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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

CAMPUS DIADEMA

Experimento 1 – Molas e a Lei de Hooke

Ana Caroline de Gouveia – 163364


Caio Cézar Domingueti Falco - 163396
Guilherme Aurélio - 63491
Hélio Felipe Lira Monteiro - 163500

Curso: Farmácia - noturno


UC: Fundamentos de Física I
Data do experimento: 19/10/2022
Docente responsável: Sarah Isabel Pinto Monteiro Do Nascimento Alves
Experimento 1 – Molas e a Lei de Hooke

Relatório apresentado para obtenção

de nota na UC Fundamentos de

Física I do 2º semestre do curso de

graduação em Farmácia, da

Universidade Federal de São Paulo.

DIADEMA – SP
2022
Resumo
O experimento ministrado teve por objetivo chegar ao resultado da constante
de cada mola utilizada e com seus resultados legitimar a teoria apresentada na
Lei de Hooke (Referência bibliográfica 5). Para atingir tal objetivo foram
utilizados: Um suporte móvel acoplado à um tripé, um par de ganchos, três
molas diferentes e três pesos com massa distintas. Desta forma, com o auxílio
de gráficos, foi possível calcular a constante elástica (K) de cada mola e de
cada conjunto de molas. A partir da constante elástica foi calculado a força
elástica real de cada situação e também seu potencial elástico por meio da Lei
de Hooke, confirmando assim que a expressão apresentada na Lei de Hooke
teve validade nos experimentos realizados.

Introdução teórica
A mola está presente em diversos objetos do nosso cotidiano, desde uma
simples caneta até automóveis e máquinas de grande porte as molas se
mostram como grandes auxiliadoras. Justamente por isso, estudá-las e
compreendê-las melhor se mostra tão necessário para o nosso
desenvolvimento. Na física, a mola é um objeto capaz de armazenar energia
mecânica e é caracterizada por sua elasticidade que por sua vez permite a
mola exercer as chamadas forças restauradoras.
A partir disto foi exercido uma série de procedimentos pelos integrantes do
grupo com o intuito de calcular o deslocamento de 3 molas distintas utilizando
um conjunto de dois ganchos diferentes e 3 pesos de massas alternadas. Além
do deslocamento o experimento teve por objetivo calcular a constante de cada
mola (k) utilizando o resultado para verificar a validade da Lei de Hooke (Fel = -
kx) na ocasião (Referência bibliográfica 5).
Para que isso seja possível foram realizadas diversas medições da distensão
das 3 molas em 4 ocasiões diferentes: Com o peso dos dois ganchos; com o
peso dos dois ganchos e do primeiro peso de metal; peso dos dois ganchos
mais o primeiro e o segundo peso de metal; peso dos dois ganchos mais o
primeiro, o segundo e o terceiro peso de metal. Com os resultados obtidos
foram criadas uma tabela para cada mola ou conjunto de molas utilizados e
pela tabela foi possível calcular a constante elástica (k) utilizando a expressão:
k = Fel/x.

Descrição experimental
Primeiramente, no arranjo experimental utilizou-se um conjunto tradicional
para experiências relativas à Lei de Hooke (Figura 1): molas helicoidais (3),
suporte móvel horizontal, gancho metálico, gancho triangular, massas
acopláveis (3), tripé universal plano e uma régua transparente.
Figura 1

No primeiro passo, mediu-se com uma balança semi-analítica o peso dos


ganchos e o peso das massas acopláveis denominadas m1, m2 e m3.
No segundo passo, encaixou-se o suporte horizontal móvel na parte
superior do tripé. Em seguida, prendeu-se uma das molas (mola 1) no
parafuso central, entre as indicações A e B do suporte horizontal. Com isso,
mediu-se o comprimento da mola sozinha e o comprimento da mola acoplada
aos dois ganchos.
Posteriormente, adicionou-se a massa acoplável 1 ao gancho metálico e
analisou-se a distensão da mola. O mesmo foi feito colocando-se as
massas m1 e m2 juntas e, por último, as massas m1, m2 e m3.

Aqui, vale destacar alguns pontos:

1. As molas também foram numeradas em mola 1, mola 2 e mola 3.


2. As três molas possuíam o mesmo comprimento inicial.
3. A cada nova aferição, o peso ou o comprimento do objeto/conjunto
em questão foi anotado.
4. As medidas foram realizadas colocando-se a régua na mesma altura
da mola e usou-se como referência a pontado gancho triangular.
5. Como a menor medida da régua é de 1 mm, a incerteza desse
instrumento é ½ mm.
No terceiro passo, realizou-se os mesmo experimentos do passo
anterior com as molas 2 e 3.
No quarto passo, as três molas foram dispostas em série (Figura 2) e
mediram-se, respectivamente, os seguintes comprimentos: molas em série,
molas em série com os ganchos, molas em série com os ganchos + m1,
molas em série com os ganchos + m1 + m2 e molas em série com os
ganchos +m1 + m2 + m3.

