH da solução de extração e pelo uso de subs-
estabelecido por ALFREDSSON et al. (2005). tâncias que minimizam as interações com os grupos silanóis,
Na determinação de resíduos de cloranfenicol no mel, como o EDTA e o ácido oxálico, além do desenvolvimento
a técnica de LC-MS tem sido a mais utilizada. Este fato é, de polímeros para substituírem a sí1ica nos cartuchos de
provavelmente, conseqiiência da proibição do uso deste extração e colunas analíticas. Em decorrência das constan-
antimicrobiano na criação de animais para produção de ali- tes de dissociação (pka) das tertraciclinas, e devido à pre-
mentos, em di versos países.A "tolerância zero" estabelecida sença de grupos substituintes com nitrogênio, estas subs-
implica na necessidadede se utilizar métodos que permitam tâncias apresentam cargas em toda a faixa de pH. Mesmo
a determinação e confirmação do antimicrobiano em níveis havendo um valor de pH no qual as moléculas apresentam-
muito baixos como, por exemplo, o nível mínimo de desem- se na forma de zwitterions com uma carga total neutra, a
penho do método requerido pela União Européia (UE) -0,3 presença de cargas pontuais diminui a solubilidade das
jlg kg-l (CEC,2002). HORMAZÁBALe YNDESTAD (2001) tetraciclinas em solventes imiscíveis em água, dificultando
utilizaram um LC-MS do tipo quadrupolo simples com APCI a extração por LLE. Na análise de resíduos de oxitetraciclina
e obtiveram um limite de detecção de I ~g kg-l e um tempo em mel, DIAZ et al. ( 1990) apresentam um preparo de amos-
de corrida de 12 minutos. 11JRNIPSEED et al. (2002) desen- tra bastante simples, somente com uma etapa de diluição.
volveram um método para determinação qualitativa de CAP Porém, o método apresenta baixa sensibilidade e a introdu-
em mel utilizando um equipamento do tipo Ion Trap com ção de todos os compostos da amostra na coluna analítica,
ionização por ESI nos modo negativo e espectrometria de aumentandoa interferência no resultado e diminuindo a vida
massasseqtiencial (MS/MS). O limite de detecçãoestabele- da coluna. A dissolução da amostra em tampão Mcl1vaine
cidofoi I ~gkg-l. VERZEGNASSIetal. (2003)desenvolve- (pH=4) contento Na2EDTA e, em seguida, aplicação desta
ram um método quantitativo com limite de detecção inferior em cartucho de extração em fase sólida é o procedimento
a 0,1 jlg kg-l utilizando o modo negativo de ESI e o mais citado na literatura para análise de oxitetraciclina em
monitoramento das transições entre os íons pelo sistema mel (ANDERSON et al. ,2005). As diferenças entre os méto-
SRM (selected reaction monitoring) em equipamento do tipo dos são, principalmente, os volumes de diluição do mel e o
triplo quadrupolo. Com equipamentos de LC-MS/MS equi- tipo de cartucho utilizado. Em uma revisão de metodologias
valentes ao anterior e utilizando o mesmo modo de opera- para análisede tetraciclinas feita por OKA et al. (2000), pode-
ção (ESr, SRM) outros três métodos relatados na literatu- se observar que a maioria dos cartuchos utilizados para
ra estabeleceram, para a determinação de cloranfenicol em extração das tetraciclinas é de sí1icamodificada com grupt)s
mel, limites de detecção igual a 0,05 jlg kg-l, 0,02 jlg kg-1e octadecil (C 18). Porém. mais recentemente, os autores têm
0,07 jlg kg-1(~OGUSZ etal., 2004; ORTELLletal., 2004; relatado que o uso de cartuchos à base de polímeros melho-
FORTI etal_, 2005). rao nível de recuperação dos analitos (K.:\UFMANN etal.,
2002; PAGLIUCA et al., 2002; CINQUINA et al.. 2003;
VINAS etal., 2004).
