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Escola da Magistratura do Estado de Rondônia

Escola da Magistratura do Estado de Rondônia – EMERON – 2022


Porto Velho (RO), 14 de outubro de 2022
Direito Processual Penal II
Acadêmicos: Inês Assis dos Anjos Nery.

A prisão é um dos sistemas de punição mais utilizados no mundo, mas


também é um dos mais polêmicos.
Enquanto alguns defendem que a prisão é necessária para manter a ordem
social, outros argumentam que ela é ineficiente e injusta.
Analise os dois lados da questão e chegue a uma conclusão sobre se a prisão
é uma medida eficaz ou não.

A pena privativa de liberdade, possui efeito distinto do apregoado pela


doutrina no que tange a ressocialização do indivíduo. As conflitantes metas: Punir,
prevenir e regenerar não alcançam os fins a que se propõem, pois subsiste uma
escola para a reprodução do crime. Não alcançando o retorno positivo esperado
pela sociedade, com a aplicação de tal penalidade. Não é proporcional nem tão
pouco razoável que homens e mulheres sejam mantidos dentro de lugares
semelhantes a jaulas, sem mínimas condições humanas, o que só faz aumentar os
índices de criminalidade.
A grandiosidade do Sistema Penal em todo o Território Nacional não deixa
dúvidas de sua incapacidade de recuperação dos que cumprem pena, uma vez que
a função preconizaste da pena de prisão é a ressocialização do indivíduo. As
superlotações dos presídios, penitenciárias e delegacias não deixam margens de
dúvidas sobre a incompetência do Estado na busca da resignação dos presos.
As conflitantes metas estabelecidas pelo Estado de punir, prevenir e
regenerar não alcançam os fins a que se propõem.
Atualmente, embora tenhamos um aumento em massa da população
carcerária, a chamada superlotação das cadeias, não temos uma redução da
criminalidade, o que comprova o caráter falho do aspecto preventivo da pena em
questão.
É claro e notório a degradação do sistema penitenciário brasileiro, que parece
em nada com as definições do Ministério da Justiça, pois os presos ficam
amontoados em condições subumanas. As instituições são verdadeiros depósitos
humanos. Há um excesso de lotação dos presídios e penitenciárias, gerando e
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agravando doenças no meio dos detentos, encarcerados dentro de um sistema


prisional definitivamente falido.
Desse modo, pode-se verificar que o Plano Nacional de Políticas
Penitenciárias não produz a eficácia devida e suas orientações destinadas aos
responsáveis pela concepção e execução de ações relacionadas à prevenção da
violência e da criminalidade dentro das instituições prisionais, visando a
ressocialização do indivíduo, possibilitando assim o seu retorno à sociedade.
Verifica-se que as cadeias não comportam o volume dos apenados. Os
agentes penitenciários não têm formação adequada.
Doentes mentais mantidos nas cadeias, contribuem para o aumento da
revolta dos presos, os quais têm que suportar a perturbação durante dia e noite de
tais doentes.
Nas condições em que se encontram os estabelecimentos penais,
superlotação, falta de higiene, tóxico, violências sexuais, não fazem mais do que
incentivar ao crime.
Dessa forma as frequentes rebeliões embora se constituam em verdadeiros
motins ordenados pelos presos de forma violenta, é uma demonstração dos presos
de um grito de reivindicação de seus direitos e de uma forma de chamar a atenção
das autoridades quanto à situação subumana na qual eles são submetidos dentro
das prisões. Por esses motivos, não há dúvidas de que o Sistema Penitenciário
Brasileiro rigorosamente está falido, além de inútil como solução para os problemas
da criminalidade. Nele há um desrespeito sistemático aos direitos humanos
garantidos pela Constituição, inclusive aos condenados. Isso porque os Direitos
Humanos são inerentes à existência da pessoa, não podendo dela ser retirado em
virtude da prática de ato delituoso.
Diante das lamentáveis condições penitenciárias, o discurso que prega a
pena de prisão como forma de ressocialização de criminosos ultrapassa a raiz da
hipocrisia tolerável.

Referencias bibliográficas
BITTENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão: Causas e Alternativas.
3.ed.: Saraiva, 2004.
Escola da Magistratura do Estado de Rondônia

NACIONAL, Censo Penitenciário, Nível sócio-econômico da clientela dos sistemas;


Ministério da justiça/Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, 2006.

PIMENTEL, Manoel Pedro.O crime e a pena na atualidade, São Paulo:Revista dos


39 Tribunais,1983.

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