Nessa etapa, vale salientar que, para medir o comprimento das molas com as
três massas acopláveis, fez-se uma marcação na base do tripé, pois o
comprimento da régua (500 mm) se mostrou insuficiente para medir o conjunto
em toda sua extensão. Assim, somou-se a distância da base superior do
conjunto até a marca com a distância da marca até a base inferior do conjunto.
Figura 2

No quinto passo, as molas foram dispostas em paralelo (Figura 3) e


realizaram-se os procedimentos de forma semelhante ao passo anterior.
Figura 3

No sexto e último passo, utilizou-se um dinamômetro (Figura 4) para medir


a força dos mesmos conjuntos dos dois experimentos anteriores. Nesse
segmento, vale destacar que o dinamômetro é um aparelho que mede uma
força baseada na deformação de uma mola e, no caso desse experimento, a
menor medida do dinamômetro era de 0,02N e, portanto, a incerteza
relacionada a esse aparelho é de 0,01N.
Figura 4

Resultados de medições, cálculos e análise de dados


Após enumerar as massas 1, 2 e 3, utilizou-se uma balança analítica a fim de
pesá-las (em gramas). As massas estão ilustradas na tabela abaixo:

massa 1 (m1) 22,94 g


massa 2 (m2) 49,93 g
massa 3 (m3) 49,1 g

O grupo percebeu que as massas 2 e 3 possuíam valores bem próximos, o


que se chegou à conclusão de que futuras aferições (entre m1 e m2)
pudessem ter valores semelhantes.
Deu-se continuidade ao experimento medindo as incertezas das medidas dos
instrumentos utilizados: régua e dinamômetro. A régua, milimetrada, mostrou
uma incerteza de 0,5 mm, já o dinamômetro (calibrado em zero para obter uma
medida exata) é medido em Newtons (N) e a menor divisão marcava 0,02 N e,
com isso, a metade da menor divisão era de 0,01 N, configurando a incerteza
na medida de força.
A seguir, o suporte vertical foi montado e o peso das seguintes associações
foi medido:

 Valores teóricos obtidos através da fórmula F= m.a

Associações Força (N)


2 ganchos 0,15 N ± 0,01 N
2 ganchos + m1 0,38 N ± 0,01 N
2 ganchos + m1 + m2 0,87 N ± 0,01 N
2 ganchos + m1 + m2 + m3 1,35 N ± 0,01 N

 Valores práticos obtidos por meio do dinamômetro

Associações Força (N)


2 ganchos 0,18 N ± 0,01 N
2 ganchos + m1 0,4 N ± 0,01 N
2 ganchos + m1 + m2 0,88 N ± 0,01 N
2 ganchos + m1 + m2 + m3 1,32 N ± 0,01 N

Para calcular o valor do peso das associações, foi usado a equação F= m.a,
o qual a aceleração da gravidade possui valor de g = 9,8 m/s².
Foi possível concluir através das medições que os valores encontrados pelo
dinamômetro se mostraram semelhantes aos resultados alcançados por meio
da fórmula.
Caracterização da mola 1
Carga comprimento (cm)
x0 (cm) = 10 x (cm) ΔX (cm)
2 ganchos 14,1 ± 0,05 4,1 ± 0,05
2 ganchos + m1 15 ± 0,05 5 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 17,6 ± 0,05 7,6 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 + m3 20,5 ± 0,05 10,5 ± 0,05

Caracterização da mola 2
Carga comprimento (cm)
x0 (cm) = 10 x (cm) ΔX (cm)
2 ganchos 13,5 ± 0,05 3,5 ± 0,05
2 ganchos + m1 14,5 ± 0,05 4,5 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 17,6 ± 0,05 7,6 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 + m3 20,3 ± 0,05 10,3 ± 0,05

Caracterização da mola 3
Carga comprimento (cm)
x0 (cm) = 10 x (cm) ΔX (cm)
2 ganchos 13,6 ± 0,05 3,6 ± 0,05
2 ganchos + m1 14,7 ± 0,05 4,7 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 17,8 ± 0,05 7,8 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 + m3 20,5 ± 0,05 10,5 ± 0,05

Caracterização da associação das molas 1, 2 e 3 em paralelo


Carga comprimento (cm)
x0 (cm) = 10 x (cm) ΔX (cm)
2 ganchos 12,6 ± 0,05 2,6 ± 0,05
2 ganchos + m1 13 ± 0,05 3 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 14,1 ± 0,05 4,1 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 + m3 15,1 ± 0,05 5,1 ± 0,05

Caracterização da associação das molas 1, 2 e 3 em série


Carga comprimento (cm)
x0 (cm) = 37,5 x (cm) ΔX (cm)
2 ganchos 41,5 ± 0,05 4,0 ± 0,05
2 ganchos + m1 45,2 ± 0,05 7,7 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 54,5 ± 0,05 17 ± 0,05
2 ganchos + m1 + m2 + m3 62,2 ± 0,05 24,7 ± 0,05

De acordo com a fórmula geral da propagação de erros (σ = √(σa)²+(σb)²), foi


possível descobrir a incerteza associada ao ΔX, o qual o σa representa o X0
em centímetros e o σb corresponde ao X em centímetros, resultando em 0,07,
como mostrado na tabela a seguir.

