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Tubarão
2019
JANAINA FRANCISCO NEVES
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Professora e orientadora Maria Matilde Villegas Jaramillo
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Banca 01
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Banca 02
RESUMO ABSTRACT
A cultura e a tradição são responsáveis por Culture and tradition are responsible for defining
definirem as características de uma população, por isso é importante characteristics of a population, so it is important that they are valued and
que elas sejam valorizadas e incentivadas. encouraged.
Diante disso, definiu-se como tema para o Trabalho Given this, it was defined as a theme for the Course
de Conclusão de Curso, um Centro Cultural na cidade de Laguna, SC. Conclusion Work, a Cultural Center in the city of Laguna, SC.
O município possui diversos patrimônios materiais e The city has several material and immaterial heritage,
imateriais, porém a falta de um espaço adequado para eventos e but the lack of adequate space for events and presentations ends up
apresentações acaba prejudicando a tradição e é a mais constante damaging the tradition and is the most constant complaint of residents.
reclamação dos moradores. The land chosen for the implementation of the project
O terreno escolhido para a implantação do projeto is located in the city center, near the bus station, facilitating access to the
está localizado no centro da cidade, próximo a rodoviária, facilitando entire population.
o acesso a toda população. In addition to cultural spaces, the proposal will offer
Além de espaços culturais, a proposta oferecerá leisure activities, green areas and contemplation spaces, due to the
atividades de lazer, áreas verdes e espaços de contemplação, devido a landscape that the land offers, as it is located in front of Santo Antônio
paisagem que o terreno oferece, por estar situado em frente a Lagoa dos Anjos Lagoon.
Santo Antônio dos Anjos.
SUMÁRIO
3. REFERENCIAIS PROJETUAIS 25
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA 05 3.1 Centro Cultural de Eventos e Exposições de Cabo Frio 26
1.1 Introdução 06 3.2 Inst. de Arte Contem. da Universidade da Virgínia 33
1.2 Problemática e Justificativa 07 4. ESTUDO DE CASO 40
1.3 Objetivos 08 4.1 Centro Histórico-Cultural Santa Casa 41
1.4 Metodologia 09 5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA 49
2. REFERENCIAIS TEÓRICOS 10 5.1 Inserção da Área 50
2.1 Cultura 11 5.2 Histórico 52
2.1.1 Imigração e Cultura 12 5.3 Infraestrutura Urbana 53
2.1.2 Patrimônio Cultural 13 5.4 Terreno 53
2.1.3 Patrimônio Cultural em Laguna 14 5.5 Entorno 55
2.2 Turismo e Lazer 16 5.6 Legislação 60
2.2.1 Turismo Cultural e Lazer em Laguna 17 6. PARTIDO 62
2.3 Centro Cultural 18 6.1 Conceito 63
2.3.1 Os espaços culturais em Laguna 19 6.2 Diretrizes Projetuais 63
2.4 Conforto e Sustentabilidade 20 6.3 Programa de Necessidades 64
2.4.1 Conforto Ambiental 20 6.4 Organograma e Fluxograma 65
2.4.2 Conforto Térmico e Iluminação Natural 20 6.5 Zoneamento Geral 66
2.4.3 Ventilação Natural 21 6.6 Implantação 67
2.4.4 Conforto Visual 22 6.7 Plantas Baixas 68
2.4.5 Conforto Acústico 23 6.8 Volumetria e Materialidade 69
2.4.6 Sustentabilidade 24 7. CONCLUSÃO 70
1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
06
convivência da população, o que consequentemente resultará na adequados para a realização de atividades e não atende as
integração dos mesmos, além da valorização de espaços livres, a necessidades da cidade. Dentre outros espaços culturais, pode-se
fim de obter interação com o seu entorno através da inserção do citar o Cine Mussi, espaço voltado para peças teatrais e cinema,
projeto as margens da Lagoa Santo Antônio dos Anjos no além do Sesc, onde são oferecidas aulas práticas, porém não atende
Centro Histórico. toda população.
A intenção desse projeto é criar um espaço público
1.1 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA e democrático de convívio onde a cultura esteja presente, pois esse é
um dos pontos mais deficientes da cidade. Um centro cultural
Laguna é uma cidade histórica com tradições e intensificaria ainda mais o turismo e resgataria valores culturais e
costumes fortemente presentes entre a população. Apesar das históricos, visto que atualmente é a maior e mais constante
riquezas regionais, as ações culturais são carentes de reclamação dos moradores, a falta de um espaço com uma
infraestrutura adequada e investimento financeiro para sua infraestrutura apropriada para eventos e atividades de lazer para
manutenção, deixando de explorar os amplos patrimônios todas as faixas etárias.
