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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

HISTÓRIA
Formação das estruturas coloniais De acordo com o texto, a importância da medicina se justifica
no âmbito dos objetivos
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 2
(a) econômicos das elites.
1. 2022 Quando os espanhóis chegaram à América, es- (b) naturalistas dos viajantes.
tava em seu apogeu o império teocrático dos Incas, que (c) abolicionistas dos letrados.
(d) tradicionalistas dos nativos.
estendia seu poder sobre o que hoje chamamos Peru, Bolívia
(e) emancipadores das metrópoles.
e Equador, abarcava parte da Colômbia e do Chile e alcança-
va até o norte argentino e a selva brasileira; a confederação 3. 2020 Digital Na primeira bica abasteciam os negros,
dos Astecas tinha conquistado um alto nível de eficiência forros e cativos, os mulatos e os índios; na segunda, os
no vale do México, e no Yucatán, na América Central, a moiros das galés, e os da primeira bica, quando fosse
esplêndida civilização dos Maias persistia nos povos her- necessário; a terceira e quarta estavam reservadas aos
deiros, organizados para o trabalho e para a guerra. Os homens e moços brancos; na quinta enchiam as mu-
Maias tinham sido grandes astrônomos, mediram o tempo lheres pretas e na sexta, as mulheres e moças brancas.
e o espaço com assombrosa precisão, e tinham descoberto A quem infringisse esta ordem eram aplicados severos
o valor do número zero antes de qualquer povo da história. castigos – açoitamento com baraço e pregão, ao redor
No museu de Lima, podem ser vistos centenas de crânios do Chafariz, sendo de cor; 2 000 réis de multa e três dias
que receberam placas de ouro e prata por parte dos cirur- de cadeia, sendo branco o prevaricador.
CAETANO, J. O. Chafarizes de Lisboa. Lisboa: Distri, 1991.
giões Incas.
GALEANO, E. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM, 2012. A organização dos consumidores nos chafarizes públicos de
Lisboa no século XVI, descrita no texto, expressava a
As sociedades mencionadas deixaram como legado uma diver-
(a) escassez de recursos hídricos.
sidade de
(b) reprodução de distinções sociais.
(a) bens religiosos inspirados na matriz cristã.
(c) prevenção da transmissão de doenças.
(b) materiais bélicos pilhados em batalhas coloniais.
(d) obsolescência das técnicas de fornecimento.
(c) heranças culturais constituídas em saberes próprios. (e) ineficiência da cobertura de serviços estatais.
(d) costumes laborais moldados em estilos estrangeiros.
(e) práticas medicinais alicerçadas no conhecimento científico. Da crise do açúcar ao apogeu do
Sistema Colonial no Brasil
2. 2022 Para os Impérios Coloniais, o problema das
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 3
doenças que atingiam os escravos era algo com que coti-
dianamente deparavam os senhores. Em vista disso, uma 4. 2021 Eu, Dom João, pela graça de Deus, faço saber
série de obras dedicadas à administração de escravos foi a V. Mercê que me aprouve banir para essa cidade vá-
publicada com vista a implementar uma moderna ges- rios ciganos – homens, mulheres e crianças – devido
tão da mão de obra escravista em convergência com o ao seu escandaloso procedimento neste reino. Tiveram
Iluminismo. Nesse contexto, o saber médico adquiria um ordem de seguir em diversos navios destinados a esse
papel extremamente relevante. Este era encarado como porto e, tendo eu proibido, por lei recente, o uso da sua
um instrumento fundamental ao desenvolvimento colo- língua habitual, ordeno a V. Mercê que cumpra essa lei
nial, dada a percepção do impacto que as doenças tropicais sob ameaça de penalidades, não permitindo que ensi-
causavam na população branca e nos povos escravizados. nem dita língua a seus filhos, de maneira que daqui por
ABREU, J. L. N. A Colônia enferma e a saúde dos povos: a medicina das diante o seu uso desapareça.
“luzes” e as informações sobre as enfermidades da América portuguesa. TEIXEIRA, R. C. História dos ciganos no Brasil.
História, Ciências, Saúde – Manguinhos, n. 3, jul.-set. 2007 (adaptado). Recife: Núcleo de Estudos Ciganos, 2008.

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A ordem emanada da Coroa portuguesa para sua colônia ame- (c) A mobilização de séquitos nos passeios, como evidência do
ricana, em 1718, apresentava um tratamento da identidade medo da violência nos centros urbanos.
cultural pautado em (d) A inserção de cativos na prestação de serviços pessoais,
(a) converter grupos infiéis à religião oficial. como fase de transição para o trabalho livre.
(b) suprimir formas divergentes de interação social. (e) A concessão de vestes opulentas aos agregados, como
(c) evitar envolvimento estrangeiro na economia local. forma de amparo concedido pela elite senhorial.
(d) reprimir indivíduos engajados em revoltas nativistas.
7. 2020 Digital Porque todos confessamos não se
(e) controlar manifestações artísticas de comunidades
poder viver sem alguns escravos, que busquem a lenha
autóctones.
e a água, e façam cada dia o pão que se come, e outros
Veja também em: serviços que não são possíveis poderem-se fazer pelos
História | Século XVIII: Revolução Industrial e Iluminismo Irmãos Jesuítas, máxime sendo tão poucos, que seria
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necessário deixar as confissões e tudo mais. Parece-
me que a Companhia de Jesus deve ter e adquirir
5. 2021 De um lado, ancorados pela prática médica
escravos, justamente, por meios que as Constituições
europeia, por outro, pela terapêutica indígena, com seu
permitem, quando puder para nossos colégios e casas
amplo uso da flora nativa, os jesuítas foram os reais
de meninos.
iniciadores do exercício de uma medicina híbrida que
LEITE, S. História da Companhia de Jesus no Brasil.
se tornou marca do Brasil colonial. Alguns religiosos vi- Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938 (adaptado).
nham de Portugal já versados nas artes de curar, mas O texto explicita premissas da expansão ultramarina portuguesa
a maioria aprendeu na prática diária as funções que ao buscar justificar a
deveriam ser atribuídas a um físico, cirurgião, barbeiro (a) propagação do ideário cristão.
ou boticário. (b) valorização do trabalho braçal.
GURGEL, C. Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos.
São Paulo: Contexto, 2010 (adaptado). (c) adoção do cativeiro na Colônia.
Conforme o texto, o que caracteriza a construção da prática (d) adesão ao ascetismo contemplativo.
medicinal descrita é a (e) alfabetização dos indígenas nas Missões.

(a) adoção de rituais místicos. 8. 2020 O movimento sedicioso ocorrido na capitania


(b) rejeição dos dogmas cristãos. de Pernambuco, no ano 1817, foi analisado de formas
(c) superação da tradição popular. diferentes por dois meios de comunicação daquela épo-
(d) imposição da farmacologia nativa. ca. O Correio Braziliense apontou para o fato de ser “a
comoção no Brasil motivada por um descontentamen-
(e) conjugação de saberes empíricos.
to geral, e não por maquinações de alguns indivíduos”.
6. 2020 Digital As pessoas do Rio de Janeiro se fazem Já a Gazeta do Rio de Janeiro considerou o movimento
transportar em cadeirinhas bem douradas sustentadas como um “pontual desvio de norma, apenas uma ‘man-
por negros. Esta cadeira é seguida por um ou dois negros cha’ nas ‘páginas da História Portuguesa’, tão distinta
domésticos, trajados de librés mas com os pés nus. Se é pelos testemunhos de amor e respeito que os vassalos
uma mulher que se transporta, ela tem frequentemente desta nação consagram ao seu soberano”.
quatro ou cinco negras indumentadas com asseio; elas JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (org.).
Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
vão enfeitadas com muitos colares e brincos de ouro. São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Outras são levadas em uma rede. Os que querem andar
Os fragmentos das matérias jornalísticas sobre o acontecimen-
a pé são acompanhados por um negro, que leva uma
to, embora com percepções diversas, relacionam-se a um as-
sombrinha ou guarda-chuva, como se queira chamar.
LARA, S. H. Fragmentos setecentistas.
pecto do processo de independência da colônia luso-americana
São Paulo: Cia. das Letras, 2007 (adaptado). expresso em dissensões entre
Essas práticas, relatadas pelo capelão de um navio que ancorou (a) quadros dirigentes em torno da abolição da ordem
na cidade do Rio de Janeiro, em dezembro de 1748, simboliza- escravocrata.
vam o seguinte aspecto da sociedade colonial: (b) grupos regionais acerca da configuração político-territorial.
(a) A devoção de criados aos proprietários, como expressão da (c) intelectuais laicos acerca da revogação do domínio
harmonia do elo patriarcal. eclesiástico.
(b) A utilização de escravos bem-vestidos em atividades de- (d) homens livres em torno da extensão do direito de voto.
gradantes, como marca da hierarquia social. (e) elites locais acerca da ordenação do monopólio fundiário.

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Emancipação da América Nas palavras dele, o “belo sexo” não tinha capacidade
intelectual para ir muito longe: — Sobre as contas, são
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bastantes [para as meninas] as quatro espécies, que não
9. 2021 estão fora do seu alcance e lhes podem ser de constante
Por que o Brasil continuou um só enquanto a uso na vida.
América espanhola se dividiu em vários países? Texto II
Para o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, No Senado, o único a defender publicamente que
no Brasil, parte da sociedade era muito mais coe- as meninas tivessem, em matemática, um currículo
sa ideologicamente do que a espanhola. Carvalho idêntico ao dos meninos foi o Marquês de Santo Amaro
argumenta que isso se deveu à tradição burocráti- (RJ). Ele argumentou: — Não me parece conforme, às
ca portuguesa. “Portugal nunca permitiu a criação luzes do tempo em que vivemos, deixarmos de faci-
de universidades em sua colônia.” Por outro lado, na litar às brasileiras a aquisição desses conhecimentos
América espanhola, entre 1772 e 1872, 150 mil estu- [mais aprofundados de matemática]. A oposição que se
dantes se formaram em universidades locais. Para o manifesta não pode nascer senão do arraigado e péssi-
historiador mexicano Alfredo Ávila Rueda, as univer- mo costume em que estavam os antigos, os quais nem
sidades na América espanhola eram, em sua maioria, queriam que suas filhas aprendessem a ler.
reacionárias. Nesse sentido, o historiador mexicano WESTIN, R. Senado Notícias. Disponível em: www12.senado.leg.br.
Acesso em: 20 out. 2021 (adaptado).
diz acreditar que a livre circulação de impressos (jor-
nais, livros e panfletos) na América espanhola, que Os discursos expressam pontos de vista divergentes respecti-
não era permitida na América portuguesa (a proibição vamente pela oposição entre
só foi revertida em 1808), teve função muito mais im- (a) liberdade de gênero e controle social.
portante na construção de regionalismos do que pro- (b) equidade de escolha e imposição cultural.
priamente as universidades. (c) dominação de corpos e igualdade humana.
BARRUCHO, L. Disponível em: www.bbc.com. (d) geração de oportunidade e restrição profissional.
Acesso em: 8 set. 2019 (adaptado).
(e) exclusão de competências e participação política.
Os pontos de vista dos historiadores referidos no texto são di-
11. 2020 Digital Depois da Independência, em 1822, o
vergentes em relação ao
país enfrentaria problemas que com frequência emer-
(a) papel desempenhado pelas instituições de ensino na criação giram durante a formação dos Estados nacionais da
das múltiplas identidades. América Latina. Em muitas regiões do Brasil, essas di-
(b) controle exercido pelos grupos de imprensa na centralização vergências foram acompanhadas de revoltas, inclusive
das esferas administrativas. contra o imperador D. Pedro I. Com a abdicação deste,
(c) abandono sofrido pelas comunidades de docentes na con- em 1831, o país atravessaria tempos ainda mais turbu-
cepção de coletividades políticas. lentos sob o regime regencial.
REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês
(d) lugar ocupado pelas associações de acadêmicos no forta- em 1835. São Paulo: Cia. das Letras, 2003 (adaptado).
lecimento das agremiações estudantis.
A instabilidade política no país, ao longo dos períodos mencio-
(e) protagonismo assumido pelos meios de comunicação no nados, foi decorrente da(s)
desenvolvimento das nações alfabetizadas. (a) disputas entre as tendências unitarista e federalista.
(b) tensão entre as forças do Exército e Marinha nacional.
Veja também em: (c) dinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e platina.
História | O longo século XIX
Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 9
(d) extensão do direito de voto aos estrangeiros e ex-escravos.
(e) reivindicações da ex-metrópole nas esferas comercial e
diplomática.
Primeiro Reinado
Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 5 Veja também em:
História | Período Regencial
10. 2022
Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 6
Texto I
A primeira grande lei educacional do Brasil, de 1827, Segundo Reinado
determinava que, nas “escolas de primeiras letras” do
Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 7
Império, meninos e meninas estudassem separados e
tivessem currículos diferentes. No Senado, o Visconde 12. 2022 Os caixeiros do comércio a retalho do Rio de
de Cayru foi um dos defensores de que o currículo de Janeiro estiveram entre as primeiras categorias de tra-
matemática das garotas fosse o mais enxuto possível. balhadores a se organizar em associações e a exigir a

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intervenção dos poderes públicos na mediação de suas As tensões diplomáticas expressas no texto indicam o interes-
lutas por direitos. Na década de 1880, os caixeiros parti- se britânico em
ciparam da arena política e ganharam as ruas com vários (a) estabelecer jurisdição conciliadora.
outros, como os republicanos e os abolicionistas. (b) compartilhar negócios marítimos.
POPINIGIS, F. Todas as liberdades são irmãs: os caixeiros e as (c) fomentar políticas higienistas.
lutas dos trabalhadores por direitos entre o Império e a República.
Estudos Históricos, n. 59, set.-dez. 2016 (adaptado). (d) manter a proibição comercial.
A atuação dos trabalhadores mencionados no texto represen- (e) promover o negócio familiar.
tou, na capital do Império, um momento de 15. 2021
(a) manutenção das regras patronais.
(b) desprendimento das ideias liberais.
(c) fortalecimento dos contratos laborais.
(d) consolidação das estruturas sindicais.
(e) contestação dos princípios monárquicos.

13. 2022 O número cada vez maior de mulheres le-


tradas e interessadas pela literatura e pelas novelas,
muitas divulgadas em capítulos, seções, classificadas
comumente como folhetim, alçou a um gênero de
ficção corrente já em 1840, fazendo parte do flores-
cimento da literatura nacional brasileira, instigando
a formação e a ampliação de um público leitor femi-
nino, ávido por novidades, pelo apelo dos folhetins e
“narrativas modernas” que encenavam “os dramas e
os conflitos de uma mulher em processo de transfor-
mação patriarcal e provinciana que, progressivamente,
começava a se abrir para modernizar seus costumes”.
No Segundo Reinado, as mulheres foram se tornando
público determinante na construção da literatura e da
imprensa nacional. E não apenas público, porquanto
ESCRAVO fugido. Jornal Correio Paulistano, 13 de abril de 1879.
crescerá o número de escritoras que colaboram para Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2019 (adaptado).
isso e emergirá uma imprensa feminina, editada, escri- No anúncio publicado na segunda metade do século XIX, qual a
ta e dirigida por e para mulheres. estratégia de resistência escrava apresentada?
ABRANTES, A. Do álbum de família à vitrine impressa: trajetos de retratos
(PB, 1920), Revista Temas em Educação, n. 24, 2015 (adaptado).
(a) Criação de relações de trabalho.
(b) Fundação de territórios quilombolas.
O registro das atividades descritas associa a inserção da figura fe-
(c) Suavização da aplicação de normas.
minina nos espaços de leitura e escrita do Segundo Reinado ao(à)
(d) Regularização das funções remuneradas.
(a) surgimento de novas práticas culturais.
(e) Constituição de economia de subsistência.
(b) contestação de antigos hábitos masculinos.
(c) valorização de recentes publicações juvenis. 16. 2021
(d) circulação de variados manuais pedagógicos. Texto I
(e) aparecimento de diversas editoras comerciais.

14. 2021 Durante os anos de 1854-1855, o governo


brasileiro – por meio de sua representação diplomática
em Londres – e os livre-cambistas ingleses – nas colunas
do Daily News e na Câmara dos Comuns – aumentaram
a pressão pela revogação da Lei Aberdeen. O governo
britânico, entretanto, ainda receava que, sem um
tratado anglo-brasileiro satisfatório para substituí-la,
não haveria nada que impedisse os brasileiros de um
dia voltarem aos seus velhos hábitos.
BETHELL, L. A abolição do comércio brasileiro de escravos. EIGENHEER, E. M. Lixo: a limpeza urbana através dos
Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado). tempos. Porto Alegre: Gráfica Palloti, 2009.

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Texto II dos Estados Unidos até a porção nordeste do Brasil,
A repugnante tarefa de carregar lixo e os dejetos da casa e ao longo das costas do Pacífico, na Colômbia, no
para as praças e praias era geralmente destinada ao único Equador e no Peru.
escravo da família ou ao de menor status ou valor. Todas KNIGHT, F. W. A diáspora africana. In: AJAYI, J. F. A. (org.).
História geral da África: África do século XIX à década
as noites, depois das dez horas, os escravos conhecidos
de 1880. Brasília: Unesco, 2010 (adaptado).
popularmente como “tigres” levavam tubos ou barris de
excremento e lixo sobre a cabeça pelas ruas do Rio. Uma das contribuições da diáspora descrita no texto para o
KARASCH, M. C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro, continente americano foi o(a)
1808-1850. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2000.
(a) fim da escravidão indígena.
A ação representada na imagem e descrita no texto evidencia (b) declínio de monoculturas locais.
uma prática do cotidiano nas cidades no Brasil nos séculos XVIII (c) introdução de técnicas produtivas.
e XIX caracterizada pela (d) formação de sociedades estamentais.
(a) valorização do trabalho braçal. (e) desvalorização das capitanias hereditárias.
(b) reiteração das hierarquias sociais.
Primeira República (1889-1930)
(c) sacralização das atividades laborais.
Livro 3 | Frente 1 | Capítulo 8
(d) superação das exclusões econômicas.
(e) ressignificação das heranças religiosas. 19. 2020 Digital O tenentismo veio preencher um espa-
ço: o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas
17. 2020 Digital a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que
Lei n. 3.353, de 13 de maio de 1888 começava a sacudir as já caducas instituições políticas
A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua da República Velha. Os “tenentes” substituíram os ine-
Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber xistentes partidos políticos de oposição aos governos
a todos os súditos do Império que a Assembleia-Geral de Epitácio Pessoa e de Artur Bernardes.
decretou e ela sancionou a lei seguinte: PRESTES, A. L. Uma epopeia brasileira: a Coluna Prestes.
São Paulo: Moderna, 1995 (adaptado).
Art. 1o: É declarada extinta desde a data desta lei a
escravidão no Brasil. Um dos objetivos do movimento político abordado no texto era
Art. 2o: Revogam-se as disposições em contrário. (a) unificar as Forças Armadas pelo comando do Exército
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem nacional.
o conhecimento e execução da referida lei pertencer, (b) combater a corrupção eleitoral perpetrada pelas oligarquias
que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão intei- regionais.
ramente como nela se contém. (c) restaurar a segurança das fronteiras negligenciadas pelo
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio governo central.
de 1888, 67o ano da Independência e do Império. (d) organizar as frentes camponesas envolvidas na luta pela
Princesa Imperial Regente. reforma agrária.
Disponível em: www.planalto.gov.br.
Acesso em: 6 fev. 2015 (adaptado).
(e) pacificar os movimentos operários radicalizados pelo
anarco-sindicalismo.
Um dos fatores que levou à promulgação da lei apresentada
20. 2020 Digital No aluir das paredes, no ruir das pe-
foi o(a)
dras, no esfacelar do barro, havia um longo gemido. Era
(a) abandono de propostas de imigração.
o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso,
(b) fracasso do trabalho compulsório.
do Opróbrio. A cidade colonial, imunda, retrógrada,
(c) manifestação do altruísmo britânico.
emperrada nas velhas tradições, estava soluçando no
(d) afirmação da benevolência da Corte.
soluçar daqueles apodrecidos materiais que desaba-
(e) persistência da campanha abolicionista.
vam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse pro-
18. 2020 Digital Associados a atividades importantes e jeto impotente. Com que alegria cantavam elas – as
variadas na evolução das sociedades americanas mo- picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali
dernas, os africanos conseguiram impor sua marca estavam compreendiam o que elas diziam, no clamor
nas línguas, culturas, economias, além de participar, incessante e rítmico, celebrando a vitória da higiene, do
quase invariavelmente, na composição étnica das co- bom gosto e da arte.
munidades do Novo Mundo. A sua influência alcançou BILAC, O. Crônica (1904) apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões
sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1995.
mais fortemente as regiões do latifúndio agrícola, em
comunidades cujo desenvolvimento ocorreu às mar- De acordo com o texto, a “picareta regeneradora” do alvorecer
gens do Atlântico e do mar das Antilhas, do sudeste do século XX significava a

