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Geração de eventos de simulação de Monte Carlo

0 + −
do processo Z → µ µ
Miguel Lopes Cruz Rodrigues
miguellopescruzrodrigues@gmail.com
Orientadores: Helena Malbouisson e Dilson De Jesus Damião

Modelo Padrão das partículas elementares • Mesmo tendo como objetivo reconstruir somente o Z 0 é interessante entender a relação
entre o bóson e o γ ∗ quando a colisão é realizada com diferentes energias no centro de
massa.
O Modelo Padrão das partículas elementares é uma teoria so-
bre a natureza da matéria. Este modelo considera um conjunto
de partículas como fundamentais, sendo essas os quarks, lép-
tons e bósons. O Z 0 é um dos bósons mediadores da interação
fraca, que é uma das 4 interações fundamentais da natureza. Es-
tas partículas constituem toda matéria diretamente observada no
universo. Figura 1: Partículas elementares

O CERN, LHC e CMS


Figura 8: γ ∗/Z 0 → µ+µ−, 8TeV. Figura 9: γ ∗/Z 0 → µ+µ−, 13TeV. Figura 10: γ ∗/Z 0 → µ+µ−, 14TeV.
O CERN é o maior laboratório na área da física de partículas do mundo, tendo milhares
Não foi possível perceber uma mudança significativa na contribuição da massa conforme
de cientistas e engenheiros trabalhando no complexo diariamente e ao redor do mundo. O
a energia aumenta.
Grande Colisor de Hádrons (LHC) colide feixes de prótons a energia de centro de massa
7, 8 e 13 TeV e possui quatro grandes experimentos: O LHCb, ALICE, ATLAS e o CMS
• Para concluir o objetivo inicial de reconstruir apenas a massa do Z 0 é necessário retirar a
(Compact Muon Solenoid), sendo os dois últimos, detectores de propósito geral. A desco-
contribuição do γ ∗. Foram utilizados para isto 2 métodos existentes no Pythia. O primeiro,
berta do bóson de Higgs em 2012 foi realizada conjuntamente pelos experimentos CMS e
utilizado no processo 1, consiste em adicionar os cortes mHatmMin e mHatmMax que
ATLAS.
atuam diretamente na geração, restringindo que o gerador a uma janela de massa, neste
caso, de 60GeV até 120GeV, onde se encontra a massa do Z 0. Já o segundo, usado no
processo 2, utiliza o modo WeakZ0:gmZmode, que produz somente a contribuição do Z 0.

Figura 2: Representação do LHC Figura 3: CMS

Figura 11: Processo 1, Z 0 → µ+µ−, 7TeV. Figura 12: Processo 2, Z 0 → µ+µ−, 7TeV.
Pythia, um gerador Monte Carlo

O Pythia é um gerador de eventos utilizado para simular colisões entre partículas através Cálculo da Razão de Ramificação
do método de Monte Carlo, um método estatístico baseado na geração aleatória de dados.
Este programa foi usado para gerar processos de produção do bóson Z 0 decaindo em um Para verificar a consistência da geração do bóson Z 0, podemos calcular a fração de vezes
par µ+µ−. que o ele decai no canal µ+µ− em relação a todos os decaimentos do bóson (razão de
ramificação de Z 0 → µ+µ−) e comparar com o valor de referência [2][3].
Escolha dos processos
• Através dos processos de geração WeakSingleBoson:ffbar2gmZ (Processo 1), que in-
terage um férmion com um antiférmion produzindo γ ∗/Z 0 tendo total interação entre
os mesmos e WeakSingleBoson:ffbar2ffbar(s:gmZ) (Processo 2), equivalente ao ante-
rior, porém com o Z 0 decaindo exclusivamente em 2 férmions foram produzidos 100
mil eventos em cada um dos processos, sendo escolhidos apenas os eventos em que
γ ∗/Z 0 → µ+µ− para reconstrução da massa do bóson, resultando nos histogramas a se-
guir.[1]
Figura 13: Processo 1, Z 0 → T odos, 7T eV. Figura 14: Processo 1, Z 0 → T odos, 7T eV.

Z 0 → T odos Z 0 → µ+µ− Razão


Referência - - 3,366±0,007%
Método 1 100000 3297 3,297± 0,058%
Método 2 100000 3345 3,345± 0,061%

Feito o calculo de compatibilidade verificou-se que a medida é compatível com a referên-


cia do Particle Data Group[2].

Figura 4: Processo 1 sem restrição, 7 TeV. Figura 5: Processo 2 sem restrição, 7 TeV. Conclusão e perspectivas futuras
Nota-se nos dois histogramas um pico na faixa de 10 GeV devido à contribuição do γ ∗(pelo
processo de Drel-Yan) e um pico na faixa de 90 GeV resultante do Z 0. Ao trabalhar com o gerador de eventos Pythia foi possível compreender algumas proprieda-
des do decaimento de Z 0 → µ+µ− a partir de dados simulados, entender o funcionamento
• Como a probabilidade de decaimento do Z 0 → µ+µ− é baixa, cerca de 3,366%, restringiu-
de programas de geração e assimilar o significado da razão de ramificação. Futuramente
se os decaimentos permitidos para o Z 0 apenas ao canal µ+µ−.
dados reais poderão ser processados e comparados com os resultados obtidos nesta análise.

Agradecimentos
Agradeço aos meus orientadores, aos meus amigos de iniciação, a UERJ/PIBIC e o corpo
docente e técnico do DFNAE. Muito obrigado!

Referências
1 - SJÖSTRAND, Torbjörn et al. PYTHIA 8. arXiv:1410.3012 [hep-ph]
2 - J. Beringer et al. (Particle Data Group), PR D86, 010001 (2012). √
3 - "THE CMS COLLABORATION. Measurement of the inclusive W and Z production cross sections in pp collisions at s = 7
Figura 6: Processo 1 com γ ∗ /Z 0 → µ+µ−, 7TeV. Figura 7: Processo 2 com γ ∗ /Z 0 → µ+µ−, 7TeV. TeV with the CMS experiment". Journal of High Energy Physics. Trieste, Italy, p. 1-74, out. 2011.

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