culturais materiais e imateriais existentes no município. Com o intuito de fornecer a interação do projeto
A ausência de uma infraestrutura apta, tanto com o entorno, o terreno localizado no Centro Histórico na orla da
para realização de eventos, como para a realização de atividades Lagoa de Santo Antônio dos Anjos foi escolhido para proporcionar
de lazer e aulas práticas, acaba enfraquecendo a cultura do um centro cultural com acesso para todos, pois um terreno na
município e o seu desenvolvimento. centralidade seria uma ótima opção para facilitar este acesso, além
Laguna dispõe apenas do Centro Cultural Santo de o mesmo oferecer belos visuais para os frequentadores. A área
Antônio dos Anjos, que pertence a Igreja Matriz Santo Antônio deverá acolher o espaço a fim de que o mesmo faça parte do
dos Anjos. Atualmente, o centro cultural não possui espaços
08
2.1.1 Imigração e cultura aproximadamente 6 mil homens, mulheres e crianças entre 1747 e
1753 no Porto de Angra com destino a Santa Catarina, cerca de
Segundo Grangeia (2017), as causas da 280 pessoas morreram na travessia. Sendo assim, os açorianos se
imigração açoriana para o Brasil no fim do século XIX foram espalharam por terras catarinenses, porém os mesmos nunca se
resultados de uma série de acontecimentos em Portugal como: sentiram migrantes devido à semelhança encontrada no Brasil.
mudanças legislativas como a nova política da república Desde então, os imigrantes açorianos tiveram um
instaurada em 1889, a crise vinícola do norte de Portugal, papel fundamental e influenciam fortemente a formação da cultura
aumento da proletarização pela fragmentação da terra, a brasileira e o cenário cultural da região de Santa Catarina, desde
abolição da escravidão no Brasil e salários superiores aos de aos hábitos alimentares, como as encenações teatrais, as
Portugal. festividades religiosas, a arquitetura, artesanato, entre outros.
De acordo com Costa Leite (2000), os critérios Alguns exemplos da importância dessa cultura no Brasil são as
utilizados pelos portugueses ao escolher o Brasil como destino, casas luso-brasileiras, a renda de bilro, o boi de mamão, o terno de
incluíam o idioma e a religião, que já eram características reis, o pau de fita, a Festa do Divino Espírito Santo e os pratos
comuns e aspectos no setor da saúde, que apesar de epidemias feitos à base de peixe, moluscos e crustáceos (BRESSAN 2017).
como as de febre amarela e varíola, se encontrava em melhores Em 1877 no sul da província iniciou-se a
condições do que em Portugal. ocupação pelos imigrantes italianos, seguidos dos poloneses e
Grangeia (2017), afirma que em um primeiro alemães. Eles desembarcavam em Desterro e desciam até Laguna e
momento, estes imigrantes foram para São Paulo e Rio de Tubarão, estabelecendo-se próximos aos rios, onde fundaram os
janeiro, como principal polo comercial e industrial da época. primeiros núcleos coloniais (Dall’Alba, 1983 apud Filho, 2002).
Posteriormente foram para o sul. Laguna progrediu economicamente como cidade
Conforme Ferreira (2018), embarcaram portuária e comercial, mas se destacou pelas festas religiosas e
13
populares muito comemoradas, pelas peças teatrais e musicais, Segundo Rocha e Barbosa (2015), o conceito de
bailes e atividades esportivas que mobilizavam a população e preservação patrimonial surgiu na França, vinculada à noção de
trazia pessoas de outras cidades e estados. No entanto, na década cidadania, e a consciência cultural de preservação da memória de
de 50 houve um declínio da atividade portuária e da economia. um povo. Sendo assim, o patrimônio cultural de uma sociedade é
Porém, na atualidade muitas tradições e costumes ainda são um conjunto de bens escolhidos para representar uma cultura ou
mantidos entre os lagunenses, foram passados dos imigrantes uma identidade, através de valores atribuídos que os tornam
para seus descendentes que habitam no município até os dias patrimônio cultural, porém, esta escolha é feita com a participação
atuais, tornando a cultura e história da cidade muito do Estado.
diversificada devido às diferentes imigrações em Laguna. De acordo com o IPHAN (2012), a ideia de
patrimônio, além de um conjunto de bens materiais, é caracterizada
2.1.2 Patrimônio Cultural também por tudo que é considerado valioso para uma comunidade.
Por isso, pode ser dividido em patrimônio cultural material, que é o
Para o Instituto do Patrimônio Histórico e conjunto de bens culturais móveis e imóveis existentes em um
Artístico Nacional (IPHAN 2009, pág. 12): determinado lugar, cuja conservação seja de interesse público
nacional, por possuírem valores históricos, arquitetônicos, entre
“A palavra patrimônio vem de pater, que
significa pai. Tem origem no latim, uma língua
outros. E o patrimônio cultural imaterial, que é o conjunto de
hoje morta que deu origem à língua saberes, transmitido de geração em geração, constantemente
portuguesa. Patrimônio é o que o pai deixa
para o seu filho. Assim, a palavra patrimônio recriado pela comunidade devido ao seu ambiente, gerando um
passou a ser usada quando nos referimos aos
bens ou riquezas de uma pessoa, de uma sentimento de identidade, bem como as celebrações, as formas de
família, de uma empresa. Essa ideia começou a
adquirir o sentido de propriedade coletiva com expressão, entre outros.
a Revolução Francesa no século XVIII”
14
2.1.3 Patrimônio Cultural em Laguna quinhentos e cinquenta) anos a.C, pois a cidade abriga os mais
antigos da região sul do Brasil, com vestígios materiais dos
Para Calvino (1998, p. 21): primeiros povos que habitaram esta área, compostos por restos de
conchas, areia, ossos de animais e artefatos construídos com ossos,
A cidade não conta o seu passado, ela o
contém como as linhas da mão, escrito nos
para auxiliar no seu trabalho de caça, alimentação, entre outros.
ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos Também como patrimônio cultural material pode
corrimãos das escadas, nas antenas dos para-
raios, nos mastros das bandeiras, cada se ressaltar, o Centro Histórico de Laguna que foi Tombado pelo
segmento riscado por arranhões, serradelas,
entalhes, esfoladuras. IPHAN em 1985 (Figura 01), considerando-o fundamental para a
manutenção da identidade dos brasileiros e da paisagem urbana de
Laguna está situada no extremo ao sul do
Laguna. (VILLEGAS 2016). É reconhecido pela presença de seus
território lusitano, local onde passava a linha imaginária do
casarios históricos que evocam a formação política, social e
Tratado de Tordesilhas de 1494, sendo assim, possui grande
econômica da cidade, incluindo as ruas que formam o traçado
importância histórica e cultural. Além disso, foi a partir deste
urbano, seguindo as normas de Portugal com o desenho retilíneo;
município que partiram os conquistadores para o território de
as praças; cemitérios e todas as construções existentes dos
São Pedro, atual Rio Grande do Sul. Laguna foi o porto na
diferentes períodos de formação.
Lagoa Santo Antônio dos Anjos, onde teve fundamental
importância na ampliação dos limites das terras da coroa
portuguesa no sul do Brasil (VILLEGAS 2016).
Segundo o IPHAN (2019), em Laguna como patrimônio cultural
material, se tem uma grande variedade de elementos desde, os
Sambaquis construídos há aproximadamente 4.550 (quatro mil,
15
Figura 01: Delimitação da poligonal de Tombamento do Centro Histórico Festa de Santo Antônio, a semana santa e boi de mamão.
(ETec Laguna – IPHAN/SC).
Para finalizar vale a pena ressaltar uma parte do
parecer de tombamento do arquiteto Franco, onde ressalta a
importância de Laguna em seu conjunto material e imaterial.
Recomenda-se, assim, o tombamento do centro
histórico de Laguna em seu acervo paisagístico constituído pelo
sistema natural que o envolve, pelo conjunto de logradouros em
seu traçado e dimensão, pelo cais junto à Lagoa de Santo Antônio
e pelo conjunto de edificações em sua volumetria, em sua
ocupação do solo e em suas características arquitetônicas, que
Fonte: ETec Laguna – IPHAN/SC.
expressam a continuidade da evolução histórica do núcleo urbano
Como patrimônio imaterial se pode destacar a
original, (...). Franco (1984, p. 13)
pesca artesanal com o auxílio dos botos que é uma atividade
considerada patrimônio cultural imaterial nacional, sendo Figura 02: Centro Histórico de Laguna.
realizada segundo o IPHAN (2019), desde o tempo em que os
índios Carijós ocupavam o território onde hoje está localizada
Laguna e depois a atividade continuou sendo praticada pelos
moradores da cidade. Atualmente este tipo de pesca é realizada
em diversos pontos da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos. Além Fonte: Marco Bocão, 2005 - ETec Laguna IPHAN/SC.
de grupos sociais, serão valorizadas e estudadas através de cultural possui grande importância, pois servirá como motivação
oficinas, em um espaço cultural elaborado a partir de um de viagem, o que consequentemente resultará em um maior
anteprojeto arquitetônico que será implantado no Centro número de turistas devido à cultura. A escolha de cada um a certas
Histórico de Laguna, as margens da Lagoa de Santo Antônio. experiências culturais é uma forma de o individuo reafirmar seu
pertencimento a determinados grupos sociais, utilizando como
2.2 TURISMO CULTURAL E LAZER forma de lazer suas tradições e cultura.
Segundo Gomes (2004), o lazer possui várias
Köhler e Durant (2007), afirmam que a definições, incluindo uma infinidade de manifestações culturais,
definição de turismo cultural consiste no desfrute turístico de como jogos, festa, esporte, arte (pintura, escultura, literatura,
equipamentos e atrações culturais, como centros históricos, dança, teatro, música, cinema), os passeios e as viagens, que estão
festivais, gastronomia local, centros culturais, museus, entre associados ao turismo cultural. O lazer e o turismo possuem suas
outros espaços, objetos e eventos. Pode-se dizer que é tudo particularidades, mas também semelhanças, que os tornam
aquilo que é oferecido como atração cultural e as mesmas indispensáveis.
devem estar aptas para receber todos os turistas. Gomes (2004, p. 125), considera o lazer como:
Silberberg (1995, p. 361) define turismo cultural como:
Uma dimensão da cultura construída por meio da
vivência lúdica das manifestações culturais em um
Visitação por pessoas de fora da comunidade tempo/espaço conquistado pelo sujeito ou grupo
receptora motivada no todo ou em parte por social, estabelecendo relações dialéticas com as
interesse em aspectos históricos, artísticos, necessidades, os deveres e as obrigações,
científicos ou de estilo de vida e de herança especialmente com o trabalho produtivo.
oferecidos por uma comunidade, região, grupo
ou instituição.