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(a) erradicação dos símbolos monárquicos. capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-
(b) restauração das edificações seculares. -chave desse projeto tinha no território seu foco prin-
(c) interrupção da especulação imobiliária. cipal. Não por acaso, foram criadas então instituições
(d) reconstrução das moradias populares. encarregadas de fornecer dados confiáveis para a ação
(e) reestruturação do espaço urbano. do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o
Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional
21. 2020 Digital Chamando o repórter de “cidadão”, em
de Estatística e o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
1904, o preto acapoeirado justificava a revolta: era para
tística (IBGE), este de 1938.
“não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez
LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em:
em quando é bom a negrada mostrar que sabe mor- http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).
rer como homem!”. Para ele, a vacinação em si não era A criação dessas instituições pelo governo Vargas representa-
importante – embora não admitisse de modo algum va uma estratégia política de
deixar os homens da higiene meter o tal ferro em suas (a) levantar informações para a preservação da paisagem dos
virilhas. O mais importante era “mostrar ao governo sertões.
que ele não põe o pé no pescoço do povo”. (b) controlar o crescimento exponencial da população
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República brasileira.
que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
(c) obter conhecimento científico das diversidades regionais.
A referida Revolta, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no início (d) conter o fluxo migratório do campo para a cidade.
da República, caracterizou-se por ser uma (e) propor a criação de novas unidades da federação.
(a) agitação incentivada pelos médicos.
24. 2021 Quando Getúlio Vargas se suicidou, em
(b) atitude de resistência dos populares.
agosto de 1954, o país parecia à beira do caos. Acua-
(c) estratégia elaborada pelos operários.
do por uma grave crise política, o velho líder preferiu
(d) tática de sobrevivência dos imigrantes.
uma bala no peito à humilhação de aceitar uma nova
(e) ação de insurgência dos comerciantes.
deposição, como a que sofrera em outubro de 1945.
Era Vargas Entretanto, ao contrário do que imaginavam os inimi-
gos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio
Livro 3 | Frente 1 | Capítulo 9
que cerca a derrota.
22. 2022 REIS FILHO, D. A. O Estado à sombra de Vargas.
Revista Nossa História, n. 7, maio 2004.
Decreto-Lei n. 1.949, de 27/12/1937
O evento analisado no texto teve como repercussão imediata
Art. 1º Fica criado o Departamento de Imprensa e Pro-
na política nacional a
paganda (DIP), diretamente subordinado ao presidente da
(a) reação popular.
República.
Art. 2º O DIP tem por fim: (b) intervenção militar.
h) coordenar e incentivar as relações da imprensa (c) abertura democrática.
com os poderes públicos no sentido de maior aproxima- (d) campanha anticomunista.
ção da mesma com os fatos que se ligam aos interesses (e) radicalização oposicionista.
nacionais;
25. 2020 Digital Mesmo com a instalação da quarta
n) autorizar mensalmente a devolução dos depósitos
emissora no Rio de Janeiro, a Rádio Educadora, em ja-
efetuados pelas empresas jornalísticas para a importação
de papel para imprensa, uma vez demonstrada, a seu juí- neiro de 1927, a música popular ainda não desfrutava
zo, a eficiência e a utilidade pública dos jornais ou periódi- desse meio de comunicação para se tornar mais co-
cos por elas administrados ou dirigidos. nhecida. Renato Murce, um dos maiores radialistas de
BRASIL apud CARONE, E. A Terceira República (1937-1945). todos os tempos, registrou, no seu livro Nos bastidores
São Paulo: Difel, 1982 (adaptado).
do rádio, que as emissoras veiculavam apenas “um cer-
Com base nos trechos do decreto, as finalidades do órgão cria- to tipo de cultura, com uma programação quase só da
do permitiram ao governo promover o(a) chamada música erudita, conferências maçantes e
(a) diversificação da opinião pública. palestras destituídas de interesse”. E acrescentou:
(b) mercantilização da cultura popular. “Nada de música popular. Em samba, então, nem era
(c) controle das organizações sindicais. bom falar”.
(d) cerceamento da liberdade de expressão. CABRAL, S. A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.
(e) privatização dos meios de comunicação.
A situação descrita no texto alterou-se durante o regime do
23. 2021 O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo, porque o meio de comunicação foi instrumenta-
Estado Novo (1937-1945), pretendeu construir um Estado lizado para

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(a) exportar as manifestações folclóricas nacionais. Ditaduras no Brasil e na América
(b) ampliar o alcance da propaganda político-ideológica.
(c) substituir as comemorações cívicas espontâneas.
Latina
(d) atender às demandas das elites oligárquicas. Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 12

(e) favorecer o espaço de mobilização social. 28. 2021

República Democrática (1946-1964) Vocês que fazem parte dessa massa


Que passa nos projetos do futuro
Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 11
É duro tanto ter que caminhar
26. 2020 Digital Brasília é a primeira cidade moderna E dar muito mais do que receber
inscrita na lista do Patrimônio Mundial. O plano da ci- Ê, ô, ô, vida de gado
dade, idealizado por Lúcio Costa, segue os princípios Povo marcado
básicos da Carta de Atenas, de 1933. Uma cidade estru- Ê, povo feliz!
turada em áreas, cada qual com uma função específica ZÉ RAMALHO. A peleja do diabo com o dono do céu.
(área monumental, onde se concentram os prédios da Rio de Janeiro: Sony, 1979 (fragmento).

administração, área residencial, área agrária e área de Qual comportamento coletivo é criticado no trecho da letra da
lazer), separadas por vastos espaços naturais que se canção lançada em 1979?
comunicam pelo traçado das grandes vias. (a) Militância política.
SILVA, F. F. As cidades brasileiras e o Patrimônio Cultural
da Humanidade. São Paulo: Peirópolis, 2003. (b) Passividade social.
(c) Altruísmo religioso.
A cidade apresentada foi reconhecida como Patrimônio Cultural
(d) Autocontrole moral.
da Humanidade porque
(a) mescla populações e sotaques ilustrativos da diversidade (e) Inconformismo eleitoral.
étnica brasileira.
Nova República (1985-hoje)
(b) preserva princípios arquitetônicos e urbanísticos originados
Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 13
no Modernismo.
(c) sintetiza valores cívicos e políticos definidores do patriotis- 29. 2020 É difícil imaginar que nos anos 1990, num
mo político nacional. país com setores da população na pobreza absoluta e
(d) promove serviços turísticos e produtos artesanais repre- sem uma rede de benefícios sociais em que se apoiar,
sentativos das tradições locais. um governo possa abandonar o papel de promotor de
(e) protege acervos documentais e imagéticos reveladores da programas de geração de emprego, de assistência social,
trajetória institucional do país. de desenvolvimento da infraestrutura e de promoção de
27. 2020 Digital Na maior parte da América Latina, os regiões excluídas, na expectativa de que o mercado ve-
museus surgiram no século passado, fundados com a nha algum dia a dar uma resposta adequada a tudo isso.
SORJ, B. A nova sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000 (adaptado).
intenção de “civilizar”, ou seja, de trazer para o Novo
Mundo os padrões científicos e culturais das nações Nesse contexto, a criticada postura dos governos frente à situa-
colonizadoras. Os museus seriam, dessa forma, insti- ção social do país coincidiu com a priorização de quais medidas?
tuições transplantadas, criadas dentro dos ideais po- (a) Expansão dos investimentos nas empresas públicas e nos
sitivistas de progresso. Não por acaso, ficaram, em sua bancos estatais.
maior parte, sujeitos aos moldes clássicos, a partir da (b) Democratização do crédito habitacional e da aquisição de
valorização de aspectos da cultura erudita, fortemente moradias populares.
associados à elite. Era necessário, pois, assumir uma (c) Enxugamento da carga fiscal individual e da contribuição
função social de maior alcance e ocupar um espaço re- tributária empresarial.
(d) Reformulação do acesso ao ensino superior e do financia-
levante, capaz de atrair grande quantidade de público.
BARRETO, M. Turismo e legado cultural. Campinas: Papirus, 2002 (adaptado). mento científico nacional.
(e) Reforma das políticas macroeconômicas e dos mecanismos
A transformação de um número cada vez mais expressivo de
de controle inflacionário.
museus latino-americanos em espaços destinados a atividades
lúdicas e reflexivas está associada ao rompimento com o(a) História e Pré-História
(a) ideal de educação tradicional.
Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 1
(b) utilização de novas tecnologias.
(c) modelo de atrações segmentadas. 30. 2022 Hoje sou um ser inanimado, mas já tive vida
(d) participação do setor empresarial. pulsante em seivas vegetais, fui um ser vivo; é bem
(e) resgate de sentimentos nacionalistas. verdade que do reino vegetal, mas isso não me tirou

HISTÓRIA 133

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a percepção de vida vivida como tamborete. Guardo (a) ampliação do comércio de imagens sacras.
apreço pelos meus criadores, as mãos que me fizeram, (b) substituição de materiais de valor artístico.
me venderam, e pelas mulheres que me usaram para (c) políticas de conservação de bens culturais.
suas vendas e de tantas outras maneiras. Essas pes- (d) defesa da privatização de sítios arqueológicos.
soas, sim, tiveram suas subjetividades, singularidades (e) medidas de salvaguarda de peças museológicas.
e pluralidades, que estão incorporadas a mim. É preciso
32. 2020 A arte pré-histórica africana foi incontesta-
considerar que a nossa história, de móveis de museus,
velmente um veículo de mensagens pedagógicas e so-
está para além da mera vinculação aos estilos e à patri-
ciais. Os San, que constituem hoje o povo mais próximo
monialização que recebemos como bem material vin-
da realidade das representações rupestres, afirmam
culado ao patrimônio imaterial. A nossa história está
que seus antepassados lhes explicaram sua visão do
ligada aos dons individuais das pessoas e suas práticas mundo a partir desse gigantesco livro de imagens que
sociais. Alguns indivíduos consagravam-se por terem são as galerias. A educação dos povos que desconhe-
determinados requisitos, tais como o conhecimento de cem a escrita está baseada sobretudo na imagem e no
modelos clássicos ou destreza nos desenhos. som, no audiovisual.
FREITAS, J. M.; OLIVEIRA, L. R. Memórias de um tamborete de baiana: KI-ZERBO, J. A arte pré-histórica africana. In: KI-ZERBO, J. (org.) História geral
as muitas vozes em um objeto de museu. Revista Brasileira de da África, I: metodologia e Pré-História da África. Brasília: Unesco, 2010.
Pesquisa (Auto)Biográfica, n. 14, maio-ago. 2020 (adaptado).
De acordo com o texto, a arte mencionada é importante para os
Ao descrever-se como patrimônio museológico, o objeto abor-
povos que a cultivam por colaborar para o(a)
dado no texto associa a sua história às
(a) transmissão dos saberes acumulados.
(a) habilidades artísticas e culturais dos sujeitos.
(b) expansão da propriedade individual.
(b) vocações religiosas e pedagógicas dos mestres.
(c) ruptura da disciplina hierárquica.
(c) naturezas antropológica e etnográfica dos expositores.
(d) preservações arquitetônica e visual dos conservatórios. (d) surgimento dos laços familiares.
(e) competências econômica e financeira dos comerciantes. (e) rejeição de práticas exógenas.
33. 2020 A reabilitação da biografia histórica integrou
31. 2021
as aquisições da história social e cultural, oferecendo
Texto I
aos diferentes atores históricos uma importância dife-
Portadoras de mensagem espiritual do passado, as renciada, distinta, individual. Mas não se tratava mais
obras monumentais de cada povo perduram no pre- de fazer, simplesmente, a história dos grandes nomes,
sente como o testemunho vivo de suas tradições se- em formato hagiográfico – quase uma vida de santo –,
culares. A humanidade, cada vez mais consciente da sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os
unidade dos valores humanos, as considera um bem atores (ou o ator) célebres ou não, como testemunhas,
comum e, perante as gerações futuras, se reconhece como reflexos, como reveladores de uma época.
DEL PRIORE, M. Biografia: quando o indivíduo encontra
solidariamente responsável por preservá-las, impondo
a história. Topoi, n. 19, jul.-dez. 2009.
a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de
De acordo com o texto, novos estudos têm valorizado a história
sua autenticidade.
do indivíduo por se constituir como possibilidade de
Carta de Veneza, 31 de maio de 1964. Disponível em:
www.iphan.gov.br. Acesso em: 7 out. 2019. (a) adesão ao método positivista.
(b) expressão do papel das elites.
Texto II
(c) resgate das narrativas heroicas.
Os sistemas tradicionais de proteção se mostram cada (d) acesso ao cotidiano das comunidades.
vez menos eficientes diante do processo acelerado (e) interpretação das manifestações do divino.
de urbanização e transformação de nossa sociedade.
A legislação de proteção peca por considerar o mo-
Povos do Oriente Médio e do
numento, até certo ponto, desvinculado da realidade norte da África na Antiguidade
socioeconômica. O tombamento, ao decretar a imuta- Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 2
bilidade do monumento, provoca a redução de seu va-
34. 2020 Sexto rei sumério (governante entre os sécu-
lor venal e o abandono, o que é uma causa, ainda que
los XVIII e XVII a.C.) e nascido em Babel, “Khammu-rabi”
lenta, de destruição inevitável.
(pronúncia em babilônio) foi fundador do I Império
TELLES, L. S. Manual do patrimônio histórico.
Porto Alegre; Caxias do Sul: Escola Superior de Teologia Babilônico (correspondente ao atual Iraque), unificando
São Lourenço de Brindes, 1977 (adaptado).
amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os
Escritos em temporalidade histórica aproximada, os textos semitas e os sumérios e levando a Babilônia ao
se distanciam ao apresentarem pontos de vista diferentes máximo esplendor. O nome de Hamurabi permanece
sobre a(s) indissociavelmente ligado ao código jurídico tido como

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o mais remoto já descoberto: o Código de Hamurabi. Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às ex-
O legislador babilônico consolidou a tradição jurídica, periências intensamente individuais que abrigava.
harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a SENNET, R. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Record, 2008.

todos os súditos. Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no


Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br. texto encontra-se no(a)
Acesso em: 12 fev. 2013 (adaptado).
(a) regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos
Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas cultos das sinagogas.
no Código citado tinham o sentido de (b) moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas
(a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres. da juventude livre.
(b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição. (c) adesão do patriciado, que subvertia o conceito original dos
(c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra. valores estrangeiros.
(d) promover distribuição de terras aos desempregados (d) decisão política, que censurava as manifestações públicas
urbanos. da doutrina dissidente.
(e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de (e) violência senhorial, que impunha a desestruturação forçada
estrangeiros. das famílias escravas.

Antiguidade Clássica Outras Idades Médias


Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3 Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 4

35. 2020 Na Grécia, o conceito de povo abrange tão 38. 2020 Digital Constantinopla, aquela cidade vasta e
somente aqueles indivíduos considerados cidadãos. esplêndida, com toda a sua riqueza, sua ativa popula-
Assim é possível perceber que o conceito de povo era ção de mercadores e artesãos, seus cortesãos em seus
muito restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma mantos civis e as grandes damas ricamente vestidas e
democrática vivenciada e experimentada pelos gregos adornadas, com seus séquitos de eunucos e escravos,
atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser caracteriza- despertaram nos cruzados um grande desdém, mes-
da, fundamentalmente, como direta. clado a um desconfortável sentimento de inferioridade.
MANDUCO, A. Ciência política. São Paulo: Saraiva, 2011. RUNCIMAN, S. A Primeira Cruzada e a fundação do Reino de
Jerusalém. Rio de Janeiro: Imago, 2003 (adaptado).
Naquele contexto, a emergência do sistema de governo men-
cionado no excerto promoveu o(a) A reação dos europeus quando defrontados com essa cidade
ocorreu em função das diferenças entre Oriente e Ocidente
(a) competição para a escolha de representantes.
quanto aos(às)
(b) campanha pela revitalização das oligarquias.
(a) modos de organização e participação política.
(c) estabelecimento de mandatos temporários.
(b) níveis de disciplina e poderio bélico do exército.
(d) declínio da sociedade civil organizada.
(c) representações e práticas de devoção politeístas.
(e) participação no exercício do poder.
(d) dinâmicas econômicas e culturais da vida urbana.
36. 2020 Com efeito, até a destruição de Cartago, o (e) formas de individualização e desenvolvimento pessoal.
povo e o Senado romano governavam a República em
39. 2020 Digital Sempre que se evoca o tema do
harmonia e sem paixão, e não havia entre os cidadãos
Renascimento, a imagem que imediatamente nos vem à
luta por glória ou dominação; o medo do inimigo man-
mente é a dos grandes artistas plásticos e de suas obras
tinha a cidade no cumprimento do dever. Mas, assim
mais famosas, amplamente reproduzidas e difundidas
que o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-
-se os males pelos quais a prosperidade tem predileção, até os nossos dias, como a Monalisa e a Última ceia, de
isto é, a libertinagem e o orgulho. Leonardo da Vinci, o Juízo final, a Pietá e o Moisés, de
SALÚSTIO. A conjuração de Catilina/A guerra de Jugurta. Michelangelo, assim como as inúmeras e suaves Madonas,
Petrópolis: Vozes, 1990 (adaptado). de Rafael, que permanecem ainda como modelo mais
O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, frequente de representação da mãe de Cristo. Como
datado de I a.C., manteve correspondência com o processo de veremos, de fato, as artes plásticas acabaram se
(a) demarcação de terras públicas. convertendo num centro de convergência de todas as
(b) imposição da escravidão por dívidas. principais tendências da cultura renascentista.
(c) restrição da cidadania por parentesco. SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Atual, 1988 (adaptado).
(d) restauração de instituições ancestrais.
Esse movimento cultural, inserido no processo de transição da
(e) expansão das fronteiras extrapeninsulares.
modernidade europeia, caracterizou-se pela
37. 2020 Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava (a) validação da teoria geocêntrica.
na sala de jantar. Na pequena célula cristã, dividia-se a (b) valorização da integração religiosa.
refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam (c) afirmação dos princípios humanistas.
e liam cartas de correligionários residentes em locais (d) legitimação das tradições aristocráticas.
diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã). (e) incorporação das representações góticas.

HISTÓRIA 135

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Idade Média na Europa Ocidental e (c) criticar políticas de disciplina.
(d) produzir padrões de conduta.
início da primeira modernidade (e) ordenar cultos de heresia.
Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 5
42. 2021 Nem guerras, nem revoltas. Os incêndios
40. 2022 Ainda que a fome ocorrida na Itália em 536 te- eram o mais frequente tormento da vida urbana no
nha origem nos eventos climáticos, suas implicações são Regnum Italicum. Entre 880 e 1080, as cidades estive-
tanto políticas quanto econômicas. Nos primeiros séculos ram constantemente entregues ao apetite das chamas.
da Idade Média, o auxílio aos famintos se inscreve no do- A certa altura, a documentação parece vencer pela
mínio da gestão pública, mesmo quando a ação de seus insistência do vocabulário, levando até o leitor mais
agentes é apresentada sob o ângulo da piedade e da ca- crítico a cogitar que os medievais tinham razão ao tra-
ridade individuais, como é o caso da Gália merovíngia. tar aqueles acontecimentos como castigos que ante-
Assim, o fato de que as respostas à fome são mostradas, cediam o julgamento final. Como um quinto cavaleiro
na Gália, como o fruto de iniciativas pessoais fundadas no apocalíptico, o incêndio agia ao feitio da peste ou da
imperativo da caridade deriva da natureza das fontes do fome: vagando mundo afora, retornava de tempos em
século VI. tempos e expurgava justos e pecadores num tormento
SILVA, M. C. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da derradeiro, como insistiam os textos do século X. O im-
Idade Média. Varia Historia, n. 60, set.-dez. 2016 (adaptado).
pacto acarretado sobre as relações sociais era imediato
Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de agir em e prolongava-se para além da destruição material. As
face da situação de crise apresentada pertencia à jurisdição medidas proclamadas pelas autoridades faziam mais
(a) da nobreza, proveniente da obrigação de proteção ao cam- do que reparar os danos e reconstruir a paisagem: elas
pesinato livre. convertiam a devastação em uma ocasião para alterar
(b) da realeza, decorrente do conceito de governo subjacente e expandir não só a topografia urbana, mas as práticas
à monarquia cristã. sociais até então vigentes.
(c) dos mosteiros, resultante do caráter fraternal afirmado nas RUST, L. D. Uma calamidade insaciável. Rev. Bras.
regras monásticas. Hist., n. 72, maio-ago. 2016 (adaptado).

