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FACULDADE DE DIREITO
DISCIPLINA: CRIMINOLOGIA
A TEORIA ECOLÓGICA
ESCOLA DE CHICAGO
ROBERT PARK
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Na segunda metade do século XIX, a sociedade européia passou por grandes
mudanças trazidas pela revolução industrial, que vinha ocorrendo desde o século XVIII. O
grande êxodo de camponeses do campo para as cidades teve consequências no modelo social,
de forma que a nova vida na cidade foi acompanhada de grandes mudanças na cultura e nos
costumes. A luta por moradia, trabalho e vida formou diversos problemas sociais, inclusive
indícios de criminalidade.
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Portanto, as definições de desorganização social e subcultura criminosa foram
desenvolvidas a partir da pesquisa sociológica de Park, que desenvolveu o conceito de
urbanismo entendendo que uma cidade não é apenas uma coleção de pessoas e costumes onde
as especificidades se juntam em uma soma, comunidade é "um estado de espírito, um
conjunto de costumes e tradições". Dessa maneira, segundo Park, a cidade também não é
meramente um mecanismo físico e uma construção artificial, "A cidade é o produto não
intencional do trabalho de sucessivas gerações de homens".
Disso entende-se que a cidade é de fato uma corpo que recebe as pessoas e as utiliza
para promover a construção e reconstrução de suas estruturas em um sistema transmitido nas
tradições - a lógica da reciprocidade altruísta entre o homem e a cidade e a cidadania. Esses
aspectos são derivados do método dedutivo de Durkheim, que entende a sociedade como um
todo autocontido, independente de um ou outro indivíduo.
Em vista disso, conclui-se que para a ecologia criminal, a cidade adquire uma
identidade própria, que legitima e confirma seus próprios valores, de maneira que o produto
dessa desorganização e do enfraquecimento dos laços comunitários é o crime. Pois as pessoas
não se conhecem, seus valores não são estritamente comunicados, isto é a cidade é agrupada
materialmente, mas não espiritualmente.