Desse modo, o turismo estimula a cultura e o
Conforme Köhler e Durant (2007), o patrimônio lazer, podendo desenvolver economicamente determinada
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região, gerando lucro e prestígio, bem como recursos para atrair O IPHAN criou uma visita pelo Centro Histórico.
visitantes. Sendo assim, o turismo cultural poderá trazer O Museu de Percurso, com o intuito de ressaltar as construções
benefícios para Laguna, devido a preservação da cultura e o luso brasileiras, ecléticas e do art decó. As construções mais
fornecimento de atividades de lazer, fortalecendo a economia e importantes para a cidade receberam placas de identificação
podendo ser fonte de renda para moradores da região. referente ao estilo pertencente. A luso brasileira é representada por
um símbolo na cor amarela, o eclético na cor laranja e o art decó
2.2.1 Turismo Cultural e Lazer em Laguna na cor verde. É fornecido um mapa que mostra os caminhos a
serem seguidos e a localização das construções (Figura 03).
Como já foi comentado, Laguna se destaca
pelos seus bens culturais materiais e imateriais, com uma Figura 03: Mapa do percurso no Centro Histórico.
O turismo de praia é um grande potencial da cidade, as praias fevereiro ou março e traz grande quantidade de turistas devido aos
são uns dos principais atrativos do município. São no total 20 tradicionais blocos de rua, como o bloco da pracinha por exemplo.
praias e cada faixa de areia oferece uma nova paisagem. As Sendo assim, a cidade possui muito potencial para
praias são escolhidas como destino e férias de muitos turistas, o turismo e lazer. A cultura e história da região já proporcionam
atraindo-os para pousadas e hotéis nas proximidades, como a atividades de lazer, devido ao seu amplo número de pontos
Praia do Mar Grosso, Praia do Iró, Praia do Gi, Prainha próxima turísticos, pois apesar de a cidade ser pequena, a mesma é rica em
ao Farol de Santa Marta, Praia de Itapirubá, Praia da Galheta, história e belezas naturais, como as praias que no verão trazem
Praia da Teresa, entre outras. para o município grande quantidade de turistas nacionais e
A Pedra do Frade e o Farol de Santa são pontos estrangeiros, e consequentemente, geram empregos e muitos
turísticos que estão situados próximos a praias e apresentam moradores aguardam pela temporada, a fim de conseguir alguma
belas paisagens, despertando o olhar turístico para visitação. oportunidade de trabalho.
Agnol (2010), afirma que a construção e
inauguração da BR-101 em 1971 trouxe para o bairro Mar 2.3 CENTRO CULTURAL
Grosso o desenvolvimento e a valorização do turismo. O
crescimento imobiliário do Mar Grosso conseguiu atrair para o Neves (2013), afirma que os espaços culturais se
bairro atividades e serviços (restaurantes, hotéis, bares, shows e originaram na Antiguidade Clássica, podendo citar a Biblioteca de
festas de carnaval), ligados ao seu principal ponto turístico, a Alexandria como exemplo. A referida biblioteca abrigava
Praia do Mar Grosso, além do Molhes, que atrai turistas devido documentos, com o objetivo de preservar o conhecimento da
a pesca que é realizada no local. Grécia Antiga, assuntos como religião, mitologia, filosofia,
O carnaval de Laguna é considerado um dos medicina, entre outros. Além disso, possuía espaços de estudo e de
maiores do litoral catarinense. É um evento que acontece em culto, obras de arte, estátuas, anfiteatro, salas de trabalho,
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observatório, refeitório, jardim botânico e zoológico. Pode-se cultural é a informação. É necessário permitir a liberdade ao
dizer que os espaços citados são semelhantes aos atuais centros usuário, para que o mesmo possa adquirir o conhecimento, analisá-
culturais. lo e discuti-lo, pois o local deverá servir para as pessoas
O mesmo autor afirma que, um centro cultural encontrarem as informações necessárias do dia a dia. Sendo assim,
pode ser definido pelo seu uso e atividades nele desenvolvidas. pode-se dizer que cultura e informação estão relacionadas entre si,
Oferece a cultura através de informações, obras de arte, através da preservação, circulação e criação, pois é necessário
criatividade, dinâmica, como por exemplo, espaços para registrar e preservar a fim de construir novas informações e
realizações de atividades, auditórios, biblioteca, espaços para disseminá-las.
múltiplos usos, entre outros.
Também complementa que um centro cultural 2.3.1 Os espaços culturais em Laguna
possui o objetivo de informar, discutir e criar, promovendo a
interação de diferentes tipos de públicos através de uma ação Conforme já foi mencionado, no município de
cultural. Deve-se incorporar ações que estimulem a produção de Laguna acontecem várias festividades e atividades culturais
bens culturais, promovendo oficinas, cursos e laboratórios. durante o ano. Porém, atualmente estão disponíveis poucos
Para Milanesi (2003, p.199), um centro cultural espaços e eles não oferecem a infraestrutura adequada para a
pode se definir da seguinte forma: realização dessas atividades e eventos.
A recepção é o local onde ocorre o primeiro contato do visitante Entre eles pode-se citar o Centro Cultural Santo
com a instituição. Se o acolhimento for positivo, o ambiente se Antônio dos Anjos, pertence e está situado ao lado da Igreja Santo
torna mais generoso e envolvente. A ação cultural é feita, Antônio dos Anjos, é onde acontecem os eventos da festividade de
essência, pelas relações humanas a partir da porta de entrada. Santo Antônio, padroeiro da cidade, e outros pequenos eventos
Conforme Ramos (2007), a base de um centro municipais, como apresentações, entre outros.
