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O aumento da população carcerária no Brasil

C
om relação ao aumento da população carcerária no
Brasil é possível afirmar que tal fenômeno social
pode ser entendido como um fator extremamente
negativo. Isso se evidencia não só por ser uma consequência
funesta do crescimento exagerado de prisões provisórias, mas
também pelas péssimas condições da maioria dos presídios
brasileiros.

No que se refere ao crescente número de penas de


privação de liberdade, no Brasil essa prática tornou-se
corriqueira. Prova disso é que segundo dados da Infopen
(Levantamento Nacional de Informação Penitenciária) 40% dos
detentos nos presídios nem sequer passaram por uma primeira
audiência com um magistrado. Realidade em total oposição ao
princípio constitucional da presunção da inocência; que estipula
que todos serão considerados inocentes até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.
Além disso, a superpopulação, a falta de infraestrutura e
o domínio das facções criminosas dentro dos presídios formam
um pavoroso quadro que só prejudica e impede a
ressocialização dos detentos. Cesare Beccaria, o maior
representante do iluminismo penal do século XVIII, dizia que a
finalidade da pena não é atormentar alguém, mas sim fazer com
que o réu não cause danos aos seus concidadãos e dissuadir os
outros de fazerem o mesmo. Infelizmente, o atual sistema
carcerário brasileiro ainda não evoluiu nesse sentido.

Sendo assim, é necessário rever a forma como as


prisões são efetuadas em nosso país. Nesse sentido o CNJ
(Conselho Nacional de Justiça) deve fiscalizar o trabalho da
polícia judiciária e dos juízes a fim de evitar abusos e
arbitrariedades. Outra medida é o Ministério da Justiça em
parceria com os Estados e a Iniciativa Privada reformar e
humanizar os presídios, tornando-os verdadeiros centros de
punição, reabilitação e reintegração social. Só assim a questão
prisional no Brasil começará a ser resolvida.

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