(d) dos bispados, consequente da participação dos clérigos nos


De acordo com o texto, a catástrofe descrita impactava as so-
assuntos comunitários.
ciedades medievais por proporcionar a
(e) das corporações, procedente do padrão assistencialista
(a) correção dos métodos preventivos e das regras sanitárias.
previsto nas normas estatutárias.
(b) revelação do descaso público e das degradações ambientais.
41. 2022
(c) transformação do imaginário popular e das crenças
Texto I
religiosas.
Manda o Santo Ofício da Inquisição que ninguém, seja (d) remodelação dos sistemas políticos e das administrações
qual for seu estado, idade ou condição, pare com carroça,
locais.
caleça ou montaria nem atrapalhe com mesas ou cadeiras
(e) reconfiguração dos espaços ocupados e das dinâmicas
o centro das ruas, que vão da Inquisição a São Domingos,
nem atravesse a procissão em ponto algum da ida ou da comunitárias.
volta, amanhã, 19 do corrente, em que se celebrará auto de 43. 2021 Desde o século XII que a cristandade ociden-
fé. E também que nem nesse dia nem nos dos açoites ouse tal era agitada pelo desafio lançado pela cultura pro-
alguém atirar nos réus maçãs, pedras, laranjas nem outra fana – a dos romances de cavalaria, mas também a
coisa qualquer. cultura folclórica dos camponeses e igualmente a dos
PALMA, R. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Edusp; Giordano, 1992 (adaptado). citadinos, de caráter mais jurídico – à cultura eclesiás-
Texto II tica, cujo veículo era o latim. Francisco de Assis veio
alterar a situação, propondo aos seus ouvintes uma
Como acontece em todos os ritos, o sentido do auto
mensagem acessível a todos e, simultaneamente, eno-
da fé é conferido pela sequência dos atos que o compõem.
brecendo a língua vulgar através do seu uso na religião.
Os lugares, as posturas, os gestos, as palavras são fixados
VAUCHEZ, A. A espiritualidade da Idade Média Ocidental,
previamente em toda a sua complexidade. Por isso, o auto séc. VIII-XIII. Lisboa: Estampa, 1995.
da fé apresenta momentos fortes — durante a preparação,
O comportamento desse religioso demonstra uma preocupação
a encenação, o ato e a recepção — que convém seguir em
com as características assumidas pela Igreja e com as desigual-
seus pormenores.
BETHENCOURT, F. História das Inquisições: Portugal, Espanha e
dades sociais compartilhada no seu tempo pelos(as)
Itália – séculos XV-XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. (a) senhores feudais.
O rito mencionado nos textos demonstra a capacidade da (b) movimentos heréticos.
Igreja em (c) integrantes das Cruzadas.
(a) abrandar cerimônias de punição. (d) corporações de ofícios.
(b) favorecer anseios de violência. (e) universidades medievais.

136 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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44. 2021 É preciso usar de violência e rebater varonil- Os acontecimentos históricos citados ajudaram esse indivíduo,
mente os apetites dos sentidos sem atender ao que a no século XVI, a repensar a visão católica do mundo ao possi-
carne quer ou não quer, mas trabalhando por sujeitá- bilitarem a
-la ao espírito, ainda que se revolte. Cumpre castigá-la e (a) consulta pública das bibliotecas reais.
curvá-la à sujeição, a tal ponto que esteja disposta para (b) sofisticação barroca do ritual litúrgico.
tudo, sabendo contentar-se com pouco e deleitar-se com (c) aceitação popular da educação secular.
a simplicidade, sem resmungar por qualquer incômodo. (d) interpretação autônoma dos textos bíblicos.
KEMPIS, T. Imitação de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2015. (e) correção doutrinária das heresias medievais.

Qual característica do ascetismo medieval é destacada no 47. 2020 Desde o mundo antigo e sua filosofia, que o
texto? trabalho tem sido compreendido como expressão de
vida e degradação, criação e infelicidade, atividade vi-
(a) Exaltação do ritualismo litúrgico.
tal e escravidão, felicidade social e servidão. Trabalho e
(b) Afirmação do pensamento racional.
fadiga. Na Modernidade, sob o comando do mundo da
(c) Desqualificação da atividade laboral.
mercadoria e do dinheiro, a prevalência do negócio (ne-
(d) Condenação da alimentação impura. gar o ócio) veio sepultar o império do repouso, da folga
(e) Desvalorização da materialidade corpórea. e da preguiça, criando uma ética positiva do trabalho.

Religião e monarquia na Época ANTUNES, R. O século XX e a era da degradação do trabalho.


In: SILVA, J. P. (org.). Por uma sociologia do século XX.

Moderna São Paulo: Annablume, 2007 (adaptado).

O processo de ressignificação do trabalho nas sociedades mo-


Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 6
dernas teve início a partir do surgimento de uma nova mentali-
45. 2020 Digital Certos músicos agradavam tanto ao pú- dade, influenciada pela
blico da Corte por seu talento especial como virtuose ou (a) reforma higienista, que combateu o caráter excessivo e
como compositor, que sua fama se espraiava para além insalubre do trabalho fabril.
da Corte local onde estavam empregados, chegando (b) Reforma Protestante, que expressou a importância das
aos mais altos níveis. Eram chamados para tocar nas atividades laborais no mundo secularizado.
Cortes dos poderosos, como aconteceu com Mozart; (c) força do sindicalismo, que emergiu no esteio do anarquismo
imperadores e reis exprimiam abertamente prazer com reivindicando direitos trabalhistas.
sua arte e admiração por suas realizações. Tinham per- (d) participação das mulheres em movimentos sociais,
missão para jantar à mesma mesa – normalmente em defendendo o direito ao trabalho.
troca de uma execução ao piano; muitas vezes se hos- (e) visão do catolicismo, que, desde a Idade Média, defendia a
pedavam em seus palácios quando viajavam e assim dignidade do trabalho e do lucro.
conheciam intimamente seu estilo de vida e seu gosto.
ELIAS, N. Mozart, sociologia de um gênio. Século XVIII: Revolução Industrial
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995 (adaptado).
e Iluminismo
Com base no caso descrito, qual elemento histórico do Antigo Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 7
Regime contrasta com o trânsito de intelectuais e artistas pe-
48. 2020 Digital
las Cortes?
(a) Rigidez das estruturas sociais.
(b) Fragmentação do poder estatal.
(c) Autonomia de profissionais liberais.
(d) Harmonia das relações interindividuais.
(e) Racionalização da administração pública.
46. 2020 Dois grandes eventos históricos tornaram
possível um caso como o de Menocchio: a invenção
da imprensa e a Reforma. A imprensa lhe permitiu
confrontar os livros com a tradição oral em que havia
crescido e lhe forneceu as palavras para organizar o
amontoado de ideias e fantasias que nele conviviam.
A Reforma lhe deu audácia para comunicar o que pen-
sava ao padre do vilarejo, conterrâneos, inquisidores –
mesmo não tendo conseguido dizer tudo diante do DAVID, J-L. A coroação de
Napoleão (detalhe). Óleo
papa, dos cardeais e dos príncipes, como queria. sobre tela, 621 × 979 cm.
Louvre, França, 1807.
GINZBURG, C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro
perseguido pela Inquisição. São Paulo: Cia. das Letras, 2006. Disponível em: http://theweddingtiara.com. Acesso em: 8 abr. 2015.

HISTÓRIA 137

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O gesto representado no quadro simboliza uma diferença entre (a) pluralidade das demandas sociais.
o império napoleônico e a monarquia absolutista, por (b) homogeneidade das lutas religiosas.
(a) reduzir a autoridade do clero. (c) unicidade das abordagens históricas.
(b) instaurar a censura da imprensa. (d) superficialidade dos interesses políticos.
(c) controlar a organização judiciária. (e) superioridade dos aspectos econômicos.
(d) suspender as pensões da nobreza.
(e) desrespeitar a propriedade privada. O longo século XIX
49. 2020 Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 9

Declaração de Direitos do Homem 51. 2022 A história do Primeiro de Maio de 1890 — na


e do Cidadão – 1789 França e na Europa, o primeiro de todos os Primeiros de
Os representantes do povo francês, tendo em vista Maio — é, sob vários aspectos, exemplar. Resultante de
que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos um ato político deliberado, essa manifestação ilustra o
direitos do homem são as únicas causas dos males lado voluntário da construção de uma classe — a classe
públicos e da corrupção dos governos, resolveram de- operária — à qual os socialistas tentam dar uma unidade
clarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis política e cultural através daquela pedagogia da festa cujo
e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, princípio, eficácia e limites há muito tempo tinham sido
sempre presente em todos os membros do corpo so- experimentados pela Revolução Francesa.
cial, lhes lembre permanentemente seus direitos e PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e
prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
seus deveres; a fim de que as reivindicações dos cida-
Com base no texto, a fixação dessa data comemorativa tinha
dãos, fundadas em princípios simples e incontestáveis,
por objetivo
se dirijam sempre à conservação da Constituição e à
(a) valorizar um sentimento burguês.
felicidade geral.
(b) afirmar uma identidade coletiva.
Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 7 jun. 2018 (adaptado).
(c) edificar uma memória nacional.
Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, (d) criar uma comunidade cívica.
reflete uma profunda mudança social ao estabelecer a (e) definir uma tradição popular.
(a) manutenção das terras comunais.
(b) supressão do poder constituinte. 52. 2021 Ao mesmo tempo, graças às amplas possibi-
(c) falência da sociedade burguesa. lidades que tive de observar a classe média, vossa ad-
(d) paridade do tratamento jurídico. versária, rapidamente concluí que vós tendes razão,
(e) abolição dos partidos políticos. inteira razão, em não esperar dela qualquer ajuda.
Seus interesses são diametralmente opostos aos vos-
Revoluções Atlânticas sos, mesmo que ela procure incessantemente afirmar
Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 8 o contrário e vos queira persuadir que sente a maior
50. 2021 simpatia por vossa sorte. Mas seus atos desmentem
suas palavras.
Texto I
ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra.
Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento represen- São Paulo: Boitempo, 2010.

tado pela luta do Parlamento contra Carlos I em prol da No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que corres-
liberdade política e religiosa do povo inglês; significou o pondem ao(s)
primeiro confronto entre a liberdade e a tirania real, pri- (a) conceito de luta de classes.
meiro combate em favor do Iluminismo e do Liberalismo. (b) alicerce da ideia de mais-valia.
ARRUDA, J. J. A. Perspectivas da Revolução Inglesa. (c) fundamentos do método científico.
Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado).
(d) paradigmas do processo indagativo.
Texto II (e) domínios do fetichismo da mercadoria.
A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi cau-
Veja também em:
sada pela ruptura da velha sociedade, e não pelos dese-
Sociologia | Desigualdade, pobreza e conflito social
jos da velha burguesia. Na década de 1640, camponeses Livro único | Frente única | Capítulo 5
se revoltaram contra os cercamentos, tecelões contra a
miséria resultante da depressão e os crentes contra o 53. 2020 A principal característica da situação social
Anticristo a fim de instalar o reino de Cristo na Terra. dos anglo-americanos é seu caráter eminentemente
HILL, C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado). democrático. Afirmei anteriormente que reinava uma
A concepção da Revolução Inglesa apresentada no Texto II di- igualdade muito grande entre os emigrantes que foram
ferencia-se da do Texto I ao destacar a existência de se estabelecer na Nova Inglaterra. Para isso contribuiu

138 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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a influência das leis de sucessão. Estabelecidas de uma para muitos foi de pessimismo e para alguns de ilusão,
maneira, as leis de sucessão reúnem, concentram e que bruscamente se encerra com a quebra da bolsa de
agrupam em um só a propriedade e o poder. Estabeleci- Nova Iorque. Com a crise de 1929 terá início a prepara-
das por outros princípios, produzem o oposto: dividem, ção de uma nova guerra mundial.
partilham e disseminam os bens e o poder. VIZENTINI, P. G. F. Primeira Guerra Mundial.
Porto Alegre: UFRGS, 2006 (adaptado).
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. Belo Horizonte:
Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1977 (adaptado).
Os eventos mencionados no texto contribuíram fortemente para
O texto tematiza o papel desempenhado por uma norma na a ascensão de regimes propensos a um novo conflito armado, pois
criação de um ambiente propício ao(à) (a) perturbaram a dinâmica de equilíbrio demográfico.
(a) emprego do trabalho escravo. (b) dificultaram a adesão a ideologias de viés socialista.
(b) consolidação dos valores burgueses. (c) favoreceram a ascensão de grupos anarquistas ao poder.
(c) banimento das dissidências religiosas. (d) corroeram a crença na legitimidade das democracias liberais.
(d) contenção da identificação nacionalista. (e) deterioraram a confiança no salvacionismo dos exércitos
(e) hierarquização dos agentes econômicos. nacionais.
Paz Armada e Primeira Guerra Segunda Guerra Mundial e
Mundial (1914-1918) mundo contemporâneo
Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 10
Livro 4 | Frente 2 | Capítulo 13
54. 2020 O fenômeno histórico conhecido como “trá-
56. 2020 Digital Diante da unidade e da militância dos
fico de coolies” esteve associado diretamente ao período
negros, o governo nacionalista decidiu aplicar medidas
que vai do final da década de 1840 até o ano de 1874,
reacionárias e repressivas – interdição do direito à reu-
quando milhares de chineses foram encaminhados
nião, vigilância e perseguição policiais, dissolução dos
principalmente para Cuba e Peru e muitos abusos no
partidos políticos, tortura, prisão domiciliar e encarce-
recrutamento de mão de obra foram identificados.
ramento de militantes.
O tráfico de coolies ou, em outros termos, o transporte
CHANAIWA, D. A África austral. In: MAZRUI, A.; WONDJI, C. (org.).
por meios coativos de mão de obra de um lugar para História geral da África: África desde 1935. Brasília: Unesco, 2010.

outro, foi comparado ao tráfico africano de escravos


A atuação do Estado sul-africano na década de 1950, como
por muitos periodistas e analistas do século XIX.
descrita, indica que seus dirigentes buscavam
SANTOS, M. A. Migrações e trabalho sob contrato
no século XIX. História, n. 12, 2017. (a) bloquear as manifestações violentas dos bôeres.
(b) atender às disposições jurídicas internacionais.
A comparação mencionada no texto foi possível em razão da
seguinte característica: (c) suprimir as organizações dissidentes atuantes.
(a) Oferta de contrato formal. (d) fomentar as divisões étnicas da oposição.
(b) Origem étnica dos grupos de trabalhadores. (e) aliciar as lideranças tribais nativas.
(c) Conhecimento das tarefas desenvolvidas.
57. 2020 O toyotismo, a partir dos anos 1970, teve
(d) Controle opressivo das vidas dos indivíduos.
grande impacto no mundo ocidental, quando se
(e) Investimento requerido dos empregadores.
mostrou para os países avançados como uma opção
Revolução Russa e possível para a superação de uma crise de acumulação.
União Soviética até 1945 ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a
negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009 (adaptado).
Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 11
A característica organizacional do modelo em questão, requeri-
55. 2020 Digital A década que se segue ao fim da guer- da no contexto de crise, foi o(a)
ra constitui praticamente uma continuação desta com (a) expansão dos grandes estoques.
a acomodação difícil de seus resultados. A ruptura do (b) incremento da fabricação em massa.
sistema internacional com a Revolução Soviética, a as- (c) adequação da produção à demanda.
censão dos Estados Unidos, o recuo da Europa e o início (d) aumento da mecanização do trabalho.
da contestação anticolonial marcam uma década que (e) centralização das etapas de planejamento.

HISTÓRIA 139

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

GEOGRAFIA
Cartografia (a) norte.
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1 (b) sul.
(c) leste.
1. 2022 (d) oeste.
Possível trajeto do voo MH370 da Malaysia Airlines (e) nordeste.
antes da queda, em 2014
3. 2020 “Devo estar chegando perto do centro da Terra.
Deixe ver: deve ter sido mais de seis mil quilômetros,
por aí...” (como se vê, Alice tinha aprendido uma
porção de coisas desse tipo na escola, e embora
essa não fosse uma oportunidade lá muito boa de
demonstrar conhecimentos, já que não havia ninguém
por perto para escutá-la, em todo caso era bom
praticar um pouco) “... sim, deve ser mais ou menos
essa a distância... mas então qual seria a latitude ou
longitude em que estou?” (Alice não tinha a menor
ideia do que fosse latitude ou longitude, mas achou
que eram palavras muito imponentes).
Disponível em: http://imguol.com. Acesso em: 30 mar. 2014 (adaptado). CARROLL, L. Aventuras de Alice: no País das Maravilhas,
Através do espelho e outros textos. São Paulo: Summus, 1980.
Considerando-se que a distância entre o local onde os destro-
O texto descreve uma confusão da personagem em relação
ços do avião foram avistados e a cidade de Perth é de 2 cm, a
(a) ao tipo de projeção cartográfica.
escala aproximada dessa representação cartográfica é:
(b) aos contornos dos fusos horários.
(a) 1 : 12 500.
(c) à localização do norte magnético.
(b) 1 : 125 000. (d) aos referenciais de posição relativa.
(c) 1 : 1 250 000. (e) às distorções das formas continentais.
(d) 1 : 12 500 000.
(e) 1 : 125 000 000. 4. 2020 Afirmar que a cartografia da época moderna
integrou o processo de invenção da América por par-
2. 2021 te dos europeus significa que os conhecimentos dos
Movimento de translação da Terra ameríndios sobre o território foram ignorados pela car-
EQUINÓCIO tografia europeia ou que eles foram privados de sua
21 de março
representação territorial e da autoridade que seus co-
SOLSTÍCIO
nhecimentos tinham sobre o espaço.
21 de dezembro
OLIVEIRA, T. K. Desconstruindo mapas, revelando espacializações:
SOL reflexões sobre o uso da cartografia em estudos sobre o Brasil
colonial. Revista Brasileira de História, n. 68, 2014 (adaptado).
SOLSTÍCIO
21 de junho
Na análise contida no texto, a representação cartográfica da
EQUINÓCIO América foi marcada por
23 de setembro
(a) asserção da cultura dos nativos.
Disponível em: www.cdcc.usp.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).
(b) avanço dos estudos do ambiente.
Considerando as informações apresentadas, o prédio do (c) afirmação das formas de dominação.
Congresso Nacional, em Brasília, no dia 21 de junho, às (d) exatidão da demarcação das regiões.
12 horas, projetará sua sombra para a direção (e) aprimoramento do conceito de fronteira.

140 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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Geomorfologia As transformações na superfície terrestre, conforme descritas
no texto, compõem o seguinte processo geomorfológico:
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 2
(a) Ciclo sedimentar.
5. 2022 As forças tectônicas dentro da litosfera, con- (b) Instabilidade sísmica.
troladas pelo calor interno das profundezas, geram terre- (c) Intemperismo biológico.
motos, erupções e soerguimento de montanhas. As forças (d) Derramamento basáltico.
meteorológicas dentro da atmosfera e da hidrosfera, con- (e) Compactação superficial.
troladas pelo calor do Sol, produzem tempestades, inun- 8. 2020 Digital
dações, geleiras e outros agentes de erosão. Brasil: regiões com predisposição à erosão
PRESS, F. et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006 (adaptado).

A interação dinâmica entre as forças naturais citadas favorece


a ocupação do espaço geográfico, na medida em que provoca a 0° EQUADOR

formação de
(a) solos vulcânicos.
(b) dorsais oceânicas.
(c) relevos escarpados.
(d) superfícies lateríticas.
(e) dobramentos modernos.
Fraco a moderado
6. 2022 e moderado

Rochas ígneas da Amazônia legal Moderado a forte TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Forte
e forte a muito forte OCEANO
ATLÂNTICO
N
Muito forte e muito forte
a extremamente forte

Extremamente forte 0 400 km


50° O

EMBRAPA; SPI. Terra viva: atlas do meio ambiente do


Brasil. Brasília: Embrapa, 1996 (adaptado).

Com base no mapa, a área com maior suscetibilidade natural à


ocorrência de erosão no Brasil é o(a)
(a) interior da Região Norte.
(b) depressão do Pantanal.
(c) extremo oeste amazônico.
(d) faixa litorânea do Sudeste. *010
(e) região da Mata dos Cocais.
9. 2020
Questão 77 e acordo com o te to novos estud
a istória do indivíduo por se
V al e d a G r and e possibilidade de
Geoestatísticas de recursos naturais da Amazônia Legal.
Rio de Janeiro: IBGE, 2011 (adaptado). F e nd a A ades o ao m todo positivista.
V ul c õ e s B e press o do papel das elites.
O mapa espacializa um recurso natural com alto potencial para C resgate das narrativas eroicas.
ocorrência de: D acesso ao cotidiano das comunida
E interpreta o das mani esta es d
(a) Abalos sísmicos periódicos.
Questão 79
(b) Jazidas de minerais metálicos. sociedade como um sistema u
(c) Reservas de combustíveis fósseis. social consiste em uma das
undamentais que d estrutura e org
(d) Aquíferos sedimentares profundos. como equidade. coopera o so
regras e procedimentos publicame
(e) Estruturas geológicas metamórficas. e aceitos por aqueles que coope
apropriados para regular a sua cond
7. 2021 Desde os primórdios da formação da crosta coopera o usta porque seus te
todos os participantes podem ra oa
terrestre até os dias de hoje, as rochas formadas vêm desde que todos os demais tamb m
sendo continuamente destruídas. Os produtos resul- . . N . Teoria polí tic a c on

tantes da destruição das rochas são transportados pela No conte to do pensamento político a
água, vento e gelo a toda superfície terrestre, acionados mostra se consoante o a

pelo calor e pela gravidade. Cessada a energia trans- A ideal republicano de governo.
B corrente tripartite dos poderes.
portadora, são depositados nas regiões mais baixas da
C posicionamento crítico do socialism
crosta, podendo formar pacotes rochosos. isponível em ttps noticias.uol.com.br. cesso em
Disponível em: https://noticias.uol.com.br.
3 un. adaptado .
D legitimidade do absolutismo mon
LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989. s aspectos ísicos apresentados
Acesso em: 13originam se (adaptado).
jun. 2018 da atua o
da or a natural de E entendimento do contratualismo m
Questão 80
A colis o de placas tect nicas.
om e eito 141
GEOGRAFIA at a destrui o de
B ri teamento da crosta terrestre.
enado romano governavam a ep
C subduc o da plata orma oce nica. e sem pai o e n o avia entre os
D orma o de cadeias montan osas. glória ou domina o o medo do in
E metamorfismo de bordas continentais. cidade no cumprimento do dever.
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medo desapareceu dos espíritos i
Os aspectos físicos apresentados originam-se da atuação da grande dificuldade de reproduzir suas dinâmicas ter-
força natural de ritoriais depois da instalação da atividade minerado-
(a) colisão de placas tectônicas. ra, nem sempre com reconhecimento do impacto ao
(b) rifteamento da crosta terrestre. seu território pelo Estado e pela empresa, ficando sem
(c) subducção da plataforma oceânica. qualquer tipo de compensação econômica. Em outros
(d) formação de cadeias montanhosas. casos, nem a compensação econômica tem sido capaz
de evitar o esgarçamento das relações sociais destes
(e) metamorfismo de bordas continentais.
grupos que sofrem com a reconstrução abrupta das
10. 2020 A colisão entre uma placa continental e uma suas identidades e de suas dinâmicas territoriais.
oceânica provocará a subducção desta última sob a PALHETA, J. M. et al. Conflitos pelo uso do território na
Amazônia mineral. Mercator, n. 16, 2017.
placa continental, que, a exemplo dos arcos e ilhas,
produzirá um arco magmático na borda do continen- O texto apresenta uma relação entre atividade econômica e
te, composto por rochas vulcânicas acompanhado de organização social marcada pelo(a)
deformações e metamorfismo tanto de rochas preexis- (a) escassez de incentivo cultural.
tentes como de parte das rochas formadas no processo. (b) rompimento de vínculos locais.
TEIXEIRA, W. et al. (org.). Decifrando a Terra.
(c) carência de investimento financeiro.
São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
(d) estabelecimento de práticas agroecológicas.
Qual feição fisiográfica é gerada pelo processo tectônico (e) enriquecimento das comunidades autóctones.
apresentado?
(a) Planícies abissais. Veja também em:
(b) Planaltos cristalinos. Geografia | Questões ambientais
(c) Depressões absolutas. Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 11

(d) Bacias sedimentares.