PREPARO DEAMOSTRAS A extração do cloranfenicol de matrizes biológicas
pode ser feita através de LLE com sol ventes como metanol,
As etapas mais impot1antes e difíceis de um método acetonitrila, acetato de etila ou diclorometano. Para a lim-
para análise de antimicrobianos em mel são: a extração da(s) peza da amostra com SPE, tanto cartuchos de fase normal
substãncia(s) de interesse e a limpeza da amostra. Adificul- quanto reversa têm sido utilizados, sendo que para C 18
dade aumenta quando o método visa determinar os resídu- foram obtidos melhores níveis de recuperação do analito
os de diversos compostos simultaneamente. Mesmo per- em comparação com fase normal (FEDENIUK e SHAND.
tencendo a uma mesma classe, os antimicrobianos apresen- 1998). Parao mel, uma combinação de LLEcom SPEé rela-
tam propriedades físicas e Químicas diferentes. tada por diferentes autores. HORMAZÁBAL e YNDRST A n
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(2001) iniciam a extração Ll~E utilizando uma mistura de t(>irealizada a extração das sulfonamidas com uma mistura
solventes. Posteriormente. a tração orgânica é evaporada de acetonitrila e diclorometano. MARTEL e ZEGGANE
e reconstituída em solução aquosa. a qual é aplicada ao (2003) fizeram a etapade hidrólise com HCI e utilizaram um
cartucho de extração em fase smida. Procedimento seme- alíquota desta solução para a derivatização do sulfatiazol
lhante em relação à seqliência de extrações, é relatado em com fluoroescamina e análise direta por HPLC. A combina-
boletim do FDA-Food and Drug Administration ção seqtiencial de cartuchos de troca iônica e fase reversa
(TURNIPSEED et al.. 2002). Porém. a primeira etapa da foi utilizada por PANG et a(. (2003) para extração e limpeza.
LLE é feita com acetato de etila e. após evaporação do respectivamente. na analise de sulfonamidas em mel. A
sol vente orgânico e dissolução em meio aquoso. uma se- etapa de hidrólise, anterior à extração. foi realizada com
gunda extração é feita com hexano para retirar interferen- ácido fosfórico. POSYNIAK et al. (2003 ). util izaram tam-
tes apoIares. Para limpeza do extrato utiliza-se uma seqliên- pão acetato (pH 5) para dissolver a amostra e aplicaram
cia de dois cartuchos de SPE. VERZEONASSI et al. (2003) esta solução ao cartucho de SPE do tipo C18. MAUDENS
inverte a seqliência de extrações. iniciando com SPE em et a(. (2004) fizeram hjdrólise com HCI seguida de extração
cartucho a base de polímero. O cloranfenicol é, então, ex- com acetonitrila e limpeza do extrato com SPE de troca
traído da fração obtida na etapa anterior com uma mistura catiônica. THOMPSON e NOOT (2005) utilizaram um car-
de acetonitrila e diclorometano. A fração orgânica é eva- tucho de SPE on line ao sistema LC-MS/MS e fizeram a
porada e a amostra restante é dissolvida em água. extração e limpeza com o gradiente da fase móvel.
Para a determinação de estreptomicina em mel,
EDDER et al. (1999) utiliza SPE combinando cartuchos de
troca iônica e C 18 para extração e limpeza da amostra, res- CONSmERAçÕE5 F1NAIS
pectivamente. BRUIJNSVOORT et al. (2004) descreve a
análise da estreptomicina em mel através de LC-MS utili- A determinação de resíduos de medicamentos vete-
zando uma única etapa de extração e limpeza por SPE com rinários em mel é uma necessidadecrescente devido ao au-
cartuchos C18. Para aumentar a retenção do agente mento das exigências dos mercados importadores e da cria-
antimicrobiano no cartucho de fase reversa. os autores ção de programas de vigilância governamentais. Para tanto,
adicionaram ao tampão de extração um contra-íon, o ácido são necessáriastécnicas analíticas que possibilitem a iden-
heptanosulfônico. O mesmo contra-íon foi utilizado por tificação e quantificação dos resíduos que possam estar
HORIE et (Li. (2004), porém eles fizeram uma primeira pas- presentesno mel. A cromatografia líquida de alta eficiência
sagem da amostra diluída em água pelo cartucho de acoplada a espectrometria de massasparece ser, atualmen-