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No município encontra-se também o Cine Mussi, espaço voltado Segundo Kowaltowski (2001), o conforto
para apresentações de teatro e cinema, onde são oferecidas pelo ambiental possui relação com o ambiente físico, as características
SESC, programações mensais para a comunidade. O Serviço do local e a arquitetura da edificação. Ao implantar as edificações
Social do Comércio – SESC é um local privado que nos lotes e definir o uso dos espaços, é necessário analisar as
disponibiliza algumas atividades de lazer, aulas de teclado, condições naturais do terreno a fim de obter um melhor
violão, música, academia, encontros do grupo de terceira idade, aproveitamento da ventilação, iluminação e insolação adequada.
clube de mães, porém atende em especial os trabalhadores do Sendo assim, as características físicas determinarão a posição do
comércio de bens, serviços e turismo (SESC s.d). centro cultural no lote, visando sempre o bem-estar aliado ao
Como se pode perceber a cidade não conta com conforto térmico, acústico e visual.
uma infraestrutura adequada para receber todo tipo de evento,
além de não oferecer condições para que todos tenham acesso à 2.4.2 Conforto térmico e iluminação natural
história existente no município e acesso a manifestações
culturais e artísticas. Sendo assim, a implantação de um centro De acordo com Lamberts, Dutra e Pereira (1997),
cultural em Laguna exercerá o papel de desenvolvimento da o conforto térmico é a satisfação do homem com o ambiente
população através da inclusão social dos mesmos na cadeia térmico em que ele está inserido. A insatisfação pode ser causada
produtiva da cultura. pela sensação de desconforto pelo calor ou pelo frio. O homem
utiliza de meios (Figura 04) que possam ajudar a determinar as
2.4 CONFORTO E SUSTENTABILIDADE condições de conforto térmico, como: curvar o corpo, esfregar as
mãos, vestimentas, atividades físicas, construção de abrigos, entre
2.4.1 Conforto Ambiental outros.
21
Figura 04: Meios culturais e instintivos de Conforto Térmico. proteções externas sem intervir a luz natural.
Lamberts, Dutra e Pereira (1997), afirmam que as
janelas espalhadas fornecem mais luz que as concentradas apenas
em um local. As janelas posicionadas de forma horizontal
fornecem a luz mais uniformemente que as verticais. Um exemplo
é a prateleira de luz (Figura 05), que divide a abertura em duas
partes horizontais, a parte superior recebe a radiação solar e
Fonte: (a) Lamberts, Dutra e Pereira, 1997. direciona a luz para o forro.
Figura 05: Prateleira de luz.
Segundo o Manual de Conforto Térmico, Frota
e Schiffer (2006), o calor que um determinado edifício receberá,
dependerá muito das características térmicas da construção e da
intensidade da radiação. Um local predominantemente quente,
deverá evitar a radiação solar direta a fim de prevenir muito
Fonte: (a) Kummer, Prus e Oliveira, 2015.
ganho de calor e em paredes opacas, por exemplo, a radiação é
menor do que em paredes transparentes.
2.4.3 Ventilação Natural
O mesmo autor afirma que vegetações e
elementos arquitetônicos podem proteger a edificação dessa
De acordo com Lamberts (2014), o vento é
radiação, porém, é necessário saber a posição do sol onde se
desejado no verão e indesejado no inverno. O vento pode ser
deseja impedir que essa radiação direta ocorra. Entretanto, deve-
diferente dependendo de cada local, podendo ser influenciado pela
se saber que a iluminação natural pode ter relação com ganhos
topografia, edificações, vegetação e as diversas configurações
térmicos de calor, por isso, uma ótima opção é optar por
volumétricas (Figura 06) podem alterar a direção e intensidade.
22
Figura 06: Configurações volumétricas que podem alterar o vento. mais baixas.
Uma ótima opção e muito eficaz é a ventilação
cruzada (Figura 08 b), as aberturas são posicionadas em paredes
diferentes, promovendo a circulação no local.
Fonte: (a) Lamberts, 2014. Figura 08: (a) Ventilação vertical; (b) Ventilação cruzada.
confortável para os nossos olhos (LAMBERTS, DUTRA E Figura 09: Tratamentos acústicos.
PEREIRA 1997).
A fim de obter resultados eficientes é necessário
definir quais tarefas serão realizadas em um determinado local
edeterminar as influências da luz na habilidade das pessoas ao
Fonte: Cunha, 2012.
executar uma tarefa. O conforto visual pode ser definido quando
o ser humano realiza suas tarefas sem esforços, com precisão, Neufert (2013), afirma que o isolamento acústico é
qualidade e sem riscos de acidente ou que afetem a visão a intenção de diminuir a propagação de som entre a fonte e o
(LAMBERTS, DUTRA E PEREIRA 1997). ouvinte. Quando os dois estão em ambientes separados, utiliza-se o
isolamento acústico e se estão no mesmo local, é utilizada a
2.4.5 Conforto Acústico absorção, que agirá sobre o som refletido, sem influenciar no som
quando atingir o ouvinte.