13. 2020 Escudos antigos ou maciços cristalinos
(e) Dobramentos modernos.
são blocos imensos de rochas antigas. Estes escudos
Pedologia são constituídos por rochas cristalinas (magmático-
-plutônicas), formadas em eras pré-cambrianas, ou
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 3
por rochas metamórficas (material sedimentar) do
11. 2020 As cidades de Puebla, no México, e Legazpi, Paleozoico. São resistentes, estáveis, porém bastante
nas Filipinas, não têm quase nada em comum. Estão desgastadas. Correspondem a 36% da área territorial
muito longe uma da outra e são habitadas por povos e dividem-se em duas grandes porções: o Escudo das
muito diferentes. O que as une é um trágico detalhe Guianas (norte da Planície Amazônica) e o Escudo
de sua geografia. Elas foram erguidas na vizinhança de Brasileiro (porção centro-oriental brasileira).
Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br.
alguns dos vulcões mais perigosos do mundo: o mexi-
Acesso em: 25 jun. 2015.
cano Popocatepétl e o filipino Mayon. Seus habitantes
As estruturas geológicas indicadas no texto são importantes
precisam estar prontos para correr a qualquer hora. Eles
economicamente para o Brasil por concentrarem
fazem parte dos 550 milhões de indivíduos que moram
(a) fontes de águas termais.
em zonas de risco vulcânico no mundo. Ao contrário do
(b) afloramentos de sal-gema.
que seria sensato, continuam ali, indiferentes ao perigo
(c) jazidas de minerais metálicos.
que os espreita.
ANGELO, C. Disponível em: http://super.abril.com.br.
(d) depósitos de calcário agrícola.
Acesso em: 24 out. 2015 (adaptado). (e) reservas de combustível fóssil.
A característica física que justifica a fixação do homem nos lo-
cais apresentados no texto é a ocorrência de
Climatologia
(a) solo fértil. Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 5
(b) encosta íngreme.
14. 2020 Digital Os fundamentos da meteorologia tro-
(c) vegetação diversificada. pical, como mostrou Richard Grove, foram estabelecidos
(d) drenagem eficiente. durante o grande El Niño de 1790-1791, que, além de levar
(e) clima ameno. a seca e a fome a Madras e Bengala, desmantelou a agri-
cultura em várias colônias caribenhas da Inglaterra. Pela
Mineração primeira vez, medições meteorológicas simultâneas, mi-
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 4 lhares de milhas distantes entre si, sugeriram que aquelas
condições de tempo extremo talvez estivessem associa-
12. 2021 As atividades mineradoras têm criado con-
das em todos os trópicos – uma ideia que só seria comple-
flitos com extrativistas, quilombolas, pequenos agri-
tamente desenvolvida durante a seca global de 1876-1878.
cultores, ribeirinhos, pescadores artesanais e povos DAVIS, M. Holocaustos coloniais: clima, fome e imperialismo na formação
indígenas. Em geral, estes sujeitos têm encontrado do Terceiro Mundo. Rio de Janeiro: São Paulo: Record, 2002.

142 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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O fenômeno climático citado ocorre periodicamente e tem As maiores vítimas, contudo, permaneceriam na sombra
como causa o aumento da à margem do palco, cobaias sem consolo, credores sem
(a) atuação da Massa Equatorial Continental. nome de uma sociedade que não lhes concedera tempo
(b) velocidade dos ventos no Hemisfério Sul. algum para ser decifrada.
(c) atividade vulcânica no Círculo do Fogo. FOOT HARDMAN, F. Trem fantasma: modernidade na selva.
São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).
(d) temperatura das águas do Pacífico.
(e) liquefação das geleiras no Ártico. No texto, há uma crítica ao modo de ocupação do espaço ama-
zônico pautada na
Hidrografia (a) discrepância entre engenharia ambiental e equilíbrio da
Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 6 fauna.
(b) incoerência entre maquinaria estrangeira e controle da
15. 2021 Preços justos e autorizações de uso da água floresta.
devem garantir de forma adequada que a retirada de (c) incompatibilidade entre investimento estatal e proteção
água, bem como o retorno de efluentes, mantenham aos nativos.
operações eficientes e ambientalmente sustentáveis, (d) competição entre farmacologia internacional e produtos
de maneira que sejam adaptáveis às peculiaridades e da fitoterapia.
necessidades da indústria e da irrigação em larga esca- (e) contradição entre desenvolvimento nacional e respeito aos
la, bem como às atividades da agricultura em pequena trabalhadores.
escala e de subsistência.
UNESCO. Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Demografia
Recursos Hídricos. Água para um mundo sustentável. Unesco, 2015.
Livro 3 | Frente 1 | Capítulo 8
Considerando o debate sobre segurança hídrica, a proposta
apresentada no texto está pautada no(a) 18. 2021 A categoria de refugiado carrega em si as no-
(a) distribuição equitativa do abastecimento. ções de transitoriedade, provisoriedade e temporalida-
(b) monitoramento do fornecimento urbano. de. Os refugiados situam-se entre o país de origem e o
(c) racionamento da capacidade fluvial. país de destino. Ao transitarem entre os dois univer-
(d) revitalização gradativa de solos. sos, ocupam posição marginal, tanto em termos iden-
(e) geração de produtos recicláveis. titários – assentada na falta de pertencimento pleno
enquanto membros da comunidade receptora e nos
16. 2020 Digital Os canais meândricos são encontra-
vínculos introjetados por códigos partilhados com a
dos, com frequência, nas áreas úmidas cobertas por ve-
comunidade de origem – quanto em termos jurídicos,
getação ciliar, descrevem curvas sinuosas harmoniosas
ao deixarem de exercitar, ao menos em caráter tempo-
e semelhantes entre si. Várias são as condições essen-
rário, o status de cidadãos no país de origem e portar o
ciais para o desenvolvimento dos meandros: camadas
status de refugiados no país receptor.
de detritos de granulação móvel, coerentes, firmes e
MOREIRA, J. B. Refugiados no Brasil: reflexões acerca do processo
não soltas; gradientes moderadamente baixos; fluxos de integração local. REMHU, n. 43, jul.-dez. 2014 (adaptado).
contínuos e regulares; cargas em suspensão e de fundo
A condição de transitoriedade dos refugiados no Brasil, confor-
em quantidades mais ou menos equivalentes.
me abordada no texto, é provocada pela associação entre
GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. (org.). Geomorfologia: uma atualização
de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. (a) ascensão social e burocracia estatal.
A drenagem fluvial apresentada desenvolve-se em qual am- (b) miscigenação étnica e limites fronteiriços.
biente topográfico? (c) desqualificação profissional e ação policial.
(a) Vales encaixados. (d) instabilidade financeira e crises econômicas.
(b) Escarpas íngremes. (e) desenraizamento cultural e insegurança legal.
(c) Depressões absolutas.
Veja também em:
(d) Planícies sedimentares.
Sociologia | Desigualdade, pobreza e conflito social
(e) Cordilheiras montanhosas. Livro único | Frente única | Capítulo 5

Biogeografia 19. 2021 Houve crescimento de 74% da população


Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 7 brasileira encarcerada entre 2005 e 2012. As análises
possibilitaram identificar o perfil da população que
17. 2022 Na construção da ferrovia Madeira-Mamoré, o
está nas prisões do país: homens, jovens (abaixo de 29
que dizer dos doentes, eternos moribundos a vagar entre
anos), negros, com ensino fundamental incompleto,
delírios febris, doses de quinino e corredores da morte?
acusados de crimes patrimoniais e, no caso dos presos
O Hospital da Candelária era santuário e túmulo, monu-
adultos, condenados e cumprindo regime fechado e,
mento ao progresso científico e preâmbulo da escuridão.
majoritariamente, com penas de quatro até oito anos.
Foi ali, com suas instalações moderníssimas, que médicos BRASIL. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil.
e sanitaristas dirigiram seu combate aos males tropicais. Brasília: Presidência da República, 2015.

GEOGRAFIA 143

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Nesse contexto, as políticas públicas para minimizar a proble-
mática descrita devem privilegiar a
(a) flexibilização do Código Civil.
(b) promoção da inclusão social.
(c) redução da maioridade penal.
(d) contenção da corrupção política.
(e) expansão do período de reclusão.

Veja também em:


Sociologia | Poder, Estado e política
Livro único | Frente única | Capítulos 3, 6 e 8

20. 2020 Digital A redução do valor da aposentadoria se


deve ao fator previdenciário, mecanismo utilizado pelo
INSS para tentar adiar a aposentadoria dos trabalhado-
res mais jovens, penalizando quem se aposenta mais
cedo, já que esse segurado, teoricamente, vai receber o
benefício por mais tempo.
RESENDE, T. Disponível em: http://ieprev.com.br.
Acesso em: 25 out. 2015 (adaptado).

Políticas previdenciárias como a apresentada no texto têm sido PAZ, A. D. Disponível em: www.ct.ufpb.br. Acesso em: 15 out. 2021 (adaptado).
justificadas com base na dinâmica populacional de aumento da
A intensificação da ocupação urbana demonstrada afeta de
(a) fuga de cérebros.
forma imediata o(a)
(b) taxa de natalidade. (a) nível altimétrico. (d) tectônica de placas.
(c) expectativa de vida. (b) ciclo hidrológico. (e) estrutura das rochas.
(d) proporção de adultos. (c) padrão climático.
(e) imigração de refugiados.
22. 2021 A vida das pessoas se modifica com a mesma
Urbanização rapidez com que se reproduz a cidade. O lugar da festa,
Livros 3 e 4 | Frente 1 | Capítulos 9 e 10
do encontro quase desaparecem; o número de brinca-
deiras infantis nas ruas diminui – as crianças quase
21. 2022 não são vistas; os pedaços da cidade são vendidos, no
mercado, como mercadorias; árvores são destruídas,
praças, transformadas em concreto. Por outro lado, os
habitantes parecem perder na cidade suas próprias re-
ferências. A imagem de uma grande cidade hoje é tão
mutante que se assemelha à de um grande guindaste,
aliás, a presença maciça destes, das britadeiras, das be-
toneiras nos dão o limite do processo de transformação
diária ao qual está submetida a cidade.
CARLOS, A. F. A. A cidade. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).

No contexto das grandes cidades brasileiras, a situação apre-


sentada no texto vem ocorrendo como consequência da
(a) manutenção dos modos de convívio social.
(b) preservação da essência do espaço público.
(c) ampliação das normas de controle ambiental.
(d) flexibilização das regras de participação política.
(e) alteração da organização da paisagem geográfica.

23. 2021 Desde 2009, a área portuária carioca vem


sofrendo grandes transformações realizadas no escopo
da operação urbana consorciada conhecida como Porto
Maravilha. Parte importante na tentativa de tornar o

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Rio de Janeiro um polo de serviços internacional, a A configuração geográfica descrita no texto é definida pelo
“revitalização” urbana deveria deixar para trás uma conceito de
paisagem geográfica que ainda recordava a cidade do (a) meio técnico.
início do século passado para abrir espaço, em seu lugar, (b) cidade-região.
à instalação de modernas torres comerciais, espaços (c) zona de transição.
de consumo e lazer inéditos e cerca de cem mil novos (d) polo de tecnologia.
moradores, uma nova configuração socioespacial capaz (e) paisagem urbana.
de alçar a área portuária do Rio de Janeiro ao patamar 26. 2020 A expansão das cidades e a formação das
dos waterfronts de Baltimore, Barcelona e Buenos Aires. aglomerações urbanas no Brasil foram marcadas pela
LACERDA, L.; WERNECK, M.; RIBEIRO, B. Cortiços de hoje na
cidade do amanhã. E-metropolis, n. 30, set. 2017.
produção industrial e pela consolidação das metrópo-
les como locais de seu desenvolvimento. Na segunda
As intervenções urbanas descritas derivam de um processo so-
metade do século XX, as metrópoles brasileiras esten-
cioespacial que busca a
deram-se por áreas de ocupação contínua, configuran-
(a) intensificação da participação na competitividade global.
do densas regiões urbanizadas.
(b) contenção da especulação no mercado imobiliário.
MOURA, R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e reprodução
(c) democratização da habitação popular. de padrões. Disponível em: www.ub.edu. Acesso em: 11 fev. 2015.
(d) valorização das funções tradicionais.
O resultado do processo geográfico descrito foi o(a)
(e) priorização da gestão participativa.
(a) valorização da escala local.
Veja também em:
(b) crescimento das áreas periféricas.
Geografia | Globalização (c) densificação do transporte ferroviário.
Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 2 (d) predomínio do planejamento estadual.
(e) inibição de consórcios intermunicipais.
24. 2021 A participação social no planejamento e na
gestão urbanos ganhou impulso a partir do Estatuto da 27. 2020 O planejamento deixou de controlar o cresci-
mento urbano e passou a encorajá-lo por todos os meios
Cidade (Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu condições
possíveis e imagináveis. Cidades, a nova mensagem
para a elaboração de planos diretores participativos,
soou em alto e bom som, eram máquinas de produzir ri-
instrumentos esses indutores da expansão urbana e do
quezas; o primeiro e principal objetivo do planejamento
ordenamento territorial que, a princípio, devem buscar
devia ser o de azeitar a máquina.
representar os interesses dos diversos segmentos da HALL, P. Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do
sociedade. No entanto, é notório o limite à represen- projeto urbanos no século XX. São Paulo: Perspectiva, 2016 (adaptado).

tação dos interesses das camadas sociais menos favo- O modelo de planejamento urbano problematizado no texto é
recidas nesse processo. Este rumo deve ser corrigido e marcado pelo(a)
deve-se continuar buscando mecanismos de inclusão (a) primazia da gestão popular.
dos interesses de toda a sociedade. (b) uso de práticas sustentáveis.
Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS n. 11: (c) construção do bem-estar social.
tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos,
seguros, resilientes e sustentáveis. Brasília: Ipea, 2019. (d) soberania do poder governamental.
Qual medida promove a participação social descrita no texto? Questão
(e) 61 da participação empresarial.
ampliação egundo o au
(a) Redução dos impostos municipais. TE X 2020
28. TO I umano
(b) Privatização dos espaços públicos. Texto I
(c) Adensamento das áreas de comércio. A pot ncia i
(d) Valorização dos condomínios fechados.
(e) Fortalecimento das associações de bairro. B revela o

25. 2020 Digital Maior que os espaços metropolitanos C estudo da


tradicionais, incorporando áreas menores em vizi-
D viv ncia d
nhança e formando uma aglomeração em escala mais
ampla, concentra o principal das atividades produtivas E desenvol
significativas em diversos setores (cadeias da indústria,
Questão 63
investimentos estrangeiros diretos, operações de negó-
cios internacionais, trabalhadores migrantes, fluxos TE X TO I
monetários etc.). O conjunto da economia global passa
a ser um arquipélago delas, constituindo os nós da ma- aumento
lha econômica.
inas pode es
IBGE. Gestão do território.
Rio de Janeiro: IBGE, 2014 (adaptado). Rio Tietê, São Paulo (SP). Foto: Delfim Martins/Pulsar.
io iet o aulo . oto elfim artins ulsar. em segu
ipótese tem
TE X TO I I GEOGRAFIA 145
cidades mineira
io iet est morto. o menos uma parte
de pacientes co
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ata tl ntica mostra na regi o pró im
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pesquisa da unda o
Texto II Sobre a apropriação dos recursos existentes na área indicada,
O Rio Tietê está morto. Ao menos uma parte dele: esse documento tem sido fundamental para instituir
137 quilômetros, para ser mais preciso. Uma pesquisa (a) ações planejadas para caça de animais.
da Fundação SOS Mata Atlântica mostra que, em 2016, (b) impedimentos legais de exploração mineral.
o trecho do rio com qualidade de água classificada como (c) espaços exclusivos para atividades de extração.
ruim ou péssima começa em Itaquaquecetuba, passa (d) programas internacionais de créditos compensatórios.
por toda a Região Metropolitana de São Paulo e chega (e) restrições políticas para a adesão de países periféricos.
até Cabreúva, já no interior de São Paulo. Nesse trecho, a 31. 2020
água não tem oxigênio suficiente para abrigar vida. Texto I
Disponível em: http://epoca.globo.com. Acesso em: 7 dez. 2017 (adaptado).
O aumento de casos suspeitos de febre amarela em
Considerando a análise dos textos, a condição atual desse rio
Minas pode estar relacionado à tragédia de Mariana,
tem como origem a
em 2015, segundo a bióloga da Fiocruz Márcia Chame.
(a) valorização do sítio urbano.
(b) extinção da vegetação nativa. A hipótese tem como ponto de partida a localização das
(c) recepção de densa carga de dejetos. cidades mineiras que identificaram até o momento ca-
(d) captação desordenada do regime pluvial. sos de pacientes com sintomas da doença. Grande parte
(e) expansão do uso de defensivos químicos. está na região próxima do Rio Doce, afetado pelo rompi-
mento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015.
Questões ambientais FORMENTI, L. Para bióloga, surto de febre amarela pode ter relação
com tragédia de Mariana. O Estado de São Paulo, 14 jan. 2017.
Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 11
Texto II
29. 2022 Solos salinos ou alomórficos apresentam
como característica comum uma concentração muito Por outro lado, Servio Ribeiro considera remota
alta de sais solúveis e/ou de sódio trocável. Eles ocorrem a possibilidade de influência da tragédia de Mariana
nos locais mais baixos do relevo, em regiões áridas e se- (MG) neste surto de febre amarela em Minas Gerais.
miáridas e próximas do mar. Em regiões semiáridas, por “A febre amarela é uma doença de interior de floresta.
exemplo, o polígono das secas do Nordeste brasileiro, os O mosquito que a transmite põe ovos em cavidades de
locais menos elevados recebem água que se escoa dos árvores e em bromélias. É um mosquito da estrutura da
declives adjacentes, durante as chuvas que caem em floresta. Ele não se relaciona muito com grandes cor-
alguns meses do ano. Essa água traz soluções de sais pos-d’água e com rios. As cidades afetadas pela doença
minerais e evapora-se rapidamente antes de infiltrar-se
estão em uma região onde os rejeitos não chegaram
totalmente, havendo então, cada vez que esse processo
com força para derrubar a floresta”, diz o biólogo.
é repetido, um pequeno acúmulo de sais no horizonte RODRIGUES, L. Especialistas investigam relação entre febre amarela
superficial que, com o passar dos anos, provoca a salini- e degradação ambiental. Agência Brasil, 25 jan. 2017.
zação do solo. Nas últimas décadas, a expansão das ati- Sobre a tragédia de Mariana, os textos apresentam divergência
vidades agrícolas na região tem ampliado esse processo. quanto ao(à)
LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação.
São Paulo: Melhoramentos, 1993 (adaptado). (a) poluição dos rios locais.
As atividades agrícolas, desenvolvidas na região mencionada, (b) identificação da área afetada.
intensificam o problema ambiental exposto ao (c) destruição da vegetação nativa.
(a) realizar florestamentos de pinus, desrespeitando a prática (d) aparecimento de enfermidade endêmica.
do pousio. (e) surgimento de comunidades desabrigadas.
(b) utilizar sistemas de irrigação, desprezando uma drenagem
adequada. Regionalização do Brasil
(c) instalar açudes nos grotões, retardando a velocidade da Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 12
vazão fluvial.
32. 2022
(d) desmatar áreas de preservação permanente, causando
Olhar o Brasil e não ver o sertão
assoreamento.
É como negar o queijo com a faca na mão
(e) aplicar fertilizantes de origem orgânica, modificando a quí-
Esse gigante em movimento
mica da terra. Movido a tijolo e cimento
30. 2020 Digital Em 1991 foi criado no Tratado da Precisa de arroz com feijão
Antártica o Protocolo de Madri, e a partir desse protocolo Que tenha comida na mesa
deixou-se de discutir como dividir a Antártica e passou- Que agradeça sempre a grandeza
-se a estudar maneiras de preservá-la, tornando-a uma De cada pedaço de pão
Agradeça a Clemente
reserva natural dedicada à paz e à ciência.
MACHADO, C. S.; BRITO, T. Coleção explorando o ensino:
Que leva a semente
Antártica. Brasília: MEC, 2006 (adaptado). Em seu embornal

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Zezé e o penoso balé 35. 2022 Lá embaixo está o Açude Itans, com seu formi-
De pisar no cacau gueiro a cavar a terra. É mesmo impressionante o esfor-
Maria que amanhece o dia ço daquele formigar de homens ao sol, lavados em suor,
Lá no milharal que não param, em longas filas pacientes acompanhando
VANDER LEE. Do Brasil. In: Pensei que fosse o céu: ao vivo. centenas de burricos que sobem e descem, numa ciranda
Rio de Janeiro: Indie Records, 2006 (fragmento). comovente e silenciosa, cada burrico com duas caixas de
A letra da canção valoriza uma dimensão do espaço rural terra no lombo. É o labor organizado para a salvação da
brasileiro em sua relação com a cidade ao ressaltar sua função terra e do homem. Depois do semideserto que tanto nos
de acabrunhou o espírito por falta de chuvas, o esforço destes
(a) fornecer a mão de obra qualificada. milhares de sertanejos, todos vestidos de brim mescla e
(b) incorporar a inovação tecnológica. calçando alpercatas, no combate consciente à esterilidade
(c) preservar a diversidade biológica. da natureza, com as famílias alojadas em pequeninas ca-
(d) promover a produção alimentar. sas de taipa e telha — embrião de futura cidade — impres-
(e) garantir a moradia básica. sionava-nos profundamente.
VALLE, F. M. História do Açude Itans, município de Caicó (RN).
Espaço geográfico Brasília, 1994 (adaptado).

Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 1 Na construção do empreendimento descrito, destaca-se a pre-


sença de
33. 2022 Após sete anos da ocupação de um terreno (a) engenheiros na execução de canais fluviais.
abandonado em Santo André, no ABC paulista, os con- (b) coronéis na ampliação de antigas fazendas.
domínios Novo Pinheirinho e Santos Dias foram inaugu- (c) operários na distribuição dos recursos hídricos.
rados, com a presença de representantes dos governos (d) trabalhadores na formação de novos espaços.
federal, estadual e municipal. A ocupação começou em (e) negociantes na organização de redes comerciais.
2012 e, desde então, o movimento vinha reivindicando o
Veja também em:
direito de usufruir do espaço para a construção de ca-
História | Nova República (1985-hoje)
sas. A Carta Magna, em seu art. 6º, garante a todos os Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 13
.
brasileiros o direito à moradia.
PUTTI, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. 36. 2021 No semiárido brasileiro, o sertanejo desen-
Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
volveu uma acuidade detalhada para a observação
O texto apresenta uma estratégia usada pelo movimento dos fenômenos, ao longo dos tempos, presenciados na
social para natureza, em especial para a previsão do tempo e do
(a) fragilizar o poder público. clima, utilizando como referência a posição dos astros,
(b) fomentar a economia solidária. constelação e nuvens. Conforme os sertanejos, a esta-
(c) controlar a propriedade estatal. ção vai ser chuvosa quando a primeira Lua cheia de
(d) garantir o preceito constitucional. janeiro “sair vermelha, por detrás de uma barra de nu-
(e) assegurar a fiscalização dos gastos públicos. vens”, mas “se surgir prateada, é sinal de seca”.
MAIA, D.; MAIA, A. C. A utilização dos ditos populares e da
observação do tempo para a climatologia escolar no ensino
34. 2022 Macrocefalia urbana pode ser entendida como fundamental II. GeoTextos, n. 1, jul. 2010 (adaptado).
a massiva concentração das atividades econômicas em O texto expõe a produção de um conhecimento que se cons-
algumas metrópoles que propicia o desencadeamento de titui pela
processos descompassados: redirecionamento e conver- (a) técnica científica.
gência de fluxos migratórios, déficit no número de empre- (b) experiência perceptiva.
gos, ocupação desordenada de determinadas regiões da (c) negação das tradições.
(d) padronização das culturas.
cidade e estigmatização de estratos sociais, que compro-
(e) uniformização das informações.
metem substancialmente a segurança pública urbana.
SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana
dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Edusp, 2004. Veja também em:
Geografia | Climatologia
O processo de concentração espacial apresentado foi estimula- Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 5
do por qual fator geográfico?
(a) Limitação da área ocupada. 37. 2020 Digital
(b) Êxodo da população do campo. Menino de engenho
(c) Ampliação do risco habitacional. A minha mãe sempre me falava do engenho como
(d) Deficiência do transporte alternativo. de um recanto do céu. E uma negra que ela trouxera
(e) Crescimento da taxa de fecundidade. para criada contava histórias de lá, das moagens, dos

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banhos de rio, das frutas e dos brinquedos, que me (c) fragilização das relações de trabalho.
acostumei a imaginar o engenho como qualquer coisa (d) hierarquização dos cargos executivos.
de um conto de fadas, de um reino fabuloso. (e) aplicação dos conhecimentos da ciência.
REGO, J. L. Menino de engenho. In: Ficção completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
Veja também em:
O conceito geográfico que define a relação descrita no texto Geografia | Industrialização
entre indivíduo e espaço é: Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3
(a) Rede, pois permite o fluxo de informações.
(b) Escala, pois dimensiona a área de utilização. 40. 2020 A Divisão Internacional do Trabalho significa
(c) Lugar, pois oferece uma noção de afetividade. que alguns países se especializam em ganhar e outros,
(d) Território, pois caracteriza um exercício de poder. em perder. Nossa comarca no mundo, que hoje chama-
(e) Região, pois delimita conjuntos por homogeneidades. mos América Latina, foi precoce: especializou-se em
perder desde os remotos tempos em que os europeus do
Globalização Renascimento se aventuraram pelos mares e lhe crava-
Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 2 ram os dentes na garganta. Passaram-se os séculos e a
América Latina aprimorou suas funções.
38. 2022 Uma nova economia surgiu em escala global GALEANO, E. As veias abertas da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
no último quartel do século XX. Chamo-a de informa-
Escrito na década de 1970, o texto considera a participação da
cional, global e em rede para identificar suas caracte-
América Latina na Divisão Internacional do Trabalho marcada pela
rísticas fundamentais e diferenciadas e enfatizar sua (a) produção inovadora de padrões de tecnologia.
interligação. É informacional porque depende basica- (b) superação paulatina do caráter agroexportador.
mente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar (c) apropriação imperialista dos recursos territoriais.
de forma eficiente a informação baseada em conheci- (d) valorização econômica dos saberes tradicionais.
mentos. É global porque seus componentes estão or- (e) dependência externa do suprimento de alimentos.
ganizados em escala global, diretamente ou mediante
uma rede de conexões entre agentes econômicos. É Industrialização
rede porque é feita em uma rede global de interação Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3
entre redes empresariais.
41. 2021 Constatou-se uma ínfima inserção da in-
CASTELLS, M. A sociedade em rede — a era da informação: economia,
sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado). dústria brasileira nas novas tecnologias ancoradas na
Qual mudança estrutural é resultado da forma de organização microeletrônica, capazes de acarretar elevação da pro-
econômica descrita no texto? dutividade nacional de forma sustentada. Os motores
(a) Fabricação em série. do crescimento nacional, há décadas, são os grupos re-
(b) Ampliação de estoques. lacionados a commodities agroindustriais e à indústria
(c) Fragilização dos cartéis. representativa do antigo padrão fordista de produção,
(d) Padronização de mercadorias. esta última também limitada pela baixa potencialidade
(e) Desterritorialização da produção. futura de desencadear inovações tecnológicas capazes
de proporcionar elevação sustentada da produtividade.
39. 2021 O uso de novas tecnologias envolve a assimila- AREND, M. A industrialização do Brasil ante a nova divisão internacional
ção de uma cultura empresarial na qual haja a integra- do trabalho. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 16 jul. 2015 (adaptado).

ção entre as propostas de modernização tecnológica e a Um efeito desse cenário para a sociedade brasileira tem
racionalização. Nem sempre o uso de novas tecnologias sido o(a)
é apenas um processo técnico na medida em que pres- (a) barateamento da cesta básica.
supõe uma nova orientação no controle do capital, no (b) retorno à estatização econômica.
processo produtivo e na qualificação da mão de obra. (c) ampliação do poder de consumo.
Dos diversos efeitos que derivaram dessa orientação, a (d) subordinação aos fluxos globais.
(e) incentivo à política de modernização.
terceirização, a precarização e a flexibilização aparecem
com constância como características do paradigma fle- 42. 2021 As grandes empresas seriam, certamente,
xível, em substituição ao modelo taylorista-fordista. representação de um exercício de poder, ante o grau
HERÉDIA, V. Novas tecnologias nos processos de trabalho: efeitos da de autonomia de ação de que dispõem. O que se pre-
reestruturação produtiva. Scripta Nova, n. 170, ago. 2004 (adaptado).
tende salientar é a ideia de enclave: plantas industriais
O uso de novas tecnologias relacionado ao controle empresa-
que estabelecem relações escassas com o entorno, mas
rial é criticado no texto em razão da
exercem grande influência na economia extralocal.
(a) operacionalização da tarefa laboral. DAVIDOVICH, F. Estado do Rio de Janeiro: o urbano metropolitano.
(b) capacitação de profissionais liberais. Hipóteses e questões. GeoUERJ, n. 21, 2010.

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Que tipo de ação tomada por empresas reflete a forma de terri- 45. 2022 Em Vitória (ES), no bairro Goiabeiras, encontra-
torialização da produção industrial apresentada no texto? mos as paneleiras, mulheres que são conhecidas pelos
(a) Criação de vilas operárias. saberes/fazeres das tradicionais panelas de barro, íco-
(b) Promoção de eventos comunitários. nes da culinária capixaba. A tradição passada de mãe
(c) Recuperação de áreas degradadas. para filha é de origem indígena e sofreu influência de
(d) Incorporação de saberes tradicionais. outras etnias, como a afro e a luso. Dessa mistura, acre-
(e) Importação de mão de obra qualificada. dita-se que a fabricação das panelas de barro já tenha
400 anos. A fabricação das panelas de barro se dá em várias
43. 2020 Digital Ao mesmo tempo que as novas tec- etapas, desde a obtenção de matéria-prima à confecção
nologias inseridas no universo do trabalho estão pro- das panelas. As matérias-primas tradicionalmente utiliza-
vocando profundas transformações nos modos de das são provenientes do meio natural, como: argila, retira-
produção, tornam cada vez mais plausível a possibi- da do barreiro no Vale do Mulembá; madeira, atualmente
lidade de liberação do homem do trabalho mecânico proveniente das sobras da construção civil; e tinta, extraí-
e repetitivo. da da casca do manguezal, o popular mangue-vermelho.
TRISTÃO, M. A educação ambiental e o pós-colonialismo.
JORGE, M. T. S. Será o ensino escolar supérfluo no mundo das novas
Revista de Educação, n. 53, ago. 2014.
tecnologias? Educação e Sociedade, v. 19, n. 65, dez. 1998 (adaptado).
Uma característica de práticas tradicionais como a exempli-
O paradoxo da relação entre as novas tecnologias e o mundo do
ficada no texto é a vinculação entre os recursos do mundo
trabalho, demonstrado no texto, pode ser exemplificado pelo(a) natural e a
(a) utilização das redes sociais como ferramenta de recruta- (a) manutenção dos modos de vida.
mento e seleção. (b) conservação dos plantios da roça.
(b) transferência de fábricas para locais onde estas desfrutem (c) atualização do modelo de gestão.
de benefícios fiscais. (d) participação na sociedade de consumo.
(c) necessidade de trabalhadores flexíveis para se adequarem (e) especialização nas etapas de produção.
ao mercado de trabalho.
(d) fenômeno do desemprego que aflige milhões de pessoas 46. 2021 Atualmente, o Programa de Melhoramento
“Uvas do Brasil” utiliza métodos clássicos de melhora-
no mundo contemporâneo.
mento, como seleção massal, seleção clonal e hibrida-
(e) conflito entre trabalhadores e empresários por conta da
ções. Ações de ajuste de manejo de seleções avançadas
exigência de qualificação profissional.
vêm sendo desenvolvidas paralelamente ao Programa
Geografia agrária de Melhoramento, no sentido de viabilização desses
materiais. Ao longo dos seus 40 anos, uma grande
Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 4
equipe técnica trabalhou para executar projetos de
44. 2022 Em 2003, teve início o Programa de Aquisição pesquisa para atender às necessidades e às deman-
de Alimentos e, com ele, várias mudanças na perspec- das de diferentes atores da vitivinicultura nacional,
incluindo produtores de uvas de mesa para exporta-
tiva dos mercados institucionais. Trata-se do primeiro
ção do semiárido nordestino, viticultores interessados
programa de compras públicas com uma orientação
em produzir sucos em regiões tropicais ou pequenos
exclusiva para a agricultura familiar, articulando-a ex-
produtores familiares da região da Serra Gaúcha, inte-
plicitamente com a segurança alimentar e nutricional. ressados em melhorar a qualidade do vinho artesanal
O Programa é destinado à aquisição de produtos agro- que produzem.
pecuários produzidos por agricultores enquadrados no Programa de Melhoramento Genético “Uvas do Brasil”.
Disponível em: www.embrapa.br. Acesso em: 24 nov. 2018 (adaptado).
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf), incluídas aqui as categorias: assen- Para melhorar a produção agrícola nas regiões mencionadas, as
tados da reforma agrária, trabalhadores rurais sem ter- técnicas referidas no texto buscaram adaptar o cultivo aos(às)
ra, acampados, quilombolas, agroextrativistas, famílias (a) espécies nativas ameaçadas.
(b) cadeias econômicas autônomas.
atingidas por barragens e comunidades indígenas.
GRISA, C.; ISOPO, S. P. Dez anos de PAA: As contribuições e os desafios
(c) estruturas fundiárias tradicionais.
para o desenvolvimento rural. In: GRISA, C.; SCHNEIDER, S. (Org.). Políticas (d) elementos ambientais singulares
públicas de desenvolvimento rural no Brasil. Porto Alegre: UFRGS, 2015.
(e) mercados consumidores internos.
A ação governamental descrita constitui-se uma importante
47. 2021 Foram esses cientistas Xavante que esclare-
conquista para os pequenos produtores em virtude da: ceram os mistérios da germinação de cada uma das
(a) Inovação tecnológica. sementes. Eles tinham o conhecimento para quebrar a
(b) Reestruturação fundiária. dormência. O fogo era fundamental para muitas; para
(c) Comercialização garantida. outras, o caminho para despertar passava pelo sistema
(d) Eliminação no custo do frete. digestivo dos animais silvestres. “Essa planta nasce de-
(e) Negociação na bolsa de valores. pois que fazemos a caçada com fogo”, diziam eles, “esta

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outra quando a anta caga a semente, aquela precisa 50. 2020 Digital Somada à produção voltada para o mer-
ser comida pelo lobo”. Aliando os conhecimentos dos cado interno está a expansão das culturas de expor-
cientistas da aldeia e da cidade, essa área do Cerrado tação, via de regra financiadas com incentivos fiscais
foi recuperada totalmente.
oriundos das políticas territoriais do Estado. Combinan-
PAPPIANI, A. Tecnologias indígenas: esplendor e captura. Disponível em:
https://outraspalavras.net. Acesso em: 10 out. 2019 (adaptado). do mercado interno e externo, o Estado atuou no sentido
No texto, a relação socioespacial dos indígenas evidencia a im- de incrementar a produção, principalmente de grãos.
OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS,
portância do(a) J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008 (adaptado).
(a) prática agrícola para a logística nacional.
(b) cultivo de hortaliças para o consumo urbano. A atuação do Estado brasileiro na atividade descrita ocasionou
mudanças socioespaciais marcadas pela
(c) saber tradicional para a conservação ambiental.
(a) contenção do fluxo migratório.
(d) criação de gado para o aprimoramento genético.
(b) alteração da estrutura fundiária.
(e) reflorestamento comercial para a produção orgânica.
(c) priorização do abastecimento local.
(d) reconfiguração da fronteira agrícola.
Veja também em: (e) concentração da produção sustentável.
Geografia | Biogeografia
Livro 2 | Frente 1 | Capítulo 7
51. 2020 Digital A trilha de expansão traçada pela
soja brasileira nas últimas duas décadas começa
48. 2020 Digital O processo de modernização da agri-
a ser seguida pelo trigo. Com o cultivo consagrado e
cultura brasileira resultou em profundas modifica-
concentrado na Região Sul, agora o cereal se ampara na
ções nas relações sociais, no mundo do trabalho e da
pesquisa para conquistar áreas de cultivo no Centro-
produção. Mas a modernização teve também como
-Oeste brasileiro. Nas últimas cinco safras, a triticultura
consequência, num modelo social perverso como
cresceu 33% em área e 76% em volume de produção
o nosso, a permanência da concentração da terra, o
na região. O quadro desperta otimismo do setor para
êxodo rural, aumentou o processo de assalariamento
investir em inovação, mirando uma expansão ainda
para o homem rural, concentrou capitais e gerou um
maior do plantio nos próximos anos.
processo de industrialização da agricultura, direcio- Disponível em: http://sfagro.uol.com.br. Acesso em: 30 nov. 2017.
nada para atender às demandas do capital nacional
O fator que explica a expansão do cereal em destaque no texto
e internacional.
pelo território nacional é a
MENEZES NETO, A. J. Educação, sindicalismo e novas tecnologias nos processos
sociais agrários. Disponível em: www.senac.br. Acesso em: 10 fev. 2014. (a) inserção de agricultura orgânica.
(b) utilização de trabalho familiar.
Nesse contexto, o processo apresentado revela contradições
(c) admissão de irrigação tradicional.
no espaço agrário brasileiro decorrentes da expansão da (d) introdução de sementes adaptadas.
(a) produção familiar. (e) inclusão de culturas itinerantes.
(b) reforma fundiária.
52. 2020 Digital
(c) lavoura comercial.
(d) pastagem extensiva. Texto I
(e) segurança alimentar. De modo geral, para a Região Norte, o fato con-
tundente é a expansão dos padrões motivados pela
49. 2020 Digital Vive-se a Revolução Verde. Trata-se da
pecuária. Hoje, as pastagens se estendem como uma
disseminação de novas práticas, permitindo um vasto
frente pecuarista para o interior do Pará, com São
aumento na produção. O modelo baseia-se na inten-
Félix do Xingu, contabilizando um dos maiores reba-
siva utilização de sementes melhoradas (particular-
nhos do país.
mente das híbridas), assim como no uso sistemático IBGE. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), no
Texto II
recurso à irrigação e na mecanização do trabalho.
DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma história da vida rural no As várzeas dos rios são os principais espaços de
Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (adaptado). aproveitamento para o cultivo de uma lavoura rudimen-
No Brasil, uma desvantagem para o pequeno produtor provoca- tar dedicada ao consumo local, com produção de pouca
da pela expansão do modelo agrícola descrito é a extração e baixo nível tecnológico, induzindo a aquisi-
(a) estagnação da atividade agroindustrial. ção monetária à complementaridade através da pesca e
(b) diminuição da lavoura monocultora. da extração vegetal.
IBGE. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
(c) restrição do controle de pragas.
(d) elevação do custo de cultivo. De acordo com os textos, observa-se na Região Norte a coexis-
(e) redução do emprego formal. tência de dois modelos agrários baseados, respectivamente, no(a)

150 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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(a) mercado de exportação e na subsistência. No contexto das distintas formas de apropriação da terra, o
(b) agricultura familiar e na agroecologia. poema de Cora Coralina valoriza a relação entre
(c) sistema de arrendamento e no agronegócio. (a) grileiros e controle territorial.
(d) produção orgânica e na sustentabilidade. (b) meeiros e divisão do trabalho.
(e) abastecimento interno e na transumância. (c) camponeses e uso da natureza.
(d) indígenas e manejo agroecológico.
53. 2020
Zona de pastoreio e cultura do algodão (e) latifundiários e fertilização do solo.
e cereais do agreste (1963)
55. 2020 As estatísticas mais recentes do Brasil rural

JA N .
revelam um paradoxo que interessa a toda sociedade: o
DE

V.
FEIJÃO emprego de natureza agrícola definha em praticamente

FE
Z.

MILHO
todo o país, mas a população residente no campo voltou a
NO crescer; ou pelo menos parou de cair. Esses sinais trocados
V. ALGODÃO R.
MA sugerem que a dinâmica agrícola, embora fundamental,
já não determina sozinha os rumos da demografia no
campo. Esse novo cenário é explicado em parte pelo
incremento do emprego não agrícola no campo. Ao
OUT.
ABR.
mesmo tempo, aumentou a massa de desempregados,
inativos e aposentados que mantêm residência rural.
SILVA, J. G. Velhos e novos mitos do rural brasileiro.
Estudos Avançados, n. 43, dez. 2001.
T. MA
SE I. Sobre o espaço brasileiro, o texto apresenta argumentos que
refletem a
(a) heterogeneidade do modo de vida agrário.
(b) redução do fluxo populacional nas cidades.
O.

JU
AG

N.

(c) correlação entre força de trabalho e migração sazonal.


