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Faculdade de Veterinária
Centro de Controle de Zoonoses
BRUCELOSE
claudiomarbrod@yahoo.com.br
2017-1
Segundo a Bíblia,
o Deus israelense enviou
pelas mãos de Moisés sobre
o Faraó do Egito e seu
povo, narradas no livro de
Êxodo, capítulos 7—12. As
pragas foram enviadas para
que Israel fosse libertado
da terra do Egito.
1600 a.C.
As dez pragas que Deus teria enviado
para salvar os judeus da escravidão no
Egito podem ser um eco fantasiado de
uma catástrofe ecológica que realmente
aconteceu no Egito.
Ela foi tratada via oral com rifampicina (600 mg/dia) e doxiciclina
(100 mg duas vezes ao dia) por 6 semanas em combinação com
streptomicina intramuscular (750 mg/dia) nas primeiras três
semanas. Ela não tinha visitado o Iraque com seu marido e não
apresentou nenhum outro fator de risco para brucelose.
O Oriente Médio, incluindo o Iraque, tem a mais alta incidência de
Brucelose no mundo, enquanto que o Japão é considerado um país livre
de Brucelose, sendo esta enfermidade de notificação obrigatória no
Japão. De acordo com os dados de vigilância nacional, somente três casos
de brucelose humana e dois de brucelose bovina foram informados no
Japão no período de 1999 a 2005. Nenhum surto de brucelose humana ou
animal foi relatado no Japão no ano de 1998. Considerando o período de
incubação da brucelose (média de 2 a 4 semanas podendo chegar a
alguns meses), o consumo de queijo de cabra em um país endêmico para
brucelose, Iraque, e a raridade da doença em seu país, Japão, é provável
que o paciente 1 tenha contraído brucelose durante sua estadia no
exterior.
O intervalo de tempo da doença entre o paciente 1 e o paciente 2 foi
de aproximadamente 1 mês, que é similar ao período médio de
incubação humano. Ainda que o período de incubação possa variar
amplamente, é difícil argumentar para uma fonte comum de
exposição que ocorreu nestes dois pacientes, uma vez que o
paciente 1 não trouxe qualquer produto de origem animal ou
derivado do Iraque para o Japão. Também, o paciente 2 não
apresentou qualquer ligação epidemiológica com brucelose.
Portanto, é fortemente sugestivo que a doença foi transmitida do
paciente 1 para o paciente 2.
64.3%
Em Novembro de 2001, uma laboratorista de 57 anos começou a
apresentar sintomas inespecíficos de mau estar, vômitos, dor de
cabeça, cãibras nas partes inferiores das pernas, anorexia e febre.
Uma semana após o início dos sintomas, ela foi avaliada, para a
severa dor de cabeça, em um laboratório de emergência, onde
foram coletados sangue e líquido cefalorraquidiano e realizadas
culturas. A cultura do LCR foi negativa e do sangue foram isolados
pequenos bacilos gram positivos caracterizados como bacilos
coriniformes, os quais são interpretados como contaminantes de
desconhecida importância clínica. A despeito de múltiplas
admissões hospitalares, a laboratorista continuava com sintomas,
entretanto sua condição permanecia sem diagnóstico.
Aproximadamente 5 semanas após o início dos sintomas, seus
colegas do laboratório de microbiologia de um hospital, coletaram
seu sangue para novas culturas. Depois de 5 dias de incubação, um
cocobacilo gram variável foi isolado e mais tarde identificado como
Brucella spp.
As consequências patológicas da exposição
a cepas vacinais B19 foram avaliadas em 30
funcionários de uma planta de produção de
vacinas. Brucelose ativa foi identificada em
21 indivíduos, dos quais somente cinco
relataram alguma exposição acidental. As
manifestações clínicas foram fracas e
somente um paciente apresentou uma
complicação. Depois da antibiótico-
terapia, pacientes sintomáticos apre-
sentaram remissão dos sinais e alguns
ainda continuaram com fracos e persis-
tentes sintomas. Este é o primeiro estudo
relatando infecção por B. abortus B19 em
trabalhadores de plantas de manufatura de
vacinas, as quais foram adquiridas de
exposições não identificadas. Medidas de
melhorias de segurança do manuseio de B.
abortus B19 deverão ser implementadas.
