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As manobras de propaganda desempenharam um papel crucial no contexto do 25

de abril de 1974 em Portugal, também conhecido como Revolução dos Cravos. Este
evento marcou o fim de décadas de ditadura salazarista e inaugurou um período de
transição para a democracia no país. Durante esse período, diversos jornais
portugueses desempenharam papéis distintos na disseminação de informações,
narrativas e ideologias, refletindo os interesses de diferentes grupos políticos e
sociais. Aqui estão algumas considerações sobre o papel dos jornais na propaganda
em torno do 25 de abril:

Jornais de oposição e clandestinos:


● Antes do 25 de abril, os jornais de oposição ao regime salazarista e
clandestinos desempenharam um papel importante na resistência e na
mobilização popular contra a ditadura. Eles muitas vezes enfrentaram
censura, perseguição e até mesmo encerramento pelas autoridades
do Estado Novo.
● Esses jornais, como o "Avante!" do Partido Comunista Português
(PCP) e o "República" do Movimento das Forças Armadas (MFA),
utilizavam a propaganda para denunciar abusos de poder, promover
ideais democráticos e mobilizar apoio à resistência antifascista.
Jornais pró-regime:
● Por outro lado, os jornais alinhados com o regime salazarista serviam
como veículos de propaganda oficial, promovendo a ideologia do
Estado Novo e exaltando as realizações do governo. Estes incluíam
jornais como "Diário de Notícias" e "O Século", que eram controlados
ou fortemente influenciados pelo regime.
● Esses jornais desempenharam um papel na legitimação do regime,
minimizando críticas e promovendo uma visão positiva das políticas do
Estado Novo.
Cobertura do 25 de abril:
● Após o golpe militar de 25 de abril de 1974, os jornais
desempenharam papéis cruciais na cobertura do evento e na
moldagem da percepção pública sobre ele. Jornais como "Diário de
Notícias" e "A Capital" tiveram que se adaptar rapidamente à nova
realidade política e oferecer cobertura imparcial ou alinhada aos
interesses dos novos líderes.
● Jornais de oposição, como o "Avante!" e outros ligados a partidos de
esquerda, aproveitaram a oportunidade para celebrar a queda do
regime e promover suas visões políticas.

Em resumo, os jornais portugueses desempenharam papéis distintos na


propaganda em torno do 25 de abril, refletindo as diferentes ideologias e interesses
políticos em jogo. Desde a resistência clandestina até a promoção oficial do Estado
Novo e a cobertura da transição para a democracia, a imprensa foi um campo de
batalha crucial na luta pelo controle da narrativa e do apoio popular durante esse
período tumultuoso da história portuguesa

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