JUL.

(d) indissociabilidade entre local de moradia e acesso à renda.


PASTOREIRO
PLANTIO E LIMPA
(e) desregulamentação das propriedades nas zonas de
CRESCIMENTO fronteira.
CONVENÇÕES COLHEITA DE FEIJÃO
56. 2020 A propriedade compreende, em seu conteú-
COLHEITA DE MILHO VERDE
do e alcance, além do tradicional direito de uso, gozo
COLHEITA DE MILHO SECO
COLHEITA DE ALGODÃO
e disposição por parte de seu titular, a obrigatoriedade
do atendimento de sua função social, cuja definição
ANDRADE, M. C. A terra e o homem no Nordeste. São Paulo: Brasiliense, 1963.
é inseparável do requisito obrigatório do uso racional
A dinâmica produtiva apresentada na imagem tem como estra- da propriedade e dos recursos ambientais que lhe são
tégia central a integrantes. O proprietário, como membro integran-
(a) separação pelo tipo de solo. te da comunidade, se sujeita a obrigações crescentes
(b) exportação da colheita sazonal. que, ultrapassando os limites do direito de vizinhan-
(c) priorização da tecnologia moderna. ça, no âmbito do direito privado, abrangem o campo
(d) adequação pelo tempo da natureza. dos direitos da coletividade, visando o bem-estar ge-
(e) intensificação da atividade pecuária. ral, no âmbito do direito público.
54. 2020 JELINEK, R. O princípio da função social da propriedade e sua repercussão sobre o
sistema do Código Civil. Disponível em: www.mp.rs.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2013.
O cântico da terra
Eu sou a terra, eu sou a vida. Os movimentos em prol da reforma agrária, que atuam com
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. base no conceito de direito à propriedade apresentado no tex-
Teu arado, tua foice, teu machado. to, propõem-se a
O berço pequenino de teu filho. (a) reverter o processo de privatização fundiária.
O algodão de tua veste (b) ressaltar a inviabilidade da produção latifundiária.
e o pão de tua casa. (c) defender a desapropriação dos espaços improdutivos.
E um dia bem distante (d) impedir a produção exportadora nas terras agricultáveis.
a mim tu voltarás. (e) coibir o funcionamento de empresas agroindustriais no
E no canteiro materno de meu seio campo.
tranquilo dormirás.
57. 2020 Os seringueiros amazônicos eram invisí-
Plantemos a roça.
veis no cenário nacional nos anos 1970. Começaram
Lavremos a gleba.
CORALINA, C. Textos e contextos: poemas dos becos de Goiás
a se articular como um movimento agrário no início
e estórias mais. São Paulo: Global, 1997 (fragmento). dos anos 1980, e na década seguinte conseguiram

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reconhecimento nacional, obtendo a implantação das Uma característica regional que justifica o maior potencial anual
primeiras reservas extrativas após o assassinato de médio para o aproveitamento da energia solar é a reduzida
Chico Mendes. Assim, em vinte anos, os camponeses (a) declividade do relevo.
da floresta passaram da invisibilidade à posição de (b) extensão longitudinal.
paradigma de desenvolvimento sustentável com par- (c) nebulosidade atmosférica.
ticipação popular. (d) irregularidade pluviométrica.
ALMEIDA, M. W. B. Direitos à floresta e ambientalismo: seringueiros e (e) influência da continentalidade.
suas lutas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 55, 2004.

De acordo com o texto, a visibilidade dos seringueiros amazôni- Redes de transporte e de


cos foi estabelecida pela relação entre comunicação
(a) crescimento econômico e migração de trabalhadores.
Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 6
(b) produção de borracha e escassez de recursos naturais.
(c) reivindicação de terra e preservação de mata nativa. 60. 2022 A dublagem é o novo campo a ser explorado
(d) incentivo governamental e conservação de territórios. pela inteligência artificial, e há empresas dedicadas a fa-
(e) modernização de plantio e comércio de látex. zer com que as vozes originais de atores sejam transpos-
58. 2020 A demanda mundial para a produção de ali- tas para outros idiomas. A novidade reforça a tendência da
mentos aumenta progressivamente a taxas muito altas. automação de postos de trabalho nas mais diversas áreas.
Atualmente, na maioria dos países, continentes e re- Tem potencial para facilitar a vida de estúdios e produto-
giões, a água consumida na agricultura é de cerca de ras e, ao mesmo tempo, tornar mais escassas as oportuni-
70% da disponibilidade total. dades para dubladores e atores que trabalham com isso.
TUNDISI, J. G. Recursos hídricos no futuro: problemas e soluções. GAGLIONI, C. Disponível em: www.nexojornal.com.br. Acesso em: 25 out. 2021.
Estudos Avançados, n. 63, 2008 (adaptado).
A consequência da mudança tecnológica apresentada no texto
Para que haja a redução da pressão sobre o recurso natural men- éa
cionado, a expansão da agricultura demanda melhorias no(a) (a) proteção da economia nacional.
(a) fertilização química do solo. (b) valorização da cultura tradicional.
(b) escoamento hídrico do terreno. (c) diminuição da formação acadêmica.
(c) manutenção de poços artesianos. (d) estagnação da manifestação artística.
(d) eficiência das técnicas de irrigação. (e) ampliação do desemprego estrutural.
(e) velocidade das máquinas colheitadeiras.

Fontes de energia Veja também em:


Sociologia | Desafios do século XXI
Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 5
Livro único | Frente única | Capítulo 17
.
59. 2022
61. 2022
Radiação solar global horizontal média anual
Brasileiros levam mais tempo
de casa para o trabalho
Pesquisa do IBGE aponta que a situação é mais gra-
ve no Sudeste: 13% das pessoas levam mais de uma
hora para chegar ao trabalho. Nas regiões metropoli-
tanas de São Paulo e do Rio, o IBGE registrou os maio-
res percentuais de trabalhadores que levam mais de
uma hora no trajeto até o emprego. Quem vê o Marcelo
chegar ao trabalho nem imagina a maratona que ele
enfrenta todos os dias antes das 5h. “Acordo 4h30, saio
de casa 5h, pego trem 5h20, chego na Central umas
6h50, pego ônibus e chego no trabalho mais ou menos
7h10”, conta. Segundo especialista, são os mais pobres
os que moram mais longe do emprego.
Disponível em: www.portaldotransito.com.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (adaptado).

A pesquisa desenvolvida retrata a seguinte dinâmica


populacional:
(a) Fluxo de retorno.
(b) Migração interna.
(c) Mudança sazonal.
(d) Movimento pendular.
PEREIRA, E. B. et al. Atlas brasileiro de energia solar. São José dos Campos: Inpe, 2006. (e) Deslocamento forçado.

152 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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62. 2020 Digital Com tanta espionagem à solta, gover- Relações internacionais
nantes sofrem para ter um smartphone, acessível aos ci-
Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 7
dadãos comuns, mas problemático para líderes políticos.
O aparelho é também um potencial rastreador preciso, 64. 2020 Digital Num mundo como o nosso, por um lado
capaz de localizar o chefe de Estado no mapa e gravar as marcado pela fluidez do espaço, as questões ligadas à
conversas mesmo sem estar fazendo uma chamada.
circulação se tornam ainda mais relevantes e, com elas,
TENTAÇÃO e risco na forma de um smartphone. O Globo, 26 out. 2013 (adaptado).
a situação de um dos componentes mais emblemáti-
A situação retratada problematiza o uso dessa tecnologia em
cos dos territórios: seus limites. E é aí que surge um dos
relação ao(à)
grandes paradoxos da geografia contemporânea: ao lado
(a) valorização das redes virtuais.
(b) aumento da prática consumista. da fluidez globalizada aparecem também os fechamen-
(c) crescimento da economia global. tos, as tentativas de controle da circulação de pessoas.
HAESBAERT, R. Da multiterritorialidade aos novos muros: paradoxos da
(d) expansão dos espaços monitorados. desterritorialização contemporânea. Disponível em:
(e) ampliação dos meios comunicacionais. www.posgeo.uff.br. Acesso em: 2 jan. 2013 (adaptado).

63. 2020 O texto aborda um paradoxo marcante do mundo contemporâ-


neo, que consiste na oposição entre
(a) blocos supranacionais e ineficiência do transporte.
(b) livre mercado e construção de barreiras fronteiriças.
(c) tecnologias da informação e desemprego estrutural.
(d) desconcentração industrial e concentração de capital.
(e) redução da pobreza e aumento da desigualdade social.

Ordem mundial e conflitos


Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 8

65. 2022
Texto I
A Marinha identifica, na voz de Thomas Barnett,
uma ampla região potencialmente insubmissa ou sim-
plesmente irredutível às normas gerais de funciona-
mento promovidas pelos Estados Unidos e sancionadas
pelo Fundo Monetário Internacional, pela Organização
Mundial do Comércio e pelo Banco Mundial. E não ne-
cessariamente por sua consciência rebelde, mas sim,
em muitos casos, pela insubstancialidade de suas ins-
tituições estatais.
Texto II
O conjunto representado pelo agronegócio demanda
condições específicas que passam a ser exigidas dos
territórios. Como há uma elevação da formação de
fluxos, materiais e imateriais, a crescente articulação
com as escalas que vão do local ao global terminam
por pressionar o Estado a agir visando uma instalação
no território de fixos diversos, bem como de uma regu-
lação específica.
LIMA, R. C.; PENNA, N. A. A logística de transportes do agronegócio
em Mato Grosso (Brasil). Confins, n. 26, fev. 2016.

O mapa e o texto se complementam indicando que a expansão


das rodovias se deu como resposta ao(à)
(a) alteração da matriz econômica.
(b) substituição do modal hidroviário.
(c) retração do contingente demográfico.
(d) projeção do escoamento produtivo.
CECEÑA, A. E. Hegemonias e emancipações no século XXI.
(e) estagnação de lavouras policultoras. Buenos Aires: Clacso, 2005.

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As preocupações do governo estadunidense expressas no No contexto das discussões ambientais, as práticas descritas
texto e no mapa evidenciam uma estratégia para nos textos refletem um padrão de relações derivado do(a):
(a) compartilhamento de inovações tecnológicas. (a) Exercício pleno da cidadania.
(b) promoção de independência financeira. (b) Divisão internacional do trabalho.
(c) incremento de intercâmbios culturais. (c) Gestão empresarial do toyotismo.
(d) ampliação de influência econômica. (d) Concepção sustentável da economia.
(e) preservação de recursos naturais. (e) Protecionismo alfandegário dos Estados.

66. 2022 Colegas, na mente e no coração do povo, a Veja também em:


Crimeia sempre foi uma porção inseparável da Rússia. Geografia | Questões ambientais
Livro 4 | Frente 1 | Capítulo 11
Essa firme convicção se baseia na verdade e na justi-
ça e foi passada de geração em geração, ao longo do
68. 2020 Digital
tempo, sob quaisquer circunstâncias, apesar de todas Entenda a crise na Ucrânia
as drásticas mudanças que nosso país atravessou du-
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líde-
rante todo o século XX.
res da Crimeia assinaram, em março de 2014, um acor-
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 jul. 2014.
do para tornar a República Autônoma parte da Rússia.
Considerando a dinâmica geopolítica subjacente ao texto, O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia
a justificativa utilizada por Vladimir Putin, em 2014, para aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a
anexação dessa península apela para o argumento de que reunificação com a Rússia. A votação foi condenada
(a) as populações com idioma comum devem estar submetidas por Kiev e pela comunidade internacional, que a con-
à mesma autoridade estatal. sidera ilegítima.
(b) o imperialismo soviético havia se acomodado às preten- Disponível em: http://g1.globo.com.
sões das potências vizinhas. Acesso em: 28 out. 2014 (adaptado).

(c) os organismos transnacionais são incapazes de solucionar


A justificativa para o acordo descrito fundamentava-se na ideia de
disputas territoriais.
(a) espaço vital.
(d) a integração regional supõe a livre circulação de pessoas
(b) limite fronteiriço.
e mercadorias.
(c) estrutura bipolar.
(e) a expulsão das forças navais ocidentais garantiria a
(d) identificação cultural.
soberania nacional.
(e) autonomia econômica.
67. 2021
69. 2020 Embora inegáveis os benefícios que ambas
Texto I
as economias têm auferido do intercâmbio comercial,
Em 2016, foram gerados 44,7 milhões de toneladas o Brasil tem reiterado seu objetivo de desenvolver com
de resíduos eletrônicos, um aumento de 8% na com- a China uma relação comercial menos assimétrica. Os
paração com 2014. Especialistas previram um cresci- números revelam com clareza a assimetria. As expor-
mento de mais 17%, para 52,2 milhões de toneladas, tações brasileiras de produtos básicos, especialmente
até 2021. soja, minério de ferro e petróleo, compõem, dependendo
Disponível em: https://nacoesunidas.org. do ano, algo entre 75% e 80% da pauta, ao passo que as
Acesso em: 12 out. 2019 (adaptado).
importações brasileiras consistem, aproximadamente,
Texto II em 95% de produtos industrializados chineses, que vão
desde os mais variados bens de consumo até máquinas
Há ainda quem exporte deliberadamente lixo ele- e equipamentos de alto valor.
trônico para o Gana. É mais caro reciclar devidamente LEÃO, V. C. Prefácio. In: CINTRA, M. A. M.; SILVA FILHO, E. B.; PINTO,
os resíduos no mundo industrializado, onde até exis- E. C. (org.). China em transformação: dimensões econômicas e
geopolíticas do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ipea, 2015.
tem os recursos e a tecnologia. Um negócio muito mais
lucrativo é vender o lixo eletrônico a negociantes lo- Uma ação estatal de longo prazo capaz de reduzir a assi-
cais, que o importam alegando tratar-se de material metria na balança comercial brasileira, conforme exposto no
usado. Os negociantes depois vendem o lixo aos jovens texto, é o(a)
no mercado, ou noutro lado, que o desmantelam e ex-
(a) expansão do setor extrativista.
traem os fios de cobre. Estes são derretidos em lareiras
(b) incremento da atividade agrícola.
ao ar livre, poluindo o ar e, muitas vezes, intoxicando
(c) diversificação da matriz energética.
diretamente os próprios jovens.
(d) fortalecimento da pesquisa científica.
KALEDZI, I.; SOUZA, G. Disponível em: www.dw.com.
Acesso em: 12 out. 2019 (adaptado). (e) monitoramento do fluxo alfandegário.

154 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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Oriente Médio: conflitos inflação. Já a Argentina temia que a medida pudesse afe-
tar sua produção industrial. O acordo vai abranger uma
e perspectivas ampla gama de produtos e ainda será apresentado ao
Livro 4 | Frente 2 | Capítulo 11 Paraguai e Uruguai, para que seja formalizado.
Brasil e Argentina fecham acordo para corte de 10% na tarifa do Mercosul.
70. 2022 Nascidas no Líbano, as duas irmãs não pude- Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 8 out. 2021 (adaptado).

ram ser registradas no país, porque lá é exigido que os A necessidade de negociação diplomática para viabilizar o acor-
nascidos sejam filhos de pais e mães libaneses. Seus do tarifário mencionado é explicada pela seguinte característi-
pais, de nacionalidade síria, também não puderam re- ca do Mercosul:
gistrá-las no país de origem. Na Síria, crianças só são (a) Limitação da circulação financeira.
registradas por pais oficialmente casados, o que não
(b) Padronização da política monetária.
era o caso deles.
(c) Funcionamento da união aduaneira.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 nov. 2021.
(d) Dependência da exportação agrícola.
Em situações como a apresentada no texto, as pessoas ao
(e) Equivalência da legislação trabalhista.
nascerem já se encontram na condição sociopolítica de
(a) exiladas. 72. 2020 Digital Na América do Sul, a principal orien-
(b) apátridas. tação dos investimentos nas últimas décadas foi di-
(c) foragidas. recionada para aumentar a oferta de commodities
(d) refugiadas. agropecuárias e minerais no mercado mundial. Gran-
(e) clandestinas. de parte dessas commodities está sendo consumida na
China e na Índia, que são países que apresentam um
Veja também em: rápido crescimento urbano com uma substancial mu-
Sociologia | Desafios do século XXI dança da distribuição territorial de suas numerosas
Livro único | Frente única | Capítulo 17 populações. Soja, minério de ferro, alumínio, petróleo e,
.
mais recentemente, biocombustíveis integram a pauta
América Latina: conflitos de exportações das nações sulamericanas.
e perspectivas EGLER, C. G. Crise, mudanças globais e inserção da América do Sul na economia
mundial. In: VIDEIRA, S. L.; COSTA, P. A.; FAJARDO, S. (org.). Geografia econômica:
Livro 4 | Frente 2 | Capítulo 12 (re)leituras contemporâneas. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2011.

O principal risco econômico para os países da América do Sul


71. 2022 Brasil e Argentina chegaram a um acordo para
dependentes da comercialização dos produtos mencionados
a redução em 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) do
Mercosul. O consenso foi alcançado durante negocia-
no texto é o(a)
ção entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil (a) surgimento de fontes energéticas renováveis.
e o seu equivalente argentino, no Palácio do Itamaraty, (b) instabilidade do preço dos produtos primários.
em Brasília, no início do mês de outubro de 2021. A re- (c) distância dos principais parceiros comerciais.
dução da TEC é um antigo desejo do Brasil, que pretende (d) concorrência de economias emergentes asiáticas.
abrir mais sua economia e, com isso, ajudar a controlar a (e) esgotamento das reservas de combustíveis fósseis.

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

FILOSOFIA
Introdução à Filosofia Filosofia Antiga Clássica
Livro único | Frente única | Capítulo 1 Livro único | Frente única | Capítulos 3, 4 e 5

1. 2020 Montaigne deu o nome para um novo gênero 3. 2022 Entretanto, nosso amigo Basso tem o ânimo
literário; foi dos primeiros a instituir na literatura mo- alegre. Isso resulta da filosofia: estar alegre diante da
derna um espaço privado, o espaço do “eu”, do texto morte, forte e contente qualquer que seja o estado do
íntimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, corpo, sem desfalecer, ainda que desfaleça.
no qual hesitações, autocríticas, correções entram no SÊNECA, L. Cartas morais. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.

próprio texto. O excerto refere-se a uma carta de Sêneca na qual se apresen-


COELHO, M. Montaigne. São Paulo: ta como um bem fundamental da filosofia promover a
Publifolha, 2001 (adaptado).
(a) valorização de disputas dialógicas.
O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a)
(b) rejeição das convenções sociais.
(a) confissão, que relata experiências de transformação. (c) inspiração de natureza religiosa.
(b) ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema. (d) exaltação do sofrimento.
(c) carta, que comunica informações para um conhecido. (e) moderação das paixões.
(d) meditação, que propõe preparações para o conhecimento.
(e) diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores. 4. 2022 Advento da Polis, nascimento da filosofia:
entre as duas ordens de fenômenos, os vínculos são
Veja também em: demasiado estreitos para que o pensamento racional
Filosofia | Filosofia Renascentista não apareça, em suas origens, solidário das estrutu-
Livro único | Frente única | Capítulo 8
ras sociais e mentais próprias da cidade grega. Assim
recolocada na história, a filosofia despoja-se desse ca-
2. 2020 Adão, ainda que supuséssemos que suas
ráter de revelação absoluta que às vezes lhe foi atri-
faculdades racionais fossem inteiramente perfeitas
buído, saudando, na jovem ciência dos jônios, a razão
desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e
intemporal que veio encarnar-se no Tempo. A escola
transparência da água que ela o sufocaria, nem da lu-
de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu uma
minosidade e calor do fogo que este poderia consumi-
Razão, uma primeira forma de racionalidade. Essa
-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que
razão grega não é a razão experimental da ciência
aparecem aos sentidos, nem as causas que o produzi-
contemporânea.
ram, nem os efeitos que dele provirão; e tampouco nos-
VERNANT, J. P. Origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
sa razão é capaz de extrair, sem auxílio da experiência,
Os vínculos entre os fenômenos indicados no trecho foram forta-
qualquer conclusão referente à existência efetiva de
lecidos pelo surgimento de uma categoria de pensadores, a saber:
coisas ou questões de fato.
(a) Os epicuristas, envolvidos com o ideal de vida feliz.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano.
São Paulo: Unesp, 2003. (b) Os estoicos, dedicados à superação dos infortúnios.
Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano? (c) Os sofistas, comprometidos com o ensino da retórica.
(d) Os peripatéticos, empenhados na dinâmica do ensino.
(a) A potência inata da mente.
(e) Os poetas rapsodos, responsáveis pela narrativa do mito.
(b) A revelação da inspiração divina.
(c) O estudo das tradições filosóficas. 5. 2021 Sócrates: “Quem não sabe o que uma coi-
(d) A vivência dos fenômenos do mundo. sa é, como poderia saber de que tipo de coisa ela é?
(e) O desenvolvimento do raciocínio abstrato. Ou te parece ser possível alguém que não conhece

156 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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absolutamente quem é Mênon, esse alguém saber se 8. 2020 Vemos que toda cidade é uma espécie de co-
ele é belo, se é rico e ainda se é nobre? Parece-te ser munidade, e toda comunidade se forma com vistas a
isso possível? Assim, Mênon, que coisa afirmas ser a algum bem, pois todas as ações de todos os homens
virtude?”. são praticadas com vistas ao que lhe parece um bem;
PLATÃO. Mênon. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado). se todas as comunidades visam algum bem, é evidente
A atitude apresentada na interlocução do filósofo com Mênon que a mais importante de todas elas e que inclui todas
é um exemplo da utilização do(a) as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao
(a) escrita epistolar. (d) explicação fisicalista. mais importante de todos os bens.
(b) método dialético. (e) suspensão judicativa. ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1988.
(c) linguagem trágica. No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa
dois elementos essenciais à discussão sobre a vida em comu-
6. 2020 Digital Os sofistas inventam a educação em
nidade, a saber:
ambiente artificial, o que se tornará uma das caracte-
(a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.
rísticas de nossa civilização. Eles são os profissionais
(b) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.
do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja (c) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira.
necessário reconhecer a notável originalidade de um (d) Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais.
Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por (e) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.
exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alu-
nos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, Filosofia Medieval
defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, Livro único | Frente única | Capítulo 7
conforme o entendimento de cada um.
9. 2020 Digital Sem negar que Deus prevê todos os
HADOT, P. O que é a filosofia antiga?
São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado). acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos li-
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da vremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da
oratória que defendiam a(o) presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma
(a) ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da vontade assim prevista que se realizará. Haverá, pois,
reminiscência. um ato de vontade livre, já que Deus vê esse ato livre
(b) relativismo, evidenciado na convencionalidade das insti- com antecedência.
tuições políticas. SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).