Espécies de brucela
ESPÉCIE AGENTE PRINCIPAL OUTROS
AGENTES
B. melitensis B. abortus
Bruce, 1887 - Malta
B. abortus B. melitensis
Bang, 1897- Dinamarca B. suis
ESPÉCIE AGENTE PRINCIPAL OUTROS
AGENTES
B. suis B. melitensis
Traum, 1914 - EUA
B. abortus
B. neotomae
Stoenner & Lackman 1957 – EUA
B. canis B. abortus
Fischer et al. Journal of Zoo and Wildlife Medicine 43: 625–628, 2012
Outra cepa com características típicas de Brucella, mas
distinta das espécies atualmente descritas, foi isolada a
partir de dois babuínos, ambos apresentados como
natimortos (Schlabritz-Loutsevitch et al., 2009)
Finalmente, um relato alarmante veio do Egito. Lá, B.
melitensis foi isolada de peixe-gato (Clarias gariepinus), um
peixe de água doce do Nilo. Estes peixes foram supostamente
infectados pela ingestão de resíduos de carne de animais
infectados jogados no rio (ilegalmente) (El-Tras, et al., 2010).
B. abortus B. suis
ESPÉCIE AGENTE PRINCIPAL OUTROS
AGENTES
B. melitensis B. canis
B. abortus
B. suis
B. melitensis – 3 biovares
B. suis – 5 biovares
B. abortus – 9 biovares
Brucelas confirmadas no Brasil
até 1985
Brucelose
B. ovis B. canis
Fonte: Carrillo,1990.
Características da brucella
Cocobacilos ou bacilos curtos com 0,5 m de
largura por 1 m de comprimento.
São gram negativas, não esporuladas, sem cápsula
ou flagelos.
As colônias de Brucella visíveis em meio sólido em
2 – 3 dias.
VIRUSES
9,53% 3,74%
1,02%
2,59%
0,76%
Fonte: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.
Boletim de Defesa Sanitária Animal. V. 29, n. 1-4. 1996.
(a)
(a) 1,04%(0,00%<CI<0,13%)
0,05%
0,64% (0,41%<CI<1,68%)
(0,00%<CI<1,74%)
(a) 2,61%
(a)
(a)0,95%(0,32%<CI<4,90%)
0,00% (0,00%<CI<1,97%)
(-,--%<CI<-,--%)
(b)
(b)(b) 7,55%
0,61%
0,64%
5,73% (4,34%<CI<11,31%)
(0,08%<CI<2,20%)
(0,08%<CI<2,29%)
(2,65%<CI<10,60%)
(b)
(b)3,11%
0,00% (1,43%<CI<5,83%)
(0,00%<CI<1,27%)
Fronteira
SERRA
LITORAL Oeste
Metropolitana
Norte
SUL
NORTE
0,64% 0,61%
7,55%
7,55% 0,0%
5,73%
3,11%
BRUCELOSE BOVINA NA
REGIÃO SUL DO RS.
MATERIAIS E MÉTODOS
Animais Produtores %
Extrato 1 até 50 578 48,0
Extrato 2 51 - 100 223 18,5
Extrato 3 101 - 300 235 19,5
Extrato 4 301 - 500 74 6,1
Extrato 5 mais 500 95 7,9
Total 1205
MATERIAIS E MÉTODOS
Delineamento amostral:
Programa EpiInfo 6.04
Prev. Estimada – 10%
Erro – 5% - 95% Confiança
59 Produtores
23 Produtores
Animais a coletar
Dividir
Total animais
RESULTADOS PARCIAIS
Sangue
Propriedades coletadas - 84
Propriedades positivas - 12
Prevalência – 14,3%
Leite
Propriedades coletadas - 50
Propriedades positivas - 7
Prevalência – 14%
AAT +
2Mercaptoetanol +
TAL +
Prevalência – 14,3%
Total 1205 Produtores
Perda de Leite:
Se:
Média de Produção de leite vaca/dia = 3,5litros
Período médio de lactação = 270 dias
P.L.V.P.A. = 945 lts./leite/ano
T. Prev. = 15%
T. Nat. = 80%
Então:
P.L. = 100 x 15% x 80% x 945 x 20%
P.L. = 2.268 l./leite/ano
Perda de Terneiros:
Então:
P.T. = 100 x 15% x 18%
P.T. = 2,7 terneiros abortados/ano
Então:
P.V. = 100 x 15% x 10%
P.V. = 1,5 vacas eliminadas/ano
Perda de Carne:
Então:
P.C. = 100 x 15% x 350 Kg x 15%
P.C. = 787,5 Kg./carne/ano deixam de ser produzidas.