Segundo Blower e Azevedo (2008), o conforto De acordo com Silva (2002), as vegetações podem
acústico pode acarretar possíveis interferências dos ruídos e da ser elementos utilizados a fim de obter isolamento acústico. Pode-
poluição sonora sobre a saúde dos seres humanos. O som se optar ainda por paredes mais rígidas e pesadas que isolarão
produzido em um ambiente da edificação não permanece melhor o som, como o uso de paredes formadas por painéis
somente nele, mas se reproduz por vias diretas e indiretas afastados um do outro. O vazio formado pelos painéis, chamados
resultando em ruídos aos outros usuários da edificação. de “colchões de ar” dificultarão a passagem do som e podem ser
Diante disso, podem-se adotar os seguintes preenchidos com materiais isolantes, como a lã de vidro por
aspectos: exemplo.
O mesmo autor afirma que em auditórios é
necessário projetar de modo que o expectador tenha além de uma
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boa visibilidade, uma boa audição do que está sendo oferecido eficientes é preciso considerar vários critérios de sustentabilidade,
no local. Sendo assim, deve-se considerar aspectos como: a como: orientação solar, ventilação natural, materiais ecológicos,
altura não deve ser maior que 7 metros; o teto deve obter uso eficiente de água e energia, gestão de resíduos, entre outros.
material refletor próximo ao palco e absorvente no fundo do
O conceito de moderna Construção Sustentável
auditório; as paredes laterais devem ser paralelas; a sala deve ser baseia-se no desenvolvimento de um modelo que
bem fechada e os corredores devem ser revestidos com material enfrente e proponha soluções aos principais
problemas ambientais de sua época, sem renunciar
absorvente. à moderna tecnologia e à criação de edificações
que atendam as necessidades de seus usuários.
Além disso, é importante saber que uma ótima e Trata-se de uma visão multidisciplinar e
complexa, que integra diferentes áreas do
eficiente opção é que o palco esteja locado na parte mais estreita conhecimento a fim de reproduzir a diversidade
que compõe o mundo. (ARAÚJO, 2005, p.1).
do ambiente, em um local mais alto do que a plateia a fim de
propagar o som diretamente ou outra estratégia seria elevar as Goulart (2007) destaca alguns aspectos ambientais
fileiras da cadeira. para adotar em edifícios, como: permeabilidade do solo, utilização
de águas pluviais, limitação do uso de água tratada para irrigação e
2.4.6 Sustentabilidade descarga, introdução de equipamentos economizadores de água,
uso da iluminação natural, uso de energia renovável, gestão de
Conforme Barassi (2017), a arquitetura resíduos da construção, reúso de recursos, uso de materiais
sustentável deve atender as necessidades das pessoas regionais, uso de madeira certificada, uso de materiais de baixa
respeitando o planeta e sendo viável economicamente. Um emissão de gases, aquecimento de água través de placas solares,
edifício deve causar menos impacto ambiental sem deixar de ser placas fotovoltaicas para gerar energia, entre outros.
confortável, além de ter baixos custos para executar e realizar
manutenção ao longo do tempo. Para chegar a resultados
3 REFERENCIAL PROJETUAL
26
Figura 12: Implantação – usos. duas extremidades do terreno e a carga e descarga possuem um
espaço próprio, com acesso pelo estacionamento do lado
esquerdo.
3.1.1 Acessos
com decks, rampas de vegetações e elementos que se moldam Figura 15: Planta 1º Pavimento – Circulação.
permitem modificar o layout conforme a necessidade, tornando Figura 17: Planta Baixa 1º Pavimento – Zoneamento e definição dos espaços.
o local flexível.
O térreo foi projetado para receber eventos
menores. Nas áreas de serviços estão os ambientes técnicos,
responsáveis pelo funcionamento do edifício; na zona social,
estão as salas de reuniões, o restaurante, o café e uma praça
urbanizada para coberturas efêmeras em eventos maiores; e na
zona cultural encontra-se o auditório multiuso. O 1º Pavimento
possui o mesmo zoneamento, porém configurado de forma
diferente a fim de receber eventos maiores.
Figura 16: Planta Baixa Térreo – Zoneamento e definição dos espaços.
3.1.4 Materialidade e Volumetria Figura 19: (a) (b) Definição de simetria e assimetria.
fachadas leste e oeste; e a cobertura em treliça espacial de Figura 22: Maquete eletrônica brises verticais pivotantes de madeira.
Figura 23: Abertura Zenital – iluminação natural. causasse um conflito visual com o entorno. O ambiente se torna
convidativo devido à praça de lazer, as vegetações, espaços verdes
e a inexistência de muros, criando uma comunicação harmoniosa.
O projeto possui passeios que percorrem seus
espaços, com espaços abertos e fechados propondo a contemplação
da cidade e da lagoa.
Fonte: Arqbr adaptado pela autora, 2019. Figura 25: (a) Imagem do entorno (b) Maquete eletrônica.
Figura 24: Corte com indicação de iluminação natural e ventilação cruzada.
Fonte: (a) Google Maps adaptado pela autora; (b) Arqbr, 2014.
Fonte: Arqbr adaptado pela autora, 2019.
Na figura 28 é possível observar que o acesso A circulação externa é horizontal, linear e difusa,
principal do edifício se dá entre os volumes do auditório e do com árvores de gingko, um grande espelho d'água e um jardim que
fórum, pela via urbana Belvidere Street. O instituto também transforma-se em um “espaço de reflexão”. O 1º e 2º pavimento do
possui entrada entre a galeria e o café. Já a doca é acessada edifício são acessados através da circulação vertical, por
pelos fundos do terreno. elevadores e escadas, conectando cada uma das galerias, o
auditório, o jardim das esculturas e o fórum. Os caminhos do
Figura 28: Implantação – acessos.
projeto se bifurcam, devido aos volumes do edifício, e em todo
projeto o predomínio é da circulação difusa.