σF (N) σx0 (cm) σx (cm) σ∆x (cm)


± 0,01 ± 0,05 ± 0,05 ± 0,07

De acordo com os resultados obtidos pelos cálculos, foram realizados


gráficos para as molas 1, 2, 3 e para as associações em série e em paralelo:
Gráfico 1: mola 1

Gráfico 2: mola 2
Gráfico 3: mola 3

Gráfico 4: molas em paralelo


Gráfico 5: molas em série

O modelo matemático (função matemática) que melhor se aplica aos pontos


experimentais é a função polinomial de 1º grau (função afim) representada por
(y (x) = a. x) e mostrada graficamente através de uma reta. O que pode ser
percebido pelos resultados obtidos pelos gráficos das molas 1, 2, 3 e as
associações em paralelo e em série.
A inclinação das retas foi calculada a partir da razão Δy/Δx (que também é o
valor de “K”, já que a área do gráfico Força (N) x deslocamento (m) resulta na
constante elástica), da qual inferiu-se os seguintes resultados:

Retas Δy/Δx (constante)


Mola 1 K1 = 17,81
Mola 2 K2 = 16,76
Mola 3 K3 = 16,52

A incerteza no valor das constantes das molas foi calculada da seguinte


forma: σK = Inclinação max. – Inclinação min./ 2. Logo, obteve-se os seguintes
resultados:

Molas Incerteza
Mola 1 0,16
Mola 2 0,14
Mola 3 0,14
Em série 0,05
Em paralelo 0,4

A expressão teórica para a constante de mola equivalente à associação de


três molas de constantes K1, K2 e K3 em paralelo e em série foram,
respectivamente: Kf = K1 + K2 + K3 (paralelo), e 1/Kf = 1/K1 + 1/K2 + 1/K3
(série), da qual se obteve os seguintes resultados:

Associação (K1, K2 e K3) Constante


Série 5,67
Paralelo 51,86

De Acordo com a fórmula da energia potencial elástica (Epel = K .x²/2) foi


possível inferir que dentre as configurações das molas estudadas, aquela que
armazena maior energia potencial elástica é a associação em série, como
observado na tabela a seguir:

Molas Epel
Mola 1 0,036
Mola 2 0,038
Mola 3 0,039
Em série 0,123
Em paralelo 0,016

Discussão final e conclusões


O modelo matemático (função matemática) que melhor se aplica aos pontos
experimentais é a função polinomial de 1º grau (função afim) representada por
y(x) = a.x e mostrada graficamente através de uma reta. O que pode ser
percebido pelos resultados obtidos pelos gráficos das molas 1, 2, 3 e as
associações em paralelo e em série. A intensidade da força aplicada (as
massas 1, 2 e 3) foi tal que, quando a força fora removida a mola tomou a
forma original, vale a relação F = K . x. Portanto, as molas caracterizadas (1, 2
e 3) obedecem à Lei de Hooke para os deslocamentos efetuados
respectivamente para cada uma delas (Referência bibliográfica 6).
Apesar da imprecisão das medidas encontradas, visto que foi usado uma
régua e apenas a percepção dos alunos para encontrar os valores das
posições, o resultado se mostrou de acordo com as expectativas do grupo,
uma vez que os dados práticos se aproximaram dos dados teóricos e pode-se
inferir a validade da Lei de Hooke.

Referências bibliográficas
1. https://www.ensinolab.com.br/conjunto-lei-de-hooke-e-mhs-eq028a
(Figura 1)
2. https://blog.professorferretto.com.br/associacao-de-molas/
(Figura 2)
3. https://blog.federnshop.com/pt-pt/sistemas-de-mola-de-compressao/
(Figura 3)
4. https://www.3bscientific.com/br/dinamometro-para-a-lei-de-hooke-
1003109-u20037-3b-scientific,p_564_1395.html
(Figura 4)
5. https://pt.khanacademy.org/science/physics/work-and-energy/hookes-
law/a/what-is-hookes-law
(Introdução e resumo)
6. http://www.virtual.ufc.br/solar/aula_link/SOLAR_2/Curso_de_Graduacao
_a_Distancia/LFIS/I_a_P/Laboratorio_de_Fisica_II/aula_02/01.html
(Discussão final e conclusões)

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