(c) ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona
na virtude. (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma
(d) ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos (a) natureza condicionada.
universais. (b) competência absoluta.
(e) religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas. (c) aplicação subsidiária.
(d) utilização facultativa.
7. 2020 Digital Há um tempo, belas e boas são todas
(e) autonomia irrestrita.
as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada
podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não so- Filosofia Moderna
mente não podem praticá-las como, se o tentam, só Livro único | Frente única | Capítulos 9 e 10
cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e
bons, enquanto os que não o são só podem descambar 10. 2021 A filosofia é como uma árvore, cujas raízes
em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem
pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem
justiça e todas as mais virtudes. a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, en-
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrate apud tendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita
CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.
porque pressupõe um saber integral das outras ciên-
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática cias, e é o último grau da sabedoria.
narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

associada à Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição


(a) aceitação do sofrimento como gênese da felicidade epistemológica da filosofia, tem como objetivo
suprema. (a) sustentar a unidade essencial do conhecimento.
(b) moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma. (b) refutar o elemento fundamental das crenças.
(c) contemplação da physis como fonte de conhecimento. (c) impulsionar o pensamento especulativo.
(d) satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia. (d) recepcionar o método experimental.
(e) persecução da verdade como forma de agir corretamente. (e) incentivar a suspensão dos juízos.

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11. 2020 Digital Princípios práticos são subjetivos, ou Filosofia Contemporânea
máximas, quando a condição é considerada pelo su-
Livro único | Frente única | Capítulos 11, 12, 13 e 14
jeito como verdadeira só para a sua vontade; são, por
outro lado, objetivos, quando a condição é válida para 14. 2022
a vontade de todo ser natural. Texto I
KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 2008.
Uma filosofia da percepção que queira reaprender a
A concepção ética presente no texto defende a: ver o mundo restituirá à pintura e às artes em geral seu
(a) universalidade do dever. lugar verdadeiro.
(b) maximização da utilidade. MERLEAU-PONTY, M. Conversas: 1948. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
(c) aprovação pelo sentimento.
Texto II
(d) identificação da justa medida.
(e) obediência à determinação divina. Os grandes autores de cinema nos pareceram con-
frontáveis não apenas com pintores, arquitetos, músicos,
12. 2020 Digital O fim último, causa final e desígnio dos mas também com pensadores. Eles pensam com imagens,
homens, ao introduzir uma restrição sobre si mesmos em vez de conceitos.
sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com DELEUZE, G. Cinema 1: a imagem-movimento.
sua própria conservação e com uma vida mais satisfei- São Paulo: Brasiliense, 1983 (adaptado).

ta; quer dizer, o desejo de sair da mísera condição de De que modo os textos sustentam a existência de um saber
guerra que é a consequência necessária das paixões ancorado na sensibilidade?
naturais dos homens, como o orgulho, a vingança e (a) Admitindo o belo como fenômeno transcendental.
coisas semelhantes. É necessário um poder visível ca- (b) Reafirmando a vivência estética como juízo de gosto.
paz de mantê-los em respeito, forçando-os, por medo (c) Considerando o olhar como experiência de conhecimento.
do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respei- (d) Apontando as formas de expressão como auxiliares da
to às leis, que são contrárias a nossas paixões naturais. razão.
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado). (e) Estabelecendo a inteligência como implicação das
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condi- representações.
ções para o ser humano
15. 2022 Sempre que a relevância do discurso entra
(a) internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação
em jogo, a questão torna-se política por definição,
da vontade individual.
pois é o discurso que faz do homem um ser político. E
(b) aderir à organização política, almejando o estabelecimento tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam
do despotismo. só tem sentido na medida em que pode ser discuti-
(c) aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortale- do. Haverá, talvez, verdades que ficam além da lin-
cimento da Igreja. guagem e que podem ser de grande relevância para o
(d) assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua homem no singular, isto é, para o homem que, seja o
autonomia. que for, não é um ser político. Mas homens no plural,
(e) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu isto é, os homens que vivem e se movem e agem nes-
bem-estar. te mundo, só podem experimentar o significado das
coisas por poderem falar e ser inteligíveis entre si e
13. 2020 A sociedade como um sistema justo de coo-
consigo mesmos.
peração social consiste em uma das ideias familiares ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
fundamentais, que dá estrutura e organização à justiça
No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a importância da
como equidade. A cooperação social guia-se por regras
linguagem no processo de
e procedimentos publicamente reconhecidos e aceitos
(a) entendimento da cultura.
por aqueles que cooperam como sendo apropriados
(b) aumento da criatividade.
para regular a sua conduta. Diz-se que a cooperação é
(c) percepção da individualidade.
justa porque seus termos são tais que todos os partici-
(d) melhoria da técnica.
pantes podem razoavelmente aceitar, desde que todos
(e) construção da sociabilidade.
os demais também o aceitem.
FERES JR., J.; POGREBINSCHI, T. Teoria política contemporânea:
uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
16. 2021 Por maioria, nós não entendemos uma quan-
tidade relativa maior, mas a determinação de um es-
No contexto do pensamento político, a ideia apresentada mos-
tado ou de um padrão em relação ao qual tanto as
tra-se consoante o(a)
quantidades maiores quanto as menores serão ditas
(a) ideal republicano de governo.
minoritárias. Maioria supõe um estado de dominação.
(b) corrente tripartite dos poderes.
É nesse sentido que as mulheres, as crianças e também
(c) posicionamento crítico do socialismo.
os animais são minoritários.
(d) legitimidade do absolutismo monárquico. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs.
(e) entendimento do contratualismo moderno. São Paulo: Editora 34, 2012 (adaptado).

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No texto, a caracterização de uma minoria decorre da exis- 19. 2020 Será que as coisas lhe pareceriam diferentes
tência de se, de fato, todas elas existissem apenas na sua men-
(a) ameaças de extinção social. te – se tudo o que você julgasse ser o mundo externo
(b) políticas de incentivos estatais.
real fosse apenas um sonho ou alucinação gigante, de
(c) relações de natureza arbitrária.
que você jamais fosse despertar? Se assim fosse, en-
(d) valorações de conexões simétricas.
(e) hierarquizações de origem biológica. tão é claro que você nunca poderia despertar, como
faz quando sonha, pois significaria que não há mundo
17. 2021 Minha fórmula para o que há de grande no “real” no qual despertar. Logo, não seria exatamente
indivíduo é amor fati: nada desejar além daquilo que é, igual a um sonho ou alucinação normal.
nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia.
São Paulo: Martins Fontes, 2011.
séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e
ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo. O texto confere visibilidade a uma doutrina filosófica contem-
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os
novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado). porânea conhecida como:
(a) Personalismo, que vincula a realidade circundante aos do-
Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crítica à
tradição cristã que mínios do pessoal.
(a) combate as práticas sociais de cunho afetivo. (b) Falsificacionismo, que estabelece ciclos de problemas para
(b) impede o avanço científico no contexto moderno. refutar uma conjectura.
(c) associa os cultos pagãos à sacralização da natureza. (c) Falibilismo, que rejeita mecanismos mentais para sustentar
(d) condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica. uma crença inequívoca.
(e) consagra a realização humana ao campo transcendental. (d) Idealismo, que nega a existência de objetos independente-
18. 2020 mente do trabalho cognoscente.
Texto I (e) Solipsismo, que reconhece limitações cognitivas para com-
Os meus pensamentos são todos sensações. preender uma experiência compartilhada.
Penso com os olhos e com os ouvidos 20. 2020 Em A morte de Ivan Ilitch, Tolstoi descreve com
E com as mãos e os pés detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminen-
E com o nariz e a boca.
te. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (org.).
Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento). compreende que se encaminha para o fim de modo
Texto II impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração,
ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência,
com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia
eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma expe-
compreendê-la.”
riência do mundo sem a qual os símbolos da ciência
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver.
não poderiam dizer nada. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2004.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção.
São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado). O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi dian-
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da te de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse aspecto
ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a foi um tema central na tradição filosófica
(a) anterioridade da razão no domínio cognitivo. (a) marxista, no contexto do materialismo histórico.
(b) confirmação da existência de saberes inatos. (b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
(c) valorização do corpo na apreensão da realidade. (c) utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
(d) verificabilidade de proposições no campo da lógica. (d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.
(e) possibilidade de contemplação de verdades atemporais. (e) existencialista, na questão do reconhecimento de si.

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

SOCIOLOGIA
Origens e bases científicas O ápice da ilustração se traduz por uma conduta social carac-
terizada pela
da Sociologia (a) cultura do cancelamento.
Livro único | Frente única | Capítulo 1 (b) prática do feminicídio.
(c) postura negacionista.
1. 2022 Empédocles estabelece quatro elementos cor-
(d) ação involuntária.
porais — fogo, ar, água e terra —, que são eternos e que
mudam aumentando e diminuindo mediante mistura e
(e) defesa da honra.
separação; mas os princípios propriamente ditos, pelos
3. 2022 Espera, resignado, o dia 13 daquele mês por-
quais aqueles são movidos, são o Amor e o Ódio. Pois é
que, em tal data, usança avoenga lhe faculta sondar o
preciso que os elementos permaneçam alternadamente
futuro, interrogando a providência. É a experiência tra-
em movimento, sendo ora misturados pelo Amor, ora se-
dicional de Santa Luzia. No dia 12 ao anoitecer expõe ao
parados pelo Ódio.
SIMPLÍCIO. Física, 25, 21. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que represen-
tam, em ordem sucessiva da esquerda para a direita, os
O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de
seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao alvorecer
Empédocles acerca da arché, uma preocupação típica do pensa-
de 13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca;
mento pré-socrático, porque
se a primeira apenas se deliu, transmudada em aljôfar
(a) exalta a investigação filosófica.
límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em
(b) transcende ao mundo sensível.
fevereiro; se a maioria ou todas, é inevitável o inverno
(c) evoca a discussão cosmogônica.
benfazejo. Esta experiência é belíssima.
(d) fundamenta as paixões humanas.
CUNHA, E. Os sertões. São Paulo: Editora Três, 1984.
(e) corresponde à explicação mitológica.
No experimento descrito, a relação com a paisagem e com a
Sociologia da cultura religiosidade permite que o sertanejo seja
Livro único | Frente única | Capítulo 2 (a) afeito à devoção ao aceitar destinos sacralizados.
(b) acostumado à pobreza ao admitir acasos naturais.
2. 2022 (c) habituado ao solo ao conhecer terrenos cultiváveis.
(d) íntimo à Caatinga ao interpretar condições ambientais.
TENSÃO MORTE (e) próximo à vegetação ao identificar espécies arbustivas.
AGRESSÃO
TENSÃO LUA DE MEL
AGRESSÃO
4. 2022 O povo Kambeba é o povo das águas. Os mais
TENSÃO LUA DE MEL velhos costumam contar que o povo nasceu de uma
AGRESSÃO gota-d’água que caiu do céu em uma grande chuva.
TENSÃO LUA DE MEL Nessa gota estavam duas gotículas: o homem e a mu-
AGRESSÃO
lher. “Por essa narrativa e cosmologia indígena de que
TENSÃO
LUA DE MEL nós somos o povo das águas é que o rio nos tem fun-
LUA DE MEL
damental importância”, diz Márcia Wayna Kambeba,
AGRESSÃO
TENSÃO mestre em Geografia e escritora. Todos os dias, ela ia
LUA DE MEL com o pai observar o rio. Ia em silêncio e, antes que
LUA DE MEL tomasse para si a palavra, era interrompida. “Ouça o
carinho, paixão, presentes, promessas, reconciliação, liberdade rio”, o pai dizia. Depois de cerca de duas horas a ouvir
TENSÃO as águas do Solimões, ela mergulhava. “Confie no rio e
insulto, humilhação, intimidação, gritos, ameaça, controle,
isolamento, medo, conflitos, descumprimento de promessa aprenda com ele.” “Fui entender mais tarde, com meus
AGRESSÃO estudos e vivências, que meu pai estava me apresen-
empurrão, beliscão, puxão de cabelo, sufocamento, tando à sabedoria milenar do rio.”
arremesso de objetos, tapa, chute, espancamento
Rios amazônicos influenciam no agro e em reservatórios do Sudeste.
Disponível em: https://ndmais.com.br. Acesso em: 8 out. 2021. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 14 out. 2021.

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Pelo descrito no texto, o povo Kambeba tem o rio como um(a) A característica apresentada dessa manifestação popular re-
(a) objeto tombado e museográfico. sulta do seguinte processo sócio-histórico:
(b) herança religiosa e sacralizada. (a) Massificação da arte erudita.
(c) cenário bucólico e paisagístico. (b) Rejeição de hábitos elitistas.
(d) riqueza individual e efêmera. (c) Laicização dos rituais religiosos.
(e) patrimônio cultural e afetivo. (d) Restauração dos costumes antigos.
(e) Apropriação de práticas estrangeiras.
5. 2021 Famoso por ser o encantador de viúvas da ci-
dade de Cabaceiras, na Paraíba, Zé de Sila é um con- Poder, Estado e política
tador de histórias parecido com o personagem Chicó,
Livro único | Frente única | Capítulos 3, 6 e 8
do Auto da Compadecida. Ele defende veementemente
que a oração da avó sustentava mais a chuva. “Quan- 8. 2022 O leproso é visto dentro de uma prática da
do era pequeno e chovia por aqui, ajudava minha avó rejeição, do exílio-cerca; deixa-se que se perca lá den-
colocando os pratos emborcados no terreiro para dimi- tro como numa massa que não tem muita importân-
nuir o vento. Ela fazia isso e rezava para a chuva durar
cia diferenciar; os pestilentos são considerados num
mais”, diz Zé de Sila.
policiamento tático meticuloso onde as diferencia-
GALDINO, V.; BARBOSA, R. C. Artistas por um dia?
João Pessoa: Editora Universitária, 2009. ções individuais são os efeitos limitantes de um poder
Ao destacar expressões e vivências populares do cotidiano, o que se multiplica, se articula e se subdivide. O grande
texto mobiliza os seguintes aspectos da diversidade regional: fechamento por um lado; o bom treinamento por ou-
(a) Alianças afetivas conectadas ao ritual matrimonial. tro. A lepra e sua divisão; a peste e seus recortes. Uma
(b) Práticas místicas associadas ao patrimônio cultural. é marcada; a outra, analisada e repartida. O exílio do
leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mes-
(c) Manifestações teatrais atreladas ao imaginário político.
mo sonho político.
(d) Narrativas fílmicas relacionadas às intempéries climáticas.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
(e) Argumentações literárias interligadas às catástrofes
Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um
ambientais.
sistema de controle que se baseia no(a):
6. 2021 O torém dependia de organização familiar, (a) Formação de sociedade disciplinar.
sendo brincado por pessoas com vínculos de paren- (b) Flexibilização do regramento social.
tesco e afinidade que viviam no local. Era visto como (c) Banimento da autoridade repressora.
uma brincadeira, um entretenimento feito para os pró- (d) Condenação da degradação humana.
prios participantes e seus conhecidos. O tempo do caju (e) Hierarquização da burocracia estatal.
era o pretexto para sua realização, sendo chamadas vá-
rias pessoas da região a fim de tomar mocororó, bebida 9. 2022 Eu estava pagando o sapateiro e conversando
fermentada do caju. com um preto que estava lendo um jornal. Ele estava
VALLE, C. G. O. Torém/Toré: tradições e invenção no quadro de multiplicidade revoltado com um guarda civil que espancou um preto
étnica do Ceará contemporâneo. In: GRÜNEWALD, R. A. (org.). Toré: regime
encantado dos índios do Nordeste. Recife: Fundaj-Massangana, 2005. e amarrou numa árvore. O guarda civil é branco. E há
O ritual mencionado no texto atribui à manifestação cultural de certos brancos que transforma preto em bode expiató-
grupos indígenas do Nordeste brasileiro a função de rio. Quem sabe se guarda civil ignora que já foi extinta
(a) celebrar a história oficial. a escravidão e ainda estamos no regime da chibata?
(b) estimular a coesão social. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

(c) superar a atividade artesanal. O texto, que guarda a grafia original da autora, expõe uma ca-
(d) manipular a memória individual. racterística da sociedade brasileira, que é o(a):
(e) modernizar o comércio tradicional. (a) Racismo estrutural.
(b) Desemprego latente.
Veja também em: (c) Concentração de renda.
Sociologia | Antropologia e Etnologia
(d) Exclusão informacional.
Livro único | Frente única | Capítulo 12
(e) Precariedade da educação.
7. 2020 Um dos resquícios franceses na dança são os
10. 2020 Digital É certo que entramos na era das
comandos proferidos pelo marcador da quadrilha. Seu
sociedades de “controle”. Elas já não são exatamente
papel é anunciar os próximos passos da coreografia.
sociedades disciplinares, cuja técnica principal é o
O abrasileiramento de termos franceses deu origem, por
exemplo, ao saruê (soirée – reunião social noturna, or- confinamento (não somente o hospital e a prisão, mas
dem para todos se juntarem no centro do salão), anar- também a escola, a fábrica, o quartel). A sociedade
riê (en arrière – para trás) e anavã (en avant – para frente). de controle não funciona por confinamento, mas
Disponível em: www.ebc.com.br. Acesso em: 6 jul. 2015. por controle contínuo e comunicação instantânea.

SOCIOLOGIA 161

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É evidente que não deixamos de falar de prisão, de quase inevitável que a riqueza herdada supere a rique-
escola, de hospital: mas essas instituições estão em za constituída durante uma vida de trabalho, e que a
crise. concentração do capital atinja níveis muito altos.
DELEUZE, G. Entrevista a Toni Negri. In: O devir revolucionário e as criações políticas. PIKETTY, T. O capital no século XXI.
Novos Estudos Cebrap, n. 28, out. 1990 (adaptado). Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014 (adaptado).

No trecho, ao problematizar as sociedades contemporâneas, Considerando os princípios que legitimam as democracias libe-
Gilles Deleuze está enfatizando a ausência de rais, a lógica econômica descrita no texto enfraquece o(a)
(a) legitimidade nas redes de informação. (a) ideologia do mérito.
(b) autonomia nas ações individuais. (b) direito de nascimento.
(c) sanções no ordenamento jurídico. (c) eficácia da legislação.
(d) padrões na sociedade de consumo. (d) ganho das financeiras.
(e) inovações nos sistemas educacionais. (e) eficiência dos mercados.

Instituições sociais Estado, democracia e


Livro único | Frente única | Capítulo 4 participação política
Livro único | Frente única | Capítulo 7
11. 2020 Nas últimas décadas, uma acentuada femini-
zação no mundo do trabalho vem ocorrendo. Se a parti- 13. 2022 O princípio básico do Estado de direito é o da
cipação masculina pouco cresceu no período pós-1970, eliminação do arbítrio no exercício dos poderes públi-
a intensificação da inserção das mulheres foi o traço cos, com a consequente garantia de direitos dos indiví-
marcante. Entretanto, essa presença feminina se dá duos perante esses poderes. Estado de direito significa
mais no espaço dos empregos precários, onde a explo- que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum
ração, em grande medida, se encontra mais acentuada. está acima da lei. Os governos democráticos exercem a
NOGUEIRA, C. M. As trabalhadoras do telemarketing: uma nova divisão sexual do trabalho?
In: ANTUNES, R. et al. Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos
São Paulo: Boitempo, 2009. aos constrangimentos impostos pela lei.
A transformação descrita no texto tem sido insuficiente para o CANOTILHO, J. J. G. Estado de direito. Lisboa: Gradiva, 1999 (adaptado).

estabelecimento de uma condição de igualdade de oportunida- Nas sociedades contemporâneas, consiste em violação do prin-
de em virtude da(s) cípio básico enunciado no texto:
(a) estagnação de direitos adquiridos e do anacronismo da (a) Supressão de eleições de representantes políticos.
legislação vigente. (b) Intervenção em áreas de vulnerabilidade pela Igreja.
(b) manutenção do status quo gerencial e dos padrões de (c) Disseminação de projetos sociais em universidades.
socialização familiar. (d) Ampliação dos processos de concentração de renda.
(c) desestruturação da herança patriarcal e das mudanças do (e) Regulamentação das relações de trabalho pelo Legislativo.
perfil ocupacional.
14. 2021
(d) disputas na composição sindical e da presença na esfera
político-partidária. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – 1932
(e) exigências de aperfeiçoamento profissional e de habilidades A Educação Nova, alargando a sua finalidade para
na competência diretiva. além dos limites das classes, assume, com uma feição
mais humana, a sua verdadeira função social, prepa-
Veja também em: rando-se para formar “a hierarquia democrática” pela
Geografia | Demografia “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os
Livro 3 | Frente 1 | Capítulo 8
grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunida-
des de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desen-
Desigualdade, pobreza volver os meios de ação durável com o fim de “dirigir
e conflito social os desenvolvimentos natural e integral do ser humano
Livro único | Frente única | Capítulo 5 em cada uma das etapas de seu crescimento”, de acor-
do com uma certa concepção do mundo.
12. 2021 Quando a taxa de remuneração do capital Disponível em: www.histedbr.fe.unicamp.br.
excede substancialmente a taxa de crescimento da Acesso em: 7 out. 2015.

economia, pela lógica, a riqueza herdada aumenta Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao
mais rápido do que a renda e a produção. Então, bas- caráter oligárquico da sociedade brasileira. Nesse sentido, o
ta aos herdeiros poupar uma parte limitada da ren- trecho propõe uma relação necessária entre
da de seu capital para que ele cresça mais rápido do (a) ensino técnico e mercado de trabalho.
que a economia como um todo. Sob essas condições, é (b) acesso à escola e valorização do mérito.

