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Estado de coisas inconstitucionais e o Sistema prisional

brasileiro

Alunas: Ana Leticia 10


Camilla Queiroz 24
O presente artigo objetivou esmiuçar as questões existentes acerca do
Estado de Coisas Inconstitucional, desde a sua origem, seu reconhecimento
e sua aplicabilidade no Brasil.
No mesmo cenário visou analisar as deficiências no sistema prisional,
decorrentes da ausência de assistência e políticas públicas, fatos que
resultaram na decadência carcerária brasileira tanto estrutural, quanto em
sua composição, analisando desde o estado precário das instituições
prisionais, quanto da sua população de presos e de prepostos do Estado,
estudando ainda o papel do STF na defesa dos direitos fundamentais dos
presos e no instituto do ECI como ferramenta no controle de
constitucionalidade de demandas acerca do tema.
O estudo faz um apanhado considerável acerca do estado de
superpopulação do sistema carcerário no Brasil, dados estatísticos
demonstram o aumento e permanência de presos em diversos
enquadramentos, com números que demonstram a superpopulação
progressiva no país, com foco no Estado da Bahia, também traz números
estatísticos advindos do INFOPEN 2019, em que expressão crescente
sucateamento das instituições no que tange a superlotação de todo sistema
prisional na Bahia, revelando o caos contínuo acerca da problemática.
a Constituição Federal de 1988, trazendo os direitos fundamentais do
cidadão brasileiro e aqueles que ainda seguem com o indivíduo, punido por
determinado tipo penal e enquanto durar o cumprimento da pena,
excetuando-se assim os direitos políticos.
A necessidade da proteção a estes direitos relativos a população presidiária,
pouco assistida pelo Poder Executivo, uma população esquecida à sua
condição temporária de cárcere, em que muitos indivíduos incorrem em
morte aqueles que conseguem escapar desta, passa por diversos percalços,
tais como a precariedade, insalubridade, violência física por parte dos
carcereiros e pelos próprios presos, a disputa pelo poder interno ao mundo
paralelo que tornam-se as instituições carcerária, a incidência de doenças
decorrentes da ausência de saneamento básico necessário que surge como
consequência da superpopulação e da superlotação do sistema prisional.
Com os índices de rebeliões com repercussão, muitas vezes internacional,
os resultados negativos gerados como consequência dos movimentos
internos, órgãos dirigentes e ligados ao que concerne os direitos humanos,
interferem de forma positiva para manter estabilizada a situação visando
uma interrupção nas ocorrências catastróficas já ocorridas.

Assim, órgãos nacionais e internacionais visam o controle pelo


conhecimento dos casos ocorridos tanto por denúncias como pelos meios
de comunicação, em que expõe a situação de escassez, de degradação,
insalubridade, higiene e de estrutura deteriorada do sistema prisional
nacional.
O Estado de Coisas Inconstitucional surge então como ferramenta utilizada
com a uma específica finalidade funcional, a proteção aos direitos
fundamentais, constitucionalmente garantidos.
O ECI surge com motivação do ativismo judicial na América Latina.
No Brasil o reconhecimento de existência do ECI nasce em 09 de setembro
de 2015 com o advento do julgamento parcial da ADPF n.347, proposta
pelo partido político PSOL, a intenção da medida cautelar foi a tentativa de
mostrar aos poderes públicos o quão alta são as incidências de violações às
garantias constitucionais e direitos fundamentais dos indivíduos em
situação de cárcere no Brasil, que pioravam e ainda pioram de forma
contínua.
A medida cautelar então enviada ao STF para julgamento, com expectativa
de deferimento total dos pedidos, teve êxito parcial, com abrangência
mínima dos pedidos com designações específicas, são estes: aos Juízes e
Tribunais – que realizem, em até 90 dias, audiências de custódia, à União –
que libere as verbas do fundo penitenciário nacional, Cautelar ex officio –
determine à união e aos estados, e especificamente ao estado de São Paulo,
que encaminhem ao STF informações sobre a situação prisional.
Os requisitos deferidos surgem com a principal finalidade de proteger os
presos diante da violação aos direitos fundamentais, essa defesa surge
desde a aplicabilidade legal até a limitação ao poder carcerário como
autores do ato ilícito diretamente ligados.
A declaração de ECI, utiliza a estratégia de argumentação que explana os
conflitos existentes pela violação do seu objeto.

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