Perdas Econômicas por Brucelose
propriedade com 100 fêmeas
2.268 lst/leite
3 terneiros abortados
RIISPOA
Art. 163 - Brucelose - devem ser condenadas as carcaças
com lesões extensas de brucelose.
Parágrafo único - Nos casos de lesões localizadas,
encaminham-se as carcaças à esterilização pelo calor,
depois de removidas e condenadas as partes atingidas.
SENSIBILIDADE DA BRUCELA
• DESINFETANTES
– Álcool 96oGL
– Hipoclorito de sódio 5%
– Hipoclorito de cálcio 5%
– Formol 3%
– Fenol 5%
• CALOR
CONTÁGIO DIRETO
Pele e mucosas c/secreções
vaginais, aborto, urina, suor fezes
e secreções nasais
RESERVATÓRIO
DOMÉSTICO VIA DIGESTIVA
Bovino, suíno, caprino, Verduras, água
ovino
CONTÁGIO INDIRETO
contaminação do ambiente pelos
mesmos agentes que originam o HOMEM
contato direto VIA INALATÓRIA
poeira de estábulo,
aerosóis
LEITE E DERIVADOS
INGESTÃO
Como se infectar com brucela?
Vias de penetração da brucela
Patogenia
Depois de sua entrada no organismo a bactéria invade
primeiro os ganglios linfáticos regionais
Vencida esta barreira do sistema imune, se propaga
por via linfática ou pelo sangue até o fígado, baço e
órgãos genitais
Teste Perfeito:
Detectar infecção no estágio inicial
Discriminar anticorpos vacinais de infecção
Não apresentar reações falso-positivas ou
falso-negativas.
Falso-positivos
Presença de Anticorpos Inespecíficos:
Yersínia enterocolítica O:9; Salmonella sp.; Escherichia coli
O:157 ou Pseudomonas sp.
TRIAGEM
AAT ou Rosa Bengala IgG, IgM
TAL IgA , IgG, IgM
______________________________________________________________________________________________
CONFIRMATÓRIOS
RFC’ IgG1- referên. e trânsito internacional
2-ME IgG - dois critérios de interpretação
FPA IgG - mP (LPS + Isotiocianato de Fluorosceína)
Sorodiagnóstico da brucelose
Título de Anticorpos em UI
200
IgG1
150
IgM
100 IgA
IgG2
50
0
0 5 12
Tempo em meses
200
IgG1
150
IgM
100 IgA
IgG2
50
0
0 2 4 5 8 10 12
Tempo em meses
Sorodiagnóstico da brucelose
O FPA parte da seguinte premissa: uma molécula contida em
uma solução gira aleatoriamente a uma taxa inversamente
proporcional ao seu tamanho. Essa taxa de rotação pode ser
medida em planos horizontal e vertical utilizando-se um
indicador fluorescente e uma luz polarizada. A molécula de
antígeno solúvel (LPS), conjugada ao isotiocianato de
fluorosceína, girará a uma velocidade alta, resultando em uma
baixa despolarização de luz, enquanto o complexo antígeno-
anticorpo, bem maior e mais pesado, girará mais lentamente,
levando a uma despolarização da luz com velocidade muito
maior. Desta forma, se o anticorpo estiver presente no soro,
irá ligar-se ao antígeno, e a taxa rotacional desse antígeno
conjugado será alterada, e esta mudança poderá ser
determinada pelo analisador de polarização fluorescente,
baseado nas diferenças rotacionais entre o LPS e o complexo
antígeno-anticorpo.