Figura 29: Planta Baixa Térreo – circulação.
Figura 30: Planta Baixa 1º Pavimento – circulação. 3.2.3 Definição dos espaços
Figura 32: Planta Baixa Térreo – Zoneamento e definição dos espaços. Figura 34: Planta Baixa 2º Pavimento – Zoneamento e definição dos espaços.
O projeto é caracterizado pela linguagem No projeto o ritmo é representado pelos materiais utilizados na
contemporânea com o intuito de retratar uma diversidade de construção. No instituto está presente o vidro translúcido (Figura
interpretações e perspectivas. A volumetria configura um bloco 36 a) e a estrutura metálica (Figura 36 b), os dois na cor cinzento-
vertical que possui formatos diferentes, adicionando movimento esverdeada. Sendo assim, o edifício confere um caráter dinâmico,
ao local que está inserido. podendo ser opaco devido a sua cor ou translúcido devido ao
O Instituto foi projetado para ter duas fachadas vidro, que fornece a relação do interior com o exterior, utilizando
frontais: de um lado se abrindo para a cidade, e do outro para o grande quantidade de vidro para que se possa estabelecer essa
jardim das esculturas e para o Fórum, possuindo caráter comunicação.
totalmente assimétrico. À noite, os planos translúcidos se transformam em
A arquitetura do edifício proporciona fontes de luz e brilho (Figura 37 a), iluminando o espaço público,
movimento tanto internamente, como externamente. Sendo podendo também ser utilizados como telas de projeção.
assim, a geometria do edifício se torna convidativa pelo seu
diferencial. Figura 36: (a) Vidros translúcidos; (b) Estrutura Metálica.
Fonte: (a) (b) María Francisca González, 2018. Fonte: (a) (b) María Francisca González, 2018.
38
Figura 37: (a) (b) Perspectivas do Instituto de Arte Contemporânea da Figura 38: Jardins elevados.
Universidade da Virgínia.
organização não governamental United States Green Building e gabarito alto, acima de dois pavimentos. O local tem grande
Council (USGBC), com o objetivo de estimular práticas de importância para a cidade por estar próximo a Universidade da
construções sustentáveis. O instituto adotou soluções ambientais Virgínia e estar situado em duas das mais movimentadas vias
necessitando da mesma quantidade de energia para aquecer o O projeto apresenta permeabilidade devido ao
edifício durante o inverno quanto para resfriá-lo durante o verão jardim das esculturas e a inexistência de muros, criando uma
e quatro jardins elevados (Figura 38) que funcionam como relação entre o Instituto e a cidade. Espaços se abrem para o jardim
telhado verde. que se abre para a cidade, fazendo com que os usos continuem em
espaços livres. As fachadas também se abrem para o lugar,
39
Fonte: (a) María Francisca González adaptado pela autora, 2019; (b) Google
Maps adaptado pela autora, 2019.
4.1 CENTRO HISTÓRICO-CULTURAL SANTA CASA Passos e ao Prédio Centenário, que constituem o núcleo histórico
do Quarteirão da Santa Casa, quadra que também tem frente para a
Praça Dom Feliciano.
Autores: Tangram Arquitetura e Design – Ceres Storchi, O projeto converteu as casas no Centro Histórico-
Laura Hagel e Luis Antonio Custódio; Área: 3.749,57 m²; Cultural Santa Casa com o objetivo de abrigar e expor o valioso e
Localização: Porto Alegre, RS; Ano do Projeto: 1998. amplo acervo documental e museológico acumulado em mais de
dois séculos de trajetória da Santa Casa.
Os dados desta análise foram retirados do site
do escritório Trangram Arquitetura e Design e da visita
realizada no dia 24 de outubro de 2019. Figura 40: Mapa de localização Macrozona.
Figura 41: (a) Localização do terreno, (b) Quarteirão da Santa Casa. Figura 42: Implantação – acessos.
4.1.1 Acessos
Figura 44: Entrada Principal. Figura 45: Planta Baixa Térreo – circulação.
4.1.3 Definição dos espaços Figura 47: Planta Baixa Térreo – Zoneamento e definição dos espaços.
Figura 49: Imagens das exposições de longa duração. Figura 51: (a) Teatro e mezanino; (b) Entrada do teatro e escada de acesso ao
mezanino.
Fonte: Acervo da autora, 2019. O projeto possui ritmo representado pelo uso de
Figura 50: (a) Biblioteca; (b) Sala de múltiplos usos. materiais, cores, janelas e fachadas. O centro histórico-cultural
configura um volume horizontal com caráter simétrico.
As oito moradias que formam um conjunto
edificado e foram transformadas no Centro Histórico-Cultural
Santa Casa são geminadas. Apesar da intenção de promover a
mudança de uso do espaço, desde o início o objetivo era realizar a
manutenção da volumetria externa original das casinhas. Embora
não fossem tombadas, os arquitetos optaram pela manutenção
Fonte: (a) (b) Acervo da autora, 2019.