polímero, sem retenção da estreptomicina e te, a técnica mais adequada para esta função. Entretanto, a
diidroestreptomicina. O cartucho foi condicionado nova- disponibilidade destesequipamentosé, ainda, limitada, prin-
mente e a amostra, agora com o contra-íon, foi aplicada cipalmente devido ao elevado custo de aquisição e a neces-
uma segunda vez, possibilitando a retenção dos analitos. sidade de pessoal especializado para sua operação. Inde-
Em outro método desenvolvido por PANO et al. (2004), a pendentemente da técnica de análise, a preparação, prévia
utilização do contra-íon para retenção no cartucho C18 foi ou contínua, da amostra é a etapa mais crítica na determina-
precedida de uma etapa de extração dos antimicrobianos ção de resíduos de agentes antimicrobianos em alimentos,
da matriz com SPE de troca catiônica. como o mel. Há, todavia, espaço para o aprimoramento dos
HORIE et al. (1992) utilizaram para a extração de procedimentos utilizados atualmente e para o desenvolvi-
sulfonamidas do mel a LLE com clorofórmio após dissol- mento de novas metodologias que tenham o objetivo de
ver a amostra em uma solução de cloreto de sódio 30%. A obter os resultados exigidos. reduzindo-se o tempo de aná-
limpeza do extrato foi feita cartucho de SPE com florisil. lise e seu custo, seja este financeiro ou ambiental. Este fato
VINAS ef al. (1995) fizeram somente a diluição da amostra poderá contribuir para a ampliação dos programas de vigi-
com água e injeção direta desta solução no cromatógrafo. lância de resíduos de medicamentos veterinários em alimen-
De maneira semelhante. CABALLERO ef al. (2001) não tos e, conseqilentemente, desestimular o uso destas subs-
utilizaram etapa de extração para análise de sulfonamidas tâncias sem orientação profissional, aumentando a segu-
em mel. Os autores fizeram a diluição da amostra em solu- rança do mel oferecido aos consumidores e estimulando a
ção de dodecilsulfato de sódio. sonificação e filtragem atividade apícola no país.
antes da injeção. KAUFMANN ef al. (2002) estabelece-
ram como necessária uma etapa de hidrólise com ácido
clorídrico (HCI 2 mol L-' ). anterior a SPE, para liberar as RESUMO
sulfonamidas ligadas com os açúcares da matriz. Após a
hidrólise, a extração foi feita utilizando cartuchos com fase Há uma demanda crescente para a determinação dos
reversa a base de polímeros. Segundo os autores. sem a resíduos de medicamentos veterinários em mel. Para reali-
etapa de hidrólise, a determinação de sulfonamidas em mel zar essa determinação, diversas técnicas analíticas estão
ficaria subestimada. Este fato foi relatado. também, por descritas. Acromatografia líquida de alta eficiência desta-
VERZEONASSI ef al. (2002). porém estes autores utiliza- ca-se entre as técnicas atualmente utilizadas devido a sua
ram O ácido tricloroacético para a hidrólise. Após a capacidade de separação e à possibilidade de acoplamento
hidrólise. o oH da solucão foi corri2ido para 6.5 e, então, do cromatógrafo com diversos tipos de detectores afim de
Reves FGR./Re\'i~.ta Brasileira de To.\"icolo.~ia 2(). n.l e 2 (2007) 27

obter a seletividade nel:essária para identificação e Caballer() RD. Torres-Lapasió JR. Baeza-Baeza JJ. García-
quantifil:ação do(s) resíduo(s). Atualmente. a Alvarez-ClJqueMC. MicelJar chromatographic pr<.)(;edure
espectrometria de massas tem se mostrado a técnica de with direct injection for the determination of
análise mais adequada para a identificação e quantificação suJfonamides in miJk and honey samples. J Liq
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Entretanto. o preparo da amostra para análise é. ainda. a CEC. Commission of the EuropeanCommunities. Commission
etapa crítica neste tipo de determinação. O presente traba- Decision of 12 August 2002: Implementing Council
lho faz uma revisão dos métodos analíticos que utilizam a Directive 96/23/EC concerning the performance of
cromatografia líquida de alta eficiência na determinação anaJytical methods and the interpretation of the results.
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