Controle da Brucelose
PROPRIEDADE:
medidas específicas
Vacinação;
Capítulo III - Da Vacinação Contra a Brucelose
Art. 7º -
§1º A marcação das fêmeas vacinadas é
obrigatória, utilizando-se ferro candente, no lado
esquerdo da cara, com um V, acompanhado do
algarismo final do ano de vacinação.
§ 2º Excluem-se do disposto no § 1º as fêmeas
destinadas ao Registro Genealógico, quando
devidamente identificadas, e as fêmeas identificadas
individualmente por meio de sistema aprovado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Art. 8º A vacinação será efetuada sob a
responsabilidade técnica de médico veterinário
cadastrado, utilizando dose única de vacina viva
liofilizada, elaborada com amostra 19 de Brucella
abortus (B19). --------------
Parágrafo único. Onde não houver médicos
veterinários cadastrados ou em regiões onde eles não
atenderem plenamente a demanda do PNCEBT, o
serviço de defesa oficial poderá assumir a
responsabilidade técnica ou mesmo a execução da
vacinação.
Art. 9º O cadastro de médicos veterinários será
gratuito.
________________________________________
Local e data de vacinação
_________________________________________
Médico veterinário
Carimbo – CRMV e nº de cadastro no serviço de defesa
oficial estadual
Parágrafo único. A comprovação da vacinação será
feita por meio de atestado emitido por médico
veterinário cadastrado, de acordo com normas e
usando modelo a ser definido pelo Departamento
de Defesa Animal. Anexo 4
VACINAÇÃO CONTRA BRUCELOSE
PROPRIETÁRIO: _____________________________________________
PROPRIEDADE: ______________________________________________
CADASTRO DA PROPRIEDADE NO SERVIÇO DE DEFESA OFICIAL
No :___________________ MUNICÍPIO: _____________ U.F.: ________
_____________________________________________
Local e data de vacinação
______________________________________________
Médico veterinário
Carimbo – CRMV e nº de cadastro no serviço de defesa oficial
estadual
Art. 12. A vacinação de fêmeas com idade superior a
oito meses poderá ser autorizada com imunógenos
que não interferem nos testes de diagnóstico, nas
condições definidas pelo Departamento de Defesa
Animal.
30-90 dias
3-4 meses 3-4 meses L L
6-8 meses
3-4 meses
3-4 meses
6-8 meses 6-8 messes
6-8 meses
L L L
L L L 30-90 dias
12 meses 12 meses
12 meses 12 meses
L +
12 meses
Sacrifício progressivo dos reatores;
Sacrifício progressivo dos reatores;
Animal Positivo deve ser marcado, isolado e
sacrificado em até 30 dias após diagnóstico.
Pode ser enviado para frigorífico para abate
sanitário ou...
Sacrifício progressivo dos reatores;
Abatido na própria propriedade com presença
de veterinário oficial (IVZ), para conferir
identificação do animal positivo e normas
para evitar contaminação ambiental.
Quarentena.
Proveniente de propriedade
livre de Brucela ou...
Dois testes negativos com
intervalo mínimo entre testes
de 30 dias
1º Teste 30 dias antes do embarque. 2º Teste
até 30 dias após ingresso no estabelecimento
de destino. Mantido isolado até resultado 2º
teste.
COMBATE À BRUCELOSE BOVINA
• Educação sanitária
• Vacinação
• Rotina de testes sorológicos
• Abate sanitário ou destruição dos animais
reagentes
• Desinfecção das instalações e destruição
de restos placentários, fetos abortados e secreções
• Piquetes maternidade
• Quarentena de animais introduzidos no rebanho
• Exame de saúde das pessoas envolvidas
POTENCIAIS FONTES DE INFECÇÃO PARA
REBANHOS LIVRES