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(c) ampliação de vagas e formação de gestores. dessas tarefas foi o caminho encontrado para que as
(d) disponibilidade de financiamento e pesquisa avançada. opções reflitam a vontade do povo.
(e) remuneração de professores e extinção do analfabetismo. DALLARI, D. Em busca da democracia representativa.
Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 fev. 2015.

Veja também em: Na perspectiva apontada no texto, a consolidação da democracia


Sociologia | Instituições sociais no Brasil baseia-se na representação popular por meio dos(as)
Livro único | Frente única | Capítulo 4 (a) fóruns sociais.
(b) partidos políticos.
15. 2020 Digital (c) conselhos federais.
Texto I (d) entidades de classe.
C = M + D − R. A equação, desenvolvida pelo eco- (e) organizações não governamentais.
nomista Robert Klitgaard, descreve a corrupção. Tradu- 17. 2020
zindo-a em palavras, temos que a corrupção (C) é dada Declaração de Salamanca – 1994
pelo grau de monopólio (M) existente no serviço públi-
Acreditamos e proclamamos que: toda criança
co, mais o poder discricionário (D) que as autoridades
tem direito fundamental à educação e deve ser dada
têm para tomar decisões, menos a responsabilização
a oportunidade de atingir e manter o nível adequado
(R), que é basicamente a existência de mecanismos de
de aprendizagem; toda criança possui características,
controle. Outras versões da fórmula acrescentam ao R
interesses, habilidades e necessidades de aprendiza-
uma dimensão moral, que também funcionaria como
gem que são únicas; sistemas educacionais deveriam
barreira contra a cultura da corrupção. ser designados e programas educacionais deveriam ser
SCHWARTSMAN, H. Fórmula da corrupção. Disponível em:
www.folha.uol.com.br. Acesso em: 26 abr. 2015 (adaptado). implementados no sentido de se levar em conta a vasta
diversidade de tais características e necessidades.
Texto II Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 4 out. 2015.

Corrupção significa transação ou troca entre quem Como signatário da Declaração citada, o Brasil comprome-
corrompe e quem se deixa corromper. Trata-se normal- teu-se com a elaboração de políticas públicas educacionais
mente de uma promessa de recompensa em troca de que contemplem a
um comportamento que favoreça os interesses do cor- (a) criação de privilégios.
ruptor. A corrupção não está ligada apenas ao grau de (b) contenção dos gastos.
institucionalização, à amplitude do setor público e ao (c) pluralidade dos sujeitos.
ritmo das mudanças sociais; está também relacionada (d) padronização do currículo.
com a cultura das elites e das massas. Depende da per- (e) valorização da meritocracia.
cepção que tende a variar no tempo e no espaço.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Teorias clássicas
Dicionário de política. Brasília: UnB, 2009 (adaptado).
Livro único | Frente única | Capítulos 9, 10 e 11
O segundo texto complementa a compreensão do fenômeno
da corrupção tal como abordado no primeiro texto, na medida 18. 2020 Digital No protestantismo ascético, temos não
em que apenas a clara noção da primazia da ética sobre o
mundo, mas também a mitigação dos efeitos da dupla
(a) comprova a limitação do sistema normativo pátrio.
moral judaica (uma moral interna para os irmãos de
(b) evidencia a atuação de agentes externos ao Estado.
crença e outra externa para os infiéis). O desafio aqui
(c) elucida o padrão de idoneidade do setor empresarial.
é o da ética, que quer deixar de ser um ideal eventual
(d) minimiza a capacidade de mobilização da sociedade civil.
e ocasional (que exige dos virtuosos religiosos quase
(e) demonstra a influência dos atores vinculados ao Judiciário.
sempre uma “fuga do mundo”, como na prática monás-
tica cristã medieval) para tornar-se efetivamente uma
Veja também em:
lei prática e cotidiana “dentro do mundo”.
Sociologia | Poder, Estado e política
SOUZA, J. A ética protestante e a ideologia do atraso brasileiro.
Livro único | Frente única | Capítulos 3, 6 e 8
Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 38, out. 1998.

16. 2020 Digital Numa democracia representativa, Retomando o pensamento de Max Weber, o texto apresenta a
tensão entre positividade ético religiosa e esferas mundanas
como é o Brasil, o direito de votar para a escolha dos go-
de ação. Nessa perspectiva, a ética protestante é compreen-
vernantes, que irão ocupar os cargos do Executivo e do
dida como
Legislativo, é um dos direitos fundamentais da cidada-
(a) vinculada ao abandono da felicidade terrena.
nia. Na impossibilidade de participação direta do povo (b) contrária aos princípios econômicos liberais.
nas decisões que deverão ser tomadas a respeito de (c) promovedora da dimensão política da vida cotidiana.
questões da máxima relevância para o interesse pú- (d) estimuladora da igualdade social como direito divino.
blico, a escolha de representantes para o desempenho (e) adequada ao desenvolvimento do capitalismo moderno.

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Antropologia e Etnologia Considerando o conceito apresentado no Texto I e os dados
apresentados no Texto II, no Brasil, são fatores que intensifi-
Livro único | Frente única | Capítulo 12
cam o fenômeno da discriminação:
19. 2021 No seio de diversos povos africanos, nomea- (a) Raça e gênero.
damente no antigo Reino do Congo, existem testemu- (b) Etnia e habitação.
nhos gráficos de que a escrita tomava várias formas. (c) Idade e nupcialidade.
Exemplo disso são as tampas de panela esculpidas em (d) Profissão e sexualidade.
baixo-relevo do povo Woyo (região de Cabinda), com (e) Escolaridade e fecundidade.
cenas e provérbios do cotidiano, desenhos na terra ou
areia, imagens gravadas ou inscritas nos bastões de che- 21. 2021 Numa sociedade em transição, a marcha da
fe ou em pedras sagradas, mas, sobretudo, movimentos mudança, em diferentes graus, está impressa em todos
do corpo humano inscritos num gestual familiar. Entre os aspectos da ordem social, especialmente no jogo po-
os Woyo existia o costume de os pais oferecerem aos lítico, que nessas sociedades sempre apresenta padrões
filhos testos ou tampas de panelas entalhados, trans- característicos de ambivalência, cujas raízes sociais se
mitindo uma espécie de recado, com signos codificados
encontram na coexistência de dois padrões de estrutura
que traduziam orientações para conseguir uma boa re-
social: o padrão tradicional, em declínio, e o novo, emer-
lação conjugal, ter sensatez na escolha do cônjuge e
estar alerta para as dificuldades do casamento. gente, em expansão. Em tais situações, é possível en-
RODRIGUES, M. R. A. M.; TAVARES, A. C. P. Singularidades museológicas de uma contrar, simultaneamente, apoio para uma orientação
tábua com esculturas em diálogo: do alambamento ao casamento em Cabinda política ou para outra que seja exatamente o seu oposto.
(Angola). Anais do Museu Paulista, n. 2, maio-ago. 2017 (adaptado).
O padrão ambivalente do processo político, nas socieda-
Para o povo Woyo, os artefatos culturais mencionados no texto
des em desenvolvimento, é o que explica um dos seus
cumprem a função de uma
traços mais salientes, e que consiste na tendência ao
(a) pedagogia dos costumes sociais.
(b) imposição das formas de comunicação. adiamento das grandes decisões. Resulta daí que a inér-
(c) desvalorização dos comportamentos da juventude. cia política ou a convulsão política podem se suceder
(d) destituição dos valores do matrimônio. uma à outra em períodos surpreendentemente curtos.
PINTO, L. A. C. Sociologia e desenvolvimento.
(e) etnografia das celebrações religiosas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975 (adaptado).

Veja também em:


De acordo com a perspectiva apresentada, central no pensa-
Sociologia | Sociologia da cultura mento social brasileiro dos anos 1950 e 1960, o desenvolvi-
Livro único | Frente única | Capítulo 2 mento do país foi marcado por
(a) radicalidade nas agendas de reforma das elites dirigentes.
Sociologia brasileira (b) anomalias na execução dos planos econômicos ortodoxos.
Livro único | Frente única | Capítulo 13 (c) descompassos na construção de quadros institucionais
modernos.
20. 2022 (d) ilegitimidade na atuação dos movimentos de representação
Texto I classista.
Interseccionalidade: intercruzamento de desigual- (e) vagarosidade na dinâmica de aperfeiçoamento dos
dades que gera padrões complexos de discriminação. programas partidários.
Texto II
Proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza 22. 2020 Digital O jovem que nasceu e cresceu sob a di-
Por arranjo domiciliar no Brasil – 2017 tadura perdeu muitos contatos com a realidade e com
a história como processo vivo. Mas conheceu em sua
Mulher sem cônjuge e com filho(s) de até 14 anos 59,9%
carne o que é a opressão e como a repressão institucio-
64,4%
nal (às vezes inconsciente e definitiva, dentro da famí-
41,5%
lia, da escola etc.) é odiosa. Essa é uma riqueza ímpar.
O potencial radical de um jovem – pobre, de pequena
Casal com filho(s) 30,4%
burguesia ou “rico” – que sofre prolongadamente uma
Outros 21,0% experiência dessas, constitui um agente político va-
lioso. Ele está “embalado” para rejeitar e combater a
Unipessoal 11,6% opressão sistemática e a repressão dissimulada, o que
o converte em um ser político inconformista promissor.
Casal sem filho 10,0%
FERNANDES, F. O dilema político dos jovens.
In: Florestan Fernandes na constituinte: leituras para
Disponível em: www.agenciadenoticias.ibge.gov.br. Acesso em: 2 dez. 2018. reforma política. São Paulo: Expressão Popular, 2014.

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No contexto mencionado, Florestan Fernandes tematiza um 25. 2021 Nos setores mais altamente desenvolvidos da
efeito inesperado do exercício do poder político decorrente da sociedade contemporânea, o transplante de necessida-
(a) evolução histórica do conflito de gerações. des sociais para individuais é de tal modo eficaz que a
(b) fragilidade moral das instituições públicas. diferença entre elas parece puramente teórica. As cria-
(c) impossibilidade de realização do controle total. turas se reconhecem em suas mercadorias; encontram
(d) legitimação ideológica do nacionalismo estatal. sua alma em seu automóvel, casa em patamares, uten-
(e) restrição da oferta de oportunidades de educação. sílios de cozinha.
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem
Sociologia contemporânea unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

Livro único | Frente única | Capítulo 14 O texto indica que, no capitalismo, a satisfação dos desejos
pessoais é influenciada por
23. 2022 Um experimento denominado FunFit foi de- (a) políticas estatais de divulgação.
senvolvido com o objetivo de fazer com que os mem- (b) incentivos controlados de consumo.
bros de uma comunidade local se tornassem mais (c) prescrições coletivas de organização.
ativos fisicamente. Todos os participantes do estudo (d) mecanismos subjetivos de identificação.
(e) repressões racionalizadas do narcisismo.
foram vinculados a dois outros membros da comuni-
dade que receberiam pequenos incentivos em dinheiro 26. 2020 Digital O termo manipulação significa uma
para serem estimulados a aumentar a sua atividade consciente intervenção técnica em um material dado.
física, que era medida por acelerômetros nos celula- Se a intervenção é de uma importância social imedia-
res fornecidos pelo estado. Assim, se a pessoa andasse ta, a manipulação constitui um ato político. É o caso
mais do que o habitual, seus conhecidos receberiam o da indústria da consciência. Assim, toda utilização de
dinheiro. Os resultados foram assombrosos: o esquema meios pressupõe uma manipulação. Os mais elemen-
mostrou-se de quatro a oito vezes mais eficaz do que o tares processos de produção constituem intervenções
método de oferecer incentivos individuais. no material existente. Portanto, escrever, filmar ou
MOROZOV, E. Big Tech: a ascensão dos dados e a morte
emitir sem manipulação não existe. Por conseguinte,
da política. São Paulo: Ubu, 2018 (adaptado).
a questão não é se os meios são manipulados ou não,
Contrariando a visão prevalente sobre o impacto tecnológico
mas quem manipula os meios.
nas relações humanas, o texto revela que os celulares podem ENZENSBERGER, H. M. Elementos para uma teoria dos meios de
desempenhar uma função comunicação. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979 (adaptado).

(a) recreativa, promovendo o lazer em redes integradas. Esse entendimento acerca dos meios de comunicação, produzi-
(b) social, estimulando a reciprocidade por meios digitais. do na década de 1970, contesta o(a)
(c) laboral, convertendo o desenvolvedor em usuário final. (a) neutralidade dos mecanismos midiáticos.
(d) comercial, direcionando a escolha por produtos indus- (b) valorização dos interesses particulares.
trializados. (c) fragmentação do conteúdo informativo.
(d) crescimento do mercado jornalístico.
(e) cognitiva, favorecendo a aprendizagem pelas ferramentas
(e) controle do poder estatal.
virtuais.

24. 2021 Mulheres naturalistas raramente figuraram


Movimentos sociais
Livro único | Frente única | Capítulo 15
na corrida por conhecer terras exóticas. No século XIX,
mulheres como Lady Charlotte Canning eventualmen- 27. 2022
te coletavam espécimes botânicos, mas quase sempre Texto I
no papel de esposas coloniais, viajando para locais
Em março de 1889, quando apareceram as primei-
onde seus maridos as levavam e não em busca de seus
ras romarias atraídas pelos milagres da beata Maria
próprios projetos científicos.
de Araújo, Juazeiro inseriu-se no rol da fundação do
SOMBRIO, M. M. O. Em busca pelo campo – Mulheres em expedições científicas
no Brasil em meados do século XX. Cadernos Pagu, n. 48, 2016. espaço religioso. Construía-se mais um centro, como
No contexto do século XIX, a relação das mulheres com o cam- Aparecida do Norte, Canindé ou Lourdes.
RAMOS, F. R. L. O meio do mundo: território sagrado em Juazeiro
po científico, descrita no texto, é representativa da do Padre Cícero. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014.
(a) afirmação da igualdade de gênero.
(b) transformação dos espaços de lazer. Texto II
(c) superação do pensamento patriarcal. Não sabemos ao certo quantas pessoas estavam
(d) incorporação das estratificações sociais. presentes na capela no momento em que a hóstia
(e) substituição das atividades domésticas. sangrou na boca de Maria de Araújo. O Padre Cícero

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nos conta que o fato surpreendeu não só aos pre- Desafios do século XXI
sentes, mas a própria beata parecia atordoada com o
Livro único | Frente única | Capítulo 17
ocorrido. O fenômeno continuou acontecendo todas
as quartas e sextas na Capela de Nossa Senhora das 29. 2022
Dores a partir daquele dia. Os paninhos manchados Texto I
do sangue que escorria da hóstia e da boca da bea-
ta, a princípio, ficaram sob a guarda do Padre Cícero,
mas logo foram expostos à visitação pública e, além
disso, o sangramento foi proclamado como milagre
sem o conhecimento e sem a autorização do bispo
diocesano.
NOBRE, E. Incêndios da alma. Rio de Janeiro: Multifoco, 2016 (adaptado).

As práticas religiosas mencionadas nos textos estão associadas,


respectivamente, à:
(a) Delimitação de paisagens urbanas e abandono de
componentes espiritualistas.
(b) Demarcação de patrimônios afetivos e apropriação de
elementos judaizantes.
(c) Expansão de fronteiras regionais e subjetivação do
cristianismo medieval. CAZO. Disponível em: www.humorpolitico.com.br. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).
(d) Circunscrição de bens simbólicos e admissão de cerimônias
Texto II
ecumênicas.
(e) Criação de lugares místicos e experiências do catolicismo É como se os problemas fossem criados pela pan-
popular. demia quando, em verdade, isso só demonstra o quan-
to eles sofrem uma tentativa de serem naturalizados.
28. 2021 O protagonismo indígena vem optando por Eles estavam lá, empurrados para debaixo de vários ta-
uma estratégia de “des-invisibilização”, valendo-se da petes. Diversos levantamentos realizados indicam que
dinâmica das novas tecnologias. Em outubro de 2012, parcela significativa dos estudantes não têm acesso à
após receberem uma liminar lhes negando o direito a internet em suas casas, não têm computadores; têm
permanecer em suas terras, os Guarani de Pyelito Kue celulares, mas com pacotes baratos que não permitem
divulgaram uma carta na qual se dispunham a morrer, assistir a todas as aulas. E, caso tenham celulares e da-
mas não a sair de suas terras. Esse fato foi amplamente dos, pergunta-se: É possível elaborar um texto no celu-
divulgado, gerando uma grande mobilização na internet, lar? É possível interagir na aula remota pelo celular?
que levou milhares de pessoas a escolherem seu lado, ASSIS, A. E. S. Q. Educação e pandemia. Educação em Revista, n. 37, 2021 (adaptado).
divulgando a hashtag “#somostodosGuarani-Kaiowá” ou A crítica contida no texto e na figura evidencia o seguinte as-
acrescentando o sobrenome Guarani-Kaiowá a seus pecto da sociedade contemporânea:
nomes nos perfis das principais redes sociais. (a) Exclusão social.
CAPIBERIBE, A.; BONILLA, O. A ocupação do Congresso: contra o que
lutam os índios? Estudos Avançados, n. 83, 2015 (adaptado). (b) Expansão digital.
A estratégia comunicativa adotada pelos indígenas, no contex- (c) Manifestação cultural.
to em pauta, teve por efeito (d) Organização espacial.
(a) enfraquecer as formas de militância política. (e) Valorização intelectual.
(b) abalar a identidade de povos tradicionais.
Veja também em:
(c) inserir as comunidades no mercado global. Geografia | Urbanização
(d) distanciar os grupos de culturas locais. Livros 3 e 4 | Frente 1 | Capítulos 9 e 10
.
(e) angariar o apoio de segmentos étnicos externos.
30. 2021 Seu turno de trabalho acabou, você já está em
Veja também em: casa e é hora do jantar da família. Mas, em vez de rela-
Sociologia | Desigualdade, pobreza e conflito social xar, você começa a pensar na possibilidade de ter recebi-
Livro único | Frente única | Capítulo 5
do alguma mensagem importante no e-mail profissional

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ou no grupo de WhatsApp da empresa. Imediatamente, preventiva que supõe que a mínima dissidência é um
você fica distante. Momentos depois, com alguns toques sinal de perigo e de guerra futura. Deve-se ter capaci-
na tela do celular, você está de volta ao ambiente de tra- dade para responder a uma guerra convencional tanto
balho. O jantar e a família ficaram em segundo plano. quanto para enfrentar um inimigo difuso, atentando
A simples vontade de checar mensagens do trabalho pós-expediente prejudica sua simultaneamente para todas as áreas geográficas do
saúde – e a de sua família. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 4 dez. 2018.
planeta. Trata-se, sem dúvida, da estratégia com preten-
O texto indica práticas nas relações cotidianas do trabalho que
sões mais abrangentes que se desenvolveu até agora.
causam para o indivíduo a CECEÑA, A. E. Hegemonias e emancipações no século
(a) proteção da vida privada. XXI. Buenos Aires: Clacso, 2005 (adaptado).

(b) ampliação de atividades extras. Tomando o texto como parâmetro, qual tendência contemporâ-
(c) elevação de etapas burocráticas. nea impulsiona a formulação de estratégias mais abrangentes
(d) diversificação do lazer recreativo. por parte do Estado americano?
(e) desobrigação de afazeres domésticos.
(a) Erradicação dos conflitos em territórios.
(b) Propagação de organizações em redes.
Veja também em:
Sociologia | Pós-modernidade (c) Eliminação das diferenças regionais.
Livro único | Frente única | Capítulo 16 (d) Ampliação de modelo democrático.
(e) Projeção da diplomacia mundial.
31. 2020 No caso do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos, a ênfase está posta no traçado de uma Veja também em:
estratégia geral de desarticulação, não só dos inimi- Geografia | Ordem mundial e conflitos
Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 8
gos reais como dos potenciais, inserida na concepção

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