46
das fachadas em razão da representatividade delas na paisagem cores quentes no seu exterior, em tons de laranja, vermelho e rosa.
da avenida, restaurando-as e intervindo somente nos espaços Sendo assim, o edifício confere um caráter opaco devido a grande
internos. quantidade de concreto utilizado, porém, a entrada do centro
cultural é em vidro e protegida por uma cobertura/escultura
Figura 52: Simetria na fachada do Centro Histórico-Cultural Santa Casa. nervurada de aço corten.
O espaço possui duas paredes altas e contínuas
que delimitam o átrio e são atravessadas verticalmente e
horizontalmente por perfis I em estrutura metálica que suporta a
Fonte: Adilson Melendez, 2015. cobertura e a claraboia. A escada do átrio é pré-moldada em um
bloco único de concreto (Figura 58).
Figura 53: Fachada do Centro Histórico-Cultural Santa Casa.
Figura 55: Corte do Centro Histórico-Cultural Santa Casa. Figura 57: Imagens da estrutura e sistemas construtivos.
4.1.6 Relação com o entorno Figura 60: (a) (b) Entorno do Centro Histórico-Cultural Santa Casa.
Fonte: (a) Google Maps adaptado pela autora, 2019; (b) Acervo da autora,
2019.
5 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
50
Fonte: Google Earth adaptado pela autora, 2019. chamada Anita Garibaldi (JÚNIOR 2000).
Além do turismo cultural, encontra-se também o
turismo de praia. A cidade possui diversas e belas praias que
51
atraem olhares e turistas para a região, sendo a Praia do Mar vento sul, sudeste e nordeste.
Grosso umas das mais movimentadas do município.
Vegetação: diversificada, típica de Mata Atlântica e também
5.1.2 Dados Físicos com áreas de restinga e mangue. Algumas espécies nativas da
região, como: Bromélias, butiazeiro, coqueiros, gerivá, ipê
Os dados físicos apresentados a seguir foram amarelo, aroeira, araçá, pitanga, taquareira, palmito, xaxim e
retirados do site da Prefeitura Municipal de Laguna. canela.
Limites: ao norte com os municípios de Imbituba e Imaruí, ao Hidrografia: Destaca-se um conjunto de lagunas, sendo as
sul com Jaguaruna, ao oeste com Capivari de Baixo, Tubarão e principais, a Lagoa de Santo Antonio com uma área de 33,85 km²,
Pescaria Brava e ao leste com o Oceano Atlântico. a Lagoa de Imaruí com área de 86,32 km², a Lagoa do Mirim com
área de 63,77 km², a Lagoa Santa Marta e a Lagoa do Camacho
Relevo: formação montanhosa com 126 m de altura é o ponto com área de 22,94 km². A barra de Laguna tem maior dimensão e é
mais elevado de Laguna. Oferece vista panorâmica do Centro o acesso ao porto pesqueiro do município.
Histórico, dos bairros, das praias e das lagoas.
5.2 HISTÓRICO
A história da cidade de Laguna está marcada por fatos importantes que serão mostrados na linha de tempo a seguir.
Fonte: Elaborado pela autora conforme site da Prefeitura Municipal de Laguna, 2017.
53
A coleta de lixo é de responsabilidade da toda a cidade. Além disso possui antenas de telefonia
prefeitura e é realizada por uma empresa móvel, que são a Tim, Claro, Vivo e Oi.
Está situado a cerca de 6 km da BR- 101 Figura 63: Trajeto da BR-101 ao terreno.
nordeste e sul e também há a incidência do vento sudeste. Figura 65: Vistas do terreno de acordo com a Figura 63.
5.5 ENTORNO
Fonte: Mapa cadastral de Laguna adaptado pela autora, 2019.
coletoras dão acesso principalmente ao comércio da cidade, A maioria das vias do centro da cidade já são
enquanto as vias locais, dão acesso a áreas mais residenciais do pavimentadas com asfalto, lajotas ou pedra. Elas não seguem um
centro da cidade. padrão de largura, porém, as vias arteriais e coletoras são mais
largas que as demais. Além disso, não há a presença de ciclovias
Figura 66: Mapa Sistema Viário. no centro.
centro e nos outros bairros algumas carências. Partindo dessa Figura 69: Mapa Equipamentos Urbanos
5.5.3 Serviços
É possível perceber através do mapa da Figura No mapa de uso de solo da Figura 73, observa-
72, a predominância de espaços privados. Já os espaços públicos se a predominância de comércio e edificações institucionais no
estão caracterizados pelas ruas, espaços verdes e a rodoviária, entorno do terreno. Já as indústrias estão presentes em um
situada próximo ao terreno. Desse modo, pode-se concluir como número reduzido. Encontra-se também nas proximidades a
será importante a presença de um espaço público de lazer na presença de espaços verdes.
região. Figura 73: Mapa Uso do Solo.
Figura 72: Mapa público e privado.
Fonte: Mapa cadastral de Laguna adaptado pela autora, 2019. Fonte: Mapa cadastral de Laguna adaptado pela autora, 2019.
60
Fonte: Elaborado pela autora conforme Parecer Técnico feito pelo IPHAN,
Fonte: Plano Diretor de Laguna adaptado pela autora, 2010.
2019.
61
7. CONCLUSÃO
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