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Primeira estrofe o sujeito poético afirma que ama as rosas dos jardins de Adónis, que nascem e morrem no
mesmo dia
hipérbato destaque ao amor que o “eu” frui pelas rosas e, consequentemente, pela Natureza: é na Natureza
que se baseia a sua filosofia de vida: o sujeito poético aceita a vida como ela é, defendendo que não a
devemos interrogar, uma vez que ela se explica a si própria, e muito menos tentar contrariá-la. Se não
contrariarmos o curso natural das coisas, podemos viver em harmonia (“aurea mediocritas”)
Segunda estrofe o “eu” explica por que razão ama estas rosas: a luz para elas é eterna, pois nascem ao nascer
Terceira estrofe transposição do que sucede às rosas dos jardins de Adónis para a sua vida: à semelhança
destas rosas que vivem em permanente luminosidade, o sujeito lírico apela a Lídia para que vivam os dois a vida
(“O pouco que duramos”, v.12) como se fosse um dia só (“Assim façamos nossa vida um dia”, v.9), assumindo uma
posição de voluntária indiferença face ao que antecede ou está para além do dia presente (“Que há noite antes e
presente do conjuntivo (“façamos”, v.9) contém um apelo (tom sentencioso: caráter moralista e pedagógico
do discurso): o sujeito sugere a Lídia, seu interlocutor, que ambos sigam a sua ideologia de vida, vivendo cada
dia sem ceder a impulsos, aproveitando “inscientes”, ou seja”, sem pensar na morte, pois a fuga ao
Análise formal
três quadras
métrica: decassílabo, nos dois primeiros versos de cada estrofe, e hexassílabo, nos dois últimos
rima branca
Tom lento e dolente: versos/frases longos + advérbio “voluntariamente” (v.10) + predominância de sons nasais (ex.
1ª estrofe)
Características clássicas
epicurismo: filosofia de vida que preconiza o “carpe diem”, isto é, a fruição do dia presente sem tentar saber o
atitude pagã da “aurea mediocritas: defesa da vida na Natureza como forma de conquistar sossego e felicidade
decassílabos (primeiro par de versos de cada estrofe) em alternância com hexassílabos (segundo par de
versos de cada estrofe)